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Questões de CPP

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Questionário 1 
 Como se inicia o inquérito policial? 
Pode ser instaurado de ofício mediante portaria, 
Mediante requisição da autoridade judiciária ou do MP, 
Do ministro da justiça (Arts. 100, parágrafo 1 do CP e Art 145, parágrafo único do CP), 
A requerimento do ofendido (art. 5 inciso 2 do CPP) ou do seu representante (art. 5 parágrafo 4 do CPP) e 
Mediante auto de prisão em flagrante. (art 307 do CPP) 
 Por quem é feita a instauração do inquérito policial de ofício? Em que hipótese e de que forma ela se dá? 
É feita pela autoridade policial, se da na hipótese de crime de ação penal pública, através de portaria. 
O inquérito policial é indispensável para o oferecimento da denúncia ou queixa? 
Não é indispensável e sim dispensável, sendo suficiente para o oferecimento da denúncia ou queixa a existência de peças de informação. 
 O sigilo do inquérito policial atinge o advogado? 
Não atinge, (estatuto da advocacia Art. 7, inciso 14 da lei 8.906/94) mas pode, entretanto responder por crime de violação de sigilo profissional. 
 Em que caso a instauração do inquérito policial depende de manifestação da vítima? Nos crimes da ação penal privada e nos crimes de ação penal pública condicionada á representação (Art 5, parágrafo 4 e 5 do CPP)
 Pode a autoridade policial arquivar o inquérito? 
Não (Art 17 do CPP), somente o juiz competente mediante requerimento do MP. 
O que pode fazer o MP ao receber os autos do inquérito policial em crime de ação penal pública? 
Pedir novas diligencia que julgar imprescindíveis; 
Pode requerer o arquivamento;
 Oferecer denúncia. 
O que deve fazer a autoridade policial quando verificar a ocorrência da infração de menor potencial ofensivo? 
Deve lavrar termo circunstanciado e encaminhar ao juízo juntamente com o autor do fato e a vítima, salvo se o autor do fato assumir o compromisso de comparecer ao juizado (Art 69 parágrafo único do JECRIM Lei n. 9099/95). 
 O que ocorre se o autor da infração de menor potencial ofensivo for surpreendido em flagrante delito? 
 Não irá impor prisão em flagrante, nem se exigir fiança (Art. 69, parágrafo único da Lei. 9099/95) 
 Se o MP requerer o arquivamento do inquérito policial e o juiz não concordar o que poderá fazer? 
Caso o juiz concorde o inquérito será arquivado, se não concordar deverá remeter o caso ao Procurador Geral de Justiça para dirimir a contenda estabelecida (Art. 28 do CPP). 
Qual o prazo para a conclusão do inquérito policial? 
	Regra geral
	10 dias preso/30 dias solto
	Na lei de tóxicos
	30 dias preso/90 dias solto
	Por ordem da justiça federal
	15 dias preso/30 dias solto
	Por crime contra economia popular
	10 dias esteja o indiciado preso ou solto (art. 10  § 1º da 1.521/1951. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.)
Se o indiciado estiver preso e o inquérito não se findou após o prazo legal. 
 Neste caso o indiciado deverá ser solto imediatamente, caso contrário haverá ilegalidade pelo excesso de prazo. 
 Quando a autoridade encerrar seu trabalho o que deve fazer? 
Deverá confeccionar relatório do que apurou (Art. 10, parágrafo 1 do CPP) fazendo um resumo do que ocorreu durante os atos investigatórios.
Poderá o inquérito policial, uma vez arquivado servir como base para denúncia ou queixa? 
Não poderá servir como base, mas enquanto não estiver prescrita a pretensão punitiva do estado a qualquer momento surgindo novas provas é possível o desarquivamento dos autos do inquérito (Art. 18 do CPP) 
Questionário 2
 Como saber se o crime é ou não de ação penal pública incondicionada? 
A ação é pública, salvo quando a lei declara que é da alçada do ofendido, ou seja, no silêncio da lei ela é pública incondicionada.
 Quais são as condições da ação penal? O que se entende por condições de procedibilidade da ação no processo penal? 
 São condições da ação:
Possibilidade jurídica do pedido; 
Legitimidade de partes;
Interesse de agir. 
