Buscar

EXECUÇÃO CIVIL.docx

Prévia do material em texto

EXECUÇÃO CIVIL
1 – TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
1.1) Noções introdutórias
Quando uma pessoa tem o direito de exigir de outra uma conduta, diz-se que ela tem direito a uma prestação.
A conduta exigível pode ser de:
- fazer, 
- não fazer,
- dar dinheiro,
- dar coisa distinta de dinheiro.
A realização de uma prestação é chamada de execução, que pode ser classificada em:
- voluntária: espontânea,
- forçada: mediante atividade estatal.
1.2) Diferenças com o processo de conhecimento
Visão tradicional:
- processo de conhecimento: tem como objetivo a certificação de um direito, ou seja, o Poder Judiciário reconhece a existência de um direito.
- processo de execução: visa à efetivação do direito, à sua satisfação. 
1.3) Autonomia do processo de execução
a) Sistema da autonomia das ações: 
- para cada uma das tutelas jurisdicionais (de conhecimento, de execução e cautelar), há um processo específico, autônomo,
- fundamento: diferença entre os objetivos de cada uma das espécies de tutela e diferença entre os procedimentos.
b) Sistema do sincretismo processual: 
- as diferentes espécies de tutela podem ser reunidas no mesmo processo,
- processo sincrético é um processo dividido em duas fases procedimentais: fase de conhecimento (antes da sentença) e fase de execução (depois da sentença). A fase de execução é chamada de cumprimento de sentença.
c) Brasil
No Brasil, o sistema adotado depende da espécie de título executivo (extrajudicial ou judicial).
Título executivo extrajudicial: a forma executiva é a de processo autônomo.
Título executivo judicial: 
- antes de 1990, a regra era o processo autônomo de execução, sendo o processo sincrético uma exceção (ações possessórias e ação de despejo),
- em 1990, o CDC, em seu art. 84 (trata da tutela coletiva), estabeleceu a ação sincrética para as obrigações de fazer/ não fazer,
- em 1994, o art. 461 CPC passou a prever o processo sincrético para as demandas de fazer/ não fazer, no âmbito da tutela individual,
- no mesmo ano, o art. 273 CPC também previu que a execução da tutela antecipada é por mera fase procedimental,
- em 1995, a Lei 9.099, que criou os juizados especiais cíveis, previu que, neles, toda execução de título executivo judicial, de qualquer espécie de obrigação, deve ocorrer por fase procedimental executiva (art. 52),
- em 2002, o art. 461-A CPC estabeleceu o sincretismo para as ações com objeto referente a obrigação de entregar coisa,
- em 2005, a Lei 11.232 alterou o CPC para estabelecer o processo sincrético para as ações com objeto de pagar quantia (cumprimento de sentença),
- hoje, a regra é o processo sincrético, mas ainda existe o processo autônomo de execução, de forma excepcional.
Execução de título executivo judicial por processo autônomo:
- execução contra devedor insolvente,
- execução de pagar quantia contra a Fazenda Pública,
- execução de alimentos (pode ser autônoma ou sincrética),
- art. 475-N CPC.
Atenção ao art. 475-N, parágrafo único, CPC:
- sentença penal condenatória: a sentença foi proferida por um juízo criminal e servirá para execução no juízo cível,
- sentença arbitral: a sentença foi proferida por um juízo arbitral e servirá para execução no juízo cível,
- sentença estrangeira homologada pelo STJ: a sentença foi proferida em outro país, homologada pelo STJ e servirá para execução no juízo cível,
- uma vez que o título foi proferido por um juízo e será executado em outro, a execução depende de petição inicial e citação do executado, ou seja, é processo autônomo,
- a partir da citação, o procedimento passa a ser o de cumprimento de sentença, pois não pode haver título executivo judicial de 2ª categoria.
2. Conceito de execução
Para se chegar ao conceito de execução, é necessário determinar, primeiramente, a razão de sua existência, seu fundamento, sua viga mestra. 
Fala-se em execução, quando for imposta uma obrigação e seu responsável não a cumprir espontaneamente. Para que esse direito possa ser exercido por seu titular, é necessário que haja a intervenção do Estado, visto que são raríssimas as hipóteses nas quais o nosso ordenamento jurídico admite a autotutela (imposição da vontade individual, sem intervenção estatal). 
A execução pressupõe uma obrigação sob a qual não pairam incertezas quanto a sua existência e titularidade, cabendo ao Estado forçar aquele que tem o dever de cumpri-la a fazê-la. Constitui-se de três elementos: obrigação impassível de discussão (título executivo), o titular desta (exequente) e aquele que deve cumpri-la (executado). 
Atualmente, em consequência da reforma ocorrida no Código de Processo Civil, há dois tipos de execução. 
Se a obrigação provier de processo cível de conhecimento, quando for proferida decisão de mérito, a qual solucione o litígio contido nos autos, haverá apenas uma fase executória para se fazer cumprir o que foi determinado pelo magistrado, denominada fase do cumprimento de sentença. 
A fase do cumprimento da sentença passou a ser uma etapa dentro do processo de conhecimento, deixando de ser um processo autônomo. 
De acordo com as novas disposições do CPC, o conceito de sentença foi alterado, a qual não mais consiste na decisão que extingue o processo. Atualmente, a sentença constitui uma decisão com conteúdo fundado nos artigos 267 ou 269 do referido diploma. 
O conceito antigo de sentença, concebida como a decisão que extingue o processo, não mais se adequa à fase de cumprimento de sentença, visto que poderá haver recurso ou mesmo execução desta decisão, fazendo com que o processo prossiga. 
Ao alterar o conceito de sentença, o legislador quis transformar o processo de conhecimento e de execução em fases de um processo único, o qual somente terá fim com a satisfação do julgado. 
Dentre as diversas espécies de sentença, quais sejam as declaratórias, constitutivas, condenatórias, executivas lato sensu e mandamentais, as duas últimas não necessitarão de fase de execução para serem cumpridas, visto que suas determinações se cumprem desde logo, por mandado judicial ou por ação do próprio devedor, respectivamente. 
De outro lado, a obrigação pode decorrer de uma relação jurídica representada por um instrumento reconhecido por lei, como, por exemplo, uma nota promissória, e, neste caso, a execução será autônoma. Isso significa dizer que aqui haverá um procedimento dotado de especificidades, diverso do procedimento da fase de cumprimento de sentença. 
De qualquer forma, para que o credor possa promover a execução deverá haver um título executivo, do qual se depreenda uma obrigação a ser cumprida e o direito do credor a esta. 
Em capítulo oportuno, será abordado o tema relativo aos títulos executivos e seus tipos. 
3. Princípios aplicáveis à execução 
A norma é entendida como gênero, dentro do qual regras e princípios são espécies. As regras determinam condutas dos indivíduos e os princípios, por sua vez, correspondem a verdadeiras premissas, normas basilares, pontos de partida que influenciam toda ciência, inclusive a formação das próprias regras. 
No presente trabalho, os princípios relacionados à execução representam uma síntese daqueles trazidos em obras específicas que tratam do tema. Em seguida, tem-se os fundamentais: 
3.1. Princípio da autonomia do processo de execução 
A autonomia da execução caracteriza-se por possuir finalidade e regras próprias e dessa forma, a execução consiste em processo autônomo frente aos demais. 
Atualmente, a execução pode ser precedida ou não de outro processo. Fundada em título executivo judicial, ela pressupõe processo cível, penal ou, até mesmo, arbitral. 
Em caso de execução de sentença proferida em processo civil, criou-se a fase de cumprimento de sentença que, somada à fase de conhecimento, forma um único processo. De outro lado, há situações em que particulares elaboram documentos representativos de um crédito, os quais gozam de eficácia executiva e neste caso, prescindem de um processo anterior, bastando que o exequente promova um processo de execuçãoautônomo, a fim de satisfazer seu título extrajudicial. 
A respeito do princípio ora tratado vale acrescentar o entendimento a seguir: Corolário da especificidade da própria função executiva, curial se ostenta a autonomia da execução, agora compreendida no sentido funcional. Ele constitui ente à parte das funções de cognição e cautelar (Araken de Assis, Manual da Execução, n.10, p. 98). 
Abstrai-se da assertiva acima que, apesar de não haver mais necessidade de instauração de um novo processo de execução, os atos realizados na fase de cognição (reconhecimento do crédito) são diversos dos realizados na fase de concretização do direito reconhecido. 
Em que pese ser processada nos mesmos autos, as peculiaridades, regras e finalidade da execução foram mantidas, caso em que a autonomia permanece intacta. 
3.2. Princípio da responsabilidade patrimonial ou da realidade 
Atualmente, a responsabilidade recai sobre os bens do devedor, mas nem sempre isto se deu dessa forma. No direito romano, o devedor arcava pessoalmente por suas obrigações, podendo ser preso ou até morto para saldá-las. 
