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A Doutrina do Pecado
abordagem desse assunto  é essencial para compreendermos com 
profundidade o principal tema da  mensagem cristã – a nossa redenção 
por meio de Cristo. Somente entendendo a natureza e a extensão  da 
pecaminosidade e da miserabilidade humana, é que  de fato atentaremos 
com discernimento e clareza para a importância daquilo que Jesus 
Cristo realizou por nós mediante sua morte e ressurreição. Em seu 
comentário sobre Isaías 53, João Calvino expressou isso da seguinte 
forma: "Pois, a menos que percebamos nossa própria miséria indefesa, 
nunca saberemos o quanto precisamos do remédio que Cristo traz, nem 
viremos a ele com amor ardoroso que lhe devemos (...) Para conhecer a 
verdadeira essência de Cristo, deve cada um de nós examinar-se 
cuidadosamente, e cada um deve saber-se condenado até ser  vindicado 
por Cristo. Ninguém  está isento . O profeta  inclui a todos. Se 
Cristo não tivesse trazido ajuda, toda a raça humana pereceria." 
[  1 ]
Diante disso é que propomos o estudo daquilo que é a raiz de todos os 
males, ou melhor, daquilo que somos essencialmente – pecado. A luz 
das Sagradas Escrituras e de forma que possamos nos desnudar de toda 
auto justiça e auto piedade, adentremos nesse assunto tão 
indesejável, mas tão imprescindível para todos nós.
 Definição de Pecado
O que é pecado ? Uma  pergunta pertinente , que tem sido distorcida e 
mal compreendida. A filosofia o vê apenas como  um mal abstrato que 
interfere na   perfeição ou felicidade do ser, quer seja físico ou 
metafísico. A ciência  o concebe apenas como reminiscência de um 
passado animal. A jurisprudência o restringe somente ao crime. A 
educação limita-o a ignorância. A sociologia fecha a questão no 
egoísmo. E a psicologia moderna entende o pecado apenas como 
subproduto dos condicionamentos das pressões sociais, culturais, 
familiares e religiosas.
Entretanto, é a Bíblia que nos traz a definição verdadeira e completa 
acerca do pecado. Ela o define como qualquer falta de conformidade 
com a lei moral de Deus. Não é possível dar uma definição mais 
sucinta do pecado que esta: Oposição direta a Deus.
O português bem como o inglês, lutam com dificuldade na tradução de 
uma palavra hebraica por uma só palavra que dê o sentido exato em 
nosso vernáculo. A classificação  das palavras hebraicas no Velho 
Testamento, em grupos de acordo com o seu sentido geral, facilita a 
explicação da natureza das várias formas do pecado. Ai vão algumas 
delas:
1 - Hata` (verbo); errar o alvo ou desviar do caminho reto.
2 - Rasha` (verbo); ímpio, culpado e pecaminoso. Descreve o caráter 
formado pela pratica do pecado, atingindo o estado moral do homem.
3 - Pasha ` (verbo) e Pesha` (substantivo); rebelar-se e revoltar-se. 
Descreve mais perfeitamente a natureza do pecado e do pecador.
4 - Ra ` e Roa `(substantivos); malvadeza ,vileza e miséria. Palavras 
que descrevem a perversidade da natureza humana.
No Novo Testamento, a palavra mais comum para descrever o pecado 
é "Hamartia": transgredir, praticar más obras e pecar contra Deus. 
João Calvino, mais uma vez, define e resume muito bem o conceito de 
pecado, como sendo "a hereditária depravação e corrupção de nossa 
natureza, difundida por todas as partes da alma, que, em primeiro 
lugar,[nos] faz condenáveis à ira de Deus; e em segundo lugar, também 
produz  em nós [aquelas] obras que a Escritura chama de `obras da 
carne'."   [  2 ]  
 As Evidências Extra Bíblicas do Pecado
                                      
1. PROVADO PELAS  RELIGIÕES.         
Entre todos os povos, em qualquer espécie de religião, encontramos a 
idéia de culpabilidade e debito para com um Ser Supremo. Há um 
sentimento generalizado em todas as religiões de que os deuses estão 
ofendidos e que alguma coisa precisa ser feita para apaziguá-los. Os 
altares banhados de sangue, os rituais freqüentes, as penitências 
praticadas, as confissões de agravo que são feitas,  enfim, tudo isso 
acaba autenticando a realidade do pecado e sua gravidade.   
O historiador Plutarco fala de olhos encharcados de lágrimas, de 
caras pálidas e tristes que ele via junto aos altares públicos. E que 
via os homens revolvendo-se em acenos e fazendo outras coisas 
semelhantes em suas confissões de pecado. Disse também que via entre 
as pessoas um sentimento de culpa impossível de quitar.  
2 . PROVADO PELA LITERATURA .
A mesma evidência da realidade do pecado encontramos na literatura. 
Todos os grandes heróis da literatura foram pessoas imperfeitas, 
débeis e depravadas. A grande parte da literatura antiga e moderna é 
composta por tragédia, maldade e perversões. Desde o livro "Romance 
de dois irmãos" até "As tristezas de satanás". Desde "A Marquesa de 
santos" , "As Maluquices do Imperador" , até "As confissões de Santo 
Agostinho" , podemos ver a incontestabilidade do pecado.
Machado de Assis em seu livro Memórias Póstumas de Brás Cuba, revela 
a pecaminosidade inata do ser humano, quando de maneira irônica e 
mordaz fala de uma sociedade em que as instituições se baseiam na 
hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e 
sociais não escapam a sua visão aguda e implacável da pervertida 
natureza humana.        
Marguerite Duras, famosa escritora francesa, revela no romance "O 
Amante" – escrito em 1984, todo o extinto pedófilo dos homens mais 
velhos, quando a personagem principal do livro, uma adolescente, 
pisava distraída o chão das ruas. Vale ressaltar que ela se baseia na 
própria experiência vivida na década de 30, na qual, sendo ainda 
adolescente, viveu um tórrido romance com um abastado comerciante 
chinês de Saigon, no Vietnã.
O romance Lolita ( que inspirou a mine serie Presença de Anita ), do 
escritor russo Vladimir Nabokov, lançado em 1955, escandalizou o 
mundo ao contar a história do romance de uma sensual adolescente com 
o seu padrasto, muito mais velho do que ela. Nesse mesmo romance, 
Nabokov cunhou a palavra "ninfeta" para garotas cuja idade vai de 9 a 
14 anos e que enfeitiçam os homens com sua natureza "nínfica" 
(demoníaca ).     
Me faltaria espaço nassa apostila para falar de todas as perversões, 
infidelidade, taras e relações incestuosas – nas quais pais iniciavam 
sexualmente as filhas e mães deitavam com o caçula – relatadas nas 
peças teatrais do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues.  ; das 
safadezas, sensualidade, hipocrisia, injustiças sociais e opressões 
espirituais relatadas nos livros de Jorge Amado.          
"Em todos os seus livros, Hermam Melville tem uma idéia fixa: a 
compreensão do mal como doença da natureza humana."  (comentário da 
revista Época sobre o autor de Moby Dick..)  [  3 ]
"A mente humana é muito mais perversa do que se supõe: A qualquer 
instante pode irromper o irracional, com conseqüências desastrosas. 
Essas divisões internas, esses monstros que todo mundo guarda dentro, 
tornaram-se o assunto dominante dos romances de Dostoievski." ( 
comentário da revista Veja sobre o escritor russo Dostoievski.)  [  
4 ]
3 . PROVADO PELA ARTE . 
O cinema, por exemplo, nos mostra a realidade do pecado estampado na 
sua tela através dos dramas, romances, suspense, ação e até comédia. 
O jornal O Globo de 93, emitiu uma nota sobre o filme A Lista de 
Schingley, dizendo o seguinte: " não é um filme sobre judeus bons e 
alemães maus, mas sim, sobre a natureza humana ."  O Crepúsculo dos 
Deuses, obra-prima  do diretor Billy Wilder, foi um dos maiores 
filmes de todos os tempos, e retrata justamente a decadência e a 
hipocrisia que se escondem por trás do esmalte da fama dos artista de 
Hollywood. 
Bernard Berenson ( 1865 – 1959), o maior perito em arte renascentista 
no seu tempo, formado em Havard, tinha o seguinte conceito a respeito 
da arte moderna: " ... a pintura moderna de figuras não se baseia 
normalmente na visão, na observação, mas na  irritação e na suposição 
preconcebidade que o sujo, o sórdido, o violento, o bestial, o 
infortúnio, enfim ... as coisas baixas eram a única realidade!"  [  
5 ]   
Gaughin ( 1848 – 1903), procurando a verdade universal e o sentido da 
vida, foi ao Taiti e lá defendeu a idéia da nobreza do selvagem. 
Segundo ele, o selvagem deveria ser o retorno à inocência perdida 
pela a humanidade. Passou, então, a pintar a natureza selvagem como a 
volta ao elo perdido. [  6 ]   
Picasso ( 1881 – 1973 ), em seu grande quadro Les Demoiselles 
d'Avignon, retrata muito bem a maldade embutida na natureza humana, 
quando pintou mulheres que vista por outro angulo transformavam-se em 
seres demoníacos.  [ 7 ] 
4 .  PROVADO PELAS  LEIS DE REPRESSÃO.
Todo o governo humano, leis civis, constituições, contratos e 
regulamentos, existem porque não conseguimos manter nossas disputas e 
compromissos com honestidade, sem  que sejamos de alguma forma 
obrigados e comprometidos por elas. Somente uma sociedade perfeita 
poderia dispensar as leis, contratos e regulamentos. Como não existe 
( ainda ) uma sociedade assim, fica comprovado a universalidade do 
pecado pela necessidade das leis de repressão . 
