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ORIGEM DA VIDA NA TERRA (finalizado)

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TEORIAS SOBRE A ORIGEM DA VIDA NA TERRA
Gabriela B. de Farias & Jean Michel dos Santos Menezes
Departamento de Química, instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal do Amazonas, Manaus-Am, Brasil.
Resumo: A Origem da Vida na Terra é um assunto que despertou a curiosidade dos filósofos e cientistas ao longo dos séculos. Os mistérios envolvendo a origem da vida proporcionaram o desenvolvimento de diversas hipóteses e teorias ao longo do desenvolvimento das ciências. Ainda hoje, é um assunto de extrema importância para a compreensão da evolução do conhecimento científico. Dessa maneira, o presente trabalho visa apresentar algumas teorias relevantes sobre o tema.
Palavras-chave: origens da vida, teorias, conhecimento científico
INTRODUÇÃO
Para que se possa estudar a vida, é necessário que a sua definição seja uniformizada para que não existam dúvidas na aplicação de critérios. Para os biólogos, todo que tem vida deve ser capaz de se reproduzir, crescer, movimentar-se e reagir a estímulos, assim como possuir metabolismo.1 Desde a antiguidade os filósofos buscavam respostas para a origem da vida, e acreditavam que os organismos seriam dotados de uma força vital divina e misteriosa, conhecida como doutrina do vitalismo, sendo essa hipótese rejeitada pela ciência moderna.2
O questionamento acerca de como se deu o surgimento da vida no planeta Terra, foi uma questão que preocupou cientistas, filósofos e a população em geral ao longo dos séculos, e esse fenômeno ganhou uma ciência inteiramente voltada a ele, a astrobiologia. A astrobiologia, ou exobiologia é a ciência que estuda a origem da vida no Universo assim como a sua evolução, distribuição e o impacto no cosmos. Ela trabalha com conceitos de vida e de meios habitáveis que serão úteis para o reconhecimento de biosferas que poderão ser diferentes da nossa.1,3
	
DESENVOLVIMENTO
Teorias Iniciais
A busca por responder aos questionamentos que envolvem a origem da vida na Terra, modificou-se e evoluiu juntamente com a evolução do conhecimento científico.4 Um exemplo dessa evolução pode ser verificado nos pressupostos defendidos pelo filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que acreditava que alguns seres vivos apareciam de forma espontânea, sem serem frutos da “semente” de outro ser vivo. Essa concepção ficou conhecida como a teoria da Abiogênese, também denominada de Teoria da Geração Espontânea. Acreditava-se que um princípio ativo teria a capacidade de transformar a matéria bruta em um ser vivo, ou seja, a vida poderia aparecer da matéria não viva, desde que a matéria bruta entrasse em contato com um princípio ativo. O calor, a umidade e o lodo poderiam constituir-se em elementos fundamentais para a “ativação” da matéria bruta.5 Essa teoria hoje em dia, pode parecer completamente infundada, porém durante os séculos seguintes à Aristóteles, influenciou as pesquisas de importantes cientistas como van Helmont, W. Harvey, Bacon, Descartes, Buffon e Lamarck.1
Jan Baptiste van Helmont, se embasando nessa teoria, criou uma “receita” para produzir um ser vivo. Ele misturou uma roupa suada de mulher com germe de trigo em um local protegido e após 21 dias se obtinha ratos. O suor humano que impregnava a camisa desempenhava o papel de “princípio vital”. Sabe-se hoje que os ratos não se originavam da mistura, eram atraídos por ela.5
Frencesco Redi, em 1668, deu um dos primeiros passos para a queda da reputação da abiogênese. Naquele tempo consideravam que no seu experimento as larvas se formavam naturalmente a partir de carne em putrefação. Na sua experiência, Redi utilizou mais de 8 frascos, nos quais colocou carne em estado de putrefação. Selou fortemente a metade deles, deixou outra metade aberta e cobriu a outra metade com gaze. Desenvolveram-se larvas no frasco aberto e sobre a gaze do frasco correspondente.1,5 A Teoria da Abiogênese foi muito contestada por vários cientistas através de experimentos, provando que a vida só se origina a partir de outro ser vivo por meio da reprodução. Assim surgiu a Teoria da Biogênese.5
