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Ecologia, Recursos Naturais e Energéticos

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÍTULO DA DISCIPLINA: ECOLOGIA, 
RECURSOS NATURAIS E ENERGÉTICOS 
EDIÇÃO Nº 1 – 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
JEFERSON SANTOS SANTANA 
 
2 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
Nesta obra apresentaremos os aspectos mais usuais referentes à ecologia, 
recursos naturais e energéticos, envolvendo a compreensão dos principais 
parâmetros, conceitos, concepções, funcionamentos, classificação e 
funcionalidades utilizadas nos mesmos. O livro é dividido em oito Capítulos, os 
quais estão distribuídos em quatro Unidades. Na Unidade 01 há uma introdução 
sobre os principais aspectos envolvendo a Ecologia, como seus tipos de 
componentes, perfil de distribuição, perfil de Unidades de Conservação (UC) e 
desenvolvimento sustentável. A Unidade 02 apresentará os principais biomas e 
ecossistemas encontrados no planeta, tanto à nível terrestre como aquático. Na 
Unidade 03 há uma abordagem prévia sobre os recursos naturais, suas 
concepções e relações com o crescimento econômico, suas classificações e 
tipos. Na última unidade (Unidade 04) há uma finalização do assunto, 
mencionando os principais recursos energéticos, tanto de caráter renovável como 
não renovável. Para melhor localização no estudo, os capítulos do livro são 
apresentados de forma sequencial. 
 
 
 
3 
 
 
4 
 
Sumário 
UNIDADE 01 - ECOLOGIA ................................................................................................... 5 
CAPÍTULO 01 – CONCEITOS PRÉVIOS ......................................................................... 6 
CAPÍTULO 02 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL ...... 16 
QUESTÕES ..................................................................................................................... 25 
UNIDADE 02 - BIOMAS E ECOSSISTEMAS ..................................................................... 28 
3. CAPÍTULO 03 – BIOMAS......................................................................................... 29 
4. CAPÍTULO 04 - ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS .................................................... 48 
QUESTÕES ..................................................................................................................... 59 
UNIDADE 03 - RECURSOS NATURAIS ............................................................................ 62 
5. CAPÍTULO 05 – RECURSOS NATURAIS .............................................................. 63 
6. CAPÍTULO 06 – RECURSOS NATURAIS MINERAIS, HÍDRICOS E BIOLÓGICOS
 68 
QUESTÕES ..................................................................................................................... 80 
UNIDADE 04 - RECURSOS ENERGÉTICOS .................................................................... 83 
7. CAPÍTULO 07 – RECURSOS ENERGÉTICOS NÃO RENOVÁVEIS .................... 84 
8. CAPÍTULO 08 – RECURSOS ENERGÉTICOS RENOVÁVEIS ............................. 95 
QUESTÕES ................................................................................................................... 108 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
UNIDADE 01 
 
 
ECOLOGIA 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
Seja bem-vindo(a)! 
Nesta primeira unidade verificaremos os principais aspectos e 
conceitos fundamentais da Ecologia. 
 
Conteúdos da Unidade 
A unidade contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 01 e 02). No capítulo 01 
verificaremos os principais conceitos envolvendo a Ecologia, os seus perfis de 
distribuição no globo, seus componentes bióticos e abióticos. No capítulo 02 
verificaremos a concepção e caracterização das Unidades de Conservação, suas 
categorias, além dos princípios envolvendo capital natural e serviços 
ecossistêmicos para estabelecimento do processo ecológico com o 
desenvolvimento sustentável. 
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os assuntos, 
à medida que for estudando. 
 
6 
 
CAPÍTULO 01 – CONCEITOS PRÉVIOS 
 
A palavra ecologia deriva da palavra grega oikos, que significa "casa" ou "lugar 
onde se vive". Em sentido literal, a ecologia é o estudo dos organismos "em sua 
casa". Ela é definida usualmente como o estudo das relações dos organismos ou 
grupos de organismos com o seu ambiente, ou a ciência das inter-relações que 
ligam os organismos vivos ao seu ambiente. Dentre os aspectos considerados 
pela ecologia, segue abaixo alguns conceitos prévios importantes: 
 ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, 
funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, 
originando descendentes férteis. Exemplo: Homo sapiens. 
 POPULAÇÃO - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem 
numa mesma área em um determinado período. Exemplo: população de 
ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias 
causando amigdalite por 10 dias; 10 mil pessoas vivendo em uma cidade 
em 1996 etc. 
 COMUNIDADE OU BIOCENOSE - é o conjunto de populações de diversas 
espécies que habitam uma mesma região num determinado período. 
Exemplo: seres de uma floresta, de um rio, de um lago, de um brejo, dos 
campos, dos oceanos etc. 
 ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo 
meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos, 
como solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes 
bióticos - seres vivos) que se relaciona com o meio. 
 HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, 
isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta 
pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas 
africanas etc. 
 BIÓTOPO - área física na qual determinada comunidade vive. Exemplo: O 
habitat das piranhas é a água doce, como a do rio Amazonas ou dos rios 
do complexo do Pantanal; o biótopo rio Amazonas é o local onde vivem 
todas as populações de organismos vivos desse rio, dentre elas a de 
piranhas. 
7 
 
 NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha, isto é, a 
"PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de 
quem se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz etc. 
Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto 
hematófago (se alimenta de sangue); o leão atua como predador, 
devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes. 
 ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois 
ecossistemas. Na área de transição (ecótono) vamos encontrar grande 
número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos 
ecológicos. 
 BIOSFERA - toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa 
denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, 
mares e oceanos e parte da atmosfera. A vida é só possível nessa faixa, 
porque aí se encontram os gases necessários para as espécies terrestres 
e aquáticas: oxigênio e nitrogênio. 
 
1.1. INTRODUÇÃO À ECOLOGIA 
Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A 
ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de 
ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, 
e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. 
Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos 
(bióticos), através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de 
energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-
relações estruturadas entre solo, água e nutrientes de um lado, e entre 
produtores, consumidores e decompositores de outro. 
Os componentes bióticos podem ser agrupados em três categorias 
funcionais: produtores, consumidores e decompositores. Os produtores são 
todos os organismos autótrofos, principalmente plantas verdes que 
realizam fotossíntese, e outros, em menor quantidade, que realizam 
quimiossíntese. Os consumidores dos ecossistemassão os heterótrofos, 
principalmente animais, que se alimentam de outros seres vivos. Podem 
ser subdivididos em: (a) consumidor primário (herbívoro), que utiliza 
diretamente o vegetal - veado, gafanhoto, coelho e muitos peixes; (b) 
8 
 
consumidor secundário (carnívoro), que obtém seu alimento de 
consumidores primários - leão, cachorro, cobra e espécies carnívoras de 
peixes; e (c) consumidor misto (onívoro), que não faz discriminação 
pronunciada em sua preferência alimentar entre produtores e outros 
consumidores - esta categoria inclui o homem, o urso e alguns peixes. Os 
decompositores também são heterótrofos - bactérias e fungos sapróvoros - 
porém se alimentam de materiais residuais (excreções, cadáveres etc.), 
transformando-os em substâncias inorgânicas simples utilizáveis pelos 
produtores. Não fosse o trabalho dos decompositores, o nosso planeta 
seria um amontoado de “lixo”. 
Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia 
e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações 
energéticas chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma 
comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por 
menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que 
cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser 
complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, 
formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre 
plantas, herbívoros e carnívoros. Os ecossistemas tendem à maturidade, 
ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para 
um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. A 
Figura 01 apresenta um exemplo de sucessão ecológica autogênica. 
(COLOCAR A FIGURA 01 AQUI) 
 
Figura 01 – Exemplo de sucessão ecológica autogênica. (Fonte: 
<www.bemexplicado.pt>. Acesso em 11 de janeiro de 2018) 
 
Sempre que um ecossistema é utilizado e que a exploração se mantém, 
sua maturidade é adiada. A principal unidade funcional de um ecossistema 
é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional1, relacionado a seu 
 
