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1 TÍTULO DA DISCIPLINA: ECOLOGIA, RECURSOS NATURAIS E ENERGÉTICOS EDIÇÃO Nº 1 – 2018 JEFERSON SANTOS SANTANA 2 APRESENTAÇÃO Prezado aluno, Nesta obra apresentaremos os aspectos mais usuais referentes à ecologia, recursos naturais e energéticos, envolvendo a compreensão dos principais parâmetros, conceitos, concepções, funcionamentos, classificação e funcionalidades utilizadas nos mesmos. O livro é dividido em oito Capítulos, os quais estão distribuídos em quatro Unidades. Na Unidade 01 há uma introdução sobre os principais aspectos envolvendo a Ecologia, como seus tipos de componentes, perfil de distribuição, perfil de Unidades de Conservação (UC) e desenvolvimento sustentável. A Unidade 02 apresentará os principais biomas e ecossistemas encontrados no planeta, tanto à nível terrestre como aquático. Na Unidade 03 há uma abordagem prévia sobre os recursos naturais, suas concepções e relações com o crescimento econômico, suas classificações e tipos. Na última unidade (Unidade 04) há uma finalização do assunto, mencionando os principais recursos energéticos, tanto de caráter renovável como não renovável. Para melhor localização no estudo, os capítulos do livro são apresentados de forma sequencial. 3 4 Sumário UNIDADE 01 - ECOLOGIA ................................................................................................... 5 CAPÍTULO 01 – CONCEITOS PRÉVIOS ......................................................................... 6 CAPÍTULO 02 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL ...... 16 QUESTÕES ..................................................................................................................... 25 UNIDADE 02 - BIOMAS E ECOSSISTEMAS ..................................................................... 28 3. CAPÍTULO 03 – BIOMAS......................................................................................... 29 4. CAPÍTULO 04 - ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS .................................................... 48 QUESTÕES ..................................................................................................................... 59 UNIDADE 03 - RECURSOS NATURAIS ............................................................................ 62 5. CAPÍTULO 05 – RECURSOS NATURAIS .............................................................. 63 6. CAPÍTULO 06 – RECURSOS NATURAIS MINERAIS, HÍDRICOS E BIOLÓGICOS 68 QUESTÕES ..................................................................................................................... 80 UNIDADE 04 - RECURSOS ENERGÉTICOS .................................................................... 83 7. CAPÍTULO 07 – RECURSOS ENERGÉTICOS NÃO RENOVÁVEIS .................... 84 8. CAPÍTULO 08 – RECURSOS ENERGÉTICOS RENOVÁVEIS ............................. 95 QUESTÕES ................................................................................................................... 108 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 110 5 UNIDADE 01 ECOLOGIA Caro(a) Aluno(a), Seja bem-vindo(a)! Nesta primeira unidade verificaremos os principais aspectos e conceitos fundamentais da Ecologia. Conteúdos da Unidade A unidade contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 01 e 02). No capítulo 01 verificaremos os principais conceitos envolvendo a Ecologia, os seus perfis de distribuição no globo, seus componentes bióticos e abióticos. No capítulo 02 verificaremos a concepção e caracterização das Unidades de Conservação, suas categorias, além dos princípios envolvendo capital natural e serviços ecossistêmicos para estabelecimento do processo ecológico com o desenvolvimento sustentável. Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que for estudando. 6 CAPÍTULO 01 – CONCEITOS PRÉVIOS A palavra ecologia deriva da palavra grega oikos, que significa "casa" ou "lugar onde se vive". Em sentido literal, a ecologia é o estudo dos organismos "em sua casa". Ela é definida usualmente como o estudo das relações dos organismos ou grupos de organismos com o seu ambiente, ou a ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente. Dentre os aspectos considerados pela ecologia, segue abaixo alguns conceitos prévios importantes: ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Exemplo: Homo sapiens. POPULAÇÃO - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um determinado período. Exemplo: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite por 10 dias; 10 mil pessoas vivendo em uma cidade em 1996 etc. COMUNIDADE OU BIOCENOSE - é o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região num determinado período. Exemplo: seres de uma floresta, de um rio, de um lago, de um brejo, dos campos, dos oceanos etc. ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos, como solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que se relaciona com o meio. HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas etc. BIÓTOPO - área física na qual determinada comunidade vive. Exemplo: O habitat das piranhas é a água doce, como a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal; o biótopo rio Amazonas é o local onde vivem todas as populações de organismos vivos desse rio, dentre elas a de piranhas. 7 NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de quem se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue); o leão atua como predador, devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes. ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na área de transição (ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos. BIOSFERA - toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera. A vida é só possível nessa faixa, porque aí se encontram os gases necessários para as espécies terrestres e aquáticas: oxigênio e nitrogênio. 1.1. INTRODUÇÃO À ECOLOGIA Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica. Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos), através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter- relações estruturadas entre solo, água e nutrientes de um lado, e entre produtores, consumidores e decompositores de outro. Os componentes bióticos podem ser agrupados em três categorias funcionais: produtores, consumidores e decompositores. Os produtores são todos os organismos autótrofos, principalmente plantas verdes que realizam fotossíntese, e outros, em menor quantidade, que realizam quimiossíntese. Os consumidores dos ecossistemassão os heterótrofos, principalmente animais, que se alimentam de outros seres vivos. Podem ser subdivididos em: (a) consumidor primário (herbívoro), que utiliza diretamente o vegetal - veado, gafanhoto, coelho e muitos peixes; (b) 8 consumidor secundário (carnívoro), que obtém seu alimento de consumidores primários - leão, cachorro, cobra e espécies carnívoras de peixes; e (c) consumidor misto (onívoro), que não faz discriminação pronunciada em sua preferência alimentar entre produtores e outros consumidores - esta categoria inclui o homem, o urso e alguns peixes. Os decompositores também são heterótrofos - bactérias e fungos sapróvoros - porém se alimentam de materiais residuais (excreções, cadáveres etc.), transformando-os em substâncias inorgânicas simples utilizáveis pelos produtores. Não fosse o trabalho dos decompositores, o nosso planeta seria um amontoado de “lixo”. Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações energéticas chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e carnívoros. Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão. A Figura 01 apresenta um exemplo de sucessão ecológica autogênica. (COLOCAR A FIGURA 01 AQUI) Figura 01 – Exemplo de sucessão ecológica autogênica. (Fonte: <www.bemexplicado.pt>. Acesso em 11 de janeiro de 2018) Sempre que um ecossistema é utilizado e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada. A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho funcional1, relacionado a seu 1 A expressão nicho funcional ou nicho ecológico normalmente é util izada para denominar a maneira como um determinado ser vivo vive, ou seja, seu papel em determinado ecossistema. Entretanto, além desse conceito, conhecido como nicho funcional, existem outras definições de nicho. Na década de 1950, foi proposto por Everlyn Hutchinson o conceito de nicho ecológico multidimensional. O nicho proposto por Hutchinson poderia ser visualizado como um “hipervolume” dentro do qual existiam diversos eixos que 9 papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-se. Caso isso não ocorra, devem declinar em consequência de doença, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das populações. Em Ecologia, uma população pode ser definida como um grupo de indivíduos da mesma espécie que ocupam uma determinada área em um determinado momento do tempo e que apresentam alta probabilidade de