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03/10/2018 Estudando: Introdução a Criminologia | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10038/101713/ 1/12
Atenção: Esse curso é de autoria da Prime Cursos do Brasil LTDA (registro número 978-85-5906-046-1 BN)
 Encontrou esse mesmo material em outro site? Denuncie: juridico@primecursos.com.br
Estudando: Introdução a Criminologia
As Causas da Criminalidade
 
AS CAUSAS DA CRIMINALIDADE
 
FATORES ENDÓGENOS
 
BIOTIPOLOGIA CRIMINAL
 
1 GENERALIDADES:
 
A Biologia é a “ciência dos seres vivos analisados sobre os prismas fisiológico, morfológico e evolutivo”.
 
Compete à Biologia fixar o biótipo da pessoa.
 
Biótipo: é o conjunto de caracteres morfo-físico-psicológicos do indivíduo. Deflui, portanto, que o método da
Biologia é o da experimentação e seu objeto é a constelação de indivíduos.
 
Referindo-se á Biologia Criminal, entende o insigne jurisconsulto Edgard Magalhães Noronha, que ela se
identifica perfeitamente com a Antropologia Criminal. Ambas representam uma só disciplina, eis que voltadas
para o estudo dos caracteres fisiopsíquicos do delinqüente em consonância com a influencia externa, no
escopo do esclarecimento da gênese criminógena. Noronha entende que o fator biológico instintivo é o
determinante de todo o ato infracional.
 
2 A HERANÇA GENÉTICA
 
A herança é “a lei biológica em virtude da qual todos os seres vivos tendem a repetir-se em seus
descendentes”. Quer dizer, os pais transmitem aos filhos toda a bagagem que receberam de seus ancestrais,
ou seja, todas as características biológicas, fisiológicas e psicológicas dos seus descendentes.
 
O meio ambiente, o mundo que nos rodeia, não é capaz de criar nada, apenas de acelerar ou frear, expandir
ou restringir a herança natural. A herança pode ser influída pelo meio ambiente, mas não é capaz de criar
nada.
Existem alguns aspectos ou caracteres que são essências na hereditariedade. Vejamos quais:
 
1º) A herança existe para todos os caracteres, sejam eles favoráveis ou não. Assim como se transmitem
caracteres bons (a inclinação para a música, na família dos Bach, por exemplo), também se transmitem os
negativos (a hemofilia, na família dos Habsburgos, por exemplo).
 
2º) A herança não é igual nem fatal para todos os descendentes do mesmo casal. Os únicos seres
considerados idênticos são os gêmeos verdadeiros, ou seja, os univitelinos (gêmeos que nascem de 1 só
ovo).
 
3º) A herança se manifesta simultaneamente por semelhanças e diferenças. As semelhanças representam a
herança direta de pai para filho. As diferenças se devem ao fato de que herdam caracteres de outros
ascendentes: é a herança atávica ou indireta (netos que herdam certos caracteres dos avós ou mesmo de
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ascendentes ainda mais remotos). A herança também pode se apresentar nos colaterais, como sucede com
irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc.
 
4º) Habitualmente, a herança é bilateral, isto é, os caracteres são transmitidos tanto do pai quanto da mãe.
3- A HERANÇA DO HOMEM
 
Dividiremos o estudo da herança do homem em 3 partes:
 
a) Herança Normal (com todas as suas variedades);
 b) Herança Anormal ou Patológica;
 c) Herança do Crime
 
a) Herança Normal:
 
Já dissemos anteriormente que o meio ambiente, embora não seja capaz de criar nada por si mesmo, é
contudo uma força formidável capaz de acelerar, retardar ou desviar a bagagem hereditária recebida de
nossos ascendentes.
 
Quanto á herança normal cabe ressaltar os caracteres morfológicos, fisiológicos e psicológicos.
 
- Caracteres Morfológicos: dizem respeito principalmente ao sexo, raça, estatura, glândulas endócrinas,
conformação da cabeça, etc. Relativamente ao sexo, geralmente o homem é mais alto que a mulher, também
devendo ser consideradas as diferenças entre suas medidas cranianas. Com respeito ás glândulas
endócrinas, temos o caso da ação da tireóide e da hipófise que podem originar tipos tireodianos ou
hipofisários. O peso depende muito de fatores hereditários e ambientais. A disposição, a forma e o tamanho
dos órgãos internos e externos do indivíduo resultam de fatores hereditários (orelhas, lábios, nariz, etc).
 
- Caracteres Fisiológicos: Podemos citar aqui o tipo de morte característico de determinadas famílias (como
os doentes cardíacos); a fecundidade (observam-se famílias tipicamente não prolíferas); o tipo de
menstruação nas mulheres; a força muscular; a pressão arterial (famílias de hiper-tensos); atitude geral
(maneira de ser, de andar, o tom da voz, os “tiques”), etc.
 
