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EXAMES LABORATORIAIS PARA O DIABETES Profª Carolina Xavier DIABETES Pâncreas – ilhotas de Langerhans (cauda e corpo) – glucagon e insulina. Diabetes - anormalidade na produção ou na utilização da insulina. DIABETES Produção deficiente de insulina pelas células beta; Síntese relativamente normal, mas com liberação anormal do hormônio; Disfunção dos receptores celulares nos tecidos periféricos – resistência à ação celular da insulina. CATEGORIAS CLÍNICAS DE DIABÉTICOS Tipo I ou insulino-dependente, geralmente: Início em fase precoce da vida; Maior gravidade; Uso de insulina para o tratamento; Grave deficiência de insulina. CATEGORIAS CLÍNICAS DE DIABÉTICOS Tipo II ou não-insulino-dependente: 80% dos diabéticos; Início, geralmente, na meia idade; Associado com obesidade; Tratamento com dieta, medicação oral ou pequenas doses de insulina; Produção normal ou aumentada de insulina – resistência à insulina. CATEGORIAS CLÍNICAS DE DIABÉTICOS Diabetes secundário – condições e síndromes não-idiopáticas que destroem o tecido pancreático. Diabetes gestacional – surge durante a gravidez. EXAMES LABORATORIAIS PARA O DIABETES Determinação dos níveis sanguíneos de insulina (imunoensaio) e glicose. Determinação da glicemia – base para o diagnóstico do diabético. REGULAÇÃO DA GLICEMIA Depende: Fígado – mantem a homeostasia da glicose sanguínea através da glicogênese e da gliconeogênese; Tecidos – utilização da glicose mediada pela insulina pancreática. REGULAÇÃO DA GLICEMIA Insulina: Aumenta o transporte de glicose para o interior das células; Estimula a oxidação da glicose; Estimula a síntese de gordura, glicogênio e proteína; Suprime a glicogenólise. REGULAÇÃO DA GLICEMIA Fígado – adrenalina, glucagon e cortisol: Adrenalina e glucagon – estimulam a degradação do glicogênio; Cortisol - estimula a gliconeogênese e a absorção de carboidratos pelo intestino delgado. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA especificidade X sensibilidade Para cada hora de permanência da amostra em temperatura ambiente, os valores da glicemia em sangue total diminuem cerca de 10mg/100mL Anticoagulante ideal – fluoreto Plasma e soro – mais estáveis que sangue total MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA Soro separado das células antes de 02 horas – valores da glicose sérica permanecem estáveis por até 24 horas em temperatura ambiente. Glicemia arterial é semelhante à glicemia venosa quando o paciente está em jejum. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA Métodos bioquímicos Não específicos com substâncias redutoras – valores acima dos verdadeiros; Não totalmente específicos mas que proporcionam valores próximos aos verdadeiros; Específicos para a glicose que utilizam enzimas – hexoquinase. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA Métodos de tiras de papel Tira impregnada pela glicose-oxidase com reagente de cor; 01 gota de sangue total, plasma ou soro sobre a área do reagente e compara-se a cor que aparece com uma tabela de cores de referência; Ideal para glicemia entre 40 e 130 mg/dL. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA GLICEMIA Métodos de tiras de papel Amostra de sangue capilar de áreas cianóticas ou de pacientes em estado de choque apresentam níveis mais baixos. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE O diagnóstico do diabetes é estabelecido pela demonstração de níveis anormalmente elevados de glicemia em certas condições controladas. Deficiência pequena de insulina – intensa sobrecarga de carboidratos; Deficiência de insulina não-compensada – glicemia em jejum anormal; TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Deficiência de insulina compensada – testes de tolerância aos carboidratos para detectar o defeito. TTG - provas provocativas com administração de uma dose relativamente grande de glicose para estimular os mecanismos homeostáticos do organismo. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Em condições normais – elevação e subsequente queda da glicemia devido à produção de insulina em resposta à hiperglicemia. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE PADRONIZAÇÃO DO TESTE Ingestão prévia de carboidratos – 3 dias antes (300g de carboidratos/dia) TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE FATORES QUE AFETAM O TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Inatividade – paciente acamados; Obesidade – diminui a tolerância aos carboidratos; Febre – resposta de tipo diabético; Variação diurna – diminuição significativa da tolerância aos carboidratos à tarde; TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE FATORES QUE AFETAM O TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Estresse – liberação de adrenalina e cortisol – redução da tolerância à glicose; Infarto agudo do miocardio, traumatismo e queimaduras – hiperglicemia pós-prandial transitória e hiperglicemia leve em jejum; TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE FATORES QUE AFETAM O TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE Idade avançada – redução da tolerância aos carboidratos. Depois dos 30 anos, para cada década: Glicemia em jejum – aumenta 1-2mg/100mL; Glicemia após 02 horas – aumenta 08 – 20mg/100mL. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Mais confiável quando o paciente é ambulatorial e não apresenta outras doenças agudas ou crônicas graves; Dieta rica em carboidratos, por pelo menos 03 dias antes; Deve ser efetuado pela manhã com o paciente em jejum, de pelo menos, 08 horas. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL 75g de glicose ou de dextrose – homens e mulheres, grávidas ou não; 100g de glicose ou de dextrose – mulheres grávidas; Dose calculada com base no peso corporal – crianças (1,75g/kg de peso, até 75g). Preparações comerciais prontas ou dose administrada em 300mL de água aromatizada (limão). TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Dose deve ser ingerida em 05 minutos; Prova iniciada quando o paciente começa da beber; Paciente deve permanecer sentado e não deve fumar; Medicamentos que interferem no teste: anticoncepcionais orais, esteróides, diuréticos e anticonvulsivantes. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Protocolo para o teste: Amostra de sangue em jejum; Amostra a cada 30 minutos durante 02 horas após a ingestão da dextrose; Após ingerir a última dose – período de latência seguido de elevação acentuada com pico entre 15 e 60 minutos (30 minutos). TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Protocolo para o teste: Queda da curva de modo uniforme, mas lentamente – níveis normais em 02 horas; Hipoglicemia terminal ou hipoglicemia relativa – fase hipoglicêmica após 02 a 04 horas – incapacidade do fígado em interromper a glicogênese para iniciar a glicogenólise / presença de insulina residual. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Interpretação do teste: Sintomas clássicos (polidipsia, poliúria, cetonúria e perda de peso) – elevação da glicemia em jejum ou da glicose sem jejum acima de 200mg/dL; Valor da glicemia em jejum acima de 140mg/dL em mais de uma ocasião; Nível normal de glicemia em jejum com pico e valores após 02 horas superior a 200mg/dL em mais de uma ocasião. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Interpretação do teste: Homens e mulheres não grávidas com sintomas clínicos típicos e glicemia sem jejum superior a 200mg/dL; Diagnóstico sem o TTG – glicemia extremamente elevada; Resultados alterados em, pelo menos, 02 ocasiões. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Interpretação do teste: Glicemia em jejum – 75 a 99 mg/dL; 100 a 125 mg/dL – tolerância diminuída à glicose; 126 a 200 mg/dL – diagnóstico confirmado em duas ocasiões; Superior a 200 mg/dL - diagnóstico confirmado em uma ocasião associado aos sintomas clínicos. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Interpretação do teste: 100 a 125 mg/dL – tolerância diminuída à glicose Glicemia significativamente alterada, mas não o suficiente para estabelecer um diagnóstico de diabetes TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Diabetes gestacional Anormalidade da tolerância à glicose, com início ou detecção durante a gravidez; 06 semanas ou mais após o término da gestação – reavaliação da paciente: Tolerância à glicose anormal anterior; Tolerância à glicose alterada; Diabetes melito. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL Diabetes gestacional – 24 a 28 semanas de gestação – 75g em 2 horas Dose teste de 50 g de glicose oral – glicemia após 01 hora = superior a 140 mg/dL realização de um TTGO completo; TTGO completo – 100 g de glicose oral com dosagem de glicemia por 03 horas. TESTES DE TRIAGEM PARA DIABETES Tentativa de eliminar o TTG – nova padronização Glicemia jejum + glicemia pós-prandial de 02 horas + Hb glicada Após 02 horas – valores próximos ao jejum (inferior a 140 mg/dL); Atenuação e atraso da primeira resposta de secreção de insulina estimulada pelas refeições - glicemia pós-prandial elevada; Em diabéticos – inferior a 180 mg/dL. TOLERÂNCIA À GLICOSE EM OUTRAS DOENÇAS Outras doenças, além do diabetes melito, produzem