E mesmo com todo esse aparato de leis que protegem os contratos e as 
negociações, o numero de folhas de cheque sem fundo no Brasil em 2001 
foi de 123.500.000. Isso eqüivale a 57,6 bilhões de reais. [ 8] 
A revista Nova, junho de 1996, traz uma matéria cujo o titulo 
é "Romance no escritório na era do assedio sexual". Nela é mencionada 
uma pesquisa feita pela EEDC – agência federal que fiscaliza o 
direito de igualdade no emprego – na qual constatou-se 12.000 queixas 
de assédios sexual por ano. 90 % das 500 maiores empresas norte 
americanas já enfrentaram denuncias de assedio sexual. Tudo isso num 
país em  que tal pratica é enquadrada no código penal, pelo qual 
supostamente passaria a coibi-la. No entanto, o índice de assedio é 
alarmante e crescente, até mesmo entre  as personalidades da nação, 
como o juiz da suprema corte, Clarense Thomas; o ex.- senador Bob 
Packwood e até o ex.- presidente Bill Clinton.  [  9 ]    
5 .PROVADO PELA OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO HUMANO. 
Ainda que muitos contestem  e neguem a posição bíblica quanto a 
origem do pecado, no entanto, todos são unanimes no que diz respeito 
a existência do mesmo. A simples observação é suficiente para 
comprovar o fato incontestável do vírus da pecaminosidade humana. Ao 
observar nossa história logo percebemos o rastro do pecado; desde a 
rebelião de Adão e Eva , passando pela inveja e homicídio de Caim, 
chegando aos nossos dias com o terrorismo, os seqüestros, os 
sociopatas, as injustiças sociais e a pedofilia.
A revista  Super interessante de abril / 2002, entrevistou vários 
especialistas e estudiosos a respeito do instinto violento que há em 
todos nós, e que em Alguns é manifestado de maneira fria e 
insensível – os chamados sociopatas ou psicopatas. "Quanto mais 
execramos esses criminosos, mais nos sentimos diferentes deles, como 
um exorcista que, diante do demônio, fortalece a sua fé. É uma defesa 
natural para negar o potencial de violência que há em todos nós," diz 
o psicanalista William César Castilho Pereira, professor de 
psicologia da PUC de Minas Gerais. "Assim como em outros animais, a 
violência faz parte do ser humano,"  diz Márcia Regina da Costa, 
professora de Antropologia da PUC de São Paulo, especialista em 
violência Urbana de gangues. Ela também afirma que esse potencial 
pode variar de um comportamento agressivo no transito, uma briga de 
torcida, até um assassinato. "A violência é como uma espécie de 
arquivo de computador não executável. Dependendo do estimulo, ela 
entra em ação e os resultados podem ser inesperados," comenta, ainda, 
a antropóloga. "São atos que não podem ser simplificados como tendo 
origem na pobreza, na ignorância, ou  num momento de descontrole," 
diz o psiquiatra americano Jonathan Picus, autor do livro Base 
Istincts – What Makes killers kill ( Instintos básicos – O que faz 
matadores matarem, inédito no Brasil ). "No artigo `O mal-estar da 
civilização,' publicado em 1930, Sigmund Freud, descreveu pela 
primeira vez  o conflito existente entre nossos impulsos animais, e a 
repressão desses impulsos pela vida em sociedade. A força resultante 
desse embate é a culpa," diz o articulista da Super, Rodrigo 
Cavalcante.  [ 10 ]
Uma outra matéria da Super Interessante de Maio / 2002, aborda a 
questão do comportamento vivido nos estádios de futebol . Atitudes 
reprimidas no dia a dia são liberadas como uma válvula de escape da 
vida regrada vivida na sociedade. "O estádio é um dos espaços 
reservado pela sociedade para vivermos emoções que, fora dele, não 
são socialmente aceitas," diz a antropóloga márcia Regina da costa, 
da PUC de São Paulo. Os palavrões, a violência, o desrespeito as 
autoridades ( juizes e bandeirinhas ), o ódio e a satisfação com o 
fracasso do adversário – comportamentos que ninguém vive em casa, no 
trabalho ou em qualquer outro ambiente social – são freqüentes e 
naturalmente aceitos. Esse tipo de conduta que é reprovável para o 
indivíduo, encontra plena aceitação nos estádios de futebol porque a 
pessoa se identifica com a massa. " O grupo dá proteção ao 
indivíduo .... suficiente para  o sujeito não Ter que obedecer às 
regras que valem para alguém isolado," diz o psicólogo social Odair 
Furtado.
Segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, a cultura é uma forma de 
repressão dos desejos por meio das regras. Quando o sujeito está 
imerso na massa, ocorria o "retorno do reprimido," em que se podem 
quebrar as regras. Em outras palavras, imerso na massa o torcedor, 
dentro ou fora do estádio, encontra uma licença de comportamento que 
não há em outro lugar.
O escritor e jornalista americano Bill Buford conviveu quatros anos 
com torcedores ingleses, conhecidos como hooligans, para tentar 
conhecer seu comportamento violento. Em certos momentos, sentiu como 
se fosse um deles. Seu relato: "A civilização é como uma barreira 
entre mim e algo que não conheço ou não compreendo. Sinto-me atraído 
pelos momentos que isso desaparece, ainda que por um instante fugaz. 
Não conheço excitação maior. É ali ,no limiar de uma experiência anti-
social, incivilizada, que você encontra as experiências exaltadas 
que, por seu risco, sua intensidade, reduzem a autoconsciência a 
cinzas, bloqueiam nosso sentido do pessoal. Essas experiências são 
escassas: êxtase religioso, dor, drogas e violência. Ou integrar uma 
multidão."  [ 11 ]
Seja o futebol, o boxe, gladiadores na arena, ou outras formas 
agressivas de "lazer civilizado," se constituem  uma maquiagem de 
decoro para nossas emoções e impulsos violentos, desequilibrados, 
rebeldes e perversos, que são reprimidos para viabilizar o convívio 
social.
Para terminar esse tópico quero citar algumas frases de notáveis 
estudiosos e observadores do comportamento humano, com relação a 
perversidade da natureza humana. "Somos todos perversos. O que mais 
um reprova no outro, ele achará no seu próprio peito. Vivemos entre 
perversos, sendo nós mesmos perversos." ( Senêca – orador romano e 
conselheiro do imperador Nero )  [ 12 ]
" Vejo o que é melhor e aprovo; contudo, faço o que é pior." ( 
Ovídio – filosofo grego que viveu décadas antes de Cristo ).  [ 13 ]
"Cada um sabe de si mesmo o que não ousaria contar ao seu mais intimo 
amigo." ( Samuel Johnson – moralista Inglês que escreveu em 1749 ` A 
vaidade dos desejos humanos' ) [ 14 ]
"Não vejo falta cometida que eu mesmo não tenha cometido." ( 
J.W.Goethe - poeta alemão) [15] 
"O mal não vem do exterior, nós o carregamos dentro de nós." ( Jean 
François Mattei – filosofo francês, autor de `A barbárie' ).  [ 16 ]
"O mundo não é ruim, só é muito mal freqüentado".( Luís Fernando 
Veríssimo – escritor ) [ 17 ] 
" O ser humano é mau por natureza." ( Hosmany Ramos – ex-cirugião 
plástico, agora recolhido a prisãopor tráfico de drogas, homicídio e 
seqüestro). [ 18 ]
" O mal como o bem, faz parte da condição humana. Antes de combater o 
mal nos demais, cada um deve combatê-lo no interior de si mesmo." ( 
Vilosov  Stevanovic – escritor Sérvio)   [ 19 ]
" Em todo homem há um leão adormecido e acorda-lo é só uma questão de 
oportunidade." (Álvaro Mayrink da Costa – juiz brasileiro renomado). 
[ 20 ]
"O espirito do homem é porco. Por ali passam desejos de todas as 
matizes, que são os mais cruéis e terríveis. O mais generoso dos 
homens, já deve Ter desejado a morte de uns cem (......) qualquer um 
de nós tem instintos homicidas. Se cada um pensar melhor, verá que 
não é impossível  amanhã ser  o agente do crime que hoje reprova." ( 
Valdir Troncoso Peres – famoso criminalista) [21]
 As  Evidências Bíblicas do Pecado.
                         
   De  Gênesis a Apocalipse, as Escrituras Sagradas falam na questão 
do pecado como algo  real, latente  e destruidor, ( Gn 3.1-24 ; Jr 
17.9 ; Sl 14.3 ; Is 53. 6 ; Rm. 3.9 ; 1 Jo 1.8,10 ; Mc 7.20-23 ; Rm. 
7.14-25 ; Ef 2.1,2 ; Pv 4.23 ; Gl 5.19-21 ; Tg 1.13-15 ; 1 Pe. 1.18-
19 ; Ap. 21.8 ).  
 A Natureza Do Pecado E Sua Entrada Na História  
Essa é  a mais dolorosa e dramática história que a humanidade já 
vivenciou. E nesse drama não somos apenas espectadores, mas 
participantes e cúmplice. Sobre isso diz João Calvino: "A Adão foi 
proibida a arvore do conhecimento do bem e mal para testar a sua 
obediência e provar que ele estava, voluntariamente, sob as ordens de 
Deus. O próprio  nome da arvore mostra que o único propósito do 
preceito  era mantê-lo contente com seu quinhão e impedir que se 
ensoberbecesse com ímpia cobiça. Mas, a promessa pela qual ele foi 
impelido a esperar vida eterna tão logo se alimentasse da arvore da 
vida, inversamente, a terrível ameaça de morte, uma vez que provasse 
da arvore do conhecimento do bem e do mal, serviriam para provar e 
exercitar a sua fé. Daí, não é difícil deduzir porque meios Adão 
atraiu sobre si a ira de Deus. De fato, Agostinho fala acertadamente 
quando declara que o orgulho foi o principio de todos os males, pois 
se a ambição não tivesse elevado o homem acima do que era próprio, é 
certo que ele poderia Ter permanecido em seu estado original."  [ 22 ]
Moisés o escritor sagrado do livro de Gênesis, faz a seguinte 
narração: "E o Senhor Deus fez brotar da terra a arvore agradável à 
vista e boa para a comida, bem como a arvore da vida no meio do 
jardim, e a arvore do conhecimento do bem e do mal." ( Gn 2.9 )
Várias vezes, lemos a palavra "bom", é uma das frases repetidas da 
pagina inicial da bíblia. Porém nos deparamos com outra coisa – "a 
arvore da ciência do bem e do mal." Está ai somente no sentido 
potencial e não existente em si mesmo, ela cresce no meio da boa 
criação; e, ademais na narrativa do capitulo dois, lemos: "De toda 
arvore do jardim comerás livremente, mas da arvore da ciência do bem 
e do mal, dela não comerás, porque, no dia em que dela comeres, 
certamente morrerás." (Gn 2.16,17 )
Filosofia ? Poesia ? Ou profecia ? É tudo isso. Para atingir um 
auditório tão universal e heterogêneo; desde um adulto formado à 
criança mais ingênua, desde o mais humilde camponês até a mais 
brilhante mente do século, houve necessidade do relato ter sido 
constituído  dessa  forma.
