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LFG LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL V Aula 26 Crimes previstos no Código de Trânsito Nacional

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Disciplina: Legislação Penal Especial 
Professor: Rafael Barone 
Aula: 01 
Monitor: Celso 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
I. ANOTAÇÕES 
 
1. Introdução o CTB é diploma especial que trata da regulamentação da circulação em vias terrestre. Em 
sua maioria é composto por dispositivos de natureza administrativa, inclusive dispondo sobre as infrações 
e respectivas sanções dessa natureza art. 161 e 156, CTB. Entretanto, certas infrações administrativas 
também possuem implicação penal, razão pela qual a ofensa ensejará sanções respetivas, provenientes 
de cada uma das áreas, o que não configura bis in idem. 
 
As previsões penais estão disciplinadas no cap. 19º que traz os crimes entre os arts 302 e 312. Dentre as 
figuras, apenas duas são de dano (homicídio e lesão corporal) sem o restante de perigo, podendo 
subdividir: 
 
a. Perigo concreto exige demonstração do risco efetivo ofertado ao bem jurídico tutelado decrete da 
conduta que “expõem a risco” art. 250, CP. 
b. Perigo abstrato cujo o risco é presumido ente a simples prática da conduta art. 14 Lei 10.826/03. 
 
Lei 9.099 é diploma aplicado as infrações de menor potencial ofensivo (contravenções e crimes com pena 
máxima de 2 anos) os quais são suscetíveis de transação penal (conciliação art. 72 da Lei 9.099). Outro 
benefício também previsto nesta lei é o sursis processual, aplicável a todos os crimes cujo a pena mínima 
não ultrapasse 1 ano (art. 89 Lei 9.099). 
 
Em relação a lesão corporal culposa a lei 9.099 é vedada (art. 291, §1º CTB) nos casos em que envolver 
embriaguez, racha ou superação em 50/KM do limite para a via. 
 
Suspensão da habilitação é pena restritiva de direitos aplicada pelo CTB de forma isolada ou cumulativa 
com a penas privativas de liberdade (art. 292, CTB), fugindo a regra de substituição. Não obstante, aos 
reincidentes será aplicada de forma obrigatória, ainda que o dispositivo violado não a comine (art. 296, 
CTB). 
 A demais, também pode ser aplicada cautelarmente, nos moldes do art. 294, CB, cujo o prazo será 
descontado da pena final – detração. Em relação as balizas, o art. 293, CTB define como patamar mínimo 
2 meses e máximo de 5 anos, cujo a dosimetria segue o sistema trifásico das penas. 
 