John Turberville Needham realizou experimentos, em 1745, submetendo a fervura frascos contendo um caldo nutritivo. Após fervura, fechava os frascos e deixava em repouso por alguns dias. Ao examinar posteriormente o caldo ao microscópio, observava a presença de microorganismos. Segundo Needham, o caldo nutritivo continha a força vital responsável pelo surgimento das formas vivas. Ao ferver o caldo nutritivo, todas as formas vivas morreram, a manutenção dos frascos fechados impediu a entrada de microorganismos presentes no meio, os microorganismos que surgiram só poderiam então ter aparecido por geração espontânea.1
Em 1770, Lazzaro Spallanzani repetiu os experimentos de Needham, com algumas modificações e obteve resultados diferentes. Colocou substâncias nutritivas em um balão hermeticamente fechado e os submeteu a fervura por cerca de uma hora, ao abrir os frascos após alguns dias e observar o líquido ao microscópio, nenhum organismo estava presente.1,5
Spallanzani explicou que Needham não ferveu a solução nutritiva por tempo suficientemente longo para matar todos os microorganismos ali presentes. Needham respondeu que Spallanzani, que ao ferver por muito tempo as substâncias nutritivas em recipientes fechados, destruiu a força vital e tornou o ar desfavorável à vida. Spallanzani não conseguiu provar que o aquecimento em recipientes fechados não alterava a qualidade do ar, favorecendo Needham.5
Foi somente no século XIX, com os experimentos de Pasteur e Tyndall, que essa teoria foi descartada pela comunidade científica, juntamente como o avanço dos estudos biológicos dos seres vivos e sua complexidade. Isso gerou na comunidade científica um sentimento de impotência no que dizia respeito aos estudos das questões referentes a origem da vida.4 Louis Pasteur, por volta de 1860, conseguiu provar definitivamente que os seres vivos só se originam de outros pré-existentes. Ele provou isso com o experimento apresentado na figura 1.6
Figura 
1
: Experim
ento de Louis Pasteur
A ausência de microorganismos nos frascos do tipo “pescoço de cisne” mantido intactos mostraram que o ar contém microorganismos e que estes, ao entrarem em contato com o líquido nutritivo, proliferam. No balão intacto, os microorganismos do ar não conseguiram chegar até o líquido nutritivo e estéril. Com isso, os microorganismos ficaram retidos pelas gotículas de água condensada durante o resfriamento que funcionou como um filtro. Quando o pescoço dos frascos foi quebrado, os micróbios do ar conseguiram penetrar e entraram em contato com o líquido nutritivo e proliferaram-se.7
Pasteur concluiu que um líquido, ao ser fervido, não perde a força vital, como defendiam os adeptos da abiogênese, o líquido fervido não leva à formação de um ar viciado e nem impróprio para a vida, o líquido fervido continuou em contato com o ar atmosférico através do pescoço do balão, onde não houve o contato com os micróbios do ar devido ao filtro formado pelas gotículas de água condensadas. Essa foi uma grande contribuição para o “fim” da Teoria da Abiogênese. 6,7
O cientista Charles Darwin (1809-1882), em detrimento de conhecimentos mais avançados sobre a composição química da Terra, defendia a ideia de que a vida poderia ter surgido na atmosfera primitiva em um “caldo nutritivo”, composto por amônia, sais de fósforo, luz, calor e eletricidade, o que levaria a formação de proteínas, em seguida essas se organizariam em compostos mais complexos, até a origem dos seres vivos.1
Tendo em vista a compreensão da origem da vida, outro aspecto estudado foi o código genético e a hereditariedade, dessa maneira, buscou-se reproduzir laboratorialmente as condições físico-químicas da Terra primitiva. As propostas desenvolvidas pelo botânico russo Aleksandr Oparin (1894- 1980) e pelo geneticista britânico John B.S. Haldane (1892-1964), previam um processo gradual de desenvolvimento.8 O quadro 1 mostra a proposta de Oparin-Haldane para o surgimentoda vida.4
Quadro 1. Esquema de Oparin-Haldane
	Início da evolução dos seres vivos como proposto por Darwin
	3,5 a 3,8 bilhões de anos: surgimento do primeiro ser vivo na Terra
	Evolução das reações químicas dentro das estruturas coacervadas
	Síntese de estruturas coacervadas “células” (que podem ser constituídas de lipídios, peptídeos, etc.) a partir de biopolímeros (aminoácidos, açúcares, lipídeos, etc.)
