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Prática Volume 2 — 2a edição TrabalhistaTrabalhistaTrabalhista André Luiz Paes de Almeida Prática Volume 2 — 2a edição TrabalhistaTrabalhistaTrabalhista ©2008 by André Luiz Paes de Almeida SOBRE O LIVRO Formato: 16 x 23 Tipologia: Berkeley 11/20 Papel: Offset 75g/m2 (miolo) Cartão Supremo 250 g/m2 (capa) 2a Edição EQUIPE DE PRODUÇÃO Direção Editorial: Angela Cangiano Machado Produção Editorial: Fabiane de Castro Luz Produção Gráfi ca: Márcia Costa Capa/imagem: R2 Criações Projeto Gráfi co e Diagramação: R2 Criações Revisão: Bel Ribeiro Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 2008 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos a Premier Máxima Editora S/A. Rua Bela Cintra, 952 – 8o Andar CEP 01415-000 – São Paulo – Brasil Tel.: 2167-4722 – www.premiereditora.com.br/loja Almeida, André Luiz Paes de Prática trabalhista, volume 2 / André Luiz Paes de Almeida. -- 2. ed. -- São Paulo : Premier Máxima, 2008. -- (Coleção prática forense) Bibliografi a. 1. Contratos de trabalho - Brasil 2. Direito do trabalho - Brasil 3. Jurisprudência trabalhista - Brasil 4. Trabalho e classes trabalhadoras - Brasil I. Título. II. Série. 08-08641 CDU-34:331.2(81) 1. Brasil : Prática trabalhista : Direito do trabalho 34:331.2(81) Dedico esta obra a João Solano Cunha, nosso querido “Buenas” (in memoriam), que sempre nos ensinou a viver com um sorriso nos lábios. A Reinaldo Forrester Cruz, pelo grande auxílio na monitoria das aulas na 2a Fase do Curso Prima. A Michelle Borges, que adbicou de grande parte do seu tempo para a efetivação deste livro, sem o que não seria possível sua conclusão. Ao Daniel Torelli Grenci pelo grande auxílio na revisão da 2ª edição. A presente obra tem a fi nalidade de auxiliar os examinandos nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil, podendo ser utilizado como base de estudo para a sua segunda fase, quando será de extrema utilidade para o candidato que optou pela matéria trabalhista. Para isso, conta com uma lin- guagem clara, objetiva e de fácil assimilação, proporcionando uma consulta segura e simples. Contém vários enunciados de problemas trazidos na segunda fase da OAB de todo o território nacional, bem como questões igualmente angariadas dos exames, com o intuito de propiciar um estudo completo, preparando o exami- nando para a elaboração de peças nesta fase do referido exame. Também é destinado aos acadêmicos de direito, assegurando-lhes as pri- meiras linhas sobre as peças trabalhistas com manuseio sem complexidade, tendendo a esclarecer as dúvidas mais freqüentes em sala de aula. APRESENTAÇÃO Ainda será de grande valia na vida profi ssional dos advogados militantes na esfera trabalhista, proporcionando-lhes uma consulta imediata com fácil resolução em relação aos problemas da prática trabalhista. Para isso, a obra conta com dois volumes, sendo que o primeiro traz dis- positivos teóricos do direito processual do trabalho, juntamente com todas as súmulas e orientações jurisprudenciais do Tribunal Superior do Trabalho, enquanto o segundo volume, como mencionado, apresenta peças, problemas e questões de diversas provas da OAB. SUMÁRIO Considerações Iniciais Sobre o Exame Para Aptidão do Exercício da Advocacia ........ 13 Bibliografi a Indicada Para a Prova .......................................................................... 15 Expressões Condutorasde Raciocínio ..................................................................... 17 PETIÇÃO INICIAL ................................................................................................ 19 Considerações sobre a peça ................................................................................... 19 Requisitos da Petição Inicial .................................................................................. 19 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ....................................................................... 56 Considerações sobre a peça ................................................................................... 56 Do Procedimento Sumaríssimo .............................................................................. 56 TUTELA ANTECIPADA ......................................................................................... 60 Considerações sobre a peça ................................................................................... 60 MEDIDAS CAUTELARES ...................................................................................... 65 Considerações sobre a peça ................................................................................... 65 AÇÃO MONITÓRIA .............................................................................................. 71 Considerações sobre a peça ................................................................................... 71 AÇÃO DE CUMPRIMENTO .................................................................................. 