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Roteiro Literatura e Filosofia

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Disciplinas: Pratica Profissional: Literatura e Filosofia 
Roteiro de Estudos 
Obs. As páginas indicadas são uma referência de orientação, não dispensam a leitura dos capítulos correspondentes as páginas. 
Disciplina: Pratica Profissional: Literatura e Filosofia 
Temas: 
Sobre Sócrates 
	“Sócrates foi o filósofo por excelência; questionador perspicaz, dizia nada saber, o que 
	não o impedia de investigar as convicções das outras pessoas, mostrando com grande 
	propriedade e ironia aguda como elas também nada sabiam, mesmo que dissessem 
	serem portadoras de conhecimento seguro”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 57)
	
Filosofia, oralidade e Arte em Platão
	“O diálogo, gênero preferido por Platão e inventado por ele, não foi escolhido por acidente. O texto narrativo tem como característica a fixidez, a perspectiva congelada, a ausência de interlocutor e, enfim, o dogmatismo. O diálogo é mais oscilante, flui de uma posição para outra e, dessa maneira, permite que o tema tratado possa ser abordado em toda sua 
	complexidade”. “Os poetas, de acordo com essa perspectiva, são prejudiciais politicamente, pois são meros imitadores, sem conhecimento efetivo daquilo que imitam: eles conhecem unicamente a aparência das coisas sobre as quais falam. o mundo das ideias (imutável e eterna) e tem, por isso, mais realidade do que o próprio objeto. Um objeto pode ser uma cópia da ideia. Essa cópia, representada pelo trabalho do marceneiro, tem mais realidade do que a representação proposta por um pintor. Ora copiar a cópia leva a que conclusão? Que o pintor, assim como o poeta, está afastado por dois graus da verdade” (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 84- 86-87). 
A República de Platão e o tema da Justiça 
“Nesse livro, escrito em forma de diálogo, gênero de escrita filosófica inventado por Platão, acompanhamos uma investigação a partir de conversações encabeçadas pelo personagem Sócrates sobre temas como definição de justiça, características de uma cidade justa, entre outros tópicos, como é comum em uma conversação espontânea. Mas 
	essa conversação não é do tipo vulgar, pois tenta encontrar a essência de algo, a 
	justiça”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 76). 
	A 
	função dos aedos, os poetas-cantores
	
	“[...] o poeta-cantor detinha e transmitia conhecimentos fundamentais para preservar a 
	memória de um povo. [...] O entendimento sobre o mundo e sobre a história das pessoas 
	era transmitido pelo aedo”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 75)
	
A Poética de Aristóteles, poesia, filosofia e história
	“Para Aristóteles, o poeta não nos ilumina sobre o passado como o historiador faz muito 
	bem, dizendo como as coisas aconteceram em um momento por vezes remoto. O poeta 
	nos ensina sobre nós mesmos, enquanto indivíduos humanos; ele não fala do ocorrido, 
	mas sobre as coisas como elas poderiam acontecer. Diferença fundamental”. (Livro-
	base Filosofia e Literatura, p. 92)
	
O Iluminismo francês
	“Quando estudamos o recorte histórico chamado de Iluminismo, ou Século das Luzes, 
	principalmente o francês, encontramos pensadores que estavam longe de defender uma 
	postura de especialização teórica; na verdade, esforçavam-se por não estabelecer 
	fronteiras muito fixas entre as áreas do conhecimento”. (Livro-base Filosofia e Literatura
, 
	p.157).
	
