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Termoregulação

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Faculdade Maurício de Nassau Departamento de Biofísica
Prof(a). LUCIANA TEIXEIRA
BIOFÍSICA DA TERMORREGULAÇÃO
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	Referência bibliográfica
	GARCIA, E. A. C. Biofísica, São Paulo, Editora Sarvier, 1998. (caps. 11 a 13)
	Revista Brasileira de Anestesiologia
 	vol.56 no.1 Campinas Jan./Feb. 2006 (SCIELO)
TERMORREGULAÇÃO
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 "Ainda que a temperatura do ambiente externo varie de 13° aos 70° C, a temperatura corporal será mantida praticamente constante. 
TERMORREGULAÇÃO
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capacidade de um organismo utilizar-se de vários mecanismos para garantir que a sua temperatura corporal seja mantida na faixa apropriada à espécie. 
TERMORREGULAÇÃO
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Organismo 
Unicelular
Organismo Pluricelular
“Autonomia máxima”
Constância do Meio Interno  Temperatura constante!  autonomia máxima! (maior independência das condições variáveis do meio externo)
TERMORREGULAÇÃO
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Endotermia 
(gr. éndon = interior)
Independem de fontes externas de calor 
Termorregulação via produção metabólica de calor
temperatura “constante”
Mamíferos e aves
Ectotermia 
(gr. ektós = exterior)
Dependem de fontes externas de calor
Termorregulação via fontes de calor fora do organismo
 Todos os outros animais
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Endotérmicos produzem:
1. Termogênese:
a) Química : Metabolismo b) Mecânica : Calafrio
2. Termólise:
Mecanismos Efetores
Regulação do Fluxo Sanguíneo Cutâneo (vasodilatação OU vasoconstrição)
TERMORREGULAÇÃO
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Sinais vitais (em pacientes hospitalizados):
Freqüência cardíaca
Freqüência respiratória
Pressão Arterial
Temperatura
			
Temperatura influencia TODO o metabolismo!
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Lesões Cerebrais, Intermação
Arritmia Cardíaca
Termorregulação Debilitada
Termorregulação Eficiente
Termorregulação Debilitada
Limite Inferior de Sobrevida
Limite Superior de Sobrevida
Febre, Exercícios Intensos
Normal
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1. Temperatura Central (TC)
T do sangue arterial nas regiões centrais do organismo.
Variação diária de 0,5 até 1,5º C.
Temperatura Central Normal: 
Ideal para a manutenção do Metabolismo Basal e da Homeostase
Em média, de 36,7º C a 37º C (pode variar)
Durante Exercício Físico: pode aumentar, temporariamente, para 38º C até 40º C
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2. Temperatura Cutânea (TP)
Varia com a temperatura do meio ambiente
Medição da Temperatura
Objetivo: medir a TC (e não a TP)
Método mais popular: axilar (menos preciso!)
Métodos mais precisos: retal (boa precisão), oral, timpânico, esofágico.
Cateter equipado com termistores na carótida, aorta, femoral e outras artérias
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Endotérmicos produzem:
Termogênese:
Química : Metabolismo
Mecânica : Calafrio
TERMORREGULAÇÃO
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Termogênese Biológica
Química:Todo processo de combustão do corpo resulta em calor
 Termogênese obrigatória
 Termogênese adaptativa
 1 - Produção de calor pelo metabolismo basal (tiroxina)
• Reações químicas exotérmicas no metabolismo dos 
 açúcares, gorduras e proteínas.
Alterações Endócrinas (no frio, liberam hormônios como as catecolaminas: noradrenalina e adrenalina, e o hormônio tiroxina que acelera até 100% o metabolismo)
2 - Produção metabólica pelo tecido adiposo marrom (quando presente) 
• Tecido adiposo marrom:
- Principal substrato.
- Em todo o corpo
- Células inervadas pelo simpático 
- Muitas mitocôndrias
	
TERMORREGULAÇÃO
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Tecido adiposo marrom
Altamente vascularizado
mitocôndrias especiais
inervação simpática
Presente em recém-nascidos
Termogenina
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Termogênese biológica
1. Mecânica: 
Baseada no calor durante calafrio 
 
Calafrio:
Contração desorganizada dos músculos esqueléticos
• Resposta involuntária 
Consumo de O2 ↑ 2 a 5 vezes
TERMORREGULAÇÃO
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1. AUTONÔMICOS (involuntários)
2. COMPORTAMENTAIS (voluntários)
Em quase todos os animais (até nos invertebrados)
É a busca pela Faixa de Temperatura Ambiente de Preferência (característica da espécie)
Características:
ESCOLHA do ambiente mais adequado para trocas de calor
Adoção de POSTURAS CORPORAIS (encolhidas/estiradas)
MAIS ECONÔMICO E EFICIENTE!