cruzamentos entre si, em comparação com a probabilidade de cruzamentos com indivíduos de outra população. Como exemplos, podemos citar a população de borboletas do Parque Nacional de Itatiaia no Rio de Janeiro, a população de araucárias do Parque Estadual de São Joaquim em Santa Catarina ou mesmo a população humana da América Latina. Apesar de conceitualmente simples, uma população pode apresentar uma heterogeneidade interna. Nos organismos com reprodução sexuada, por exemplo, a população pode ainda ser subdividida em grupos com maiores chances de cruzamento entre si. Esses grupos são chamados de demes, que é a menor unidade coletiva de uma população de plantas ou animais. Como os indivíduos de uma deme têm maiores chances de se encontrarem e reproduzirem, podem ser chamados de uma população genética. Populações, assim definidas, podem ser separadas de outras representavam as diferentes variáveis ambientais, tanto físicas quanto biológicas. O nicho seria então as diferentes combinações dessas variáveis, que permitiriam a sobrevivência de uma dada espécie e l imitariam sua abundância e distribuição. Esse nicho multidimensional pode ser classificado em duas subcategorias: o nicho fundamental e o nicho efetivo. Denominamos de nicho fundamental aquel e que engloba todas as condições e recursos que permitem uma determinada espécie existir e reproduzir -se. No nicho fundamental, é excluída a existência de qualquer inimigo natural e a competição interespecífica. O nicho efetivo, também denominado de realizado, por sua vez, descreve um intervalo mais l imitado, levando também em consideração a presença de competidores e predadores. Podemos dizer ainda que o nicho efetivo é a faixa ambiental onde realmente se encontra uma determinada espécie. 10 populações pela distância, por exemplo, ou, como seria melhor dizer, apresentam algum grau de isolamento espacial. Em razão dessas particularidades, há grande dificuldade em determinar os limites de uma população, tanto no espaço como no tempo. Aliás, esses limites são muitas vezes vagos, e não é incomum nos perguntarmos onde começa e onde termina uma população. Muitas vezes temos de considerar certo julgamento arbitrário do pesquisador. A melhor maneira de delimitar a ecologia moderna talvez seja considerá-la em termos do conceito dos níveis de organização, visualizados como uma espécie de "espectro biológico". Os termos comunidade, população, organismo, órgão, célula e gene são largamente utilizados para vários níveis bióticos principais apresentados num arranjo hierárquico, de grande a pequeno, conforme apresentado na Figura 02. (COLOCAR A FIGURA 02 AQUI) Figura 02 – Nível hierárquico de organização ecológica; sete processos ou funções transcendentes estão representados como componentes verticais de 11 níveis integrativos de organização. (Fonte: BARRET, 2007). O meio natural não se organiza aleatoriamente, já que os fatores abióticos afetam e são afetados pela biocenose. Ainda que se deva resguardar as complexidades, variações e características ímpares de cada ecossistema, determinadas leis lhes são comuns, que buscam manter-se sempre em equilíbrio. Os ecossistemas, dadas suas conformações, não são estáticos e apresentam, portanto, um equilíbrio dinâmico, o qual é alcançado pela atuação de mecanismos ou sistemas de controle baseados na homeostase e homeorrese. Homeostase – capacidade do sistema se manter em equilíbrio. Homeorrese – toda vez que há uma ação imprópria (desgaste, ou ação entrópica) do sistema, ele tende a se equilibrar. A sequência de relações tróficas pelas quais a energia passa através do ecossistema é chamada de cadeia alimentar. Uma cadeia alimentar possui muitos elos – plantas, herbívoros e carnívoros, por exemplo – aos quais 11 foram posteriormente denominados níveis tróficos. Além disso, Lindeman2 visualizou uma pirâmide de energia nos ecossistemas, com menos energia alcançando sucessivamente cada nível trófico superior. Ele argumentava que energia é perdida em cada nível por causado trabalho realizado pelos organismos naquele nível e pela ineficiência das transformações biológicas. Alfred J. Lotka (1880 – 1949) foi o primeiro a considerar as populações e comunidades como sistemas transformadores de energia. Ele sugeriu que cada sistema pode ser descrito a princípio por um conjunto de equações que representam trocas de matéria e energia entre seus componentes. Essas trocas incluem a assimilação de dióxido de carbono em compostos orgânicos pelas plantas, o consumo de plantas pelos herbívoros e o consumo dos animais pelos carnívoros. Ele acreditava que o tamanho de um sistema e as taxas de transformações de energia e matéria dentro dele obedeciam a certos princípios termodinâmicos que governam todas as transformações de energia. Assim como máquinas pesadas e máquinas rápidas exigem mais combustível para operar do que as mais leves e mais lentas, e máquinas ineficientes exigem mais combustível do que as eficientes, as transformações de energia dos ecossistemas crescem na proporção direta do seu tamanho, da sua produtividade e da sua ineficiência. Nos sistemas ecológicos, ocorrem entradas e saídas (fluxos) de energia – representada pela luz solar, com fluxo unidirecional, ou seja, não é reciclada – e de matérias. A matéria nada mais é do que a biomassa presente em todos os níveis tróficos, que é continuamente reciclada. Esses fluxos fazem com que ocorram processos de produção no ambiente, a produtividade. Essa produtividade é classificada em Produtividade Primária Bruta (PPB), Produtividade Primária Líquida (PPL) e Produtividade Secundária Líquida (PSL). A produtividade primária bruta corresponde ao quanto de matéria orgânica é sintetizada pelos seres produtores em determinada região em 2 O conceito de ecossistema como um sistema transformador de energia foi trazido à atenção de muitos ecólogos em 1942 por Raymond Lindeman, o qual abordou uma relação dos conceitos de Ecologia adotados na época (conceitos de Tansley e Elton), incluindo-se nutrientes inorgânicos na base como as mais úteis expressões da estrutura do ecossistema. 12 certo período. Quanto maior a taxa de fotossíntese, maior será a produtividade primária bruta. A luz, o gás carbônico, a água, a temperatura e os sais minerais são alguns fatores que interferem na fotossíntese. Parte da energia luminosa armazenada na matéria orgânica das plantas é consumida na respiração celular aeróbica. A energia contida na biomassa dos organismos autotróficos, medida durante um determinado intervalo de tempo, corresponde à produtividade primária líquida. Essa energia será disponibilizada aos heterótrofos para o nível trófico seguinte. Assim, teremos a Equação 01, onde R corresponde à respiração celular: A produtividade secundária líquida refere-se ao total de biomassa armazenada no corpo de um herbívoro em determinado intervalo de tempo, correspondendo à energia que ele conseguiu absorver dos alimentos que ingeriu – já contabilizadas as taxas de gasto de energia de seu metabolismo. 1.2. DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DOS ORGANISMOS VIVOS A biodiversidade pode ser definida como a variabilidade entre os organismos vivos de todas as fontes, incluindo, entre outros, ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte. Inclui a diversidade dentro das espécies, entre as espécies e entre os ecossistemas. No mundo, existem aproximadamente 750.000 espécies de insetos, 41.000 de vertebrados e 250.000 de plantas (vasculares e briófitas) descritas. Em sua maioria, os pesquisadores são unânimes em dizer que este quadro é muito incompleto, com exceção de alguns grupos bem estudados, como os dos vertebrados e plantas com flores (fanerógamas) de regiões temperadas. O Brasil possui o maior número de espécies conhecidas de mamíferos, peixes dulcícolas e plantas superiores, sendo também o segundo maior em riqueza de anfíbios, terceiro em aves e quinto em répteis. Quanto à sua diversidade de espécies endêmicas (que existem exclusivamente no território brasileiro), em todos os grupos citados, o país está entre os cinco 13 primeiros e, no conjunto desses grupos, o Brasil ocupa mundialmente a segunda posição Essas estimativas não incluem, no entanto, os invertebrados, que representam a grande massa das espécies biológicas vivas, e sobre as quais ainda é muito difícil apresentar uma avaliação. Para muitos grupos de invertebrados e, mais ainda, para os microrganismos, a informação é demasiadamente incompleta. O Quadro 01 apresenta um comparativo entre o número de espécies descritas no Brasil e no mundo. Quadro 01 – Número de espécies descritas no Brasil e no mundo. (Fonte: ANDREOLI, 2014) REINO/FILO OU SUBDIVISÃO BRASIL MUNDO VÍRUS 310 – 410 3.600 MONERA (Bactérias e algas verde-azuladas) 800 – 900 4.300 FUNGOS 13.090 – 14.510 70.600 – 72.000 PROTISTAS 7.650 – 10.320 76.100 – 81.300 Protozoários 