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Resenha Processo Penal

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE GUANAMBI – CESG 
FACULDADE DE GUANAMBI - FG 
 
 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
ANDRESSA COTRIM 
GRASIELE GAMA BARBOSA 
JÚLIA CRISTIANE CARVALHO 
RAFAEL MARQUES DOS ANJOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÉ-CRIME? ATÉ ONDE VAI O JUS-PUNIENDI DO ESTADO? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guanambi- BA 
2015
 
 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE GUANAMBI – CESG 
FACULDADE DE GUANAMBI - FG 
 
 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
ANDRESSA COTRIM 
GRASIELE GAMA BARBOSA 
JÚLIA CRISTIANE CARVALHO 
RAFAEL MARQUES DOS ANJOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÉ-CRIME? ATÉ ONDE VAI O JUS-PUNIENDI DO ESTADO? 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a Prof.ª Ana Míria 
Carinhanha como parte das exigências da 
Disciplina de Processo Penal I. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guanambi- BA 
2015
 
 
 
PRÉ-CRIME? ATÉ ONDE VAI O JUS-PUNIENDI DO ESTADO? 
 
 
A presente resenha tem como finalidade fazer uma comparação entre o 
Processo Penal brasileiro e suas características de acordo com o filme 
Minority Report, com questões polemicas sobre pré-crime e a prisão, onde os 
crimes são interrompidos antes que sejam consumados, levando assim à 
condenação do acusado. 
Na trama do filme Minority Report, entra em discussão um programa 
denominado Pré-Crime, em que consiste impedir um delito que futuramente 
viria a acontecer, através dos ‘precrogs’ que tinham visões futuras desses 
acontecimentos. Surge então, uma discussão na sociedade sobre a proposta 
de ampliação desse programa para todo o país. 
 Fazendo um elo com o Direito Penal e Processo Penal brasileiro, 
observamos que pela definição formal “Crime é toda ação ou omissão proibida 
pela lei sob ameaça da pena”. Uma vez que não fora cometido o delito por ter 
sido impedido, como o homem poderia pagar por isso? Daí, vemos a discussão 
sobre o mesmo ser preso pelo seu pré-crime. Se o crime não foi cometido, não 
haveria, portanto, uma pena a ser aplicada. O Estado estaria então privando o 
sujeito de sua liberdade e pelo pensamento de Rousseau “a liberdade é uma 
condição natural do homem”. Portanto, em se tratando da restrição da 
liberdade, não se pode decidir que este seria um método mais eficaz e certo. 
Porém, se partirmos pelos pressupostos utilitaristas, este poderia sim sofrer 
determinada sanção por tipo penal “futuro”. 
No processo penal temos as definições de prisão, quais são: prisão 
penal, que decorre de sentença condenatória com transito em julgado; a prisão 
extrapenal que diz respeito às prisões civis e militares; e por fim as prisões 
cautelares ditas também como cautelares, que são decretadas antes do 
transito em julgado para assegurar as investigações. 
 
 
 
 
Portanto, de acordo com as características de cada delito é que se 
impõe a prisão cabível. Se a prisão for ilegal, cabe assim, o seu relaxamento, 
que é o caso presente no filme, aonde a prisão é decretada antes que o delito 
ocorra isso se considerar um indivíduo nos dias atuais e baseado no código 
atual. 
Tanto no âmbito Penal, quanto no Processo Penal, para que se possa 
mostrar a existência e consequentemente a veracidade de algum fato ocorrido, 
é preciso que se prove para os julgadores a verdade real do fato, e no 
entendimento de Mougenot (2008, p.304): "a prova tem como finalidade 
permitir que o julgador conheça o conjunto sobre os quais fará incidir o direito" 
permitindo que o indivíduo seja ou não acusado. 
No decorrer do processo, tanto o autor, como o réu tem o direito de 
apresentar com argumentos e provas a seus favores, fazendo com que o 
julgador atenda aos fatos valorizando-se assim o princípio da Economia 
Processual, o que não acontece no filme, Minority Report, pois, como já dito, os 
“precrogs” prendem o culpado antes mesmo de cometer o crime, não os 
concedendo assim, a chance de provar sua inocência. Desse modo, não 
prevalece o princípio da verdade real. Um fato questionável é o de que, a única 
prova que eles possuem no filme para incriminar o indivíduo por um tipo penal 
“futuro”, são os “precrogs”. Estas provas seriam mesmo legais? Qual a 
veracidade delas? 
O Brasil fez a adoção do sistema acusatório no âmbito do processo 
penal, onde é assegurado às partes o direito do contraditório, a imparcialidade, 
dentre outros princípios. Assim, ao receber a denúncia ou queixa crime, se 
inicia um processo investigatório para que se apure a verdade acerca do delito 
cometido (ou não) pelo acusado. Lado outro, o filme em questão não permite 
que esse direito processual se valide, visto que, não se instaura um processo 
investigatório para declarar acerca da materialidade do fato delituoso do 
agente. 
A não existência de um processo para se averiguar e assegurar os 
direitos das partes na ceara penal é uma afronta à Constituição Federal bem 
como seus direitos e garantias estabelecidos. 
 
 
 
 
O ordenamento jurídico atual amplia a verdade real para a solução dos 
litígios, podendo assim o suspeito por meio de provas apresentar sua 
inocência. 
Entende-se, desta forma, que o filme Minority Report, está contra o 
ordenamento jurídico vigente, pois como já mencionado anteriormente, crime é 
algo cometido que venha a ser contra o ordenamento. A única prova 
consistente seria através dos denominados “precrogs” que tem a previsão do 
que vai acontecer. 
Trazendo para a realidade, podemos pensar na possibilidade de que 
seja instaurada situação semelhante em nosso ordenamento, surgindo assim 
diversos questionamentos. Quais mudanças seriam necessárias em nosso 
ordenamento para que possamos adaptar esta situação? Seria aceito pela 
população tal mudança drástica? Seria eficaz? Conseguiríamos resolver o 
problema das práticas de crime? Outra coisa de fácil constatação, é que, o que 
poderíamos ganhar na área penal, poderia perder na área social, pois a 
insatisfação social talvez fosse enorme. Percebe-se que é um fato que gera 
uma problemática muito grande, mas, é interessante para que possamos 
entender que podemos ter um ordenamento ainda funcional, operando bem 
apenas com suaves mudanças. Observa-se também que no que se refere à 
atuação do Estado neste contexto, o mesmo teria que ir contra princípios 
constitucionais invadindo a liberdade de escolha do indivíduo, seu livre arbítrio, 
para evitar que este cometa esse crime “futuro”. Isto seria correto? Vemos 
sempre discussões doutrinárias a cerca deste assunto. O Estado deve manter 
o equilíbrio para permitir que todos possam viver em sociedade segura e com 
liberdade de escolha, não podendo assim ferir Direitos e Garantias 
fundamentais que são assegurados pela Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ALEXANDRE, Alessandro Rafael Bertollo de. Minority Report, onde a 
prevenção é levada ao extremo.. Revista Jus Navigandi, Teresina,ano 8, n. 
63, 1 mar. 2003. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/3891>. Acesso 
em: 23 maio 2015.

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