A partir da Lex poetelia papiria, a responsabilidade pessoal passou a ser patrimonial, permanecendo a anterior apenas em caso de dívidas decorrentes da obrigação de pagar alimentos e do inadimplemento do depositário. 
Na execução, o direito não mais é discutível e o devedor responderá por suas dívidas, fazendo uso de seus bens presentes e futuros, adquiridos até o início e no decorrer da execução, respectivamente. 
3.3. Princípio do Título 
A execução deve embasar-se em um título de obrigação certa, líquida e exigível. É o que dispõem o artigo 586 do CPC. 
A reforma atinente ao Código de Processo Civil estabeleceu, conforme 1º do art. 475-L, que será inexigível o título judicial fundado em uma lei ou ato normativo inconstitucional, bem como em interpretação ou aplicação de lei ou ato normativo incompatíveis com a Constituição Federal, ambas hipóteses submetidas ao entendimento do Supremo Tribunal Federal. 
Os títulos executivos podem ser judiciais e extrajudiciais. 
3.4. Princípio da menor onerosidade causada ao devedor 
Para que haja a satisfação do direito do exequente, caso o devedor não cumpra o dever que lhe é imposto, haverá constrição judicial de seu patrimônio (artigo 620 do CPC). Ocorre que o devedor não pode ser reduzido a situação de míngua, sendo que o magistrado deverá fazer com que a redução do patrimônio recaia sobre bens de menor necessidade para o devedor, causando-lhe menos prejuízo. 
Em consonância a este princípio pode ser citado o respeito a dignidade da pessoa humana, visto que, a execução não pode levar o devedor e sua família a uma situação de carência de condições pra sua sobrevivência, simplesmente a míngua. Por isso, é que o artigo 649 do C. P. C. preconiza a impenhorabilidade de determinados bens do executado. 
3.5. Princípio do contraditório 
Esse princípio está consagrado no inciso LV, do artigo 5º, da Constituição Federal: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
No entanto, o contraditório na execução será mais limitado, não se discute mais a existência da relação jurídica e não há contestação do pedido executório, podendo exercer o direito de defesa no tocante ao valor do débito, cobrança, forma de pagamento, dentre outros. 
3.6. Princípio da disponibilidade da Execução 
Dois institutos de direito processual guardam correlação com o princípio da disponibilidade, os quais são a desistência e a renúncia. 
No processo de conhecimento, provocam a sua extinção, sendo que a desistência possibilita ao autor propor novamente a demanda, o que não se observa na renúncia, a qual ocorre uma única vez e extingue o processo com resolução do mérito (artigo 269, inc. IV). 
As partes, durante a cognição, encontram-se em posição de igualdade, mas o autor poderá desistir em qualquer momento, necessitando apenas do consentimento do réu, quando esta se der após a citação. 
No tocante a execução, o direito do credor se sobrepuja ao do devedor e nunca se exigirá anuência deste para que se opere a desistência, mas havendo embargos, estes subsistem quando versarem sobre questões de mérito, porque constituem ação autônoma. 
Os embargos que tratam de questões processuais, como a falta de pressupostos processuais ou das condições da ação, atacam a estrutura da execução e não seu conteúdo e perderão seu objeto com a extinção desta. O mesmo não ocorrerá se versarem sobre a matéria de mérito, até porque é interessante ao embargante provar que o direito constante do título não merece razão, visto que o exequente pode vir a propor novamente a execução. 
4 - PARTES NA EXECUÇÃO
Legitimação:
- ordinária: defesa de interesse próprio em nome próprio,
- extraordinária: defesa de interesse alheio em nome próprio,
- originária/ primária: surge com a formação do título, 
- superveniente/ secundária: passa a existir depois da formação do título executivo.
4.1) Legitimidade ativa (arts. 566 e 567 CPC)
a) credor a quem a lei confere título executivo
- legitimação ordinária e originária, pois, em regra, o credor figura no título,
- excepcionalmente, é possível que o credor não figure no título, por constar da lei (ex.: art. 23 do Estatuto da OAB).
b) MP
- legitimidade extraordinária.
O MP pode atuar:
b.1) na tutela coletiva:
- para executar título executivo extrajudicial, seja formado por ele (ex.: TAC) ou por terceiro (ex.: decisão do Tribunal de Contas que determina restituição ao erário),
- para executar título executivo judicial que tenha como objeto direitos difusos ou coletivos (art. 15 LACP) ou direitos individuais homogêneos (art. 100 CDC).
b.2) na tutela individual:
- para executar sentença penal condenatória, se a vítima for pobre (art. 68 CPP),
- o STF declarou a inconstitucionalidade progressiva do art. 68 CPP (RE 135.328).
c) espólio, herdeiros e sucessores do credor
- legitimação ordinária e superveniente (causa mortis).
d) cessionário e subrrogado
- legitimação ordinária e superveniente (por ato entre vivos),
 - cessão de crédito (arts. 286 a 298 CC): o credor originário transmite total ou parcialmente o seu crédito a um terceiro,
- sub-rogação (art. 346 a 351, CC): a dívida é paga por um terceiro, caso em que sai o credor originário e ingressa o novo credor. 
4.2) Legitimidade passiva (art. 568 CPC)
a) devedor reconhecido no título
- legitimação ordinária e primária.
b) espólio, herdeiros e sucessores
- espólio: é a representação da herança, pois ainda não houve partilha de bens,
- legitimação ordinária e superveniente,
- art. 1792 CC: as dívidas do de cujus são garantidas nos limites da herança.
c) novo devedor
- por cessão de débito/ assunção de dívida,
- legitimação ordinária e superveniente.
d) fiador judicial
- terceiro que presta uma garantia em favor de uma das partes,
- legitimação extraordinária.
e) responsável tributário
- legitimação extraordinária,
- segundo o STJ, o responsável tributário (ex.: administrador da empresa) não precisa constar da CDA para ter legitimidade passiva na execução.
4.3) Relação jurídica processual
A relação jurídica processual do processo executivo também é tríplice:
- exequente,
- juiz,
- executado.
5 - REQUISITOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO
5.1) Existência de Título Executivo
Não há execução sem título executivo (vide módulo IV, abaixo).
5.2) Inadimplemento
Há inadimplemento sempre que o devedor deixa de cumprir um dever jurídico.
Na petição inicial da execução, é obrigatório afirmar que houve inadimplemento por parte do executado, pois, não havendo inadimplemento, não há interesse de agir do exeqüente.
5.3) Cumprimento de Obrigação Bilateral
Se o título executivo criou obrigação para ambas as partes, uma delas não pode promover a execução antes de adimplir a contraprestação (art. 582 do CPC).
6 - O TÍTULO EXECUTIVO COMOPRESSUPOSTO ESPECÍFICO DA EXECUÇÃO
6.1) Conceito de Título Executivo
É título executivo o documento do qual consta um dever de prestar líquido, certo e exigível, ao qual a lei atribui o efeito de autorizar a instauração da atividade executiva.
6.2) Finalidade do Título Executivo
O título executivo permite a propositura da execução e é com base nele que todos os elementos da ação são examinados. 
6.3) Requisitos da obrigação exequenda
São requisitos da obrigação a ser executada (art. 586 CPC):
- certeza,
- liquidez,
- exigibilidade.
Certeza:
- é a necessária definição dos elementos da obrigação,
- elementos subjetivos: quem são o credor e o devedor,
- elementos objetivos: natureza da obrigação (pagar, fazer ou entregar) e individualização do seu objeto (sobre quais bens a execução vai incidir).
Liquidez:
- não é a determinação do valor, mas sim a sua determinabilidade,
- se o título tem valor determinado, a obrigação é líquida;
- também é líquida a obrigação se, para apurar o seu valor, são necessários cálculos aritméticos.
Exigibilidade:
- é a inexistência de impedimento à atual eficácia da obrigação,
- em regra, a obrigação é exigível a partir do inadimplemento,
- exceção: dívida sujeita a termo ou condição → há necessidade de prova pré-constituída do advento do termo ou do implemento da condição (art. 614, III, CPC).
6.4) Espécies do Título (judicial e extrajudicial)
Os títulos executivos podem ser:
- judiciais: formados em processo judicial ou em procedimento arbitral;
- extrajudiciais: representam relações jurídicas criadas independentemente da interferência da função jurisdicional do Estado.
6.4.1) Títulos executivos judiciais (art. 475-N CPC)
a) a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia 
O revogado art. 584, I, CPC, estabelecia ser título executivo judicial a sentença civil condenatória. Polêmica: a sentença declaratória é título executivo judicial? 
- 1ª C (Araken de Assis, Nelson Nery e Alexandre Câmara): não era título executivo judicial antes de 2005 e continua não sendo. A mudança foi meramente redacional,
- 2ª C (Fredie Didier e Teori Zavascki): a sentença declaratória sempre foi e continua a ser título executivo judicial, a mudança foi redacional,
- 3ª C: antes de 2005 não era título, mas depois passou a ser. A mudança foi de conteúdo.
b) a sentença penal condenatória transitada em julgado
A sentença civil é titulo executivo antes do trânsito em julgado, em razão da possibilidade de execução provisória.
