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Nome: Agnaldo Murilo Rosa Junior RA 68423 Engenharia Mecânica 10° Semestre Resumo do Livro Noções Essenciais de Direito 2° Edição Autor: Nelson Palaia CAPITULO 01 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO O Direito é um fenômeno do dia-a-dia, que encontramos a todo o momento e a toda parte. O Direito protege e serve o indivíduo em todos os momentos, ele regula as relações dos indivíduos em sociedade. Onde existe sociedade, existe o Direito. Mesmo que cada um cuide de suas necessidades e interesses, a qualquer momento poderá haver interferência da atitude de um em relação ao interesse de outrem e, nesse momento, poderá prevalecer o direito do mais forte, originando um conflito, ou instalar-se um estado de direito com regras estabelecidas de acordo com os interesses dessa sociedade, pois “ubi societas ibi jus”: onde há sociedade, existe Direito. Distinção entre Moral e Direito: Isso é filosofia do Direito. O homem solitário na ilha convive com sua consciência, com seus pensamentos, com sua religião. Portanto, não serão as regras do Direito que regerão as atitudes desse homem, mas as suas atitudes serão regidas pelas regras ditadas por sua consciência. O juízo moral pressupõe um ponto de vista voltado para o interior. A moral impõe ao sujeito uma escolha entre as ações que pode praticar, mas diz respeito apenas ao próprio sujeito. A moral é unilateral e o Direito é bilateral. A Moral indica um dever, mas não impõe regras, o remorso e a inquietação são interiores e subjetivos. O descumprimento da regra de direito implica sanção e repressão externa e objetiva. A coercibilidade imposta pela norma, isto é, a possibilidade de constranger alguém a cumprir a regra, é uma característica privativa do Direito. As regras da moral vivem principalmente na consciência individual, de maneira difusa, enquanto as regras de Direito são formuladas em códigos e leis. Os Diversos Usos da Palavra Direito. A palavra Direito apresenta, pelo menos, quatro sentidos diferentes: I – Como Norma. II – Como faculdade. III – Na acepção do justo. IV – Como Ciência. O Direito como norma, formulado por códigos e leis, é o Direito Positivo. A Divisão do Direito. O Direito se divide em 02 partes: Direito Público e Direito Privado. Porém tem outras divisões dentro dessas. Direito Público: Externo e Interno e Direito Privado: Comum e Especial. Direito Público é aquele destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade. Direito Privado é aquele que diz respeito aos interesses dos indivíduos. Direito Público Externo é o conjunto de normas que se consideram jurídicas e tem por finalidade disciplinar as relações entre Estados soberanos, definindo-lhes direitos e deveres. Direito Público Interno, sub-ramifica em Direito Constitucional, Financeiro, Tributário, Administrativo, Penal, Processual, Civil, Processual Penal e Judiciário. O Direito Constitucional regula as bases do poder imperante no território sobre o povo. O Direito Privado disciplina as relações entre os particulares, sejam pessoas físicas ou jurídicas, inclusive em relação ao Estado, desde que o Estado não esteja intervindo nessas relações imbuído do poder político ou jurisdicional. Norma Jurídica. Norma é uma espécie de princípio, de preceito, de regra. A norma é um mandamento, nela se insere um comando imperativo. A norma geralmente decorre de um juízo ou de uma posição enunciativa. Se a norma decorre de um juízo, o juízo pode ser categórico ou hipotético. O juízo de ser é o pensamento de uma existência ou de um modo de ser em relação ao objeto de um conceito. Dentre os juízos de ser estão as leis físicas ou naturais. Existem normas que são elaboradas pelos órgãos do Estado e fora deles, mas há as normas que só se tornam imperativas e atributivas, quando elaboradas pelos órgãos do Estado. São então essas as normas jurídicas. Sistema de Normas. Vimos que o Direito Positivo é um sistema de normas e que a norma jurídica se caracteriza pela bilateralidade. Norma Geral e Abstrata. A Norma também é Geral e Abstrata por não regular um caso singular, isolado, mas por estabelecer um princípio aplicável a vários casos, que apesar de não realizados, podem realizar-se e que se enquadram no tipo de