- Caracteres Psicológicos: Há certas aptidões artísticas que se constatam com certa freqüência na evolução
de determinadas famílias, como a inclinação musical nas famílias de Bach, Strauss, etc. Isto se deve á
herança ou ao fato das crianças pertencentes a essas famílias terem nascido e crescido em um ambiente
musical??? Por outro lado, tivemos grandes gênios musicais, cientistas e sábios, cuja descendência não
herdou tais características. O geneticista alemão Hoffmann sustenta que a inteligência é hereditária e está
ligada ao sexo: os filhos têm mais possibilidades de herdar ascaracterísticas de inteligência do pai e as filhas
da mãe. No que diz respeito ao caráter, os filhos herdariam o da mãe e as filhas o do pai. Evidente, entretanto,
que todos esses caracteres não podem escapar da influencia de fatores ambientais.
 
b) Herança Anormal ou Patológica:
 
Sobre este particular aspecto devemos recordar que não devem ser confundidas as taras hereditárias com as
malformações congênitas. Nossas taras hereditárias são as que vem na célula germinal e não desaparecem;
ao passo que as malformações congênitas se devem a causas que intervém depois da gestação do novo ser.
Um choque elétrico sofrido pela mãe em estado de gravidez, pode influir em sua descendência; as relações
sexuais em estado de alcoolismo tem uma grande influencia pelo grande poder de difusão do álcool através
dos tecidos orgânicos; também ostraumatismos sofridos pela mãe durante a gestação podem ter influencia.
 
As taras hereditárias decorrem da má conformação dos genes e são encontradas repetidas vezes em vários
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membros de uma família, sendo transmitidas com certa Constancia.
 
Dentre as principais taras, destacam-se:
 
1- Taras Morfológicas: polidastilia (6 dedos), lábios leporinos, hermafroditismo, etc;
 
2- Enfermidades Constitucionais: ananismo, gigantismo, sensibilidade ás intoxicações, ou seja, alergias (como
ocaso das famílias que não podem injerir aspirina sem sentir notórios transtornos), imunidades para certas
doenças ou predisposições para adquiri outras (como a urticária – alergia resultante de certos alimentos como
chocolate, ovo, mariscos, etc.), doenças gerais (como a diabetes, a pressão alta, etc.);
 
3- Doenças do Sangue: como a hemofilia, por exemplo;
4 - Doenças Endócrinas: como o bócio, vulgarmente chamado de “papeira”. Há famílias nas quais se observa
a doença, porém, não há certeza da sua transmissão hereditária;
 
5- Doenças do Aparelho Circulatório – coração e vasos sanguíneos: Varizes, hemorragias cerebrais (derrame
cerebral), morte súbita, infarto, etc.;
 
6- Doenças do Aparelho Digestivo: úlceras gastroduodenais, cirrose, etc.;
 
7- Doenças do Aparelho Urogenital: incontinência urinária (enurese noturna);
 
8- Doenças do Aparelho Genital: criptorquidia (ausência de testículos no escroto, que pode ser parcial ou
total, faltando, pois, um ou ambos os testículos);
 
9- Doenças da Pele, Cabelos e Dentes: Parece que há uma certa influencia hereditária com relação á
algumas doenças, como eczema, urticária, edema paroxístico (inchaçodos lábios ou pálpebras inferiores que
costuma aparecer em famílias de neuróticos), calvície, cabelos brancos, determinadas afecções dentárias
(cáries, gengivites, por exemplo, tendo-se observado famílias inteiras com má estrutura dentária);
 
10- Doenças do Sistema Nervoso: afetam o cérebro, o cerebelo, a medula, etc.;
 
11- Doenças dos Órgãos dos Sentidos: surdez, surdo-mudez, daltonismo, albinismo, etc;
 
12- Epilepsia: A qual pode ser de dois tipos: Essencial e Jacksoniana. Essencial é aquela característica dos
indivíduos que não tenham sofrido grandes acidentes na sua vida, sendo, portanto, uma epilepsia sem causa
justificável e explicável. A Jacksoniana (de Jackson, que descreveu a epilepsia adquirida), é aquela explicável,
tendo origem conhecida, pois há sempre uma lesão agindo como pólo de irritação (ossos que se
desprenderam, formação de pus enquistado, etc) o que pode irritar o córtex cerebral, provocando, assim, a
crise epilética. A epilepsia Essencial é incurável; a Kacksoniana é curável numa expressiva porcentagem, pois
é muito possível localizar a causa irritativa e eliminá-la. Quanto ás possibilidades de transmissão hereditária
seria a epilepsia Essencial a única suscetível de sê-lo, pois a Jacksoniana é adquirida e, como tal, não
transmissível hereditariamente;
13 - Doenças Mentais: Segundo pesquisa realizada por diversos autores de criminologia, há a probabilidade
30% a 60% de transmissibilidade de doenças mentais. A herança dessas doenças pode ser direta, quando se
herda de ascendentes diretos, ou seja, de pais para filhos (caso das famílias de esquizofrênicos), ou indireta,
também chamada de atávica, quando aparece na linha colateral (como ocaso do sobrinho que herda uma
doença mental do tio, ou doenças que vêm de gerações anteriores);
 