A sentença penal depende do trânsito em julgado para ser um título executivo judicial. Antes do trânsito em julgado não é título executivo, não havendo nenhuma possibilidade de ser executada provisoriamente.
A executabilidade civil da sentença penal transitada em julgado é considerada um efeito secundário da sentença penal:
- independe de pedido para ser gerado,
- independe de decisão nesse sentido.
c) a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo
Matéria não posta em juízo: na sentença homologatória, não há adstrição à causa de pedir ou ao pedido (pode abranger mais do que o narrado pelo autor na inicial).
d) a sentença arbitral
Único título executivo judicial formado fora do Poder Judiciário.
É uma opção de política legislativa para incentivar a arbitragem: em termos de executabilidade das decisões, equipara-se a decisão do árbitro à do juiz.
e) o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente 
Acordo extrajudicial: é um título executivo extrajudicial.
É possível fazer um pedido de homologação judicial do acordo, por meio de procedimento especial de jurisdição voluntária.
Para formação do título executivo judicial é necessário:
- o acordo extrajudicial,
- a homologação em juízo.
f) a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça
Como já visto em DPC III, para que a sentença estrangeira gere efeitos no Brasil, obrigatoriamente deve ser homologada pelo STJ.
g) o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. 
O formal e a certidão de partilha somente são título para o inventariante, os herdeiros e os sucessores, isto é, apenas para execução entre eles.
6.4.2) Títulos executivos extrajudiciais (art. 585 CPC)
a) títulos de crédito (cheque, duplicata, nota promissória, letra de câmbio, debênture)
Debênture:
- títulos emitidos por sociedades anônimas visando captar recursos. Ao invés de tomar empréstimos, as sociedades anônimas lançam debêntures, que são compradas por investidores e viram títulos extrajudiciais. 
Apresentação do original do título de crédito:
- o art. 614, I, estabelece que credor deve instruir a petição inicial da execução com o título executivo extrajudicial, ou seja, com o documento original,
- essa determinação decorre do princípio da circulabilidade, uma vez que o credor é o sujeito que está em poder do título de crédito,
- o STJ entende que se o título extrajudicial não tem circulabilidade, não há necessidade de apresentação do original (ex.: não é título de crédito ou o original do cheque está numa ação penal).
Protesto:
- a princípio, os títulos de crédito são títulos executivos extrajudiciais independentemente do protesto, 
- excepcionalmente, o direito material pode substituir um requisito formal pelo protesto (ex.: duplicata sem aceite + protesto + comprovante de entrega da mercadoria).
b) a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores
Instrumento público:
- goza de presunção de legalidade,
- a escritura pública só pode ser produzida pelo Tabelião de Notas (dispensa a assinatura do devedor),
- outro documento público: pode ser produzido por qualquer agente público no exercício de suas funções (há necessidade de assinatura do devedor).
Instrumento particular:
- precisa da assinatura do devedor e de duas testemunhas,
- as testemunhas deveriam servir para confirmar a regularidade da formação do título (não houve coação, dolo, erro...), mas são um mero formalismo.
Instrumento de transação referendado pelo MP, Defensoria Pública ou advogados dos transatores:
- é possível que os transatores tenham um único advogado.
Estudo especial: o problema do contrato de abertura de crédito.
c) os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
Contrato garantido por contrato de garantia:
- o título executivo é o contrato principal e não o contrato de garantia,
- ex.: contrato de empréstimo garantido por contrato de hipoteca → o que será executado é o contrato de empréstimo,
- caução é gênero, é sinônimo de garantia,
- garantia real: hipoteca (bem imóvel), penhor (bem móvel) e anticrese (frutos do imóvel),
- garantia fidejussória: fiança.
Contrato de seguro de vida:
- a morte permite espécies diversas de contrato de seguro: seguro de vida (é título executivo) e seguro de acidentes pessoais (não é título executivo),
- no seguro de acidentes pessoais, se este resultar em morte, será necessário processo de conhecimento.
d) crédito gerado por foro ou laudêmio
O foro e o laudêmio decorrem do antigo instituto da enfiteuse. 
Na enfiteuse, o proprietário ou senhorio transfere o bem para o enfiteuta que passa a ter todos os poderes referentes ao domínio. Assim, pode o enfiteuta usufruir, gozar, dispor do bem, alienando-o, transferindo-o e oferecendo à penhora. 
Por outro lado, o enfiteuta deve pagar ao senhorio o foro anual ou, em caso de transferência do bem para outrem, pagar o laudêmio. 
e) o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem comode encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
O contrato de locação não precisa ser assinado por 2 testemunhas.
f) decisão judicial que tenha por objeto honorários, emolumentos ou custas
Os credores são o perito, o intérprete, o tradutor ou o serventuário da justiça.
Cuidado: trata-se de título executivo extrajudicial formado pelo juiz.
g) certidão de dívida ativa (CDA)
A CDA é um título em favor da Fazenda Pública nas obrigações de pagar quantia.
É o único título executivo extrajudicial criado unilateralmente pelo credor (a CDA é criada por ato administrativo, que goza de presunção de legalidade).
h) todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
O rol do art. 585 é meramente exemplificativo e várias leis especiais criam títulos extrajudiciais.
Exemplos:
- a Lei 7.347/85 (Lei da ação civil pública) trata do compromisso de ajustamento de conduta,
- a Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) trata dos honorários contratuais de advogados,
- o art. 71, § 3°, CF refere-se às decisões do TCU.
7 - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
7.1) Introdução (art. 286 CPC)
A EXECUÇÃO pode ser de titulo extrajudicial e de titulo judicial. Vimos, a liquidez é requisito indispensável para que o titulo possa regularmente ser executado. Portanto, antes de possuir valor liquido não é possível abrir o procedimento de execução contra um devedor.
Somente os títulos executivos judiciais podem ser liquidados (liquidação de sentença). No caso de título executivo extrajudicial, se a obrigação for ilíquida, não há executabilidade.
Em regra, o autor, quando elabora a petição inicial, é obrigado a fazer um pedido determinado (líquido). Feito pedido líquido, o juiz tem o dever legal de proferir sentença líquida. Assim, em regra, as sentenças serão líquidas.
A exceção ocorre nos casos de pedido genérico (indeterminado ou ilíquido), quando o autor não indica o valor pretendido, possibilitando que o juiz profira uma sentença ilíquida.
7.2) Finalidade
A liquidação tem como objetivo determinar o quantum da obrigação genérica contida na sentença. Ela precede à execução, pois para executar precisa de certeza, liquidez e exigibilidade.
7.3) Natureza jurídica
Para a maioria da doutrina, a liquidação é uma mera fase procedimental, que antecede a execução da sentença ilíquida.
A liquidação pode ser efetuada após o trânsito em julgado da sentença ou também na pendência de recurso (art. 475-A, § 2º, CPC).
7.4) Decisão de liquidação/ recurso
Para a maioria da doutrina, o ato do juiz que julga a liquidação de sentença é uma decisão interlocutória.
O art. 475-H do CPC determina que da decisão que julga a liquidação de sentença cabe agravo de instrumento.
7.5) Legitimidade
Credor: tem o direito de receber o que lhe é devido; devedor: tem o direito de pagar.
Tanto o credor quanto o devedor podem requerer a liquidação.
7.6) Competência
O juízo que profere a sentença faz sua liquidação.
7.7) Espécies de liquidação
a) Liquidação por cálculos (art. 475-B)
Não é uma verdadeira liquidação.
O credor apresenta o requerimento de cumprimento da sentença, instruído por memorial descritivo de cálculos.
Quando os dados necessários para elaboração dos cálculos estão em poder do executado, o juiz determina a exibição dos dados em juízo em até 30 dias:
- dados são exibidos → credor faz o cálculo e o processo segue regularmente;
- dados não são exibidos: o juiz intima o exeqüente para apresentar os cálculos, com os dados que ele tiver, e haverá presunção de correção dos cálculos do exeqüente (art. 475-B, § 2º).
O cálculo poderá ser feito pelo contador quando o exeqüente for beneficiário da assistência judiciária ou quando o juiz desconfiar da regularidade dos cálculos do exeqüente.
b) Liquidação por arbitramento (arts. 475-C e 475-D)
A liquidação será feita por arbitramento sempre que a determinação do valor depender de perícia (a redação do art. 475-C do CPC não é técnica).
A liquidação por arbitramento segue o procedimento da produção de uma prova pericial.
c) Liquidação por artigos (art. 475-E e 475-F)
A liquidação por artigos é cabível sempre que para determinar o valor devido for necessária a alegação e prova de fato novo.
Fato novo: fato que não foi ainda objeto de apreciação pelo Poder Judiciário.
