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PATOLOGIA ORAL – AULA 2 {CISTOS NÃO-ODONTOGÊNICOS} Thaís Millena Maria da Silva Batista – Odontologia 2018.2 Cistos do desenvolvimento Um cisto é uma cavidade patológica (muitas vezes preenchida por líquido) revestida por epitélio, que contém material líquido, semi-sólido ou gasoso, circundado por uma cápsula de tecido conjuntivo Independentemente da sua origem, os cistos se desenvolvem na região oral e maxilofacial, tendem a aumentar lentamente de tamanho, possivelmente em resposta a um ligeiro aumento da pressão hidrostática luminal. Podem ser classificados em odontogênicos (ocorreu durante a formação do elemento dentário) e não-odontogênicos (ocorreu durante o desenvolvimento dos processos que formam a face) Cistos não-odontogênicos: São oriundos de remanescentes epiteliais nas linhas de fusão ou nivelamento entre os processos embrionários Patologia mais frequente dos maxilares Assintomática em fase inicial Crescimento lento e expansivo não infiltrante Maior frequência entre a 2ª e 3ª década de vida Ambos os sexos Mais frequente em mandíbula que na maxila 1. Cisto nasolabial (Cisto nasoalveolar; Cisto de Klestadt) É um cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior, lateral à linha média Patogênese (P): “fissural” originado de remanescentes epiteliais aprisionados ao longo da linha de fusão do processo maxilar, processo nasal mediano e processo nasal lateral. Características clínicas (C.C.): apresenta-se como um aumento de volume do lábio superior lateral à linha média, resultando na elevação da asa do nariz. Muitas vezes, o aumento eleva a mucosa do vestíbulo nasal e causa apagamento do fundo de vestíbulo. Ocasionalmente, esta expansão pode resultar em obstrução nasal ou interferir na utilização de uma prótese. A dor é rara, exceto quando a lesão está infectada secundariamente. Mais frequente em adultos (40 – 50 anos) e mulheres Características radiográficas (C.R.): Na maioria dos casos não há alterações radiográficas, pois o cisto origina-se nos tecidos moles. Ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso subjacente pela pressão exercida pelo cisto. Características histopatologicas (C.H.): revestido por epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo muitas vezes células caliciformes e ciliadas Tratamento (T.): Cirúrgico Cavidade Epitélio Cápsula de tecido conjuntivo 2. Cisto globulomaxilar (Considerado como ODONTOGÊNICO) P: Porção globular do processo nasal mediano com o processo maxilar, formado através de remanescentes odontogênicos C.C.: C.R.: Lesão radiolúcida entre o incisivo lateral e canino superior C.H.: E. estratificado pavimentoso | E. colunar, pseudoestratificado, ciliado (casos raros) T.: Cirúrgico 3. Cisto do ducto nasopalatino (do canal incisivo) É o mais comum P: Origina-se de remanescentes do ducto nasopalatino (liga a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo C.C.: Mais comum entre 40 – 60 anos; preferência pelo gênero masculino; tumefação (flutuante) da região anterior do palato, drenagem e dor; intermitente; pode ser assintomático. C.R.: Lesão radiolúcida bem circunscrita entre os ápices dos incisivos centrais, arredondada ou oval, com margem esclerótica. Pode aparecer em formato de coração por conta da sobreposição da espinha nasal anterior C.H.: O epitélio de revestimento dos cistos do ducto nasopalatino é variável. Pode ser constituído de: Epitélio escamoso estratificado (mais comum) Epitélio colunar pseudoestratificado Epitélio colunar simples Epitélio cúbico simples Frequentemente, mais de um tipo de epitélio é encontrado no mesmo cisto. Células caliciformes e cílios podem ser encontrados em associação do epitélio colunar. Uma resposta inflamatória é notada na parede cística e pode variar de suave a intensa. Tal inflamação é de natureza crônica e composta por linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Algumas vezes, células inflamatórias agudas (neutrófilos) podem ser observadas. T.: Cirúrgico 4. Cisto palatal/palatino mediano O cisto palatino mediano é um cisto fissural raro P.: Teoricamente se desenvolve do epitélio retido ao longo da linha de fusão embrionária dos processos palatinos laterais da maxila. Este cisto pode ser difícil de ser diferenciado de um cisto do ducto nasopalatino C.C.: O cisto palatino mediano apresenta-se como uma tumefação firme ou flutuante na linha média do palato duro, posterior à papila incisiva. A lesão aparece mais em adultos jovens. Muitas vezes, é assintomática, porém alguns pacientes queixam-se de dor ou expansão. C.R.: As radiografias oclusais revelam uma lesão radiolúcida na linha média do palato duro C.H.: Usualmente revestido por epitélio escamoso estratificado. Em alguns casos, áreas de epitélio colunar pseudoestratificado podem ser observadas. Uma inflamação crônica pode estar presente na parede do cisto. T.: Cirúrgico 5. Cisto mandibular mediano (Considerado como ODONTOGÊNICO) Originário da linha média da mandíbula (odontogênico) 6. Cisto epidermóide (infudibular) P.: Derivado do infundíbulo folicular. Tais cistos desenvolvem-se após