 
CRIMES DE TRÂNSITO 
Lei nº. 9.503/1997 
Prof. Rafael Barone
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Homicídio:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de 
veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de 
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 à 1/2, se o 
agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de 
Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo 
sem risco pessoal, à vítima do acidente
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver 
conduzindo veículo de transporte de passageiros
● crime de DANO, na modalidade CULPOSA que,
como tal, não admite tentativa;
● privativa de liberdade (2 a 4 anos) + restritiva de
direitos (suspensão da habilitação de 2 meses a 5
anos – art. 293);
● causas de aumento: ausência de habilitação, em
faixa de pedestre, bem como no exercício de
atividade profissional (já são agravantes genéricas -
art. 298 CTB);
● acresce, também, a omissão de socorro ao ferido
(por si só já considerado delito autônomo – art. 304
CTB – figura subsidiária que se aplica quando o
omisso não é o autor do acidente).
forma qualificada:
Art. 302. § 3o Se o agente conduz veículo automotor 
sob a influência de álcool ou de qualquer outra 
substância psicoativa que determine dependência: 
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou 
proibição do direito de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor.
● incluído pela Lei nº 13.547, 19 de dezembro de 2017;
● quando perpetrado por sujeito embriagado, cujas
penas afastam a incidência da Lei nº. 9.099/95, bem
como da possibilidade de substituição por restritivas;
● após a vigência encerra discussão sobre absorção
do perigo da embriaguez pelo dano do homicídio.
Lesão Corporal:
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de 
veículo automotor:
Penas - detenção, de 6 meses a 2 anos e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor
§1º . Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se
ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.
● também crime de DANO, na modalidade CULPOSA
que, como tal, não admite tentativa;
● crime de MENOR POTENCIAL OFENSIVO, cuja
competência é do JECRim, sendo passível de
transação penal (art. 76) e sursis processual (art. 89);
● mesmas causa de aumento.
forma qualificada:
Art. 303. § 2o A pena privativa de liberdade é de 
reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras 
penas previstas neste artigo, se o agente conduz o 
veículo com capacidade psicomotora alterada em 
razão da influência de álcool ou de outra substância 
psicoativa que determine dependência, e se do crime 
resultar lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima.
● incluído pela Lei nº 13.547, 19 de dezembro de 2017;
● quando perpetrado por sujeito embriagado, que já
afasta a incidência da Lei nº. 9.099/95 (art. 291, §1º
CTB) e a lesão for grave ou gravíssima;
● quando muito, permite a substituição a depender da
pena fixada.
Omissão de Socorro:
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do 
acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não 
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de 
solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa, se o fato 
não constituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o 
condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida 
por terceiros ou que se trate de vítima com morte 
instantânea ou com ferimentos leves.
● crime PRÓPRIO (condutor acidentado) e FORMAL;
● ≠ causa de aumento (arts. 302 e 303) pois o sujeito
não é responsável pelo acidente, mas também vítima
(inclusive da própria vítima);
● também MENOR POTENCIAL OFENSIVO.
Fuga a responsabilidade:
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do 
acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que 
lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa
● impõem o dever de permanecer no local = produzir
provas contra si;
● inconstitucional (garantia de não autoincriminação
- art. 5º, LXIII da CF), conferir – TJSP, Arguição de
Inconstitucionalidade 0159020-81.2010, Órgão
Especial, rel. Reis Kuntz, 14/07/2010;
● crime próprio, formal e de menor potencial
ofensivo.
Embriaguez ao Volante:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor.
§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I - concentração igual ou superior a 6 dg de álcool por litro 
de sangue ou igual ou superior a 0,3 mg de álcool por litro de 
ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, 
alteração da capacidade psicomotora.
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida 
mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, 
perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova 
em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
2 reformas, antes da atual redação(da Lei nº.
12.760/12):
● Texto Original (1997): Art. 306. Conduzir veículo
automotor, na via pública, sob a influência de álcool
ou substância de efeitos análogos, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem; PERIGO
CONCRETO
● Lei nº. 11.705/08: Art. 306. Conduzir veículo
automotor, na via pública, estando com
concentração de álcool por litro de sangue igual ou
superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência
de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; PERIGO ABSTRATO,
embriaguez SOMENTE POR SANGUE
● hoje o risco permanece sendo PRESUMIDO.
● exige prova da embriaguez, nos seguintes moldes:
a) laudo pericial = material humano (sangue, ar ou
urina);
b) exame clínico = aspectos pessoais ostentados
(hálito etílico, andar cambaleante, voz pastosa,
vestes desajustadas, olhos...);
c) prova testemunhal = testemunha que tenha visto a
ingestão.
● 3 penas cumulativas: privativa + multa +
suspensão
● em vista do patamar mínimo, pode ser conferida a
suspensão condicional do processo (art. 89 da
9.099/95).
 
 
 
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Disciplina: Legislação Penal Especial 
Professor: Rafael Barone 
Aula: 03 
Monitor: Celso 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
I. ANOTAÇÕES 
 
Violação de suspensão (art. 307) trata de crime de mera conduta, perpetrado por aquele que não cumpre 
a suspensão ou a proibição para dirigir, bem como não entregue a sua CNH, após decisão definitiva, no 
prazo de 48 horas estabelecido no art. 293, §1º CTB é crime próprio e de perigo abstrato em relação as 
penas, são cominadas a multa, detenção de 6 meses a 1 ano e suspensão da habilitação pelo dobro do 
prazo anteriormente violado. 
 