O art. 475-F prevê que a liquidação por artigos seguirá o procedimento comum (tanto o rito ordinário quanto o rito sumário).
O autor da liquidação deve expor os fatos novos que pretende provar na forma de artigos.
8 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA
8.1) Título executivo judicial (art. 475-O)
Proferida a sentença:
- não interposição de recurso → trânsito em julgado: a execução será definitiva;
- interposição de recurso com efeito suspensivo → suspende a executabilidade da decisão: não cabe execução;
- interposição de recurso sem efeito suspensivo → a executabilidade é imediata, mas o título pode ser reformado ou anulado: execução provisória (o título é provisório).
8.2) Título executivo extrajudicial (art. 587 CPC)
Segundo o art. 587 CPC, toda execução de título executivo extrajudicial começa definitiva, mas pode se tornar provisória.
Para entender:
- A propõe execução de título extrajudicial contra B;
- B opõe embargos à execução;
- o juiz rejeita os embargos ou os julga improcedentes (A ganhou);
- B faz apelação (recurso sem efeito suspensivo, conforme art. 520, V, CPC);
- a execução volta a tramitar: como execução provisória ou definitiva?
pela sum. 317 do STJ (2005), a execução volta a tramitar de forma definitiva,
o art. 587 CPC (2006) determinou que a execução volta a tramitar como execução provisória,
idéia do legislador: a execução volta a tramitar de forma provisória, porque o julgamento da apelação pode eventualmente importar em procedência dos embargos, 
Fredie Didier: o art. 587 do CPC é inconstitucional, porque viola o princípio da igualdade (proteção irrazoável ao executado).
8.3) Regras da execução provisória
Sempre depende de requerimento do credor (art. 475-O, § 3º, CPC). 
O exequente tem responsabilidade objetiva pelos danos causados ao executado (art. 475-O, I, CPC).
Caução (art. 475-O, III, CPC):
- como a sentença pode ser alterada, a caução é a garantia do ressarcimento de eventuais danos que o executado possa sofrer com a execução provisória;
- a caução somente é exigível em caso de levantamento de dinheiro, alienação de propriedade ou para a prática de qualquer ato que possa gerar lesão grave ao executado;
- a caução deve se dar em valor correspondente ao possível dano;
- a caução pode ser real (a garantia é dada por um bem, como no penhor ou na hipoteca) ou fidejussória (a garantia é prestada por um terceiro, por meio de aval ou fiança);
- a caução poderá ser dispensada:
em caso de dívida alimentar ou decorrente de ato ilícito, de até 60 salários mínimos, demonstrada a situação de necessidade do exeqüente;
se o recurso estiver na fase do agravo do art. 544 do CPC.
9. EXECUÇÃO DEFINITIVA - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Estando, efetivamente, liquida a sentença, o procedimento seguinte será dar-lhe o efetivo cumprimento, nos termos da coisa julgada consolidada.
Requisitos para o cumprimento da sentença.
Inadimplemento do devedor e existência de título executivo (art. 580, do CPC)
Os títulos executivos judiciais, líquidos ou ilíquidos, são os previstos no art. 475-N, do CPC;
Na segunda hipótese, antes do cumprimento, existe a necessidade de liquidação, conforme o procedimento dos arts. 475-A a 475-H, do CPC;
Quanto a inadimplência, em se tratando de obrigação de pagar, considera-se inadimplente o devedor que intimado não efetua o pagamento no prazo de 15 dias, após o qual, ainda incide multa de 10%, nos termos do art. 475-J, do CPC.
Requerimento para o cumprimento da sentença.
Configurada a inadimplência, cabe ao exequente formular requerimento no prazo de seis meses (art. 475-J, § 5º);
Nas hipóteses de fazer, não fazere dar a inadimplência é no prazo que o juiz fixar após a intimação ou o trânsito em julgado; no caso de pagar quantia o prazo é de 15 dias;
É possível o credor já indicar desde logo bens à penhora (art. 475-J, § 3º); É obigatória a juntada da memória de cálculo da divida atualizada.
No caso de sentença penal, arbitral ou homologação de sentença estrangeira, será necessária a citação no juízo cível;
PROCEDIMENTO: nos termos do art. 475-J do CPC, havendo o trânsito em julgado da sentença, compete ao credor requerer a execução, apresentando a memória do cálculo aritmético, conforme art. 475-B do CPC; diante desse requerimento, o juiz da execução intima o devedor, por seu advogado constituído, via diário eletrônico, para que, do prazo de 15 dias, pague, sob pena de multa de 10%.
Permanecendo o devedor em mora, cabe ao exequente formular a expedição de mandado de penhora (pagar quantia); ou requerer outra medida mais eficaz (fazer, não fazer e dar). Nas execuções para pagar quantia, o juiz fará, de pronto, após o requerimento do exeqüente, a tentativa de penhora on line no Sistema BacenJud.
10. As diversas espécies de execução
10.1 Considerações preliminares
São espécies de execução, de acordo com o CPC:
I - 	execução para entrega de coisa certa;
II - 	execução para entrega de coisa incerta;
III - 	execução das obrigações de fazer e de não fazer;
IV - 	execução das obrigações por quantia certa contra devedor solvente;
V - 	execução das obrigações por quantia certa contra devedor insolvente;
VI - 	execução contra a Fazenda Pública;
VII -	execução de prestação alimentícia. 
11 - EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO-FAZER OU PARA ENTREGA DE COISA
11.1) Tutela específica
Princípio da primazia da tutela específica: implica prioridade do juiz em entregar de forma imediata, direta e específica o bem da vida ao credor.
Poder geral de efetivação do juiz: 
- para forçar o devedor ao cumprimento imediato e específico da obrigação, o juiz utiliza mecanismos processuais de coerção,
- mecanismos de coerção: cominação de multa diária pelo inadimplemento (astreintes), busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva, etc.
Astreintes:
- é uma multa voltada a pressionar psicologicamente o devedor,
- cabível para obrigação de fazer/ não fazer ou entregar coisa; não é cabível na obrigação de pagar;
- “multa diária”: pode ter qualquer periodicidade, inclusive ser fixa (no caso de obrigação instantânea);
- o valor é fixado pelo juiz no caso concreto (não pode ser ínfimo nem exorbitante);
- o juiz pode alterar o valor e a periodicidade da multa;
- a multa não tem relação direta com a obrigação, ou seja, o valor da multa pode superar o valor da obrigação;
- para as 1ª, 2ª e 4ª Turmas do STJ, o valor consolidado da multa pode ser diminuído, para evitar enriquecimento sem causa da parte. Para a 3ª Turma não, pois entende que se a multa ficou alta, é por culpa do devedor.
- o credor da multa é a parte contrária;
- o juiz pode aplicar a multa de ofício.
Não haverá tutela específica:
- se esta se tornar materialmente impossível,
- se o credor dela abrir mão, 
- em ambos os casos, a obrigação de dar, fazer ou não fazer converte-se em obrigação de pagar indenização equivalente mais perdas e danos.
11.2) Procedimento da execução de obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa (título judicial)
Arts. 461 e 461-A CPC.
Procedimento:
- na própria sentença que reconhece a obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa, o juiz fixa o prazo para o vencido cumpri-la, bem como estabelece o mecanismo processual de coerção,
- o devedor deve ser intimado pessoalmente para cumprir a obrigação no prazo e forma estabelecidos,
- caso não haja o cumprimento da obrigação, o juiz pode adequar o mecanismo processual de coerção (ex.: aumentar o valor/ periodicidade da multa; determinar a busca e apreensão da coisa, etc),
- se, em último caso, não for possível a efetivação da tutela específica, a obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa se converte em perdas e danos. Liquidadas as perdas e danos, haverá o cumprimento da sentença (art. 475-J CPC).
11.3) Procedimento da execução para entrega de coisa (título extrajudicial)
Arts. 621 a 631 do CPC.
Procedimento:
- o credor faz a petição inicial,
- ao despachar a inicial, o juiz fixa multa por dia de atraso no cumprimento (art. 645 CPC),
- o devedor é citado para, no prazo de 10 dias, cumprir a obrigação,
- se o devedor não entregar a coisa, expede-se mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão,
- não sendo localizada a coisa, o devedor tem que pagar o valor do bem mais perdas e danos. Neste caso, procede-se à liquidação e, posteriormente, faz-se o cumprimento de sentença.
A defesa do executado é feita por meio de embargos, no prazo de 15 dias (art. 738 CPC), e não no prazo de 10 dias, conforme previsto no art. 621 CPC.
11.4) Procedimento da execução de obrigação de fazer (título extrajudicial)
Artigos 632 a 638/ CPC. 