caso previsto. Imperatividade, Atributividade, Coerção e Sanção: Os juízos de comportamento obrigatório ou normas em sentido estrito dividem-se em: Simplesmente imperativos e Imperativos-atributivos. Imperatividade é o caráter de toda norma em sentido estrito de impor um dever. Atributividade é o caráter de toda norma em sentido estrito de conferir direitos a outrem. A norma jurídica exerce pressão social sobre seus destinatários, obrigando-os a observá-la e fazê-la cumprida. Normas de Ordem Pública e Normas Dispositivas: São normas de ordem pública aquelas que ordenam ou proíbem de modo absoluto, sem deixar alternativa. São normas dispositivas aquelas que permitem uma ação ou abstenção ou suprem omissão da declaração de vontade. Não obstante a permissibilidade ou supletividade delas, não deixam de ser normas imperativas atributivas. Normas Escritas e Normas Não-Escritas: A norma escrita pode ser de Direito Escrito ou de Direito Não-Escrito. Normas escritas: são aquelas elaboradas pelos órgãos do Estado (normas jurídicas). A norma não-escrita: é o costume, também chamada de praxe. É a prática constante e uniforme de um modo de agir, formada espontaneamente ao longo dos tempos. Normas do Direito Público e do Direito Privado: A distinção entre norma de Direito Público e norma de Direito Privado está relacionada com a própria distinção de Direito Público e Direito Privado que fizemos anteriormente. Normas Constitucionais e Normas Ordinárias. Normas constitucionais são aquelas que têm por conteúdo o direito constitucional. São normas que dizem respeito a organização e funções do Estado e aos direitos e garantias individuais do cidadão. As normas ordinárias são as que disciplinam as demais matérias, exceto a constitucional, cujo processo de formação é disciplinado pela Constituição. Relação Jurídica é a vinculação direta ou indireta de duas ou mais pessoas a circunstâncias de fato, ou a um bem da vida, disciplinada pela norma jurídica positiva. As Relações Humanas, Sociais e Pessoais se revestem de juridicidade atribuída por um poder social. Elementos da Relação Jurídica. São elementos da relação jurídica: poder social, norma de direito positivo, sujeitos ativos e passivos, dever jurídico, fato jurídico e o interesse e a subordinação. Fontes do Direito. Vários são os sentidos que se podem tomar para a expressão fontes do Direito. Podemos analisar as fontes do ponto de vista histórico, social, filosófico e material do Direito, como podemos também analisar as fontes em seu sentido formal, isto é, como forma de expressão do Direito. Validade, Vigência e Eficácia. Lei é uma norma jurídica abstrata e geral expressa por escrito pelo Estado, com criação de Direito Novo. Como se verifica, a lei possui cinco características: Abstração, Generalidade, Estatalidade, Escrita e Novidade. Costume – Secundum Legem, Praeter Legem e Contra Legem. Costume é a pratica pública geral, reiterada com constância e uniformidade, de um modo de agir, acompanhado da convicção de sua obrigatoriedade jurídica. Os costumes podem ser de três espécies: Secundum Legem: é o costume que estabelece forma costumeira de interpretação ou aplicação de uma lei, é o costume interpretativo. Praeter Legem: É o que vigora na falta de preceito legal. Contra Legem: é o modo de agir aplicando prática costumeira contrária á lei. Regulamento e Contrato Coletivo. Regulamento é a norma jurídica geral expressa por escrito pelo Chefe do Poder Executivo, federal, estadual ou municipal, que, sem criar direito novo, pormenoriza a lei, para fiel execução desta. O contrato Coletivo de Trabalho é estabelecido por sindicatos ou associações de empregados e empregadores que determinam regras para valerem nos contratos individuais de trabalho. Doutrina. Dissemos anteriormente que a doutrina é o trabalho dos juristas, dos estudiosos do Direito, que definem e sistematizam os conceitos jurídicos. A doutrina também determina a natureza jurídica de um elemento da vida jurídica, ou seja, determina sua essência e qualidade, enquadrando-o na categoria jurídica própria. Jurisprudência. É a reiteração de decisões judiciais num mesmo sentido, é a autoridade das coisas julgadas da mesma maneira. Princípios Gerais de Direito. São princípios gerais de Direito as