regularmente padrões do tipo diabético no TTGO - Anormalidade hormonais: Supra-renal Síndrome de Cushing: hipersecreção de cortisol estimula a gliconeogênese – aumento da glicemia; TOLERÂNCIA À GLICOSE EM OUTRAS DOENÇAS Supra-renal Feocromocitoma – produzem adrenalina – hiperglicemia (glicogenólise); Aldosteronismo primário – superprodução de aldosterona (regula os eletrólitos) – aumento na excreção tubular renal de potássio, com retenção de sódio. A depleção de potássio diminui a capacidade do pâncreas em responder à hiperglicemia. TOLERÂNCIA À GLICOSE EM OUTRAS DOENÇAS Tireóide Hipertireoidismo - T4 – aumenta a absorção de hexoses no intestino, induz a gliconeogênese a partir das proteínas e a glicogenólise, aumenta a taxa metabólica dos tecidos periféricos – maior velocidade na utilização da glicose. Hipotereoidismo – mixedema – TTGO tipo diabético com valor de glicemia em jejum normal. DETERMINAÇÃO DA INSULINA NO SORO (PLASMA) Diabetes juvenil – baixos níveis de insulina em jejum Pacientes com diabetes leve – níveis normais de insulina em jejum A relação entre os valores da insulina e da glicose é mais confiável do que os níveis isolados de insulina. DETERMINAÇÃO DA INSULINA NO SORO (PLASMA) Não se deve utilizar os níveis plasmáticos de insulina para estabelecer o diagnóstico de diabetes melito. Plasma com EDTA – níveis plasmáticos de insulina iguais às do soro DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Adultos - hemoglobina A = 97-98% hemoglobina A2 = 2,5% hemoglobina fetal = 0,5% 6-7% hemoglobina A – parcialmente modificada pela fixação de 01 molécula de glicose ao aminoácido terminal da cadeia beta – glicosilação (hemoglobina A1 (Hb A1). DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Glicosilação da hemoglobina exposição dos eritrócitos à glicose plasmática – ligação pouco e lentamente reversível; Depende do grau e da duração da exposição dos eritrócitos à glicose. DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Aumento na quantidade de Hb A1 Elevação muito acentuada e em a prazo da glicemia; Aumento contínuo da glicemia; Elevação intermitentes e frequentes da glicemia. O aumento da Hb A1 surge em 2 a 3 semanas após uma elevação persistente da glicemia. DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Aumento na quantidade de Hb A1 4 semanas para a Hb A1 começar a voltar a níveis normais, após a redução do valor da glicemia; A determinação da Hb A1 relaciona níveis médios de glicemia durante 2 ou 3 meses anteriores. DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Utilidade: Monitorar a eficácia da terapia diabética; Monitorara a adesão do paciente ao tratamento; Diferenciar anormalidades da tolerância à glicose e diabetes; Auxilio no diagnóstico de diabete. DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HbGLI) Resultado na forma de percentagem de hemoglobina total Método – resina trocadora de íons (ácido borônico que reage com a fração glicosilada) Aspirina, alcoolismo e intoxicação por chumbo – aumentam os valores de Hb A1. GLICOSÚRIA Depende da hiperglicemia ultrapassar o limiar tubular renal para a glicose – 150 a 200 mg/dL; Alguns diabéticos e idosos – aumento desse limiar; Glicosúria renal congênita ou adquirida – glicosúria com níveis de glicemia inferiores aos valores normais do limiar renal. GLICOSÚRIA Glicosúria na gravidez – último trimestre – aumento da taxa de filtração glomerular e redução temporária do limiar renal; Intoxicação pelo chumbo – efeito tóxico direto sobre as células tubulares renais. PROTEINÚRIA Primeira evidência de doença renal diabética – anormalidade da membrana basal glomerular; Aumento da permeabilidade glomerular excreção urinária aumentada de certas moléculas (proteínas). Amostras de urina, coletadas em 24 horas - padrão PROTEINÚRIA Relação albumina/creatinina – correlação entre volume e concentração da urina. Evitar o congelamento de amostras – diminui a quantidade de albumina – e a quantidade de albumina pode aderir às paredes dos frascos. Outras condições podem aumentar a albumina urinária – lesão renal aguda ou crônica, focal ou difusa. HIPOGLICEMIA Hipoglicemia de jejum – sintomas aparecem após o jejum; Hipoglicemia pós-prandial – sintomas ocorrem após a ingestão de alimentos. Ansiedade Sudorese Palpitação Tremor Fome HIPOGLICEMIA HIPOGLICEMIA DE JEJUM Excesso de insulina Privação de carboidratos Insulinomas Superdosagem de insulina Deficiência de hormônios (cortisol) Privação prolongada de carboidratos Tumores não-pancreáticos Hipoglicemia alcoolíca
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