14 - Doenças do Caráter: De um modo geral, poderíamos dizer que o caráter é constituído pelas
características fundamentais de um indivíduo que pautam a sua conduta. Não podemos, porém, negar, a
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influencia que o meio exerce sobre o caráter. Geralmente podemos dividir os indivíduos segundo a sua
maneira de ser em 2 grandes grupos:
 
a) o indivíduo ciclotímico: é o que tem períodos variáveis de bom ou mal humor. Quando esta característica
se acentua, encontramo-nos diante da personalidade ciclóide, que em seu mais elevado grau, gera a psicose
maníaco depressiva ou psicose circular. Neste último estado, o indivíduo passa a ser um verdadeiro doente
mental;
 
b) o indivíduo esquizotímico: é de uma grande vida interior, fechado ao ambiente, cujas reações aos
estímulos externos são diferentes em diversas ocasiões. Assim, um indivíduo deste caráter, diante de uma
determinada brincadeira, poderá ás vezes rir francamente e em outras permanecer indiferente. Quando esta
característica se acentua, temos a personalidade esquizóide, que, em sua fase de maior gravidade, pode dar
lugar ao aparecimento da doença chamada esquizofrenia ou demência precoce.
 
15 - Oligofrenias: é aquela doença que se caracteriza pela falta de inteligência no indivíduo.
 
Apresenta-se em 3 estados:
 
a) O idiota: é o estado mais grave, pois o indivíduo não atinge idade mental superior a 3 anos; deve ser
alimentado por terceiros, feita sua higiene, etc., sendo incapaz de cuidar de si mesmo;
 
b) O imbecil: de idade mental superior a 3 anos e inferior a 7; fala mais corretamente, consegue aprender a
ler um pouco e a assinar o próprio nome;
 
c) O débil mental: idade mental superior a 7 e inferior a 14 anos.
 
16 - Suicídio: Apresentam-se casos de verdadeiras famílias de suicidas. Os autores modernos consideram
que o que se herda é a personalidade (ciclotímica ou esquizotímica), ou seja, a base fundamental, que diante
de um estímulo mais ou menos violento do meio, vai determinar a conduta do suicida.
 
17- Alcoolismo: Acredita-se muito que o alcoolismo seja hereditário. No entanto, não podemos saber até que
ponto influi no filho o mal exemplo de seus pais, a imitação destes, etc. Existem características alcoólicas que
é possível que sejam hereditárias como a dipsomania, que quer dizer o impulso incoercível para beber.
 
18- Outras Toxicomanias: Morfismo, cocainismo, etc. Nestes casos, não se herdaria uma tendência exclusiva
para usar a morfina ou ingerir a cocaína, mas apenas uma predisposição ao uso dos tóxicos ou drogas em
geral.
 
c) Herança do Crime:
 
Desde do século XVIII, que são formuladas várias teorias científicas para explicar as causas do delito. O
médico alemão Franz Joseph Gall, procurou relacionar a estrutura cerebral com as inclinações criminosas. No
final do século XIX, o criminólogo Cesare Lombroso afirmava que os delitos são cometidos por aqueles que
nascem com certos traços físicos hereditários reconhecíveis, teoria essa refutada no começo do século XX,
por Charles Goring, que efetuou um estudo comparativo entre delinquentes encarcerados e cidadãos
respeitadores da lei, concluindo que não existem os denominados “tipos criminais” com disposição inata para
o crime. Na França, Montesquieu procurou relacionar o comportamento criminoso com o ambiente natural e o
físico.
 
Por outro lado, estudiosos ligados aos movimentos socialistas consideram o delito como um efeito derivado
das necessidades da pobreza. Outros teóricos relacionam a criminalidade com o estado geral da cultura,
sobretudo pelo impacto desencadeado pelas crises econômicas, pelas guerras, pelas revoluções e pelo
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sentimento generalizado de insegurança, derivado de tais fenômenos.
 
No século XX, psicólogos e psiquiatras desenvolvem estudos teóricos no sentido de indicar que cerca de um
quarto da população reclusa é composta por indivíduos com comportamentos psicóticos, neuróticos ou
também por indivíduos de instabilidade emocional e o outro quarto, padecem de deficiências mentais.
 
Frequentemente, são mencionadas enfermidades que se herdam. Em nossos estudos vamos tratar de ver se
o crime em si tem relação com a herança.
 
Diversos distúrbios de conduta, e dentre eles a delinquência de adultos, a criminalidade juvenil, a
homossexualidade, etc., indicam a presença de um fator genético predisponente, sem desprezar o fator
ambiental, é claro.
 
