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resumo ecologia

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FASASETE Ecologia para Engenharia Ambiental – Resumos (Parte 1) 
 
Professor Ramon Lamar de Oliveira Junior - Faculdade Santo Agostinho de Sete Lagoas 1 
 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
 
 Ecologia (oikos = casa, logos = estudo): 
É o estudo das relações dos seres vivos 
entre si e com o meio ambiente. Cons-
tantemente vemos a palavra ecologia 
usada de maneira inadequada nos 
meios de comunicação. Isto acontece 
quando se usam frases do tipo "A 
ecologia está ameaçada" ou 
"Precisamos salvar a ecologia". 
 
 
 Níveis de organização em ecologia 
 
 População 

 Comunidade 

 Ecossistema 

 Biosfera 
 
 População: É um conjunto de seres vivos de uma mesma espécie 
que ocorrem juntos em uma mesma área geográfica durante um 
determinado período de tempo. 
 
 Comunidade (biocenose): É o conjunto de populações de espécies 
diferentes que ocorrem juntas em uma mesma área geográfica 
durante um determinado período de tempo. 
 
 Ecossistema (sistema ecológico): É representado pelas co-
munidades de uma mesma área (seres vivos, fatores bióticos) 
interagindo com os fatores ambientais como água, luz, solo, pH, 
temperatura, etc (biótopo ou fatores abióticos). 
 
 Ecossistemas vizinhos interagem criando áreas de transição 
denominadas ecótones. 
 Ecótone é a região de transição entre duas ou mais comunidades. 
Nestas áreas frequentemente ocorre maior riqueza e densidade 
populacional de algumas espécies (maior biodiversidade). Os 
ecótones estão relacionados com o conceito de efeito de borda. 
 
 
 Ecossistema A Ecótone Ecossistema B 
 
 Efeito de Borda: O efeito de borda sobre o ecossistema natural é 
caracterizado por mudanças abióticas (maior exposição a ventos, 
altas temperaturas e baixa umidade), biológicas diretas (mudanças 
na abundância e distribuição de espécies causadas diretamente por 
variações nas condições físicas das bordas) e biológicas indiretas 
(que envolvem mudanças nas interações ecológicas entre as 
espécies). 
 
 
 
 
A vegetação da borda de um fragmento florestal usualmente 
apresenta menor diversidade, menor porte, menor diâmetro médio 
das espécies arbóreas, maior espaçamento entre os indivíduos de 
maior diâmetro, além de se tornarem mais frequentes as espécies 
heliófitas. A produção de serapilheira, reflexo da produção de 
biomassa, também é menor na borda do que no interior dos 
fragmentos. 
Por vezes a borda é composta por uma vegetação mais densa, 
diminuindo a permeabilidade a alguns organismos. Isso pode 
acarretar na redução da dispersão de sementes. 
Vale salientar que a importância relativa dos efeitos de borda vai 
depender também da forma e do tamanho do fragmento. Considere, 
por exemplo, dois fragmentos com exatamente a mesma área, 
porém um deles com formato circular e outro com formato irregular 
(como uma “ameba”). O primeiro será menos afetado pelos efeitos 
de borda do que o segundo já que tem uma menor razão entre o seu 
perímetro e a sua área. 
 
 Biosfera: É o conjunto de todos os ecossistemas que existem no 
planeta. 
 
 Habitat: É considerado como o local onde o ser vivo é encontrado. 
Podemos ser bem genéricos ao descrever um habitat (os peixes têm 
habitat aquático) ou podemos ser mais específicos (tal espécie de 
peixe vive em água doce corrente, junto a cachoeiras, entre as 
pedras do fundo). 
 
 Nicho Ecológico: Refere-se às funções desempenhadas pelo ser 
vivo em seu habitat, ou seja, como ele vive, do que se alimenta, 
quando e como se reproduz, de quais organismos ele se alimenta ou 
a quais ele serve de alimento etc. 
 
 Produtores: São os organismos que, através de um dos processos 
autotróficos, são capazes de produzir o próprio alimento. Geralmente 
são representados pelas plantas verdes, mas devemos lembrar que 
algumas bactérias podem produzir carboidratos na ausência de luz 
visível (fotorredução e quimiossíntese). 
 