Mecanismos de Termorregulação
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Mecanismos Efetores
(involuntária)
Regulação do Fluxo Sanguíneo Cutâneo (vasodilatação OU vasoconstrição)
Glândulas Sudoríparas (resfriamento por evaporação)
Tremor (ganho de calor)
Alterações Endócrinas (no frio, liberam hormônios como as catecolaminas: noradrenalina e adrenalina, e o hormônio tiroxina que acelera até 100% o metabolismo)
Piloereção.
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Mecanismos de Troca de Calor
Evaporação 
(22%)
Parede
Irradiação (60%)
Convecção 
para o ar
(15%)
Objeto
Condução 
(3%)
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TERMORREGULAÇÃO
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TERMORREGULAÇÃO
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Bidirecional
Troca de calor por ondas EM
Toda matéria que não está em “zero absoluto” 
irradia iv
Corpo Humano
irradia raios térmicos em todas as direções
Irradiação
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10 ºC
Irradiação
37°C
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100 ºC
Irradiação
37°C
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37 ºC
Irradiação
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Transferência de calor através do contato direto entre um corpo frio e outro quente. 
Transfencia entre partículas:
Pele com ar
CONDUÇÃO
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Bidirecional
Movimento vibratório
“Zona Isolante” (= Zona Privada de Ar)
	 na camada adjacente aquecida (devido à baixa condutividade do ar)
Condução
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Condução
Sem vento
37 ºC
37 ºC
36 ºC
35 ºC
 34 ºC
Zoom
34 ºC
37°C
PELE
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HIPOTERMIA
CONDUÇÃO
Mergulhado na água a 0° C, um ser humano só pode sobreviver alguns minutos 
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 • Leve (35 a 33º C)
sensação de frio, tremores, letargia motora, espasmos musculares. 
A pele fica fria, as extremidades do corpo apresentam tonalidade cinzenta ou levemente arroxeada (cianótica). 
A pessoa tem confusão mental. 
Os sintomas dos tipos de Hipotermia
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 • Moderada (33 a 30º C)
Os tremores começam a desaparecer, a pessoa tende a ficar muito sonolenta, prostrada, quase inconsciente, rigidez muscular, alterações na memória e na fala.
Os sintomas dos tipos de Hipotermia
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 • Grave (menos de 30º C)
 A pessoa fica imóvel e inconsciente, as pupilas se dilatam e a freqüência cardíaca diminui, se tornando quase imperceptível. Se o paciente não for devidamente tratado, a morte é inevitável. 
Os sintomas dos tipos de Hipotermia
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Fatores pessoais:
 Roupa inadequada
 Roupa molhada
 Extremos de idade (recém-nascido, idoso)
 Alteração do estado de consciência 
 Debilidade e exaustão
 Imobilidade
Fatores que predispõem para o aparecimento de hipotermia
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Drogas:
 Álcool
 Anestésicos
 Antitiroidianos
 Narcóticos 
 Sedativos/hipnóticos
 Hipoglicemiantes
Fatores que predispõem para o aparecimento de hipotermia
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Estado de saúde
 Alcoolismo
 Insuficiência cardíaca
 Demência
 Lesões do SNC
 Secção transversal da medula espinhal
Fatores que predispõem para o aparecimento de hipotermia
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Estado de saúde
Encefalopatia
 Mal nutrição
 Mixedema (hipotireoidismo)
 Hipopituitarismo
 Insuficiência supra-renal
 Choque
Fatores que predispõem para o aparecimento de hipotermia
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Massas Iguais 
( produção de calor igual)
Tecido
Qualquer
↓Superfície
(mais quente)
Área de Superfície x Massa
25°C
37°C
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Pele
Camada Isolante
(aumentada por causa dos pêlos)
Piloereção
Irradiação
Condução
Irradiação
Condução
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Pele
Roupa
Irradiação
(50%)
Condução
( 50%)
Irradiação
Camada Isolante
(aumentada por causa da roupa)
Roupa Normal
Condução
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Água
Pele
Roupa
Condução
Camada Isolante
Roupa Molhada
↑Condução em até 
20 vezes!
