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REABILITAÇÃO PULMONAR Profª Cristiane H. Y. De Oliveira cristiane.yamane@uni9.pro.br DEFINIÇÃO “Reabilitação pulmonar é uma intervenção multiprofissional, integral e baseada em evidências para pacientes com doenças respiratórias crônicas que sejam sintomáticos e frequentemente tenham diminuição das atividades da vida diária. A reabilitação pulmonar, integrada ao tratamento individualizado do paciente, é delineada para reduzir sintomas, otimizar a capacidade funcional, aumentar a participação e reduzir os custos por meio da estabilização ou reversão das manifestações sistêmicas da doença”. Sociedade Americana de Tórax e da Sociedade Européia Respiratória, publicado em 2006 COMPONENETES Médico Fisioterapeuta Enfermeiro Assistente social Nutricionista Psicólogo Terapeuta Ocupacional OBJETIVOS DA RP ▪ da tolerância ao exercício; ▪ da dispnéia nas atividades nas atividades; ▪ do nível de dependência do paciente em relação os cuidados médicos; ▪ Atitude positiva frente à doença; ▪ Melhora qualidade de vida; OBJETIVOS DA RP ▪ Controlar e aliviar os sintomas e complicações; ▪ sintomas psicológicos como ansiedade e depressão; ▪ Retornar o paciente às atividades produtivas promover independência e auto-confiança; ▪ Reduzir exacerbações e hospitalizações. ▪ Critérios clínicos ▪ Ex-fumantes ▪ Limitação ao exercício físico- dispnéia ▪ Estáveis ▪ Idade e gravidade da doença pulmonar não são fatores de exclusão ▪ Critérios não-clínicos ▪ Motivação ▪ Grau de compromisso e cooperação com o programa IINCLUSÃO DOS PACIENETS INCLUSÃO DOS PACIENTES NA RP ▪Critérios clínicos ✓Ex-fumantes ✓Limitação ao exercício físico- dispnéia ✓Estáveis ✓Idade e gravidade da doença pulmonar não são fatores de exclusão ▪Critérios não-clínicos ✓Motivação ✓Grau de compromisso e cooperação com o programa INDICAÇÕES RP DPOC ASMA Doenças neuromusculares Def. caixa torácicaPré e Pós transplante Bronquiectasia Fibrose cística Doenças intersticiais CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA RESPIRATÓRIA TIPOS DE MORBIDADE SECUNDÁRIA ▪ Disfunção muscular periférica ▪ Disfunção muscular respiratória ▪ Disfunção cardiovascular ▪ Disfunção esquelética ▪ Déficit sensorial ▪ Psicosocial CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA RESPIRATÓRIA MECANISMOS ▪ Descondicionamento, desnutrição, FM, efeitos da hipoxemia, fadiga; ▪ Hiperinsuflação,fadiga diafragmática, desnutrição; ▪ Descondicionamento, Cor pulmonale; ▪ Osteoporose, Cifoescoliose; ▪ Medicações; ▪ Ansiedade, depressão, pânico, dependência, déficit cognitivo, distúrbio do sono. Sono, disfunção sexual. Alterações do padrão ventilatório e da relação V/Q Obstrução brônquica Destruição acinar Hipoxemia arterial Limitação ao exercício por dispneia Fadiga da musculatura respiratória Maior trabalho ventilatório DPOC Da capacidade ventilatória Do estímulo e da necessidade de ventilatória FATORES FISIOPATOLÓGICOS ▪ Resistência das vias aéreas ▪ Elevado vm devido a troca gasosa ineficiente ▪ Hiperinsuflação ▪ ↓ Capacidade de gerar tensão ▪ ↓ Capacidade de gerar p intratorácica negativa ▪ ↓Da p recolhimento da caixa torácica ▪ Fraqueza/ fadiga muscular respiratória ▪ Recrutamento dos mm acessórios ▪ Postura ▪ Hipoxemia/hipercapnia ▪ Hipertensão pulmonar Efeitos da hipoxemia arterial no desempenho ao exercício PaO2 OXIGÊNIO TISSULAR QUIMIORRECEPTORES CAROTÍDEOS FADIGA NOS MMII DESEMPENHO CARDÍACO ACIDOSE METABÓLICA PRECOCE VE DISPNÉIA INTERRUPÇÃO DO EXERCÍCIO VE VVM ESTÍMULO HIPÓXICO AVALIAÇÃO TESTE DE FUNÇÃO PULMONAR TESTE DE CAPACIDADE FUNCIONAL REAVALIAÇÃO PERIÓDICAS TESTE ERGOMÉTRICO E ERGOESPIROMÉTRICO Teste de laboratório ▪ Teste incremental limitado por sintomas com coleta de lactato para determinação do La. TESTES DE CAPACIDADE FUNCIONAL Testes de Capacidade Funcional ▪ Teste de Caminhada de seis minutos ▪ Teste da marcha controlada (shuttle tests) ▪ Teste de degrau de 6 minutos ▪ Outros... TESTE ERGOMÉTRICO E ERGOESPIROMÉTRICO Teste incremental limitado por sintomas com coleta de lactato para determinação do La. Variáveis ergoespirométricas