	Síntese de biopolímeros (peptídeos) a partir de biomoléculas (aminoácidos, açúcares, lipídeos, etc.)
	Síntese de biomoléculas (aminoácidos, açúcares, lipídeos, etc.) a partir de moléculas simples (CH4, CO, CO2, H2, H2S, HCN, NH3, H2O, etc.)
	4,5 bilhões de anos: surgimento do planeta Terra
TEORIAS DA ORIGEM DA VIDA
	
Antes de abordarmos sobre as principais teorias sobre a origem da vida, é importante salientar sobre a origem do universo que conhecemos (ou pelo menos uma pequena parte dele). Em seguida, serão tratadas de algumas das teorias mais aceitas atualmente para dar uma explicação aceitável sobre a origem da vida, 
A Teoria do Big Bang
	As teorias que envolvem o início do universo estão relacionadas à energia, conceito que surgiu na metade do século XIX. Hoje, a teoria mais aceita é a teoria do Big Bang ou da “grande explosão”. Segundo essa teoria o universo iniciou-se em uma região pequena onde toda a massa do universo estava concentrada e, com isso, a densidade era muito grande.2,9 Em 1916, com a publicação da teoria da relatividade por Albert Einstein, a qual dizia que o universo estaria se expandindo, a idéia que se tinha de universo até então, ganhou novos rumos. Cientistas, com a ajuda de telescópios iniciaram pesquisas em busca da verificação desta teoria.9,10
Até 1923, cientistas acreditavam que o universo se restringia à Via Láctea, sendo a nossa galáxia um “universo ilha”, sem nada observável além de suas fronteiras. Hoje, sabemos que nossa galáxia é uma das mais de 400 bilhões de galáxias no universo. No início do século XX, havia um consenso de que o universo era estático e eterno, não se cogitava o início do universo a partir do Big Bang.10
	No ano de 1924, o astrônomo Edwin Powell Hubble, usando um telescópio de 2,5 metros no Monte Wilson, observou que as estruturas que eram conhecidas como nebulosas difusas, eram na verdade galáxias como a nossa. Posteriormente, Hubble procurou estabelecer uma relação entre a distância de uma galáxia e a velocidade com que ela se aproxima e se afasta de nós. A velocidade da galáxia se mede com relativa facilidade, mas a distância requer uma série de trabalhos encadeados e, por isso, é trabalhoso e relativamente impreciso. Após muito trabalho, ele descobriu uma correlação entre a distância e a velocidade das galáxias que ele estava estudando. Quanto maior a distância, maior a velocidade que ela se afasta de nós. É a chamada Lei de Hubble.9
	A descoberta de Hubble constitui a primeira evidência para a expansão do universo, que havia sido predita pelo russo Alexander Alexandrovitch Friedmann e pelo padre e cosmólogo Georges-Henri Édouard Lemaître, em artigos publicados nos anos 1920. Lemaître, fazendo uso da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, chegou a resultados onde descrevem que o universo está em expansão em todas as direções com as galáxias se afastando umas das outras. Logo essa expansão teria se originado a partir de um ponto que ele chamou de “átomo primordial”. Independentemente de Lemaître, Friedmann encontrou resultados semelhantes.9,10
	O termo “Big Bang” foi sugerido por Fred Hoyle, em 1950, satirizando o evento da origem do universo, pois cientistas fizeram diversas pesquisas e deduziram que o universo estava realmente se expandindo de modo ordeiro e usavam uma explicação fazendo o caminho inverso para explicitar a ideia do Big Bang, imaginando que, se ao invés de expandir ele fosse contraído, todo o universo iria convergir até chegar a um ponto de origem.9
	Em 1964, Arno Penzias e Robert Wilson, descobriram acidentalmente a radiação de fundo, uma espécie de eco do Big Bang, onde suas propriedades atuais deveriam resgatar as características gerais do universo primordial, muito quente e denso. Com a expansão do Universo a densidade da energia teria diminuído progressivamente o que provocou um resfriamento até chegar a uma temperatura de aproximadamente 3 K.9
	A comprovação se dá por a radiação ser praticamente a mesma vinda de qualquer lugar do Universo, pois isso só seria possível se essa tivesse começado a ser irradiada no mesmo momento e do mesmo local. Logo o Universo tendo começado a partir do Big Bang, daria a condição necessária para esse acontecimento. Mas a Teoria do Big Bang não é perfeita, uma vez que não explica o que aconteceu antes do Big Bang. Apesar de se ter provado a existência da matéria e energia escura, não se sabe suas composições. 9,10
	