Verdade ao mesmo tempo simbólica e, no entanto, histórica; 
dramaticamente simplificada e, contudo, psicologicamente mais 
profunda do que a mente de nenhuma geração pôde entender. Linguagem 
simples, ensino lúcido e profundo na sua penetração psicológica. C. 
S. Lewis, referindo-se ao registro de Gênesis 2,3, teceu o seguinte 
comentário: "Presumo que o Espirito Santo não teria permitido que a 
história da arvore do conhecimento do bem e do mal, crescesse na 
igreja e obtivesse a aprovação de grandes doutores, a não ser que ela 
fosse também verdadeira e útil, até o ponto que foi"  [ 23 ]
Muitos encontram dificuldades pelo fato do teste de obediência que 
foi colocado diante do homem ter tido uma enorme repercussão, sendo 
algo tão pequeno ( o fruto proibido). Porém, nos esquecemos que até 
no mundo físico as pequenas coisas podem ter desdobramentos 
gigantescos. A cisão de um átomo, por exemplo, provoca uma reação em 
cadeia que chega ser devastadora – a energia atômica. Em termos 
espirituais, também há conseqüências terríveis pela desobediência do 
menor principio espiritual. Desobedecer dentro dos limites de Adão e 
Eva, foi tão tirano como se tivessem tentado destronizar Deus. Pois 
aquele que desobedece a Ele no menor principio que seja, está de fato 
rejeitando o Seu reinado. A simples desobediência do primeiro casal 
na questão do fruto proibido, demostrou na verdade que eles não 
estavam disposto a se submeter ao governo divino, e que se tivessem 
condições tentariam depor Deus do trono.
A utilidade de cada arvore podemos ver inferida nos respectivos nomes 
que lhe foram atribuídas: A arvore da vida, cujos frutos não foram 
proibidos, assegurava a imortalidade, ou seja, a isenção da 
penalidade da aliança; a arvore do conhecimento do bem e do mal fora 
designada para um propósito diferente e proibido o seu fruto. 
Enquanto se abstivessem do fruto proibido, admitiriam sua 
incapacidade para destinguir entre o bem e o mal, e dependeriam da 
orientação da infinita sabedoria de Deus. Em abstendo-se, reconheciam 
as prerrogativas divinas para decidir o que era bom ou mal. A arvore 
da vida, símbolo do favor divino ; a outra arvore, símbolo da 
prerrogativa divina. Contudo, a proximidade da arvore proibida 
relembrava, permanentemente, ao casal sob provação, que o favor de 
Deus podia ser desfrutado apenas se fosse respeitado a Sua 
prerrogativa. Esse símbolo de autoridade encontrava-se bem no meio do 
jardim para relembrar-lhe o privilégio que tinham de comer todos os 
frutos agradáveis, pela permissão do Supremo Senhor, e que o 
desfrutar dos bens materiais devia ser regulados pela decisão de 
Deus, cuja prerrogativa era conhecer o bem e o mal.
Deus colocou diante do homem duas coisas boas: a arvore da vida e 
arvore do conhecimento do bem e do mal, e não uma coisa boa e outra 
má, como pensam Alguns. Ele proibiu o comer da arvore não porque ela 
era má, mas porque ele queria fazer um simples teste de obediência no 
que diz respeito a sua vontade acatada pelo homem. Teófilo de 
Alexandria, um dos pais da igreja, foi quem disse: "A arvore do 
conhecimento era boa em si mesma e o seu fruto era bom, pois não era 
a arvore , como pensam alguns, mas sim a desobediência que traria a 
morte."  [ 24 ]
Em Gênesis 3,  podemos resumir a tentação do primeiro casal pelo 
diabo,  dessa maneira: "Fê-lo desejar o que Deus havia proibido, 
saber o que Deus não havia revelado e ser o que Deus não tivera a 
intenção que fosse."[ 25 ] Estabelecendo a essência do pecado de 
nossos primeiros pais, temos o seguinte: 
1- Não confiaram na bondade de Deus; 2-  Acreditaram na mentira de 
satanás; 3- Cederam ao apetite físico; 4- Se submeteram a um desejo 
excessivo pelo belo; 5- Cobiçaram uma sabedoria que não era a 
intenção de Deus que tivessem.
Portanto, o primeiro pecado foi o desejo do coração em escolher seus 
próprios interesses ao invés dos interesses de Deus. O ato publico 
simplesmente expressou o pecado que já havia acontecido no coração. 
Nessa transgressão, podemos ver não somente o desejo por uma fruta 
agradável, mas o desejo de isenção da dependência de Deus nas suas 
decisões como regra de conduta. "Arvore desejável para dá 
entendimento," ( Gn. 3.6 ), isto é, para ser independente da 
sabedoria divina. 
Essa foi a natureza da primeira transgressão: Rejeitou a autoridade 
de Deus, usurpou a sua prerrogativa e deixou a suas mentes ao domínio 
do desejo natural.
As Conseqüências do Pecado  Original  
Ao primeiro casal foi conferido os privilégios e as responsabilidades 
da representaçãofederal da raça humana. Eles  tinham o poder de dar 
um destino feliz ou infeliz a história humana, assim como um 
presidente da republica representa toda uma nação, podendo leva-la ao 
progresso ou ao caos. Só  que no caso de Adão e Eva, com 
conseqüências bem maiores. Os desdobramentos seriam não só em termos 
sociais, mas também, em termos morais, físicos e espirituais.
O fato é que nossos representantes legais fracassaram e as 
conseqüências disso foram avassaladoras para todos nós. Passamos 
agora citar as principais, das quais se originaram todas as outras.
1. O EFEITO DO PECADO NO RELACIONAMENTO DO SER HUMANO COM DEUS
O relacionamento harmonioso que proporcionava ao primeiro casal paz 
com o seu Criador, de repente foi quebrado e o que se segue é 
vergonha, culpa, depravação total, vazio existencial, conflito com 
Deus e fuga constante da Sua santa presença. Qual foi o resultado 
disso para a humanidade ?
Morte espiritual ( Ef. 2.1 ; Rm. 5.12 ) 
Entendemos  por morte espiritual a separação do espirito humano de 
Deus. A criatura humana perdeu o verdadeiro propósito de vida para o 
qual foi projetada – A comunhão com o Criador. Os desdobramentos 
dessa morte espiritual são : 
Crise existencial – Milhares de pessoas todos os dias tentam amenizar 
esta crise consumindo álcool, drogas, psicotropicos, ou se envolvendo 
em casos amorosos proibidos e embalos noturnos. Todavia, essas mesmas 
pessoas são vazias existencialmente e quando colocam a cabeça no 
travesseiro a noite, essa realidade se torna latente.
O Prozac é o antidepressivo  mais consumido no mundo. A doença do 
século é a depressão. "De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 
em 2020 a depressão será a segunda moléstia que mais roubará tempo da 
vida útil da população. Perderá apenas para as doenças do coração 
( ... ) Sem nenhum tratamento preventivo, os médicos dão como certo 
que vão surgir 2 milhões de novos deprimidos no mundo a cada ano. Só 
no Brasil, 10 milhões de pessoas sofrem hoje da doença."  [ 26 ]
O suicídio também é uma marca distinta da crise existencial. Segundo 
os dados da OMS em um grupo de 100.000 habitantes entre a faixa 
etária de 15 a 24 anos, 6, 2 % (6 000 ) suicidam-se no Brasil; 22 % 
( 20 000 )suicidam-se nos Estados Unidos. .Entre a faixa etária de 25 
a 34 anos, o percentual no Brasil é de 9,5 % ( 9.500.00 ) ; nos 
Estados Unidos é de 24 % ( 24.000 ).E na medida que a faixa etária 
aumenta, proporcionalmente aumenta também o percentual de suicídios, 
tendo seu maior índice na faixa etária de 70 anos acima, em 17, 6 ( 
17.600 ) no Brasil e 57, 9 % (57.200 ) nos Estados Unidos. 
De fato, a morte espiritual provocou essa insatisfação interior que 
leva a criatura humana buscar satisfação em tudo, no entanto, sem 
encontrar realização plena em nada. Ivo Pintanguy, o mais famoso 
cirurgião plástico do Brasil, que já operou acima de 60 mil pacientes 
em 40 anos de profissão, admite que alguns dos seus clientes precisam 
mais de uma orientação psicológica do que uma cirurgia plástica. Ele 
percebeu que a insatisfação obsessiva com a aparência física, reflete 
a insatisfação interior. 
Culpa.  É um estado de espirito que leva a pessoa  a se sentir 
merecedora do castigo pela violação da Lei moral. A culpa do pecado 
original de Adão, como cabeça federal da raça humana, é imputada a 
todos os seus descendentes. E não é meramente uma questão de ser ou 
se sentir culpado pelo pecado de outro, mas sim, pelo nosso próprio 
pecado. Isso porque todos nós, segundo os ensinamentos da Bíblia 
sagrada, estávamos nos lombos de Adão quando esse pecou – o justo 
Deus jamais puniria toda a raça humana com a sentença de morte ( 
física, espiritual e eterna ) se de alguma forma ela não estivesse 
ali representada em Adão , isto é ; substancialmente e não 
individualmente.