3.600 – 4.140 36.000 Algas 4.180 – 5.770 37.700 – 42.900 PLANTAS 43.020 – 49.520 263.800 – 279.400 Musgos (Briófitas) 1.800 – 3.100 14.000 – 16.600 Samambaias (Pteridófitas) 1.200 – 1.400 9.000 – 12.000 Coníferas – pinheiros (Gimnospermas) 15 806 Plantas de flor com ovário (Angiospermas) 40.000 – 45.000 240.000 – 250.000 ANIMAIS 103.780 – 136.990 1.279.00 – 13.359.400 Invertebrados 96.600 – 129.840 1.218.500 – 1.298.600 Esponjas (Poríferos) 300 – 400 6.000 – 7.000 Corais e águas-vivas (Cnidários) 470 7.000 – 11.000 Vermes achatados (Platelmintos) 1.040 – 2.300 12.200 Vermes redondos (Nematódeos) 1.280 – 2.880 15.000 – 25.000 14 Minhocas e poliquetas (Anelídeos) 1.000 – 1.100 12.000 – 15.000 Moluscos 2.400 – 3.000 70.000 – 100.000 Estrelas-do-mar, ouriços (Equinodermas) 329 6.000 – 7.000 Artrópodes 88.790 – 118.290 1.077.200 – 1.097.400 Insetos 80.750 – 109.250 950.000 Centopéias e gongolos (Miriápodes) 400 – 500 11.000 – 15.100 Aranhas e ácaros (Aracnídeos) 5.600 – 6.500 80.000 – 93.000 Crustáceos 2.040 36.200 – 39.300 Cordados (Vertebrados e outros) 7.120 – 7.150 60.800 Tubarões e raias (Condrictes) 155 960 Peixes (Com osso – osteícte) 3.261 27.400 Anfíbios 687 5.504 Répteis 633 8.163 Aves 1.696 9.900 Mamíferos 541 5.023 TOTAL 168.640 – 212.650 1.697.600 – 1.798.500 Várias informações básicas são usadas para descrever toda e qualquer população. Os parâmetros (atributos) mais comuns são: o tamanho da população (N) (que representa o número de indivíduos), sua densidade (absoluta e relativa), frequência, cobertura e biomassa. O uso ou análise desses parâmetros permite a determinação de outras informações, como distribuição espacial das populações e estrutura etária e de tamanho, caso informações biológicas sejam registradas juntamente com a presença dos indivíduos durante a realização do inventário. A análise e ou caracterização de uma comunidade (conjunto de populações) requer as seguintes informações básicas, definidas como atributos: i. O número de espécies, definido como Riqueza de Espécies (S); 15 ii. Composição de espécies, representada pela lista das espécies encontradas na comunidade; iii. Os parâmetros relativos ao tamanho: tanto da comunidade (N – número total de indivíduos) e de cada espécie em relação ao total (abundância relativa – ni/N); iv. Equabilidade, que representa a uniformidade entre as abundâncias relativas de cada espécie; v. Diversidade, que é um componente que integra a riqueza e a distribuição das abundâncias relativas de cada espécie (equabilidade). A principal estratégia para a conservação da biodiversidade, em todos os biomas, é o estabelecimento de unidades de conservação (UCs), visto que estas protegem não apenas a diversidade de espécies e seus genes,mas também os ecossistemas e seus serviços ambientais. 16 CAPÍTULO 02 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E VALORAÇÃO AMBIENTAL 2. INTRODUÇÃO As UCs são definidas pela Lei no 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), como espaços territoriais e seus recursos ambientais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivo de conservação e de limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Segundo a Lei nº 9.985/2000 (SNUC), as unidades de conservação dividem-se em dois grupos com particularidades distintas, são eles: unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável nos termos do artigo 7º. As unidades de proteção integral têm por objetivo básico a conservação e preservação da natureza, restringindo, desse modo, o uso de seus recursos de forma indireta, ou seja, uso que não envolve o consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais existentes, com exceção apenas para casos previstos no §2°, art. 7° da referida Lei (BRASIL, 2000). Em equivalência, as unidades de uso sustentável possuem por finalidade harmonizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais existentes, conforme previsão do §2°, art. 7° da referida Lei. As UCs de uso sustentável categorizam-se por: Área de Proteção Ambiental: área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos naturais, estéticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações. Área de Relevante Interesse Ecológico: área de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana e com características naturais singulares, cujo objetivo é manter ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas. Permite a existência de propriedades privadas em seu interior. 17 Floresta: área com cobertura florestal onde predominam espécies nativas, cujo principal objetivo é o uso sustentável e diversificado dos recursos florestais e a pesquisa científica. Reserva Extrativista: área natural com o objetivo principal de proteger os meios, a vida e a cultura de populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, ao mesmo tempo, assegurar o uso sustentável dos recursos naturais existentes. Reserva de Fauna: área com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, onde são incentivados estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável dos recursos faunísticos. Reserva de Desenvolvimento Sustentável: área natural onde vivem populações tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais. Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada criada para proteger a biodiversidade a partir de iniciativa do proprietário. Já as UCs de proteção integral podem ser categorizadas como: Estação Ecológica: área destinada à preservação da natureza e à realização de pesquisas científicas. Reserva Biológica: área destinada à preservação da diversidade biológica, onde podem ser efetuadas medidas de recuperação de ecossistemas alterados e de preservação e recuperação do equilíbrio natural, da diversidade biológica e dos processos ecológicos naturais. Parque: área destinada à proteção dos ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, onde podem ser realizadas atividades de recreação, educação e interpretação ambiental, e serem desenvolvidas pesquisas científicas. Monumento Natural: área que tem como objetivo básico a preservação de lugares singulares, raros e de grande beleza cênica. Permite a existência de propriedades privadas em seu interior. 18 Refúgio de Vida Silvestre: ambiente natural onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Permite a existência de propriedades privadas em seu interior. No Brasil, existe o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNCN), constituído de Unidades Federais de Conservação, de uso direto e indireto (Quadro 02), totalizando menos de 4% do território nacional, classificando o país em 9º lugar dentre os treze países da América Latina. Quadro 02 - Unidades Federais de Conservação, de uso direto e indireto (Fonte: ARAUJO, 1997) Unidades de Conservação Quantidade Extensão (km2) Parques Nacionais 35 97.421 Reservas Biológicas 23 30.444 Estações Ecológicas 41 126.040 Reservas Ecológicas 05 6.530 Áreas de relevante interesse ecológico 10 230 Florestas Nacionais 21 21.590 Reservas Extrativistas 09 22.007 Áreas de Proteção Ambiental 21 17.147 Total 165 321.409 Com o avanço tecnológico e o crescimento populacional, os seres humanos cada vez mais têm descuidado da questão ambiental, e com isso o desmatamento, as lavouras e as represas estão contribuindo com o declínio das espécies, que por sua vez perderam os seus habitats por destruição definitiva ou por mudanças em suas propriedades físicas. Existem múltiplas indicações de contínuo declínio da biodiversidade em todos os três dos seus principais componentes (genes, espécies e ecossistemas), incluindo: Espécies que foram avaliadas como em risco de extinção estão, em média, aproximando-se da extinção. Anfíbios enfrentam o maior risco e espécies de corais estão se deteriorando mais rapidamente 19 no seu estado de conservação. Quase um quarto das espécies de plantas são consideradas ameaçadas de extinção. A abundância de espécies de vertebrados, com base nas populações avaliadas, caiu quase um terço, em média, entre 1970 e 2006, e continua em queda no mundo todo, com declínios especialmente graves nas regiões tropicais e entre as espécies de água doce. Habitats naturais em muitas partes do mundo continuam a diminuir em extensão e integridade, embora tenha havido um progresso significativo em retardar a taxa de perda de florestas tropicais e manguezais em algumas regiões. Zonas úmidas de água doce, habitats de gelo marinho, pântanos salgados, recifes de coral, bancos de algas marinhas e bancos recifais de moluscos estão todos apresentando graves declínios. A extensa fragmentação e degradação de florestas, rios e outros ecossistemas também levaram à perda da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos. A diversidade genética da agricultura e da pecuária continua a decrescer em sistemas manejados. As cinco principais pressões que conduzem diretamente à perda de biodiversidade (mudança de habitat, sobre-exploração, poluição, espécies exóticas invasoras e as mudanças climáticas) mantêm-se constantes ou estão se intensificando. Existem várias teorias que pretendem determinar os fatores que afetam a diversidade, podendo ser divididas em dois grandes grupos. Por um lado, as teorias de equilíbrio consideram que os ecossistemas tendem a alcançar um nível máximo de diversidade na ausência de perturbações devido ao equilíbrio competitivo entre as espécies. Por outro lado, as teorias do desequilíbrio ou equilíbrio dinâmico propõem que é a exclusão competitiva e as estratégias para evitá-la que são os maiores responsáveis pela diversidade num ecossistema. A máxima diversidade é obtida evitando-se a exclusão competitiva mediante três processos básicos: 20 Redução das populações de espécies dominantes (devido a perturbações); Crescimento lento das espécies e, portanto, um processo lento até chegar ao equilíbrio competitivo (ecossistemas pouco produtivos); Mudanças das condições nas quais se produz a exclusão competitiva (por exemplo, secas recorrentes). Assim, o modelo propõe que a diversidade é o resultado da relação entre a produtividade do ecossistema e a intensidade e frequência dasperturbações (por exemplo, pastoreio). 