 Consumidores: São os organismos que se alimentam de outros 
seres para obter os nutrientes de que necessitam. Alguns 
consumidores só se alimentam de plantas (herbívoros), outros só 
se alimentam de animais (carnívoros) e ainda existem aqueles que 
se alimentam de plantas e animais (onívoros). 
 
 Decompositores (saprófitos ou sapróbios): São organismos 
heterotróficos que degradam a matéria orgânica contida em seres 
que já morreram e desta forma conseguem alimento, liberando para 
o ambiente substâncias inorgânicas como sais minerais, amônia e 
gás carbônico que podem ser utilizados direta ou indiretamente 
pelos produtores. Os decompositores mais importantes são os 
fungos e bactérias. Não devemos confundir os decompositores com 
alguns tipos de consumidores de carniça (como os urubus e as 
hienas). Estes são denominados saprófagos ou sapróvoros. 
 
 
(modificado de INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO AMBIENTE PARA 
ENGENHARIA, de Selma Maria de Araújo, UFPB) 
 
 
 
FASASETE Ecologia para Engenharia Ambiental – Resumos (Parte 1) 
 
Professor Ramon Lamar de Oliveira Junior - Faculdade Santo Agostinho de Sete Lagoas 2 
ECOSSISTEMAS: CONCEITO E ESTRUTURA 
 
“UM ECOSSISTEMA COMPLETO TEM QUE POSSUIR 
PRODUTORES, CONSUMIDORES E DECOMPOSITORES.” 
 
“ECOSSISTEMAS SÃO ÁREAS EXTENSAS, NATURAIS E 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES DAS ÁREAS VIZINHAS.” 
 
No estudo dos ecossistemas distinguem-se quatro características 
básicas: 
 
1) Continuidade: todos os ecossistemas do planeta estão 
interligados, formando a biosfera. 
2) Sistema aberto: sob o ponto de vista da termodinâmica, todos os 
ecossistemas são sistemas abertos, que se mantêm através do 
fluxo contínuo de energia solar. 
3) Homeostase: todo ecossistema é dotado de auto-regulação, o 
que o torna capaz de resistir às mudanças e lhe confere um 
estado de equilíbrio dinâmico. 
4) Sucessão ecológica: a maioria dos ecossistemas forma-se no 
curso de uma longa evolução, consequência do processo de 
adaptação entre as espécies e o meio ambiente. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLOS DE ECOSSISTEMAS 
 
A biosfera apresenta os seres vivos distribuídos em três porções ou 
biociclos: limnociclo, talassociclo e epinociclo. 
 
LIMNOCICLO: Compreende os ecossistemas de água doce (lagoas, 
rios, córregos...). O limnociclo é dividido em duas províncias: lótica (de 
águas correntes) e lêntica (de águas paradas). Estas duas províncias 
apresentam uma série de características próprias. Enquanto a 
província lótica tem água mais oxigenada (principalmente junto a 
cachoeiras), a facilidade de encontro espermatozoide-óvulo na 
fertilização externa dos peixes é menor. Na província lêntica ocorre 
exatamente o contrário. 
 
Os organismos aquáticos pertencem a quatro grupos de acordo com 
uma classificação ecológica: 
 
 Plâncton: é o conjunto de organismos que se deslocam 
passivamente na massa de água, sendo arrastados pelas correntes 
(apesar de alguns possuírem estruturas de locomoção). São algas 
(fitoplâncton), protozoários, microcrustáceos e pequenas larvas 
(zooplâncton). 
 Nécton: são os organismos que se locomovem ativamente na 
massa de água, possuindo estruturas locomotoras fortes. Peixes são 
exemplos nos ecossistemas dulcícolas. 
 
 Bênton: os organismos bentônicos são aqueles que vivem no fundo, 
fixos ou locomovendo-se sobre o sedimento ou, até mesmo, em seu 
interior. São os caramujos, vermes, sangue-suga, plantas 
enraizadas... 
 Nêuston:formado pelos organismos flutuantes (aguapés) e 
gerrídeos. 
 