nos pacientes com limitação ventilatória ▪ Ve a baixas cargas de trabalho ▪ VO2 a baixas cargas de trabalho ▪ VCO2 a baixas cargas de trabalho ▪ VO2 pico ▪ Difícil determinação do La nos pacientes moderados e graves Principles of exercise testing and interpretation. Wasserman, 1994 OXIMETRIA DE PULSO Espirometria Função pulmonar Espirometria - Função pulmonar ESPIROMETRIA – PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR A espirometria é a medida do ar que entra e sai dos pulmões. Pode ser realizada durante respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas, é um teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatório. Deve ser parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida. Pneumol 28(Supl 3) – outubro de 2002 ARTIGO DE REFERÊNCIA CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE OBSTRUÇÃO GRAVIDADE CVF % DO PREVISTO VEF1 % DO PREVISTO VEF1/CVF % DO PREVISTO LEVEMENTE 60(LI) 60(LI) 60(LI) MODERADAMENTE 51-59 41-59 41-59 GRAVEMENTE ≤50 ≤40 ≤40 CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA SÍNDROME RESTRITIVA GRAVIDADE CV % DO PREVISTO CPT % DO PREVISTO LEVE 80-66 80-66 MODERADA 65-51 65-51 ACENTUADA <51 <51 PADRÃO OBSTRUTIVO PADRÃO RESTRITIVO PADRÃO MISTO MEDIDA DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO O pico do fluxo expiratório (PFE) é um teste que mede a rapidez com que uma pessoa consegue expirar. Forma clínica Variabilidade diária Leve episódica <20% Leve persistente 30% a 10% Moderada e grave >30% MONITORIZAÇÃO DO PFE DIÁRIO Previsão da média do pico expiratório em homens normais (l/min) Estatura (cm) Idade 155 160 165 170 175 180 20 564 583 601 620 639 657 25 553 571 589 608 626 644 30 541 559 577 594 612 630 35 530 547 565 582 599 617 40 518 535 552 569 586 603 45 507 523 540 557 573 590 50 494 511 527 543 560 576 55 483 499 515 531 547 563 60 471 486 502 518 533 549 65 460 475 490 505 520 536 70 448 462 477 492 507 521 Leiner GC et al, Am.REv.Respir.Dis, 1963,88;644. Previsão da média do pico expiratório em mulheres normais (l/min) Estatura (cm) Idade 145 150 155 160 165 170 20 404 418 431 445 459 473 25 399 412 426 440 453 467 30 394 407 421 434 447 461 35 389 402 415 428 442 455 40 383 396 409 422 435 448 45 378 391 404 417 430 442 50 373 386 398 411 423 436 55 368 380 393 405 418 430 60 363 375 387 399 411 424 65 358 370 382 394 406 418 70 352 364 376 388 399 411 Leiner GC et al, Am.REv.Respir.Dis, 1963,88;644. FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA PImáx e PEmáx obtidas através do método de BLACK & HYATT, 1969. Limite inferior PImax Homens: 75cmH2O Mulher: 50cmH2O Limite inferior PEmax Homens: 100cmH2O Mulher: 80cmH2O AJRCCM vol 167.pp211-277, 2003 MANOVACUÔMETRO Avaliação do Pico de torque e do Índice de fadiga dos MMII TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ▪Higiêne Brônquica ▪Manobras Reexpansivas ▪Exercícios Respiratórios ▪Reeducação Diafragmática ▪Reabilitação Pulmonar TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Participação nas atividades físicas e sociais QUALIDADE DE VIDA Metas da reabilitação pulmonar: Incapacidade Sintomas ▪ Duração mínimade 24 sessões ▪ Grupo ▪ Treinamento intervalado ▪ Treinamento dos membros inferiores ▪ Treinamento dos membros superiores ▪ Alongamento ▪ Relaxamento ▪ Programa educativo (aulas semanais: importância dos exercícios, da fisioterapia, dos remédios, do uso de técnicas de conservação de energia. PROGRAMA DE REABILITAÇÃO ▪ Ativar sistema cardiovascular e circulação periférica ▪ Duração: 40 minutos ▪ Curta duração (3 minutos) ▪ Intervalo de repouso(1 a 3 minutos) ▪ Alternando a posição ortostática e a sentada, além de exercícios com os braços e pernas ▪ Respiração diafragmática ▪ Expiração com os lábios semicerrados (freno labial) TREINAMENTO INTERVALADO TREINAMENTO DE MMII Benefícios: ▪ dispnéia ▪ tolerância aos esforços ▪ sintomas associados a DME ▪ tolerância nas AVDs ▪ independência ▪ Melhora da qualidade de vida EXERCÍCIO FÍSICO de MMII Dispnéia Escala de Borg Teste incremental VO2 PICO CARGA MÁX. Casaburi et al, 1997 Cargas submáximas: Fc, lactato