2.1. CAPITAL NATURAL E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS O capital natural constitui-se de nosso ambiente natural, ou seja, é o estoque de recursos naturais ou ativos ambientais existentes (por exemplo, florestas e terras agriculturáveis), que produzem um fluxo de bens e serviços úteis à sociedade. Portanto, fornece toda espécie de funções ambientais (bens e serviços) que a sociedade humana pode converter em produtos úteis, os quais mantêm ou elevam seu bem-estar no presente e no futuro. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo e é o segundo maior fornecedor mundial de alimentos e produtos agrícolas. O país é apontado como o fornecedor com maior potencial de suprir grande parte da demanda mundial por alimentos, que deve crescer 70% até 2050. Entretanto, a agricultura e a pecuária são atividades que exercem intensa pressão sobre o capital natural. Globalmente, a agricultura responde por 70% do consumo total de água e 30% do consumo total de energia. Segundo projeções mundiais para as próximas décadas, haverá aumento de 10% da extração de água para irrigação até 2050 e de 50% do consumo global de energia até 2035. No Brasil, o desmatamento é um importante fator de degradação do capital natural. O IBGE (2016) aponta aceleração nas mudanças na cobertura e uso da terra, já que entre 2012 e 2014 cerca de 4,6% do território brasileiro sofreu algum tipo de alteração em sua cobertura, taxa 21 pouco maior que os 3,5% observados no período de 2010 a 2012. Dentre as alterações na cobertura e uso da terra, destacam-se a expansão da agricultura, das pastagens com manejo, da silvicultura e das áreas artificiais, além de desmatamento não só em áreas de cobertura florestal, mas principalmente dos pastos naturais, áreas com vegetação natural não arbórea, predominantes nos biomas Cerrado, Caatinga e Pampa. As florestas sofreram redução de 0,8% no período 2012-2014, o que, quando comparado com a taxa de 1,8% entre 2010 e 2012, indica uma desaceleração nesse processo. Já a redução das pastagens naturais se intensificou, passando de 7,8% (2010-2012) para 9,4% (2012-2014). Nota- se assim uma tendência de expansão das áreas agrícolas e de pecuária preferencialmente sobre as áreas de pastagens naturais. Ainda de 2012 a 2014, as áreas de silvicultura apresentaram a maior taxa crescimento: 23,8%, contra apenas 4,6% no período anterior (2010 a 2012). As áreas de silvicultura cresceram especialmente sobre os terrenos de pastagens, naturais ou com manejo. Por exemplo, em relação aos impactos na Floresta Amazônica, pode- se dizer que o desmatamento causa a perda de oportunidades para o uso sustentável da floresta, entre elas a produção de mercadorias tradicionais tanto por manejo florestal para madeira como por extração de produtos não madeireiros. O desmatamento também sacrifica a oportunidade de capturar o valor dos serviços ambientais da floresta. A natureza não sustentável de praticamente todos os usos de terra implantados, numa escala significante em áreas desmatadas, faz com que se perca a oportunidade de manter significativamente a floresta de pé a longo prazo. O entendimento da dinâmica dos ecossistemas requer um esforço de mapeamento das chamadas funções ecossistêmicas, as quais podem ser definidas como as constantes interações existentes entre os elementos naturais de um ecossistema (incluindo transferência de energia, ciclagem de nutrientes, regulação de gases, regulação climática e do ciclo da água) com a capacidade dos processos naturais e componentes para fornecer bens e serviços que satisfaçam às necessidades humanas (direta ou indiretamente). 22 O conceito de funções ecossistêmicas é relevante no sentido de que por meio delas se dá a geração dos chamados serviços ecossistêmicos, que são os benefícios diretos e indiretos obtidos pelo homem a partir dos ecossistemas. Dentre eles pode-se citar a provisão de alimentos, a regulação climática, a formação do solo etc. São, em última instância, fluxos de materiais, energia e informações derivados dos ecossistemas naturais e cultivados que, combinados com os demais, como o capital (humano, manufaturado e social), produzem o bem-estar humano. Tal como no caso dos ecossistemas, o conceito de serviços ecossistêmicos é relativamente recente, sendo utilizado pela primeira vez no final da década de 1960. Os processos (funções) e serviços ecossistêmicos nem sempre apresentam uma relação biunívoca, sendo que um único serviço ecossistêmico pode ser o produto de duas ou mais funções, ou uma única função pode gerar mais que um serviço ecossistêmico. A natureza interdependente das funções ecossistêmicas faz com que a análise de seus serviços requeira a compreensão das interconexões existentes entre os seus componentes, resguardando a capacidade dinâmica dos ecossistemas em gerar seus serviços. Além disso, o fato de que a ocorrência das funções e serviços ecossistêmicos pode se dar em várias escalas espaciais e temporais torna suas análises uma tarefa ainda mais complexa. No Brasil, as principais iniciativas que abordam o tema serviços ecossistêmicos começaram nos anos de 1990 por meio da criação do ICMS Ecológico. Vários estados brasileiros criaram regulamentações para que fossem compensados pela “falta de produtividade e consequentemente de arrecadação” das áreas protegidas localizadas em seus territórios. Aproximadamente 5% do total do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado pelos estados pode ser destinado para as áreas protegidas. Portanto, tanto o capital natural quanto os serviços ecossistêmicos são fundamentalmente importantes para a resiliência de setores importantes para as economias, tais como agricultura, energia, pesca, silvicultura e extrativismo. Assim sendo, para garantir o desenvolvimento sustentável, é 23 necessário avaliar adequadamente o capital natural. Para não prejudicar as gerações futuras, é preciso saber qual parte do estoque de capital natural que já foi perdida como resultado da degradação ambiental, quanto está disponível hoje e quanto é ameaçado pela destruição irreversível no futuro. Em relação aos serviços ecossistêmicos, é evidente que empresas que antecipadamente empreendem esforços para avaliar e incorporar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos em suas operações tornam-se referência para aquelas que estão ainda explorando caminhos para se engajar nessas discussões. Esse conhecimento será cada vez mais valioso, dado que, reconhecidamente, os recursos naturais são bens muitas vezes escassos e estratégicos, tanto para o setor produtivo quanto para a sociedade como um todo. 2.2. ECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O estudo da percepção ambiental permite melhorar a compreensão da dinâmica entre o homem e o ambiente, considerando suas expectativas, satisfações, insatisfações e condutas. Utilizando os recursos naturais como se fossem inesgotáveis, o ser humano tem comprometido ecossistemas e gerado preocupações acerca da insustentável relação homem-natureza, o que, por sua vez, tem ocasionado alterações de estruturas e processos biológicos desses ecossistemas. Nessa perspectiva, uma das formas de análise da relação entre ser humano e ambiente é a percepção ambiental. O “Relatório da Avaliação Ecossistêmica do Milênio”, divulgado pela ONU em 2005, apresenta cenários preocupantes: “as atividades antrópicas estão mudando fundamentalmente, e, em muitos casos, de forma irreversível, a diversidade da vida no planeta terra. As projeções e cenários indicam que estas taxas vão continuar ou se acelerar no futuro. É improvável que os níveis atuais da biodiversidade possam ser mantidos globalmente apenas com base em considerações utilitárias”. Importa, entretanto, reconhecer que o conceito “desenvolvimento sustentável” podeser útil para qualificar um tipo de desenvolvimento em regiões delimitadas e em ecossistemas definidos. Ou seja, é possível existir a preservação do capital natural, vigorar um uso racional dos recursos e manter a capacidade de regeneração de todo o ecossistema. 