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Direito Administrativo - Noções Preliminares e Princípios

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Capítulo 1
Noções Preliminares
Direito
Ordem jurídica – “O sistema legal adotado para assegurar a existência do Estado e a coexistência pacífica dos indivíduos em sociedade.” (p. 1)
Direito público é predominantemente composto de normas que disciplinam as relações jurídicas em que o Estado é parte, com vistas à regular os interesses estatais e sociais, sendo a conduta individual tratada apenas de modo reflexo (p. 2)
Normas de ordem pública – “são regras imperativas e inafastáveis pela vontade das partes.” (p. 2)
Direito Administrativo
Conceito
Hely Lopes Meirelles – “O Direito Administrativo brasileiro ‘sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.’” (p. 5)
Conjunto harmônico de princípios jurídicos – São os requisitos pra que o Direito Administrativo seja uma disciplina autônoma, enquanto ciência: princípios teóricos próprios, ordenados e verificáveis na prática. (p. 5)
Regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas – Disciplina os atos da Administração pública, além da ordenação de sua estrutura e de seu pessoal, independentemente se a atividade administrativa é realizada pelo Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário (Nos dois últimos a atividade administrativa é função secundária, paralela e instrumental de suas atividades principais.) (p. 5)
São normas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado 
Concretude – Afasta a atuação abstrata do Estado (característica da atividade legislativa)
Exercício direto – Atuação independente de provocação, afastando a atuação de modo indireto por parte do Estado (Atuação indireta é característica da atividade jurisdicional, uma vez que a jurisdição é inerte, deve ser provocada). 
Atuação imediata do Estado - Corresponde à atividade administrativa, não se confundindo com a atuação mediata (função social). (p. 5, 6)
Ressalvas de Celso Antônio Bandeira de Mello
Direito Administrativo não é um conjunto de normas e princípios que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem, de forma a considerar a totalidade do que está contido na função administrativa, já que parte dessas atividades é tratada por outros ramos – Direito Tributário, Financeiro, Previdenciário e outros. (p. 6)
Certas atividades administrativas serem disciplinadas por ramos próprios do direito tem três razões principais:
Crescimento de normas relativas a esses temas (Direito Tributário, Financeiro, Previdenciário e outros).
Aprofundamento de seus estudos ante a importância que ganharam na vida social.
Razões econômicas: A criação de uma nova disciplina cria um novo mercado de livros, professores, profissionais, etc. (p. 5) 
Cautela com doutrinas que conceituam o Direito Administrativo como um Direito que reúne uma série de poderes em favor do Estado. Na verdade, o Direito Administrativo representa um conjunto de limitações aos poderes do Estado e também representa os deveres da Administração perante os administrados. (p. 6)
Relação com outros ramos do Direito
Direito Constitucional 
	Tratam do mesmo ente: o Estado.
	Direito constitucional – Anatomia, estrutura, fins do Estado e os direitos e garantias dos administrados.
	Direito Administrativo – Fisiologia, função, organização interna do Estado. Materializa as finalidades que a Constituição atribui ao Estado.
Direito Tributário e Financeiro 
	Ponto de congruência é a receita pública.
	Direitos Tributário e Financeiro – Atividades vinculadas à imposição e arrecadação de tributos.
	Direito Administrativo – Realização das receitas e efetivação das despesas.
Direito Penal
	Direito Penal - Ilícitos penais praticados por agentes públicos (Código Penal).
	Direito Administrativo – Ilícitos administrativos (estatuto do servidor).
Direito Processual 
	Processo Administrativo – Segue princípios comuns aos Direitos Processual Civil e Penal.
Direito do Trabalho 
	Empregado público sujeito à Consolidação das Leis do Trabalho.
	Instituições de Previdência e Assistência ao assalariado são autarquias (INSS), que são regidas pelo Direito Administrativo.
Direitos Civil e Empresarial
	Contratos e obrigações
Direito Eleitoral
	Direito Administrativo rege os atos eleitorais, organiza a votação e a apuração dos pleitos, está presente no funcionamento dos partidos políticos, no ordenamento e fiscalização da propaganda +partidária.
Ciências Sociais
	Relaciona-se com:
Sociologia
Economia Política
Ciências das Finanças
Estatística
Ciência Política
	A Política alcança todos os setores da Administração quando os governantes do três Poderes traçam normas ou praticam atos tendentes a imprimir, por todos os meios lícitos e morais, os rumos que conduzem a atividade governamental ao encontro das aspirações da comunidade.
Fontes do Direito Administrativo
A lei – Norma imposta coativamente pelo Estado, advinda do poder legiferante ou normativo do Estado. 
A doutrina – Lições dos mestres e estudiosos do Direito, que formam o sistema teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo. Doutrina tem tendência à universalização.
A jurisprudência - Reiteração dos julgamentos dos órgãos do Judiciário, sempre num mesmo sentido. Jurisprudência tende à nacionalização.