73 Considerações sobre a peça ................................................................................... 73 AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL ......................................... 75 Considerações sobre a peça ................................................................................... 75 DISSÍDIO COLETIVO ........................................................................................... 77 Considerações sobre a peça ................................................................................... 77 AÇÃO RESCISÓRIA .............................................................................................. 79 Considerações sobre a peça ................................................................................... 79 MANDADO DE SEGURANÇA .............................................................................. 93 Considerações sobre a peça ................................................................................... 93 INQUÉRITO JUDICIAL ....................................................................................... 103 Considerações sobre a peça ................................................................................. 103 HABEAS CORPUS ................................................................................................ 108 Considerações sobre a peça ................................................................................. 108 ADIN 3.684 (ação direta de inconstitucionalidade) ............................................. 109 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ................................................................... 111 Considerações sobre a peça ................................................................................. 111 CORREIÇÃO PARCIAL ....................................................................................... 117 Considerações sobre a peça ................................................................................. 117 CONTESTAÇÃO ................................................................................................. 119 Considerações sobre a peça ................................................................................. 119 INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO (Art. 301, I, CPC) ..................... 119 EXCEÇÕES (Art. 799 da CLT) ............................................................................ 119 MÉRITO .............................................................................................................. 119 RECURSOS ......................................................................................................... 140 Considerações sobre a peça ................................................................................. 140 PRESSUPOSTOS DO RECURSO .........................................................................140 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ......................................................................... 141 Considerações sobre a peça ................................................................................. 141 RECURSO ORDINÁRIO ...................................................................................... 154 Considerações sobre a peça ................................................................................. 154 RECURSO ADESIVO ........................................................................................... 177 Considerações sobre a peça ................................................................................. 177 RECURSO DE REVISTA ...................................................................................... 179 Considerações sobre a peça ................................................................................. 179 AGRAVO DE INSTRUMENTO ............................................................................ 199 Considerações sobre a peça ................................................................................. 199 CONTRA-RAZÕES .............................................................................................. 208 Considerações sobre a peça ................................................................................. 208 EMBARGOS NO TST .......................................................................................... 225 Considerações sobre a peça ................................................................................. 225 AGRAVO REGIMENTAL ..................................................................................... 235 Considerações sobre a peça ................................................................................. 235 RECURSO EXTRAORDINÁRIO .......................................................................... 240 Considerações sobre a peça ................................................................................. 