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Informativo STJ Nº 620 Penal e Processo Penal Comentado

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INFORMATIVO 620 STJ – PENAL E PROCESSO PENAL COMENTADO
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NOVA SÚMULA
SUMULA 605: 
A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracio-
nal nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberda-
de assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. Terceira Seção, aprovada 
em 14/03/2018, DJe 19/03/2018.
DIREITO PROCESSUAL PENAL: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. 
SERVIÇO DE CARD SHARING. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
A prática de burla informática conhecida como “Card Sharing” consiste no com-
partilhamento indevido da codificação de um ou mais cartões originais, permitindo, 
via internet, a distribuição ilegítima de sinal de televisão por satélite, com vistas a 
obter contrapartidas econômicas de terceiros.
O Superior Tribunal de Justiça reconheceu, nos autos, a atuação transnacional 
dos agentes e, invocando a Convenção de Berna (Decreto n. 75.699/1975), decidiu 
pela competência da jurisdição federal para o processamento do feito.
FELIPE LEAL
Graduado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (2003), 
mestrado em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade 
Federal do Amapá (2012) e Doutorando em Ciências Jurídico-Criminais 
nas Universidades de Porto e de Coimbra, em Portugal (2017-2021). 
Ingressou na Polícia Federal em 2005, como Papiloscopista Policial 
Federal, adquirindo experiência na área pericial, e, desde 2006, é 
Delegado de Polícia Federal, tendo já chefiado Delegacias Especializadas 
na Repressão ao Tráfico de Drogas/PA (2006-2007), na Repressão 
aos Crimes Ambientais/AP (2008-2010) e na Repressão a Crimes 
Financeiros/PB (2011 -2012), bem como atuou como Chefe do Núcleo 
de Inteligência em Pernambuco (2013-2014). Após, foi designado 
como membro do Grupo de Inquéritos da Operação Lava Jato junto ao 
Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça (2015-2016), 
sendo convidado a assumir a Divisão de Contrainteligência da Polícia 
Federal em Brasília (2016-2017). Na docência, é um dos responsáveis 
pela formação profissional de novos policiais, com a elaboração 
de Caderno Didático para a Academia Nacional de Polícia (ANP). Já 
elaborou Manuais de Investigações para autoridades policiais. Tutor da 
Disciplina Criminologia em Cursos de Aperfeiçoamento Profissional da 
ANP. Professor em Faculdades de Direito e em curso de pós-graduação 
da ANP. Coordenador Pedagógico da Escola Nacional de Delegados de 
Polícia Federal.
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INTEIRO TEOR
A conduta assinalada consiste no compartilhamento ilícito de sinal de TV, por 
meio de um cartão no qual são armazenadas chaves criptografadas que carregam, 
de forma cifrada, o conteúdo audiovisual. Tais cartões são inseridos em equipa-
mentos que viabilizam a captação do sinal, via cabo ou satélite, e sua adequada 
decodificação, conhecidos como AZBox, Duosat, AzAmérica, entre outros. Ao que 
consta dos autos, uma das formas de quebra das chaves criptográficas é feita por 
fornecedores situados na Ásia e Leste Europeu, que enviam, via internet, a pes-
soas que as distribuem, também via internet, aos usuários dos decodificadores 
ilegais, assim permitindo que o sinal de TV seja irregularmente captado. Nesse 
sentido, de acordo com o art. 109, V, da Constituição Federal, a competência da 
jurisdição federal se dá pela presença concomitante da transnacionalidade do delito 
e da assunção de compromisso internacional de repressão, constante de tratados 
ou convenções internacionais. A previsão normativa internacional, na hipótese, 
é a Convenção de Berna, integrada ao ordenamento jurídico nacional através do 
Decreto n. 75.699/1975, e reiterada na Organização Mundial do Comércio – OMC 
por acordos como o TRIPS (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) 
- Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao 
Comércio (AADPIC), incorporado pelo Decreto n. 1.355/1994, com a previsão dos 
princípios de proteção ao direitos dos criadores. O outro requisito constitucional, 
de tratar-se de crime à distância, com parcela do crime no Brasil e outra parcela 
do iter criminis fora do país, é constatado pela inicial prova da atuação transnacio-
nal dos agentes, por meio da internet. Nesse contexto, tem-se por evidenciados os 
requisitos da previsão das condutas criminosas em tratado ou convenção interna-
cional e do caráter de internacionalidade dos delitos objeto de investigação, cons-
tatando-se, à luz do normativo constitucional, a competência da jurisdição federal 
para o processamento do feito.
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CC 150.629-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, por unanimidade, julgado em 
22/02/2018, DJe 28/02/2018
Veja como esse assunto pode ser abordado em concurso para Delegado
Questão:
Para que se afirme a competência federal para processar e julgar os crimes previs-
tos em tratados ou convenções internacionais não basta a mera previsão do delito 
em tais diplomas, sendo necessária a presença de uma relação de transnacionali-
dade.
Resposta: Certo.
Fonte: Ano: 2012. Banca: PGR. Órgão: PGR. Prova: Procurador da República
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