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Caderno Completo Constitucional I FMU Prof. Juliana

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Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 
1. Conceito e concepções de Constituição 
1.1 Conceito 
 ● Na linguagem comum: o que forma, constitui; a base de alguma 
coisa. 
 ● Na linguagem jurídica: a base do Estado; lei máxima do 
ordenamento jurídico que traz limites à atuação do governante, traz direitos 
e deveres e é fundamento de validade para as demais normas. 
 ● Conteúdo: direitos e garantias fundamentais, divisão dos poderes, 
organização do Estado. 
 
 
 
 
 
1.2 Concepções 
 ● Jurídica: 
H A N S K E L S E N 
Teoria Pura do Direito 
Sentido → lógico – jurídico 
 → jurídico – positivo 
 
 
 
 
 
Teoria do positivismo: lei pura, sem levar em consideração valores. 
“É o conjunto de regras e princípios de maior força 
hierárquica dentro do ordenamento jurídico e que 
tem por fim organizar e estruturar o poder político, 
além de definir os seus limites inclusive pela 
concessão de direitos fundamentais.” 
 CF 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
A Constituição é todas as normas positivadas. É um dever-ser. As normas 
se fundamentam em suas normas superiores. 
Crítica: a CF se fundamenta em qual norma? 
Para não perder essa teoria, criaram uma norma que hipoteticamente estaria 
acima da Constituição. 
 ● Sociológica: 
F E R D N A N D L A S A L I 
O que é uma Constituição? 
Somática dos fatores reais do poder 
Se a Constituição não se adequar a realidade, será simplesmente uma folha 
de papel. Há a necessidade de uma correspondência entre a Constituição e a 
realidade. A realidade impõe condutas e não as normas. 
Crítica: perda do caráter normativo da Constituição. 
 ● Política: 
C A R E S C H M I T T 
Teoria da Constituição 
Constituição ≠ Lei constitucional 
Constituição é as decisões políticas essenciais do Estado (direitos e 
garantias fundamentais, divisão dos poderes, organização do Estado). A lei 
constitucional tem sua previsão na Constituição. 
 ● Formal: 
OBS: Art. 242, § 2º, CF: O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio 
de Janeiro, será mantido na órbita federal. 
Essa concepção determina que será constitucional aquilo que consta 
formalmente no texto constitucional. 
 ● Material: 
OBS: Art. 5º, § 2º, CF: Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
Essa concepção determina que será norma constitucional toda norma que 
trate das decisões políticas essenciais do Estado. 
O Art. 5º, § 2º, CF nos oferece uma abertura para ter todos os Tratados 
assinados pelo Brasil, que são normas materialmente constitucionais, como 
parâmetro para o controle de constitucionalidade. 
 ● Total ou Culturalista: 
Busca uma identidade entre o texto constitucional e a realidade. 
 ● C E L S O B A S T O S 
Sentido Material: aquele que identifica a Constituição como sendo as 
forças econômicas, políticas, ideológicas, sociais que conformam a 
realidade social de um determinado Estado. 
Sentido Substancial: aquele em que a Constituição será o conjunto de 
normas essenciais para a estrutura do Estado. 
Sentido Formal: é forma de produção de normas. 
2. Elementos das Constituições 
2.1 Elementos orgânicos são aqueles que regulam a estrutura do Estado e 
do poder. 
2.2 Elementos limitativos são aqueles que trarão limites à atuação dos 
poderes estatais. Ex: direitos fundamentais. 
2.2 Elementos socioideológicos são aqueles que revelam o compromisso da 
Constituição entre o Estado liberal e o Estado social. 
2.4 Elementos de estabilização constitucional são normas destinadas a 
assegurar a defesa da Constituição do Estado e das instituições 
democráticas. 
2.5 Elementos formais de aplicabilidade são aqueles que estabelecem 
regras de aplicação das Constituições. 
 