1
 A expressão nicho funcional ou nicho ecológico normalmente é util izada para denominar a maneira como 
um determinado ser vivo vive, ou seja, seu papel em determinado ecossistema. Entretanto, além desse 
conceito, conhecido como nicho funcional, existem outras definições de nicho. Na década de 1950, foi 
proposto por Everlyn Hutchinson o conceito de nicho ecológico multidimensional. O nicho proposto por 
Hutchinson poderia ser visualizado como um “hipervolume” dentro do qual existiam diversos eixos que 
9 
 
papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente 
quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são 
limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo 
ecossistema, seus números precisam estabilizar-se. Caso isso não ocorra, 
devem declinar em consequência de doença, fome, competição, baixa 
reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e 
flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a 
população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o 
presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. 
Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, 
a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações. 
Em Ecologia, uma população pode ser definida como um grupo de 
indivíduos da mesma espécie que ocupam uma determinada área em um 
determinado momento do tempo e que apresentam alta probabilidade de 
cruzamentos entre si, em comparação com a probabilidade de 
cruzamentos com indivíduos de outra população. Como exemplos, 
podemos citar a população de borboletas do Parque Nacional de Itatiaia no 
Rio de Janeiro, a população de araucárias do Parque Estadual de São 
Joaquim em Santa Catarina ou mesmo a população humana da América 
Latina. 
Apesar de conceitualmente simples, uma população pode apresentar 
uma heterogeneidade interna. Nos organismos com reprodução sexuada, 
por exemplo, a população pode ainda ser subdividida em grupos com 
maiores chances de cruzamento entre si. Esses grupos são chamados de 
demes, que é a menor unidade coletiva de uma população de plantas ou 
animais. Como os indivíduos de uma deme têm maiores chances de se 
encontrarem e reproduzirem, podem ser chamados de uma população 
genética. Populações, assim definidas, podem ser separadas de outras 
 
representavam as diferentes variáveis ambientais, tanto físicas quanto biológicas. O nicho seria então as 
diferentes combinações dessas variáveis, que permitiriam a sobrevivência de uma dada espécie e l imitariam 
sua abundância e distribuição. Esse nicho multidimensional pode ser classificado em duas subcategorias: o 
nicho fundamental e o nicho efetivo. Denominamos de nicho fundamental aquel e que engloba todas as 
condições e recursos que permitem uma determinada espécie existir e reproduzir -se. No nicho 
fundamental, é excluída a existência de qualquer inimigo natural e a competição interespecífica. O nicho 
efetivo, também denominado de realizado, por sua vez, descreve um intervalo mais l imitado, levando 
também em consideração a presença de competidores e predadores. Podemos dizer ainda que o nicho 
efetivo é a faixa ambiental onde realmente se encontra uma determinada espécie. 
10 
 
populações pela distância, por exemplo, ou, como seria melhor dizer, 
apresentam algum grau de isolamento espacial. Em razão dessas 
particularidades, há grande dificuldade em determinar os limites de uma 
população, tanto no espaço como no tempo. Aliás, esses limites são muitas 
vezes vagos, e não é incomum nos perguntarmos onde começa e onde 
termina uma população. Muitas vezes temos de considerar certo 
julgamento arbitrário do pesquisador. 
A melhor maneira de delimitar a ecologia moderna talvez seja 
considerá-la em termos do conceito dos níveis de organização, 
visualizados como uma espécie de "espectro biológico". Os termos 
comunidade, população, organismo, órgão, célula e gene são largamente 
utilizados para vários níveis bióticos principais apresentados num arranjo 
hierárquico, de grande a pequeno, conforme apresentado na Figura 02. 
(COLOCAR A FIGURA 02 AQUI) 
 
Figura 02 – Nível hierárquico de organização ecológica; sete processos ou 
funções transcendentes estão representados como componentes verticais de 11 
níveis integrativos de organização. (Fonte: BARRET, 2007). 
 
O meio natural não se organiza aleatoriamente, já que os fatores 
abióticos afetam e são afetados pela biocenose. Ainda que se deva 
resguardar as complexidades, variações e características ímpares de cada 
ecossistema, determinadas leis lhes são comuns, que buscam manter-se 
sempre em equilíbrio. Os ecossistemas, dadas suas conformações, não 
são estáticos e apresentam, portanto, um equilíbrio dinâmico, o qual é 
alcançado pela atuação de mecanismos ou sistemas de controle baseados 
na homeostase e homeorrese. 
 Homeostase – capacidade do sistema se manter em equilíbrio. 
 Homeorrese – toda vez que há uma ação imprópria (desgaste, 
ou ação entrópica) do sistema, ele tende a se equilibrar. 
 
A sequência de relações tróficas pelas quais a energia passa através do 
ecossistema é chamada de cadeia alimentar. Uma cadeia alimentar possui 
muitos elos – plantas, herbívoros e carnívoros, por exemplo – aos quais 
11 
 
foram posteriormente denominados níveis tróficos. Além disso, Lindeman2 
visualizou uma pirâmide de energia nos ecossistemas, com menos energia 
alcançando sucessivamente cada nível trófico superior. Ele argumentava 
que energia é perdida em cada nível por causado trabalho realizado pelos 
organismos naquele nível e pela ineficiência das transformações 
biológicas. 
Alfred J. Lotka (1880 – 1949) foi o primeiro a considerar as populações 
e comunidades como sistemas transformadores de energia. Ele sugeriu 
que cada sistema pode ser descrito a princípio por um conjunto de 
equações que representam trocas de matéria e energia entre seus 
componentes. Essas trocas incluem a assimilação de dióxido de carbono 
em compostos orgânicos pelas plantas, o consumo de plantas pelos 
herbívoros e o consumo dos animais pelos carnívoros. Ele acreditava que o 
tamanho de um sistema e as taxas de transformações de energia e matéria 
dentro dele obedeciam a certos princípios termodinâmicos que governam 
todas as transformações de energia. Assim como máquinas pesadas e 
máquinas rápidas exigem mais combustível para operar do que as mais 
leves e mais lentas, e máquinas ineficientes exigem mais combustível do 
que as eficientes, as transformações de energia dos ecossistemas crescem 
na proporção direta do seu tamanho, da sua produtividade e da sua 
ineficiência. 
Nos sistemas ecológicos, ocorrem entradas e saídas (fluxos) de energia 
– representada pela luz solar, com fluxo unidirecional, ou seja, não é 
reciclada – e de matérias. A matéria nada mais é do que a biomassa 
presente em todos os níveis tróficos, que é continuamente reciclada. Esses 
fluxos fazem com que ocorram processos de produção no ambiente, a 
produtividade. Essa produtividade é classificada em Produtividade Primária 
Bruta (PPB), Produtividade Primária Líquida (PPL) e Produtividade 
Secundária Líquida (PSL). 
A produtividade primária bruta corresponde ao quanto de matéria 
orgânica é sintetizada pelos seres produtores em determinada região em 
 
2
 O conceito de ecossistema como um sistema transformador de energia foi trazido à atenção de muitos 
ecólogos em 1942 por Raymond Lindeman, o qual abordou uma relação dos conceitos de Ecologia adotados 
na época (conceitos de Tansley e Elton), incluindo-se nutrientes inorgânicos na base como as mais úteis 
expressões da estrutura do ecossistema. 
12 
 
certo período. Quanto maior a taxa de fotossíntese, maior será a 
produtividade primária bruta. A luz, o gás carbônico, a água, a temperatura 
e os sais minerais são alguns fatores que interferem na fotossíntese. Parte 
da energia luminosa armazenada na matéria orgânica das plantas é 
consumida na respiração celular aeróbica. A energia contida na biomassa 
dos organismos autotróficos, medida durante um determinado intervalo de 
tempo, corresponde à produtividade primária líquida. Essa energia será 
disponibilizada aos heterótrofos para o nível trófico seguinte. Assim, 
teremos a Equação 01, onde R corresponde à respiração celular: 
 
 
 
A produtividade secundária líquida refere-se ao total de biomassa 
armazenada no corpo de um herbívoro em determinado intervalo de tempo, 
correspondendo à energia que ele conseguiu absorver dos alimentos que 
ingeriu – já contabilizadas as taxas de gasto de energia de seu 
metabolismo. 
 
1.2. DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DOS ORGANISMOS VIVOS 
A biodiversidade pode ser definida como a variabilidade entre os 
organismos vivos de todas as fontes, incluindo, entre outros, ecossistemas 
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos 
ecológicos dos quais fazem parte. Inclui a diversidade dentro das espécies, 
entre as espécies e entre os ecossistemas. No mundo, existem 
aproximadamente 750.000 espécies de insetos, 41.000 de vertebrados e 
250.000 de plantas (vasculares e briófitas) descritas. Em sua maioria, os 
pesquisadores são unânimes em dizer que este quadro é muito incompleto, 
com exceção de alguns grupos bem estudados, como os dos vertebrados e 
plantas com flores (fanerógamas) de regiões temperadas. 
O Brasil possui o maior número de espécies conhecidas de mamíferos, 
peixes dulcícolas e plantas superiores, sendo também o segundo maior em 
riqueza de anfíbios, terceiro em aves e quinto em répteis. Quanto à sua 
diversidade de espécies endêmicas (que existem exclusivamente no 
território brasileiro), em todos os grupos citados, o país está entre os cinco 
13 
 
primeiros e, no conjunto desses grupos, o Brasil ocupa mundialmente a 
segunda posição Essas estimativas não incluem, no entanto, os 
invertebrados, que representam a grande massa das espécies biológicas 
vivas, e sobre as quais ainda é muito difícil apresentar uma avaliação. Para 
muitos grupos de invertebrados e, mais ainda, para os microrganismos, a 
informação é demasiadamente incompleta. O Quadro 01 apresenta um 
comparativo entre o número de espécies descritas no Brasil e no mundo. 
 