A semente do pecado que carregamos em nossos genes desde o ventre 
materno, ao florescer, nos leva a autenticar com o nosso próprio 
comportamento o pecado original, tornando-nos merecedores da culpa 
imputada.
Por mais que a psicologia moderna tente libertar o homem do 
sentimento de culpa, mais cedo ou mais tarde, esse sentimento aparece 
de forma intensa e principalmente na hora do leito da morte, quando 
uma espécie de ajuste de contas invade a consciência do moribundo ; 
que depara-se com a dura realidade que a vida passou, e ele não se 
preparou para o além-túmulo.   
Depravação moral ( Gn. 8.21 ;Sl. 51.5 ; Sl. 58. 3 ; Rm. 3:10-23 ; Mc. 
7. 20-23 ) 
Aquele ato de  desobediência de Adão não foi apenas um mal exemplo 
para a humanidade, mas algo que produziu uma mudança constitucional 
de natureza, gerando assim impureza e poluição dentro do coração. 
Isso por sua vez, resultou em um principio corruptor inato. Se Adão 
obedecesse e passasse no teste ao qual ele foi submetido, se 
estabeleceria um principio de crescimento espiritual e moral. Essa 
prova, a qual o primeiro casal foi submetido, tinha como meta o 
desenvolvimento do ser humano como criatura moral, ou seja, a 
liberdade de pensar, de escolher, de consciência; e tudo isso com a 
responsabilidade de seus atos. 
O pastor Raimundo de Oliveira comenta : " A admoestação de Deus no 
sentido de que o homem não comesse do fruto da arvore do conhecimento 
do bem e do mal não tinha o propósito simplesmente proibitivo. 
Visava, sobretudo, testar a capacidade de obediência do homem, e 
promover seu crescimento espiritual e moral. Nenhuma autoridade de 
bom senso estabeleceria leis tendo em mente que elas seriam 
quebradas, mas sim, obedecidas; contribuindo dessa forma para o bem 
da sociedade que governa."  [ 27 ]
A opção de Deus por uma criatura moral livre ( a opção mais amorosa 
que podia existir ) implicava na possibilidade dessa mesma criatura 
usar a escolha consciente para optar pelo mal ao invés do bem ; pela 
própria vontade ao invés da vontade de Deus. Isso por sua vez, 
resultaria na degradação moral no lugar da evolução moral. E foi 
justamente o que ocorreu. A parti daí a natureza humana sofreu uma 
mudança radical. Agora se inclinaria mais para o mal do que para o 
bem ; mais para a desobediência do que para a obediência ; mais para 
aquilo que é carnal do que para aquilo que é espiritual ; mais para o 
terreno do que para o celeste ; mais para o diabo do que para Deus.   
A extensão da depravação moral atinge o homem como um todo. Todas as 
suas faculdades mentais, intelectuais, sentimentais, afetivas e 
vocacionais foram afetadas, levando-as a um constante retrocesso na 
maldade e a uma ativa oposição a Deus. Vale ressaltar, que a 
depravação total do homem não quer dizer que ele chegou até o ultimo 
grau de maldade, não existindo assim nada de bom em alguma área da 
constituição do seu ser. Absolutamente não! Porque se assim fosse ele 
seria semelhante aos demônios, não existindo qualquer possibilidade 
de salvação. De alguma forma a graça de Deus restringiu a depravação 
no ser humano, para não chegar ao grau que chegou no caso dos 
demônios. Dessa forma, ainda há esperança de salvação para a criatura 
humana, como também coisas boas podem brotar dos seus sentimentos, 
intelecto e vontade. As artes, a poesia, uma vacina contra uma 
doença, atitudes de cidadania, benevolência e de caridade, comprovam  
essa verdade.
O doutor H. V. Smith, com relação a isso, comenta : "A depravação 
total nunca quer dizer que os homens são tão maus como podem ser, sem 
que tenha em sua condição natural certas qualidades amáveis, nem que 
não tenham virtudes em um sentido limitado. Porém, quer dizer, em 
primeiro lugar, que a depravação e a condição pecaminosa dos homens 
afetam todos em seus intelectos, sentimentos, corações e vontades. Em 
segundo lugar, que cada pessoa não regenerada, algum afeto inferior é 
supremo. Em terceiro, que cada um deste está  destituído do amor de 
Deus."  [ 28 ]
João  Calvino, que defendeu ardorosamente  a depravação e a 
corrupçãodo ser humano em toda a extensão do seu ser, admitia que " 
em relação as coisas de baixo, a natureza humana, graças aos seus 
dotes naturais, era criativa, perceptiva, capaz de realizações 
verdadeiramente notáveis ; mas, em relação as coisas do auto, era 
corrupta, impotente, incapaz de dar o menor passo em direção à sua 
salvação."  [ 29 ] 
Os desdobramentos da depravação moral são os seguintes :  
A Perda da semelhança moral com Deus – O projeto  do criador era que 
o homem evoluísse moralmente até se identificar com Ele. No entanto, 
esse projeto foi interrompido com a queda, e por conseguinte o ser 
humano tem descido aos mais baixos níveis de degradação moral. Essa 
deformação de caráter é percebida até por pessoas que não tem 
entendimento bíblico. Millôr Fernandes, por exemplo, comenta : "só há 
plástica no rosto, no seio, nas nádegas, na careca e na papada. E 
nenhum Pitanguy para inventar uma plástica no caráter."[ 30 ] A 
modelo alemã Claudia Schiffer, uma das mulheres mais lindas do mundo, 
quando esteve no Brasil em 1996, surpreendeu a todos ao responder à 
pergunta de um reporte : " se tivesse de escolher entre ser bonita ou 
rica, o que você preferiria ? " A moça que além de tudo é muito rica 
( dois anos antes havia faturado 5,3 milhões de dólares ) , 
simplesmente respondeu : " Acho que preferiria cuidar da beleza 
interior. É alguma coisa para sempre. Não termina , como o dinheiro e 
a beleza externa. A beleza interna faz diferença. Alguém com 
personalidade, caráter e integridade, torna-se mais atraente. Muitas 
pessoas aparentemente bonitas revelam, depois de algum tempo, não ter 
caráter  –  e, consequentemente, deixam de ser tão bonitas como 
achávamos antes."  [  31 ]
A decadência moral é notória. As revistas Época, Isto é, Super 
Interessante, Veja, Nwsweek, Time, Christianity Today e o jornal do 
Brasil, apresentaram os seguintes dados sobre a depravação 
moral : "Na África do Sul são registrado 50 mil estupros por ano. São 
116 ocorrências por grupo de 100 mil pessoas."  "Técnicos da telecom. 
revelam que os parlamentares da câmara de deputados da Colômbia 
gastam 23 mil dólares por mês com serviços de disque-Sex." "Na Europa 
há 75 mil brasileiras que trabalham como prostitutas."  "De novembro 
de 1999 a fevereiro de 2001, 28 milhões de pessoas acessaram os sites 
pornográficos ( mais de 40 acessos por segundos )." " Estima-se que o 
mercado da pedofilia, em ação nos Estados Unidos e no Leste europeu, 
fature 5 bilhões de dólares anuais. Digites as palavras-chave "teen 
nude" no Google, um dos programas de busca na Web, e você obterá nada 
menos que 596.000 sites que vendem o erotismo infantil."  "A cada 
hora são realizados 5.708 abortos ao redor do mundo ( 50 milhões por 
ano). Só no Brasil, são 160 por hora ou 1,4 milhão por ano." "trinta 
mil mulheres exercem legalmente a profissão de prostituta na Holanda 
( quase uma prostituta por cada quilometro quadrado )."  "Há 1.600 
Estrelas de pornô na cidade de Los Angeles, EUA."  "Em Buenos Aires, 
há 11 mil prostitutas sob o guarda-chuva da associação de meretrizes 
da Argentina."  "Na década de 80, 20 % dos então 57 mil padres 
católicos dos Estados Unidos erram homossexuais. Destes, a metade 
praticava o homossexualismo ( cerca de 5. 700 )."  " Há pastores, 
pastoras e leigos protestantes envolvidos com pornografia via 
Internet nos Estados Unidos."  "Há cada ano, 2 milhões de meninas de 
5 a 15 anos entram para prostituição."  "Com a legalização do 
casamento civil de homossexuais a partir de 1 de Abril de 2001, 4 mil 
duplas do mesmo sexo pretendem se casar na Holanda."  "O numero de 
adolescentes brasileiras entre 15 a 19 anos que deverão dar à luz 
este ano ( 2001 ) é de 800 mil – o dobro em relação à década de 
80."[32]   
Não há como negar, a decadência moral é algo irrefutável, 
incontestável e inegável. Não é alguma coisa esporádica, mas é uma 
mania, uma tendência, uma índole e uma inclinação. Profissionais bem 
sucedidos, bem casados, bem conceituados, respeitáveis, de repente, 
manifestam desejos e hábitos pervertidos e inaceitáveis até mesmo 
para aqueles que não são religiosos. A pedofilia é um exemplo disso. 
Temos visto nos telejornais e revistas, casos que envolvem 
professores, médicos, radialistas, padres, ou seja, pessoas 
instruídas e que até então tinham uma reputação acima de qualquer 
suspeita. A revista Época do dia 21 de janeiro de 2002, traz uma 
matéria de capa sobre a pedofilia na igreja. Clérigos do Brasil e do 
mundo inteiro, envolvidos em escândalos de abuso sexual com menores. 
No final de Março de 2002, os noticiários alardearam  as praticas de 
pedofilia envolvendo um conceituadíssimo médico do Brasil – Eugênio 
Chipkvitch. A famosa cantora mexicana Glória Trevi, está detida no 
Brasil há mais de 20  meses por aliciamento de menores no trafico da 
prostituição infantil. No inicio de Abril de 2002, um radialista do 
Ceará, um outro de Minas Gerais e um professor do Rio de Janeiro 
foram acusados de prostituição infantil. 