O preâmbulo não tem caráter normativo, não é uma norma de conduta e 
sim de interpretação. É um elemento de aplicabilidade. 
Título I: princípio fundamental → elemento orgânico. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título II: direito fundamental → elemento limitativo. 
Título III: organização do Estado → elemento orgânico. 
Título IV: elemento orgânico. 
Título V: elemento de estabilização. 
Título VI: elemento orgânico. 
Título VII: elemento socioideológico. 
Título VIII: elemento socioideológico. 
Título IX: elemento de aplicabilidade e orgânico. 
ADCT (recomeça a contagem dos artigos mesmo sendo norma 
constitucional): determina como funcionam os mecanismos de transição 
jurídica → elemento de aplicabilidade e orgânico. 
3. Direito Constitucional 
 ● Objeto: Constituição. 
 ● Ramo: Direito Público. 
3.1 Direito Constitucional Positivo: estudo de um único e determinado 
ordenamento jurídico. 
3.2 Direito Constitucional Comparado: comparação entre Constituições. 
3.3 Direito Constitucional Geral: estudo de um Direito Constitucional 
geral, comum em vários países. 
4. Classificações da Constituição 
Oferecem diferentes formas de enxergar a Constituição. 
C O N S T I T U I Ç Ã O: 
 
Preâmbulo 
Título I 
... 
Título IX 
ADCT 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
4.1 Quanto à origem 
 Outorgadas: são impostas, de maneira unilateral, pelo governante que 
não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar (fruto do 
autoritarismo). 
 Promulgadas: são fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional 
Constituinte, eleita diretamente pelo povo (democráticas). 
 Cesaristas: são impostas pelo governante, porém submetida a 
referendo ou plebiscito do povo. Alguns autores as consideram uma 
ramificação das outorgadas. 
 Pactuadas: são aquelas que surgem através de um pacto. Ex: Magna 
Carta, de 1215 → foi imposta ao governante. 
 
 
 
 
Fruto de uma emenda à 
Constituição de 1967. 
4.2 Quanto à forma 
Escritas: formadas por um conjunto de normas sistematizadas e 
organizadas em um único documento. 
Costumeiras: não trazem suas normas em um único texto solene e 
codificado. São formadas por textos esparsos, reconhecidos pela sociedade 
como fundamentais. Baseiam-se nos usos, costumes e jurisprudência. 
4.3 Quanto à extensão 
 Sintéticas: veiculam apenas os princípios fundamentais e estruturais 
do Estado. São breves porque não tratam de minúcias (motivo pelo qual são 
mais duradouras). 
 Analíticas: tratam de todos os assuntos que os representantes do povo 
entendam fundamentais. São extensas, prolixas. 
4.4 Quanto ao conteúdo 
1824 
1891 
1934 
1937 
1946 
1967 
1969 
1988 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 Materiais: equivale à concepção material. 
 Formais: equivale à concepção formal. 
4.5 Quanto ao modo de elaboração (relaciona-se à forma) 
 Dogmáticas: são sempre escritas, com teorias bem definidas e 
ideologia bem declarada. 
 Históricas: formam-se através de um lento e contínuo processo de 
formação ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. 
4.6 Quanto à mutabilidade 
 Rígidas: exigem para sua alteração um processo legislativo mais 
árduo, mais solene do que para as demais normas fora da Constituição. 
 Flexíveis: não possuem um processo legislativo de alteração mais 
dificultoso. A dificuldade em alterar a Constituição é a mesma encontrada 
para alterar uma lei que não é constitucional. 
 Semirrígidas/Semiflexíveis: parte delas será alterada por um 
processo mais complexo, a outra parte será alterada com um processo mais 
simplificado. 
 Fixas: não trazemprevisão com relação á forma pela qual serão 
alteradas. 
OBS: dá a entender que não podem ser alteradas. Caso precise sofrer uma 
alteração, este processo ocorrerá com uma nova Constituição. 
 Imutáveis: não podem ser alteradas → não existe. 
 Super-rígidas: parcela do texto constitucional não pode ser alterada, 
enquanto a outra parte será alterada com um processo mais difícil. 
OBS: para o professor Alexandre de Moraes, a Constituição brasileira é um 
exemplo de Constituição super-rígida, vez que as cláusulas pétreas não 
podem ser alteradas e as demais normas constitucionais só sofrerão 
alteração mediante um processo de emenda constitucional. Porém, o STF 
não concorda com essa classificação. Segundo entendimento do STF, as 
cláusulas pétreas podem sofrer alteração para garantir mais direitos. 
4.7 Quanto à sistemática 
 Reduzidas: as normas constitucionais estão compiladas em um único 
documento. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 Variadas: as normas constitucionais estão compiladas esparsas 
dentro do ordenamento jurídico. 
OBS: como regra, a Constituição brasileira é reduzida, porém temos os 
Tratados de Direitos Humanos, que estão fora da CF, aprovados como 
emenda. 
4.8 Quanto à dogmática 
 Ortodoxa: o texto constitucional comporta apenas uma 
ideologia. 
 Eclética: o texto constitucional prevê uma série de ideologias. 
Ex: Constituição brasileira. 
4.9 Quanto à correspondência com a realidade (Karl Loewenstein) 
 Normativas: a Constituição determina a realidade → poder da 
Constituição em se impor ao indivíduo é grande. 
 Nominais: não há correspondência entre Constituição e realidade. 
 Semióticas: há correspondência entre realidade e Constituição 
porque a realidade determina o que é constitucional → a Constituição perde 
sua força normativa. 
4.10 Quanto ao sistema 
 Principiológicas: possuem grande quantidade de normas do tipo 
princípio (maior abstração). 
 Preceituais: marcadas por uma grande quantidade de regras. 
OBS: resposta para questões feitas em sala de aula: a Constituição 
brasileira é principiológica e preceitual. 
Resposta para questões de provas optativas: a Constituição brasileira é 
principiológica. 
» Constituição garantia: garante a liberdade e a limitação do poder. 
» Constituição balanço: reflete a realidade social. 
» Constituição dirigente: marcada por normas que estabelecem um projeto, 
um plano a ser seguido pela evolução da sociedade política. 
5. Poder Constituinte 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
5.1 Poder Constituinte Originário: 
É o poder que cria uma nova Constituição. Instaura uma nova ordem 
jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. 
É um poder exercido excepcionalmente. 
O poder constituinte derivado constitui 
o poder constituído, que decorre do 
poder constituinte originário. 
 