Quadro 01 – Número de espécies descritas no Brasil e no mundo. 
(Fonte: ANDREOLI, 2014) 
REINO/FILO OU SUBDIVISÃO BRASIL MUNDO 
VÍRUS 310 – 410 3.600 
MONERA (Bactérias e algas 
verde-azuladas) 
800 – 900 4.300 
FUNGOS 13.090 – 14.510 70.600 – 72.000 
PROTISTAS 7.650 – 10.320 76.100 – 81.300 
Protozoários 3.600 – 4.140 36.000 
Algas 4.180 – 5.770 37.700 – 42.900 
PLANTAS 43.020 – 49.520 263.800 – 279.400 
Musgos (Briófitas) 1.800 – 3.100 14.000 – 16.600 
Samambaias (Pteridófitas) 1.200 – 1.400 9.000 – 12.000 
Coníferas – pinheiros 
(Gimnospermas) 
15 806 
Plantas de flor com ovário 
(Angiospermas) 
40.000 – 45.000 240.000 – 250.000 
ANIMAIS 103.780 – 136.990 1.279.00 – 13.359.400 
Invertebrados 96.600 – 129.840 1.218.500 – 1.298.600 
Esponjas (Poríferos) 300 – 400 6.000 – 7.000 
Corais e águas-vivas 
(Cnidários) 
470 7.000 – 11.000 
Vermes achatados 
(Platelmintos) 
1.040 – 2.300 12.200 
Vermes redondos 
(Nematódeos) 
1.280 – 2.880 15.000 – 25.000 
14 
 
Minhocas e poliquetas 
(Anelídeos) 
1.000 – 1.100 12.000 – 15.000 
Moluscos 2.400 – 3.000 70.000 – 100.000 
Estrelas-do-mar, ouriços 
(Equinodermas) 
329 6.000 – 7.000 
Artrópodes 88.790 – 118.290 1.077.200 – 1.097.400 
Insetos 80.750 – 109.250 950.000 
Centopéias e gongolos 
(Miriápodes) 
400 – 500 11.000 – 15.100 
Aranhas e ácaros (Aracnídeos) 5.600 – 6.500 80.000 – 93.000 
Crustáceos 2.040 36.200 – 39.300 
Cordados (Vertebrados e 
outros) 
7.120 – 7.150 60.800 
Tubarões e raias (Condrictes) 155 960 
Peixes (Com osso – osteícte) 3.261 27.400 
Anfíbios 687 5.504 
Répteis 633 8.163 
Aves 1.696 9.900 
Mamíferos 541 5.023 
TOTAL 168.640 – 212.650 1.697.600 – 1.798.500 
 
Várias informações básicas são usadas para descrever toda e qualquer 
população. Os parâmetros (atributos) mais comuns são: o tamanho da 
população (N) (que representa o número de indivíduos), sua densidade 
(absoluta e relativa), frequência, cobertura e biomassa. O uso ou análise 
desses parâmetros permite a determinação de outras informações, como 
distribuição espacial das populações e estrutura etária e de tamanho, caso 
informações biológicas sejam registradas juntamente com a presença dos 
indivíduos durante a realização do inventário. 
A análise e ou caracterização de uma comunidade (conjunto de 
populações) requer as seguintes informações básicas, definidas como 
atributos: 
i. O número de espécies, definido como Riqueza de Espécies (S); 
15 
 
ii. Composição de espécies, representada pela lista das espécies 
encontradas na comunidade; 
iii. Os parâmetros relativos ao tamanho: tanto da comunidade (N – 
número total de indivíduos) e de cada espécie em relação ao total 
(abundância relativa – ni/N); 
iv. Equabilidade, que representa a uniformidade entre as abundâncias 
relativas de cada espécie; 
v. Diversidade, que é um componente que integra a riqueza e a 
distribuição das abundâncias relativas de cada espécie 
(equabilidade). 
 
A principal estratégia para a conservação da biodiversidade, em todos 
os biomas, é o estabelecimento de unidades de conservação (UCs), visto 
que estas protegem não apenas a diversidade de espécies e seus genes,mas também os ecossistemas e seus serviços ambientais. 
 
16 
 
CAPÍTULO 02 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL 
2. INTRODUÇÃO 
As UCs são definidas pela Lei no 9.985/2000, que instituiu o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), como 
espaços territoriais e seus recursos ambientais com características naturais 
relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivo de 
conservação e de limites definidos, sob regime especial de administração, 
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
Segundo a Lei nº 9.985/2000 (SNUC), as unidades de conservação 
dividem-se em dois grupos com particularidades distintas, são eles: 
unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável nos termos do 
artigo 7º. As unidades de proteção integral têm por objetivo básico a 
conservação e preservação da natureza, restringindo, desse modo, o uso 
de seus recursos de forma indireta, ou seja, uso que não envolve o 
consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais existentes, com 
exceção apenas para casos previstos no §2°, art. 7° da referida Lei 
(BRASIL, 2000). 
Em equivalência, as unidades de uso sustentável possuem por 
finalidade harmonizar a conservação da natureza com o uso sustentável de 
parte dos recursos naturais existentes, conforme previsão do §2°, art. 7° da 
referida Lei. 
As UCs de uso sustentável categorizam-se por: 
 Área de Proteção Ambiental: área em geral extensa, com certo 
grau de ocupação humana, dotada de atributos naturais, 
estéticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o 
bem-estar das populações. 
 Área de Relevante Interesse Ecológico: área de pequena 
extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana e com 
características naturais singulares, cujo objetivo é manter 
ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular 
o uso admissível dessas áreas. Permite a existência de 
propriedades privadas em seu interior. 
17 
 
 Floresta: área com cobertura florestal onde predominam 
espécies nativas, cujo principal objetivo é o uso sustentável e 
diversificado dos recursos florestais e a pesquisa científica. 
 Reserva Extrativista: área natural com o objetivo principal de 
proteger os meios, a vida e a cultura de populações tradicionais, 
cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, ao mesmo tempo, 
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais existentes. 
 Reserva de Fauna: área com populações animais de espécies 
nativas, terrestres ou aquáticas, onde são incentivados estudos 
técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável dos 
recursos faunísticos. 
 Reserva de Desenvolvimento Sustentável: área natural onde 
vivem populações tradicionais que se baseiam em sistemas 
sustentáveis de exploração dos recursos naturais. 
 Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada criada 
para proteger a biodiversidade a partir de iniciativa do 
proprietário. 
 
Já as UCs de proteção integral podem ser categorizadas como: 
 Estação Ecológica: área destinada à preservação da natureza e 
à realização de pesquisas científicas. 
 Reserva Biológica: área destinada à preservação da 
diversidade biológica, onde podem ser efetuadas medidas de 
recuperação de ecossistemas alterados e de preservação e 
recuperação do equilíbrio natural, da diversidade biológica e dos 
processos ecológicos naturais. 
 Parque: área destinada à proteção dos ecossistemas naturais de 
grande relevância ecológica e beleza cênica, onde podem ser 
realizadas atividades de recreação, educação e interpretação 
ambiental, e serem desenvolvidas pesquisas científicas. 
 Monumento Natural: área que tem como objetivo básico a 
preservação de lugares singulares, raros e de grande beleza 
cênica. Permite a existência de propriedades privadas em seu 
interior. 
18 
 
 Refúgio de Vida Silvestre: ambiente natural onde se asseguram 
condições para a existência ou reprodução de espécies ou 
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. 
Permite a existência de propriedades privadas em seu interior. 
 
No Brasil, existe o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
(SNCN), constituído de Unidades Federais de Conservação, de uso direto 
e indireto (Quadro 02), totalizando menos de 4% do território nacional, 
classificando o país em 9º lugar dentre os treze países da América Latina. 
 
Quadro 02 - Unidades Federais de Conservação, de uso direto e 
indireto (Fonte: ARAUJO, 1997) 
Unidades de Conservação Quantidade Extensão (km2) 
Parques Nacionais 35 97.421 
Reservas Biológicas 23 30.444 
Estações Ecológicas 41 126.040 
Reservas Ecológicas 05 6.530 
Áreas de relevante interesse ecológico 10 230 
Florestas Nacionais 21 21.590 
Reservas Extrativistas 09 22.007 
Áreas de Proteção Ambiental 21 17.147 
Total 165 321.409 
 