Os costumes – Também chamado de direito consuetudinário. Prática habitual de determinado grupo que o considera obrigatório. 
Os princípios gerais do Direito – Critérios maiores, às vezes até não escritos, percebidos pela lógica ou por indução. Representam a base do ordenamento jurídico. 
Codificação do Direito Administrativo
Não é codificado.
Três posições da doutrina
Não codificação
Codificação parcial
Codificação total (majoritária)
Interpretação de regras do Direito Administrativo
O Direito Administrativo Brasileiro, por ser um ramo do direito público, não se adequa a todos os princípios de hermenêutica do direito privado.
Interpretação do Direito Administrativo:
Utilização analógica das regras do direito privado e princípios gerais do direito que lhe forem aplicáveis
Pressupostos:
Desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados (prevalência do interesse público sobre o interesse particular)
Presunção da legitimidade dos atos da Administração
Discricionariedade administrativa demarcada pela finalidade pública e pelo bem comum.
Utilização dos métodos interpretativos previstos da LINDB, quando compatível.
Evolução Histórica do Direito Administrativo
Sistemas Administrativos
Também chamados de mecanismos de controle.
São os regimes adotados pelos Estados para a correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos, praticados pelo Poder Público em qualquer de suas áreas de governo.
A doutrina reconhece dois sistemas:
Sistema contencioso administrativo ou sistema francês – Atos da Administração são julgados por órgão contencioso administrativo, sendo vedado seu conhecimento à justiça comum. Exceções: Litígios decorrentes de atividades públicas com caráter privado, ou que envolvam questões de estado e capacidade de pessoas, de repressão penal, e que se refiram à propriedade privada, por exemplo.
Sistema da jurisdição única, sistema inglês ou sistema judiciário – Litígios devem ser resolvidos predominantemente pelo Poder Judiciário.
Sistema adotado no Brasil pela CF de 1988 – Controle judiciário. Colegiados administrativos não têm caráter conclusivo, suas decisões ficam sujeitas à revisão judicial, no que tange à legalidade.
Estado, Governo e Administração Pública – Conceitos distintos
Estado
Conceito sob o prisma constitucional
Pessoa Jurídica territorial soberana
Nação politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito público que contém seus elementos e três Poderes.
Conceito de Estado de Direito – Pessoa jurídica política e juridicamente organizada e obediente às suas próprias leis
Elementos do Estado
Povo (elemento humano)
Território (base física)
Governosoberano (Soberania é o pressuposto para Estado independente, significa independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna)
Poderes e funções do Estado
Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Os Poderes são elementos estruturais do Estado com funções próprias
Função – Atividade exercida em nome e no interesse de terceiros, no caso da função pública a atividade é exercida em nome e no interesse do povo.
Funções do Estado
Funções típicas – a principal de cada Poder, para a qual aquele Poder foi criado
Funções atípicas – estranha ao Poder que a exerce, função secundária
Funções típicas de cada Poder
Poder Legislativo – Função legislativa – Característica: abstrata
Poder Judiciário – Função judiciária ou jurisdicional – Característica: indireta (depende de provocação)
Poder Executivo – Função administrativa – Característica: direta (independe de provocação)
Função política ou de governo (Celso A. B. de Mello) – Funções eminentemente políticas e não classificáveis nas três funções clássicas. Não se encaixam na gestão rotineira dos assuntos da sociedade. Exemplos – declaração de estado de sítio e do estado de defesa, decretação de calamidade pública, declaração de guerra, etc.
Organização do Estado
É a matéria constitucional que versa sobre 
A divisão política do território nacional
A estruturação dos Poderes
A forma de Governo
Ao modo de investidura dos governantes
Os direitos e garantias dos governados
Definida a organização do Estado, institui-se a legislação infraconstitucional que define a organização administrativa das diversas entidades estatais.
Governo
Criação abstrata da Constituição e das leis que atua por intermédio de:
	Suas entidades (pessoas jurídicas)
	Seus órgãos (centros de decisão)
	Seus agentes (pessoas físicas investidas em cargos e funções)
Definição de Governo
	Aspecto formal – Conjunto de Poderes e órgãos constitucionais
	Aspecto material – Complexo de funções estatais básicas
	Aspecto operacional – Condução política dos negócios públicos
	Fernanda Marinela – Atividade política e discricionária, representando uma conduta independente do administrador, com um comando com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução.
Administração Pública
Critério formal, orgânico ou subjetivo
A Administração Pública como conjunto de órgãos, estrutura estatal 
Alguns autores admitem como sinônimo de Estado, pensado do ponto de vista físico, estrutural 
Nesse sentido, é grafada com as primeiras letras maiúsculas.
Critério material ou objetivo
	A administração pública como atividade administrativa exercida pelo Estado
	Função administrativa
	Nesse sentido é grafada com letras minúsculas
Atividade administrativa
É a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, de âmbito federal, estadual e municipal, segundo os p0receitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum.