Procedimento:
- o credor faz a petição inicial;
- ao despachar a inicial, o juiz fixa multa por dia de atraso no cumprimento (art. 645 CPC); 
- o devedor é citado para satisfazer a obrigação no prazo designado pelo juiz;
- se o devedor não cumpre a obrigação, o credor pode requerer:
que a obrigação seja cumprida por terceiro (art. 634/ CPC);
que a obrigação se converta em perdas e danos → neste caso, procede-se à liquidação e, posteriormente, faz-se o cumprimento de sentença. 
11.5) Procedimento da execução de obrigação de não fazer (título extrajudicial)
Arts. 642 e 643/ CPC. 
Procedimento:
- o credor faz a petição inicial;
- ao despachar a inicial, o juiz fixa multa por dia de atraso no cumprimento (art. 645 CPC); 
- o devedor é citado para desfazer o ato ou cessar sua conduta;
- se o devedor não cumpre a obrigação de desfazer ou continua praticando o ato: 
vai arcar com o desfazimento do ato e mais perdas e danos;
ou, se não for possível desfazer o ato, a obrigação se converte em perdas e danos
em ambos os casos, procede-se à liquidação e, posteriormente, faz-se o cumprimento de sentença.
12 - EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE 
O CPC prevê procedimentos distintos se a execução por quantia certa é contra:
- devedor solvente (art. 646 e seguintes do CPC),
- devedor insolvente (art. 748 e seguintes do CPC).
Conforme art. 646 do CPC, a finalidade da execução por quantia certa é expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor. Diz-se expropriação porque haverá transferência forçada dos bens.
Alguns autores identificam 3 fases na execução por quantia certa:
- fase postulatória, em que haverá a constituição da relação jurídico processual, 
- fase expropriatória, em que haverá a apreensão e expropriação dos bens do devedor,
- fase satisfatória, na qual ocorre a satisfação do crédito.
12.1) Fase postulatória na execução de título extrajudicial
a) Petição inicial (arts. 614 e 615 CPC):
Conteúdo:
- a petição deve observar os requisitos do art. 282 CPC, com exceção dos meios de prova,
- nos fatos, tem que mencionar os dados do título executivo bem como o inadimplemento,
- o fundamento jurídico é a previsão legal de que o documento é um título executivo,
- o pedido é a satisfação do direito, ou seja, o pagamento da dívida,
- o valor da causa é o valor atualizado do débito, 
- a petição tem que ser instruída com o título e o demonstrativo de débito (planilha onde se demonstra como foi feita a atualização da dívida), 
- o exequente pode, já na petição inicial, indicar bens à penhora, mas não há obrigatoriedade (art. 652, § 2º, CPC),
- se houver credor real, é necessário requerer sua intimação, sob pena de ineficácia da alienação em relação a ele (arts. 615, II, e 619, CPC).
Emenda à inicial:
- o CPC prevê expressamente que a petição inicial da execução pode ser emendada (art. 616). 
Averbação da execução (art. 615-A CPC):
- o exeqüente pode pediruma certidão comprobatória da distribuição da execução, para averbá-la em bens do executado que sejam objeto de registro (ex.: imóveis, veículos...),
- feita a averbação, se houver transferência do bem, haverá presunção de má-fé do 3º adquirente,
- o exeqüente é responsável por eventuais prejuízos causados ao executado, se a averbação for indevida. Essa responsabilidade é subjetiva (depende de culpa).
b) Despacho do juiz (arts. 652 e 652-A/ CPC). 
O juiz determina a citação do executado para pagar a dívida, no prazo de 3 dias, e já fixa os honorários advocatícios a serem pagos pelo executado.
c) Citação do executado
Na execução, a citação é feita por oficial de justiça (art. 222, d, CPC).
Com a citação, terá início o prazo de 15 dias para o executado oferecer embargos (ação por meio da qual ele se defende da execução).
c.1) Pagamento da dívida
Citado, o executado pode pagar a dívida em 3 dias, caso em que haverá redução pela metade da verba honorária (art. 652-A, parágrafo único, CPC).
c.2) Não pagamento
O oficial de justiça irá proceder à penhora de bens e a sua avaliação, conforme art. 652, § 1º, CPC.
c.3) Requerimento de parcelamento (art. 745-A CPC)
O executado tem o direito de parcelar o débito, desde que reconheça o crédito do exeqüente e deposite 30% do valor em execução, inclusive custas e honorários.
O restante do débito pode ser parcelado em até 6 parcelas, que serão acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês.
O requerimento deve ser feito no mesmo prazo para o oferecimento dos embargos (15 dias, contados da citação).
O exequente vai levantando os pagamentos à medida em que são feitos.
O não pagamento de qualquer parcela implica em: 
- vencimento antecipado das subseqüentes,
- prosseguimento do processo,
- multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas,
- vedação de oposição de embargos. 
d) Arresto (arts. 653 e 654 CPC)
O arresto é cabível quando o devedor não é encontrado para ser citado, mas tem bens para serem penhorados (é uma “pré-penhora” de bens).
Procedimento:
- se o oficial de justiça não localizar o devedor para ser citado, faz o arresto dos bens,
- feito o arresto, o oficial de justiça tenta novamente fazer a citação pessoal do devedor, procurando-lhe, em até 10 dias, por 3 vezes, em dias distintos,
- se o devedor não for encontrado, será citado por edital,
- após a citação por edital e não havendo o pagamento do débito, o arresto se converte em penhora.
12.2) Fase postulatória na execução de título judicial (cumprimento de sentença)
a) Requerimento inicial: 
Para que o cumprimento de sentença tenha início, é necessário requerimento inicial do exeqüente, formulado após o trânsito em julgado da sentença.
O requerimento não tem as mesmas formalidades da petição inicial, mas deve conter os elementos essenciais da pretensão executiva: 
- em que consiste o título judicial, 
- qual foi a condenação,
- qual o valor atualizado do débito (é necessário juntar o demonstrativo).
Se em 6 meses do trânsito em julgado não houver provocação do Judiciário, os autos serão remetidos ao arquivo (art. 475-J, § 6º, CPC).
b) Despacho do juiz
O juiz determina a intimação do executado para pagar o débito no prazo de 15 dias, sob pena de acréscimo de multa de 10% sobre o valor da condenação.
A multa de 10% só é cabível quando se tratar de execução definitiva.
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. MULTA DO ARTIGO 475-J DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE COMINAÇÃO EM EXECUÇÃO PROVISÓRIA.
1.- Na linha dos precedentes desta Corte a execução provisória de sentença não comporta a cominação da multa prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil. Precedentes.
2.- Tal conclusão é ainda corroborada pelo entendimento de que é o prazo concedido por lei para cumprimento espontâneo da obrigação deve ser contado a partir da intimação feita à parte, por meio de seu advogado, quanto ao trânsito em julgado da condenação e exigibilidade da dívida.
3.- Agravo Regimental a que se nega provimento.
(AgRg nos EDcl no REsp 1229705/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/04/2012, DJe 07/05/2012)
c) Intimação do executado
A intimação do executado para pagar é feita na pessoa de seu advogado, ou seja, por publicação do Diário da Justiça.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MULTA DO ART. 475-J DO CPC. INTIMAÇÃO POR MEIO DE DEFENSOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A partir do julgamento do REsp 940.274/MS, em que foi Relator para acórdão o eminente Ministro João Otávio de Noronha, a Corte Especial, na sessão do dia 7 de abril de 2010 (acórdão publicado no DJe de 31.5.2010), firmou orientação de que, embora não seja necessária a intimação pessoal do devedor para pagamento espontâneo do débito, não pode ser dispensada, por outro lado, sua intimação por intermédio de seu advogado.
2. O fato de a parte ser representada em juízo pela Defensoria Pública não afasta esse entendimento. Precedentes.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 36.371/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 26/06/2012, DJe 01/08/2012)
c.1) Pagamento da dívida
Se o executado, intimado, paga o débito, não incidirá a multa de 10%, assim como não haverá condenação em honorários advocatícios.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do recurso especial submetido ao rito dos recursos repetitivos, assentou que, para efeitos do art. 543-C do CPC: 1.1. São cabíveis honorários advocatícios em fase de cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário a que alude o art. 475-J do CPC, que somente se inicia após a intimação do advogado, com a baixa dos autos e a aposição do "cumpra-se" (...). (REsp 1134186/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 01/08/2011, DJe 21/10/2011).
2. Estando o acórdão do Tribunal de origem em harmonia com esse entendimento, não merece seguimento o recurso especial.
3. O exame de contrariedade a dispositivos ou princípios constitucionais em sede de agravo regimental, ainda que para fins de prequestionamento, caracterizaria usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 189.681/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 04/09/2012, DJe 10/09/2012)
c.2) Não pagamento
Não havendo o pagamento em 15 dias, há o acréscimo da multa de 10% ao valor da condenação, a fixação de honorários advocatícios e a expedição de mandado de penhora e avaliação.
c.3) Requerimento de parcelamento (art. 745-A CPC)
Apesar de a doutrina, de forma unânime, afirmar que o pedido de parcelamento do art. 745-A só se aplica à execução de título executivo extrajudicial, o STJ entendeu, em julgado muito criticado, que o parcelamento também é possível no cumprimento de sentença.