Condições de procedibilidade são as atinentes a admissibilidade da persecução penal como a representação do ofendido e a requisição do Ministro da Justiça. 
Oferecida a condição de procedibilidade o MP é obrigado a promover a ação penal? Não é obrigado, ele pode requerer o arquivamento do inquérito, requisitar diligencia. 
Levando-se em conta o sujeito que a promove como se classificam as ações penais? 
Ação penal pública incondicionada - de ofício, pela requisição do MP e do juiz. 
Ação penal pública condicionada - representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça. 
Ação penal privada - exclusivamente privada (representação legal), personalíssima (ofendido), subsidiária da pública (vítima pela inércia do MP). 
 Como se inicia a ação penal pública e privada? 
 A ação penal pública se inicia pela denúncia e a ação penal privada pela queixa. 
Em que consiste o princípio da indisponibilidade do processo? 
É o princípio que vigora na ação penal pública (Art. 42 e 576 do CPP) e que impede o MP de desistir da ação e do recurso que haja interposto. 
 Quais os princípios que regem a ação penal privada? 
Princípio da oportunidade ou conveniência: o ofendido tem a faculdade de aquilatar a oportunidade ou conveniência da extração do inquérito da ação penal. 
Disponibilidade: o querelante pode desistir da ação por ele intentada por meio do instituto do perdão e da perempção, bem como pode desistir de recurso que tenha interposto. 
Indivisibilidade ou pessoalidade: a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará o processo a todos. 
 Em que consiste o princípio da oportunidade regrada ou vinculada? 
Por meio do qual as partes, o MP e o autor do fato, desde que presentes os requisitos legais abdicam da instauração da lide penal aplicando-se imediatamente a pena pecuniária ou restritiva de direitos (Art. 76 da lei 9099/95) 
Feita a representação, quem a fez poderá retratar-se impedindo assim, a propositura da ação penal? 
Ela só será retratável depois de oferecida a denúncia (Art 25 do CPP e 102 do CP). 
 Em que hipóteses a denúncia ou queixa será rejeitada?
Quando for manifestamente inepta; 
Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação; 
Faltar justa causa para o exercício da ação (Art. 395, do CPP). 
 Caso o juiz baixe os autos ao MP para aditamento da denúncia e este não concorde, o que o juiz poderá fazer? 
Poderá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça e este fazer o aditamento ou não. (Art. 28 e 384 parágrafo 1 do CPP). 
 Qual a conseqüência da aceitação da reparação pecuniária pelos danos causados pela infração de menor potencial ofensivo no JECRIM? 
Tratando-se de ação penal privada ou pública condicionada o acordo homologado acarreta renúncia ao direito de queixa ou representação (Art. 74 parágrafo único da lei 9099/95). 
 Proposta a ação penal, pode o MP dela desistir e o ofendido ? 
O MP não poderá desistir (Art. 42 e 576 do CPP) e o ofendido pode por meio do instituto do perdão e da perempção (Art. 51 e 60 do CPP) 
O que é perempção? Cite 2 causas que a determinam. 
É o abandono da ação pela inércia é a desistência de seguir na ação penal privada quando ocorrer qualquer das hipóteses do art. 60 do CPP.
 Causas:
Deixar de comparecer a um ato em que foi intimado, 
Não pedir a condenação. 
O que é decadência? Qual o prazo decadencial no direito de queixa e representação? 
Decadência é a extinção do direito de agir do ofendido em face do decurso do tempo, tem cabimento na ação privada e pública condicionada à representação no prazo de 6 meses (Art. 38 do CPP) 
Questionário 3
Qual a diferença entre a ação penal e a ação civil ex delicto? 
A ação penal visa à aplicação da sanção penal 
A civil ex delicto é a fixação da indenização sempre que o agente praticar num mesmo fato um ilícito penal e um ilícito civil. 
Qual a influência da jurisdição penal sobre a jurisdição civil? 
Há plena autonomia das ações penal e civil,mas a decisão penal condenatória tem influência sobre a civil tendo força de coisa julgada e a sentença penal absolutória com a devido trânsito em julgado nas hipóteses dos artigos 65 e 66 faz coisa julgada no cível. 
Como pode agir o ofendido para a reparação do dano sofrido, quando o agente pratica num único fato, um ilícito penal e civil?