A Terra Primitiva
	A Terra é um sistema vivo que abriga milhões de organismos, incluindo os humanos, e apresenta delicado equilíbrio para manter a vida. A Geologia é a ciência que estuda a Terra: sua origem, evolução, funcionamento e como podemos contribuir para preservar os habitats que sustentam a vida.11 Segundo pesquisadores, a Terra surgiu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás. Sua superfície era provavelmente composta por material fluido e quente, as rochas só começaram a se formar há cerca de 3,9 bilhões de anos. Existem registros antigos de formas de vida encontrados em rochas formadas há 3,5 bilhões de anos, essas formas de vida eram semelhantes às atuais bactérias.2, 10, 12
	Provavelmente a Terra começou como uma poeira cósmica que mantinha em movimento as correntes de convecção em seu interior, até que em aproximadamente 3000ºC, determinadas substâncias começaram a se liquefazer. Primeiro, o ferro liquefeito começou a formar o núcleo, por ser mais pesado, depois vieram o silício, óxidos metálicos, dando origem ao manto. Quando a temperatura da Terra diminuiu, a radiação do calor para o espaço também foi reduzida. Entre 1500ºC e 800ºC começou a solidificação da crosta. A atmosfera foi se formando aos poucos e inicialmente era composta por vapor d’água, amoníaco e óxido de carbono. A água que hoje compõe os oceanos estava concentrada na atmosfera e no interior das rochas. Com a crosta sólida e a atmosfera continuando seu resfriamento, a maior mudança ocorreria a cerca de 374ºC, quando o vapor da atmosfera se condensaria formando chuvas, iniciando pelas regiões mais fracas do globo. A partir de 70km a 700km em direção ao centro da terra o manto continuava esfriando. As variações de temperatura das diferentes camadas do planeta são as responsáveis pela instabilidade da crosta e mesmo pelo movimento dos continentes.11
	O nosso planeta passava por mudanças intensas e profundas, como formação de rochas por resfriamento, origem da crosta terrestre, erupções vulcânicas muito frequentes, liberando gases e partículas na atmosfera que eram retidos por ação da força da gravidade e passaram a compor a atmosfera primitiva.10, 12
Teoria da Panspermia
	A teoria da Panspermia considerava a origem da vida na Terra como sendo proveniente de corpos extraterrestres, tendo em vista que o planeta Terra é um sistema fisicamente aberto, sendo sujeito a receber material extra-planetário. Essa hipótese baseia-se em “sementes da vida”, ou seja, partículas fundamentais das quais seria possível o surgimento de organismos complexos. Desde o filósofo grego Anaxagoras (500 – 428 a. C.), afirmava-se que as chamadas “sementes da vida” estavam presentes em todo o Universo, dessa maneira, a vida poderia originar-se em qualquer lugar do Universo que apresentasse condições favoráveis.13
	De acordo com essa hipótese, a vida abundante que apresentamos em nosso planeta, pode não ter se originado aqui primordialmente. Essa hipótese só ganhou força no século XIX, após a descoberta de compostos orgânicos em amostras de meteoritos pelos químicos Thenard, Vauquelin e Berzalius em 1830. À luz dessa descoberta, o médicoalemão Richter propôs em 1865 um mecanismo para essa hipótese, onde meteoros passavam na atmosfera primitiva de maneira próxima o suficiente, capaz de coletar microorganismos antes de continuar sua trajetória. Os meteoros eram considerados, portanto, veículos de transferência de materiais através do espaço. Essa ideia foi ampliada com as pesquisas dos físicos Hermann von Helmholtz e William Thomson (Lord Kelvin) que no ano de 1871, apresentaram cada um uma hipótese bastante detalhada da teoria.13
Na proposta de Thomson, os corpos celestes (meteoros ou asteroides) colidiriam com um planeta contendo vida (nesse caso o planeta Terra), e ejetariam rochas contendo seres vivos para o espaço. Analogamente o inverso também seria verdadeiro, podendo, dessa forma, rochas ejetadas de outros planetas contendo vida, terem inoculado a Terra. Na perspectiva de von Helmontz, além de meteoros e asteroides, deveriam ser inclusos os cometas como veículos de material vivo. Um outro conceito fundamental foi discutido por von Helmontz: o de que os organismos presentes no planeta doador e no receptor, compartilhariam de um mesmo ancestral.13