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PARCELAMENTO DO VALOR EXEQUENDO. APLICAÇÃO DO ART. 745-A DO CPC. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE PROCESSUAL. ART. 475-R DO CPC. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. HIPÓTESE DE PAGAMENTO ESPONTÂNEO DO DÉBITO. NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA PREVISTA NO ART. 475-J, § 4º, DO CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO ANTE O CUMPRIMENTO ESPONTÂNEO DA OBRIGAÇÃO VEICULADA NA SENTENÇA. PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 165, 458 E 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
1. A violação aos arts. 165, 458 e 535 do CPC não foi configurada, uma vez que o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciou-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos, sendo certo que o magistrado não está impelido a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, se os fundamentos utilizados foram suficientes para embasar a decisão.
2. A efetividadedo processo como instrumento de tutela de direitos é o principal desiderato das reformas processuais engendradas pelas Leis 11.232/2005 e 11.382/2006. O art. 475-R do CPC expressamente prevê a aplicação subsidiária das normas que regem o processo de execução de título extrajudicial, naquilo que não contrariar o regramento do cumprimento de sentença, sendo certa a inexistência de óbice relativo à natureza do título judicial que impossibilite a aplicação da norma em comento, nem mesmo incompatibilidade legal.
Portanto, o parcelamento da dívida pode ser requerido também na fase de cumprimento da sentença, dentro do prazo de 15 dias previsto no art. 475-J, caput, do CPC.
3. Não obstante, o parcelamento da dívida não é direito potestativo do devedor, cabendo ao credor impugná-lo, desde que apresente motivo justo e de forma fundamentada, sendo certo que o juiz poderá deferir o parcelamento se verificar atitude abusiva do exequente, uma vez que tal proposta é-lhe bastante vantajosa, a partir do momento em que poderá levantar imediatamente o depósito relativo aos 30% do valor exequendo e, ainda, em caso de inadimplemento, executar a diferença, haja vista que as parcelas subsequentes são automaticamente antecipadas e é inexistente a possibilidade de impugnação pelo devedor, nos termos dos §§ 2º e 3º do art. 745-A.
4. Caracterizado o parcelamento como técnica de cumprimento espontâneo da obrigação fixada na sentença e fruto do exercício de faculdade legal, descabe a incidência da multa calcada no inadimplemento (art. 475-J do CPC), sendo certo que o indeferimento do pedido pelo juiz rende ensejo à incidência da penalidade, uma vez configurado o inadimplemento da obrigação, ainda que o pedido tenha sido instruído com o comprovante do depósito, devendo prosseguir a execução pelo valor remanescente.
5. No caso sob exame, a despeito da manifestação de recusa do recorrente (fl. 219), o Juízo deferiu o pedido de parcelamento ante a sua tempestividade e a efetuação do depósito de 30%, inclusive consignando o adimplemento total da dívida (fl. 267), ressoando inequívoco o descabimento da multa pleiteada.
6. A Corte Especial, por ocasião do julgamento do REsp 1.028.855/SC, sedimentou o entendimento de que, na fase de cumprimento de sentença, havendo o adimplemento espontâneo do devedor no prazo fixado no art. 475-J do CPC, não são devidos honorários advocatícios, uma vez desnecessária a prática de quaisquer atos tendentes à satisfação forçada do julgado. No caso concreto, porém, conquanto tenha-se caracterizado o cumprimento espontâneo da dívida, o Tribunal condenou a recorrida ao pagamento de honorários advocatícios, o que, em face de recurso exclusivo do exequente, não pode ser ser afastado sob pena de reformatio in pejus.
7. Recurso especial não provido.
(REsp 1264272/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 22/06/2012)
13.3) Penhora
a) Efeitos
A penhora garante o juízo:
- ela cria condições materiais que concretamente possibilitam a satisfação do direito.
A penhora individualiza os bens que suportarão a atividade executiva: 
- quando a execução tem início, a responsabilidade patrimonial é abstrata e genérica (art. 591 CPC),
- com a penhora, ela passa a ser concreta e específica.
A penhora estabelece direito de preferência:
- princípio do prior tempore portior in jure: a primeira penhora gera preferência ao credor (o registro da penhora é irrelevante),
- a preferência de direito material prevalece à preferência processual (ex.: hipoteca),
- para fins de preferência, é possível considerar o arresto executivo.
A penhora acarreta mudança jurídica na relação entre o executado e o bem: 
- o executado perde a posse do bem ou, se a mantiver, não é mais na qualidade de possuidor, mas sim na de depositário.
b) Ordem legal (art. 655 CPC)
O art. 655 do CPC estabelece qual bem prefere ao outro para a realização da penhora.
A ordem legal deve ser preferencialmente observada, ou seja, não é absoluta. A inversão da ordem legal deve estar fundada em juízo de razoabilidade (ponderação entre os princípios da efetividade executiva e da menor onerosidade).
A preferência é para penhora de dinheiro, em espécie ou em instituições financeiras. Como já visto, a penhora de dinheiro dispensa qualquer outra atividade do exeqüente na localização de bens do executado.
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO CIVIL. PENHORA. ART. 655-A DO CPC. SISTEMA BACEN-JUD. ADVENTO DA LEI N.º 11.382/2006. INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO. JULGAMENTO DAS QUESTÕES IDÊNTICAS QUE CARACTERIZAM A MULTIPLICIDADE. ORIENTAÇÃO – PENHORA ON LINE.
a) A penhora on line, antes da entrada em vigor da Lei n.º 11.382/2006, configura-se como medida excepcional, cuja efetivação está condicionada à comprovação de que o credor tenha tomado todas as diligências no sentido de localizar bens livres e desembaraçados de titularidade do devedor.
b) Após o advento da Lei n.º 11.382/2006, o Juiz, ao decidir acerca da realização da penhora on line, não pode mais exigir a prova, por parte do credor, de exaurimento de vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados.
(...)
RECURSO ESPECIAL PROVIDO (REsp 1112943/MA)
A fiança bancária e o seguro garantia podem substituir a penhora de dinheiro (art. 656, § 2º, CPC): o valor da fiança/ seguro deve ser o do débito mais 30%.
PROCESSO CIVIL. PENHORA. OFERECIMENTO DE CARTA DE FIANÇA. REJEIÇÃO. PENHORA SOBRE FATURAMENTO. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE.
1. Ao julgar o REsp Repetitivo 1.112.943/MA, o STJ pacificou seu entendimento de que, após a vigência da Lei 11.382/2006, para o deferimento de penhora sobre aplicações financeiras do executado não é necessário esgotar, preliminarmente, todas as diligências para localizar outros bens passíveis de constrição.
2. Na hipótese em que o devedor ofereceu, no regime anterior è Lei 11.382/2006, fiança bancária como penhora para garantia de vultoso débito, que ultrapassa a casa de um milhão de reais, é necessário que o juízo atue com parcimônia, para que não inviabilize o exercício do direito de defesa ou o desempenho de atividade econômica pelo devedor.
3. Conquanto o regime das Leis 11.232/2005, 11.280/2006 e 11.386/2006 tenha atribuído mais força ao Estado em sua intervenção sobre o patrimônio do devedor, não resta revogado o princípio da menor onerosidade disciplinado no art. 620 do CPC. Não é possível rejeitar o oferecimento de fiança bancária para garantia de execução meramente com fundamento em que há numerário disponível em conta corrente para penhora.
4. A Lei Civil atribui, ao devedor, a possibilidade de substituição da penhora por 'fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao débito, mais 30% (trinta por cento)' (art, 656, §2º, do CPC).
5. A restrição de aceitação de fiança bancária como garantia apenas ao processo de execução fiscal sempre se fundamentou no fato de que tal garantia era específica daquela modalidade de processo. Hoje, contudo, a fiança bancária, bem como o seguro bancário, encontram também previsão no Código de Processo Civil.
6. A paralisação de recursos, em conta corrente, superiores a R$ 1.000.000,00 gera severos prejuízos a qualquer empresa que atue em ambiente competitivo.
7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido para o fim de autorizar o oferecimento de Carta de Fiança pelo devedor, desde que esta cubra a integralidade do débito mais 30%. (REsp 1116647/ES)
Situações peculiares:
- estando a dívida garantida por hipoteca, penhor ou anticrese, a penhora recai, preferencialmente, sobre o bem dado em garantia (art. 655, § 1º, CPC), 
- havendo penhora de bens imóveis, a falta de intimação do cônjuge gera nulidade da penhora e de todos os atos processuais posteriores (art. 655, § 2º, CPC),
- se houver penhora de quotas de sócio por pessoa alheia à sociedade, os sócios terão direito de preferência na adjudicação (art. 685-A, §4°, CPC).
c) Procedimento
Incumbe ao oficial de justiça proceder à penhora, lembrandoque:
- o credor pode indicar bens a serem penhorados (652, 2º, CPC),  
- o executado pode ser intimado a indicar bens passíveis de penhora (arts. 652, § 3º e 600, IV, CPC).