Toda atividade desenvolvida pela Administração, protegendo os interesses da coletividade.
Natureza munus publico – encargo para quem exerce, dever de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade, não sendo permitido a liberdade para a persecução de outros interesses.
Capítulo 2
Regime Jurídico Administrativo
Conceito de Regime Jurídico Administrativo
Conjunto de princípios que são peculiares ao Direito Administrativos que guardam entre si uma relação lógica de coerência e unidade, compondo um sistema ou regime.
Por questão de divergência a doutrina ainda não definiu quantos e quais princípios devem compor esse regime.
Distinção entre princípios e regras
Regras: são operadas de modo disjuntivo, ou seja, em caso de conflito se aplica uma e a outra é anulada.
Princípios: não se excluem em caso de conflito, nesse caso é aplicado o princípio da ponderação de valores ou ponderação de interesses e deve ser preponderado caso a caso. Não há nulidade do princípio afastado.
Princípios do Direito Administrativo
Princípios são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. São os alicerces, os fundamentos da ciência e surgem como parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas.
Princípios mínimos da Administração Pública expressos no art. 37, caput, da CF de 1988, alterado pela EC nº 19/98:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
A Lei nº 9.784, de 29/01/99 define o processo administrativo. No art. 2º lista os seguintes princípios:
Legalidade
Finalidade
Motivação
Razoabilidade
Proporcionalidade
Moralidade
Ampla defesa
Contraditório
Segurança jurídica
Interesse público 
Eficiência 
3.1. Princípio da supremacia do interesse público
Determina privilégios jurídicos e um patamar do interesse público sobre o particular.
Princípio não expresso no texto constitucional.
Princípio inerente a qualquer sociedade.
Pressuposto lógico do convívio social e fundamenta quase todos os institutos do Direito Administrativo.
Exemplos de normas que trazem esse princípio:
Art. 5º, XXIV da CF – Desapropriação justificada por necessidade, utilidade pública e interesse social, garantindo a indenização prévia, justa e em dinheiro.
Arts. 182, 184 e 191 da CF – Desapropriação por desrespeito à função social da propriedade. Esse tipo de desapropriação é uma forma de sanção. 
Art. 5º, XXV da CF – Requisição de bens do particular quando estiver presente um perigo eminente. A requisição de bem público somente se admite na hipótese do art. 136, p 1º II (estado de defesa, calamidade pública).
Art. 58 da Lei Nº 8.666/93 (das Licitações) - Clausulas exorbitantes dos contratos administrativos, que permitem a rescisão unilateral de um contrato por parte da Administração.
Esse princípio só pode ser aplicado em interesse da coletividade, nunca pelo único e exclusivo interesse do aparelho estatal ou de seus governantes.
3.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público
O Administrador ou agente administrativo, não pode dispor, não pode abrir mão do interesse público.
Não pode usar o princípio da supremacia do interesse público em seu próprio interesse ou de outro particular.
É um contrapeso ao princípio da supremacia do interesse público.
“Em nome da supremacia do interesse público, o Administrador pode muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público”.
O Administrador exerce uma função, o que significa uma atividade em nome e interesse de outrem, não havendo, portanto, autonomia da vontade nem liberdade irrestrita.
3.2.1. Conceito de interesse público
Interesse público representa o contrário do interesse privado, particular.
Interesse do todo, do conjunto social.
Interesse público primário – interesse público propriamente dito. Soma dos interesses individuais enquanto partícipe da sociedade
Interesse público secundário – interesse do Estado enquanto pessoa jurídica, simples sujeito de direitos. Interesse privado desse sujeito. O interesse público secundário não pode ser exercido se houver conflito com o interesse público primário.
3.3. Princípio da legalidade
Princípio base do Estado Democrático de Direito.
Garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei.
Exemplos de normas que trazem esse princípio:
Art. 5º, II da CF – Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Art. 37, caput da CF – Administração Pública deve obedecer ao princípio da legalidade.
Art. 84, IV da CF – Ato administrativo é subordinado à lei e visa permitir a sua fiel execução (competências do Presidente da República).
Art. 150, I da CF – Não há tributo sem lei anterior que o defina.
Dois enfoques de legalidade:
Relação de não contradição à lei – direito privado, relação travada entre dois particulares, autonomia da vontade, podem fazer tudo o que a lei não proibir.
Critério de subordinação à lei – direito público, defesa do interesse da coletividaderepresentada, a Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou determina.
Seabra Fagundes: “Administrar é aplicar a lei, de ofício”.
Princípio da legalidade não exclui a atuação discricionária do administrador, que eventualmente se valerá de tal para atender a finalidade da lei. O ato discricionário se baseará na conveniência e na oportunidade do interesse público, o juízo de valor da autoridade e sua liberdade.
Atos discricionários – São praticados com base na conveniência e na oportunidade do interesse público, admitindo um juízo de valor por parte do agente público, com liberdade, estando restrita aos limites da regra legal. 