Outro mecanismo para a hipótese da panspermia foi proposto pelo químico sueco Svante Arrehenius (ganhador do Prêmio Nobel de Química em 1903 pela Teoria Eletrolítica de Dissociação), apresentando a possibilidade de que esporos teriam sido transportados através do espaço por meio da radiação emitida por estrelas (hipótese da radiopanspermia). Arrehenius contribuiu consideravelmente para a difusão dessa teoria por meio da publicação de estudos, artigos e palestras. No século XX, uma outra versão dessa teoria foi proposta por Sir Fred Hoyle e ChandraWickramasinghe. Os autores afirmavam que grãos de poeira interestrelar são, na realidade microorganismos que foram amplificados no interior quente e aquoso dos cometas, sendo posteriormente inoculados em planetas por meio de impactos e deposição de partículas. Ainda por meio dessa hipótese, após nova amplificação desses microorganismos nos planetas, o material biológico resultante voltaria para o espaço iniciando-se assim, um novo ciclo de dispersão. Dessa maneira, essa teoria foi denominada de panspermia cíclica.13	
 A hipótese postulada por Arrehnius é atualmente considerada a de maior expressão, pois considera que estruturas de organismos vivos podem existir por todo o universo e são capazes de se desenvolver em qualquer ambiente favorável. Isso implica que durante o desenvolvimento do universo, condições favoráveis ao aparecimento da vida estavam presentes em diferentes locais e épocas. Dessa maneira, pode ter ocorrido de que na evolução do sistema solar, quando as condições da atmosfera primitiva eram desfavoráveis, pode ter ocorrido que em outros corpos do sistema solar (como por exemplo em Marte, Venus, Europa - lua de Júpiter - ou Titã – lua de Saturno) o desenvolvimento de seres vivos e microorganismos tenham ocorrido simultaneamente.13	
	A teoria da panspermia não assume que a vida terrestre tenha necessariamente se originado na Terra, ou seja, os seres vivos podem ter se originado em outro corpo do sistema solar ou do universo e terem sido deslocados para o planeta Terra, encontrando aqui as condições mais favoráveis para seu desenvolvimento, proliferação e evolução em sistemas mais complexos e organizados. Ainda segundo a hipótese da panspermia, após estabelecida a vida na Terra, esta poderia ser transferida e/ou dispersa por outros corpos celestes.13	
	Em contra posto a essa teoria, alguns questionamentos da comunidade científica colocam em cheque sua veracidade, apresentando fortes argumentos como a impossibilidade de testar essa teoria e por transportar o questionamento acerca do surgimento da vida na Terra para outro lugar e época da evolução do universo. Tendo em vista que organismos vivos não podem sobreviver a longos períodos de exposição ao vácuo e às demais condições do espaço, gera-se outra controvérsia quanto a veracidade dessa teoria.13	
Teoria da Evolução Química
	
	Também chamada de Teoria da Evolução Molecular, a origem da vida por evolução química é a mais aceita pela comunidade científica e foi proposta pelo biólogo inglês Thomas Huxley e posteriormente retomada pelos biólogos John Burdon Haldane e Aleksandr Oparin.14
	Segundo essa teoria, a vida é produto de um processo de evolução química em que substâncias orgânicas se arranjam, formando moléculas orgânicas mais simples e essenciais, como carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos, bases nitrogenadas, entre outros, e a partir da reação entre essas moléculas mais simples começam a surgir moléculas mais complexas, como lipídios, proteínas, ácidos nucléicos e outros. Uma vez combinadas, as moléculas mais complexas e mais estáveis formam estruturas com aptidões metabólicas e de autoduplicação, dando origem aos primeiros seres vivos.12, 14
	Thomas Huxley foi um dos poucos confidentes a quem Charles Darwin expôs suas idéias evolucionistas. Logo após conhecer e concordar com a Teoria da Evolução iniciou a estratégia eficaz de substituir na cúpula científica inglesa, graças à sua influência, cientistas idosos e com idéias ultrapassadas por uma nova classe de cientistas jovens e talentosos, abertos a novas idéias e prontos para uma "revolução" científica.14
	Em 1929, Oparin lançou a teoria de que uma atmosfera dotada de gases, juntamente com o sol como fonte de energia, constituía um ambiente adequado para a criação de moléculas essenciais e substâncias orgânicas simples. A teoria de Oparin, desenvolvida na década de 1920 pelo bioquímico Aleksander Ivanovich Oparin (1894-1980) e pelo biólogo John Burdon Sanderson Haldane (1892-1964), tem um forte embasamento dinâmico, através de competição e seleção natural, determinadas formas de organização molecular tornaram-se dominantes e caracterizam as moléculas vivas de hoje. 12, 14, 15