5.1.1 Objetivo: 
É a criação de um novo Estado. 
5.1.2 Titularidade (quem pode exercer esse poder): 
O poder de querer criar uma Constituição emana do povo. 
OBS: Art. 1º, § único, CF: Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
5.1.3 Espécies: 
 Histórico: aquele primeiro poder constituinte que ensejou a primeira 
Constituição. 
 Revolucionário: traz uma ruptura brusca com o ordenamento jurídico 
anterior. 
5.1.4 Características: 
 Inicial: instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo 
com a ordem jurídica anterior. 
 Autônomo: quem exerce o poder constituinte originário tem 
autonomia/independência. 
 Ilimitado juridicamente: não tem que respeitar limites postos pelo 
Direito anterior. 
 Incondicionado: não tem de submeter-se a qualquer forma pré-fixada 
para sua elaboração. 
 Poder de fato: surge da energia ou força social. 
PODER CONSTITUINTE 
≠ 
PODER CONSTITUÍDO 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 Permanente: não se esgota com a edição da nova Constituição, 
sobrevivendo a ela e fora dela como forma de extensão da liberdade 
humana. 
5.1.5 Correntes: 
 Corrente positivista: desconhece qualquer forma de limite ao poder 
constituinte originário → adotada no Brasil. 
 Corrente naturalista: o poder constituinte originário encontra limites 
no direito natural. 
5.2 Poder Constituinte Derivado: 
 a. Poder Constituinte Derivado Reformador: 
Tarefa de reformar a Constituição, sendo por meio das emendas 
constitucionais (Art. 60, CF) sua alteração formal. É um poder de direito. 
a.1 Fases: 
Fase introdutória: iniciativa → quem pode iniciar o processo de 
emenda constitucional? 
Art. 60, CF: A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros. 
 OBS: Alguns autores, incluindo o prof. José Afonso da Silva, acreditam 
que o povo deveria ser incluído. 
 Fase constitutiva: proposta de emenda constitucional será 
apresentada → deliberação parlamentar. 
Art. 60, § 2º, CF: A proposta será discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados + Senado), em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
♦ NÃO TEM DELIBERAÇÃO EXECUTIVA (não tem participação do 
chefe do Executivo). 
 Fase complementar: 
- Promulgação: certificação de que a emenda constitucional seguiu todas as 
regras propostas pela Constituição. 
- Publicação: dou conhecimento a todos sobre a alteração do texto 
constitucional. 
 a.2 Limites ao poder de reforma: 
Limites circunstanciais: circunstâncias em que a Constituição não 
poderá ser alterada. 
Art. 60, § 1º, CF: A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
 Limites materiais: limites referentes ao conteúdo → cláusulas 
pétreas. 
Art. 60, § 4º, CF: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 Limites formais: não respeitados os limites impostos na própria 
Constituição para alterá-la, a reforma será inconstitucional. 
 Limites implícitos: o próprio Art. 60, CF é uma limitação ao poder 
de reforma, vez que ele não pode ser alterado. 
Não é possível alterar a titularidade do poder constituinte originário. 
b. Poder Constituinte Derivado Decorrente: 
É um poder de direito porque decorre de uma previsão feira pelo poder 
constituinte originário. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
b.1 Objetivo: 
Tem legitimidade para criar as Constituições Estaduais (criadas por conta 
da forma federativa do Estado). 
b.2 Titularidade: 
Assembleias legislativas têm poder para criar as Constituições Estaduais. 
b.3 Limites: 
O maior limite que esse poder possui é a própria Constituição Federal. Não 
desvirtuar a tripartição dos poderes. 
c. Poder Constituinte Derivado Revisor: 
Forma mais fácil de ser efetivada a alteração da Constituição. É um poder 
de direito porque está previsto na própria Constituição. 
● Art. 3º, ACDT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, 
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta 
dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral → aponta 
outra forma de alterar formalmente a Constituição. 
07/06/1994 → resultado:6 emendas. 
 Limitação temporal (após essas 6 emendas, essa norma passa a 