Pesquisas encetadas na Dinamarca sobre a projeção dos fatores genéticos e ambientais na tela da
criminalidade relataram que, quando o pai biológico e o adotivo não eram delinqüentes, ou quando somente o
adotivo era criminoso, as taxas de criminalidade entre os filhos eram praticamente iguais. Todavia, sendo
delinquente apenas o pai biológico, a taxa se elevava ao dobro, ascendendo ao triplo quando ambos os pais
eram criminosos. Isto quer dizer que, a criminalidade dos pais natural e adotivo e, eventualmente, a
ocorrência de moléstia mental na mãe, são fatores que chegam a marcar presença na gênese da delinquência
dos filhos. 
 
Aliás, para as aplicações da Genética no campo da Criminologia, muitos geneticistas vêm, procurando
identificar a transmissibilidade de fatores que gerariam o crime. Tais pesquisas têm sido realizadas de vários
modos: Primeiramente foram estudados grupos sociais, depois aglomerados étnicos e, particularmente,
núcleos familiares, os quais, pela alentada incidência de membros que se apresentaram como autores de
ações delituosas ou como indivíduos de conduta social perniciosa, viriam atestar essa transmissibilidade.
 
Dugdale, por exemplo, investigou a família Juke, reconstituindo sua genealogia até chegar ao antepassado
comum: o individuo Marx Juke, nascido em 1720. Na família aconteceram diversas uniões ilegítimas. Foram
pesquisados 700 descendentes de Marx Juke, sendo que mais da metade era constituída decriminosos,
prostitutas, vadios, etc. Verificou-se que 310 eram indigentes, 440 foram descritos como portadores de
doenças físicas graves, 50% das mulheres eram prostitutas e 130 haviam praticado diferentes crimes, sendo
que entre elas, existiram 7 homicidas. Em 1915, outro pesquisador deu continuidade ao trabalho de Dugdale,
voltando a pesquisar á Família Max Jukes, jánessa ocasião com 2.094 descendentes. Dentre estes foram
encontrados 76 desajustados socialmente, 171 criminosos, 277 prostitutas, 282 ébrios contumazes, 323
tipicamente degenerados e 255 mais ou menos corretos.
Outra família pesquisada foi a família francesa Chrétien, que teve 3 filhos: Píer, assassino, teve 1 filho
também assassino; Tomás teve 2 filhos assassinos e 1 neto ladrão reincidente; Jean teve 7 filhos, sendo 4
ladrões e 2 filhas ladras, uma das quais teve 2 filhos assassinos e 4 ladrões; a terceira filha teve 1 filho
assassino.
 
Também na família Zero, foram estudados 310 descendentes, dos quais 12% foram criminosos, 28% imorais
e indigentes, 41% vadios e somente 19% foram indivíduos tidos comonormais.
 
Ainda assim, indaga-se, repetidamente, da existência ou não de uma influencia genética, inata, herdada como
co-partícipe do ato criminoso. Haveria um determinismo herdado para a prática de crimes????
 
Os fatores, segundo os geneticistas, poderão ser divididos em genéticos e ambientais.
 
Os fatores genéticos são transmitidos por certos corpos especiais existentes nas células que são conhecidos
pela designação de cromossomos. Cada espécie animal tem um nº fixo de cromossomos: o gato tem 38
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cromossomos, o cavalo 60 e o homem (ser humano) 46 (sendo 23 pares). A espécie humana tem, portanto,
23 pares de cromossomos para o homem e 23 pares de cromossomos para a mulher, os quais se fundem
quando há a união das células masculinas(espermatozóides) e células femininas (óvulos) e que contém
milhares de pares de genes. Da fusão das duas células resulta a célula ovo, chamada de zigoto ou gameta,
que reconstitui o nº diplóide próprio de cada espécie.
 
A matéria-prima da hereditariedade é o denominado DNA (Ácido Desoxirribonucléico), molécula em dupla
espiral encontradiça nas células de todos os seres vivos, das bactérias aos homens.
 
Na espécie humana, o DNA possui cerca de 100 a 200 mil genes. O Gene é encontrado no núcleo das
células, comandando todos os seus processos bioquímicos. Cada gene é responsável pela produção de uma
determinada proteína, que será necessária para o funcionamento ou para a estrutura do corpo. Um defeito no
gene poderá afetar ou impedir a síntese de uma proteína, daí promanando uma doença genética ou
deformidade.
 
Os tecidos humanos mais ricos em DNA são os glóbulos brancos do sangue, o esperma, os fios de cabelo, a
polpa dentária e a medula óssea. A análise do DNA começa com a retirada de uma amostra desse material
orgânico (geralmente sangue ou esperma) através da aplicação de uma solução específica (tensoativo com
enzima proteolítica) que fragmenta a amostra. Em seguida esses fragmentos do DNA (de diversos tamanhos)
são espalhados sobre uma superfície gelatinosa e submetidos a uma corrente elétrica, que os faz ficar em fila,
em ordem crescente de tamanho. Finalmente, os fragmentos do DNA são transferidos para uma película de
“nylon” que é colocada sobre um filme de radiografia. A radioatividade imprime no filme a seqüência de
fragmentos do DNA como em uma fotografia. A comparação das “fotos” comprova se as amostras pertencem
á mesma pessoa.
 