240 EXECUÇÃO ........................................................................................................ 245 Conceito .............................................................................................................. 245 Considerações sobre as peças .............................................................................. 245 AGRAVO DE PETIÇÃO – ART. 897, “a”, CLT ...................................................... 267 Considerações sobre a peça ................................................................................. 267 QUESTÕES PRÁTICAS ....................................................................................... 287 GABARITO PEÇAS PROCESSUAIS ..................................................................... 303 GABARITO QUESTÕES PRÁTICAS .................................................................... 315 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 323 13 Considerações Iniciais Sobre o Exame Para Aptidão do Exercício da Advocacia A prova da OAB, em regra, para todo o território nacional, é composta de três problemas pertinentes a peças processuais, dos quais o examinando fará um deles, de acordo com o sorteio promovido pela OAB. Contém um rascunho da peça, que acreditamos ser de valia somente para o examinando anotar a fundamentação legal da peça prática e se orientar acerca do espaço. Isso por que o candidato normalmente terá cinco horas para fazer toda a prova, e se optar por fazer a peça completa no rascunho perderá um tempo precioso para o restante da prova. Julgamos melhor o candidato optar por fazer as questões primeiramente, pois a peça é um pouco cansativa e, se o candidato optar por fazê-la antes, irá para as questões já cansado, enquanto, se a opção for inversa, ou seja, se o examinando começar pelas questões, irá para a elaboração da peça processual com mais qualidade para a devida análise. 14 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II A peça prática vale cinco pontos, enquanto as questões um ponto cada, totalizando mais cinco pontos, já que a prova é composta de cinco questões também. O examinando será aprovado se obtiver nota igual ou superior a seis. Deve-se tomar cuidado com rasuras e com a letra, bem como com o uso correto da língua portuguesa, evitando, ao máximo, expressões em latim. 15 Bibliografi a Indicada Para a Prova É indispensável que o examinando compareça à prova munido de material bibliográfi co, que muito o auxiliará na elaboração da peça e das questões. Não indicamos a utilização de livros em demasia, pois o candidato fi cará confuso na hora da “busca” de informações e textos legais, e isso será prejudicial na formulação das respostas. Portanto, indicamos, a seguir, algumas obras que julgamos seja de grande valia para a prova. Destaca-se, porém, que todos os livros abaixo indicados devem ser manu- seados juntamente com os estudos, para a devida identifi cação e hábito do examinando em relação a eles. Indicaremos algumas obras de cada matéria, mas o leitor, no dia do exame, deverá utilizar, no máximo duas. São elas: 16 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II – CLT Comentada – Amador Paes de Almeida – Ed. Saraiva. – Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho – Valentin Carrion – Ed. Saraiva. – CLT Comentada – Sérgio Pinto Martins – Ed. Atlas. – Direito do Trabalho – Material, Processual e Legislação Especial – André Luiz Paes de Almeida – Ed. Rideel. – Direito do Trabalho – Sérgio Pinto Martins – Ed. Atlas. – Iniciação ao Direito do Trabalho – Amauri Mascaro Nascimento – Ed. LTr. – Direito Processual do Trabalho – Sérgio Pinto Martins – Ed. Atlas. – Iniciação ao Processo do Trabalho – Amauri Mascaro Nascimento – Ed. Saraiva. – Curso de Direito Processual do Trabalho – Wagner Giglio – Ed. Saraiva. – Repertório de Jurisprudência de Direito e Processo do Trabalho – André Luiz Paes de Almeida – Ed. Premier. – Direito e Processo do Trabalho – Coleção Elementos do Direito – André Luiz Paes de Almeida – Ed. Premier. 17 Expressões Condutoras de Raciocínio Em primeiro lugar Em um primeiro momento De plano A princípio Em seguida Depois Finalmente Em linhas gerais Nesse passo Em geral Neste momento Desde logo Em última análise Por sua vez Outrossim A par disso No caso em tela No presente caso Isto é Por exemplo De fato Em verdade Como se nota Como se viu Com efeito Como vimos 18 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II Como já mencionado Como supradescrito Daí por que Por isso Portanto É óbvio, pois, Destarte Em suma Por conseguinte Por fi m Finalmente Por tais razões Finalmente Por todo o exposto Em síntese Enfi m Assim Conseqüentemente Sequer Exceto Sendo Apenas Tão-somente Ademais Também Vale lembrar De modo geral Inobstante a isso De outra face Entretanto No entanto Por outro lado Cumpre observar que Como se depreende Convém ressaltar, outrossim, Não se pode olvidar Como há de se verifi car Não há que se falar Convém ressaltar Mister se faz Ressalte-se Saliente-se É certo que