ter eficácia exaurida, ou seja, é uma norma que já cumpriu seus efeitos). 
c.1 Conceito: 
Consiste no poder de revisar o texto constitucional, com as mudanças 
necessárias, após 5 anos contados da data da promulgação da Constituição, 
pelo voto da maioria absoluta (metade + 1) dos membros do Congresso 
Nacional em sessão unicameral. 
c.2 Limites: 
Está submetido às cláusulas pétreas (não posso violar direitos 
fundamentais, por exemplo). 
6. Normas Constitucionais no Tempo 
Como fica o ordenamento jurídico frente a uma nova Constituição? 
R E V O G A Ç Ã O 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
O surgimento de uma nova constituição faz com que a anterior seja 
inteiramente revogada independentemente de previsão expressa ou 
incompatibilidade, a esse fenômeno se dá o nome de revogação por 
normação geral. 
R E C E P Ç Ã O / N Ã O – R E C E P Ç Ã O 
Adotada no Brasil. Diz respeito aos atos infraconstitucionais. A 
constituição é fundamento de validade de todo ordenamento jurídico, 
assim, caso esta seja revogada, as leis infraconstitucionais perdem o seu 
norte e para evitar o vácuo legislativo e o caos jurídico em decorrência de 
uma nova constituição, criou-se o instituto da recepção. Neste sentido deve 
se analisar a compatibilidade material das normas infraconstitucionais, que 
em sendo compatíveis serão recepcionadas pela nova ordem jurídica. Caso 
não haja compatibilidade ocorrerá a não-recepção destas normas, já que 
tecnicamente não é correto falar em revogação, uma vez que a revogação 
pressupõe a existência de normas ou atos com a mesma densidade. Os atos 
recepcionados ganham um novo fundamento de validade. 
Por outro lado, sob o aspecto formal, a incompatibilidade formal 
superveniente não impede a recepção, mas faz como que o ato adquira uma 
nova roupagem, um novo status, a exemplo do CTN que perdeu o status de 
lei ordinária, adquirindo o de lei complementar desde o advento da 
constituição de 67 e a partir daí só pode ser modificado por lei 
complementar. 
Requisitos: 
● Estar a lei e vigor no momento do advento da nova Constituição; 
● Não ter sido a lei declarada como inconstitucional durante a sua 
vigência no ordenamento anterior; 
● Compatibilidade formal e material com a Constituição sob cuja 
vigência ela foi criada; 
● Compatibilidade apenas material com a nova Constituição. 
C O N S T I T U C I O N A L I D A D E S U P E R V E N I E N T E 
Se uma lei nasce inconstitucional, mas antes de haver essa declaração de 
inconstitucionalidade, houve uma emenda constitucional que 
constitucionalizou essa lei. Para o STF, a lei inconstitucional é um ato nulo, 
que não admite a constitucionalidade superveniente. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
R E P R I S T I N A Ç Ã O 
É a hipótese em que existe uma Constituição A (ex: Constituição de 67), 
revogada por uma Constituição B (ex: Constituição de 69), esta por sua vez 
é revogada pela Constituição C (ex: Constituição de 88), assim se a 
Constituição A voltar a se tornar vigente, ocorre a repristinação. Não 
adotada no Brasil. 
D E S C O N S T I T U C I O N A L I Z A Ç Ã O 
Ocorre quando matérias tratadas pela Constituição anterior não foram 
tratadas na nova, e nesta nova Constituição não se encontra nada que seja 
obstáculo àqueles artigos existentes na anterior. Nessas condições, os 
artigos da Constituição substituída permaneceriam em vigência sob a forma 
de lei ordinária. Não adotada no Brasil. 
7. Eficácia e Aplicabilidade das normas constitucionais 
Eficácia é a possibilidade de uma norma jurídica gerar efeitos. 
7.1 Eficácia Jurídica: 
Se a norma tem condições jurídicas para incidir no caso concreto. 
7.2 Eficácia Social: 
Se a norma tem condições jurídicas e é aplicada socialmente. 
7.3 Classificação quanto à eficácia jurídica: 
JOSÉ AFONSO DA SILVA 
● Adotada pelo STF 
Eficácia Jurídica Plena: as normas constitucionais possuem todos os 
requisitos necessários para que ela incida no caso concreto. Terá uma 
aplicação direta, imediata no caso concreto. 
Ex: Art. 14, § 2º, CF 
Art. 21, VII, CF 
Eficácia Jurídica Limitada: necessita de intermediação de uma norma 