A análise do material genético fornece 100% de certeza nos casos de investigação de paternidade. Para
comprovar a paternidade, compara-se as “impressões genéticas” dos pais e dos filhos.
 
O exame do material genético permite, inclusive, identificar o autor de um crime, a partir de um fio de cabelo,
de uma gota de sangue ou de um traço de esperma. Para tanto, ter-se-á que cotejar o DNA do material
encontrado no local do delito com aquele do suspeito ou indigitado autor.
 
A Genética é o estudo dessa herança com a qual o homem se preocupa seriamente pelo menos há 2
séculos. De fato, desde 1865, na Checoslováquia, o monge agostinho João Gregório Mendel dedicava-se
aos estudos do processo de hereditariedade, embora suas experiências consistissem no cruzamento de
plantas leguminosas e de flores, para aprimorar-lhes a qualidade e a cor.
Recentemente, manifestando-se sobre o mapa do código genético humano, o cientista alemão Bernd
Brinckmanns, durante congresso da Sociedade Internacional de Técnica Genética, realizado na cidade de
Munster, na Prússia, assegurou que dentro de pouco mais de 5 anos será possível elaborar o retrato falado
genético a partir do DNA das células dos suspeitos, o que traria enorme contribuição para o campo da
criminogenia.
 
Reforçando o que já foi explicitado, relevante enfatizar que todo o indivíduo possui um fenótipo e um genótipo.
Genótipo é o conjunto de fatores que constituem a bagagem hereditária do indivíduo e que é recebida de seus
ascendentes. Fenótipo é o que o indivíduo aparenta ser (aspecto, cor, cabelo, funções fisiológicas, etc.).
 
Do ponto de vista da medicina forense é incorreto falar em herança criminal. Não está estabelecido, de fato,
que alguém possa delinquir através de sua configuração genotípica.
 
Admite-se, isto sim, que um individuo mal nascido (com um legado psicopático e educação viciosa ou
submetido a fatores ambientais paratípicos) possa acabar no crime, do mesmo modo que seus ascendentes.
 
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Efetivamente, não há tendências criminógenas hereditárias, mas, apenas, formas psicopáticas especiais. Uma
coisa é a bagagem hereditária dos pais e, outra, as alterações que possa sofrer o indivíduo durante sua vida e
que podem influir depois sobre os seus descendentes.
 
A herança poderá ser um fator predisponente ao crime, não fator de sua ação direta que prescinde de uma
base com circunstancias favoráveis. Um paranóico homicida quiçá transmita a seu filho uma constituição
paranóica que poderá levá-lo ao homicídio, porém, isto não é herança criminal, pois o crime é só um acidente.
O importante é a herança patológica mental. O pai pode ser um simples neuropata, tornando-se homicida por
circunstâncias totalmente eventuais, enquanto o filho pode vir a sê-lo como conseqüência, por exemplo, de
um delírio de perseguição.
 
De qualquer modo, seria assaz temerário afirmar que existe uma herança específica do crime ou mesmo
certas condições físicas ou psíquicas herdadas que levam irreversivelmente á prática delituosa.
 
Carecemos, ainda, de documentos definitivos que nos permitam afirmar com segurança que, em certos casos,
a criminalidade seja manifestação direta da herança, já que o papel desencadeador das causas criminógenas
do mundo circundante não pode ser desprezado.
 
Se não podemos impedir a transmissão de taras hereditárias, sempre podemos interferir no meio ambiente
para contrabalancear, pelo menos em parte, as manifestações negativas da herança, como retirar os filhos de
ambiente pernicioso e colocá-los em outro melhor; proporcionar-lhes boa orientação, orientá-los
vocacionalmente, etc.
 
Em todo caso, a herança é um fator muito importante, porém, não de ação direta, mas predisponente. Por
outro lado, quanto mais pronunciada é a herança patológica, mais separa o indivíduo do meio social normal, o
que acentua mais ainda as suas possibilidades negativas.
 
Quer dizer que, ao que parece, a maior parte dos fatores que integram a constituição, a inteligência, o
temperamento e o caráter, combinam entre si e se misturam de forma muito variada na descendência, de
maneira que jamais podemos prescindirdos fatores do mundo circundante, já que são capazes de permitir ou
não o aparecimento de um caráter endógeno.
 
Não há, portanto, tendências criminais especificamente hereditárias, apenas formas psicopáticas especiais.
 
Nunca será demais repetir que uma coisa é a bagagem hereditária dos pais e outra as alterações que possa
sofrer um sujeito durante a sua vida e que podem influir depois sobre os seus descendentes.
 