Água  condutância muito 
	maior que a do ar!
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Corpo humano: pele e pulmões
20 a 25%
Quente  Frio
 na febre e hiperventilação pulmonar por taquipnéia 
Queimados  hipertermia
Evaporação
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Evaporação
(100% da 
perda de calor) 
Paredes
(50 ºC)
Irradiação
Condução
do ar
(50 ºC)
T Externa > T Interna
Grande importância da 
Evaporação!
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EVAPORAÇÃO
INSENSIVEL
 Sem representatividade na termorregulação.
• SENSIVEL
 O suor, ao evaporar, absorve calorias da pele, provocando refrigeração. 
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Convecção 
	transferência de energia térmica através da movimentação de massas de fluido.
Fluxo ocorre devido as diferenças de densidades provocadas pelas próprias diferenças de temperaturas. 
TERMORREGULAÇÃO
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Vasoconstrição x Vasodilatação
Vasoconstrição
Vasodilatação
Temperatura
Condutância 
térmica
da pele
PELE = Sistema de “Irradiação de calor” controlado
(vasoconstrição x vasodilatação)
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TERMORREGULAÇÃO
A manutenção da temperatura central é feita por mecanismos homeostáticos eficientes que visam manter as reações químicas orgânicas dentro de padrão compatível com a normalidade.
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O calor é gerado principalmente no cérebro, coração, fígado e músculo esquelético.
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O calor (abreviado por Q) é a forma de inserir energia térmica entre dois corpos que se vale da diferença de temperaturas existente entre eles. Não é correcto afirmar que um corpo tem mais calor que outro; o calor é uma forma de transferir energia de um sistema para outro, sem transporte de massa, e que não corresponde à execução de um trabalho mecânico. A transmissão de energia sendo função da diferença de temperatura entre os dois sistemas - Convencionalmente, se um corpo recebe energia sob a forma de calor (e não sob a forma de trabalho), a quantidade Q é positiva e se um corpo transfere energia sob a forma de calor, a quantidade transferida Q é negativa. A unidade do Sistema Internacional (SI) para o calor é o joule (J), embora seja usualmente utilizada a caloria (cal; 1 cal = 4,18 J). 
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A manutenção da temperatura central do organismo com uma variação de apenas ± 0,6°C é feita através de mecanismos homeostáticos eficientes que visam manter as reações químicas orgânicas dentro de padrão compatível com a normalidade. Ainda que a temperatura do ambiente externo varie de 13°C aos 70 °C, a temperatura corporal será mantida praticamente constante. Ao contrário da temperatura central, a temperatura cutânea variará conforme a temperatura ambiente.
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Diversos mecanismos podem atuar na regulagem da temperatura do corpo, como tremores (para gerar calor a partir de contrações musculares), palidez (a circulação sanguínea se altera para direcionar menos calor para a pele, perdendo menos calor para o ambiente), ruborização (a circulação sanguínea se altera para irradiar mais calor através da pele), ofegância ou suor (para perder calor através da evaporação).
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Calafrio: contração desorganizada dos músculos esqueléticos. É uma resposta involuntária e durante esse estado o consumo de oxigenio pode aumentar de 2 a 3 vezes. Esta resposta é inibida pelo CURARE.
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O quadro clínico da insolação e da intermação é semelhante. Na insolação aparecem náuseas, tontura, aumento da temperatura do corpo, sede intensa e diminuição do nível de consciência, com instalação de coma. 
A intermação é um fenômeno que é descrito como temperatura corpórea acima de 40,5ºC. Geralmente ocorre em jovens que realizam atividade física extenuante (aumento do metabolismo) em ambientes quentes e úmidos (ambiente quentes e úmidos dificultam a evaporação). Esses casos são mais comuns entre atletas, recrutas militares e trabalhadores da construção civil. Nenhum caso foi descrito em banhistas de mar e piscina
A intermação ocorre rapidamente e exige tratamento intensivo imediato pelos altos níveis de temperaturas que podem lesar principalmente o cérebro, causando seqüelas definitivas. 