Na matéria da Super Interessante de Maio, vemos que tanto a OMS como 
a Psicanálise, definem a pedofilia não como una doença, mas como uma 
perversão sexual. O psiquiatra francês entrevistado, especializado em 
pedofilia, Patrick Duaigre, defende a existência de dois tipos de 
pedofilia : "a de situação e preferencial. A primeira talvez seja o 
tipo mais difícil de detectar. Alguns adultos, principalmente homens, 
atacam crianças sem, no entanto, se sentirem excitadas com elas. Na 
maior parte dos casos são atos isolados e que, muitas vezes, não irão 
se repetir no futuro." De acordo com os especialistas, como o 
psicólogo David L Burton – especialista em agressão infantil da 
universidade de Michigan e membro do conselho diretivo da Associação 
Para Tratamento de Abusos Sexuais, nos Estados Unidos – cerca  de 80 
% dos casos de abuso sexual de crianças ocorrem na intimidade do lar: 
pais, tios e padrastos são os principais agressores. Uma estatística 
levantada pelo Laboratório do Estudo da Criança ( Lacri ) da 
Universidade de São Paulo ( USP ),  registra 1.723 casos de violência 
sexual contra menores no âmbito domestico, durante o ano de 2001. 
Isso no que diz respeito apenas aqueles episódios que chegaram às 
instancias oficiais, como as varas de famílias. "os casos são muito 
mais numerosos do que nós sabemos", diz a coordenadora do Lacri, a 
professora de psicologia da USP Maria Amélia Azevedo.  [ 33 ]
A matéria também nos mostra que esse tipo de perversão está presente 
em todas as culturas e épocas. Desde a antiga Grécia, onde rapazes 
eram iniciados na vida sexual por homens mais velhos( por causa desse 
costume foi criado o termo efebo ) ; passando pela idade média, na 
qual havia uma verdadeira obsessão dos homens maduros por meninas que 
mal atingiam a puberdade; chegando aos dias atuais, nos quais podemos 
constatar que a idade ideal para contrair matrimônio em 450 culturas 
é entre 12 e 15 anos. A religião não fica de fora. Maomé, fundador do 
Islamismo, tinha 53 anos quando desposou uma de suas mulheres,  Aixa 
de apenas 08 anos de idade. Em alguns mosteiros budista no Tibete, 
até hoje sobrevive uma tradição de novatos dormirem com monges mais 
experientes. No hinduísmo antigo, a casta dos Nayar estimulava 
experiências sexuais de meninas, antes da primeira menstruação. No 
catolicismo, os casos de pedofilia envolvendo sacerdotes vieram a 
publico de maneira acintosa. .Os meios de comunicação também nos 
cercam com imagens que nos tornam presas – muitas vezes 
inconscientes – do poder libidinoso da infância e da 
puberdade. "experimente ligar a TV, folhear uma revista, acessar a 
Internet; lá estão Xuxa e seus baixinhos, Sandy, Britney Speaars, 
desfiles de moda com a beleza evanescente de efebos e ninfetas de 13 
anos ( .... ) ao lado de impor a lei, deveríamos olhar para o que 
está passando na TV e o que sai nas revistas, e perceberque 
provavelmente estamos há bastante tempo fomentando o erotismo 
infantil. Mesmo sem consciência disso." Na Internet são 596 000 sites 
que vendem o pornografia  infantil. Um dos psicanalista mais 
respeitados na atualidade, o belga Serge André, faz a chocante, mas 
verdadeira afirmação: "somos todos um pouco pedófilos."  [ 34 ]  
Essa perda de semelhança moral com o Criador pode ser comprovada não 
apenas por meio da perversão sexual, mas também, pela falta de 
integridade e honestidade por parte das pessoas de um modo geral. O 
senador Pedro Simon, disse com muita propriedade : "O povo brasileiro 
não é mais corrupto que o americano, o francês ou japonês. A 
diferença é que em outros países existe punição."  [ 35 ] 
A destituição do amor supremo a Deus, substituindo-o por afetos 
inferiores – A outra conseqüência catastrófica da depravação moral 
foi entronizar afetos inferiores no lugar do amor supremo a Deus. O 
pecado original destituiu o amor ao criador e entronizou o amor a si 
mesmo. É claro que devemos nos amar, até mesmo porque Jesus 
disse : "amarás ao teu próximo como a ti mesmo" ( Mt.22.39 b ). No 
entanto, o amor a si próprio não pode ser colocado hedonisticamente e 
egoisticamente como o alvo supremo da vida. Quando isso acontece o 
que temos é corrupção, injustiça social, lares esfacelados, 
infidelidade, violência, terrorismo, ódio, inveja, cobiça, golpes, 
traição, disputas mesquinhas e desonestas, enfim, toda a sorte de 
destruição e miséria.
David Clark no seu compêndio de teologia sistemática, nos diz : " O 
mal não está em que o homem ande de acordo com sua própria vontade ou 
desejo, mas em que a sua vontade não esteja em harmonia com a vontade 
de Deus."[36] Por causa do pecado original que substituiu o amor 
supremo a Deus por afetos inferiores, como o egoísmo, nós vemos, por 
exemplo, "12.713.819 hectares na Amazônia pertencendo a uma só 
pessoa – o maior latifundiário do mundo." [37] Enquanto milhões vivem 
sem terra, sem teto, sem nada. Temos também o terrorismo de massas 
que eclodiu no Ocidente; mais por causa da concentração de riquezas 
das super potências, do que meramente por questões ideológicas e 
religiosas. Pelo menos é essa a análise dos catorzes maiores 
estudiosos e pensadores do mundo – entre os quais; economistas, 
políticos, sociólogos, ensaístas, militares e historiadores de oitos 
países  –  entrevistados pela revista Veja com relação a onda de 
terror que inaugurou o novo milênio.  [ 38 ] 
O congresso de lauzanne sintetizou da seguinte forma a situação do 
mundo no qual vivemos : "imaginemos que a população do mundo fosse 
condensado do tamanho de uma vila, com uma população de cem pessoas. 
Nesta vila , 67 das cem pessoas seriam pobres; as outras 33 estariam 
entre a classe média e os abastados. Do total da população, somente 7 
seriam norte-americanos. Os outros 93 observariam os 7 gastarem a 
metade de todo o dinheiro. Comerem toda a comida e gastarem a metade 
de toda a energia. Estes teriam dez vezes mais médicos que os outros 
93. Nesse ínterim, os 7 continuariam a ganhar cada vez mais e os 
outros 93, cada vez mais pobres. Pois, para sustentar um norte-
americano, gasta-se 56.000.00 de galões de água, 37.000 galões de 
gasolinas, 5,5 toneladas de carne, 9 toneladas de leite. Os Estados 
Unidos gastam mais com fertilizantes nos jardins de suas lindas 
residências do que a Índia com toda sua produção agrícola. Gastam  
mais energia com ar-condicionado do que toda a china, com uma 
população seis vezes maior. Vinte e uma nações africanas, ou seja, 
quase a metade de toda a África, sofrem de deficiência de alimentos. 
Enquanto mais da metade do planeta morre de fome, de subnutrição ou 
de doenças tropicais incuráveis, bilhões e bilhões de dólares são 
gasto com armamento – uma percentagem infinitamente maior que o gasto 
na ajuda filantrópica mundial."  [ 39 ]
Será que tudo isso não demonstra a destituição do amor supremo a 
Deus ? A Bíblia diz : "Se alguém disser: eu amo a Deus e odiar seu 
irmão é mentiroso, pois aquele que não ama a seu irmão a quem vê, 
como pode amar a Deus que não pode ver ?" ( 1 Jo.4.20 ). A esse 
respeito comenta John L. Dagg : "O amor de Deus está destronado dos 
seus corações; assim faltando esse grandioso principio não existe 
verdadeira moralidade. A total depravação é a total ausência desse 
grande principio que deveria controlar e dirigir nossas ações."   [ 
40 ]            
2 . O EFEITO DO PECADO  SOBRE OS CORPOS FÍSICOS
       
Dentre os efeitos catastróficos do primeiro pecado, destacamos 
também, àqueles sobre os corpos físicos. A vulnerabilidade, 
envelhecimento, adoecimento, decomposição e morte penetraram no nível 
molecular e psíquico. A vida passou a ser caracterizada pelo 
sofrimento que começa ainda no ventre, pois recebe toda a carga 
hereditária positiva e negativa, estendendo-se por toda a vida e 
culminando na maior dor – a morte. Classificamos, portanto, os 
efeitos sobres os corpos físicos de duas formas: 
Morte física  ( Gn.2.17; Rm.5.12; Hb.9.27 ) 
Quando Deus advertiu Adão que  se ele desobedecesse, rejeitando o Seu 
comando, certamente morreria, também se referia a dimensão física. 
Morte significa separação, e no caso do ser humano seria separado 
tanto do criador ( morte espiritual e eterna ), como também do meio 
ambiente ( morte física ). Imediatamente após  o delito, Deus 
sentenciou a pena : "Porque tu és pó, e ao pó tornarás" ( Gn.3.19 ). 
O apostolo Paulo ao falar da doutrina do pecado, escrevendo à igreja 
de Roma, disse : "Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo o 
pecado, a morte" ( Rm.5.12 ). Ao escrever a igreja de Corinto, ele 
asseverou: "Pois assim como em Adão todos morreram"(1 Co.15.22 ). 
Estes textos nos revelam a doutrina da morte física, espiritual e 
eterna, como salário do pecado (Rm.6.23 ). Charles Hodge em seu 
comentário sobre romanos, diz : "O fato da Ressurreição ser parte da 
Redenção leva, por inferência, a posição que a morte do corpo é uma 
parte do mal ou castigo que foi a conseqüência do pecado e do qual a 
Redenção deve nos livrar."  [  41 ]
A idéia advogada pelos racionalistas como Kant, Hegel, Ritschli e 
outros, de que a morte faz parte da constituição da criação, sendo 
uma necessidade da natureza, é totalmente contrária à própria 
anatomia do corpo humano, na qual seu organismo se renova a cada sete 
anos e que relativamente são poucas as pessoas que morrem de exaustão 
e na idade provectica. Em proporção maior morrem de doenças, 
assassinatos e acidentes. Além do que, essa idéia é totalmente 
inconsistente com o fato da morte não ser encarada por ninguém como 
algo natural – por mais que todos saibam que um dia vão morrer – mas 
sim, como uma interferência na vida e que é inaceitável. Em outras 
palavras o homem não foi feito para morte, ela é uma intrusa no bom 
mundo de Deus. 