Segundo ela, não existe diferença fundamental entre os organismos vivos e matéria sem vida. No começo existiam soluções simples de substâncias orgânicas, cujo comportamento era governado pelas propriedades de seus átomos e pelo arranjo destes átomos em uma estrutura molecular. Gradualmente, entretanto, como resultado do crescimento em complexidade, novas propriedades surgiram em conseqüência do arranjo espacial e relacionamento mútuo das moléculas. Portanto, a complexa combinação de propriedades que caracteriza a vida, surgiu a partir do processo de evolução da matéria. Levando em conta a recente descoberta de metano na atmosfera de Júpiter e outros planetas gigantes, Oparin postulou que a Terra primitiva também possuía uma atmosfera fortemente redutora, contendo metano, amônia, hidrogênio e água. Em sua opinião, esses foram os elementos essenciais para a evolução da vida. Nessa época a Terra estava passando por um processo de resfriamento, que permitiu o acúmulo de água nas depressões da sua crosta, formando os mares primitivos.12, 14, 15
As tempestades com raios eram frequentes e ainda não havia na atmosfera a camada de ozônio contra radiações. As descargas elétricas e as radiações que atingiam nosso planeta teriam fornecido energia para que algumas moléculas presentes na atmosfera se unissem, dando origem a moléculas maiores e mais complexas, que seriam as primeiras moléculas orgânicas. Estas eram arrastadas pelas águas das chuvas e passavam a se acumular nos mares primitivos, que eram quentes e rasos. O processo, repetindo-se ao longo de vários anos, teria transformado os mares primitivos em "sopas primitivas", ricas em matéria orgânica. Certas moléculas orgânicas, como as proteínas, podem espontaneamente formar agregados e camadas, quando estão na água. 12, 14,15
Oparin sugeriu que diferentes tipos de coacervados podem ter se formado nas "sopas primitivas" dos oceanos. Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias orgânicas, principalmente proteínas, em um sistema isolado. Apesar de isolados, os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que em seu interior houvepossibilidade de ocorrerem inúmeras reações químicas, esses coacervados cresceram em complexidade, adquirindo por fim características de organismos vivos.12, 14,15
Como usualmente acontece nas obras soviéticas de divulgação científica, a controvérsia com os cientistas idealistas ocupa lugar obrigatório. Neste caso particular, Oparin tinha aliados de peso, como John Desmond Bernal e Jonh Burdon Sanderson Haldane, militantes marxistas na Inglaterra, aderiram a hipóteses materialistas da origem da vida.15
Em 1953, Stanley Lloyd Miller (1930-2007) e Harold Clayton Urey (1893-1981) verificaram experimentalmente a possibilidade de formação de moléculas orgânicas nas condições da Terra primitiva. Construíram um simulador por tubos e balões de vidro interligados contendo uma mistura gasosa que simulava a atmosfera primitiva, contendo metano, amônia, hidrogênio, vapor d’água. Essa mistura gasosa foi submetida a fortes descargas elétricas durante alguns dias, simulando os raios provenientes das tempestades, a resfriamento da mistura de gases, simulando as chuvas e a formação dos mares primitivos, ao retorno da água ao estado de vapor, simulando a evaporação da água na superfície quente da Terra primitiva. Os testes químicos realizados revelaram a presença de diversas substâncias ausentes no início do experimento, entre elas os aminoácidos alanina e glicina e outras substâncias orgânicas mais simples.16
Em 1958, Sidney W. Fox (1912-1998) aqueceu aminoácidos em uma superfície seca, e em seguida adicionou água levemente salgada, observou em microscópio a presença de pequenas esferas que podiam aumentar de tamanho e se partir em esferas menores, que eram bolsas delimitadas por membranas protéicas formadas pela união dos aminoácidos e que podem ter sido importantes no processo de formação dos primeiros seres vivos.14
Evolução do Metabolismo
Para que houvesse vida na Terra, teria que haver também fonte de alimento para esses seres e é ai que entram duas hipóteses: a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica.