Aguapé. Gerrídeo. 
 
TALASSOCICLO: Compreende os mares e oceanos, onde a 
salinidade gira em torno de 3,5%. Possui também seu plâncton, nécton 
(com baleias e golfinhos), bênton (com equinodermas e corais) e 
nêuston (com organismos como a caravela). 
 
Por apresentar, em geral, maior profundidade do que o limnociclo, o 
que implica em condições de luminosidade diferente, pode ser 
classificado em: 
 
 Zona eufótica: de 0 a 100 metros de profundidade. Por apresentar 
mais luz trata-se de uma região de fotossíntese é intensa. 
Abundância de algas macro e microscópicas (especialmente 
diatomáceas e dinoflagelados). 
 
 Zona disfótica: de 100 a 200 metros. Flora pouco desenvolvida com 
predomínio de animais carnívoros. 
 
 Zona afótica: abaixo de 200 metros. Zona absolutamente escura 
onde os únicos produtores possíveis são as bactérias 
quimiossintéticas. Existem muitos decompositores e uma fauna 
carnívora que se alimenta dos restos que afundam das regiões 
superiores. É comum, em grandes profundidades, a existência de 
órgãos bioluminescentes em peixes que possuem boca muito 
grande em relação ao tamanho do corpo. 
 
 
A classificação também pode ser feita usando critérios de 
profundidade e relevo oceânico, conforme o desenho seguinte: 
 
Plataforma
Continental
Nerítica Pelágica
Batial
Abissal
Hadal
200 m
2000 m
6000 m
0 m
 
 
EPINOCICLO: O epinociclo corresponde a 28% da área do globo 
terrestre. Por apresentar uma grande variação climática e uma grande 
quantidade de barreiras geográficas ele possui uma grande 
biodiversidade. 
 
O ambiente terrestre pode ser dividido em regiões que, através do 
processo lento e gradual de sucessão ecológica atingiram diferentes 
estados de clímax. Os ecossistemas resultantes destes processos são 
denominados biomas, cada qual com seu clima e comunidade biótica 
característica. 
 
Latitude e altitude são fatores importantes que determinam os tipos de 
biomas possíveis. O desenho abaixo indica os principais biomas e 
suas distribuições levando em conta latitude e altitude. 
 
 
altitude
latitude
a
b
c
d
 
a - tundra b - 
taiga 
c - floresta temperada d - floresta tropical 
 
Outros fatores importantes devem ser considerados, dentre eles o 
mais importante é o tipo de solo existente em cada região (pH, 
umidade, matéria orgânica, disponibilidade de nutrientes...). 
 
 
 
 
 
 
FASASETE Ecologia para Engenharia Ambiental – Resumos (Parte 1) 
 
Professor Ramon Lamar de Oliveira Junior - Faculdade Santo Agostinho de Sete Lagoas 3 
GRANDES ECOSSISTEMAS BRASILEIROS 
 
1
2
3
4
5
6
7
8
9
 
 
1 - Floresta Amazônica 
 - 40% da superfície do Brasil 
 - Temperatura média entre 25 e 26oC. 
 - Elevada pluviosidade, em torno de 3000 mm anuais. 
 - Solo pouco profundo possuindo alta fertilidade devido ao húmus 
formado pela decomposição das folhas 
 
2 - Cerrado 
 - 25% da superfície do Brasil 
 - Estação seca (inverno) e chuvosa (verão) pronunciadas. Média 
pluviométrica em torno de 1500 mm anuais. 
 
 
 
 - Solo profundo (até 20 m) contendo um lençol freático, ácido, rico 
em sais de alumínio e deficiente em alguns nutrientes. 
 - Vegetação formada por árvores baixas e espaçadas, de tronco 
tortuoso, casca grossa, raízes profundas e folhas coriáceas, 
arbustos com raízes armazenadoras e folhas grandes e duras, 
além de uma abundante vegetação herbácea (capim). 
 