As apresentações podem ser variadas, com quadros de câimbras intensas, náuseas, com síncope (desmaio) ou quase síncope (sensação de desmaio), ou como um quadro semelhante a um acidente vascular cerebral com graus variados de coma. Em geral, o indivíduo com quadro de intermação apresenta faces rosadas e secas com ausência de suor. Entre os militares, alguns casos graves se associaram à desidratação grave, lesão muscular e insuficiência renal com letalidade de aproximadamente 1%. O exército israelense desenvolveu táticas para evitar o problema, tais como treinamento progressivo da adaptação do soldado a esses ambientes de alta temperatura, turnos curtos de guarda com rápida substituição, hidratação adequada e responsabilização dos oficiais pelos casos ocorridos entre os soldados.
Após a geração desse estímulo, ele caminha por células especializadas e ativa todo o coração, permitindo que ele exerça sua principal função: a de bombear o sangue para os vários órgãos de nosso corpo. No entanto, nem sempre as coisas acontecem assim tão bonitinhas. Em alguns casos, por diversos motivos, esse estímulo não é gerado na freqüência correta (podendo ser para mais ou para menos) ou nasce em locais não habituais. Esses estímulos anormais também podem ser conduzidos pelo coração, causando ou não sintomas e podendo levar à morte.
As arritmias cardíacas representam esse grupo de distúrbios do ritmo cardíaco, que inclui um grande número de doenças, algumas bastante comuns e outras extremamente raras. É importante saber que podem ocorrer em qualquer idade, independente do sexo e da etnia, estando ou não associadas a outras doenças do coração.
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A temperatura central é a temperatura do sangue arterial nas regiões centrais do organismo. Medidas confiáveis da temperatura central podem ser obtidas por exemplo através de cateter equipado com termistores na carótida, aorta, femoral e outras artérias. 
Alternativas não invasivas são a temperatura oral, retal e timpânica. Temperaturas medidas na superfície da pele, como é o caso da temperatura axilar, revelam as flutuações da termorregulação periférica que não acompanham necessariamente a variação da temperatura central. 
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A temperatura central é a temperatura do sangue arterial nas regiões centrais do organismo. Medidas confiáveis da temperatura central podem ser obtidas por exemplo através de cateter equipado com termistores na carótida, aorta, femoral e outras artérias. 
Alternativas não invasivas são a temperatura oral, retal e timpânica. Temperaturas medidas na superfície da pele, como é o caso da temperatura axilar, revelam as flutuações da termorregulação periférica que não acompanham necessariamente a variação da temperatura central. 
Calafrio: contração desorganizada dos músculos esqueléticos. É uma resposta involuntária e durante esse estado o consumo de oxigenio pode aumentar de 2 a 3 vezes. Esta resposta é inibida pelo CURARE.
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>>O tecido adiposo marrom é um tecido altamente especializado em gerar calor. Está presente em animais hibernantes e em crianças recem nascidas. È altamente vascularizado e possui inervação simpatica. Em temperaturas baixas, o hipotálamo posterior estimula a inervaçao simpatica que desencadeia uma cascata de reações intracelulares, onde finalmente a termogenina, uma proteína transmembrana mitocondrial, realiza a quebra da cadeia respiratória gerando calor em vez de formar ATP
Altamente vascularizado, mitocôndrias especiais, inervação simpática (via receptores beta3... AMPc... 
termogenina
transdução de sinal pelo receptor que leva a uma cascata de reações bioquímicas, onde finalmente a termogenina, uma proteína transmembrana, realiza a quebra da cadeia respiratória gerando calor em vez de formar ATP
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Termorregulação = regulação da temperatura
Temperatura = medida da energia cinética do movimento molecular (movimento vibratório)
Calor = fluxo de energia térmica (energia térmica em trânsito)
Há dois tipos de mecanismos termorreguladores: os autonômicos (involuntários) e os comportamentais (voluntários). Ambos dependem dos termorreceptores, que são receptores sensíveis a frio ou a calor situados por todo o corpo. Os mecanismos efetores da termorregulação autonômica são: a regulação do fluxo sanguíneo, por meio
de vasodilatação, que aumenta a condutância térmica da pele, ou de vasoconstrição, que diminui; sudorese (resfriamento por evaporação); tremores (promove ganho de calor); piloereção; e alterações endócrinas. Já a regulação comportamental, que é a mais eficiente e econômica, depende das sensações conscientes de frio e calor, e ocorre, por exemplo, mediante a busca pela faixa de temperatura ambiente de preferência (característica da espécie) ou pela adoção de posturas corporais ideais (encolhidas ou estiradas). 