infraconstitucional. Pode ser de princípio institutivo (em regra, normas de 
organização do Estado) ou de princípio progmativo (normas que veiculam 
uma determinada meta a ser realizada pelo Estado). 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
Ex princípio institutivo: Art. 137, VII, CF → o direito de greve só poderá 
ser exercido nos termos da lei. 
Eficácia Jurídica Contida: são aquelas em que o legislador constituinte 
regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas 
deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária 
do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de 
conceitos gerais nelas enunciados. 
Ex: Art. 5º, XIII, CF 
Art. 5º, XV, CF 
CELSO BASTOS E CARLOS BRITTO 
Normas de Aplicação Irregulamentária: equivale às normas de eficácia 
plena. 
Normas de Aplicação Regulamentária: posso criar um regulamento para 
melhor aplicar o dispositivo, mesmo que a eficácia seja plena. 
Ex: Art. 207, CF 
Normas de Integração Completáveis: equivale às normas de eficácia 
limitada. 
Normas de Integração Restringíveis: equivale às normas de eficácia 
contida. 
MARIA HELENA DINIZ 
Normas Super Eficazes ou com Eficácia Absoluta: cláusulas pétreas. 
Normas com Eficácia Plena: equivale às normas de eficácia plena. 
Normas com Eficácia Relativa Restringível: equivale às normas de eficácia 
contida. 
Normas com Eficácia Relativa Completável: equivale às normas de eficácia 
limitada. 
8. Interpretação 
8.1 Interpretação/mutação: mecanismo de reforma constitucional realizado 
de maneira silenciosa, pela busca de sentido de uma determinada norma → 
argumentação jurídica. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
Ex: aborto de anencéfalo. 
8.2 Reforma: alteração formal da Constituição → substituir dispositivos 
constitucionais para adequá-los à realidade por meio de emendas. 
Ex: poder constituinte derivado reformador. 
8.3 Hermenêutica: ciência que estuda a atividade interpretativa. 
8.4 Constituição: sistema normativo aberto de regras e princípios. 
Sistema normativo: interligação entre as normas constitucionais; 
Aberto: determinadas normas abrem espaço para que a Constituição seja 
adaptada à realidade. Essa abertura é possível por meio dos princípios, que 
são normas com um grau de abstração mais elevado. 
8.5 Particularidades das normas constitucionais: 
 » Inicialidade fundante: devo levar em consideração que a 
Constituição é fundamento de validade para todo o ordenamento jurídico. 
 » Opções políticas na Constituição: escolha dos valores protegidos 
pela Constituição (preciso leva-los em consideração ao interpretar a 
Constituição). 
 » Linguagem constitucional: a linguagem usada pela Constituição é 
comum porque ela não foi feita apenas para os operadores do direito e sim 
para toda a população, porém há algumas expressões jurídicas na mesma. 
 » Caráter dentro das normas: é efetivado pela existência de termos 
vagos e indeterminados. 
8.6 Métodos de interpretação: 
M E T O D O C L A S S I C O 
→ Friedrich Carl Von Savigny 
Trabalha com elementos naturais de interpretação. 
● Subsunção: silogismo 
 Premissa maior: normas 
 Premissa menor: caso concreto → não interfere no sentido da norma. 
 Conclusão: sentença 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
M E T O D O T O P I C O 
→ Theodor Viehweg 
A partir de um determinado caso concreto, tenho diversas soluções. 
Primeirodevo buscar uma solução e depois procuro fundamentá-la 
juridicamente. 
Sempre haverá uma solução que melhor representa o espírito da 
Constituição. 
M E T O D O H E R M E N E U T I C O 
C O N C R E T I Z A D O R 
A norma jurídica será construída a partir das característica/influências do 
caso concreto. 
Ex: Princípio da legalidade → União homo afetiva 
8.7 Princípios de interpretação constitucional: 
Não estão previstos na Constituição. Foram retirados da doutrina, que os 
construiu com a intenção de garantir maior racionalidade e segurança 
jurídica na aplicação da norma. 
Formam um moldura/limitação à atividade interpretativa. 
Devo levar em consideração os princípios abaixo antes de iniciar a 
interpretação. 