A revista Super interessante, Fevereiro de 2002, traz uma matéria de 
capa sobre a morte – que  apesar de ser natural, nos aterroriza 
tanto. Nela, os psicólogos, médicos, antropólogos, sociólogos, 
religiosos e filósofos consultados, afirmam que toda essa cultura de 
obsessão pela beleza e jovialidade; de apego aos bens de consumo; de 
corpo jovem e malhado como sinônimo de vida saudável; de velhice 
solitária e indesejável; de moribundos isolados e abandonados; de UTI 
fria e insensível que priva os pacientes terminais do afeto e do amor 
dos familiares, enfim, tudo isso demonstra o antagonismo a idéia da 
morte. "O maior desejo do homem é a imortalidade", diz a psicóloga 
Ingrid Esslinger, da UPS. "A idéia da não existência provoca tal 
desconforto que a mente humana acaba criando alguns mecanismos de 
defesa, para fugir dessa realidade",  diz o psicanalista e psiquiatra 
Roosevelt Smeke Cassorla, da sociedade brasileira de psicanálise, em 
São Paulo. "Desde os tempos mais remotos, os homens já enxergavam a 
morte como elemento antagônicoa vida – e não como parte integrante e 
inseparável dela", diz o antropólogo Guillermo Ruben da Unicamp. [  
42 ]  
O pecado deixou essa marca indelével na raça humana, da qual ninguém 
pode se livrar. Há um provérbio russo que diz : "Não se morre mais de 
uma vez, mas dessa viagem ninguém escapa."  A revista Ultimato traz 
uma matéria na qual apresenta a realidade de que a humanidade se 
constitui em seis bilhões de pecadores; de injustos; de selvagens; de 
complicados e de mortais. Sobre o fato de sermos mortais,  
comenta: "Apesar do avanço da medicina e da ciência, ainda somos como 
a ` relva que de madrugada viceja e floresce e a tarde murcha e seca' 
( Sl.90.6 ). Ou como a `sombra que declina' ( Sl.102.11 ). Ainda 
somos estrangeiros e peregrinos, como pessoas que estão de passagem 
por aqui, sem permanência ( 1 Cr.29.15 ). Nossos dias ainda tem `o 
comprimento de alguns palmos' ( Sl.39.5). Não nos livramos ainda da 
morte somatopsíquica, do médico legista, do atestado de óbito, do 
velório, da agência funerária, do caixão de defunto, do oficio 
fúnebre, do coveiro, da necrópole, do sepultamento, da decomposição 
do corpo, e da redução deste ao pó (Ec.12.6-7)."  [  43 ]
Contudo, a morte, num mundo de pecado como o nosso, acaba sendo um 
instrumento da misericórdia de Deus para nos poupar da maldade e 
sofrimento sem fim. " Se Deus não tivesse pronunciado a sentença de 
morte a todos os seres humanos depois de caídos, todos continuariam 
vivendo em seus pecados e maldade, até que a terra se tornasse o 
próprio inferno. Imaginemo-nos vivendo no mundo em que prosseguissem, 
ao mesmo tempo, as maiores aberrações morais e os maiores déspotas da 
história. Que se faria num mundo em que na mesma época vivessem Caim, 
Lameque, Manassés, Antíoco Epifânio, Nero, Hitler, Stalin, Idi Amim e 
o aiatolá Komeine ? Acreditamos que isso seria um inferno. Você 
gostaria de viver nesse mundo ? Imagine você fazendo um concurso 
publico no qual homens de sete mil anos de idade estivessem 
concorrendo. Você teria condições de concorrer com essas feras de 
cultura milenar ? imaginem, também, que o nosso mundo é terrivelmente 
manipulado por uns poucos, que concentram as riquezas e o poder em 
suas mãos. Esses déspotas tornam-se  poderosos no espaço de apenas 
uma geração, mas quando eles morrem a terra respira. Você já pensou 
no aconteceria se eles vivessem para sempre ? De quem seria esse 
mundo ? Talvez conseguíssemos contar numa só mão os seus donos."  [ 
44 ]  
Deus é sábio e justo, até mesmo quando sentencia o homem com a morte 
num mundo caído por causa pecado. 
Sofrimento físico (Rm.8.18-23; 1 Co.15.53 ) 
No seu livro "A peste", Camões diz : "Se você estiver em uma tribo e 
acontecer que uma peste bubônica se alastre no lugar, você estará em 
sérios apuros. Porque se você lutar a favor dos médicos, que estão 
combatendo a doença, então, estará lutando contra Deus;  se não lutar 
a favor dos médicos para estirpar a peste, então estará lutando 
contra o homem."[45]  O que Camus afirma com isso é que a peste, as 
enfermidades e o sofrimento foram criados por Deus. Entretanto, não é 
verdade. A Bíblia ensina que foi o Pecado Original que provocou toda 
a tragédia e caos que envolve o reino mineral, vegetal, microorganico 
e animal. Os germes destrutivos começaram a permear o cosmo. Os micro-
organismos entraram em estado de beligerância. As doenças se 
instauraram na natureza física. A mente e os corpos físicos foram 
submetidos ao processo de esgotamento, adoecimento, envelhecimento, 
morte e degradação. Apesar da teoria da evolução colocar o homem em 
processo de maior força mental e corporal, no entanto, essa tese é 
refutada pela realidade que tudo no universo está desintegrando-se e 
não evoluindo. Uma das mais bem comprovada lei da física moderna, a 
Segunda lei da termodinâmica, comprova a veracidade dessa afirmação. 
Trata-se da lei da entropia, a qual declara que "em qualquer 
transferência ou mudança de energia, embora a quantidade de energia 
permanece sem alteração, a quantidade de energia disponível e útil 
sempre diminui."[46] E  também   diz: "todo sistema abandonado à sua 
sorte sempre tende a mover-se da ordem para a desordem, e que a 
energia tende a ser transformada a níveis mais baixos de 
disponibilidade, chegando finalmente ao estado de completa 
casualidade e indisponibilidade para qualquer trabalho ulterior. 
Quando toda a energia do cosmo for degradada a uma energia térmica 
casual, com movimento casual de moléculas e temperatura uniforme de 
baixo nível, o universo terá morrido de uma `morte térmica.'" [ 47 ] 
Isso implica em degradação e não em evolução. 
Todo o universo está se desintegrando: as estrelas morrendo e 
esfriando; a crosta terrestre envelhecendo; a biodiversidade na terra 
reduzindo-se, ou seja, o mundo físico em pleno processo de 
degradação. "A medicina já faz as contas: são 35 mil rótulos para 
males que vão da simples dor de barriga aos processos cancerígenos 
graves. Um terço dessas doenças são de origem genética. Só tumores 
malignos há 802 diferentes tipos. Oficialmente são 300 mil novos 
casos de câncer por ano só no Brasil. Na verdade, os especialista 
garantem que o numero é três vezes maior e pode chegar a 1 milhão. A 
cada ano os problemas de coração causam a morte de 300 mil 
brasileiros e os tumores fazem 114 mil vitimas fatais (  no mundo são 
7 milhões ). Nos últimos 20 anos, 100 mil brasileiros portadores do 
vírus da AIDS morreram ( no mundo foram 21,8 milhões ). O Brasil tem 
101 escolas de medicina, 14 médicos para cada 10 mil habitantes ( 
numero superior aos parâmetros da Organização Mundial da Saúde ) e 
uma farmácia para cada 3 mil habitantes ( pela OMS poderia ser uma 
para cada 8 mil ).  Ex- presidente da Associação Mundial de 
Psiquiatria, o médico brasileiro Jorge Alberto da Costa e Silva, 
lamenta que já tenha catalogado quase 500 tipos de transtornos 
mentais e de comportamento. O número de pessoas ao redor do mundo que 
padecem de algum tipo de perturbação mental, neurológica ou 
psicológica .... é um pouco menor que a população da América do Norte 
e da Central ( 400 milhões de habitantes ). Na edição de 2 de abril 
de 2001, a revista Time estampou em ordem alfabética uma relação de 
311 fobias...."   [ 48 ]
Todo o sofrimento provocado pelas enfermidades físicas e pelas 
perturbações mentais atestam os efeitos do pecado no mundo físico. 
Vale ressaltar, que apesar de todo pecado ser considerado um mal, nem 
todo mal físico pode ser considerado um pecado – ainda que em ultima 
instancia tenha sua origem nele. Não podemos associar numa relação 
direta a doença ou o sofrimento ao pecado. Conquanto, o principio 
causador de todo o sofrimento físico tenha sido o Pecado Original, no 
entanto não significa necessariamente que a pessoa esteja em pecado 
pelo fato de estar sofrendo. 
3. O  EFEITO DO PECADO SOBRE O MEIO AMBIENTE 
Em  Gênesis 3, lemos que a terra também foi afetada: "Maldita é terra 
por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias da 
tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva 
do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que torne a 
terra" ( Gn.3.17-19 ). Podemos, ainda, constatar essa verdade em 
textos como os de Is.11.6-9; 65.25 e Os.2.18; que nos revelam a 
restauração do meio ambiente como algo que faz parte do projeto 
redentor. Isso implica que a natureza e o cosmo foram afetados pelo 
pecado do homem. Por conta disso, no meio ambiente começou a surgir 
terremotos, tornados, ciclones, maremotos, erosão, secas, enchentes, 
animais predadores, bactérias nocivas, distúrbios nos ciclos 
astronômicos que por sua vez afetam o clima cá em baixo.