Atos arbitrários – Representa o abuso, praticado fora dos limites da norma, inválido, ilegal e deve ser retirado da ordem jurídica.
Jurisprudência brasileira atual: admite-se a legalidade em seu sentido amplo, incluindo as normas constitucionais, permitindo a aplicação de princípios e regras constitucionais.
Princípio da legalidade NÃO É princípio da reserva legal.
Celso Antônio Bandeira de Mello – Três restrições excepcionais ao princípio da legalidade:
Medidas provisórias – Art. 62 da CF; EC nº 32 de 11/09/2001. Editada pelo Presidente da República, não é lei mas tem força de lei. Vale provisoriamente e é submetida ao Congresso Nacional.
Estado de defesa – Art. 136 da CF. Autoriza a restrição de alguns direitos visando preservar e restabelecer a ordem pública ou a paz social.
Estado de sítio – Art. 137 da CF. Semelhante ao estado de defesa, porém aplicado à casos mais graves e implica em restrição de um número maior se direitos.
Todas as hipóteses de restrição do princípio da legalidade estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário.
3.4. Princípio da impessoalidade
Atuação do agente público deve ser ausente de subjetividade, ou seja, sem inclinação a atender interesses pessoais, próprios ou de terceiros.
Objetivo: Igualdade no tratamento aplicado pela Administração Pública aos administrados em uma mesma situação jurídica.
É uma faceta do princípio da isonomia.
Celso Antônio Bandeira de Mello: “o princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia”.
Dois aspectos da impessoalidade:
Quanto ao dever de atendimento do interesse público – o administrador deve agir sempre de forma impessoal, abstrata, genérica, protegendo sempre a coletividade.
Quanto à imputação – a atividade exercida por um agente público é sempre imputada ao órgão ou entidade da Administração e nunca ao próprio agente (ver teoria da imputação).
Exemplos:
Art. 37, II da CF – Exigência de concurso público para o exercício de cargos ou empregos públicos
Art. 37, XXI da CF – Licitação como forma de a Administração celebrar o melhor contrato possível
Art. 117, VIII da Lei nº 8.112/90 – Proibida a prática do nepotismo
Art. 37, §1º da CF – Publicidade dos atos e programas dos órgãos públicos deve ser desvinculada da pessoa dos administradores públicos, não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que façam promoção pessoal de qualquer agente público
3.5. Princípio da finalidade
Hely Lopes Meirelles – Princípio da impessoalidade = Princípio da finalidade ou imparcialidade. Sendo a finalidade pública, o administrador não pode buscar objetivos particulares ou de terceiros
Celso Antônio Bandeira de Mello – O administrador deve cumprir a finalidade pública definida pela lei. Esse princípio não decorre da finalidade, mas é inerente a ela. “Só se cumpre a legalidade quando se atende a sua finalidade”.
O princípio da finalidade exige a persecução do objetivo legal, certo e inafastável de qualquer ato administrativo: o interesse público, o bem comum, além das finalidades específicas apontadas na lei.
Art. 2º, alínea e, da Lei nº 4.717/65 – Desvio de finalidade.
Art. 2º, parágrafo único, III e XIII, da Lei nº 9.784/99 – Finalidade pública. Vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.
Abuso de poder: exercício das atribuições fora dos limites da lei, sendo um desses limites a finalidade.
			Excesso de poder – ultrapassa os limites de suas atribuições
Abuso de poder 	Desvio de finalidade – ato praticado fora das finalidades previstas na lei
Art. 5º, LXIX, da CF – Remédio Constitucional cabível em caso de ilegalidade ou abuso de poder: Mandado de segurança.
Princípio autônomo
Expresso na norma infraconstitucional
Implícito no texto constitucional
Tem como fundamento o próprio princípio da legalidade
3.6. Princípio da moralidade
Princípio explícito: Art. 37, caput, da CF.
Moralidade administrativa:
Honestidade
Observância dos padrões éticos
Boa-fé
Lealdade
Correção de atitudes
Regras de boa administração
Função administrativa
Interesse do povo 
Bem comum
Bom administrador
Por ser princípio de conteúdo jurídico amplo, vago, indeterminado, não definido, o Judiciário amiúde só o aceita cumulado com outro princípio para invalidar um ato.
Maioria dos julgados: imoralidade é agravante da ilegalidade e não um vício autônomo.
Proteção legal ao princípio da moralidade:
Art. 37, § 4º, da CF – Improbidade administrativa
Lei nº 8.429/92 – Lei da Improbidade administrativa
Art. 85, da CF – Crimes de responsabilidade do Presidente da República. Inciso V: Contra a probidade na administração
Art. 5º, LXXIII – Remédio constitucional contra ato lesivo contra a moralidade administrativa: Ação popular.
LC nº 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal 
3.7. Princípio da publicidade
Princípio explícito: Art. 37, caput, da CF.
É a divulgação, tendo como finalidade o conhecimento público.
