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ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO FILME CRASH, NO LIMITE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
UNIDADE ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA
PROFESSOR: Eduardo Gusmão
ALUNA: Katarina Nascimento de Freitas
ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO FILME CRASH, NO LIMITE
TENDO COMO APOIO OS TEXTOS:
 CILADAS DA DIFERENÇA (A.F. PEIRUCCI) 
E UM PROJETO DE CRISTIANISMO HEGEMÔNICO (E. GIUMBELLI)
 Crash, No Limite se passa os Estados Unidos pós 11 de setembro e retrata o repúdio e o preconceito que praticam e são alvos os personagens. 
Lançado em 2004, o filme ganhou o Oscar em três categorias no ano de 2005. 
Vivendo na cidade de Los Angeles, no Estado da Califórnia, mundialmente conhecida pela sua multiplicidade cultural, os personagens têm suas vidas entrelaçadas pela violência racista, sexista, ideológica, cultural, social e religiosa. 
Vítimas e algozes se confundem durante toda a trama, onde também se destaca a constante presença do senso comum que se manifesta através de premissas do tipo: todo árabe é terrorista; todo negro é bandido; todo hispânico que tem tatuagem é membro de gangue; todo asiático é chinês; entre outros.
A história nos surpreende a cada frame mostrando que preconceito e desrespeito às diferenças são algo tipicamente humano, independente de nível intelectual ou cultural. Durante todo o filme é possível notar todos os personagens sendo vítimas e praticando os mais diversos tipos de preconceitos. Ninguém é totalmente bom. Ninguém é totalmente ruim. O relativismo está presente em toda a trama e proporciona um ritmo inovador ao filme.
Uma análise do filme tendo como base o texto Ciladas da Diferença (Peirucci) faz perceber que a ligação consciência e desrespeitos às diferenças, citadas no texto como típica de defensores da direita, na verdade está presente em todas as pessoas. Cada um possui um relativismo moral. Basta se sentir ameaçado para que o senso comum venha à tona e toda a ideologia de respeito às diferenças dá lugar a discursos que costumamos abominar. A consciência da existência das diferenças vem acompanhada por características que lhe são atribuídas e que assimilamos sem sequer notar. Sendo de direita ou de esquerda, fazendo uso do relativismo moral, todos somos propícios à propagar discursos de aversão e repúdio ao que nos é estranho.
Já no texto Um Projeto de Cristianismo Hegemônico (Giumbelli) é abordada a questão da intolerância religiosa, principalmente de evangélicos em relação a religiões afro-brasileiras. O filme Crash, No Limite, por se passar após o ataque de 11 de setembro de 2001, a intolerância ultrapassa a questão religiosa. Árabes, muçulmanos ou não, são vistos com ressalvas e muito temor pelo restante da população, inclusive pela parcela vítima de outros preconceitos. Diferente dos demais tipos de preconceito, a discriminação contra muçulmanos ou qualquer pessoa com traços árabes é aceitável e considerada normal por boa parte da população norte-americana. Diante da ameaça terrorista a precaução toma o lugar do politicamente correto e aí entra novamente o relativismo presente ao longo de todo o filme. O instinto de sobrevivência dando voz ao senso comum.

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