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URGENCIA E EMERGENCIA aula 11 Queimaduras

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QUEIMADURAS
Profa. Ms. Vanessa Dias
Objetivos da aula
• Definir as várias profundidades das 
queimaduras;
• Definir as zonas das lesões por queimaduras;
• Estimar o tamanho da queimadura usando a • Estimar o tamanho da queimadura usando a 
“regra dos nove”;
• Descrever os cuidados de enfermagem no 
tratamento do paciente com queimaduras.
Queimadura
Definido como uma lesão dos tecidos
orgânicos em decorrência de um trauma de
origem térmica. Podendo variar de uma
simples flictena na pele, até grave agressão,simples flictena na pele, até grave agressão,
capaz de desencadear um grande número de
respostas sistêmicas proporcionais à extensão
e a profundidade dessas lesões (GOMES,
2006).
Queimaduras
�A quarta causa de morte por trauma;
�Afetam pessoas de todas as faixas etárias e grupos 
socioeconômicos ;
�Aqueles em risco máximo são os muitos jovens 
(menos de 4 anos de idade), os idosos (mais de 65 anos 
Aqueles em risco máximo são os muitos jovens 
(menos de 4 anos de idade), os idosos (mais de 65 anos 
de idade);
�Risco particular para lesões térmicas, devido a pele ser 
fina e frágil. 
�O risco de morte por queimadura aumenta muito 
quando o paciente sofreu uma lesão cutânea e 
uma lesão por inalação de fumaça;
QUEIMADURAS
• A maioria das lesões por queimaduras 
ocorrem em casa, enquanto as pessoas 
cozinham, tomam banho ou usam aparelhos 
elétricos;elétricos;
• As queimaduras também podem ocorrer em 
conseqüência de lesões relacionadas com o 
trabalho.
Fisiopatologia
Entendendo o complexo mecanismo de lesão
da queimadura.
AgressãoAgressão dodo tecidotecido
Exposição do 
Colágeno
Liberação de Substâncias VasoativasLiberação de Substâncias Vasoativas
Vaso
Pele
Fisiopatologia
Extravasamento de PlasmaExtravasamento de Plasma
(Eletrólitos , Proteínas e (Eletrólitos , Proteínas e etcetc))
Fisiopatologia
Resposta Metabólica
1º Fase 2º Fase 1º Fase 2º Fase 
Hipometabolismo
Diminuição do DC
Diminuição do consumo de O2
Liberação de subs. Vasoativas
Hipoglicemia
HipermetabolismoHipermetabolismo
Aumento do CatabolismoAumento do Catabolismo
Liberação de HormôniosLiberação de Hormônios
Uso das reservas energéticasUso das reservas energéticas
Fisiopatologia
Perda da Barreira Mecânica
Alterações no Sist. Imune Invasão de Bactérias
Diminuição da ação Fagocítica
Aumento do número de cel. TsAumento do número de cel. Ts
SepseSepse –– Choque SépticoChoque Séptico
33°° RISCORISCO
Queimaduras
• Principais metas relacionadas a queimaduras: 
– Prevenção;
– Instituição de medidas de salvamento de vida para a 
pessoa gravemente queimada;pessoa gravemente queimada;
– Prevenção de incapacidade e desfiguração através do 
tratamento precoce, especializado e individualizado;
– Reabilitação através da cirurgia reconstrutora e 
programas de reabilitação.
Classificação
1. QUANTO AO AGENTE CAUSADOR
● Queimaduras Térmicas● Queimaduras Térmicas
● Queimaduras Químicas
● Queimaduras Elétricas
● Queimaduras por Radiação
● Queimaduras por Atrito
Classificação da queimadura quanto as 
causas:
• Térmicas: causadas por 
gases, líquidos ou 
sólidos quentes.
• Químicas: causadas por 
ácidos ou álcalis.
Classificação da queimadura quanto as 
causas:
• Por eletricidade: 
geralmente são lesões 
internas, no trajeto da 
corrente elétrica através 
do organismo.
• Por radiação: causada 
por raios ultravioleta 
(UV). Por raios X ou por 
radiação ionizantes.
do organismo.