Documentação da penhora:
- auto de penhora: quando ela é feita pelo oficial de justiça,
- termo de penhora: quando ela é realizada em cartório.
Penhora online: 
- penhora de dinheiro mantido em instituição financeira, pelo sistema Bacenjud (art. 655-A CPC),
- depende de pedido do exequente,
- a Res. 61 CNJ estabelece a possibilidade de se cadastrar uma conta corrente para penhora online,
- se houver penhora de quantia impenhorável (ex.: salário ou poupança), cabe ao executado comprovar a impenhorabilidade. 
Abrangência da penhora (art. 659/ CPC): dívida principal + correção e juros + honorários e custas.
Depositário (arts. 148 e 666 CPC):
- é o responsável pela guarda e conservação dos bens penhorados,
- penhora de dinheiro: depósito em banco,
- os bens podem ficar no depósito judicial ou com depositário particular,
- é possível que o executado seja o depositário, se o exequente concordar.
Se os bens estiverem sujeito a deterioração ou se houver manifesta vantagem, é possível a alienação antecipada dos bens penhorados (art. 670/ CPC).
Modificação da penhora: 
- pode se dar por ampliação, redução, renovação ou substituição,
- ampliação: quando, após a avaliação, verifica-se que o valor dos bens penhorados é insuficiente (art. 685, II, CPC),
- redução: quando, após a avaliação, verifica-se que o valor dos bens penhorados é consideravelmente superior ao necessário (art. 685, I, CPC),
- renovação: haverá 2ª penhora se a 1ª for anulada, se o produto da alienação for insuficiente ou se o credor desistir da 1ª (art. 667, CPC),
- substituição da penhora: arts. 656 e 668 do CPC.
d) Impenhorabilidade (arts. 648 a 650 do CPC e Lei 8009/90)
Impenhorabilidade:
- absoluta (art. 649 CPC): ainda que os bens sejam os únicos, são impenhoráveis,
- relativa (art. 650 CPC): os bens somente não serão penhorados se existirem outros a penhorar.
Conforme § 1º do art. 649, não é possível alegar impenhorabilidade se a dívida decorre da aquisição do próprio bem.
d.1) Bem de família (art. 649, inc. I, CPC)
O bem de família pode ser voluntário ou legal.
Bem de família voluntário:
- art. 1711 e ss. CC,
- é o instituído por ato de vontade do casal, da entidade familiar ou de terceiro, mediante registro no Cartório de Imóveis,
- o bem de família voluntário só é isento de responsabilidade patrimonial por dívidas posteriores à sua instituição,
- a impenhorabilidade não atinge tributos relativos ao prédio ou despesas de condomínio (art. 1715 CC).
Bem de família legal (Lei 8009/90):
- a impenhorabilidade decorre da lei, ou seja, não há necessidade de inscrição em cartório,
- a proteção do bem de família legal aplica-se inclusive à penhora realizada antes da vigência da Lei 8009/90 (sum. 205 STJ),
- em havendo 2 ou mais imóveis residenciais, a proteção automática do bem de família legal recairá no de menor valor, salvo se outro imóvel houver sido inscrito como bem de família voluntário (art. 5º).
Detalhamento da proteção do imóvel residencial:
- o imóvel é protegido mesmo que seja de alto luxo ou que haja um pequeno empreendimento comercial,
- também há proteção se, embora o imóvel esteja alugado, a renda for revertida para o aluguel de outro imóvel para a família,
- a impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas (sum. 364 STJ),
- se for o único imóvel, mas não for utilizado em proveito da família, pode ser penhorado,
- se o imóvel puder ser desmembrado também pode ser penhorado,
- a vaga de garagem com matrícula própria no CRI não é bem de família (sum. 449 STJ),
- a Lei 11382/06 possibilitava a penhora de imóvel de valor superior a mil salários mínimos, mas o artigo com essa previsão foi vetado.
É possível penhorar o imóvel residencial no caso de:
- crédito trabalhista dos empregados domésticos e respectivas contribuições previdenciárias, 
- financiamento da habitação, 
- pensão alimentícia, 
- tributos sobre o imóvel,
- taxa de condomínio, 
- se o bem é produto de crime,
- se o imóvel foi dado em hipoteca pela entidade familiar, em seu benefício (REsp 988.915/SP),
- em execução de fiança locatícia (STF, RE 407688).
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. PROVA DE QUE O IMÓVEL PENHORADO É O ÚNICO DE PROPRIEDADE DO DEVEDOR. DESNECESSIDADE. EXCEÇÃO DO ART. 3º, V, DA LEI 8.009/90. INAPLICABILIDADE. DÍVIDA DE TERCEIRO. PESSOA JURÍDICA. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO DE QUE A DÍVIDA FORA CONTRAÍDA EM FAVOR DA ENTIDADE FAMILIAR. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
1. Para que seja reconhecida a impenhorabilidade do bem de família, não é necessária a prova de que o imóvel em que reside a família do devedor é o único de sua propriedade.
2. Não se pode presumir que a garantia tenha sido dada em benefício da família, para, assim, afastar a impenhorabilidade do bem com base no art. 3º, V, da Lei 8.009/90.
3. Somente é admissível a penhora do bem de família hipotecado quando a garantia foi prestada em benefício da própria entidade familiar, e não para assegurar empréstimo obtido por terceiro.
4. Na hipótese dos autos, a hipoteca foi dada em garantia de dívida de terceiro, sociedade empresária, a qual celebrou contrato de mútuo com o banco. Desse modo, a garantia da hipoteca, cujo objeto era o imóvel residencial dos ora recorrentes, foi feita em favor da pessoa jurídica, e não em benefício próprio dos titulares ou de sua família, ainda que únicos sócios da empresa, o que afasta a exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no inciso V do art. 3º da Lei 8.009/90.
5. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 988.915/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 08/06/2012)
d.2) móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado (art. 649, II, CPC) 
Exemplos: TV, máquina de lavar, microondas, aparelho de som, ar-condicionado, freezer, computador e impressora (há julgados que admitem penhora de alguns desses objetos, mas são minoria).
Os veículos de transporte podem ser impenhoráveis por ser instrumento de trabalho (ex.: caminhão).
Não há proteção para os bens de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida.
d.3) vencimentos (art. 649, inc. IV, CPC)
O salário pode ser penhorado para o pagamento de pensão alimentícia.
A Lei 11.382/06 possibilitava a penhora de 40% do recebido mensalmente acima de 20 salários mínimos, mas o dispositivo também foi vetado.
Conforme se infere da súmula n. 1 do TJGO e do julgado do STJ abaixo transcrito, o tribunal estadual e a corte superior têm entendimento totalmente diverso quanto à possibilidade de penhora de verba salarial.
SÚMULA Nº 1, DE 09 DE JUNHO DE 2010 (TJGO)
Admite-se a penhora eletrônica de verba salarial na conta corrente do devedor, cujo bloqueio não deve ultrapassar o limite percentual de 30% (trinta por cento).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA.
1. A Primeira Seção, ao julgar o REsp 1.184.765/PA, sob a relatoria do Ministro Luiz Fux e de acordo com o regime dos recursos repetitivos, cujo acórdão veio a ser publicado no DJe de 3.12.2010, deixou consignado que o bloqueio de ativos financeiros em nome do executado, por meio do Sistema BacenJud, não deve descuidar do disposto no art. 649, IV, do CPC, com a redação dada pela Lei n. 11.382/2006, segundo o qual são absolutamente impenhoráveis "os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal".
2. Sobre a interpretaçãoa ser conferida ao art. 649, IV, do CPC, extraem-se dos vários precedentes jurisprudenciais desta Corte os seguintes enunciados: "É possível a penhora 'on line' em conta corrente do devedor, contanto que ressalvados valores oriundos de depósitos com manifesto caráter alimentar." (REsp 904.774/DF, 4ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe de 16.11.2011); "São impenhoráveis os valores depositados em conta destinada ao recebimento de proventos de aposentadoria do devedor." (AgRg no Ag 1.331.945/MG, 4ª Turma, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe de 25.8.2011); "Indevida a penhora sobre percentual da remuneração depositado em conta-corrente, pena de violação do artigo 649, inciso IV, do Código de Processo Civil." (AgRg no REsp 1.147.528/RO, 1ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe de 10.12.2010); "Indevida penhora de percentual de depósitos em conta-corrente, onde depositados os proventos da aposentadoria de servidor público federal. A impenhoralibilidade de vencimentos e aposentadorias é uma das garantias asseguradas pelo art. 649, IV, do CPC." (AgRg no REsp 969.549/DF, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ de 19.11.2007, p. 243); "É inadmissível a penhora parcial de valores depositados em conta-corrente destinada ao recebimento de salário ou aposentadoria por parte do devedor." (AgRg no REsp 1.023.015/DF, 3ª Turma, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe de 5.8.2008).