proposições diretivas do Direito Positivo que devem ser aplicados no caso em julgamento, na ausência de outra fonte formal. CAPITULO 02 TEORIA GERAL DO ESTADO A Teoria do Estado sistematiza conhecimentos obtidos através de diversas ciências: Sociologia, História, Direito, Economia e outras, que contribuem com os seus resultados. Não é a Teoria do Estado, portanto uma ciência, mas um conjunto de ciências. Constituição e Estado. A Constituição fixa a estrutura fundamental do Estado. Por isso, o Estado é uma noção prévia ao estudo do Direito Constitucional. Estado e Nação. Uma condição fundamental para que o homem atinja seus objetivos é, sem dúvida nenhuma, que ele se associe. O homem não é um ser autárquico, ele necessita de seus semelhantes. Mas o que é sociedade? Sociedade é, conforme o professor Goffedo Telles Jr., uma união estética de seres em busca de fins comuns. Os componentes do grupo se acham em comunhão e essas ideias precisam de um governo para chegarem a seus objetivos. O governo do grupo não é um poder, é o órgão do poder. Povo e Território. O povo de um Estado corresponde àqueles indivíduos sujeitos á sua soberania; são os cidadãos, são aqueles dotados de cidadania reconhecida pela ordem jurídica desse Estado. Território é o limite espacial dentro do qual o Estado exerce seu poder de império sobre pessoas e bens. São considerados Territórios Especiais: navios de guerra; territórios de embaixadas e representações diplomáticas; subsolo; espaço aéreo; e mar territorial. Soberania. Outro elemento constitutivo do Estado é a soberania, isto é, o poder de governo ou de comando, que, ao contrário do elemento povo e do elemento território, se costuma designar como um elemento formal do Estado. Cidadania. Cidadania é a qualidade do indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este. Há uma diferença específica entre o povo de uma Nação e o povo de um Estado. No povo de uma Nação encontramos vínculos de sentimento, de simpatia, de afinidade de objetivos para com a finalidade daquela Nação, enquanto povos de um Estado encontraram vínculos jurídicos que os indivíduos enlaçam, não obstante tenham ou não sentimentos comuns. A Organização do Estado. Sob o enfoque da organização, verifica-se que o Estado é uma sociedade política. Política é a ciência e arte de unificar e harmonizar as ações humanas, dirigindo-as para um fim comum. Monarquia e República. Duas são as formas de governo, monarquia e república. Monarquia é o governo de um só indivíduo. A Monarquia pode ser também absoluta, ou constitucional. A Monarquia Constitucional apresenta ainda, uma subdivisão, em pura ou parlamentar. Uma outra classificação ainda é feita, entre Monarquia Eletiva e Monarquia Hereditária. A República surge como oposição á Monarquia. O chefe de Estado é temporário e não vitalício; é eleito pelos governados, ou seja, pelo povo, em vez de ser sucedido por hereditariedade; e tem responsabilidade pelos seus atos, isto é, pode ser processado e perder o mandato. Presidencialismo e Parlamentarismo. O Presidencialismo é um produto americano, assim como o Parlamentarismo é um produto europeu. O Parlamentarismo surgiu de circunstâncias de fato, ou seja, um rei, um imperador ou soberano, em regime monárquico, que assumia o poder por dominar o povo, que não falava a língua desse povo e não comparecia ao parlamento, necessitava de um representante do executivo, fazendo surgir a figura do Primeiro-Ministro, como representante do monarca. Fez-se surgir a figura do Presidente da República, que é o chefe do Estado e, ao mesmo tempo, o chefe de Governo. Portanto, no regime presidencialista, o chefe de Estado e chefe de Governo é o Presidente da República. No regime parlamentarista, se o sistema de governo for monárquico, o chefe de Estado será o rei, o imperador ou outro soberano, e o chefe de Governo será o Primeiro-Ministro. Mas se tratando de sistema de governo democrático e regime parlamentarista, o chefe de Estado e o chefe de Governo será a mesma pessoa, ou seja, o Primeiro-Ministro. Federação. Etimologicamente, federação significa aliança. Duas são as formas de Estado, segundo a organização do poder interno: Unitário e Federal. Por sua vez, a Federação é uma forma de descentralizar politicamente o Estado.