● P. da unidade da Constituição: ao interpretar o texto constitucional 
devo levar em consideração todas as normas constitucionais. 
● P. do efeito integrador: está atrelado à integração das normas 
constitucionais. 
● P. da máxima efetividade: se preocupa com a maior eficácia 
possível da norma constitucional. É muito direcionado às normas 
fundamentais e programáticas. 
● P. da justeza ou da conformidade funcional: não posso violar a 
organização do Estado ao realizar uma interpretação. 
● P. da concordância prática, harmonização ou cedência recíproca: 
quando dois direitos entram em conflito, devo buscar uma harmonização 
entre eles. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
● P. da força normativa: reconhecimento de que a norma deve ser 
reconhecida de forma positiva. 
● P. da interpretação conforme a Constituição (também é uma 
técnica de controle de constitucionalidade): interpretação que farei de uma 
lei infraconstitucional conforme a Constituição. 
● P. da proporcionalidade e da razoabilidade: faz uma ponderação 
entre as normas, garantindo a justa medida. 
9. Organização do Estado 
9.1 Elementos do Estado: 
Território: espaço geográfico ao qual se faz referência um determinado 
Estado. Um Estado se delimita por uma determinada porção de terra. Além 
desse conceito geográfico, possui um sentido político que nos faz 
relacionar o território como a delimitação onde o poder do Estado será 
exercido; é dentro daquelas fronteiras que o Estado atua e, se transpassar 
tais, viola o conceito de soberania. A regra é o principio da territorialidade, 
as embaixadas são exceções (extraterritorialidade). 
Povo: elemento pessoal, não se confunde com os termos nação, cidadão e 
população. População é o número de indivíduos, nacionais e estrangeiros, 
que residem no Estado. Nação é um vinculo cultural, histórico, de 
nascimento ou religião, ex. Nação Judaica, nação independe de uma 
delimitação territorial. Povo é aquele que possui um vínculo jurídico com 
determinado Estado, nacionalidade, sendo esse vínculo um direito 
fundamental dos indivíduos. Cidadão é aquele que se encontra no gozo de 
direitos políticos. 
É possível ter nacionalidade de um país e não ser cidadão? Sim, posso ter a 
nacionalidade e não exercer os direitos políticos. 
Todo cidadão precisa ser nacional? Sim. Para eu ser um cidadão de 
determinado país, é necessário ter a nacionalidade deste. 
OBS: Há exceções no mundo, como Portugal e Brasil, no Tratado de 
Reciprocidade há tratamento igualitário; sendo assim, o português pode ser 
cidadão no Brasil sem ser da nação, por exemplo. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
Poder: qualquer forma de expressão de determinada força, poder religioso, 
econômico, social. O nome do poder exercido pelo Estado é chamado de 
poder político (esse poder é uno e indivisível). 
O poder não é dividido em 3 quando exercido pelo Estado! Poder do 
Estado é poder político. A soberania é uma característica do poder político, 
faz com que o Estado não reconheça poder maior que o dele. 
9.2 Forma de governo: 
Preciso determinar como quero que seja o relacionamento entre 
governantes e governado; é uma escolha feita pelos indivíduos (república 
ou monarquia). 
 República 
Características principais: eletividade, periodicidade, responsabilidade. 
 Monarquia 
Características: vitaliciedade, hereditariedade e irresponsabilidade. 
9.3 Sistemas de governo: 
Relacionamento entre Legislativo e Executivo 
 Presidencialismo: 
O presidente acumula as funções. 
 Parlamentarismo: 
Funções de chefe de estado e chefe de governo. Funções repartidas. Mais 
equilíbrio. 
9.4 Soberania VS Autonomia: 
Soberania: não reconhece um poder maior que o seu. 
Autonomia: poder de auto-organização, autogoverno, autoadministração. 
9.5.Forma de Estado: 
 Unitário: 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
O poder está centralizado na prática é muito difícil, portanto há uma 
descentralização administrativa. 
 Federação: 
Possui uma repartição no poder dentro do território, unidades parciais e 
autônomas (Estados e Municípios), essa repartição não se confunde com a 
tripartição dos poderes. 
 