2. QUANTO A PROFUNDIDADE
● 1° GRAU ou de espessura parcial superficial.
1º GRAU
1º GRAU
�1º grau ou Espessura parcial:
�A epiderme é destruida ou 
lesionada e uma parte da 
derme pode ser lesionada;
�A pele lesionada pode estar 
dolorosa, e parecer 
avermelhada e seca, como na 
queimadura solar, ou pode queimadura solar, ou pode 
formar bolha.
�Corre o risco de desidratação 
e saram dentro de uma 
semana, não deixa cicatriz.
● 2° GRAU ou espessura parcial profunda
2º GRAU
2º GRAU
�2º grau ou Espessura parcial 
profunda:
�Envolve a destruição da 
epiderme e das camadas 
superiores da derme e a lesão 
das porções mais profundas da 
derme;
�A ferida mostra-se dolorosa, �A ferida mostra-se dolorosa, 
parece avermelhada e exsuda o 
liquido;
�São capazes de sarar em 2 a 3 
semanas, com frequência 
precisam de correção cirúrgica. 
2º GRAU 2º GRAU
2º GRAU 2º GRAU
3° GRAU ou espessura plena
�3º grau ou Espessura 
plena:
�Envolve a destruição total da 
epiderme e derme e, em 
alguns casos a destruição 
dos tecidos adjacentes;
�A coloração varia, desde a 
coloração esbranquiçada até coloração esbranquiçada até 
o vermelho, castanho ou 
negro; 
�É necessário fazer a excisão 
cirúrgica imediata e 
reabilitação intensiva em 
centro especializado.
3º Grau
3º Grau
● 4º grau ou Indefinida
São as que não somente atingem todas as camadas da 
pele, como também queimam o tecido adiposo, músculo, ossos 
ou órgãos internos subjacentes.
Queimaduras elétricas
QUEIMADURAS QUÍMICAS
3. QUANTO A EXTENSÃO
ASCT – Área da Superfície da Corporal Total
4. QUANTO A GRAVIDADE
● Queimado leve: queimaduras de 2° grau menor que
15% da SCT e 3° grau menor que 3% da SCT.
●Queimado moderado: queimaduras de 2º grau maior
que 15% e menor que 25% da SCT e 3º grau maior
que 3% e menor que 10% da SCT.
● Queimado Grave: queimaduras de 2º grau maior que
25% da SCT ou de 3º grau maior que 10%
CÁLCULO DA SCQ
• REGRA DOS NOVE OU MÉTODO DE WALLLACE
CÁLCULO DA SCQ
• ESQUEMA DE LUND BROWDER
CÁLCULO DA SCQ
• MÉTODO DA PALMA
O tamanho da mão do paciente equivale a 1% 
da SCQ
GRAVIDADE DA LESÃO
�Doenças de base
�Agente causal
�Traumas associados a lesão
�Idade
�Lesão das Vias aéreas e face
�Profundidade da lesão e queimadura de 
genitália 
�Extensão da SCQ
RESPOSTAS LOCAIS E SISTÊMICAS A 
QUEIMADURA 
Alterações Hemodinâmicas
- Diminuição do DC na 1ª fase , Diminuição do DC na 1ª fase , hipovolemiahipovolemia e aumento e aumento 
da FCda FCda FCda FC
Alterações Pulmonares
-- IRA devido IRA devido hipovolemiahipovolemia na 1ª fasena 1ª fase
-- Aumento da FR na 2B faseAumento da FR na 2B fase
-- Alcalose devido temperaturaAlcalose devido temperatura
Alterações Hematológicas
-- Na 1ª fase aumento do Na 1ª fase aumento do HtoHto
--Na 2ª fase diminuição do Na 2ª fase diminuição do HtoHto
--Distúrbios de coagulaçãoDistúrbios de coagulação
Alterações Gastrintestinais
-- Íleo ParalíticoÍleo Paralítico
-- Úlcera de Úlcera de CurlingCurling
-- Necrose Necrose InstestinalInstestinal
-- PancreatitePancreatite
Alterações Neurológicas
-- Confusão mental com agitaçãoConfusão mental com agitação
-- Alterações motoras e sensoriais quando for causada pelo Alterações motoras e sensoriais quando for causada pelo 
choque elétricochoque elétrico
Alterações ImunesAlterações Imunes
-- Diminuição dos linfócitos T 48h após o traumaDiminuição dos linfócitos T 48h após o trauma
Alterações Metabólicas
-- Aumento do consumo de O2Aumento do consumo de O2
-- Aumento do DC e FRAumento do DC e FR
-- Aumento da temperatura corporalAumento da temperatura corporal
-- Diminuição da massa corporalDiminuição da massa corporal
Atendimento ao queimado
�A primeira preocupação da equipe é com sua 
própria segurança;
�O segundo passo no atendimento a vitima é a 
interrupção do processo de queimadura, na seguinte 
seqüência:seqüência:
�Extinguir as chamas sobre a vitima ou suas roupas;
�Remover a vitima do ambiente hostil;
�Remover as roupas que não estejam aderidas ao seu 
corpo;
�Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de 
roupas ou substancias,como asfalto, aderidos ao corpo 
do queimado.