Racha (art. 308) é crime de perigo concreto que demanda prova do risco ofertado pela corrida 
automobilística. São cominada 3 penas, as quais sejam multa, suspensão da habilitação e detenção de 6 
meses a 3 anos, que ultrapassa o teto da Lei 9.099, mas permite o sursis processual. As formas 
qualificadas do §1º e 2º são absorvidas pelos crimes de lesão e homicídio, seguindo a regra de consunção 
de crime de perigo pelos crimes de dano. 
 
Dirigir sem ser habilitado (art. 309) é crime de perigo concreto perpetrado por aquele que não tem ou 
nunca teve habilitação e mesmo assim conduz veículo gerando perigo a outrem. Em relação as penas é 
crime de menor potencial ofensivo suscetível de todos os benefícios da Lei 9.099. 
 
Entrega para não habilitado (art.310) trata de crime de perigo abstrato cometido por aquele que entrega 
a condição do perigo a sujeito não habilitado com habilitação cassada, embriagado ou acometido por 
doença física ou mental que não o permita estar em condição de dirigir. As penas tratam de menor 
potencial ofensivo, portanto passível de todos os benefícios da lei 9.099/95. 
 
Velocidade incompatível (art.311) é crime de perigo concreto praticado por aquele que conduz veículo em 
velocidade superior a determinadas regiões e logradouros. É norma penal em branco pois demanda 
complementação aqui conferida pelas leis de trânsito das localidades. É crime unissubsistente (um só ato) 
que, como tal, não admite tentativa. Em relação as penas também tratam de infração de menor potencial 
ofensivo passível dos benefícios da Lei 9.099/95. 
 
Fraude processual (art. 312) é crime de perigo abstrato perpetrado por aquele que em meio acidente, 
adultera o local, com o fito de ludibriar perito, policial ou juiz. Sendo crime formal, se consuma com a 
simples alteração do local, pouco importando de enganar o sujeito. Em todo caso, demanda o dolo 
específico pelo agente no sentido de querer enganar. Em relação as penas também tratam de figura de 
menor potencial ofensivo. 
 
 
 
 
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Disciplina: Legislação Penal Especial 
Professor: Rafael Barone 
Aula: 04 
Monitor: Celso 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
I. ANOTAÇÕES 
 
Agravantes (art. 298) estão previstas no rol taxativo do art. 298 e são aplicáveis a todos os crimes, nos 
seguintes moldes: 
 
a. Com riscos para 3º ou patrimônio alheio (conferidas somente para crimes de dano (art. 302 ou 
312, CTB visto que nos crimes de perigo o risco já é inerente); 
b. Veículos sem placas ou falsas (pela dificuldade em localizar o autor, o que também não impede 
sofrer reprovação pelo art. 311, CP); 
c. Sem habilitação ou com habilitação com categoria distinta visto não possuir os conhecimentos 
necessário para tanto e, ao se aventurar em dirigir, ainda praticou um crime); 
d. Motoristas com carteiras especiais (pois se espera maior cautela e destreza para conduzir); 
e. Veículos tunados (pois contraria as regras do fabricante e segurança) normas penais em branco; 
f. Em faixa de pedestres zona preferencial que não foi respeitada) 
 
Multa Reparatória (art. 297) se executa mediante o pagamento a vítima de valor equivalente ao prejuízo 
ocasionado, inclusive descontado de indenização civil. Como tal só pode ser conferida aos crimes que 
ensejarem prejuízos material e desde que exista pedido expresso pela vítima. 
 
 Penas alternativas Art. 312-A deverá ser preferencialmente Prestação de Serviço à Comunidade a ser 
executada em entidades voltadas ao atendimento aos acidentados de trânsito. 
 
 
Obs.: 
 
Questão 1.: nos casos de penas privativas de liberdade, a suspensão da habilitação não iniciará enquanto 
o sujeito estiver custodiado (art. 293, §2º, CTB). 
 
Questão 2.: transeuntes que assistem ao acidente também tem dever de prestar socorro, sob pena de 
responder pela figura típica do art. 135, CP 
 
Questão 3.: A época da vigência da Lei 11.705/08 o uso do bafômetro era entendido da seguinte forma: 
a. Aceito em razão da tabele de conversão de litro de ar por litro de sangue STJ Resp. 1498656) 
b. Não era aceito pois o tipo era expresso ao exigir a demonstração pelo sangue (TJSP Apelação 
000519721/2012). 
 