Todavia Contudo Porém Em suma 19 PETIÇÃO INICIAL Considerações sobre a peça A petição inicial é prevista no art. 840 da CLT. No entanto, em razão de algumas omissões para a elaboração da peça e não havendo que se falar em incompatibilidade com os princípios que norteiam o processo do trabalho, aplicamos subsidiariamente o art. 282 do CPC, pelo que dispõe o art. 769 da CLT. Requisitos da Petição Inicial a) Endereçamento (O Juízo) Será denominado Juiz do Trabalho, não é Juiz Federal ou sequer Juiz de Di- reito, e só deve ser colocado o local se o problema trouxer a informação de onde o serviço foi prestado. Desta forma o endereçamento deve ser assim redigido: “EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA DO TRABALHO DE ______________________.” b) Qualifi cação das partes A qualifi cação do reclamante deve conter o nome completo, estadocivil, nacionalidade, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento, no do RG, CPF, CTPS (no e série) e PIS, bem como o endereço completo, com CEP. A qualifi cação do reclamado deverá conter o nome completo e CPF, em se tratando de pessoa física, ou razão social e CNPJ (se pessoa jurídica), e endere- ço completo com CEP, já que a nossa citação inicial é feita, em regra, via postal (Súmula no 16 TST). Assim, a qualifi cação das partes deverá ser feita desta forma: ‘A’, nacionalidade, estado civil, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento, número do RG, número do CPF, número e série da CTPS, número do PIS, endereço completo com CEP, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 840 da CLT e 282 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 20 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II Pelo rito ________________, em face de ‘B’, número do CNPJ, endereço completo com CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:” c) Comissão de Conciliação Prévia A Lei no 9.958/00 trouxe adendos ao art. 625 da CLT, e com o claro intuito de desafogar o judiciário trabalhista estabelece que as empresas e os sindicatos podem instituir a Comissão de Conciliação Prévia. Isso propicia aos trabalhadores e empregadores homologarem um acordo prevenindo litígios trabalhistas. Assim, os empregados que quiserem promover sua reclamação trabalhis- ta deverão, antes, passar pela CCP, se ela tiver sido instituída. Somente com a negociação frustrada é que o obreiro poderia ingressar com a ação na Justiça do Trabalho. Se o enunciado do problema trazido pelo exame da OAB não mencio- nar nada sobre a CCP (fato este que ocorrerá, em regra), o candidato poderá entender que ela não foi instituída e deverá mencionar tal fato no início da petição, logo após a qualifi cação do reclamante e reclamado, acima destacada, nos seguintes termos: “DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa, bem como no sindicato de classe do reclamante, não foi instituída a Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa o autor diretamente a via judiciária, nos termos do art. 625-D, § 3o da CLT.” Por fi m, não achamos que o examinando deva se ater à Súmula no 2 do TRT da 2a Região que destaca a inconstitucionalidade da Comissão de Conciliação Prévia, esclarecendo que o empregado não precisaria se submeter a ela, pois este não é o posicionamento do TST, razão pela qual o examinando correria o risco de perder pontos valiosos na prova. 21 d) Os fatos = causa de pedir Iniciamos este tópico sempre com os dados do contrato de trabalho para, em seguida, adentrarmos aos pleitos. Assim, obrigatoriamente deverão constar: a) data da admissão; b) data da rescisão (se houver); c) motivo da rescisão; d) salário (último); e) jornada de trabalho; (Estes são os dados do contrato) f) outras informações pertinentes ao pedido (causa de pedir). Portanto, o tópico pertinente aos fatos deve ser redigido nos seguintes mol- des, caso o obreiro tenha sido demitido sem justa causa: “ DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades laborativas para a reclamada em ...../..../....., exercendo as funções de ................., trabalhando sempre das ...... às ....... horas, de ............ a ................. Foi demitido sem justa causa em ...../....../......, quando então percebia o salário de R$ ..........., por .............” Vamos destacar, a partir de então, um modelo de um pedido pertinente a horas extras, ressalvando a necessidade de ser requerido seus refl exos nas verbas contratuais e rescisórias, pois estamos partindo da premissa de uma demissão involuntária. Isso por que tudo aquilo que integra a remuneração gera estas integrações, como bem descreve o autor em sua obra Direito do Trabalho: “Todos os adicionais, quando habituais, integram a remuneração do em- pregado para todos os fi ns, inclusive, fundiários e previdenciários. Por isso quando o reclamante pleiteia qualquer tipo de adicional que julga não ter sido devidamente arcado pelo empregador em sua época correta, deve-se igualmente requerer os refl exos deste adicional nas verbas