A responsabilidade civil é independente da penal, mas não se poderá, porém questionar mais sobre a existência do fato ou quem seja seu autor quando as questões se acharem decididas no crime. Assim cabe ao ofendido ou seu representante legal ingressar com a ação civil de conhecimento de natureza condenatória (Art. 64 do CPP) ou aguardar a sentença penal condenatória transitar em julgado e ingressa com a execução civil. 
Se o juiz penal absolver o acusado, o ofendido pode pedir o ressarcimento do dano no civil? 
A sentença absolutória penal não impede e nem prejudica a ação civil de conhecimento, mas existe a exceção quando a absolvição penal se fundamenta na existência de causas excludentes da ilicitude ou quando em face de estar provada a inexistência material do fato.
O despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação impedem a propositura da ação civil ex delicto? 
Não, o despacho de arquivamento e peças de informação e a decisão que julgar extinta a punibilidade não impedem que seja proposta a ação civil (Art. 67, inciso 2 do CPP)
Questionário 4
Como a doutrina costuma distinguir a competência de foro? Há diferença entre jurisdição e competência?
A competência pelo lugar da infração é chamada de ratione loci ou competência territorial. A competência pela natureza da infração é conhecida como ratione materiae ou competência em razão da matéria. Por fim, o foro por prerrogativa de função é denominado ratione personae ou competência em razão da pessoa. 
Em razão da matéria como se estabelece a competências da justiça penal estadual?
Nem a Constituição Federal nem as leis processuais definem expressamente quando a competência é estadual, entretanto, como há previsão detalhada acerca da competência militar, eleitoral e federal, é por exclusão que se conclui que um julgamento cabe à Justiça Estadual Comum. A competência da esfera estadual, exceto do Júri, cessa se houver conexão com crimes da esfera federal ou eleitorais, deslocando -se, nesse caso, para estas últimas.
Em caso de conexão com crime militar haverá separação de processos, de modo que cada justiça julgue aquele de sua competência (art. 79, I, do CPP).
Dentre as formas de prorrogação de competência, diferencie conexão de continência.
Para que exista conexão deve haver um vínculo, uma ligação entre duas ou mais infrações penais e pluralidade de agentes, (Art. 76 do CPP).
 Já a continência ocorre quando um fato criminoso contém outros, ou seja, a continência não pressupõe uma pluralidade de infrações penas.
Concomitantemente diversas pessoas saquearam um estabelecimento comercial, sem se conhecerem umas as outras. Como será determinada a competência?
Conexão intersubjetiva por simultaneidade (ou ocasional)
Se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas (art. 76, I).
Nesta figura os agentes cometem os crimes ao mesmo tempo, porém, sem que haja prévio ajuste entre eles, conclusão a que se chega pelo fato de a unidade de desígnios ser justamente o que distingue esta modalidade de conexão. Exatamente por essa razão, é que a conexão por simultaneidade é rara. Um exemplo ocorre quando vários torcedores, inconformados com um pênalti marcado contra seu time, invadem o campo e praticam agressões contra o árbitro e seu auxiliar. São dois crimes (lesões em duas vítimas), praticados por mais de uma pessoa, sem que tenha havido prévio ajuste entre elas. 
“A” furta um auto em SP, levando o posteriormente para o receptador “B”em Santo André, pergunta-se: 
Qual juízo competente para apurar ambos os delitos? 
Conexão instrumental ou probatória. Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias influírem na prova de outra infração. A receptação depende do furto. (Art. 76, inciso 3 do CPP)
Qual o tipo de conexão ou continência para que haja um só processo?
Devem-se seguir as regra do art. 78 do CPP.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
Quando ocorre a conexão objetiva ou teleológica?
A conexão objetiva teleológica ocorre quando o agente pratica um crime visando a prática de um segundo (Art. 76, inciso 2 do CPP)
Um juiz de SP que comete homicídio no Paraná deve ser julgado em qual juízo?
Por prerrogativa de função ou foro privilegiado deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (Art. 96, inciso 3 da CF).
Questionário 5
Aponte legalmente as hipóteses de prisão provisória. O que se entende por prisão penal?
Flagrante delito (Art. 301 a 310 do CPP), 
Prisão preventiva (Art. 311a 316 do CPP), e
Prisão temporária.