Questão 4.: nos casos de homicídio/ lesão gerada por embriaguez ao volante temos 2 correntes: 
a. Há absorção do perigo pelo dano, devendo o sujeito responder pelo 302 ou 303 (Apelação TJSP 
001909133/2011) 
b. Entende haver concurso material de crimes, em razão dos distintos momentos de consumação 
(TJSP Apelação 000099478/2014) 
 
Questão 5.: nos casos de homicídio por sujeito embriagado a competência caberá ao júri, em razão do 
dolo eventual (STJ Resp. 1.588.984) 
 
CRIMES DE TRÂNSITO 
Lei nº. 9.503/1997 
Prof. Rafael Barone
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Introdução:
● voltado a regulamentar a circulação em vias terrestres;
●maioria dos dispositivos de caráter Administrativo;
● infrações administrativas - Art. 161. Constitui infração
de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste
Código, da legislação complementar ou das resoluções
do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e
medidas administrativas [...];
● penalidades administrativas - Art. 256. A autoridade de
trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste
Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às
infrações nele previstas, as seguintes penalidades [...] §
1º A aplicação das penalidades previstas neste Código
não elide as punições originárias de ilícitos penais
decorrentes de crimes de trânsito.
Crimes (Capítulo XIX – art. 302/312):
● apenas de condutas de DANO (homicídio e da lesão
corporal) CULPOSAS na direção de veículo automotor
(dolosas cabem ao Código Penal);
● o RESTANTE trata de delitos de perigo (abstratos e
concretos);
● diferentemente do dano, aos crimes de perigo basta a
exposição do bem ao risco de lesão, punindo-se, de
antemão, a conduta que provavelmente incorreria em
dano;
Perigo Concreto = exige demonstração efetiva do risco
(incêndio – demanda prova de que houverisco a vida,
integridade física ou patrimônio alheio em vista do fogo)
Perigo Abstrato = cuja probabilidade de risco é presumida
(porte ilegal de arma de fogo – não demanda prova que tal
conduta coloque em risco a coletividade).
Aplicação da Lei 9.099/95:
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de 
veículos automotores, previstos neste Código, 
aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do 
Código de Processo Penal, se este Capítulo não 
dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 
9.099/1995, no que couber
● infrações de menor potencial:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor 
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei 
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa
Aplicação da Lei 9.099/95:
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o 
representante do Ministério Público, o autor do fato e a 
vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados 
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a 
possibilidade da composição dos danos e da aceitação 
da proposta de aplicação imediata de pena não privativa 
de liberdade
● transação penal – 8;
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for 
igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta 
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá 
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos 
[...]
● sursis processual – 10;
Aplicação da Lei 9.099/95:
Art. 291. § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão 
corporal culposa exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra 
substância psicoativa que determine dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou 
competição automobilística, de exibição ou 
demonstração de perícia em manobra de veículo 
automotor, não autorizada pela autoridade competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima 
permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros 
por hora
● art. 303 – 6 meses a 2 anos;
● sai esfera JECRIM nessas hipóteses.
Suspensão:
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor pode ser imposta isolada ou 
cumulativamente com outras penalidades.
● isolada
● cumulativa
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime 
previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de 
suspensão da permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções 
penais cabíveis
●mesmo quando não cominada
Suspensão:
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação 
penal, havendo necessidade para a garantia da ordem 
pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou 
a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante 
representação da autoridade policial, decretar, em 
decisão motivada, a suspensão da permissão ou da 
habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição 
de sua obtenção.
● cautelarmente - detração
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo 
automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
● duração – dosimetria
● §1º intimado a entregar em 48 horas
CRIMES DE TRÂNSITO 
Lei nº. 9.503/1997 
Prof. Rafael Barone
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Violação de Suspensão:
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano e multa, com 
nova imposição adicional de idêntico prazo de 
suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o 
condenado que deixa de entregar, no prazo 
estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para 
Dirigir ou a Carteira de Habilitação
● viola a suspensão imposta em decisão judicial ou
administrativa (ultrapassar a pontuação);
● crime próprio (cometido apenas pelo
suspenso/proibido), de perigo abstrato e de MERA
CONDUTA (atividade simples);
● forma equiparada = aquele que deixa de entregar a
CNH, em 48 horas, quando intimado para tanto (art.
293, §1º);
● 3 penas cumulativas: privativa + multa +
duplicação do prazo de suspensão, anteriormente
violado;
●menor potencial ofensivo.
Competição Automobilística:
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via 
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não 
autorizada pela autoridade competente, gerando situação de 
risco à incolumidade pública ou privada:
Penas - detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor.
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão 
corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem 
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de 
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 a 6 
anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e 
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o 
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de 
liberdade é de reclusão de 5 a 10 anos, sem prejuízo das outras 
penas previstas neste artigo
● crime de PERIGO CONCRETO, exigindo-se que o
racha gere risco à incolumidade;
● 3 penas cumulativas: privativa + multa +
suspensão;
● na forma simples admite sursis processual (art. 89
da 9.099/95);
● nas formas qualificadas, temos a nítida
ABSORÇÃO DO PERIGO DO RACHA PELOS DANOS
da lesão (§1º) e do homicídio (§2º), cujas penas
possuem patamares superiores aos previstos nos
arts. 303 e 302 do CTB, respectivamente.
Dirigir sem ser habilitado:
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a 
devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se 
cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa
● embora parecido com o delito de violação da suspensão,
inclusive no que tange às reprimendas, esta figura trata da
conduta daquele que não possui ou perdeu a habilitação e, ao
conduzir, gere risco de dano, portanto, de perigo CONCRETO.
● menor potencial ofensivo.
Entrega para não habilitado:
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo 
automotor a pessoa não habilitada, com habilitação 
cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a 
quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por 
embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com 
segurança:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa.
● conduta daquele que permite que pessoas não
habilitada ou embriagada conduza veículo.
● crime de perigo abstrato e de mera conduta;
●menor potencial ofensivo.
Velocidade incompatível:
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a 
segurança nas proximidades de escolas, hospitais, 
estações de embarque e desembarque de passageiros, 
logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação 
ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa.
● é NORMA PENAL em branco complementada pelas
leis de trânsito da localidade (que definem velocidade
compatível).
● crime de PERIGO CONCRETO e formal, pois não
exige que ocasione a lesão;
●menor potencial ofensivo.
Fraude processual:
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente 
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo 
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou 
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa.
● conduta daquele que adulteraa cena do acidente,
com o fito de induzir o agente a erro, portanto,
provido de DOLO ESPECÍFICO
● não demande o efetivo engano, posto ser crime
FORMAL;
●menor potencial ofensivo.
CRIMES DE TRÂNSITO 
Lei nº. 9.503/1997 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Agravantes (art. 298):
● com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
com grande risco de grave dano patrimonial a
terceiros - incidem somente nos crimes de dano, pois
escorada em risco de lesão (à pessoa ou patrimônio), o
que já é inerente aos crimes de perigo;
● utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou
adulteradas - pela dificuldade ou impossibilidade de se
chegar ao autor da infração e, especificamente no que
tange à falsificação, ainda permite o concurso material
com o art. 311 do CP, quando autor da contrafação;
● sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação ou com Permissão para Dirigir ou Carteira
de Habilitação de categoria diferente da do veículo -
em vista da maior censura em face daquele que sequer
era habilitado para tanto e ainda incorreu em prática
delitiva;
● quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados
especiais com o transporte de passageiros ou de carga -