Efeitos da publicidade:
Dá ciência ao povo sobre o que está sendo feito com seus direitos.
Condição de eficácia – marca o início da produção de efeitos de um determinado ato administrativo, irradiando efeitos apenas após sua publicação. Ex.: Art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93 – A publicação dos extratos dos contratos em imprensa oficial é indispensável para a eficácia dos contratos administrativos. Ou seja, o contrato pode ser válido, mas só é de cumprimento obrigatório à partir de sua publicação.
 Contagem de prazos – Os prazos começam a ser contados à partir da data de publicação ou de notificação do interessado.
Controle, fiscalização – Possibilita fiscalizar e controlar os atos do Poder Público. Meios constitucionais: 
Mandado de segurança
Ação popular
Habeas data
Outros instrumentos:
Ação civil pública
Direito de petição
Representação às autoridades competentes
Pedido de informações
Efeito inibitório – A ciência por parte da sociedade inibe a pratica de irregularidades.
 Publicidade: Gênero
	Publicação: Espécie
Dispositivos constitucionais:
Art. 5º, XXXIII, da CF – Direito à informação.
Art. 5º, XXXIV, b, da CF – Direito de certidão.
Art. 5º, LXXII, da CF – Remédio constitucional habeas data (direito à obtenção e à retificação de informações pessoais).
Lei nº 8.429/92, art. 11, IV – desobediência ao dever de publicar caracteriza improbidade administrativa.
Exceções ao princípio da publicidade:
Art. 5º, X, da CF – Invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Dever de indenizar por danos morais e materiais. A Administração não deve publicar quando a publicação comprometer o direito à intimidade.
Art. 5º, XXXIII, da CF – Direito à informação, mas ressalvadas àquelas imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado. Regulamentações do acesso à informação: Lei nº 12.527/11, Decreto nº 7.724/12
Art. 5º, LX, da CF – A lei poderá restringir os atos processuais em defesa da intimidade individual e do interesse social. Ex.: Art. 150, da Lei nº 8.112/90 (Estatuto dos Servidores da União).
A publicidade da Administração Pública deve ser impessoal, não podendo ser meio para a promoção pessoal do agente público ou de outrem.
Promoção pessoal punível com base no art. 11, da Lei nº 8.429/92.
Lei nº 12.550/11, que inseriu o Capítulo V do CP, dispõe sobre “Fraudes em certames de interesse público” e acrescentou mais uma responsabilidade quanto à utilização indevida da informação.3.8. Princípio da eficiência
Princípio explícito: Emenda Constitucional nº 19/98.
A eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.
Busca de resultados práticos de produtividade e economicidade, redução de desperdício do direito público e rendimentos típicos da iniciativa privada, sendo, nesse caso, o lucro do povo.
Art. 6º da Lei nº 8.987/95 – dispõe sobre concessão e permissão de serviços públicos e define o serviço público adequado.
Art. 41, da CF – a eficiência aparece como requisito indispensável para aquisição e perda da garantia de estabilidade.
Art. 169, da CF – Racionalização da máquina administrativa.
Art. 19, da LC nº 100/00 – Dispõe sobre os limites para gastos com despesa pessoal.
Art. 70, da LC nº 100/00 – Fixa o prazo de dois exercícios para a eliminação dos excessos dos gastos públicos.
Sistema de eliminação de gastos da Administração endividada - Corte de pelo menos 20% das despesas com:
1º - cargos de comissão e funções de confiança.
2º - Servidores não estáveis (EC nº 19).
3º - Servidores estáveis, sendo que estes só podem ser atingidos após esgotados todos os anteriores.
Lei 12.527/11 – Informações e reclamações conta a Administração. 
Art. 1º, parágrafo único: Estão subordinados à essa Lei a Administração Direta, os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e do Judiciário e do Ministério Público; as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º: Se aplica também às entidades privadas sem fins lucrativos, no que couber, e na parcela do recurso público recebido.
	Art. 5º, LXXVIII, da CF, introduzido pela EC nº 45 (Reforma do Poder Judiciário): Busca celeridade nos processos, eficiência no provimento final, tanto nos processos judiciais quanto administrativos. Carece da criação de leis regulamentadoras ainda não criadas.
3.9. Princípio da isonomia
Princípio implícito.
Isonomia significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades.
Visa prover as medidas necessárias para a equivalente satisfação de todas as necessidades e objetivos individuais e coletivos.
Não visa promover a igualdade absoluta entre todos os indivíduos.
Critério para a verificação de violação da isonomia:
Identificar qual é o fator de discriminação, de exclusão (ex.: deficiência física, mobilidade apenas por cadeira de rodas)
Verificar se este fator de exclusão está ou não de acordo com o objetivo da norma (Ex.: Exclusão de deficiente físico para concurso para salva-vidas, pois neste caso não há como o deficiente exercer o cargo – art. 5º, § 2º, da Lei nº 8.112/90 Regime Jurídico dos Servidores da União: “cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras)
Art. 19, III, da CF – É proibida a distinção entre brasileiros. 
