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Exame de Ordem Damásio Educacional EXAME DA ORDEM 2ª FASE DIREITO DO TRABALHO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 100ª VT/MG (Espaço de 5 linhas) Processo nº 1111-55.2012.5.03.0100 VERÔNICA SILVA, já qualificada nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado, procuração anexa, endereço profissional com CEP, vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente e inconformada com a respeitável sentença, interpor seu RECURSO ORDINÁRIO, com amparo no art. 895, I, da CLT, nos autos da ação que move em face de Indústria Metalúrgica Ribeiro S.A., em razão dos fatos e fundamentos expostos a seguir. Cumpre destacar que não se faz necessário o recolhimento das custas, em virtude de a sentença ter julgado os pedidos da reclamante parcialmente procedentes, bem como não excede pontuar que não há que se falar em depósito recursal, uma vez que se trata de empregada recorrente. Requer a notificação da parte contrária, para que querendo, ofereça as suas contrarrazões. Por derradeiro, requer-se o recebimento e a remessa do presente recurso ao Tribunal Regional do Trabalho. Termos em que, pede deferimento Local e data. Advogado. OAB n. RAZÕES DE RECURSO Recorrente: Verônica Silva Recorrida: Indústria Metalúrgica Origem: 100ª VT/MG Processo nº 1111-55.2012.5.03.0100 Exame de Ordem Damásio Educacional 2 de 4 Nobres Julgadores I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS O presente recurso preenche todos os pressupostos recursais objetivos e subjetivos, razão pela qual merece ser conhecido e ter seu mérito apreciado. II – SÍNTESE DA DEMANDA Na presente Reclamação Trabalhista, o magistrado de primeiro grau julgou os pedidos parcialmente procedentes, de maneira que condenou a autora por crime contra a organização do trabalho; reconheceu três horas de sobrejornada diárias, porém condenou a empresa a pagar apenas duas horas de sobrejornada com adicional de 50%; aplicou norma de complementação de aposentadoria prejudicial à trabalhadora; deferiu pagamento de prontidão, mas em valor equivocado; reconheceu acordo coletivo de trabalho que limita as horas in itinere; condenou a autora ao pagamento em dobro de verba pleiteada, de modo que esses pontos da sentença não merecem prosperar III – DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO O magistrado condenou a trabalhadora por crime contra a organização do trabalho. Todavia, a Justiça do Trabalho não detém competência criminal, nos termos do art. 114, CF (art. 109, IV e VI, CF), do art. 652, da CLT, da Súmula 115 do TFR e conforme a decisão proferida na ADI 3684-0. Sendo assim, requer-se a anulação da sentença no tocante à condenação. IV – DAS HORAS EXTRAS O magistrado reconheceu que a trabalhadora prestava três horas de sobrejornada, porém condenou a empresa ao pagamento de apenas duas. Contudo, a interpretação do magistrado quanto ao teor do art. 59, da CLT, que limita a sobrejornada a duas horas diárias está equivocada. A finalidade desse normativo é limitar a exigência de labor extraordinário, porém se na realidade fática houver trabalho acima do limite do art. 59, isso deve ser reconhecido, tem o trabalhador direito ao recebimento de adicional em relação a todas as horas laboradas extraordinariamente, conforme se extrai do disposto na Súmula 376, I, do TST. Sendo assim, requer-se a reforma da sentença, com condenação da empresa a pagar três horas extraordinárias, com o respectivo adicional. V – DA COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA Exame de Ordem Damásio Educacional 3 de 4 A sentença aplicou a norma de complementação de aposentadoria vigente ao tempo da aposentadoria e não da admissão, em prejuízo da trabalhadora. Esse tópico merece correção, na medida em que a norma empresarial que for alterada no curso do contrato de trabalho e tiver conteúdo prejudicial ao emprego não tem efeito sobre os contratos vigentes, nos termos da Súmula 288, e 51, I, do TST, como expressão do princípio da inalterabilidade contratual lesiva, previsto no art. 468, da CLT. Isso porque a trabalhadora tem direito adquirido à aplicação das normas empresariais vigentes no momento da contratação, o que possui amparo no art. 5º, XXXVI, CF e art. 6º, “caput” e § 2º, da LINDB e 131 do Código Civil. Sendo assim, requer-se a reforma da sentença, com aplicação das normas de complementação de aposentadoria vigentes ao tempo da contratação. VI – DAS HORAS DE PRONTIDÃO O magistrado aplicou erroneamente o valor devido às horas de prontidão. Com efeito, nos termos do art. 244, § 3º, da CLT as horas de prontidão devem ser remuneradas na base de 2/3 das horas de trabalho regular. Sendo assim, requer-se a reforma da sentença neste tópico. VII – DAS HORAS IN ITINERE (OBS: ESSA TESE FOI MANTIDA, MAS LEMBRE-SE QUE COM A REFORMA TRABALHISTA NÃO HÁ MAIS QUE SE FALAR EM HORAS IN ITINERE). A sentença reconheceu duas horas “in itinere”, porém considerou válido o acordo coletivo de trabalho que fixa o tempo médio de 1h30min de trajeto. Contudo, a validade de acordo coletivo está limitado a microempresas ou empresas de pequeno porte, o que não é o caso, uma vez que a reclamada é uma sociedade anônima, tudo conforme o art. 58, § 3º da CLT e Art. 3º e 30, § 3º, I, da LC 123/06. Sendo assim, requer-se a reforma da sentença, com condenação da reclamada ao cômputo de 2 horas “in itinere” diárias. VIII – DA INAPLICABILIDADE DO ART. 940 DO CÓDIGO CIVIL O magistrado ainda condenou a reclamante ao pagamento em dobro do 13º salário do ano de 2012. Todavia, a regra prevista no art. 940 do Código Civil não se aplica ao direito do trabalho por incompatibilidade com os princípios laborais, em especial com o princípio da proteção, conforme consta o art. 8º, I, da CLT. Exame de Ordem Damásio Educacional 4 de 4 Sendo assim, requer-se a reforma da sentença neste tópico. IX – DA CONCLUSÃO Ante o exposto, requer-se o conhecimento e provimento do recurso, com anulação da sentença no tocante à condenação de natureza criminal, bem como a reforma da sentença em relação aos demais pedidos impugnados no presente apelo. Termos em que, pede deferimento. Local e data. Advogado OAB n.
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