Com o avanço tecnológico e o crescimento populacional, os seres 
humanos cada vez mais têm descuidado da questão ambiental, e com isso 
o desmatamento, as lavouras e as represas estão contribuindo com o 
declínio das espécies, que por sua vez perderam os seus habitats por 
destruição definitiva ou por mudanças em suas propriedades físicas. 
Existem múltiplas indicações de contínuo declínio da biodiversidade em 
todos os três dos seus principais componentes (genes, espécies e 
ecossistemas), incluindo: 
 Espécies que foram avaliadas como em risco de extinção estão, em 
média, aproximando-se da extinção. Anfíbios enfrentam o maior 
risco e espécies de corais estão se deteriorando mais rapidamente 
19 
 
no seu estado de conservação. Quase um quarto das espécies de 
plantas são consideradas ameaçadas de extinção. 
 A abundância de espécies de vertebrados, com base nas 
populações avaliadas, caiu quase um terço, em média, entre 1970 e 
2006, e continua em queda no mundo todo, com declínios 
especialmente graves nas regiões tropicais e entre as espécies de 
água doce. 
 Habitats naturais em muitas partes do mundo continuam a diminuir 
em extensão e integridade, embora tenha havido um progresso 
significativo em retardar a taxa de perda de florestas tropicais e 
manguezais em algumas regiões. Zonas úmidas de água doce, 
habitats de gelo marinho, pântanos salgados, recifes de coral, 
bancos de algas marinhas e bancos recifais de moluscos estão 
todos apresentando graves declínios. 
 A extensa fragmentação e degradação de florestas, rios e outros 
ecossistemas também levaram à perda da biodiversidade e de 
serviços ecossistêmicos. 
 A diversidade genética da agricultura e da pecuária continua a 
decrescer em sistemas manejados. 
 As cinco principais pressões que conduzem diretamente à perda de 
biodiversidade (mudança de habitat, sobre-exploração, poluição, 
espécies exóticas invasoras e as mudanças climáticas) mantêm-se 
constantes ou estão se intensificando. 
Existem várias teorias que pretendem determinar os fatores que afetam 
a diversidade, podendo ser divididas em dois grandes grupos. Por um lado, 
as teorias de equilíbrio consideram que os ecossistemas tendem a alcançar 
um nível máximo de diversidade na ausência de perturbações devido ao 
equilíbrio competitivo entre as espécies. Por outro lado, as teorias do 
desequilíbrio ou equilíbrio dinâmico propõem que é a exclusão competitiva 
e as estratégias para evitá-la que são os maiores responsáveis pela 
diversidade num ecossistema. A máxima diversidade é obtida evitando-se 
a exclusão competitiva mediante três processos básicos: 
20 
 
 Redução das populações de espécies dominantes (devido a 
perturbações); 
 Crescimento lento das espécies e, portanto, um processo lento 
até chegar ao equilíbrio competitivo (ecossistemas pouco 
produtivos); 
 Mudanças das condições nas quais se produz a exclusão 
competitiva (por exemplo, secas recorrentes). 
Assim, o modelo propõe que a diversidade é o resultado da relação 
entre a produtividade do ecossistema e a intensidade e frequência dasperturbações (por exemplo, pastoreio). 
 
2.1. CAPITAL NATURAL E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS 
O capital natural constitui-se de nosso ambiente natural, ou seja, é o 
estoque de recursos naturais ou ativos ambientais existentes (por exemplo, 
florestas e terras agriculturáveis), que produzem um fluxo de bens e 
serviços úteis à sociedade. Portanto, fornece toda espécie de funções 
ambientais (bens e serviços) que a sociedade humana pode converter em 
produtos úteis, os quais mantêm ou elevam seu bem-estar no presente e 
no futuro. 
O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo e é o segundo 
maior fornecedor mundial de alimentos e produtos agrícolas. O país é 
apontado como o fornecedor com maior potencial de suprir grande parte da 
demanda mundial por alimentos, que deve crescer 70% até 2050. 
Entretanto, a agricultura e a pecuária são atividades que exercem intensa 
pressão sobre o capital natural. Globalmente, a agricultura responde por 
70% do consumo total de água e 30% do consumo total de energia. 
Segundo projeções mundiais para as próximas décadas, haverá aumento 
de 10% da extração de água para irrigação até 2050 e de 50% do consumo 
global de energia até 2035. 
No Brasil, o desmatamento é um importante fator de degradação do 
capital natural. O IBGE (2016) aponta aceleração nas mudanças na 
cobertura e uso da terra, já que entre 2012 e 2014 cerca de 4,6% do 
território brasileiro sofreu algum tipo de alteração em sua cobertura, taxa 
21 
 
pouco maior que os 3,5% observados no período de 2010 a 2012. Dentre 
as alterações na cobertura e uso da terra, destacam-se a expansão da 
agricultura, das pastagens com manejo, da silvicultura e das áreas 
artificiais, além de desmatamento não só em áreas de cobertura florestal, 
mas principalmente dos pastos naturais, áreas com vegetação natural não 
arbórea, predominantes nos biomas Cerrado, Caatinga e Pampa. As 
florestas sofreram redução de 0,8% no período 2012-2014, o que, quando 
comparado com a taxa de 1,8% entre 2010 e 2012, indica uma 
desaceleração nesse processo. Já a redução das pastagens naturais se 
intensificou, passando de 7,8% (2010-2012) para 9,4% (2012-2014). Nota-
se assim uma tendência de expansão das áreas agrícolas e de pecuária 
preferencialmente sobre as áreas de pastagens naturais. Ainda de 2012 a 
2014, as áreas de silvicultura apresentaram a maior taxa crescimento: 
23,8%, contra apenas 4,6% no período anterior (2010 a 2012). As áreas de 
silvicultura cresceram especialmente sobre os terrenos de pastagens, 
naturais ou com manejo. 
Por exemplo, em relação aos impactos na Floresta Amazônica, pode-
se dizer que o desmatamento causa a perda de oportunidades para o uso 
sustentável da floresta, entre elas a produção de mercadorias tradicionais 
tanto por manejo florestal para madeira como por extração de produtos não 
madeireiros. O desmatamento também sacrifica a oportunidade de capturar 
o valor dos serviços ambientais da floresta. A natureza não sustentável de 
praticamente todos os usos de terra implantados, numa escala significante 
em áreas desmatadas, faz com que se perca a oportunidade de manter 
significativamente a floresta de pé a longo prazo. 
O entendimento da dinâmica dos ecossistemas requer um esforço de 
mapeamento das chamadas funções ecossistêmicas, as quais podem ser 
definidas como as constantes interações existentes entre os elementos 
naturais de um ecossistema (incluindo transferência de energia, ciclagem 
de nutrientes, regulação de gases, regulação climática e do ciclo da água) 
com a capacidade dos processos naturais e componentes para fornecer 
bens e serviços que satisfaçam às necessidades humanas (direta ou 
indiretamente). 
22 
 
O conceito de funções ecossistêmicas é relevante no sentido de que 
por meio delas se dá a geração dos chamados serviços ecossistêmicos, 
que são os benefícios diretos e indiretos obtidos pelo homem a partir dos 
ecossistemas. Dentre eles pode-se citar a provisão de alimentos, a 
regulação climática, a formação do solo etc. São, em última instância, 
fluxos de materiais, energia e informações derivados dos ecossistemas 
naturais e cultivados que, combinados com os demais, como o capital 
(humano, manufaturado e social), produzem o bem-estar humano. Tal 
como no caso dos ecossistemas, o conceito de serviços ecossistêmicos é 
relativamente recente, sendo utilizado pela primeira vez no final da década 
de 1960. 
Os processos (funções) e serviços ecossistêmicos nem sempre 
apresentam uma relação biunívoca, sendo que um único serviço 
ecossistêmico pode ser o produto de duas ou mais funções, ou uma única 
função pode gerar mais que um serviço ecossistêmico. A natureza 
interdependente das funções ecossistêmicas faz com que a análise de 
seus serviços requeira a compreensão das interconexões existentes entre 
os seus componentes, resguardando a capacidade dinâmica dos 
ecossistemas em gerar seus serviços. Além disso, o fato de que a 
ocorrência das funções e serviços ecossistêmicos pode se dar em várias 
escalas espaciais e temporais torna suas análises uma tarefa ainda mais 
complexa. 
No Brasil, as principais iniciativas que abordam o tema serviços 
ecossistêmicos começaram nos anos de 1990 por meio da criação do 
ICMS Ecológico. Vários estados brasileiros criaram regulamentações para 
que fossem compensados pela “falta de produtividade e consequentemente 
de arrecadação” das áreas protegidas localizadas em seus territórios. 
Aproximadamente 5% do total do ICMS (Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços) arrecadado pelos estados pode ser destinado para 
as áreas protegidas. 
Portanto, tanto o capital natural quanto os serviços ecossistêmicos são 
fundamentalmente importantes para a resiliência de setores importantes 
para as economias, tais como agricultura, energia, pesca, silvicultura e 
extrativismo. Assim sendo, para garantir o desenvolvimento sustentável, é 
23 
 
necessário avaliar adequadamente o capital natural. Para não prejudicar as 
gerações futuras, é preciso saber qual parte do estoque de capital natural 
que já foi perdida como resultado da degradação ambiental, quanto está 
disponível hoje e quanto é ameaçado pela destruição irreversível no futuro. 
Em relação aos serviços ecossistêmicos, é evidente que empresas que 
antecipadamente empreendem esforços para avaliar e incorporar a 
biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em suas operações tornam-se 
referência para aquelas que estão ainda explorando caminhos para se 
engajar nessas discussões. Esse conhecimento será cada vez mais 
valioso, dado que, reconhecidamente, os recursos naturais são bens 
muitas vezes escassos e estratégicos, tanto para o setor produtivo quanto 
para a sociedade como um todo. 
 