Art. 12, § 2º, da CF – Não pode existir distinção nem mesmo entre brasileiros natos e naturalizados, excetos nos casos previstos Constituição como, por exemplo, no § 3º.
Art. 7º, XXX, da CF – Vedada a distinção de salários de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
	Art. 39, § 3º - a Lei poderá fixar distinções por exigência da natureza do cargo.
Maioria doutrinária entende ser vedado o limite de idade para o exercício de cargo público com base no art. 3º, IV, da CF. Para que a seja feita a discriminação, esta deve ser justificada pela natureza do cargo e estar prevista na lei da carreira. Neste sentido: Súmula nº 683 do STF – Necessidade de valoração quanto à complexidade do cargo, com caráter subjetivo, não bastando exigência em edital, mas anterior exigência na lei de carreira.
 3.10. Princípio do contraditório
Princípio explícito: Art. 5º, LV, da CF.
Princípio do devido processo legal Art. 5º, LIV, da CF		Contraditório
								Ampla defesa
A Administração Pública é obrigada a dar ciência da existência do processo e de seu conteúdo ao interessado.
Elemento essencial ao processo.
Ninguém pode ser julgado sem antes ser ouvido.
Portanto, para se dar plenitude e efetividade à esse princípio é necessário:
Intimar a parte a manifestar-se
Ouvi-la
Permitir a produção e alegação de provas
Deixar que a parte influa no convencimento do julgador
Por fim deve-se colocar a parte socialmente mais fraca em paridade inicial frente à parte mais forte e impedir que a igualdade de direitos se transforme em desigualdade de fato, por conta da inferioridade cultural ou social de uma delas.
3.11. Princípio da ampla defesa
Princípio explícito: Art. 5º, LV, da CF.
Esse princípio assegura à parte a garantia de defesa, conferindo ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega, podendo valer-se de todos os meios e recursos disponibilizados para a busca da verdade real, proibindo-se, taxativamente, qualquer cerceamento de defesa.
Regras para a aplicação da ampla defesa:
Caráter prévio da defesa – a defesa deve ser realizada antes de qualquer ato decisório. Os procedimentos e penas devem estar predeterminados, para a parte saber exatamente como e do que se defender.
Direito à informação geral decorrente do contraditório, o acesso ao processo, além do direito de cópias, correndo as despesas por parte do interessado.
Direito de solicitar produção de provas, vê-las realizadas e interferindo efetivamente no convencimento do julgador.
Defesa técnica: realizada por representante legal do interessado, o advogado. Contribui substancialmente para o equilíbrio e a legalidade do processo. Tem presença facultativa (Súmula Vinculante nº 5 do STF). 
Direito de interpor recurso administrativo, independente de previsão escrita em lei (art. 5º, LV, da CF), além do direito de petição (Art. 5º, XXXIV, alínea a, da CF; Súmula nº 373 do STJ; Súmula Vinculante nº 21 do STF)
 Súmula Vinculante nº 3 – Garante o contraditório e a ampla defesa nos processos perante o TCU, reforçando a ideia de que ninguém pode ser atingido por uma decisão da qual não participou da construção.
Art. 2º da Lei nº 9.784/99 – Regula o processo administrativo federal, prevendo expressamente o direito à ampla defesa e ao contraditório.
3.12. Princípio da razoabilidade
Princípio implícito no texto constitucional.
Princípio explícito na lei ordinária: art. 2º da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo).
Princípio da proibição de excessos. 
Representa um limite para a discricionariedade do administrador.
Exige uma relação de pertinência entre a oportunidade e conveniência de um lado e a finalidade legal do outro.
O administrador deve obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal.
As decisões que violam a razoabilidade são ilegais, ilegítimas (não inconvenientes), pois ferem o princípio da legalidade em sentido amplo, por ofenderem princípio constitucional implícito.
Não se admite qualquer conveniência e oportunidade, pois elas devem ser razoáveis.
No âmbito da conveniência, da oportunidade e da discricionariedade do administrador só poderá haver interferência do Judiciário se houver falta de razoabilidade e, assim, violação ao violação ao texto constitucional e, desta forma, ao princípio da legalidade.
3.13. Princípio da proporcionalidade
Princípio implícito no texto constitucional.
Hely Lopes Meirelles e Maria S. Zanella Di Pietro – Este princípio está contido na razoabilidade.
Princípio que exige equilíbrio entre os meios que que a Administração utiliza e os e os fins que ela quer alcançar (finalidade legal).
Exige também equilíbrio entre o sacrifício do interesse de alguns e a vantagem obtida pela coletividade.
As medidas tomadas pelo Puder Público não podem ser mais intensas e mais extensas do que as necessárias para os casos concretos.
Em caso de violação da proporcionalidade, o Poder Judiciário deverá anular o ato (não apenaso excesso) por ferir a legalidade, podendo responsabilizar o administrador público pelo abuso de poder.
