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Resumo do Filme - O mercador de Veneza

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Resumo do filme 
O filme começa mostrando um insulto de Antônio, um mercador veneziano bastante rico, à Shylock, um judeu que emprestava dinheiro a juros, em uma ocasião de manifestação antissemita por parte dos cristãos de Veneza do século XIV em que Antônio cospe nas vestes do judeu e lhe dirige palavras odiosas. A partir daí o judeu passa a nutrir sentimento de vingança contra o mercador.
Antônio era um homem rico e generoso que tinha muito de seu patrimônio em diversas expedições mercantes marítimas. 
Bassânio, seu amigo íntimo, era um jovem nobre que gastara prodigamente toda sua fortuna e que agora estava disposto a mudar sua sorte. Para tanto, pede para Antônio financiá-lo numa viagem para Belmonte, onde havia uma rica herdeira por nome Pórcia, cujo pai deixara um testamento em que, para um pretendente pudesse casar sua filha tinha que escolher uma entre três caixas – uma de ouro, uma de prata e uma de chumbo – e o que escolhesse a caixa certa poderia desposar Pórcia.
Antônio esclarece que suas riquezas todas estavam em suas expedições no mar, mas que o quanto o nome dele pudesse render em empréstimo, Bassânio poderia pegar emprestado que ele o fiaria. Bassânio então procura o judeu Shylock para pedir o empréstimo. Shylock aceita emprestar a quantia de três mil ducados, pelo período de três meses sem cobrar juros desde que a garantia da obrigação fosse uma libra de carne do avalista, Antônio. O mercador toma as condições como um ato de gentileza do judeu e, a despeito da relutância de Bassânio, aceita as condições, confiante que poderá adimplir a obrigação.
A partir de então, o jovem Bassânio cuida de organizar sua expedição rumo à Belmonte. Nessa preparação, um amigo de Bassânio, Graciano, que é um jovem impertinente e falastrão, pede que possa segui-lo em sua empreitada. Bassânio consente, mas o alerta de que precisa se controlar para não pôr a empresa a perder. Ainda durante a preparação para a partida, Leonardo, outro amigo de Bassânio, foge com a filha do judeu, Jéssica, que leva muito ouro de seu pai consigo.
Bassânio parte com seus amigos rumo à Belmonte. Antes da chegada do jovem, outros pretendentes passaram pela casa de Pórcia, tentando desposá-la – o Príncipe de Marrocos e o Príncipe de Aragão – debalde, pois escolheram as caixas erradas mais motivados por futilidades do que por nobres intenções. 
Ao chegar o jovem Bassânio, Pórcia encantou-se e logo ordenou que se iniciasse o certame. Ao ponderar o significado de cada caixa e das inscrições contidas nelas, o jovem escolheu, acertadamente, a caixa de chumbo. Pórcia alegrou-se e rapidamente passou à solenidade de compromisso de casamento, onde lhe deu um anel que simbolizava a união dos dois e o fez jurar que jamais tiraria, daria ou venderia o anel, que jamais deveria sair do seu dedo, sob pena de perder a esposa e sobrevir a desgraça sobre sua casa. Graciano, aproveitando a oportunidade, anuncia que também se casará com Nerissa, criada de Pórcia. Todos festejam.
Após o casamento consumado, chega um mensageiro de Veneza para dizer que os navios de Antônio não haviam logrado êxito e, assim, ele não havia cumprido a obrigação no prazo acordado, estando, o judeu, buscando a garantia que havia sido dada em caso de descumprimento da obrigação – uma libra da carne de Antônio.
Bassânio conta à Pórcia sobre o empréstimo de três mil ducados do qual Antônio era avalista e que a garantia seria um pedaço da carne do fiador. Pórcia, entendendo a urgência e gravidade da situação dá a ele seis mil ducados e pede para que vá salvar a vida do amigo.
Ao chegar em Veneza, Bassânio encontra o julgamento de Antônio em andamento e presencia a ânsia do judeu em tomar a garantia prometida que, não abrindo mão do pedaço de carne de Antônio, chega a recusar os seis mil ducados oferecidos por Bassânio para que esquecesse a garantia.