se espera mais cautela e destreza ao conduzir veículos,
seja dentro ou fora da atividade (salvo nos casos de
homicídio culposos, em que se exige estar na profissão);
● utilizando veículo em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a sua
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os
limites de velocidade prescritos nas especificações do
fabricante – por alterações dos padrões do automóvel
(tunados ou peças recauchutadas), em desacordo com
as recomendações dos fabricantes – BRANCO;
● sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente
destinada a pedestres – espaço destinado ao pedestre,
cujo respeito se exige do motorista, razão pela qual,
sendo nessa região, a reprimenda deve ser maior.
Multa Reparatória:
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no 
pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou 
seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto 
no §1º do art. 49 do CP, sempre que houver prejuízo material 
resultante do crime 
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do 
prejuízo demonstrado no processo
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 
do CP
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa 
reparatória será descontado.
● em favor da vítima, equivalente aos danos patrimoniais;
● fixada e cobrada nos moldes do art. 49ss. CP;
● exige pedido expresso e desconta do cível –
despenalização.
Prestação de Serviço a Comunidade:
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 
deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a 
substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva 
de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à 
comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes 
atividades:
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos 
corpos de bombeiros e em outras unidades móveis 
especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da 
rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e 
politraumatizados;
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na 
recuperação de acidentados de trânsito;
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e 
recuperação de vítimas de acidentes de trânsito.
Questões:
1) Nos casos em que a pena de suspensão da
cnh estiver cumulada com privativa de
liberdade, o cumprimento de ambas as
sanções será simultâneo?
Art. 293, § 2º A penalidade de suspensão ou
de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor não
se inicia enquanto o sentenciado, por efeito
de condenação penal, estiver recolhido a
estabelecimento prisional;
Questões:
2) Pessoas que trafegam pela via e assistem ao
acidente automobilístico também têm o dever de
prestar socorro?
Art. 135 CP- Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de
metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte;
Questões:
3) O exame de etilômetro (vulgo bafômetro) era prova
válida para a demonstração de embriaguez a época da
vigência da Lei nº. 11.705/08 (anterior a nova redação da
Lei 12.760/12)?
SIM: O Decreto n. 6.488/08 regulamentou o uso do
etilômetro (bafômetro) como teste de alcoolemia -STJ,
AgRg no REsp 1498656/RJ, rel. Nefi Cordeiro, 17/05/2016
NÃO: Fatos anteriores à Lei 12.760/12. Inviabilidade do
resultado isolado do exame etilômetro. Necessidade de
exame sanguíneo para reconhecimento da elementar '6
decigramas de álcool por litro de sangue'.
Imprestabilidade do aparelho alvéolo-pulmonar.
Absolvição de rigor. - TJSP, Ap.0005197-21.2012, rel.
Guilherme de Souza Nucci, 10/05/2016;
Questões:
4) Como fica a situação do sujeito que, conduzindo
embriagado, lesiona ou mata?
ABSORÇÃO (perigo na pena-base do dano): Absorção
embriaguez pela lesão culposa - Autoria e
materialidade devidamente comprovadas - Pena e
regime mantidos. Recurso Improvido - TJSP, Ap
0019091-33.2011, rel. Freitas Filho, 19/04/2017.
CONCURSO: Concurso material de infrações –
Admissibilidade – Delitos diversos, com objetividades
jurídicas e momentos consumativos distintos –
Impossibilidade, ademais, de absorção do delito
menos grave (lesão corporal culposa) pelo mais grave
embriaguez ao volante) – Recurso provido -TJSP, Ap.
0000994-78.2014, rel. Osni Pereira, 29/11/2016;
Questões:
5) De quem é a competência para julgar os casos de
homicídio na direção de veículo automotor por sujeito
embriagado?
O deslinde da controvérsia sobre o elemento subjetivo do
crime, especificamente, se o acusado atuou com dolo
eventual ou culpa consciente, fica reservado ao Tribunal
do Juri, juiz natural da causa, onde a defesa poderá
exercer amplamente a tese contrária à imputação penal.
Precedentes. Havendo elementos indiciários que
subsidiem, com razoabilidade, as versões conflitantes
acerca da existência de dolo, ainda que eventual, a
divergência deve ser solvida pelo Conselho de Sentença,
evitando-se a indevida invasão da sua competência
constitucional.
- STJ, AgRg no REsp 1588984/GO, rel. Antonio Saldanha
Palheiro, 25/10/2016.

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