24 O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas como uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda metade do século XX. Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de Brundtland (1987), presidida pela norueguesa Gro Haalen Brundtland no processo preparatório a Conferência das Nações Unidas, também chamada de “Rio 92”, foi desenvolvido um relatório que ficou conhecido como “Nosso Futuro Comum”. Tal relatório contém informações colhidas pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, destacando-se as questões sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano. Neste relatório está exposta uma das definições mais difundidas do conceito: “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. A Rio 92 legou ao mundo uma série de documentos hoje considerados fundamentais para a promoção do desenvolvimento sustentável: a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, uma declaração de princípios sobre florestas, a Carta da Terra, a Agenda 21 e três Convenções Internacionais – diversidade biológica, mudança do clima e, posteriormente, combate à desertificação. Mesmo assim, seus resultados foram, à época, considerados tímidos. Posteriormente, houve os eventos relacionados à Rio+10 (2002) e Rio +20 (2012), os quais circundaram os assuntos a respeito da economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e da estrutura institucional para a promoção do desenvolvimento sustentável. Compreender o desenvolvimento sustentável exige que se considere, em igual grau de importância, a sua diversidade produtiva, a preservação ambiental e cultural, as tecnologias apropriadas, enfim, todos os elementos pertinentes ao bem-estar do ambiente e da humanidade. 25 QUESTÕES 1. (CESGRANRIO – 2014) Desenvolvimento sustentável é uma necessidade real das empresas. Existem várias nuances nas definições formais de desenvolvimento sustentável, dentre as quais destaca-se o conceito original apresentado no relatório Brundtland, que define desenvolvimento sustentável como aquele a. Que satisfaz as necessidades globais sem sacrificar a habilidade do indivíduo de satisfazer as suas necessidades. b. Que satisfaz as necessidades das sociedades atuais sem sacrificar a habilidade das sociedades futuras de satisfazer as suas necessidades. c. Que utiliza somente os recursos ambientais renováveis, não sacrificando a habilidade do futuro de satisfazer as suas necessidades. d. Que ocorre sem o uso de recursos naturais, de forma a preservá-los para as gerações futuras. e. Onde as atividades da geração presente ocorrem de tal forma que o meio ambiente é preservado intocado para as gerações futuras. 2. (FCC – 2016) Satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades é o cerne do conceito de desenvolvimento sustentável. Esse conceito foi proposto e publicado em a. 1997, no Protocolo de Kyoto. b. 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano. c. 1992, na Rio-92. d. 2012, na Rio + 20. e. 1987, pelo Relatório Brundtland. 26 3. (INSTITUTO AOCP – 2015) O desenvolvimento sustentável inserido no ambiente organizacional provoca tentativas de a. Concorrer ainda mais no mercado com produtos não perecíveis. b. Viabilizar o desenvolvimento ecológico sustentável, e dentre eles destacam-se as práticas de ecoeficiência. c. Levar a produção ao nível máximo de eficiência de qualquer maneira. d. Aumentar a qualidade do produto sem relacionar-se com o meio ambiente e com a responsabilidade social. e. Diminuir a produção, para assim diminuir a poluição. 4. (FCC – 2016) A valoração dos serviços ecossistêmicos pode ter efeitos favoráveis em termos de gestão sustentável do capital natural formado por estruturas (recursos bióticos e abióticos) que contribuem para o bem-estar humano. Sobre este assunto, a. Os métodos de valoração de serviços ecossistêmicos sempre devem ser aplicados em um espectro de bens ambientais muito restritos. b. O interesse pela redescoberta do processo de valoração dos serviços ecossistêmicos tem diminuído consideravelmente. c. Se os serviços ecossistêmicos contribuem para o objetivo maior de manutenção das condições de vida, seus valores são fixos no tempo. d. A valoração dos ativos ambientais não tem substitutos e a sinalização de “preços” para seus serviços não altera a percepção dos agentes econômicos. e. A valoração dos serviços ecossistêmicos é uma ferramenta importante para o direcionamento de políticas que visam sua preservação. 5. (FGV – 2016) Na biosfera, por meio dos ciclos biogeoquímicos, a água, o nitrogênio, o carbono e outros elementos químicos são constantemente transformados durante a composição e a decomposição da matéria 27 orgânica, seguindo caminhos pelos meios bióticos e abióticos. Esses ciclos conferem à biosfera um poder de autorregulação. Esta propriedade de autorregulação é conhecida por a. Homeostase. b. Biocenose. c. Biótipo. d. Ecótopo. e. Anisotropia. GABARITO 1. B 2. E 3. B 4. E 5. A 28 UNIDADE 02 BIOMAS E ECOSSISTEMAS Caro(a) Aluno(a), Seja bem-vindo(a)! Nesta primeira unidade verificaremos os biomas e ecossistemas terrestres e aquáticos. Conteúdos da Unidade A unidade contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 03 e 04). No capítulo 03 verificaremos o conceito de biomas, seus processos de formação e suas classificações a nível terrestre. No capítulo 04 verificaremos os principais ecossistemas aquáticos, seus relevos, os fatores que influenciam na formação do bioma (como profundidade, temperatura e luminosidade) Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os assuntos, à medida que for estudando. 29 3. CAPÍTULO 03 – BIOMAS Ao longo da evolução das plantas vasculares, foram selecionadas diversas “formas de crescimento” (árvores, arbustos, lianas, ervas, epífitas, suculentas etc.), também consideradas pelos autores modernos como “formas de vida”. Ao colonizarem as superfícies emergentes dos oceanos, as plantas formaram diferentes tipos de vegetação. Dependendo do predomínio ou da proporção das diferentes formas de vida que as compunham, bem como de sua densidade, caducidade foliar, entre outras características, essas vegetações apresentaram diferentes estruturas e fitofisionomias (florestas densas, arvoredos ou “woodlands”, carrascos, savanas, campos, estepes, desertos etc.), refletindo, assim, os principais fatores físicos determinantes, como clima, solo, fogo etc. O termo formação surgiu para indicar uma unidade fisionômica de vegetação, como são as formações de floresta pluvial tropical, de floresta tropical caducifólia, de savana tropical, de campo, de deserto etc. O termo bioma (bio = vida + oma = grupo ou massa) surgiu bem mais tarde do que o termo formação. Enquanto esta referia-se apenas à vegetação, aquele abrangia também a fauna e demais organismos a ela associados. Originalmente, um bioma caracterizava-se apenas pela fitofisionomia da vegetação,isto é, pelo tipo de formação, pela fauna e outros organismos associados e pelo clima reinante. Com o passar do tempo, outros autores propuseram conceitos um pouco mais abrangentes para o termo bioma, incluindo também as características do solo e outras características abióticas. Os biomas são sistemas em que o solo, o clima, o relevo, a fauna e demais elementos da natureza interagem entre si, formando tipos semelhantes de cobertura vegetal. Em escala planetária, são unidades que evidenciam grande homogeneidade na natureza de seus elementos. Há florestas tropicais na América, África, Ásia e Oceania que, embora semelhantes, possuem comunidades ecológicas com exemplares distintos. Essas particularidades fazem com que algumas vegetações, embora parecidas entre si, mostrem-se distintas, sendo que cada uma delas possui importância no contexto local de influências nas características naturais, bem como influenciam na vivência de moradores locais, que, interagindo direta ou indiretamente, podem causar degradação ao meio onde vivem. A Figura 03 mostra a distribuição dos biomas pelo mundo. 