O duque de Veneza, o Doge, é quem julga a querela que, ao mesmo tempo que insiste que o judeu seja piedoso, teme que um julgamento diverso do combinado em contrato venha enfraquecer a lei e governo veneziano. Quando tudo parecia perdido eis que aparece um jovem doutor em direito por nome de Baltasar – que na verdade é Pórcia disfarçada – e seu jovem aprendiz Estéfano – Nerissa também disfarçada – e, em um exercício capcioso de hermenêutica consegue livrar Antônio do cumprimento da obrigação, ao interpretar o contrato firmado da seguinte maneira: como garantia da obrigação não cumprida o judeu poderia retirar exatamente uma libra de carne de Antônio, mas como o contrato não previa a retirada de sangue, caso o judeu derramasse uma gota de sangue de Antônio ou então lhe retirasse mais de uma libra de carne, o judeu pagaria com a própria vida. Astutamente, o judeu quer desistir de pegar a garantia e aceitar os seis mil ducatos oferecidos por Bassânio, mais o jovem doutor diz que isso é impossível pois ele já havia negado essa possibilidade e que por ser forasteiro e atentar contra a vida de um cidadão veneziano deveria pagar com a perda de seu patrimônio na razão de cinquenta por cento para o ofendido e cinquenta por cento para o governo, ficando sua vida nas mãos do Doge. De plano, o duque de Veneza lhe poupa a vida e, a pedido de Antônio, abre mão da metade do patrimônio do judeu que seria destinado ao Estado, em troca da conversão do judeu ao cristianismo. Antônio também abre mão de sua parte do patrimônio, ficando apenas com os rendimentos deste, e com a condição de que todo o patrimônio do judeu passe, após sua morte, para as mãos de sua filha Jéssica. 
Após o julgamento, aliviados com o resultado, Antônio e Bassânio vão agradecer ao jovem doutor pela intervenção e dizem para pedir algo em gratidão. Após relutar, o jovem doutor pede as luvas de Antônio e o anel de Bassânio. Este muito reluta em dar o anel, pois havia prometido a sua amada Pórcia que jamais tiraria do dedo o anel, nem o perderia nem o daria a outrem, mais acaba cedendo ao sentimento de gratidão pela pessoa que conseguira salvar o amigo de tão funesto destino. Graciano faz o mesmo, dando o anel ao assistente do doutor.
Ao regressarem para Belmonte, são recebidos com festa por Pórcia e Nerissa que, cinicamente, fingem não saber dos acontecidos. Em determinado momento da festa Nerissa irrompe em fúria com Graciano ao saber que ele havia se desfeito do anel. Este faz pouco caso, dizendo que o anel nada significava perto da valorosa defesa do doutor e seu assistente. Pórcia também “descobre” que Bassânio também havia se desfeito do anel, ao que esse calmamente explica a situação que o levou a essa decisão. As moças mostram os anéis e explicam aos boquiabertos rapazes que para recuperar os anéis tiveram que se deitar com o doutor e seu assistente. Em meio a cólera de Graciano elas revelam toda a trama, em que se disfarçaram de homens e agiram no julgamento. Revelaram, ainda, que três dos navios de Antônio estavam em segurança.
Análise jurídica do filme
No desenrolar da trama percebemos alguns consagrados institutos jurídicos estão presentes. Por exemplo, ao ir solicitar empréstimo ao judeu, tanto Antônio quanto Bassânio contraem uma obrigação. Firmam com o judeu um contrato, que pela sua característica de não oneroso, pois o judeu não cobra remuneração, é um contrato de mútuo. Mútuo, pois a coisa tomada em empréstimo é fungível – a moeda - e, não se podendo devolver aquilo que fora tomado em empréstimo, deve o mutuário indenizar o proprietário da coisa. 
Outro evento juridicamente relevante no filme, foi a notícia de que os navios de Antônio, que representavam todo o seu patrimônio, haviam se perdido. Isso significava que Antônio estava insolvente, ou seja, não tinha mais patrimônio que garantisse o pagamento da dívida. 
Outro ponto relevante foi quando, ao vencer a obrigação, Antônio não a cumpriu na data e local combinados. Houve assim o inadimplemento da obrigação contraída e, por conseguinte, Antônio ficou em mora para com Shylock, que agora podia pleitear a execução da garantia. 
Durante o julgamento, nos chamou a atenção aintervenção do “doutor” que, numa manobra de hermenêutica, mudou os rumos da sentença. Isso porque a crítica que queremos anotar aqui é que a interpretação de maneira extremamente extensiva e ilimitada, desconsiderando os aspectos volitivos do contrato, pode comprometer sobremaneira a segurança jurídica do negócio.

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