Prisão penal refere-se ao cumprimento de pena por parte de pessoa definitivamente condenada a quem foi imposta pena privativa de liberdade na sentença.
Liberdade provisória e relaxamento de flagrante: diferencie.
Liberdade provisória: a prisão é legal, mas o juiz permite que o réu responda ao inquérito do processo em liberdade sob condições impostas.
Relaxamento de flagrante: a prisão é ilegal, ou seja, quando não segue as formalidades do flagrante.
 
Sendo a prisão preventiva espécie do gênero prisão cautelar, em que consistem o periculum libertatis e o fumus commissi delicti.
Fumus commissi delicti nada mais é do que a exigência de que o fato investigado seja criminoso, bem como da existência de indícios de autoria e prova da materialidade da infração em apuração. Já o periculum libertatis diz respeito à necessidade de segregação do acusado, antes mesmo da condenação, por se tratar de pessoa perigosa ou que está prestes a fugir para outro país etc.
Diferenciar flagrante preparado de flagrante esperado.
Flagrante preparado: o agente é induzido à prática de um crime pela vítima, que pode ser policial ou terceiro, sendo impossível a consumação. 
Flagrante esperado: não há provocação para o crime, mas a policial captura o agente porque recebeu informações ou porque exercia vigilância sobre o agente.
 “A”foi preso em flagrante delito por crime inafiançável. Após analisar os autos, o que o advogado poderia pleitear visando a soltura de “A” ?
O advogado poderá pleitear relaxamento se o flagrante for ilegal ou a liberdade provisória nas hipóteses de ter agido amparado pelas excludentes de ilicitude (Art. 310, parágrafo único do CPP) e quando estiver ausente os pressupostos da prisão preventiva (Art. 310, inciso 2 e Art. 321 do CPP).
O que se entende por flagrância propriamente dita, quase flagrância e flagrância presumida?
Flagrante próprio: o agente esta cometendo a infração ou acaba de cometê-la.
Flagrante impróprio ou quase flagrante: o agente é perseguido logo após a infração por autoridade, ofendido ou qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor. 
Flagrante presumido ou ficto: quando o agente é encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração.
Explicar o princípio da proporcionalidade consubstanciado no binômio necessidade/adequaçãonas medidas cautelares pessoais.
Segundo esse princípio deve-se observar a ''necessidade'' para as medidas cautelares serem aplicadas como: o risco para a aplicação da lei penal, risco para a investigação ou instrução penal ou o risco de o investigado voltar a praticar a infração penal. E o juiz na escolha deve pautar-se por sua adequação à gravidade do crime pelas circunstâncias do fato e condições pessoais do acusado. (Art. 282, incisos 1 e 2 do CPP).
Em que casos cabem liberdade provisória em crime inafiançável e hediondo como ao acusado pela pratica de homicídio doloso qualificado? Explique. 
Cabe liberdade provisória quando o acusado tiver agido amparado pelas excludentes de ilicitude (Art. 310, parágrafo único do CPP) e quando estiver ausente os pressupostos da prisão preventiva (Art. 310, inciso 2 e Art. 321 do CPP)
O que pode fazer o juiz ao receber um auto de prisão em flagrante? Explique.
Relaxamento da detenção que não obedeceu às formalidades legais; 
Concessão de liberdade provisória quando ausentes os motivos que obrigam a decretação da prisão preventiva; 
Decretação da prisão preventiva, transformando-se assim a detenção efetuada pelos órgãos da persecução em prisão embasada em decisão fundamentada pela autoridade judicial.
A doutrina classifica a prisão preventiva de três formas: explique-as, dando o fundamento legal. 
Prisão preventiva originária (Art. 311 e 312 do CPP) é decretada tanto no inquérito como no processo desde que presentes o periculum libertatis e o fumus commissi delicti. 
Prisão preventiva convertida (Art. 310, inciso 2 do CPP) o juiz converte a prisão em flagrante em preventiva. 
Prisão em flagrante substitutiva (Art. 282, parágrafo 4 do CPP) em caso de descumprimento injustificado de medidas cautelares diversas da prisão, permitem em último caso, a decretação da substitutiva em reforço da medida mais branda anteriormente aplicada
Prova: 3 questões – Inquérito, ação penal, jurisdição e competência, 1 é deste questionário.

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