3. No caso concreto, não deve ser seguido o entendimento adotado pela Terceira Turma desta Corte no julgamento do RMS 25.397/DF (Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 3.11.2008), pois, diversamente do caso dos presentes autos, no referido precedente, como bem salientado pelo juiz do primeiro grau de jurisdição, o próprio executado reconhecera que mantinha a quantia bloqueada como uma espécie de "reserva disponível".
4. Recurso especial não provido. (REsp 1313787/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 14/08/2012)
	
d.4) poupança (art. 649, inc. X, CPC)
Se o valor em poupança for acima de 40 salários mínimos, é penhorável (não importa se em uma ou mais contas).
12.4) Avaliação (arts. 680 a 684/ CPC)
Como já visto, quando o devedor é citado e não paga, o oficial de justiça procede à penhora de bens e a sua avaliação (art. 652, § 1º, CPC).
Em regra, a penhora é realizada pelo oficial de justiça, mas, sendo necessários conhecimentos especializados, será feita por perito.
Quando o bem penhorado tem cotação oficial, não há avaliação, porque se aplica a cotação do dia (art. 682/ CPC).
12.5) Expropriação 
Expropriação é a transferência forçada de bens do devedor, visando à satisfação do direito do exeqüente.
Feita a penhora, tem início o procedimento expropriatório, através do qual o órgão judicial obterá recursos necessários ao pagamento forçado do crédito do exeqüente. 
Conforme o art. 647 da Lei 11.382/06, a expropriação pode se dar por: 
a) adjudicação,
b) alienação por iniciativa particular,
c) alienação em hasta pública,
d) usufruto de bem móvel ou imóvel.
a) Adjudicação (arts. 685-A e B/ CPC)
A adjudicação é o ato de expropriação em que o próprio bem penhorado é transferido para o exequente (espécie de “dação em pagamento”) ou para outras pessoas a quem a lei confere preferência na aquisição.
O valor mínimo para se adjudicar o bem é o valor da avaliação.
O valor do bem adjudicado pode ser:
- igual ao valor da execução → haverá extinção da execução, pelo pagamento;
- inferior ao valor da execução → a execução prossegue, para a satisfação do saldo remanescente;
- superior ao valor da execução → o adjudicante terá que depositar de imediato a diferença em juízo.
Adjudicação por terceiros: 
- o terceiro irá depositar o valor do bem em juízo e a satisfação do exequente ocorrerá pela entrega do dinheiro,
- terceiros legitimados a adjudicar: cônjuge, descendentes e ascendentes do devedor; credor com garantia real; outros credores que tenham averbado a penhora do bem,
- havendo mais de um terceiro interessado na adjudicação, terá preferência o que fizer a maior oferta; sendo idêntico o valor ofertado, terá preferência, respectivamente, o cônjuge, o descente ou o ascendente,
- quando a penhora recai sobre cotas de uma sociedade, a preferência para adjudicação das cotas é dos sócios não devedores (a fim de manter a affectio societatis).
A adjudicação formaliza-se com a expedição do auto de adjudicação. Após a lavratura do auto, expede-se carta de adjudicação (bem imóvel) ou mandado de entrega do bem (bem móvel).
b) Alienação por iniciativa particular (art. 685-C, CPC)
É uma venda judicial da coisa penhorada, semelhante à hasta pública, mas com procedimento mais simples, porque a busca de compradores é feita pelo próprio exequente ou por corretor (e não por meio de leilão).
O corretor deve estar cadastrado perante o Poder Judiciário e ter, no mínimo, 5 anos de exercício profissional.
A doutrina defende que o executado também tem o direito de requerer que a alienação ocorra dessa forma.
Procedimento:
- pedido do exequente para realizar a alienação por iniciativa particular,
- juiz profere decisão, indicando os termos do negócio (art. 685-C, § 1º, CPC),
- o preço mínimo para a alienação particular é o da avaliação.
A alienação por iniciativa particular também é prevista pela Lei dos Juizados Especiais Cíveis (Lei 9099/95, art. 52, VII).
c) Alienação em hasta pública (arts. 686 a 707 do CPC)
É o procedimento que tem por objetivo propiciar a arrematação, isto é, a alienação judicial do bem. Através da arrematação, o bem é transferido a alguém interessado em sua aquisição, mediante o pagamento de determinado preço.
Modalidades de hasta pública:
- leilão: para bens móveis,
- praça: para bens imóveis.
Conteúdo e publicação de edital:
- toda hasta pública precisa de edital, que tem requisitos formais (art. 868 e 687 CPC),
- a falta de qualquer dos requisitos do edital pode invalidar a arrematação (segundo o STJ, aplica-se o princípio da instrumentalidade das formas, ou seja, só se anula a hasta pública se o vício do edital trouxer prejuízo),
- o edital pode ser dispensado se o valor dos bens penhorados não exceder a 60 salários mínimos; nesse caso, o preço da arrematação não pode ser inferior ao da avaliação,
- o edital deve ser fixado no placar do fórum e publicado, com antecedência mínima de 05 dias da 1ª hasta, pelo menos por uma vez, em jornal de grande circulação,
- quando o exeqüente é beneficiário da justiça gratuita, o edital é publicado apenas no Diário da Justiça.
Intimações necessárias à realização da hasta pública:
- o executado deve ser intimado, o que, em regra, ocorre por intermédio de seu advogado (art. 687, § 5º, CPC),
- também devem ser intimados o credor com garantia real (art. 619 CPC) e aquele com penhora anteriormente averbada (art. 698 CPC).
Arrematação:
- 1ª hasta: o bem deve ser arrematado por valor superior ao da avaliação,
- 2ª hasta: aliena-se o bem pelo maior lance, que não poderá ser vil, isto é, irrisório (art. 692 do CPC),
- o STJ tem julgados que entendem que não é vil o preço superior a 50% do valor da avaliação,
- legitimidade: em regra, pode arrematar quem está na livre administração dos seus bens (art. 690-A, CPC),
- a arrematação pode ocorrer através de procedimento eletrônico (art. 689-A CPC).
Pagamento pelo arrematante (art. 690 CPC):
- pode ser à vista ou a prazo,
- para pagamento a prazo, deve ser prestada caução e este deve ocorrer em 15 dias, 
- não havendo o pagamento em 15 dias, a arrematação será ineficaz; o arrematante não poderá participar de outras hastas públicas e perderá a caução em favor do exequente,
- em regra, o pagamento é feito por meio de depósito judicial,
- no caso de bem imóvel, o pagamento também pode ser parcelado (30% à vista e o restante garantido por hipoteca sobre o próprio imóvel).
A arrematação formaliza-se com a expedição do auto de arrematação. Após a lavratura do auto, expede-se carta de arrematação (bem imóvel) oumandado de entrega do bem (bem móvel).
d) Usufruto de bem móvel ou imóvel (arts. 716 a 724)
Nas outras formas de expropriação, o executado perde o bem penhorado. No usufruto, ele mantém a propriedade do bem, perdendo o direito de dele gozar até a satisfação do crédito.
O exeqüente se satisfaz pelos frutos e rendimentos do bem penhorado.
O usufruto é concedido quando:
- for menos gravoso ao executado,
- for eficiente para o exequente receber seu crédito.
12.6) Pagamento ao credor (arts. 708 a 724/ CPC)
O pagamento ao credor ocorre:
- pela entrega do dinheiro (decorrente da alienação por iniciativa particular ou em hasta pública),
- pela adjudicação do bem penhorado,
- pelo usufruto de bem móvel ou imóvel.
12.7) Remição da execução (art. 651/ CPC) 
Antes da assinatura do auto de adjudicação/ arrematação, o executado pode extinguir a execução, desde que pague todo o valor da execução (dívida atualizada mais custas e honorários advocatícios).
Cuidado:
- remição da execução: extinção da execução em razão do pagamento,
- remissão da dívida: o credor perdoa a dívida. Se a remissão for total, também haverá extinção da execução.
12.8) Suspensão da execução (arts. 791 e 792/ CPC) 
Haverá suspensão da execução:
- pela morte de qualquer das partes/ de seu procurador ou se for oposta exceção de incompetência, de impedimento ou de suspeição (art. 265 CPC),
- quando os embargos à execução forem recebidos com efeito suspensivo,
- quando o devedor não possuir bens penhoráveis,
- em razão de acordo entre as partes.
12.9) Extinção da execução (arts. 794 e 795/ CPC)
A execução será extinta:
- se o devedor satisfizer a obrigação,
- se o devedor obtiver a remissão total da dívida,
- se o credor renunciar ao crédito.
Nestes casos, o juiz profere sentença, declarando a extinção da execução.

Continue navegando