Exemplos legais da razoabilidade:
Art. 37, da CF.
Art. 5º, II, da CF.
Art. 84, IV, da CF.
Lei nº 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, VI, VIII, IX e art. 29, § 2º - (Princípio da razoabilidade com cara de princípio da proporcionalidade.
3.14. Princípio da continuidade
Exige que a atividade administrativa seja prestada de forma contínua, não comportando intervalos, não apresentando lapsos ou falhas.
A atividade administrativa deve ser constante e homogênea.
Celso Antônio Bandeira de Mello – continuidade é subprincípio do princípio da obrigatoriedade do desempenho da atividade pública, vindo do princípio fundamental da indisponibilidade. A atividade administrativa é uma deve ser perseguida por ser obrigação da Administração Pública, conforme determinado pela lei.
Consequências do princípio da continuidade: 
Serviços públicos
Os serviços públicos não devem ser interrompidos.
Exceção: Lei nº 8.987/95, art. 6º, § 3º - Pode haver a interrupção do serviço público em caso de:
Emergência
Após prévio aviso por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações
Por inadimplemento do usuário (Isonomia, supremacia do interesse público, vedação do enriquecimento ilícito). Vedada a interrupção por inadimplemento quando a ausência do serviço público causar dano irreparável.
Direito de greve
Para trabalhadores em geral: art. 9º da CF, regulamentado pela Lei nº 7.783/89, que define os serviços essenciais e necessidades inadiáveis da comunidade.
Para servidores públicos: art. 37, VII, da CF, alterado pela EC nº 19/98, que retirou a obrigatoriedade de regulamentação por Lei Complementar.
Servidores públicos
Institutos da suplência, delegação ou substituição visam o preenchimento de funções públicas vagas por doenças, afastamentos legais e outros para garantir a continuidade dos serviços públicos.
Contratos administrativos
Exceptio non adimpleti contractus (Exceção do contrato não cumprido)
Art. 78, XV, da lei 8.666/93 – Autoriza o contratado a suspender a prestação de serviços em caso de inadimplência superior a 90 dias por parte da Administração, sendo ressalvados os casos de calamidade pública, grave perturbação da ordem, ou guerra.
Ocupação provisória dos bens da contratada
Art. 58, V, da Lei nº 8.666/93 – a Administração pode ocupar-se provisoriamente dos bens da contratada para garantia a prestação da atividade enquanto tramita processo administrativo para a extinção do contrato. Após a rescisão a Administração pode reverter para si os bens essenciais ao serviço, com a devida indenização (art. 36 da Lei nº 8.987/95)
Encampação e caducidade
Arts. 37 e 38 da Lei nº 8.987/95 - Autorizam a extinção unilateral do contrato por parte da Administração por interesse público (encampação) ou por descumprimento de cláusula contratual por parte da contratada (caducidade), ambas com fundamento na continuidade dos serviços.
3.15. Princípio da autotutela
Art. 53 da Lei nº 9.784/99.
Sumulas nº 346 e 473 do STF.
Significa que a Administração Pública pode controlar seus próprios atos, anulando-os quando ilegais e revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos, independentemente de revisão pelo Poder Judiciário.
Tal controle dos próprios atos só pode ser feito nos limites da lei.
Doutrina majoritária: A anulação é um dever do Poder Público.
Doutrina minoritária: A anulação deve ser pautada pela supremacia do interesse público.
Prazo para revisão dos próprios atos quando ilegais e se deles decorrem efeitos favoráveis para os destinatários – decadencial e de 5 anos contados da data em que o ato foi praticado (art. 54, da Lei nº 9784/99). 
A ilegalidade pode ser corrigida pelo Judiciário.
Limites materiais à revogação (quando não se pode revogar):
Atos vinculados (Eles não têm conveniência)
Atos que já exauriram seu efeitos (Revogação não retroage, apenas ex-tunc)
Atos que estão na orbita de competência da autoridade (Interessado recorreu à autoridade superior e a inferior deseja revogar o ato)
Os meros atos administrativos (Têm seus efeitos previstos em lei)
Os atos que integrem um procedimento (A prática do novo ato gera preclusão do anterior)
Os atos que geram direitos adquiridos
Maria S. Zanella Di Pietro – representa o poder que a Administração Pública tem de zelar pelos bens que integram seu patrimônio, sem necessidade de intervenção do Judiciário, utilizando-se do seu Poder de Polícia para impedir quaisquer atos que levem risco à preservação desses bens.
3.16. Princípio da especialidade
Art. 37, XIX e XX, da CF.
A criação por parte do Estado de pessoas jurídicas administrativas como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos (por exemplo: autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas), depende de lei para criar ou autorizar sua criação e ditar suas finalidades específicas. Essas pessoas jurídicas ficam vinculadas à essas finalidades, não podendo o administrador deixar de cumpri-las.