3 - Caatinga 
 - 11% da superfície do Brasil 
 - Clima com estação seca pronunciada, chuvas irregulares no 
inverno. Temperatura média em 27 a 29 oC. Pluviosidade em 
torno de 600 a 800 mm anuais. 
 - Plantas com adaptações à falta de água (perda de folhas na 
estação seca, raízes profundas, controle estomático rápido, 
armazenamento de água na planta). 
 
 
4 - Mata Atlântica 
 - Altamente devastada: restam apenas 5% da área primitiva. 
 - Clima quente e úmido. Temperatura média em torno de 24 a 26 
oC. Mas pode ocorrer grandes variações no inverno. 
Pluviosidade em torno de 2500 a 3000 mm anuais. 
 - Vegetação menos exuberante que a da floresta amazônica. 
 - Vegetação mais densa, acompanhando o relevo acidentado. 
 
5 - Pantanal 
 - Vegetação complexa apresentando representantes de várias 
regiões. 
 - Temperatura média de 25 oC. 
 - Estação chuvosa pronunciada levando a enchente dos rios. 
Médias anuais entre 1000 e 1500 mm. Estação seca (de junho a 
setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de janeiro 
a março) e vazante (de abril a maio). 
 - Grande biodiversidade animal. Local de reprodução de muitas 
espécies de aves. Formação de lagoas marginais favorece a 
reprodução e biodiversidade de peixes. 
 
 
6 - Mata de Araucária 
 - Clima temperado com inverno bastante frio. 
 - Precipitações regulares. 
 - Devastada pela extração de madeira. 
 
7 - Campos limpos (pampas) 
 - Clima subtropical com verão quente e inverno muito frio. 
 Temperatura média de 18 oC (mas sobe muito no verão, indo 
acima de 30 oC). 
 - Precipitações regulares, não se observando secas, em torno de 
1200 mm anuais 
 - Vegetação rasteira. 
 
8 - Vegetação litorânea 
 - Acompanha as praias de norte a sul do Brasil. 
 - Dunas 
 - Mangue: Formação vegetal composta de arbustos e espécies 
arbóreas que ocorre principalmente junto a foz dos rios. 
Predominam troncos finos e raízes aéreas adaptadas à 
salinidade e a solos pouco oxigenados. Rico em matéria 
orgânica, tem papel importante na reprodução e abrigo de 
espécies da fauna marinha. 
 - Restinga: Vegetação própria de terrenos salinos, formada por 
ervas, arbustos e árvores. Predomina no litoral da Bahia ao Rio 
de Janeiro e no do Rio Grande do Sul. 
 
9 - Zona dos cocais 
 - Em sua porção oeste (mais úmida) é frequente o babaçu, 
palmeira que atinge de 15 a 20 metros de altura e de cujo coco 
extrai-se o óleo, muito utilizado pelas indústrias alimentícia e de 
cosméticos. 
 - A leste (mais seco) predomina a carnaúba, palmeira que pode 
atingir até 20 metros de altura e de cujas folhas é extraída a 
cera. 
 
NOÇÕES DE BIOGEOGRAFIA 
 
O isolamento de regiões (isolamento 
geográfico) tem papel muito 
importante na biogeografia. Aqui se 
enquadram as explicações sobre 
diversidade de fauna/flora em 
determinadas regiões do planeta 
devido a existência de barreiras 
geográficas intransponíveis. Essas 
barreiras estão relacionadas com a 
deriva continental (a cordilheira do 
Himalaia e o isolamento da Austrália 
são dois exemplos importantes). 
 
 
Neártica
Neotropical
Etiópica
Paleártica
Oriental
Australiana
 
 
Exemplos de organismos de cada região: 
 
Neártica: caribu, urso, lobo, alce, lince, bisão, coiote, veado, 
marmota... 
Neotropical: macacos, capivara, tamanduá, jaguatirica, vicunha, 
ema... 
Etiópica: girafa, leão, leopardo, zebra, hiena, gorila, elefante 
africano, avestruz, rinoceronte... 
Paleártica: rena, raposa ártica, urso polar, veado, dromedário, urso, 
rato-do-deserto... 
Oriental: elefante asiático, tigre, gibão... 
Australiana: ornitorrinco, équidna, canguru, coala...

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