Teogonia de Hesíodo
“No poema genealógico Teogonia, que significa geração dos deuses, composto por 1.022versos [...] podemos ver claramente o que a aproximação da poesia com o mito representa.O termo genealógico se refere ao levantamento feito pelo poeta em que se detalha aárvore genealógica dos deuses, além de explicitar como teria se dado sua criação. [...] O
	objetivo dos versos hesiódicos é apresentar a genealogia de tudo o que existe: a formação 
	do mar, do céu, da noite e do amor, por exemplo”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 
47-48)
Função pedagógica do mito e sua funcionalidade
“Os mitos, poderíamos dizer, buscam dar sentido à vida, às estruturas sociais e aocomportamento das pessoas, decodificando os perigos e oportunidades que as cercam. Épossível que manifestem os registros mais antigos do código cultural de uma civilização,pois explicitam dados essenciais sobre os homens, como sua origem, o porquê de estareminseridos em determinada situação, enfim, os mitos tentam preencher de sentido aslacunas que nossa existência nos impõe. “De acordo com Vernant [...] podemos extrairtrês traços fundamentais que distinguem as teogonias gregas: 1 - o universo écompreendido com base em uma divisão hierárquica de poderes, algo próximo dasrelações humanas; 2. a ordem não se deve a uma concatenação causal, mas à força e àiniciativa de um agente; 3. o mundo é retratado nos moldes de uma monarquia em que ochefe supremo estabelece a cada uma das potências divinas sua posição, prerrogativas efunção nessa rede de relações”. “O objetivo dos versos hesiódicos é apresentar a genealogia de tudo o que existe: a formação do mar, do céu, da noite e do amor, por exemplo”. “Encontramos, nos escritos de Homero e Hesíodo, um tipo de mitologia mais sofisticado, detalhado, no qual as forças da natureza ganharam forma definida e sentido mais compreensível pela razão” .“ Ainda que possamos enxergar, com algum cuidado, o discurso poético mitológico como um prenúncio do pensamento filosófico racional, ele se constrói de modo bem distinto. [...] a atividade filosófica surge primeiramente como uma tentativa de explicação racional da origem e ordem do mundo em que vivemos. Isso significa que o filósofo não aceitará nenhum fato envolvendo dados fantásticos ou mágicos, como vimos no discurso poético mitológico”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 21 e 31- 48-52-54-55) 
Pensamento de Rousseau 
“Ao responder pela negativa à questão da Academia de Dijon, apontando que as artes não
	fortalecem a virtude, Rousseau deu partida a uma trajetória intelectual única entre os 
	pensadores setecentistas”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 202)
	
Voltaire e a tolerância no convívio
	“Voltaire, no texto, defende a tese de que a tolerância é o melhor meio para que nos 
	relacionemos em paz uns com os outros, além de ter participação positiva na prosperidade 
	da nação”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 163).
	
Aldous Huxley em seu livro Admirável Mundo Novo, 
	O que entendemos pela subjetividade de uma pessoa ou sua personalidade seria, nesse 
	quadro, fruto das sugestões que recebeu na infância por condicionamento em vigília e 
	durante o sono. Até mesmo seus atributos físicos são selecionados para atender à sua 
	posição social, por meio de engenharia genética”. ( Livro-base Filosofia e Literatura, p. 
	124).
	
Temas: 
Platão e Homero 
“Vemos, desse modo, que Platão, se valendo do personagem Sócrates, recusa o valor pedagógico da poesia tal qual praticada por Homero por motivos epistemológicos, porque este último não saberia realmente sobre o que estava falando. Ora, ele imita uma aparência. Os poetas, de acordo com essa perspectiva, são prejudiciais politicamente, pois são meros imitadores, sem conhecimento efetivo daquilo que imitam: eles conhecem 
	unicamente a aparência das coisas sobre as quais falam. [...] Além do fato de Homero e outros poetas imitativos não conhecerem realmente aquilo sobre o que falam, seus poemas seriam prejudiciais para a educação das crianças por mostrarem cenas inapropriadas. Perceba que temos duas frentes de ataque à poesia. A primeira podemos dizer que é filosófica e envolve o fato de o poeta não ter conhecimento daquilo sobre o que fala, e a segunda é uma crítica de ordem pedagógica: o conteúdo tratado é inapropriado para a educação das crianças. O que isso quer dizer? Diante de deuses representados como figuras ambíguas que se valem de meios tortuosos para conseguir o que desejam como, de fato, vemos em Homero, o personagemSócrates intervém dizendo 
	que seres divinos não poderiam agir de modo tão leviano [...]”. (Livro-base Filosofia e 
	Literatura, p. 84-85)
	
O perfil do leitor de textos filosóficos
	“[...] que leitor [de literatura] é esse? Aquele que aceita adentrar a subjetividade de outra pessoa para poder sair de si mesmo, ampliando assim seu campo de visão. Um processo que poderia ser descrito como uma indução poética, porque sai do particular para se encaminhar rumo ao universal. Exigência que não se assemelha à proposta filosófica tal qual estamos traçando. [...] O leitor de textos filosóficos, de outra maneira, parece fazer exigências ao texto. Ele espera encadeamento argumentativo, exatidão, clareza nos conceitos e que o autor, além disso, tenha propriedade para criticar, se for esse o caso, e 
	conhecimento para edificar alguma teoria”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 113)
	
Voltaire e a Filosofia
	A figura do filósofo, nesse cenário, transitava com liberdade por muitas áreas. [...] o conceito de filósofo no século de Voltaire era muito mais abrangente do que em nossos dias, e cabia a estudiosos tão diferentes quanto o literato, o teatrólogo, o físico, o botânico, etc. [...]. Assim, temas variados, de teatro à economia, faziam parte de uma atmosfera filosófica que muitos autores desbravavam indistintamente. [...]. Quando estudamos o recorte histórico chamado de Iluminismo ou Século das Luzes, principalmente o francês, encontramos pensadores que estavam longe de defender uma postura de especialização teórica; na verdade, esforçavam-se por não estabelecer fronteiras muito fixas entre as áreas do conhecimento. A filosofia era uma espécie de arma com a qual os homens de 
	letras buscavam corrigir o funcionamento da sociedade”. (Livro-base Filosofia e 
	Literatura, p. 156-157)
	