Dizer que as tragédias naturais são apenas conseqüências  da 
poluição, do desmatamento e dos poluentes – decorrentes do processo 
de industrialização – é ser superficial demais na análise dos fatos.Segundo estudos e pesquisas realizadas, povos como os Mais – 
dominaram a América central até o século VIII, os Acadianos – que 
formaram a primeira cidade da Mesopotâmia, desapareceram do mapa por 
causa das catástrofes naturais. E esses povos existiram há milanos 
antes de se iniciar o processo mundial de industrialização. Portanto, 
não dá para atribuir apenas ao progresso e a industrialização os 
distúrbios que ocorrem na natureza. É verdade que eles são 
responsáveis por boa parte das catástrofes naturais, como o efeito 
estufa. Entretanto, as pesquisas cientificas nos revelam que as 
mudanças nos ciclos astronômicos, como a variação da posição do sol 
em relação a terra que "altera a incidência de luz sobre certas áreas 
do globo," [49] também afetam grandemente a natureza aqui embaixo. E 
isso nada tem haver com poluição. 
O pecado afetou grandemente tanto o macrocosmo, como o 
microcosmo. "segundo a Cruz Vermelha, 25 milhões de pessoas foram 
expulsas de suas casas no ano passado por causa das catástrofes 
naturais ( o furacão que assolou o Caribe, os terremotos do 
Afeganistão, o ciclone de Bangladesh e outros flagelos como secas, 
incêndios e inundações )." [ 50 ] "Peritos advertem que o surgimento 
de variedade de bactérias que não podem ser destruídas pelo arsenal 
contemporâneo de antibiótico, poderá ser um problema para a saúde 
publica, pior do que a AIDS. Doenças consideradas vencidas como, 
tuberculose, pneumonia, meningite, infeções por estafilococos, estão 
se tornando incontroláveis. Bactérias comuns que causam de tudo, 
desde infeções de ouvido em criancinhas à pneumonia, poderão se 
tornar `super germes' resistente à vancomicina e  outras drogas. 
Cientistas esperam nada menos que uma catástrofe medica, advertiu o 
Dr. Alexandre Tomaz da universidade Rockefeller na cidade de Nova 
Iorque em 1994, numa reunião da American Association for the  
Advancement of. Science."  [ 51 ] 
Na medida que o pecado se intensifica na face da terra, aumenta 
proporcionalmente os seus efeitos na natureza. Mesmo depois da queda –
do pecado Ter se instaurado no cosmo – o tempo de vida era 
consideravelmente longo. Adão ainda durou 930 anos. Matusalém viveu 
960 ( Gn.5.5,27 ). Mas a parti do momento que a pecaminosidade 
começou a se alastrar, reduziu-se também o tempo e o nível de 
vida. "Então disse o Senhor: O meu Espirito não agirá para sempre no 
homem ; pois este é carnal ;  e os seus dias serão cento e vinte 
anos" ( Gn.6.3,5 ). De alguma forma direta isso tem ligação com a 
desordem na natureza. " Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não 
por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou. Na esperança 
de que a própria criação seja redimida do cativeiro da corrupção para 
a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a 
criação, a um só tempo, geme e suporta angustias até agora" ( Rm.8.20-
22 ). 
Essa realidade pode ser constatada pelo aumento progressivo de 
catástrofes naturais. " O universal Almanac informa que entre os anos 
1000 e 1800 ocorreram apenas 21 terremotos mais significativos. Mas, 
entre 1800 e 1900 houve 18 terremotos de grande porte. Nos 50 anos 
seguintes, de 1900 a 1950, ocorreram 33 terremotos de larga 
envergadura – quase o mesmo numero que nos 850 anos anteriores ! 
Entre 1950 e 1991 foram 93 os terremotos de maior porte – quase o 
triplo dos ocorridos no meio século anterior – que tiraram a vida de 
1 milhão e 300 mil pessoas."  [ 52 ]
Atribuir toda essa realidade à industrialização é ser bastante 
simplista, e negar as próprias evidências cientificas, que nos 
mostram as catástrofes naturais como algo bastante antigo. Em uma 
análise mais profunda, veremos que o aumento do caos natural é 
proporcional ao aumento da degradação moral. No começo era um 
ambiente mais perfeito e belo. Agora, um que é imperfeito e quase 
hostil – tendo sido mudado, indubitavelmente, por causa do pecado. 
O trabalho e o esforço humano também foram afetados pelo o Pecado 
original. Todo trabalho retém a sua dignidade recebida de Deus ( 
Pv.6.6 ). Contudo, o labor desgastante e estressante devido a 
maldição do pecado não estava no projeto original de Deus, "no suor 
do seu rosto comerás o pão"(Gn.3.19). Existem várias espécies de 
suor : O suor decorrente da cobiça desvairada pelo dinheiro ; o suor 
da luta desigual e desumana entre administradores e os administrados; 
o suor da luta dos sindicatos pelos seus direitos negados; o suor da 
cobiça, do poder que mata e destrói em detrimento de seus fins. Essas 
formas de derramar suor, certamente, não estavam  no projeto original 
de Deus para a raça humana. 
Em geral, todas as pessoas – independente de serem religiosas ou não –
alimentam uma tênue e confusa esperança de que algo bom vá acontecer 
em algum futuro próximo ou remoto. Pois essa esperança é claramente 
anunciada na Bíblia, que nos mostra a história da Redenção começando 
no jardim do Éden, passando pelo jardim da agonia ( Getsêmani ) e 
desaguando na Nova Jerusalém. Ela conduz o homem e a criação do 
paraíso perdido ao paraíso recuperado. Por mais demorada que seja, os 
cristãos tem uma esperança de novos céus e nova terra. Ou como diz 
Stanley Jones, o mais notável missionário do século XX, " que a 
realidade ultima não é o pecado, mas a santidade ; não é a maldade, 
mas a bondade ; não é a doença, mas a saúde ; não é o sofrimento, mas 
a alegria ; não é a morte, mas a vida." Estamos caminhando para essa 
realidade ultima e é isso que nos estimula a viver e a lutar. Ou nas 
palavras do teólogo alemão Erhard Gerstenberger : " o aperto atual só 
é suportável em face da vastidão futura." [ 53 ]
 A malignidade incomparável do Pecado 
A malignidade do pecado é algo indescritível. Todos os outros males 
quando comparados com o mal que o pecado proporciona se tornam 
insignificantes. Apesar dele poder ser considerado uma classe 
especifica de mal, no entanto, nem tudo o que entendemos por mal é 
pecado. Ele é causa de todos os outros males. É "o mal sem par."   
Samuel Bolton, falecido mestre do colégio de Cristo, universidade de 
Cambridge, pregou um sermão intitulado – Pecado: O mal sem par, que 
foi publicado pela primeira vez em 1657. Nessa pregação ele descreve 
com muita propriedade a excessiva malignidade do pecado. Ele 
argumenta em cima de duas proposições básicas: A história do povo de 
Deus e à comparação do mal provocado pelo pecado com outros males 
provocados pelo sofrimento físico ou emocional. 
No primeiro argumento, Samuel diz que, tanto a Bíblia como a 
experiência humana são contundentes em demonstrar que os mais 
desgraçados e desventurados são aquelas pessoas vitimadas nem tanto 
pelo sofrimento físico, mas sobretudo, pelo pecado. Na compreensão do 
povo de Deus ele é "o mal sem par". Seus lamentos pelo pecado e seus 
sofrimentos a fim de evitá-lo revelam esse fato. Nos gemidos 
expressos nos salmos penitenciais de Davi – como o salmo 51 – ou na 
afirmação de Paulo em Romanos capitulo 7,que atribui ao corpo da morte
(a natureza pecaminosa)  uma tortura bem maior do que a morte do 
corpo ( a morte física ), podemos constatar que o pecado é exposto na 
bíblia como um mal sem precedentes. Em 2 Coríntios 11.23-25, o 
apostolo Paulo relata as suas tabulações, flagelos, prisões, 
perseguições, preocupações, fome, pedradas da vida, enfim, todo o 
sofrimento que vivenciou em seu ministério. Entretanto, nada disso o 
faz murmurar ou lamentar em fel de amargura. Mas, em Romanos 7.24, 
ele lamenta amargamente pelo pecado: "miserável homem que sou ! Quem 
me livrará do corpo dessa morte ? "
Na verdade, todos homens de Deus estavam mais interessados em evitar 
o pecado do que o sofrimento físico – Daniel na cova dos leões ( 
Dn.6.1-16 ); os três jovens na fornalha de Nabucodonosor 
( Dn.3.8-23 ); Paulo e Silas presos ao tronco ( At.16.16-26 ); Moisés 
que considerou melhor a escassez do deserto do que as riquezas doEgito, e consequentemente o prazer passageiro do pecado ( Hb.11.22-
28).
Podemos citar outros exemplos na história do povo de Deus. Músculos, 
um homem de grande sabedoria e famoso teólogo, em vez de pecar, 
preferiu se submeter a qualquer condição. A história conta-nos que 
sendo despojado de tudo quanto tinha, contentou-se, a fim de não 
pecar, em torna-se pobre comerciante – tecelão. Posteriormente sendo 
ainda mais marginalizado por causa do seu caráter integro, teve que 
trabalhar nas valas comuns da cidade para conseguir a sobrevivência 
de sua família. Isso porque na sociedade onde ele morava, só se dava 
bem na vida quem fosse desonesto e corrupto. No entanto, Músculos se 
manteve integro, mesmo sofrendo perdas materiais, aceitando qualquer 
condição, menos a que o levasse a pecar. Como diz o grande professor 
puritano Samuel Bolton: "Eles não só compreenderam que o pecado é um 
mal pior do que a pobreza, compreenderam que é algo pior do que a 
morte em si. Este foi o discurso de Ambrósio: `Você me lançará na 
prisão ? Você tirará minha vida ? Tudo isso é preferível para mim do 
que o pecado.' " [ 54 ]
Quando a imperatriz Eudóxia ameaçou Crisóstomo, aquele a quem 
posteriormente baniria, ele enviou-lhe esta mensagem : "Vá e diga-
lhe: Eu não temo nada neste mundo a não ser o pecado." E mais tarde 
disse-lhe : "Assim penso e consequentemente sempre irei pregar, que é 
mais amargo pecar contra Cristo do que sofrer os tormentos do 
inferno." Anselmo disse que, se por um lado lhe fosse apresentado os 
males do pecado, e por outro, os tormentos do inferno, ele preferiria 
cair no inferno do que cair em pecado : "Prefiro que me matem, 
prefiro que me amaldiçoem, prefiro que me lancem no inferno, do que 
me permitir pecar contra ti." Basil fala de uma jovem rica, à qual, 
sendo condenada ao fogo pela inquisição, e sentenciada a perder todos 
os seus bens por não adorar imagens de esculturas, foi oferecida a 
promessa de vida e a restituição de seus bens se ela se retratasse. 