Ve Vo2 Maltais et al, 1996) Distância percorrida 30M 54M clinicamente relevante Redelmeier et al, 1997 Sobrecarga Princípio do treinamento físico Respostas individuais Especificidade • Vo2 máx • Alterações locais Reversibilidade Contínuo: ▪ Importante para função cardiorrespiratória ▪ Forma contínua ou intervalada Intervalado: ▪ Permite maior trabalho local ▪ Facilita a adaptação da musculatura esquelética ▪ Quebra da monotonia PRESCRIÇÃO DE ERXERCÍCIO Treinamento de membros inferiores ▪ Tempo: 6 a 8 semanas ▪ Intensidade (FC/LA OU 80% FCmax ou carga máx) ▪ Tempo: 20 a 45 min, 2 a 5x semana ▪ Exs extremidade Inferior: Cicloergômetro, esteira ou caminhada livre ▪ TF internado, externo ou em casa TREINO DE MMII ALONGAMENTOS CAMINHADA LIVRE TREINO AERÓBIO NA ESTEIRA OU NA BICICLETA MONITORIZAÇÃO CONTINUA TREINAMENTO FÍSICO COM OXIGENIOTERAPIA Brochard, 2001. TREINAMENTO FÍSICO COM AUXÍLIO DA VNI NA DPOC V N I ▪ Exacerbações agudas ▪ Dispnéia (Repouso e Esforço) ▪ Hipoxemia ▪ Hipercapnia ▪ trabalho respiratório ▪ auto-peep ▪ tolerância ao exercício ▪ qualidade de vida ▪ Dispnéia ▪ PaO2 ▪ PaCO2 ▪ Ventilação ▪ Trabalho muscular ▪ Tolerância ao exercício ▪ Qualidade de vida EXERCÍCIOS DE MMSS ▪ Proporcionam melhor suporte da caixa torácica ▪ captação de O2 e produção de CO2 ▪ Ve pelo da performance ao exercício de braço ▪ Pode gerar sinais de fadiga e dispnéia “Exs de MMSS são seguros e melhoram a função, portanto devem ser incluídos na RP” TREINAMENTO DE MMSS E CINTURA ESCAPULAR ▪ carga (50 a 85% de 1RM) (Simpson et al, 1992; Thorax 47:70-75). ▪ Contra ação da gravidade ▪ Cicloergômetro de braço ▪ Pesos ▪ Faixas resistência diferentes ▪ Uso de bastões ▪ FNP- padrões diagonais “Treinamento de MMSS com carga, ainda há poucos estudos sobre seu real benefício durante o programa de Reabilitação” ▪ Duração: 35 minutos ▪ 50% da carga máxima do teste incremental de MMSS ▪ Diagonais primitiva e funcional ▪ Cada série é repetida 2x, com duração de dois minutos de exercício por dois de repouso (alternar membro superior direito e esquerdo) ▪ Expirar durante o movimento TREINAMENTO DE MMSS E CINTURA ESCAPULAR Exs de fortalecimento de MMSS Bíceps braquial Trapézio médio Romboides Grande dorsal Trapézio médio e inferior Bíceps braquial TREINAMENTO DE MMSS E CINTURA ESCAPULAR ADAPTAÇÃO DO TREINAMENTO ▪ RESISTÊNCIA: repetições e intensidade CAPACIDADE OXIDATIVA Prepara o músculo para a carga * CAPACIDADE OXIDATIVA: enzimas oxidativas nº e tamanho mitocôndrias mioglobinas glicogênio Mudança do padrão de recrutamento neuromuscular Ex:3x15 repetições com repouso de 1 a 2 minutos ▪ FORÇA: repetições e intensidade HIPERTROFIA Ex:3x8 repetições com repouso menor TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO ▪ Carga linear pressórica e alinear ▪ TMR (30 a 70% da PImax) ▪ pacientes selecionados (Smith et al, 1992) TREINAMENTO DE FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR Pré-requisitos: 1- Ausência de doença músculo- esquelética atuais ou anteriores; 2- PA sistêmica normal ou controlada; 3- Ausência de arritmias complexas; 4- Ter completado pelo menos 6 semanas de RP; 5- Ter capacidade funcional mínima de 17 ml.Kg/min; 6- Ausência de assimetria de membros; Cuidados: 1- Orientar os movimentos respiratórios e evitar a manobra de Valsalva; 2- Cuidados com pacientes portadores de osteoartrose; 3- Atividades de baixo impacto. TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO Benefícios: ▪ dispnéia ▪ a força muscular respiratória ▪ a tolerância aos esforços Relaxamento Verificação das Variáveis Finais PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR ▪ Educação ▪ Técnicas de conservação de energia ▪ Medicação ▪ Educação na fase terminal ▪ Intervenção Psicosocial ( tempo tem grande influência) ESTRATÉGIAS DURANTE EXERCÍCIO E AS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA ▪ Controlar a respiração ▪ Eliminar atividades desnecessária ▪ Solicitar ajuda ▪ Organizar o tempo ▪ Andar devagar ▪ Organizar o espaço físico ▪ Postura ▪ Hábitos de conservação de energia
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