Atendimento ao 
queimado
�Abordagem inicial da vitima:
�A
�B
�C�C
�D
�E
�Realizar os curativos: 
�Diminuir a dor;
�Diminuir a contaminação;
�Evitar a perda de calor.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
EM VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
Constitui-se em duas fases:
1-FASE DE EMERGÊNCIA OU REANIMAÇÃO
Das 1ªs 24 Das 1ªs 24 hshs até 48h após o traumaaté 48h após o traumaDas 1ªs 24 Das 1ªs 24 hshs até 48h após o traumaaté 48h após o trauma
2- FASE AGUDA OU INTERMEDIÁRIA
A partir das 48h a 72 h do traumaA partir das 48h a 72 h do trauma
FASE DE EMERGÊNCIA OU 
REANIMAÇÃO
- AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
� Realizar ATLS
� Afastar a vítima do agente da queimadura; 
� Encharcá-la com água e extrair as roupas queimadas não aderentes; � Encharcá-la com água e extrair as roupas queimadas não aderentes; 
� Se se tratar de uma queimadura química, retirar cuidadosamente as roupas e 
despejar grandes quantidades de água sobre a ferida; 
� Se tratar-se de uma queimadura elétrica interromper o contato com um objeto 
seco não condutor da vítima (ex.: uma corda); 
� Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas e avaliar as lesões provocadas por 
inalação. Administrar oxigênio se possível; 
� Retirar joias ou roupas apertadas
� Verificar lesões de córnea;
� Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente, mas não tentar a 
remoção imediata;
� Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com 
água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se 
for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos. Após a limpeza das lesões, os for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos. Após a limpeza das lesões, os 
curativos deverão ser confeccionados
� Cobrir a vítima com uma cobertura seca e quente, para evitar a perda de calor; 
� Cobrir a queimadura com uma cobertura úmida esterilizada ou limpa
� Verificar queimaduras de vias aéreas superiores, principalmente em pacientes 
com queimaduras de face.
� Transportar a vítima para o centro hospitalar mais próximo. 