A hipótese heterotrófica idealiza que os primeiros seres vivos seriam heterotróficos, se alimentando de moléculas orgânicas produzidas de modo abiogênico e acumuladas nos mares primitivos. Um organismo heterótrofo é incapaz de fabricar seu próprio alimento, é preciso retirá-lo do meio externo. A hipótese heterotrófica supõe que a primeira forma de vida surgiu da matéria bruta e era incapaz de fabricar alimento. Há uma diferença muito importante entre essa hipótese e as idéias sobre geração espontânea, pois a teoria da geração espontânea admitia que organismos complexos pudessem surgir repentinamente da matéria bruta e, também, que esse processo pudesse ocorrer continuamente. Em contraposição, a hipótese heterotrófica supõe que um organismo muito simples tenha evoluído vagarosamente a partir da matéria bruta e que isso ocorreu há bilhões de anos, sob condições muito especiais. Esses seres extrairiam a energia das moléculas orgânicas por meio do processo de fermentação.17
A hipótese autotrófica idealiza que na Terra primitiva, os primeiros seres eram quimiolitoautotróficos, ou seja, produziam seu alimento a partir da energia liberada por reações químicas entre componentes inorgânicos da crosta terrestre, como ferro e enxofre. A maioria dos seres autótrofos usa energia solar para sintetizar alimentos e algumas bactérias usam energia de reações químicas. A hipótese autotrófica presume que a primeira forma de vida já tivesse essa capacidade. Entretanto, há uma crítica séria contra essa suposição, todas as reações químicas relacionadas a síntese de alimentos são complexas, exigindo um organismo de estrutura também complexa. Se os primeiros organismos podiam sintetizar alimento, precisamos admitir que um sistema complexo tenha adquirido vida. Porém atualmente muitas bactérias quimiossintetizantes são encontradas em fontes termais submarinas e em outros ambientes muito quentes e sulfurosos. Também há evidências que sugerem abundância de gás sulfídrico (H2S) e outros compostos de ferro na Terra primitiva, então as primeiras bactérias devem ter obtido energia para a síntese de matéria orgânica a partir de reações químicas que envolvessem esses compostos.17
Teoria dos Sistemas Hidrotermais 
Uma teoria alternativa para o surgimento da vida na Terra emergiu devido ao conhecimento da dificuldade em produzir-se compostos orgânicos utilizáveis em meios que apresentam atmosferas neutras, oxidantes ou redutoras. Essa hipótese explora o aparecimento de vida por meio da síntese de moléculas orgânicas em emissões hidrotermais submarinas. De acordo com essa hipótese, as primeiras moléculas orgânicas e as primeiras células teriam emergido a partir de emanações vulcânicas ou de fontes hidrotermais no fundo dos oceanos. Essa proposta foi difundida a partir de descobertas acerca a rica e diversa fauna associada às fontes hidrotermais oceânicas, as quais não dependem do sol como fonte de energia. Outra hipótese é de que a vida poderia ter surgido em lagoas termais associadas aos vulcões.18
Essa ideia já havia sido proposta por Charles Darwin, que propunha que a vida poderia ter surgido em uma lagoa termal. A proposta do surgimento da vida em lagoas hidrotermais em regiões vulcânicas apresentou investigação experimental realizada por David e Deamer, com resultados divulgados em um simpósio internacional realizado pela Royal Socity de Londres em fevereiro de 2006. Essa pesquisa consistiu no desenvolvimento de “pequenas lagoas quentes” associadas às regiões vulcânicas na Rússia (Kamchatka) e na Califórnia (Monte Lassen).18