2.2. ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
O estudo da percepção ambiental permite melhorar a compreensão da 
dinâmica entre o homem e o ambiente, considerando suas expectativas, 
satisfações, insatisfações e condutas. Utilizando os recursos naturais como 
se fossem inesgotáveis, o ser humano tem comprometido ecossistemas e 
gerado preocupações acerca da insustentável relação homem-natureza, o 
que, por sua vez, tem ocasionado alterações de estruturas e processos 
biológicos desses ecossistemas. Nessa perspectiva, uma das formas de 
análise da relação entre ser humano e ambiente é a percepção ambiental. 
O “Relatório da Avaliação Ecossistêmica do Milênio”, divulgado pela 
ONU em 2005, apresenta cenários preocupantes: “as atividades antrópicas 
estão mudando fundamentalmente, e, em muitos casos, de forma 
irreversível, a diversidade da vida no planeta terra. As projeções e cenários 
indicam que estas taxas vão continuar ou se acelerar no futuro. É 
improvável que os níveis atuais da biodiversidade possam ser mantidos 
globalmente apenas com base em considerações utilitárias”. Importa, 
entretanto, reconhecer que o conceito “desenvolvimento sustentável” podeser útil para qualificar um tipo de desenvolvimento em regiões delimitadas e 
em ecossistemas definidos. Ou seja, é possível existir a preservação do 
capital natural, vigorar um uso racional dos recursos e manter a capacidade 
de regeneração de todo o ecossistema. 
24 
 
O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da 
Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas como uma 
resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o 
mundo passava a partir da segunda metade do século XX. Na Comissão 
Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também 
conhecida como Comissão de Brundtland (1987), presidida pela 
norueguesa Gro Haalen Brundtland no processo preparatório a 
Conferência das Nações Unidas, também chamada de “Rio 92”, foi 
desenvolvido um relatório que ficou conhecido como “Nosso Futuro 
Comum”. Tal relatório contém informações colhidas pela comissão ao 
longo de três anos de pesquisa e análise, destacando-se as questões 
sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, 
suprimento de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, 
além de administração do crescimento urbano. Neste relatório está exposta 
uma das definições mais difundidas do conceito: “o desenvolvimento 
sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem 
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas 
próprias necessidades”. 
A Rio 92 legou ao mundo uma série de documentos hoje considerados 
fundamentais para a promoção do desenvolvimento sustentável: a 
Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, uma declaração de 
princípios sobre florestas, a Carta da Terra, a Agenda 21 e três 
Convenções Internacionais – diversidade biológica, mudança do clima e, 
posteriormente, combate à desertificação. Mesmo assim, seus resultados 
foram, à época, considerados tímidos. Posteriormente, houve os eventos 
relacionados à Rio+10 (2002) e Rio +20 (2012), os quais circundaram os 
assuntos a respeito da economia verde no contexto do desenvolvimento 
sustentável e da erradicação da pobreza e da estrutura institucional para a 
promoção do desenvolvimento sustentável. 
Compreender o desenvolvimento sustentável exige que se considere, 
em igual grau de importância, a sua diversidade produtiva, a preservação 
ambiental e cultural, as tecnologias apropriadas, enfim, todos os elementos 
pertinentes ao bem-estar do ambiente e da humanidade. 
 
25 
 
QUESTÕES 
 
1. (CESGRANRIO – 2014) Desenvolvimento sustentável é uma necessidade 
real das empresas. Existem várias nuances nas definições formais de 
desenvolvimento sustentável, dentre as quais destaca-se o conceito 
original apresentado no relatório Brundtland, que define desenvolvimento 
sustentável como aquele 
a. Que satisfaz as necessidades globais sem sacrificar a habilidade do 
indivíduo de satisfazer as suas necessidades. 
b. Que satisfaz as necessidades das sociedades atuais sem sacrificar 
a habilidade das sociedades futuras de satisfazer as suas 
necessidades. 
c. Que utiliza somente os recursos ambientais renováveis, não 
sacrificando a habilidade do futuro de satisfazer as suas 
necessidades. 
d. Que ocorre sem o uso de recursos naturais, de forma a preservá-los 
para as gerações futuras. 
e. Onde as atividades da geração presente ocorrem de tal forma que o 
meio ambiente é preservado intocado para as gerações futuras. 
 
2. (FCC – 2016) Satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades é o 
cerne do conceito de desenvolvimento sustentável. 
Esse conceito foi proposto e publicado em 
a. 1997, no Protocolo de Kyoto. 
b. 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
Humano. 
c. 1992, na Rio-92. 
d. 2012, na Rio + 20. 
e. 1987, pelo Relatório Brundtland. 
 
 
 
26 
 
3. (INSTITUTO AOCP – 2015) O desenvolvimento sustentável inserido no 
ambiente organizacional provoca tentativas de 
a. Concorrer ainda mais no mercado com produtos não perecíveis. 
b. Viabilizar o desenvolvimento ecológico sustentável, e dentre eles 
destacam-se as práticas de ecoeficiência. 
c. Levar a produção ao nível máximo de eficiência de qualquer 
maneira. 
d. Aumentar a qualidade do produto sem relacionar-se com o meio 
ambiente e com a responsabilidade social. 
e. Diminuir a produção, para assim diminuir a poluição. 
 
4. (FCC – 2016) A valoração dos serviços ecossistêmicos pode ter efeitos 
favoráveis em termos de gestão sustentável do capital natural formado por 
estruturas (recursos bióticos e abióticos) que contribuem para o bem-estar 
humano. Sobre este assunto, 
a. Os métodos de valoração de serviços ecossistêmicos sempre 
devem ser aplicados em um espectro de bens ambientais muito 
restritos. 
b. O interesse pela redescoberta do processo de valoração dos 
serviços ecossistêmicos tem diminuído consideravelmente. 
c. Se os serviços ecossistêmicos contribuem para o objetivo maior de 
manutenção das condições de vida, seus valores são fixos no 
tempo. 
d. A valoração dos ativos ambientais não tem substitutos e a 
sinalização de “preços” para seus serviços não altera a percepção 
dos agentes econômicos. 
e. A valoração dos serviços ecossistêmicos é uma ferramenta 
importante para o direcionamento de políticas que visam sua 
preservação. 
 
5. (FGV – 2016) Na biosfera, por meio dos ciclos biogeoquímicos, a água, o 
nitrogênio, o carbono e outros elementos químicos são constantemente 
transformados durante a composição e a decomposição da matéria 
27 
 
orgânica, seguindo caminhos pelos meios bióticos e abióticos. Esses ciclos 
conferem à biosfera um poder de autorregulação. 
Esta propriedade de autorregulação é conhecida por 
a. Homeostase. 
b. Biocenose. 
c. Biótipo. 
d. Ecótopo. 
e. Anisotropia. 
 
 
 
GABARITO 
1. B 
2. E 
3. B 
4. E 
5. A 
 
 
 
 
28 
 
UNIDADE 02 
 
 
BIOMAS E ECOSSISTEMAS 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
Seja bem-vindo(a)! 
Nesta primeira unidade verificaremos os biomas e 
ecossistemas terrestres e aquáticos. 
 
Conteúdos da Unidade 
A unidade contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 03 e 04). No capítulo 03 
verificaremos o conceito de biomas, seus processos de formação e suas 
classificações a nível terrestre. No capítulo 04 verificaremos os principais 
ecossistemas aquáticos, seus relevos, os fatores que influenciam na formação do 
bioma (como profundidade, temperatura e luminosidade) 
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os assuntos, 
à medida que for estudando. 
 
29 
 
3. CAPÍTULO 03 – BIOMAS 
Ao longo da evolução das plantas vasculares, foram selecionadas diversas 
“formas de crescimento” (árvores, arbustos, lianas, ervas, epífitas, suculentas 
etc.), também consideradas pelos autores modernos como “formas de vida”. Ao 
colonizarem as superfícies emergentes dos oceanos, as plantas formaram 
diferentes tipos de vegetação. Dependendo do predomínio ou da proporção das 
diferentes formas de vida que as compunham, bem como de sua densidade, 
caducidade foliar, entre outras características, essas vegetações apresentaram 
diferentes estruturas e fitofisionomias (florestas densas, arvoredos ou 
“woodlands”, carrascos, savanas, campos, estepes, desertos etc.), refletindo, 
assim, os principais fatores físicos determinantes, como clima, solo, fogo etc. O 
termo formação surgiu para indicar uma unidade fisionômica de vegetação, como 
são as formações de floresta pluvial tropical, de floresta tropical caducifólia, de 
savana tropical, de campo, de deserto etc. 
O termo bioma (bio = vida + oma = grupo ou massa) surgiu bem mais tarde do 
que o termo formação. Enquanto esta referia-se apenas à vegetação, aquele 
abrangia também a fauna e demais organismos a ela associados. Originalmente, 
um bioma caracterizava-se apenas pela fitofisionomia da vegetação,isto é, pelo 
tipo de formação, pela fauna e outros organismos associados e pelo clima 
reinante. Com o passar do tempo, outros autores propuseram conceitos um pouco 
mais abrangentes para o termo bioma, incluindo também as características do 
solo e outras características abióticas. 
Os biomas são sistemas em que o solo, o clima, o relevo, a fauna e demais 
elementos da natureza interagem entre si, formando tipos semelhantes de 
cobertura vegetal. Em escala planetária, são unidades que evidenciam grande 
homogeneidade na natureza de seus elementos. Há florestas tropicais na 
América, África, Ásia e Oceania que, embora semelhantes, possuem 
comunidades ecológicas com exemplares distintos. Essas particularidades fazem 
com que algumas vegetações, embora parecidas entre si, mostrem-se distintas, 
sendo que cada uma delas possui importância no contexto local de influências 
nas características naturais, bem como influenciam na vivência de moradores 
locais, que, interagindo direta ou indiretamente, podem causar degradação ao 
meio onde vivem. A Figura 03 mostra a distribuição dos biomas pelo mundo. 
 