Admirável mundo novo
“[...]podemos chamar de literatura filosófica, pois dele extraímos reflexões sociais e políticas contundentes, ainda que se trate de uma história imaginada e apresente personagens particulares. Estamos falando de uma ficção científica, de modo que o texto gravitará em torno de questões relativas a esse universo. [...]. Mesmo que fictício, o romance critica o panorama sugerido por esse tipo de produção em massa que a consolidação da Revolução Industrial permitiu. É o próprio autor quem diz, no prefácio, depois de ter mencionado que a arte apresenta sua moralidade aproximando-a, assim, de uma perspectiva filosófica [...] A ciência não será, portanto, analisada nela mesma, mas o que torna a abordagem altamente filosófica será abordada na medida em que influencia nossa vivência moral. Podemos dizer que o romance responde negativamente à pergunta: 
	a ciência é indiscutivelmente benéfica de um ponto de vista moral? (Livro-base Filosofia 
	e Literatura, p. 122)
	
Poesia e Filosofia para Aristóteles
	“Para Aristóteles, o poeta não nos ilumina sobre o passado como o historiador faz muito bem, dizendo como as coisas aconteceram em um momento por vezes remoto. O poeta nos ensina sobre nós mesmos, enquanto indivíduos humanos, ele não fala do ocorrido, mas sobre as coisas como elas poderiam acontecer. [...] Os personagens da tragédia [...] devem ser encarados são emblemáticos, no sentido em que são arquétipos ou tipos humanos e por isso guardam em si a mesma universalidade que o discurso filosófico”. 
	(Livro-base Filosofia e Literatura, p. 92).
	
Valéry, filosofia e literatura 
	“A perspectiva que percebe uma separação essencial entre filosofia e literatura pode ser chamada de purista ou disjuntiva. Essa abordagem se vale de uma conjunção disjuntiva ou que funciona criando um afastamento teórico importante. [...]O ponto que parece agrupar as várias possibilidades da perspectiva purista é este: filosofia e literatura teriam um campo de ação específico, além disso, objetivos diferentes. [...] Paul Valéry [...] ainda que não seja partidário da perspectiva purista, expõe de modo claro como essa oposição se desvela. [...] A primeira palavra da citação anterior, frequentemente, mostra o caráter insistente da oposição. O quadro é tal como segue: haveria uma tarefa intelectual abstrata, dignamente filosófica, e ela seria contraposta à fantasia e superabundância de expressões 
	da poesia”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 104-105).
	
Romance e o texto filosófico
	“Isso porque a narrativa romanesca se desvencilha do controle estrito da razão e da verossimilhança para se deixar guiar pela imaginação do autor. A sabedoria do romance seria de outro quilate se comparada com a sabedoria filosófica. [...]. Ela [a obra] é produto de imaginação, e por isso temos de localizar essa exploração existencial que é o romance com base em um ponto de vista particular, aquele do personagem que o autor faz falar. A exploração filosófica seria mais abstrata, universal, buscando uma exatidão conceitual que não é característica de uma obra de imaginação. A exploração filosófica [...] trata [...] de todas as pessoas e em qualquer recorte histórico. O romancista está em outra atmosfera [...]; ele realiza uma atividade essencialmente diferente do filósofo [...]. O romance carregaria em si a linguagem da ambiguidade e por isso traz em seu cerne o caráter relativo/particular. Ele é, além disso, o momento privilegiado em que a imaginação pode 
	explodir no sentido de se dilatar e fazer o apelo ao fantástico”. (Livro-base Filosofia e 
	Literatura, p. 106-107-108).
	
O filósofo e o artista
Espera-se que o aluno identifique os seguintes argumentos: “O filósofo posiciona-se como um juiz e confere valor, articula conceitualmente a realidade e tem um olhar sistemático sobre o mundo. O poeta trabalha com o ambíguo, é criador de fantasias e não se insere em um sistema. Caberia à literatura o papel do entretenimento estético, sem a sistematicidade exigida em um discurso lógico universalizante. Razão de um lado e imaginação de outro: eis o que separaria inequivocamente esses dois tipos de discurso”. (Livro-base Filosofia e Literatura, p. 114). 
Referência 
VIANA Leite e Rafael de Araujo. Filosofia e Literatura, diálogos, relações e fronteiras. Curitiba: InterSaberes, 2015 
Livros disponíveis também nos Roteiros de Aprendizagem no AVA. 
Bons Estudos!

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