Diante de tal proposta ela respondeu o seguinte : "Adeus vida, que 
pereça o dinheiro." O monge agostiniano Martinho Lutero, ameaçado de 
perder sua posição de destaque – professor ilustre da universidade de 
Winttenberg – e também de ser excomungado pela igreja católica romana 
da qual fazia parte, manteve-se firme na sua postura de protesto 
contra um sistema religioso que há muito havia se distanciado das 
Sagradas Escrituras. Por ocasião da Dieta em Worms, ele enfrentou 
bravamente teólogos, bispos e o próprio papa, negando retratar-se de 
sua convicção da verdade bíblica. "A não ser que eu seja persuadido 
pelas Escrituras de que esteja errado, não posso, não devo e nem 
quero retratar-me de coisa alguma, pois ir contra a consciência não é 
justo, nem seguro. Que Deus me ajude. Amém !"  [ 55 ]
Todos esses homens e mulheres de Deus tinham uma verdadeira aversão 
ao pecado – nem tanto por causa dos privilégios perdidos, nem das 
conseqüências amargas, tampouco por causa do pavor em relação ao 
juízo eterno – mas, sobretudo, por amarem demasiadamente a pessoa 
bendita de Jesus Cristo. Quando se ama a Deus de verdade é inevitável 
odiar o pecado com todo o ser.
Um outro fator que os levavam encarar o pecado como algo a ser 
evitado a qualquer custo, era a seriedade e a importância que davam 
àquilo que o próprio Jesus diz em Mateus 7.27-30 – que é melhor a 
mutilação física do que o pecado : "Ouviste o que foi dito; não 
adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher 
com a intenção impura no coração já adulterou com ela. Se teu olho 
direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém 
que se perca um dos teus membros, e não seja todo o corpo lançado no 
inferno. E se tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de 
ti; pois te convém que perca um dos teus membros e não vá todo o teu 
corpo para o inferno." Eles também consideravam bastante o ensino 
Paulino em 1Corintios 5.5, no qual o apostolo diz que uma pessoa 
entregue aos males infligidos pelo diabo estaria em vantagem do que 
ser entregue aos seus próprios pecados. De acordo com esse texto, no 
primeiro caso, há possibilidade de restauração; no segundo caso é 
impossível o retorno de tal pessoa aos caminhos de Deus. A Bíblia e a 
experiência nos mostram que a pior desgraça que pode ocorrer a alguém 
é ele ser abandonado nos seus próprios caminhos perversos, e entregue 
a própria maldade do seu coração      (Ez. 24.13; Rm.1.28-32; Gn.6.1-
5; Ef.4.18,19; Hb.6.4-6; 10.26-29 ).       
A outra proposição sobre a qual se estriba o grande pregador e 
teólogo do século 17, é a análise comparativa do mal provocado pelo o 
pecado com outros males ocasionados pelo sofrimento físico. Samuel 
Bolton diz: "Se você comparar o mal do pecado com outros males, verá 
quão pequeno os outros males são em relação ao pecado.
1- Antes de tudo mais, os outros males são somente externos. São 
relacionados apenas ao corpo, ao estado, ao nome, porém, o pecado é 
um mal interior; um mal da alma e esse é o pior de todos os males. 
2- Todos os outros males são somente de natureza temporal, eles têm 
um fim. Pobreza, doença, desgraças, todos esses são grandes males, 
mas esses e todos os outros têm um fim. A morte põe um fim em todos 
eles. Contudo, o mal do pecado é de natureza eterna e nunca terá fim. 
A eternidade em si nunca porá um fim nisso, visto que os ímpios 
padecerão para sempre em seus pecados.
3- Todos os outros males não fazem do homem objeto da ira e da 
inimizade de Deus. O homem pode ter todos os outros males e ainda 
assim permanecer no Amor de Deus. Você pode ser pobre e ainda ser 
precioso na avaliação de Deus. Você pode estar debaixo de toda 
espécie de miséria e ainda ser amado por Deus. Todavia, existe um mal 
que faz da alma objeto da ira e da inimizade de Deus. A ausência de 
todos os outros bens e a presença de todos os outros males não 
tornarão você abominável para Deus se não houver pecado; contudo, a 
presença de todos os outros bens e a ausência de todos os outros 
males o tornará uma abominação para Deus se existir pecado. 
4- Todos os outros males somente se opõem ao seu bem-estar presente, 
porque eles não podem roubar as suas futuras alegrias, mas o pecado 
se opõe ao seu bem-estar para sempre. Você não pode ser feliz se não 
for santo 
5- Todos os outros males são destrutivos para o homem em si; eles 
lutam contra particularidades. Entretanto, o pecado é contrário ao 
bem universal, sendo contrário a Deus. Se fosse onipotente, porfiaria 
para `acabar' com Deus 
6- Todos os outros males podem ser transformados em medicina divina, 
tanto para prevenção, como para cura do pecado (  1 Co.11.32 ; 2 
Co.12.7 ).
7- Todos os outros males requerem o mínimo possível de Deus para 
subjuga-lo, no entanto, o pecado requer Sua infinitude. Ele pode se 
utilizar de moscas, piolhos, a menor das criaturas para destruir a 
maior e mais poderosa força sobre a terra, mas nada menos que Seu 
filho era forte o suficiente para conquistar o pecado. O grande 
propósito de Deus ao enviar Cristo ao mundo – sua encarnação, 
humilhação, sofrimento, paixão, morte e ressurreição – foi subjugar e 
destruir o pecado. Portanto foi empregado Sua infinita sabedoria, Seu 
infinito poder, Sua infinita misericórdia, Sua infinita verdade, sua 
infinita santidade; tudo isso foi empregado para vencer o pecado, 
como para salvar os pecadores. 
Vocês podem desprezar o pecado tanto quanto queiram, engoli-lo sem 
medo, viver nele sem percebê-lo, cometê-lo sem remorso, no entanto, 
isso que vocês tornam tão sem importância exigiu nada menos do que 
infinito poder de Deus para ser subjugado; infinita misericórdia de 
Deus para ser perdoado; infinito mérito de Cristo para expiá-lo. Foi 
o pecado que fez sangrar o coração de Cristo, e fará também o nosso, 
se não nos arrepender-mos dele."  [ 56 ]   
Quero concluir, citando alguns pensamentosde Nathaniel Vincent – 
notável pregador puritano do século XVII – sobre a malignidade e 
gravidade do pecado, relatados no seu sermão; a conversão de um 
pecador : " A figura da morte sobre o cavalo branco, por um segundo é 
tenebrosa, mas quando o inferno aparece imediatamente após, aí de 
mim ! que mão pode ser forte ? que coração pode ser capaz de 
resistir ? Esta Segunda morte é chamada por um dos patriarcas "a 
morte que é imortal", porque o pecador nunca se livrará da sua dor; 
sempre torturado, nunca executado. O fogo queima, entretanto sem 
consumir aqueles a quem queima. O verme corrói, porém nunca se 
satisfaz (...) Prazeres [pecaminosos] são sonhos agradáveis, mas 
quanto tempo duram ? Quão depressa surgem a aflição, a morte e o 
inferno ? Os prazeres [pecaminosos] são as capas que cobrem o pecado 
e o faz ser engolido avidamente. Eles são a porção fatal que tornam 
vocês estúpidos e os fazem mentir inconscientemente, colocando-os em 
extremo perigo. Eles são as mais finas e ainda as mais fortes cordas 
com as quais satanás arrasta os homens para  as câmaras da morte. 
Eles são o combustível que aquece o lago de fogo. Vejam Apoc. 18.7 –
`Quanto ela se glorificou, e em delicias esteve. Foi outro tanto de 
tormento e pranto ...'. Oh, o quanto os amantes dos prazeres 
[pecaminosos] sofrerão por causa deles."  [ 57 ]
Comentando sobre a misericórdia divina, que leva Deus perdoar nossos 
pecados, Samuel Bolton diz : "Não houve nada para obrigar Deus a 
fazer isso, nem houve nada que pudéssemos fazer para adquiri-la. 
Todas as nossas orações, nossas lágrimas, nossas obras, não poderiam 
comprar o perdão de um pecado sequer. Não poderíamos comprá-los se 
dependesse do que fazemos e se dependesse do que sofremos, nem se 
pudéssemos sofrer tanto quanto todos os santos sofreram desde o 
começo do mundo até hoje. Se pudéssemos chorar tantas lagrimas quanto 
o mar possa conter, se pudéssemos nos humilhar tantos dias quantos o 
mundo já passou desde o momento da criação, tudo seria muito pouco 
para comprar o perdão de um único pecado, ainda que fizéssemos tudo 
isso sem pecado."  [ 58 ]
"O mesmo Deus que criou os céus e a terra tem o poder de criar uma 
ponte sobre o abismo que o separa de suas criaturas. Tudo por causa 
da graça "
(Philip Yancey)
Bibliografia
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Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 26. São 
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56.BOLTON, Samuel ; VINCENT, Nathaniel ; WATSON, Thomas (editado por 
Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 20,21,32,33. 
São Paulo-SP, PES. 
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Don Kistler em 1990 ). Os Puritanos e a Conversão – pag. 66 e 68. São 
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Paulo-SP, PES

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