30 
 
(COLOCAR A FIGURA 03 AQUI) 
Figura 03 – Distribuição dos biomas pelo mundo. (Fonte: 
<http://www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em 10 de janeiro de 2018) 
 
A formação do conceito de biomas é um assuntos bem discutido pela 
comunidade científica devido à consideração de fatores a serem utilizados em sua 
classificação. Frente a isso, segue uma evolução histórica na conceituação de 
biomas a nível mundial: 
 O ecólogo americano Howard Thomas Odum, em 1971, define o termo 
de maneira semelhante a Clements, mas introduzindo o clima como 
constituinte dessa grande região. No mesmo ano, o também ecólogo 
americano Robert Whittaker restringe a abrangência dos biomas aos 
continentes em que se encontram. 
 W. B. Clapham Jr, em 1973, condiciona os biomas a fatores abióticos, 
em especial ao clima, assim um mesmo bioma pode ser formado em 
diversas e diferentes partes do mundo. 
 Roger Dajoz, no mesmo ano, e depois Michael J. Crawley, no fim da 
década de oitenta, definem de forma parecida o termo bioma como 
sendo um agrupamento de fisionomia homogênea e independente da 
composição florística, sendo sua existência controlada pelo macroclima. 
 Robert Whitaker, em 1975, diz que biomas teriam dimensões 
subcontinentais e o bioma-tipo seria a soma de todos os biomas de um 
determinado tipo nos diversos continentes. Desta forma, a floresta 
tropical amazônica seria um bioma e as florestas tropicais do mundo 
constituiriam um bioma-tipo. 
 Em 1960, H. Walter e H. Lieth elaboraram um tipo especial de diagrama 
ecológico de clima do mundo, classificando-o em nove zonas 
climáticas, que mais tarde tornaram-se dez, distribuídas praticamente 
como faixas latitudinais da Terra, que vão do equador aos pólos. 
 Paul Colinvaux, em 1993, define bioma como ecossistema de grande 
área geográfica da qual as plantas são de uma mesma formação e o 
clima define seus limites. 
 O ecólogo americano Timothy F. H. Allen, em 1998, defendeu que 
biomas são identificados pela forma de vida dominante. 
31 
 
 
Baseando-se em diversos trabalhos de Walter & Lieth e Gaussen (1954; 
1955), elaboraram um tipo especial de diagrama ecológico de clima e publicaram 
um Atlas Mundial de Diagramas Climáticos, classificando os climas do mundo em 
nove Zonas Climáticas, distribuídas praticamente como faixas ou zonas 
latitudinais da Terra. Como o macroclima é de fundamental importância para a 
vegetação, cada uma dessas faixas representa uma grande unidade ecológica da 
geobiosfera, denominada Zonobioma. Os Zonobiomas têm grandes dimensões, 
distribuindo-se pelo globo terrestre através dos continentes. Já os domínios 
morfoclimáticos e fitogeográficos têm dimensões subcontinentais, de milhões até 
centenas de milhares de quilômetros quadrados. Os biomas podem restringir-se 
a pequenas áreas ou chegar até mais de 1 milhão de quilômetros quadrados. Um 
mesmo tipo de bioma é representado por uma ou mais áreas, distintas 
geograficamente, constituindo, cada qual, uma unidade daquele tipo de bioma. 
Um dos esquemas mais amplamente adotado para definição dos Biomas é o 
sistema de zona climática desenvolvido pelo ecólogo alemão Heinrich Walter e 
publicado em 1965. Este sistema, que tem nove grandes divisões (Quadro 03), 
está baseado no curso anual de temperatura e precipitações. 
 
32 
 
Quadro 03 – Zonas climáticas mundiais pelo conceito de H. Walter em 1965 com os nomes dos biomas classificados por 
Whittaker em 1975 para comparação. (Fonte: UFAM, 2011) 
Zona Climática (Walter, 1965) Vegetação Nome do bioma (Whittaker, 1975) 
I Equatorial 
Sempre úmido e ausência de 
sazonalidade na temperatura 
Floresta pluvial tropical perene Floresta pluvial tropical 
II Tropical 
Estação chuvosa de verão e 
estação seca de inverno 
Floresta sazonal, arbustos ou 
savanas 
Floresta tropical sazonal / savana 
III Subtropical 
Desertos quentes – altamente 
sazonal, clima árido 
Vegetação desértica com grande 
superfície exposta 
Deserto subtropical 
IV Mediterrâneo 
Estação chuvosa de inverno e 
verão seco 
Xerófila (plantas adaptadas à 
secas), arbustos sensíveis ao 
congelamento e bosques 
Bosque / arbusto 
V 
Temperado 
quente 
Ocasionalmente gelado, 
frequentemente com máxima de 
precipitação no verão 
Floresta temperada perene, um 
tanto quanto sensível ao 
congelamento 
Floresta pluvial temperada 
VI Nemoral 
Clima moderado com 
congelamento no inverno 
Resistente ao gelo, desídua, 
floresta temperada 
Floresta sazonal temperada 
VII 
Continental 
(desertos 
frios) 
Árido, com verões mornos ou 
quentes e invernos frios 
Campos e desertos temperados Campo / deserto temperado 
33 
 
VIII Boreal 
Temperado frio com verões frios e 
invernos longos 
Flores de folhas aciculadas, 
perenes, duras e resistentes ao 
gelo (taiga) 
Floresta boreal 
IX Polar 
Verões muito curtos e frios, 
invernos longos e muito frios 
Vegetação perene baixa, sem 
árvores, crescendo sobre solos 
permanentemente congelados 
Tundra 
34 
 
Considerando as classificações atuais do tema, dentre os principais biomas 
terrestres encontram-se: 
 Tundra 
 Taiga 
 Floresta Temperada 
 Floresta Equatorial 
 Floresta Tropical 
 Savanas 
 Campos 
 Desertos 
 
3.1. TUNDRAS 
A palavra “tundra” deriva do finlandês e significa terra estéril, sem 
árvores. É o bioma mais simples em termos de composição de espécies e 
cadeias alimentares. Sua vegetação é caracterizada pela proveniência de 
materiais orgânicos que aparecem no curto período de gelo durante a 
estação “quente” das regiões de clima frio, apresentando assim apenas 
espécies que se reproduzem rapidamente e que suportam baixas 
temperaturas. Existem dois tipos de tundra: a tundra ártica, ao redor do 
Pólo Norte e a tundra alpina, no topo das altas montanhas. A Figura 
04 apresenta a localização das tundras no planeta. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA TUNDRA (UMA MAPA DO 
PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE 
TUNDRA. PODE SER COMO AQUELA QUE TEM NO WIKIPEDIA NO 
LINK https://pt.wikipedia.org/wiki/Tundra 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR A 
TUNDRA)) 
 
Figura 04 – Tundra 
 
A tundra constitui um dos três principais biomas naturais que 
seqüestram carbono, reduzindo o efeito estufa. Durante o curto verão, as 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tundra
35 
 
plantas retiram dióxido de carbono da atmosfera. Normalmente esse 
dióxido de carbono é devolvido pela respiração e pela decomposição. Mas, 
devido ao curto e frio verão e às temperaturas congelantes do inverno, as 
plantas não se decompõem, permanecendo resíduos no permafrost3 por 
milhares de anos. Entretanto, o aquecimento global atual vem degelando o 
permafrost e permitindo a decomposição do material acumulado, 
devolvendoo dióxido de carbono para a atmosfera. 
A tundra não é um deserto frio e inútil. É um bioma extremamente frágil 
e as plantas e os animais que nela vivem possuem excepcionais 
adaptações para os invernos frios e longos e para verões curtos e 
abundantes. Vivem em uma borda precária e pequenas perturbações 
podem levá-los à extinção. Existe ainda muito a aprender sobre a tundra. O 
permafrost tem a capacidade de preservar plantas e animais no gelo por 
grandes períodos de tempo. Os cientistas podem usar o permafrost como 
um registro do clima do passado, como um instrumento para a comparação 
com o clima atual, notadamente em relação ao aquecimento global. 
A tundra alpina situa-se no topo das altas montanhas e apresenta um 
clima diferente (em relação ao comprimento do dia e as estações) que a 
tundra ártica. Embora ainda muito frio e com fortes ventos, o solo 
apresenta boa drenagem (não há permafrost). As oscilações térmicas 
respeitam mais a alternância dia/noite do que verão/inverno. Apresentam 
uma vegetação baixa, próxima ao solo, e adaptada ao clima frio. 
Predominam ervas, arbustos e musgos. 
 