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Sistema Endócrino 
O sistema endócrino é um conjunto de glândulas de secreção interna. Suas secreções - os hormônios - lançados na circulação sangüínea atuam nas reações do metabolismo, do crescimento, nas funções reprodutoras e no desenvolvimento em geral. 
O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, faz a coordenação do nosso corpo, colocando em harmonia as suas partes, relacionando umas às outras de maneira regular. 
Das glândulas endócrinas estudaremos a hipófise, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, as ilhotas pancreáticas, o timo e as gônadas (ovário e testículos).
Em biologia, um organismo homeotérmico é aquele que mantém constante a temperatura corporal. Um homeotérmico é um animal que é capaz de manter sua temperatura interna num nível estável controlando o ritmo de seu metabolismo. Os únicos organismos que são homeotérmicos são os mamíferos e as aves. Como homeotérmicos podem controlar a temperatura de seus corpos, eles são capazes de manter o funcionamento de seus corpos em ambiente onde pecilotérmicos (ou pecilotermos) não poderiam sobreviver. Um ponto negativo desta característica é que eles são forçados a manter seus corpos sempre na mesma temperatura ou eles morrem. Isso consome uma quantidade de energia considerável. Homeotérmicos têm esta dificuldade especialmente no inverno. Não há alimento suficiente para fornecê-los energia para manter o ritmo de seus metabolismos estável 24 horas por dia. Para compensar a falta de alimento o organismo pode entrar num controlado estado de hipotermia chamado hibernação. Este estado propositalmente diminui a temperatura do corpo de modo que não é utilizada muita energia e o animal não passa fome durante o inverno. Homeotérmicos também gastam uma grande quantidade de energia para não superaquecerem. Para evitar o superaquecimento, um organismo pode ofegar, suar, procurar abrigo ou água
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Condução:
    A troca de calor direta com outros objetos através da condução é responsável por uma parte bem pequena da quantidade de calor perdida(3%). Já a condução para o ar representa uma parte bem mais significativa, cerca de 15%. 
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4 Nota-se que vulgarmente o organismo cria correntes de convecção em sua volta, uma vez que o ar
quente tem menor densidade que o ar frio e por isso sobe, afastando-se do organismo.
O vestuário minimiza as perdas de calor por condução e convecção ao permitir a criação de uma camada de ar, não renovada, junto à superfície corporal. Contudo, esta capacidade perde-se quando as roupas se tornam molhadas ou húmidas (por exemplo em roupa suada), devido à elevada condutibilidade da água que aumenta a taxa de transferência de calor através da roupa em 20 vezes ou mais.
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BIOTERMOLOGIA, TERMORREGULAÇÃO,
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Quando há uma queda brusca da temperatura corporal, as terminações nervosas detectam a baixa temperatura, imediatamente o organismo começa a realizar a vasoconstrição (diminuição do calibre) dos vasos sanguíneos, principalmente da pele, com o objetivo de diminuir a perda do calor e estabilizar a temperatura interna. É por isso que a pele fica fria. 
Quando a vasoconstrição não é o suficiente para evitar essa queda, aparecem então os tremores, ou seja, contrações involuntárias dos músculos esqueléticos que geram calor. Se o tempo de exposição ao frio ambiental é prolongando, os tremores tendem a diminuírem ou cessarem, surgindo alterações mentais e diminuição da perfomace motora. Lentamente ocorre um colapso do mecanismo termorregulador, incluindo a vasodilatação na pele, em seqüência há perda de calor para o exterior. Dessa forma, a pessoa começa a diminuir seu nível de consciência, suas funções vitais se alteram, o que vai evoluindo até a morte. Os sintomas dos três tipos de Hipotermia; • Leve (35 a 33ºC); sensação de frio, tremores, letargia motora, espasmos musculares. A pele fica fria, as extremidades do corpo apresentam tonalidade cinzenta ou levemente arroxeada (cianótica). A pessoa tem confusão mental. • Moderada (33 a 30ºC); Os tremores começam a desaparecer, a pessoa tende a ficar muito sonolenta, prostrada, quase inconsciente, rigidez muscular, alterações na memória e na fala, entre outros. • Grave (menos de 30ºC); A pessoa fica imóvel e inconsciente, as pupilas se dilatam e a freqüência cardíaca diminui, se tornando quase imperceptível. Se o paciente não for devidamente tratado, a morte é inevitável. 