 
 
 
 
9.6 História do federalismo: 
1776: Independência das 13 colônias históricas na América. 
1777: Confederação dos EUA. 
1787: Convenção de Filadélfia – FEDERAÇÃO. 
9.6 Características da Federação: 
a. descentralização do exercício do poder político em uma ordem central 
(U) e ordens parciais (DF, E, M). 
b. cada ente autônomo tem a possibilidade de auto-organização. 
c. indissolubilidade do pacto federativo ou proibição ao direito de secessão. 
d. rigidez constitucional: possibilidade de alteração mais difícil da 
Constituição. Mantém a Federação porque assegura suas competências. 
e. descentralização de competências. 
f. bicameralismo federativo: duas casas legislativas no âmbito federal – 
Câmara dos Deputados (representa o povo) e Senado (representa os 
Estados). 
Entes Políticos: 
- União; 
- Estados; 
- Distrito Federal; 
- Municípios. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
● Legislativo no âmbito federal: Congresso Nacional. 
● Independente do tamanho do Estado, cada um será representado por três 
senadores. Não existe hierarquia entre entes políticos, Estados e 
Municípios. 
g. tribunal constitucional: existe para ter um órgão responsável pela solução 
dos conflitos federativos, que podem ser positivos ou negativos → STF 
(porque é o “guardião da Constituição”). 
h. intervenção federal. 
9.7 Classificação das Federações: 
 Quanto ao surgimento: 
Por agregação 
Unidades autônomas buscam a federação. 
Ex: 13 colônias (EUA). 
Por segregação 
Parto de um Estado unitário que vai se repartir em Estados autônomos para 
compor a Federação. 
Ex: BRA. 
 Quanto à concentração do poder: 
Centrípeta 
É a Federação que reúne a maior parte do poder nas mãos do poder central. 
Centrífuga 
Há maior distribuição do poder nas unidades autônomas. 
Equilíbrio (não tem no caderno) 
OBS: O BRA é centrífugo quanto ao seu surgimento, mas é centrípeto 
quanto à distribuição do seu poder. 
Constitucional – 3º semestre 
 
 
 
 Quanto à repartição de competências: 
Dual/clássico 
As repartições são feitas no modelo horizontal de competências. 
U E DF M → um poder não atua em certas competências do 
outro. 
Neoclássico/cooperativo 
Atuação concomitante entre os poderes em algumas matérias 
U 
E 
DF 
M 
OBS: O BRA adota o modelo horizontal e o modelo vertical. 
 Quanto ao equacionamento das desigualdades: 
Simétricas 
Quando é dado o tratamento igual a todos aqueles que pertencem a 
Federação. 
Assimétricas 
Quando se reconhece uma desigualdade entre os entes federativos. 
OBS: O BRA é simétrico por causa da representação dos Estados, porém, 
para alguns autores o BRA tem certos casos de assimetria pelo tratamento 
desigual.

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