3.2. TAIGAS 
A taiga é um tipo de floresta tipicamente do hemisfério norte do 
planeta, em regiões onde a temperatura chega a -54ºC e raramente passa 
dos 21ºC. Também conhecida como Floresta de Coníferas, ou Floresta 
Boreal, a Taiga perfaz uma faixa que abrange a Ásia, América do Norte e 
Europa (é um bioma comumente encontrado no norte do Alasca, Canadá, 
 
3
 O permafrost ou pergelissolo (em português) é o tipo de solo encontrado na região do Ártico. É 
constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados (do inglês perma = permanente, e frost = 
congelado, ou seja: solo permanentemente congelado). Esta camada é recoberta por uma camada de gelo e 
neve que, se no inverno chega a atingir 300 metros de profundidade em alguns locais, ao derreter -se no 
verão, reduz-se para de 0,5 a 2 metros, tornando a superfície do solo pantanosa, uma vez que as águas não 
são absorvidas pelo solo congelado. 
36 
 
sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria e Japão) 
e está limitada ao norte com a Tundra e ao sul com a Floresta Temperada. 
A vegetação da taiga apresenta uma boa adaptação ao clima 
extremamente frio dessas regiões. 
Espécies como as coníferas e pinheiros possuem as suas folhas com 
superfícies pequenas para reduzir o processo de evapotranspiração uma 
vez que a água é escassa, pois a que está presente no solo está 
congelada. O formato cônico das copas (pinheiros, por exemplo) ajuda a 
evitar a acumulação de neve. As folhas são revestidas por uma espécie de 
resina que evita que as folhas congelem e facilita o retorno ao processo de 
fotossíntese logo que se inicia o verão. Outras árvores típicas dessa região 
são os abetos, espruces e larícios. 
Nas florestas, os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, 
impedindo o solo de receber luz intensa. A vegetação rasteira é pouco 
representada. O período de crescimento dura, em média, três meses, e as 
chuvas são pouco frequentes. Apesar da precipitação, o solo apresenta-se 
gelado durante os meses de inverno e as raízes das plantas não 
encontram água em disponibilidade ideal às suas necessidades 
fisiológicas. A Figura 05 apresenta a localização das taigas no planeta. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA TAIGA (UMA MAPA DO 
PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE 
TAIGA. UM EXEMPLO DE MAPA PODE SER ESSE 
http://escolakids.uol.com.br/taiga.htm 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR A 
TAIGA, COMO ESTE POR EXEMPLO 
https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-
e-riscos-de-extincao/ )) 
 
Figura 05 – Taiga 
 
 
3.3. FLORESTAS TEMPERADAS 
http://escolakids.uol.com.br/taiga.htm
https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-e-riscos-de-extincao/
https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-e-riscos-de-extincao/
37 
 
As florestas temperadas são encontradas em regiões como o centro da 
Europa, sul da Austrália, Chile, leste da Ásia, Leste dos Estados Unidos, 
entre outros. Seu clima é caracterizado como ameno, sendo que as quatro 
estações do ano são bem definidas, com índices de chuva que variam de 
75 a 100 cm ao ano. A decomposição das folhas que caem no inverno 
promove a riqueza de nutrientes no solo, tornando-o extremamente fértil, 
sendo algo de grandes devastações. A vegetação é composta de três 
grupos de árvores, que são: 
 Decíduas (o qual perdem suas folhas durante o inverno) 
 Coníferas (possuem formato de cone) 
 Folhas largas (têm como característica a manutenção da folhagem 
no inverno. Têm imensa quantidade de gordura, o que ajuda a 
manter a água no durante o inverno. Oliveiras e eucalipto estão 
entre os principais exemplos) 
Em relação à fauna, ela é bastante variada, com significativo aumento 
da população de répteis e invertebrados devido à elevação do clima em 
relação à tundra e taiga. A Figura 06 apresenta a localização das florestas 
temperadas no planeta. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA TEMPERADA 
(UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS 
REGIÕES DE FLORESTAS TEMPERADAS. UM EXEMPLO DE MAPA 
PODE SER ESSE 
http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta-
temperada.html. JUNTAMENTE COM O MAPA, COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS 
FLORESTAS TEMPERADAS, COMO ESTE, POR EXEMPLO: 
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-
ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbw
ASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&g
s_l=psy-
ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1
c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M: )) 
 
http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta-temperada.html
http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta-temperada.html
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M
38 
 
Figura 06 – Florestas temperadas 
 
3.4. FLORESTAS EQUATORIAIS 
As Florestasequatoriais se desenvolvem próximo à linha do Equador. 
São encontradas na América do Sul, sudeste da Ásia e na África. A 
Floresta Amazônica e a Floresta do Congo (na África) são as principais 
Florestas Equatoriais. Nessas regiões as temperaturas são elevadas e as 
chuvas são abundantes durante o ano inteiro, mantendo a floresta bastante 
úmida. A Figura 07 apresenta a localização das florestas equatorial no 
planeta. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA EQUATORIAL 
(UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS 
REGIÕES DE FLORESTAS EQUATORIAIS. 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS 
FLORESTAS EQUATORIAIS)) 
 
Figura 07 – Florestas equatoriais 
 
Essas características permitem o desenvolvimento de uma vegetação 
densa com uma elevada riqueza de espécies vegetais, com árvores que 
podem atingir grandes alturas. Esse estrato superior não é compacto, 
consistindo em árvores emergentes dispersas que se elevam acima de um 
estrato compacto formado por árvores que possuem entre 20 a 30 metros 
de altura. O dossel4 fechado impede a penetração de luz, por isso abaixo 
dele encontram-se árvores pequenas. Quando alguma clareira se abre, 
essas árvores menores podem chegar a ocupar os estratos superiores da 
floresta, pois respondem rapidamente ao estímulo luminoso. No sub-
 
4
 O dossel da floresta, ou seja, a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores, em termos 
ecológicos apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbustivo-arbóreas, além de atuar 
como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Em florestas secundárias jovens, o 
dossel normalmente encontra-se mais aberto, com grandes espaços entre as copas das árvores, permitindo 
maior passagem de luz e, assim, inibindo a regeneração de espécies não pioneiras, especialmente as 
climácicas. Nas florestas maduras, o dossel é mais fechado, causando maior sombreamento no sub -bosque 
e favorecendo a regeneração das espécies tardias, formadoras de bancos de plântulas. 
39 
 
bosque encontram-se arbustos e um estrato herbáceo pouco desenvolvido 
composto por ervas. As folhas são grandes e largas, permitindo uma maior 
absorção de luz solar e consequentemente aumentando as taxas de 
fotossíntese. É comum a presença de lianas e epífitas. 
No solo acumula-se a serapilheira, uma camada formada por folhas em 
mistura com frutos, flores, galhos etc. A serapilheira é um importante 
compartimento da floresta, sendo fundamental para a ciclagem de 
nutrientes. Devido à forte lixiviação (escoamento dos minerais dissolvidos 
pela chuva), os solos são pobres em nutrientes. Porém, há um elevado 
número de organismos decompositores que são responsáveis pela rápida 
decomposição da matéria orgânica, garantindo uma acelerada ciclagem 
dos mesmos. Os nutrientes são absorvidos pelos vegetais antes que 
ocorra a lixiviação. 
As florestas equatoriais abrigam uma fauna bastante rica. Na 
Amazônia, alguns grupos são extremamente diversificados, como as aves, 
primatas e borboletas. Botos, onças, capivaras, bichos-preguiça, serpentes 
e sapos são alguns dos animais encontrados. Na Floresta do Congo 
destacam-se os gorilas e chimpanzés. Na Ásia encontram-se os tigres e 
leopardos. 
 
3.5. FLORESTAS TROPICAIS 
As Florestas Tropicais – também chamadas de florestas pluviais 
tropicais ou florestas úmidas – são biomas que apresentam enorme índice 
pluviométrico, evapotranspiração e abrigo da biodiversidade, posto que são 
compostos por grande e diversa quantidade de animais e vegetais5. 
Encontram-se localizadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. A 
Figura 08 apresenta a localização das florestas tropicais no planeta. 
 