Os resultados dessas pesquisas apontaram que as águas ácidas que contêm argila não promoveram condições favoráveis para a formação de produtos químicos que possam reagir entre si para a formação dos primeiros organismos. Verificou-se que determinados compostos orgânicos (como os aminoácidos e as bases do DNA) aderiram fortemente à superfície da argila nas lagoas vulcânicas de Kamchatka, onde também o fosfato aderiu à argila. O mesmo ocorreu em uma lagoa termal no Monte Lassen, sendo este um resultado bastante significativo, tendo em vista que se havia proposto que a argila catalisaria interessantes reações químicas que conduziriam à origem da vida.18
Dessa maneira, os resultados dos experimentos apontam que os compostos orgânicos aderiram tão fortemente à superfície da argila que se tornaria inviável a ocorrência de reações químicas. Outro dado importante é que, ao introduzirem-se moléculas semelhantes às de sabão nessas lagoas, não foi possível verificar-se a formação de membranas, que seriam um ponto fundamental para a formação das células. Esses resultados apresentam reflexões importantes acerca das condições necessárias para o surgimento da vida na Terra, indicando que possivelmente isso não ocorreu em regiões vulcânicas ou fontes hidrotermais submarinas. 18
Discordâncias acerca da Origem da Vida: Proposta de Oparin e Haldane vs. Proposta de Wächtershäuser
	As teorias de origem da vida no planeta Terra geram grandes controvérsias entre si. Como por exemplo, ao tratar-se da hipótese da origem heterotrófica, supõe-se um acúmulo de moléculas e polímeros complexos que teriam possibilitado a formação de outras estruturas mais complexas como o proposto por Oparin e Haldane. Outra proposta foi a de Günter Wächtershäuser, que tratava da origem autotrófica, onde era suposto que em um ambiente pobre em biomoléculas, mas com metabolismo complexo, o que compensaria a ausência de moléculas mais complexas.4
Os demais modelos de origem da vida são baseados em seres heterotróficos (como pode ser verificado no modelo do RNA, proteínas, lipídeos entre outros), exigindo grande acúmulo de biomoléculas e biopolímeros complexos. A tabela a seguir apresenta algumas das principais divergências entre essas duas teorias:4
Tabela 1. Divergências sobre a origem da vida
	Modelos
	Oparin e Haldane
	Wächtershäuser
	
Origem
	Heterotrófica (química prebiótica complexa e metabolismo simples)Autotrófica (ambiente químico simples e metabolismo complexo)
	Primeira etapa
	Genética (polímeros autoreplicantes)
	Metabolismo (mecanismos bioenergéticos primitivos)
	
Células 
	Invenções posteriores (células são simples compartimentos para os sistemas replicadores)
	Invenções iniciais (células são elementos necessários para bioenergética)
CONCLUSÃO
	Embora desde a antiguidade muito tenha se especulado acerca da origem da vida na Terra, as condições presentes na Terra primordial que favoreceram essa origem, ou a vinda das “sementes” da vida de outros lugares do universo, não é possível chegar-se a uma definição ampla o suficiente para responder a todas as questões que envolvem esse tema.
As perspectivas apresentadas por este trabalho foram dispostas de maneira a expor de forma sucinta e objetiva algumas das teorias mais relevantes acerca da origem da vida em nosso planeta. Dessa maneira, optou-se por finalizar o trabalho com algumas discordâncias acerca da origem da vida, ficando evidente que essas controvérsias não poderão ser facilmente resolvidas com o conhecimento científico acumulado pela humanidade até o presente momento, porém, o estudo dessas divergências contribuem para mostrar com ainda mais clareza o grau de dificuldade em debater-se a origem da vida na Terra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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