30 (COLOCAR A FIGURA 03 AQUI) Figura 03 – Distribuição dos biomas pelo mundo. (Fonte: <http://www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em 10 de janeiro de 2018) A formação do conceito de biomas é um assuntos bem discutido pela comunidade científica devido à consideração de fatores a serem utilizados em sua classificação. Frente a isso, segue uma evolução histórica na conceituação de biomas a nível mundial: O ecólogo americano Howard Thomas Odum, em 1971, define o termo de maneira semelhante a Clements, mas introduzindo o clima como constituinte dessa grande região. No mesmo ano, o também ecólogo americano Robert Whittaker restringe a abrangência dos biomas aos continentes em que se encontram. W. B. Clapham Jr, em 1973, condiciona os biomas a fatores abióticos, em especial ao clima, assim um mesmo bioma pode ser formado em diversas e diferentes partes do mundo. Roger Dajoz, no mesmo ano, e depois Michael J. Crawley, no fim da década de oitenta, definem de forma parecida o termo bioma como sendo um agrupamento de fisionomia homogênea e independente da composição florística, sendo sua existência controlada pelo macroclima. Robert Whitaker, em 1975, diz que biomas teriam dimensões subcontinentais e o bioma-tipo seria a soma de todos os biomas de um determinado tipo nos diversos continentes. Desta forma, a floresta tropical amazônica seria um bioma e as florestas tropicais do mundo constituiriam um bioma-tipo. Em 1960, H. Walter e H. Lieth elaboraram um tipo especial de diagrama ecológico de clima do mundo, classificando-o em nove zonas climáticas, que mais tarde tornaram-se dez, distribuídas praticamente como faixas latitudinais da Terra, que vão do equador aos pólos. Paul Colinvaux, em 1993, define bioma como ecossistema de grande área geográfica da qual as plantas são de uma mesma formação e o clima define seus limites. O ecólogo americano Timothy F. H. Allen, em 1998, defendeu que biomas são identificados pela forma de vida dominante. 31 Baseando-se em diversos trabalhos de Walter & Lieth e Gaussen (1954; 1955), elaboraram um tipo especial de diagrama ecológico de clima e publicaram um Atlas Mundial de Diagramas Climáticos, classificando os climas do mundo em nove Zonas Climáticas, distribuídas praticamente como faixas ou zonas latitudinais da Terra. Como o macroclima é de fundamental importância para a vegetação, cada uma dessas faixas representa uma grande unidade ecológica da geobiosfera, denominada Zonobioma. Os Zonobiomas têm grandes dimensões, distribuindo-se pelo globo terrestre através dos continentes. Já os domínios morfoclimáticos e fitogeográficos têm dimensões subcontinentais, de milhões até centenas de milhares de quilômetros quadrados. Os biomas podem restringir-se a pequenas áreas ou chegar até mais de 1 milhão de quilômetros quadrados. Um mesmo tipo de bioma é representado por uma ou mais áreas, distintas geograficamente, constituindo, cada qual, uma unidade daquele tipo de bioma. Um dos esquemas mais amplamente adotado para definição dos Biomas é o sistema de zona climática desenvolvido pelo ecólogo alemão Heinrich Walter e publicado em 1965. Este sistema, que tem nove grandes divisões (Quadro 03), está baseado no curso anual de temperatura e precipitações. 32 Quadro 03 – Zonas climáticas mundiais pelo conceito de H. Walter em 1965 com os nomes dos biomas classificados por Whittaker em 1975 para comparação. (Fonte: UFAM, 2011) Zona Climática (Walter, 1965) Vegetação Nome do bioma (Whittaker, 1975) I Equatorial Sempre úmido e ausência de sazonalidade na temperatura Floresta pluvial tropical perene Floresta pluvial tropical II Tropical Estação chuvosa de verão e estação seca de inverno Floresta sazonal, arbustos ou savanas Floresta tropical sazonal / savana III Subtropical Desertos quentes – altamente sazonal, clima árido Vegetação desértica com grande superfície exposta Deserto subtropical IV Mediterrâneo Estação chuvosa de inverno e verão seco Xerófila (plantas adaptadas à secas), arbustos sensíveis ao congelamento e bosques Bosque / arbusto V Temperado quente Ocasionalmente gelado, frequentemente com máxima de precipitação no verão Floresta temperada perene, um tanto quanto sensível ao congelamento Floresta pluvial temperada VI Nemoral Clima moderado com congelamento no inverno Resistente ao gelo, desídua, floresta temperada Floresta sazonal temperada VII Continental (desertos frios) Árido, com verões mornos ou quentes e invernos frios Campos e desertos temperados Campo / deserto temperado 33 VIII Boreal Temperado frio com verões frios e invernos longos Flores de folhas aciculadas, perenes, duras e resistentes ao gelo (taiga) Floresta boreal IX Polar Verões muito curtos e frios, invernos longos e muito frios Vegetação perene baixa, sem árvores, crescendo sobre solos permanentemente congelados Tundra 34 Considerando as classificações atuais do tema, dentre os principais biomas terrestres encontram-se: Tundra Taiga Floresta Temperada Floresta Equatorial Floresta Tropical Savanas Campos Desertos 3.1. TUNDRAS A palavra “tundra” deriva do finlandês e significa terra estéril, sem árvores. É o bioma mais simples em termos de composição de espécies e cadeias alimentares. Sua vegetação é caracterizada pela proveniência de materiais orgânicos que aparecem no curto período de gelo durante a estação “quente” das regiões de clima frio, apresentando assim apenas espécies que se reproduzem rapidamente e que suportam baixas temperaturas. Existem dois tipos de tundra: a tundra ártica, ao redor do Pólo Norte e a tundra alpina, no topo das altas montanhas. A Figura 04 apresenta a localização das tundras no planeta. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA TUNDRA (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE TUNDRA. PODE SER COMO AQUELA QUE TEM NO WIKIPEDIA NO LINK https://pt.wikipedia.org/wiki/Tundra JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR A TUNDRA)) Figura 04 – Tundra A tundra constitui um dos três principais biomas naturais que seqüestram carbono, reduzindo o efeito estufa. Durante o curto verão, as https://pt.wikipedia.org/wiki/Tundra 35 plantas retiram dióxido de carbono da atmosfera. Normalmente esse dióxido de carbono é devolvido pela respiração e pela decomposição. Mas, devido ao curto e frio verão e às temperaturas congelantes do inverno, as plantas não se decompõem, permanecendo resíduos no permafrost3 por milhares de anos. Entretanto, o aquecimento global atual vem degelando o permafrost e permitindo a decomposição do material acumulado, devolvendoo dióxido de carbono para a atmosfera. A tundra não é um deserto frio e inútil. É um bioma extremamente frágil e as plantas e os animais que nela vivem possuem excepcionais adaptações para os invernos frios e longos e para verões curtos e abundantes. Vivem em uma borda precária e pequenas perturbações podem levá-los à extinção. Existe ainda muito a aprender sobre a tundra. O permafrost tem a capacidade de preservar plantas e animais no gelo por grandes períodos de tempo. Os cientistas podem usar o permafrost como um registro do clima do passado, como um instrumento para a comparação com o clima atual, notadamente em relação ao aquecimento global. A tundra alpina situa-se no topo das altas montanhas e apresenta um clima diferente (em relação ao comprimento do dia e as estações) que a tundra ártica. Embora ainda muito frio e com fortes ventos, o solo apresenta boa drenagem (não há permafrost). As oscilações térmicas respeitam mais a alternância dia/noite do que verão/inverno. Apresentam uma vegetação baixa, próxima ao solo, e adaptada ao clima frio. Predominam ervas, arbustos e musgos. 3.2. TAIGAS A taiga é um tipo de floresta tipicamente do hemisfério norte do planeta, em regiões onde a temperatura chega a -54ºC e raramente passa dos 21ºC. Também conhecida como Floresta de Coníferas, ou Floresta Boreal, a Taiga perfaz uma faixa que abrange a Ásia, América do Norte e Europa (é um bioma comumente encontrado no norte do Alasca, Canadá, 3 O permafrost ou pergelissolo (em português) é o tipo de solo encontrado na região do Ártico. É constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados (do inglês perma = permanente, e frost = congelado, ou seja: solo permanentemente congelado). Esta camada é recoberta por uma camada de gelo e neve que, se no inverno chega a atingir 300 metros de profundidade em alguns locais, ao derreter -se no verão, reduz-se para de 0,5 a 2 metros, tornando a superfície do solo pantanosa, uma vez que as águas não são absorvidas pelo solo congelado. 36 sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria e Japão) e está limitada ao norte com a Tundra e ao sul com a Floresta Temperada. A vegetação da taiga apresenta uma boa adaptação ao clima extremamente frio dessas regiões. Espécies como as coníferas e pinheiros possuem as suas folhas com superfícies pequenas para reduzir o processo de evapotranspiração uma vez que a água é escassa, pois a que está presente no solo está congelada. O formato cônico das copas (pinheiros, por exemplo) ajuda a evitar a acumulação de neve. As folhas são revestidas por uma espécie de resina que evita que as folhas congelem e facilita o retorno ao processo de fotossíntese logo que se inicia o verão. Outras árvores típicas dessa região são os abetos, espruces e larícios. Nas florestas, os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz intensa. A vegetação rasteira é pouco representada. O período de crescimento dura, em média, três meses, e as chuvas são pouco frequentes. Apesar da precipitação, o solo apresenta-se gelado durante os meses de inverno e as raízes das plantas não encontram água em disponibilidade ideal às suas necessidades fisiológicas. A Figura 05 apresenta a localização das taigas no planeta. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA TAIGA (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE TAIGA. UM EXEMPLO DE MAPA PODE SER ESSE http://escolakids.uol.com.br/taiga.htm JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR A TAIGA, COMO ESTE POR EXEMPLO https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar- e-riscos-de-extincao/ )) Figura 05 – Taiga 3.3. FLORESTAS TEMPERADAS http://escolakids.uol.com.br/taiga.htm https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-e-riscos-de-extincao/ https://www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-e-riscos-de-extincao/ 37 As florestas temperadas são encontradas em regiões como o centro da Europa, sul da Austrália, Chile, leste da Ásia, Leste dos Estados Unidos, entre outros. Seu clima é caracterizado como ameno, sendo que as quatro estações do ano são bem definidas, com índices de chuva que variam de 75 a 100 cm ao ano. A decomposição das folhas que caem no inverno promove a riqueza de nutrientes no solo, tornando-o extremamente fértil, sendo algo de grandes devastações. A vegetação é composta de três grupos de árvores, que são: Decíduas (o qual perdem suas folhas durante o inverno) Coníferas (possuem formato de cone) Folhas largas (têm como característica a manutenção da folhagem no inverno. Têm imensa quantidade de gordura, o que ajuda a manter a água no durante o inverno. Oliveiras e eucalipto estão entre os principais exemplos) Em relação à fauna, ela é bastante variada, com significativo aumento da população de répteis e invertebrados devido à elevação do clima em relação à tundra e taiga. A Figura 06 apresenta a localização das florestas temperadas no planeta. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA TEMPERADA (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE FLORESTAS TEMPERADAS. UM EXEMPLO DE MAPA PODE SER ESSE http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta- temperada.html. JUNTAMENTE COM O MAPA, COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS FLORESTAS TEMPERADAS, COMO ESTE, POR EXEMPLO: https://www.google.com.br/search?client=firefox-b- ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbw ASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&g s_l=psy- ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1 c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M: )) http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta-temperada.html http://herbertgaleno.blogspot.com.br/2014/03/floresta-temperada.html https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M https://www.google.com.br/search?client=firefox-b-ab&dcr=0&biw=1366&bih=635&tbm=isch&sa=1&ei=fx1XWonMMoSbwASw3JyoAg&q=florestas+temperadas+&oq=florestas+temperadas+&gs_l=psy-ab.3..0l2j0i30k1l8.95899.95899.0.96097.1.1.0.0.0.0.128.128.0j1.1.0....0...1c.1.64.psy-ab..0.1.127....0.HKfyBzs-tQM#imgrc=liSzfirsPkAw9M 38 Figura 06 – Florestas temperadas 3.4. FLORESTAS EQUATORIAIS As Florestasequatoriais se desenvolvem próximo à linha do Equador. São encontradas na América do Sul, sudeste da Ásia e na África. A Floresta Amazônica e a Floresta do Congo (na África) são as principais Florestas Equatoriais. Nessas regiões as temperaturas são elevadas e as chuvas são abundantes durante o ano inteiro, mantendo a floresta bastante úmida. A Figura 07 apresenta a localização das florestas equatorial no planeta. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA EQUATORIAL (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE FLORESTAS EQUATORIAIS. JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS FLORESTAS EQUATORIAIS)) Figura 07 – Florestas equatoriais Essas características permitem o desenvolvimento de uma vegetação densa com uma elevada riqueza de espécies vegetais, com árvores que podem atingir grandes alturas. Esse estrato superior não é compacto, consistindo em árvores emergentes dispersas que se elevam acima de um estrato compacto formado por árvores que possuem entre 20 a 30 metros de altura. O dossel4 fechado impede a penetração de luz, por isso abaixo dele encontram-se árvores pequenas. Quando alguma clareira se abre, essas árvores menores podem chegar a ocupar os estratos superiores da floresta, pois respondem rapidamente ao estímulo luminoso. No sub- 4 O dossel da floresta, ou seja, a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores, em termos ecológicos apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbustivo-arbóreas, além de atuar como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Em florestas secundárias jovens, o dossel normalmente encontra-se mais aberto, com grandes espaços entre as copas das árvores, permitindo maior passagem de luz e, assim, inibindo a regeneração de espécies não pioneiras, especialmente as climácicas. Nas florestas maduras, o dossel é mais fechado, causando maior sombreamento no sub -bosque e favorecendo a regeneração das espécies tardias, formadoras de bancos de plântulas. 39 bosque encontram-se arbustos e um estrato herbáceo pouco desenvolvido composto por ervas. As folhas são grandes e largas, permitindo uma maior absorção de luz solar e consequentemente aumentando as taxas de fotossíntese. É comum a presença de lianas e epífitas. No solo acumula-se a serapilheira, uma camada formada por folhas em mistura com frutos, flores, galhos etc. A serapilheira é um importante compartimento da floresta, sendo fundamental para a ciclagem de nutrientes. Devido à forte lixiviação (escoamento dos minerais dissolvidos pela chuva), os solos são pobres em nutrientes. Porém, há um elevado número de organismos decompositores que são responsáveis pela rápida decomposição da matéria orgânica, garantindo uma acelerada ciclagem dos mesmos. Os nutrientes são absorvidos pelos vegetais antes que ocorra a lixiviação. As florestas equatoriais abrigam uma fauna bastante rica. Na Amazônia, alguns grupos são extremamente diversificados, como as aves, primatas e borboletas. Botos, onças, capivaras, bichos-preguiça, serpentes e sapos são alguns dos animais encontrados. Na Floresta do Congo destacam-se os gorilas e chimpanzés. Na Ásia encontram-se os tigres e leopardos. 3.5. FLORESTAS TROPICAIS As Florestas Tropicais – também chamadas de florestas pluviais tropicais ou florestas úmidas – são biomas que apresentam enorme índice pluviométrico, evapotranspiração e abrigo da biodiversidade, posto que são compostos por grande e diversa quantidade de animais e vegetais5. Encontram-se localizadas entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. A Figura 08 apresenta a localização das florestas tropicais no planeta. 5 As florestas tropicais não recobrem volumosas áreas sobre o planeta. No entanto, elas são responsáveis por dois terços de toda a biodiversidade do mundo. São compostas por grande quantidade de espécies vegetais e animais, concentrando cerca de 50% da vida do planeta, mesmo ocupando men os de 2% da superfície da Terra, de forma que todas as medidas de preservação do meio natural do planeta perpassam pela conservação e controle do desmatamento dessas unidades de vegetação. 40 (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA FLORESTA TROPICAL (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE FLORESTAS TROPICAIS. JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS FLORESTAS TROPICAIS)) Figura 08 – Floresta tropical Em razão da elevada umidade e das constantes chuvas, a amplitude térmica não costuma ser muito elevada nessas localidades, além de haver uma maior presença de espécies hidrófilas e latifoliadas, com solos, em muitos casos, saturados ou ricos em recursos hídricos. As principais espécies de árvores alcançam os 60 metros de altura. Além da altura média elevada das árvores, a umidade, as chuvas e a luz solar abundante favorecem o alargamento da copa das árvores, formando um “forro” que confere a densidade desse bioma. Com isso, as áreas mais baixas da floresta não recebem luz solar, dificultando o crescimento de novas espécies circundantes, exceto as epífitas, as árvores que crescem envolvendo o tronco de outras já existentes. As Florestas Tropicais são divididas em pelo menos cinco camadas distintas e que variam de floresta para floresta. São elas: Céu: a camada chamada "céu" abrange as coroas de árvores espaçadas e seus galhos. Copa: a camada "copa" é formada por árvores de curto espaçamento e densidade elevada. Sub: na camada "sub", mais espaçada, estão espécies arbóreas que chegam a 100 metros de altura dispostas de maneira espaçada. Arbustiva: os arbustos são a característica da "camada arbustiva", com árvores menores, de 5 a 20 metros acima do piso. Chão: na "camada solo" está a vegetação de menor porte, além de troncos e fungos. 