uma inflamação localizada do folículo piloso e provavelmente representam uma proliferação não neoplásica do epitélio infundibular resultante do processo de cicatrização. C.C.: Os cistos epidermoides (infundibulares) representam quase 80% dos cistos foliculares cutâneos e são mais comuns em áreas propensas ao desenvolvimento de acne na cabeça, pescoço e costas. Eles são raros antes da puberdade, exceto quando estão associados à síndrome de Gardner. Os adultos jovens tendem a apresentar cistos na face, enquanto que os mais velhos têm maior propensão para cistos nas costas. Os homens são mais afetados. Os cistos epidermoides apresentam-se como lesões nodulares subcutâneas, flutuantes, que podem estar ou não associados à inflamação. Se uma lesão não inflamada se localiza em uma área de pele delgada, como o lóbulo da orelha, ela pode ser branca ou amarela. C.H.: uma cavidade revestida por epitélio escamoso estratificado lembrando a epiderme. Observa-se uma camada granulosa bem-desenvolvida e a luz é preenchida por ortoceratina degenerada. T.: Cirúrgico 7. Cisto dermóide É uma malformação cística do desenvolvimento incomum. Revestido por epitélio semelhante a epiderme e na parede contém anexos cutâneos. Forma cística benigna do teratoma. P.: Linha média do assoalho bucal C.C.: Quando o cisto se desenvolve abaixo do músculo gênio-hioideo, uma tumefação sublingual pode deslocar a língua superiormente e causar dificuldades na alimentação, fonação e respiração. Quando se desenvolvem acima do músculo, causam uma tumefação submentoniana, com aparência de “queixo duplo”. São mais frequentes em crianças e adultos jovens. Em geral, a lesão cresce lentamente sem causar dor, apresentando-se como uma massa borrachoide ou pastosa, que frequentemente retém a marca dos dedos sob pressão digital C.R.: Para delinear a lesão, a IRM (imagem por ressonância magnética), TC ou radiografias com utilização de contrate podem ser úteis C.H.: Revestido por epitélio estratificado escamoso ortoceratinizado, com uma camada granulosa proeminente. É comum encontrar ceratina abundante no interior da luz do cisto. A parede cística é composta por tecido conjuntivo fibroso, que contém um ou mais anexos cutâneos (glândula sebácea, folículo piloso ou glândula sudorípara) T.: Cirúrgico 8. Cisto do ducto tireoglosso (Trato tireoglosso) P.: Origina-se dos remanescentes epiteliais do ducto tireoglosso, tendo a inflamação como estímulo mais provável C.C.: Desenvolvem-se na linha média e podem ocorrer em qualquer local, desde o forame cego na língua até a chanfradura supra-esternal. 60 – 80% dos casos, os cistos são supra- hióides e apresentam localização submentoniana. Podem se desenvolver em qualquer idade, porém, tem maior recorrência dos 10 – 20 anos. Não há predileção por gênero. Geralmente, o cisto se apresenta como uma tumefação móvel, flutuante e indolor, a menos que se complique por uma infecção secundária. Em 1/3 dos casos, há presença de fistulas que se direcionam à pele ou mucosa oral C.H.: Revestidos por epitélio escamoso estratificado ou colunar. Algumas vezes, vários tipode de epitélios estão presentes. T.: Cirúrgico 9. Cisto da fenda branquial (cisto linfoepitelial cervical) P.: Incerta. A teoria clássica diz que se originam dos remanescentes das fendas branquiais, pelo fato de ocorrer na região de aparatos dos arcos embrionários C.C.: Ocorrem mais na região lateral superior do pescoço, ao longo da margem anterior do músculo esternocleidomastóideo. É mais comum em jovens entre 20 – 40 anos. Clinicamente o cisto se apresenta como uma massa molem flutuante. Algumas vezes pode ocorrer dor ou sensibilidade devido à infecção secundária. Algumas lesões apresentam-se como canais ou fístulas. Aparece com grande recorrência em pacientes com HIV. C.H.: Revestida por epitélio escamoso estratificado, que pode ser ceratinizado ou não. Tipicamente, a parece do cisto contém tecido linfoide e há formação de centros germinativos T.: Cirúrgico 10. Cisto linfoepitelial oral Lesão rara, normalmente encontrada na cavidade oral e faringe, consistindo, principalemente, no anel de Waldeyer. O tecido epitelial oral tem uma estreita relação com o epitélio de revestimento da mucosa. Esse epitélio apresenta invaginações para o tecido amigdaliano, resultando em criptas amigdalianas preenchidas por restos de ceratina. P.: Desenvolve-se no tecido linfoide oral, além disso, agregados linfoides podem estar presentes no assoalho da boca, superfície ventral da língua e palato mole C.C.: Massa submucosa pequena. Pode ser firme ou mole à palpação e a mucosa de revestimento é macia e não ulcerada. Lesão branca ou amarela e muitas vezes contém em sua luz ceratina com aspecto caseoso ou cremoso. Assintomático no geral, mas às vezes pode ocorrer tumefação ou drenagem. Se desenvolvem em qualquer idade, mais especificamente em adultos jovens. C.H.: Revestida por epitélio escamoso estratificado paraceratinizado com células epiteliais descamadas preenchendo a luz do cisto. Há presença de tecido linfoide na parede cística T.: Cirúrgico
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