Aplicável também aos órgãos públicos que também estão vinculados `finalidade do ato de sua criação.
3.17. Princípio da presunção de legitimidade
Todo ato administrativo é presumidamente legal (obediência às leis), legítimo (obediência às regras de moral) e verdadeiro (correspondente com a verdade).
Presunção relativa – presunção juris tantum – admite prova em contrário – ônus probatório de quem aponta a ilegitimidade.
Como consequência, as decisões administrativas são de execução imediata e cria obrigações para o particular independentemente de sua concordância.
Justificativas para essa presunção:
Ato administrativo passa por prévios procedimentos e formalidades legais.
Imagina-se que o administrador obedeceu todos os parâmetros, inclusivo os supra citados.
O administrador está sujeito ao princípio da legalidade do direito público.
Caso o administrador descumpra as regras acima, os atos estão sujeitos ao controle de legalidade.
Necessidade de assegurar a celeridade aos atos administrativos.
O ato ilegítimo irradia efeitos enquanto não declarado inválido pela Administração ou pelo Judiciário, sendo o ato inválido, porém eficaz.
Servidores devem obedecer os atos, salvo quando estes forem manifestamente ilegais.
3.18. Princípio da motivação
A Administração tem o dever de:
Justificar seus atos
Apontar os fundamentos de direito e de fato
Apontar a correlação lógica entre os eventos e situações que lhes deram causa
Mostrar a providência tomada
Mostrar sua compatibilidade com a previsão legal
E quando necessário, demonstrar:
O juízo de valor
As razões de conveniência e oportunidade que justificaram a pratica dos atos (presente nos atos discricionários)
Dever de motivar:
Doutrina minoritária – O dever de motivar (motivação) não é obrigatório como regra, apenas aconselhável. É obrigatória quando a lei expressamente mandar. Art. 93, X, da CF: aplica-se somente a atos de conteúdo decisório, sendo facultativa aos demais atos. Afirma ainda que o citado dispositivo aplica-se apenas ao Judiciário, não ao outros Poderes. Art. 50 da Lei nº 9.784/99: motivação é obrigatória em alguns atos, sob pena de invalidação por vício de forma, o que significa não ser obrigatória nos demais casos.
Doutrina majoritária – Motivação é obrigatória. Art. 1º, II e parágrafo único, da CF: direito à cidadania e todo o poder emana do povo, portanto nada mais justo do que o povo saber das razões que motivaram o ato administrativo, sendo uma forma de concretização do direito à cidadania. Art. 5º, XXXV, da CF: direito à apreciação judicial, qualquer lesão ou ameaça de lesão devem ser levadas ao Judiciário, controle que ficaria prejudicado se não houver conhecimento do fundamento que motivou o ato, sendo a motivação novamente indispensável. Art. 5º, XXXIII, da CF: garantia de informação expressa. Art. 93, X, da Lei nº 9.784/99: necessidade de motivação para atos administrativos do Judiciário deve ser aplicada por analogia aos demais Poderes.
A motivação deveser prévia ou contemporânea ao ato, sob pena de invalidação.
Maioria: motivação é obrigatória para ambos os atos, o vinculado e o discricionário. 
Como motivar		Ato vinculado – Apenas fazer menção do fato e da regra de direito.
Ato discricionário – Ponderação dos fatos e regras jurídicas, motivação mais detalhada.
3.19. Princípio da segurança jurídica
Viga mestra da ordem jurídica. Faz parte do sistema constitucional como um todo.
Protege a estabilidade como uma certeza para as regras sociais, impedindo alterações que causem instabilidades sociais.
Por ocasião da ponderação dos interesses, a segurança jurídica normalmente prevalece sobre outro princípio.
A inobservância de um princípio
A inobservância de um princípio gera uma ofensa a todo o sistema de comando e não apenas a um mandamento específico.
É a forma mais grave de ilegalidade e de inconstitucionalidade, pois é uma agressão a todo um sistema, uma violação dos valores fundamentais, gerando uma corrosão de sua estrutura mestra.
Possibilidade de aplicação da Lei nº 8429/32, art. 11 – improbidade administrativa.
Regime Jurídico do Servidor Público – Lei nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990
Agente Público
Toda pessoa física munido de função pública.
Ex.: 
Presidente da República
Deputado Federal
Servidor da Receita Federal
Agentes Públicos se classificam em:
- Agentes Políticos 
- Servidores Públicos
- Particulares em colaboração com a Administração Pública
	Conceito de Servidor Público
	Art. 2º - “...servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.”
	São aquelas pessoas que trabalham para pessoas jurídicas de direito público.
	Se vinculam à União, aos estados, ao Distrito Federal e Municípios.
	São ligados à Administração Direta.
	
	Como se tornar Servidor Público
	Art. 37, II, da CF: “... aprovação em concurso público de provas ou de provas é títulos ... ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.”
	
EC nº 19
EC nº 41 Subtetos de remuneração

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