41 Em cada camada são encontradas as espécies únicas de animais e vegetais. que interagem com o ecossistema em volta. Durante muito tempo, pensou-se erroneamente que as florestas tropicais consistiam no “pulmão do mundo” por supostamente emitirem as maiores quantidades de oxigênio na atmosfera. Atualmente, no entanto, sabe-se que essa função pertence aos plânctons e algas marinhas, já que nas florestas pluviais tropicais o oxigênio produzido é utilizado pelos seres vivos locais e, principalmente, pela decomposição do material orgânico gerado pela floresta. No que diz respeito à atmosfera, a importância das florestas tropicais encontra-se na sua função de atenuar as temperaturas, funcionando como uma espécie de ar-condicionado. Além disso, esse bioma tem a propriedade de “bombear” as águas das chuvas e do subsolo para a atmosfera, em um processo conhecido como “evapotranspiração”, que gera algumas frentes de umidade que se deslocam para outras áreas. Em muitas partes do mundo as florestas tropicais são fonte de renda e de matéria-prima, porém têm sido fortemente impactadas por atividades antrópicas que causam perda de habitat, fragmentação e degradação das florestas, afetando a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Os métodos e a intensidade do uso também são muito diferentes, sendo que na maioria a exploração destrutiva progride numa velocidade exponencial, alterando drasticamente a estrutura e a função do ecossistema florestal. As florestas tropicais são importantes para a estabilização climática, para a prevenção da erosão e para o balanço hídrico local, além da sua importância na preservação da biodiversidade no mundo. 3.6. SAVANAS As Savanas são um bioma complexo por apresentarem variados tipos de formações vegetativas em algumas partes do mundo. A Figura 09 apresenta a localização das savanas noplaneta. 42 (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DA SAVANA (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE SAVANAS. JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR AS SAVANAS)) Figura 09 – Savanas Existem Savanas em regiões mediterrâneas, as quais apresentam árvores de pequeno porte, onde os solos são pobres em nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado de árvores. As savanas podem ser tipificadas como: Savanas tropicais: presentes em regiões de clima tropical e subtropical. São compostas por árvores mais esparsas e com ampla presença de gramíneas, sendo que os solos são um pouco mais férteis, como as savanas africanas e as presentes na América do Sul (como o cerrado brasileiro). Savanas de regiões temperadas: possuem verões úmidos e invernos secos, onde a vegetação que mais se desenvolve é rasteira, com as chamadas gramíneas. Savanas pantanosas: desenvolvem-se em locais com clima tropical e subtropical e têm como condição estarem sempre alagadas. Savanas montanhosas: encontram-se em altitudes elevadas (zonas alpinas e subalpinas) em diferentes regiões do planeta. Caracterizam-se por terem evoluído de forma isolada devido às condições climáticas em determinadas altitudes e, frequentemente, albergam muitas espécies endêmicas. As plantas características destes habitats mostram adaptações tais como: estruturas em forma de roseta, superfícies cerosas e folhas pubescentes. 43 Os solos das Savanas são altamente lixiviados e com características arenosas, sendo solos pobres em elementos como fósforo e nitrogênio, embora sejam ricos em alumínio e ferro. Já o clima característico das Savanas é o tropical, com variações sazonais, ou seja, períodos com altas e baixas temperaturas, bem como estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa. O Cerrado é um tipo de Savana presente no território brasileiro, o qual se concentra na região Centro-Oeste do país, sendo caracterizado por uma complexa configuração vegetativa, onde estão presentes árvores de porte médio, as quais estão dispostas de forma esparsa no espaço e que se intercalam com arbustos e uma vegetação rasteira composta por espécies de gramíneas. A Figura 10 apresenta a localização do cerrado no Brasil. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DO CERRADO BRASILEIRO (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE CERRADO. JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR O CERRADO)) Figura 10 – Cerrado Brasileiro Os Cerrados são comumente referenciados pelas árvores de pequeno porte com troncos bastante retorcidos, o que se tornou uma marca conhecida destes ambientes. Em sua originalidade, os Cerrados constituíam cerca de 25% da cobertura vegetal do território brasileiro. No entanto, a partir da década de 1979, houve um intenso processo de degradação dos Cerrados brasileiros. Depois do bioma amazônico, o Cerrado é o maior bioma brasileiro, sendo a Savana mais rica em biodiversidade do mundo. 3.7. CHAPARRAL 44 Chaparral é também conhecida como bosques e arbustros. É uma espécie de matagal ou charneca encontrado no Sul da Europa, norte da África, sul da América do Sul e pequenas áreas no sul da Califórnia, da África e da Austrália. É um bioma característico de clima mediterrâneo. As formações vegetais localizam-se em planícies e são constituídas basicamente por gramíneas, formando um grande tapete vegetal. Ocorrem geralmente na faixa intermediária entre a floresta e o deserto. No entanto, as pradarias e pampas ocorrem em climas mais úmidos e suas gramíneas são mais altas como as encontradas na América do Sul. Todos esses ambientes são considerados campos temperados. Os campos temperados da África do Sul recebem o nome de “veldts”. A Figura 11 apresenta a localização dos chaparrais no mundo. (COLOCAR UMA FIGURA DE MAPA DO CHAPARRAL (UMA MAPA DO PLANETA EM QUE O ALUNO POSSA LOCALIZAR AS REGIÕES DE CHAPARRAL. EXEMPLO : https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=im ages&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&ur l=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F201 0%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR& ust=1515752932594953 JUNTAMENTE COM O MAPA COLOCAR UMA FOTO CARACTERÍSTICA PARA QUE O ALUNO POSSA VISUALIZAR O CHAPARRAL)) Figura 11 – Chaparral No chaparral o clima é geralmente frio e seco, pois não há oceanos por perto e as chuvas são escassas, mas durante o verão o clima é quente. Existem duas estações nitidamente diferentes: uma estação de congelamento durante o inverno, quando a vegetação permanece dormente, e uma estação de crescimento quando não há congelamento e a vegetação pode se desenvolver. No verão podem ocorrer incêndios https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiv_aPu2c_YAhXDEZAKHQlIBZoQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.madrimasd.org%2Fblogs%2Funiverso%2F2010%2F02%2F19%2F135398&psig=AOvVaw0Id3AJ5u2epgNqzN9hJoNR&ust=1515752932594953 45 ocasionais. Esses incêndios são importantes na conservação dos campos abertos, pois eliminam a quantidade excedente de matéria orgânica e permitem a renovação da vegetação. As gramíneas possuem brotamentos próximos à superfície (ou abaixo dela), assim, quando são queimadas ou devoradas por herbívoros, um novo brotamento acontece imediatamente. Embora as gramíneas sejam predominantes, nas regiões mais úmidas dos campos temperados é possível encontrar dois ou mais estratos de vegetação. As árvores são poucas, podendo ocorrer ao longo de rios ou lagos. Existem também algumas plantas de flores perenes, geralmente com espinhos para prevenir a herbivoria. A fauna desse ambiente é composta principalmente por herbívoros e carnívoros. Esses animais possuem adaptações que lhes permitem correr de forma eficiente de um lugar para outro em busca de água ou para fugir dos predadores. No Brasil, os chaparrais são representados pelos campos brasileiros, os quais são vegetações encontradas em áreas dispersas no território, no qual as composições herbáceas exibem aspectos diversos e podem ser encontrados em restritas extensões. A particularidade desse tipo de cobertura vegetal é o fato de seu aparecimento descontínuo ao longo da superfície nacional. Essa formação vegetal ocorre, em geral, em regiões de relevo plano ou então em áreas de climas frios e secos. Os campos constituídos basicamente por gramíneas são considerados de campos limpos. Quando as gramíneas estão misturadas a arbustos de pequeno porte, chamam-se campos sujos. No Brasil existem diversas “manchas” de formação campestre, com destaque para campos meridionais, campos da Hileia e campos de altitude. Campos meridionais: são encontrados, especialmente, no Rio Grande do Sul (Campanha Gaúcha) e no Mato Grosso do Sul
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