São conhecidas com o nome de blastotoxias todas as causas alheias á herança que influem patologicamente
nas células germinais do indivíduo e, por conseguinte, na descendência.
 
Vamos agora estudar essas causas de acordo com os diferentes períodos do ciclo vital.
 
Fatores que influem na vida intra-uterina:
 
Todos os fatores que podem ser nocivos para a mãe durante o período de gravidez, também podem ser para
o filho. Não esqueçamos as relações estreitas que existem entre a mãe e o filho durante este período em que
ele é alimentado através da placenta. Todas as causas patológicas ou toxicológicas que podem afetar a mãe,
podem também afetar a criança.
 
As influencias que atuam durante o período de gravidez podem ser divididas em 5 grupos:
 
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a) Influencias Mecânicas: São os traumatismos. Um golpe sofrido pela mãe pode chegar a produzir o aborto
ou a morte do feto sem expulsão, ou seja, dentro do ventre materno.
 
b) Influencias de Tipo Físico: Podemos considerar a ação da luz, do calor, os raios X, o radium, a eletricidade,
etc, que podem causar anomalias no feto ou retardamento no desenvolvimento.
 
c) Influencias Químicas: Podemos considerar os tóxicos, especialmente os voláteis, como o álcool, o éter, o
clorofórmio, a gasolina, etc., pois a maioria deles é transmitida ao feto atravésda placenta.
 
d) Influencias Patológicas: As doenças da mãe, como as infecções, as intoxicações, etc., influem também na
vida do feto.
 
e) Influencias Psicológicas: As emoções violentas sofridas pela mãe na época de gravidez podem influir na
criança. Por exemplo, a morte do pai durante a gestação, pode causar o nascimento de uma criança anormal,
como conseqüência do choque emocional sofrido pela mãe. Os vulgarmente chamados “desejos” da mãe
grávida, indicam nela um estado de desequilíbrio emocional e, portanto, durante os primeiros meses costuma-
se atender ás solicitações (caprichos) da mãe, a fim de se evitar a influencia desse fator psicológico na futura
vida do novo ser.
 
Fatores que influem durante a 1ª e 2ª infâncias:
 
Considera-se a 1ª infância como os dois primeiros anos de vida da criança. A 2ª infância compreende do
terceiro ano de vida até a época da puberdade.
 
Nesta época, deformações corporais (defeitos físicos) podem criar um complexo de inferioridade muito grande
na criança, que a fará reagir contra seus companheiros com ressentimento, que, mais tarde, será extensivo á
sociedade. Segundo alguns criminalistas, é possível é possível encontrar explicação para o fato de muitas
destas crianças, mais tarde, condicionadas por uma notória inferioridade física e intelectual, seguirem o
caminho do crime.
Destacam-se, nesse período, sobretudo os fatores de ordem psicológica ou emotiva. Até o aparecimento das
doutrinas e investigações de Freud, não se acreditava que a criança pudesse sofrer os efeitos dos fatores
psicológicos.
 
No entanto, depois dos estudos desse grande psicólogo, chegou-se á conclusão que isto era um grande erro,
pois é durante a infância que o indivíduo é mais sensível á tais fatores.
 
Alguns autores apresentaram trabalhos nos quais citam grande proporção de criminosos em cujos
antecedentes se observam fatos curiosos relativos á matéria em estudo.
 
Comprovou-se que muitos deles haviam sido abandonados pela mãe entre os 6 e os 24 primeiros meses de
vida. Estabeleceu-se que até os 6 meses a influencia da mãe não é tão grande, porém, depois dos 6 meses,
há uma vinculação muito estreita entre a mãe e o filho. Nesta idade, a criança se vê defendida pela mãe do
meio hostil que a rodeia. Se a mãe o abandona entre os 6 meses e 2 anos de idade, a criança sofre um
trauma tremendo, primeiro elo de uma cadeia de conflitos, que, podem conduzir á geração de um delinquente.
 
Os pais muito severos ou depravados também influem na psique de seus filhos, que começam a acumular os
primeiros ódios contra os pais e depois contra a sociedade.
 
De acordo com a análise de Freud, este período de vida é o mais importante de todos sob o ponto de vista
psicológico.
 
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Resumindo: todos os fatores que analisamos podem determinar um retardamento ou desvio na evolução da
criança do ponto de vista orgânico, intelectual e moral, inclinando-a, talvez, á prática de crimes.
 
Fatores que influem durante os períodos da adolescência e maturidade:
 
- Adolescência: A puberdade é a etapa da vida da pessoa que se caracteriza por uma serie de mudanças
morfológicas, funcionais e psicológicas. O período da adolescência abrange aproximadamente a faixa etária
entre os 15 e 25 anos. 
 
Existem, nesse período, uma série de fatores que podem ter importância definitiva na vida posterior do
indivíduo.
 