- AMBIENTE HOSPITALAR
�Controle dos sinais vitais;
�Elevação das extremidades queimadas a fim de reduzir o edema;
�Inserção de cateteres venosos de grosso calibre;
�Sondagem vesical;
�Monitoração do balanço hídrico com anotação do débito urinário a cada hora;
�Avaliação da densidade urinária específica, pH e níveis de glicose, acetona, 
proteína e hemoglobina;
�Pressão venosa central;
�Avaliação da temperatura corporal, peso corporal, peso pré-queimadura e a 
história de alergias, imunização contra o tétano, problemas clínicos e cirúrgicos 
pregressos, doenças atuais e uso de medicamentos;
� Realização do exame físico completo;
� Sondagem nasogástrica;
� Higiene dos pacientes queimados;
� Elaboração do histórico completo do paciente, descrevendo o mecanismo da 
queimadura, como ocorreu, horário, etc;
� Avaliação da compreensão do paciente/família com relação à lesão e o tratamento
REPOSIÇÃO HÍDRICA
REGRA DE PARKLAND
4 ml de Ringer 4 ml de Ringer 
KG
4 ml de Ringer 4 ml de Ringer 
Lactato ou Soro Lactato ou Soro 
FisiológicoFisiológico
KG % Área queimada% Área queimada
�� A solução deverá ser administrada nas A solução deverá ser administrada nas 
primeiras 24 horasprimeiras 24 horas
��½ nas 8 ½ nas 8 hshs após traumaapós trauma
FASE AGUDA OU 
INTERMEDIÁRIA
� Verificar pulso ( < 120 bpm)
� Pressão Arterial ( da faixa normal a elevada)
� Capnografia� Capnografia
� Diurese horária ( 30 – 70 ml/h)
� Temperatura corporal
� Oximetria
� PVC 
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
PROVÁVEIS
1. Déficit de volume de líquido.
2. Troca gasosa prejudicada
3. Dor
4. Alto risco para injúria4. Alto risco para injúria
5. Alto risco para infecção
6. Nutrição alterada
7. Termorregulação ineficaz
8. Distúrbio da auto-estima
9. Integridade da pele prejudicada
TRATAMENTO DA LESÃO DO 
PACIENTE QUEIMADO
• Broncoscopia
• Desbridamento cirúrgico
• Enxerto
• Curativos sintéticos
• Curativos com agentes tópicos
• Balneoterapia
• Escarotomia descompressiva
• Oxigenoterapia hiperbárica
CURATIVOS TÓPICOS
SULFADIAZINA DE PRATA
•• Creme hidrossolúvel, bactericida, branco, contendo Creme hidrossolúvel, bactericida, branco, contendo 
o agente antimicrobiana em forma o agente antimicrobiana em forma micronizadamicronizada..
••Substância de baixa solubilidade. Processo que Substância de baixa solubilidade. Processo que 
permite a exposição da célula bacteriana a maiores permite a exposição da célula bacteriana a maiores 
contatos com a superfície corporal untada de creme.contatos com a superfície corporal untada de creme.
••Seu mecanismo de ação atua através da membrana Seu mecanismo de ação atua através da membrana 
celular bacteriana.celular bacteriana.
CLOREXIDRINA
• Utilizada na degermação diária.
• Potente expectro de ação.
• Baixa toxicidade.
PVPI DEGERMANTE
• Sua ação está na dependência da liberação do iodo.
• Possui propriedades viricidas, bactericidas e fungicidas.
• Esta liberação só ocorre após 5 minutos de contato com o 
tecido.
• Alta toxicidade
BALNEOTERAPIA 
CURATIVO -1º PASSO
CURATIVO - 2º PASSO
CURATIVO - 3º PASSO
CURATIVO -4º PASSO
CURATIVO - 5º PASSO
FINALIZAÇÃO
ESCAROTOMIA 
DESCOMPRESSIVA
FASCIOTOMIA
ESCAROTOMIA 
DESCOMPRESSIVA
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA
OXIGENOTERAPIA 
HIPERBÁRICA
ENXERTO
DERMÁTOMO DE BLAIR RETIRADA DA PELE
ENXERTO
ÁREA DOADORA
ÁREA RECEPTORA/ENXERTADA
ÁREA ENXERTADA
Referência Bibliográfica
1. FRAME, S. B.; MCWAIN, N. E. PHTLS: atendimento
pré-hospitalar ao traumatizado. Rio de Janeiro:
Elsevier. 5ª Ed. 2007.
2. PETERLINI, F.L.; SARTORI, M.R.A.; FONSECA, A.S.2. PETERLINI, F.L.; SARTORI, M.R.A.; FONSECA, A.S.
Emergências clínicas. São Paulo: Martinari, 2014.
3. VOLPATO, A.C.B.; VITOR, C.S.; SANTOS, M.A.M.
Enfermagem em Emergência. São Paulo: Martinari.
2ª ed. 2014.

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