 
5
 As florestas tropicais não recobrem volumosas áreas sobre o planeta. No entanto, elas são responsáveis 
por dois terços de toda a biodiversidade do mundo. São compostas por grande quantidade de espécies 
vegetais e animais, concentrando cerca de 50% da vida do planeta, mesmo ocupando men os de 2% da 
superfície da Terra, de forma que todas as medidas de preservação do meio natural do planeta perpassam 
pela conservação e controle do desmatamento dessas unidades de vegetação. 
40 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA TROPICAL 
(UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS 
REGIÕES DE FLORESTAS TROPICAIS. 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS 
FLORESTAS TROPICAIS)) 
 
Figura 08 – Floresta tropical 
 
Em razão da elevada umidade e das constantes chuvas, a amplitude 
térmica não costuma ser muito elevada nessas localidades, além de haver 
uma maior presença de espécies hidrófilas e latifoliadas, com solos, em 
muitos casos, saturados ou ricos em recursos hídricos. As principais 
espécies de árvores alcançam os 60 metros de altura. Além da altura 
média elevada das árvores, a umidade, as chuvas e a luz solar abundante 
favorecem o alargamento da copa das árvores, formando um “forro” que 
confere a densidade desse bioma. Com isso, as áreas mais baixas da 
floresta não recebem luz solar, dificultando o crescimento de novas 
espécies circundantes, exceto as epífitas, as árvores que crescem 
envolvendo o tronco de outras já existentes. As Florestas Tropicais são 
divididas em pelo menos cinco camadas distintas e que variam de floresta 
para floresta. São elas: 
 Céu: a camada chamada "céu" abrange as coroas de árvores 
espaçadas e seus galhos. 
 Copa: a camada "copa" é formada por árvores de curto 
espaçamento e densidade elevada. 
 Sub: na camada "sub", mais espaçada, estão espécies arbóreas 
que chegam a 100 metros de altura dispostas de maneira 
espaçada. 
 Arbustiva: os arbustos são a característica da "camada 
arbustiva", com árvores menores, de 5 a 20 metros acima do 
piso. 
 Chão: na "camada solo" está a vegetação de menor porte, além 
de troncos e fungos. 
41 
 
 
Em cada camada são encontradas as espécies únicas de animais e 
vegetais. que interagem com o ecossistema em volta. 
Durante muito tempo, pensou-se erroneamente que as florestas 
tropicais consistiam no “pulmão do mundo” por supostamente emitirem as 
maiores quantidades de oxigênio na atmosfera. Atualmente, no entanto, 
sabe-se que essa função pertence aos plânctons e algas marinhas, já que 
nas florestas pluviais tropicais o oxigênio produzido é utilizado pelos seres 
vivos locais e, principalmente, pela decomposição do material orgânico 
gerado pela floresta. 
No que diz respeito à atmosfera, a importância das florestas tropicais 
encontra-se na sua função de atenuar as temperaturas, funcionando como 
uma espécie de ar-condicionado. Além disso, esse bioma tem a 
propriedade de “bombear” as águas das chuvas e do subsolo para a 
atmosfera, em um processo conhecido como “evapotranspiração”, que 
gera algumas frentes de umidade que se deslocam para outras áreas. 
Em muitas partes do mundo as florestas tropicais são fonte de renda e 
de matéria-prima, porém têm sido fortemente impactadas por atividades 
antrópicas que causam perda de habitat, fragmentação e degradação das 
florestas, afetando a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Os 
métodos e a intensidade do uso também são muito diferentes, sendo que 
na maioria a exploração destrutiva progride numa velocidade exponencial, 
alterando drasticamente a estrutura e a função do ecossistema florestal. As 
florestas tropicais são importantes para a estabilização climática, para a 
prevenção da erosão e para o balanço hídrico local, além da sua 
importância na preservação da biodiversidade no mundo. 
 
3.6. SAVANAS 
As Savanas são um bioma complexo por apresentarem variados tipos 
de formações vegetativas em algumas partes do mundo. A Figura 09 
apresenta a localização das savanas noplaneta. 
 
42 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA SAVANA (UMA MAPA DO 
PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE 
SAVANAS. 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS 
SAVANAS)) 
 
Figura 09 – Savanas 
 
Existem Savanas em regiões mediterrâneas, as quais apresentam 
árvores de pequeno porte, onde os solos são pobres em nutrientes 
necessários para o desenvolvimento adequado de árvores. As savanas 
podem ser tipificadas como: 
 Savanas tropicais: presentes em regiões de clima tropical e 
subtropical. São compostas por árvores mais esparsas e com 
ampla presença de gramíneas, sendo que os solos são um 
pouco mais férteis, como as savanas africanas e as presentes 
na América do Sul (como o cerrado brasileiro). 
 Savanas de regiões temperadas: possuem verões úmidos e 
invernos secos, onde a vegetação que mais se desenvolve é 
rasteira, com as chamadas gramíneas. 
 Savanas pantanosas: desenvolvem-se em locais com clima 
tropical e subtropical e têm como condição estarem sempre 
alagadas. 
 Savanas montanhosas: encontram-se em altitudes elevadas 
(zonas alpinas e subalpinas) em diferentes regiões do planeta. 
Caracterizam-se por terem evoluído de forma isolada devido às 
condições climáticas em determinadas altitudes e, 
frequentemente, albergam muitas espécies endêmicas. As 
plantas características destes habitats mostram adaptações tais 
como: estruturas em forma de roseta, superfícies cerosas e 
folhas pubescentes. 
 
43 
 
Os solos das Savanas são altamente lixiviados e com características 
arenosas, sendo solos pobres em elementos como fósforo e nitrogênio, 
embora sejam ricos em alumínio e ferro. Já o clima característico das 
Savanas é o tropical, com variações sazonais, ou seja, períodos com altas 
e baixas temperaturas, bem como estações bem definidas, uma seca e 
outra chuvosa. 
O Cerrado é um tipo de Savana presente no território brasileiro, o qual 
se concentra na região Centro-Oeste do país, sendo caracterizado por uma 
complexa configuração vegetativa, onde estão presentes árvores de porte 
médio, as quais estão dispostas de forma esparsa no espaço e que se 
intercalam com arbustos e uma vegetação rasteira composta por espécies 
de gramíneas. A Figura 10 apresenta a localização do cerrado no Brasil. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DO CERRADO BRASILEIRO 
(UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS 
REGIÕES DE CERRADO. 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR O 
CERRADO)) 
 
Figura 10 – Cerrado Brasileiro 
 
Os Cerrados são comumente referenciados pelas árvores de pequeno 
porte com troncos bastante retorcidos, o que se tornou uma marca 
conhecida destes ambientes. Em sua originalidade, os Cerrados 
constituíam cerca de 25% da cobertura vegetal do território brasileiro. No 
entanto, a partir da década de 1979, houve um intenso processo de 
degradação dos Cerrados brasileiros. Depois do bioma amazônico, o 
Cerrado é o maior bioma brasileiro, sendo a Savana mais rica em 
biodiversidade do mundo. 
 
3.7. CHAPARRAL 
 
44 
 
Chaparral é também conhecida como bosques e arbustros. É uma 
espécie de matagal ou charneca encontrado no Sul da Europa, norte da 
África, sul da América do Sul e pequenas áreas no sul da Califórnia, da 
África e da Austrália. É um bioma característico de clima mediterrâneo. As 
formações vegetais localizam-se em planícies e são constituídas 
basicamente por gramíneas, formando um grande tapete vegetal. Ocorrem 
geralmente na faixa intermediária entre a floresta e o deserto. No entanto, 
as pradarias e pampas ocorrem em climas mais úmidos e suas gramíneas 
são mais altas como as encontradas na América do Sul. Todos esses 
ambientes são considerados campos temperados. Os campos temperados 
da África do Sul recebem o nome de “veldts”. A Figura 11 apresenta a 
localização dos chaparrais no mundo. 
 
(COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DO CHAPARRAL (UMA MAPA 
DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE 
CHAPARRAL. EXEMPLO : 
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=im
ages&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&ur
l=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F201
0%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&
ust=1515752932594953 
 
JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO 
CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR O 
CHAPARRAL)) 
 
Figura 11 – Chaparral 
 
No chaparral o clima é geralmente frio e seco, pois não há oceanos por 
perto e as chuvas são escassas, mas durante o verão o clima é quente. 
Existem duas estações nitidamente diferentes: uma estação de 
congelamento durante o inverno, quando a vegetação permanece 
dormente, e uma estação de crescimento quando não há congelamento e a 
vegetação pode se desenvolver. No verão podem ocorrer incêndios 
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953
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ocasionais. Esses incêndios são importantes na conservação dos campos 
abertos, pois eliminam a quantidade excedente de matéria orgânica e 
permitem a renovação da vegetação. As gramíneas possuem brotamentos 
próximos à superfície (ou abaixo dela), assim, quando são queimadas ou 
devoradas por herbívoros, um novo brotamento acontece imediatamente. 
Embora as gramíneas sejam predominantes, nas regiões mais úmidas 
dos campos temperados é possível encontrar dois ou mais estratos de 
vegetação. As árvores são poucas, podendo ocorrer ao longo de rios ou 
lagos. Existem também algumas plantas de flores perenes, geralmente 
com espinhos para prevenir a herbivoria. 
A fauna desse ambiente é composta principalmente por herbívoros e 
carnívoros. Esses animais possuem adaptações que lhes permitem correr 
de forma eficiente de um lugar para outro em busca de água ou para fugir 
dos predadores. 
No Brasil, os chaparrais são representados pelos campos brasileiros, 
os quais são vegetações encontradas em áreas dispersas no território, no 
qual as composições herbáceas exibem aspectos diversos e podem ser 
encontrados em restritas extensões. A particularidade desse tipo de 
cobertura vegetal é o fato de seu aparecimento descontínuo ao longo da 
superfície nacional. 
Essa formação vegetal ocorre, em geral, em regiões de relevo plano ou 
então em áreas de climas frios e secos. Os campos constituídos 
basicamente por gramíneas são considerados de campos limpos. Quando 
as gramíneas estão misturadas a arbustos de pequeno porte, chamam-se 
campos sujos. No Brasil existem diversas “manchas” de formação 
campestre, com destaque para campos meridionais, campos da Hileia e 
campos de altitude. 
 Campos meridionais: são encontrados, especialmente, no Rio 
Grande do Sul (Campanha Gaúcha) e no Mato Grosso do Sul

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