Influem, nesse período, o nascimento das tendências heterossexuais. Enquanto o lactante encontra o prazer
sexual em si mesmo, posteriormente esta etapa narcisista passa para uma homossexualidade que é normal
na criança, mormente quando vive em um ambiente de promiscuidade. Existem também, nesse período,
tendências incestuosas que se manifestam com maior freqüência do que se supõe.
 
Na última etapa, em torno dos 15 anos, desaparece essa tendência homossexual ou incestuosa e aparecem
as tendências heterossexuais. No entanto, é uma etapa na qual advém um complexo de timidez que está
relacionado com outros fatores, entre os quais a moral de cada família. Em lares muito religiosos, onde os
problemas sexuais são “tabu”, o ato sexual é considerado pecaminoso, degradante, o que podem produzir
efeitos negativos na vida adulta, levando o indivíduo a cometer crimes sexuais.
 
Por outro lado, o deficiente ambiente moral em que se vive gera idéias errôneas no menino, como ter atos de
virilidade, conhecer o sexo precocemente, embriagar-se, fumar, etc.
 
As emoções, no adolescente, são mais intensas do que em qualquer outra idade.
 
O adolescente, sob o aspecto social, político, etc., é extremamente impulsivo. Observa os fenômenos sociais,
políticos e outros de um ponto de vista muito especial. Trata-se de impor as suas próprias soluções aos
diversos problemas que aborda.
 
- Maturidade: Terminado o período da adolescência, vem o estágio de adulto, quando a evolução do individuo
chega á sua plenitude.
 
O adulto não é outra coisa do que a conseqüência de uma luta constante entre os fatores hereditários e as
exigências e imperativos do meio ambiente. Quando ambos os fatores atuam no mesmo sentido, ou seja, de
forma desfavorável ou favorável, teremos indivíduos anormais ou normais, respectivamente. Se ambos os
fatores se contrapõem, aparece o grupo dos“desorientados”, como o neuropata, o psicopata, etc.
 
Isto nos conduz á uma conclusão dolorosa: A humanidade está se tornando neurótica. A civilização ocidental,
com suas grandes cidades, estas com seus conglomerados de indivíduos, acarretam uma série de
conseqüências palpáveis nestes, sob todos os pontos de vista.
 
Entretanto, tem sido muito difícil estabelecer um limite entre o normal e o anormal. Qualquer pessoa está
sujeita a sofrer transtornos mentais. Os fatores exógenos influem imponderavelmente na vida do individuo.
Qualquer fato decisivo, como o falecimento de um familiar, se nos surpreende numestadoemocional de
fraqueza, quer dizer, de hipersensibilidade, pode se romper o equilíbrio das faculdades do indivíduo.
 
Como conclusão, temos de admitir que o homem não é só uma conseqüência da bagagem hereditária com
que chega á vida, nem da sua estrutura biológica, mas o resultado de uma luta constante travada entre os
fatores hereditários e o meio circundante.
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IDADE E SEXO
 
Continuando o estudo dos fatores endógenos do crime, vamos analisar a influencia que poderiam ter na
criminalidade a idade e o sexo.
 
Segundo Cláudio Beato, pesquisador da UFMG, “sexo e idade são os dois únicos fatores inequivocamente
relacionados á criminalidade”.
 
1º Idade: Estudando as estatísticas da criminalidade relativas à idade, observa-se que a esmagadora maioria
dos indivíduos relacionados com o crime são homens muito jovens, entre 18 e 25 anos. Isso se repete em
todo o mundo. Em regra, os homens iniciam mais cedo na vida criminal, enquanto que as mulheres entram
para esta vida mais tarde (por volta dos 30 aos 40 anos).
 
Isso se deve a que o jovem é especialmente suscetível á influência forte de amigos, tem grande necessidade
de afirmação de valores individuais, tem necessidade de dinheiro e geralmente não encontra empregos por
não ter experiência.
 
Em 2000, cerca de 10% da população brasileira estava no grande grupo de risco criminógeno: homens entre
15 e 25 anos.
 
Segundo dados do Censo Penitenciário de 1995, 57% dos presos brasileiros tinham menos de 30 anos (em
2004, segundo o MJ, esse nº aumentou para 60%), e 30% deles tinham menos de 30 anos. A taxa de mortes
violentas é substancialmente maior entre jovens até 25 anos: 39 de cada mil jovens morrem assassinados no
Brasil, 61 de cada mil só na capital paulista.
 
Pode-se afirmar que certos tipos de delitos têm uma idade propícia para sua consumação, o que é de grande
importância.
 
Observou-se que os delitos contra o patrimônio ocorrem com maior freqüência entre os 16 e os 26 anos.
 
Legalmente, na maioria dos lugares a idade penal se estabelece depois dos 20 anos. No Brasil, contudo, a
idade da responsabilidade penal é aos 18 anos.
 