Revista Brasileira de Anestesiologia
Print ISSN 0034-7094
Rev. Bras. Anestesiol. vol.56 no.1 Campinas Jan./Feb. 2006
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A hipotermia ocorre freqüentemente durante o período peri-operatório, sendo, porém, raramente diagnosticada e tratada. A hipotermia pode ser benéfica ou prejudicial ao paciente dependendo da situação e do procedimento específicos. Este artigo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre as indicações e complicações da hipotermia, assim como seu diagnóstico, prevenção e tratamento. CONTEÚDO: São apresentadas as principais causas e complicações da hipotermia peri-operatória, bem como os seus benefícios. CONCLUSÕES: A hipotermia pode ocorrer durante o ato anestésico-cirúrgico devido à inibição direta da termorregulação pelos anestésicos, à diminuição do metabolismo e à perda de calor para o ambiente frio das salas cirúrgicas, mesmo com a utilização de aquecimento ativo. Quando ocorre de forma inadvertida, pode estar associada a numerosas complicações, mas, quando bem indicada, pode proteger órgãos vitais, como o sistema nervoso central e o miocárdio. A manutenção da normotermia reduz os efeitos indesejáveis da hipotermia, sendo a prevenção através do aquecimento, o método mais efetivo. Estratégias de aquecimento ativo ou passivo devem ser empregadas e os tremores musculares devem ser adequadamente tratados, prevenindo desconforto e o aumento da demanda metabólica.
Durante a anestesia há redução da taxa metabólica, do consumo de oxigênio e da produção de calor25.
A maioria dos anestésicos possui ação vasodilatadora e todos alteram o controle central da temperatura inibindo as respostas termorreguladoras contra o frio, tais como a vasoconstrição e os tremores musculares42-44. Os opióides45 e o propofol46, por exemplo, diminuem de maneira linear o limiar de vasoconstrição e dos tremores. Já os agentes halogenados47,48 diminuem de maneira não linear o limiar de resposta ao frio. Conseqüentemente, em um paciente anestesiado, as respostas termorreguladoras serão desencadeadas a uma temperatura mais baixa do que naquele não anestesiado1
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Os valores térmicos estão aumentados em certas condições, tais como refeições, exercícios intensos, gravidez ou ovulação.
Regulação da temperatura corporal
A manutenção da temperatura corporal é resultado do equilíbrio entre a produção do calor (combustão de alimentos, fígado e músculos) e a perda calórica. 
O calor gerado no interior do organismo chega à superfície corporal através dos vasos sangüíneos que formam o plexo vascular subcutâneo, mas pouco calor se difunde para a superfície, graças ao efeito isolante do tecido adiposo.
O fluxo sanguíneo para a pele representa até 30% do débito cardíaco total. A condução do calor para a pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas (sistema nervoso simpático), sendo que ao chegar na superfície, o calor é transferido do sangue para o meio externo, através de: irradiação (60%), evaporação (22%), convecção (15%) e condução (3%).
A relação área de superficie do bebe com o adulto
é pequena 8 para o bebe e 15 para o adulto mas quando faz esta relação com a massa, a do adulto é muitas vezes maior que do bebe portanto o denominador é muito alto (8/10 para bebe e 20/70 para adulto = 0,8 e 0,3)
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convecção: 
    A remoção de calor através de corrente de ar (convecção) é uma etapa após a condução, devido ao fato do ar quente ter a tendência de elevar-se. Este fenômeno evita que o ar quente fique em contato com a pele, o que prejudicaria a troca da calor. 
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A manutenção da temperatura central do organismo com uma variação de apenas ± 0,6°C é feita através de mecanismos homeostáticos eficientes que visam manter as reações químicas orgânicas dentro de padrão compatível com a normalidade. Ainda que a temperatura do ambiente externo varie de 13°C aos 70 °C, a temperatura corporal será mantida praticamente constante. Ao contrário da temperatura central, a temperatura cutânea variará conforme a temperatura ambiente.

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