Os crimes passionais têm a sua freqüência máxima entre os 30 e 40 anos, sendo pouco freqüente antes dos
30 ou depois dos 40 anos. Um delito passional cometido antes dos 30 ou depois dos 40 anos, nos levará a
deduzir a existência de uma personalidade perturbada, sobretudo se ocorre depois dos 40 anos, quando é
possível que haja a influencia da arterioesclerose, de uma alteração endócrina, etc.
 
Os crimes sexuais se consumam antes de se adquirir a maturidade, ou seja, antes dos 25 anos, ou bem
depois dos 45 anos. O homem na plenitude de sua capacidade, geralmente não incorre nesse tipo de crime.
Passados os 40 anos, a diminuição das secreções hormonais e os transtornos produzidos pela
arterioesclerose cerebral, certamente terão influencia neste aspecto da criminalidade sexual.
 
Existe, também, o conceito de “idade antropológica”, não relativa á cronologia ou anos de vida, mas ao
desenvolvimento do individuo. Não é raro o sujeito ter a idade cronológica da maturidade e
antropologicamente ser um adolescente ou senescente (velho).
 
Sob o aspecto antropológico, se um individuo se encontra na maturidade confirmada entre 28 e 42 anos e
apresenta sinais de senescência (processo de envelhecimento natural dos seres vivos) deve haver uma razão
que possa explicar essa disparidade. Em Criminologia, todas essas disparidades podem contribuir para
explicar certos fatos gerados por uma conduta anormal.
 
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Também devemos considerar a idade emocional, que é a mais importante de todas as que estamos tratando.
 
Há pessoas que apesar de ter 30 ou 40 anos, não possuem maturidade emocional. É o que se denomina
“infantilismo emocional”. Esses tipos imaturos têm para a Criminologia importância especial, porque outros
indivíduos mais versados em crime, costumam usá-los com freqüência como instrumentos de seus atos
delituosos.
 
Pode haver indivíduos bem desenvolvidos fisicamente, mas não emocionalmente.
 
 A idade senil também tem influencia dentro destes fatores endógenos. Há mulheres honestas que depois da
menopausa adquirem uma tendência libidinosa que as torna irreconhecíveis e propensas aos maiores
desatinos sexuais. Isto também acontece com os homens.
Como vemos, quando se fala em idade, isso não é em Criminologia um conceito tão fácil de precisar.
 
MAPA MUNDI DA MAIORIDADE PENAL
 
EUROPA
 - Alemanha: 14 anos
 - Dinamarca: 15 anos
 - Finlândia: 15 anos
 - França: 13 anos
 - Itália: 14 anos
 - Noruega: 15 anos
 - Polônia: 13 anos
 - Escócia: 8 anos
 - Inglaterra: 10 anos
 - Rússia: 14 anos
 - Suécia: 15 anos
 - Ucrânia: 10 anos
 
ÁSIA
 - Blangadesh: 7 anos
 - China: 14 anos
 - Coréia do Sul: 12 anos
 - Filipinas: 9 anos
 - Índia: 7 anos
 - Indonésia: 8 anos
 - Japão: 14 anos
 - Maynmar: 7 anos
 - Nepal: 10 anos
 - Paquistão: 7 anos
 - Tailândia: 7 anos
 - Uzbequistão: 13 anos
 - Vietnã: 14 anos
 
ÁFRICA
 - África do Sul: 7 anos
 - Argélia: 13 anos
 - Egito: 15 anos
 - Etiópia: 9 anos
 
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- Marrocos: 12 anos
 - Nigéria: 7 anos
 - Quênia: 8 anos
 - Sudão: 7 anos
 - Tanzânia: 7 anos
 - Uganda: 12 anos
 
AMÉRICA DO NORTE
 - Estados Unidos: entre 6 e 18 anos, conforme a legislação estadual
 - México: 11 ou 12 anos para a maioria dos estados
 
AMÉRICA DO SUL
 - Argentina: 16 anos
 - Brasil: 18 anos
 - Chile: 16 anos
 - Colômbia: 18 anos
 - Peru: 18 anos
 
ORIENTAL MÉDIO
 - Irã: 9 anos (mulheres) e 15 anos (homens)
 - Turquia: 11 anos
 
2º- Sexo: Seguindo o critério estatístico, existe um axioma no sentido de que a criminalidade feminina é
extraordinariamente menor que a do homem. As estatísticas nos revelam que a sexta parte dos crimes
cometidos, o são pelas mulheres e o resto pelos homens. Jovens do sexo masculino, por uma série de
razões, são a clientela mais comum do crime, seja como agentes, sejacomo vítimas.
 
Outro fato interessante é que a criminalidade feminina aumenta á medida que aumenta a participação da
mulher na vida social, política e econômica do pais. Verificou-se que a mulher tem uma astúcia especial para
lograr impunidade nos delitos nos quais incorre. É mais astuta na elaboração do delito, em apagar ou fazer
desaparecer os vestígios, etc. Por esta razão, muitos infanticídios, abortos, envenenamentos, etc., jamais são
descobertos.

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