contratuais (DSR, 13o Salário, férias + 1/3 e FGTS), bem como nas verbas rescisórias, se já houve a rescisão do contrato de trabalho (Aviso prévio, saldo de salário, 13o 22 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II Proporcional, férias vencidas (se houver) + 1/3, férias proporcionais + 1/3 e multa de 40% sobre o FGTS), salvo se a rescisão tiver sido promovida pelo próprio empregado, quando então não há que se falar em aviso prévio e multa do FGTS, ou ainda se a rescisão for por justa causa, quando então só caberão as integrações no saldo de salário e férias vencidas, se houver.”1 Modelo, levando-se em conta a jornada suplementar: “DAS HORAS EXTRAS O reclamante, como já mencionado no item pertinente ao contrato de trabalho, labora das 8 às 18 horas, com uma hora de intervalo para refeição e descanso, totalizando, assim, 9 horas diárias. Referida jornada extrapola o limite máximo permitido pelo art. 7o, XIII, da CF, qual seja, de 8 horas diárias, razão pela qual faz jus o autor a 1 hora extra diária, com adicional de 50%, nos exatos termos do art. 59, § 1o, da CLT. Por serem habituais, requer ainda os refl exos das horas extras nas verbas contratuais (DSR, 13o Salário, férias + 1/3 e FGTS), bem como nas rescisórias (aviso prévio, saldo de salário, 13o Proporcional, férias proporcionais + 1/3 e multa de 40% sobre o FGTS).” e) O pedido – aquilo que foi suscitado na causa de pedir Ainda que tenhamos concluído nosso parágrafo na causa de pedir já efe- tuando um pedido, devemos repeti-lo, em seguida, pois tudo aquilo que foi objeto dos fatos tem que estar conexo com o pedido. Por isso, aproveitando o item das horas extras demonstrado anteriormente, destacamos como efetuar o pedido: “ DO PEDIDO Pelo exposto, pleiteia: a) 1 hora extra diária com adicional de 50% _________________________ ______________ a apurar 1 André Luiz Paes de Almeida. Direito do Trabalho – Material, Processual e Legislação Especial, 3a ed. Rideel. 23 b) refl exo das horas extras nas verbas contratuais já descritas_____________ ____________ a apurar c) refl exo das horas extras nas verbas rescisórias já descritas _____________ ___________ a apurar” f) Provas (art. 282, CPC) Aplicando-se, pela primeira vez, subsidiariamente o Código de Processo Civil, temos que nos ater ao protesto por provar da seguinte maneira: “ DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemu- nhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis.” g) Citação (art. 282, CPC) Mais uma vez aplicando subsidiariamente o CPC, em virtude de a cita- ção ser feita inicialmente pela Justiça laboral pelo correio (Súmula no 16 do TST), a denominação correta a ser utilizada é NOTIFICAÇÃO, pois não há fé pública, fato este que só ocorreria se a citação fosse feita pelo Ofi cial de Justiça. Neste tópico, aproveitamos para requerer a procedência da ação, destacan- do a confi ssão trazida pela Súmula no 74 do TST, desta forma: “ DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fi m, a notifi cação da reclamada para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros (Súmula no 74 TST), o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decreta- ção da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, nos termos expostos.” h) Valor da causa (art. 282, CPC) Indispensável para a apuração do rito processual a ser seguido na demanda: 24 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II “DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ ________________________” i) Fechamento No fechamento da petição inicial deve constar: “Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Nome e assinatura do advogado número da OAB” 25 PEÇA 1 “A”, empregado de “B”, tendosido admitido em 15.03.96, não vinha re- cebendo salários há 3 (três) meses, além de a empresa “B” não ter efetuado o registro em sua CTPS. QUESTÃO: Como advogado de “B”, propor reclamação trabalhista.2 2 Em regra, não há ordem para a elaboração dos pedidos, salvo quando houver necessidade de se requerer vínculo empregatício, que é o caso, pois o restante dos pedidos depende do reconhecimento do contrato de emprego. 26 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 1 – MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE _____________. “A”, nacionalidade, estado civil, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento, número do RG, número do CPF, número e série da CTPS, número do PIS, endereço completo com CEP, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 840 da CLT e 282 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito _______________, em face de “B”, número do CNPJ, endereço completo com CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa, bem como no sindicato de classe do reclamante, não foi instituída a Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa o autor diretamente a via judiciária, nos termos do art. 625-D, § 3o da CLT. 27 DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades laborativas para a reclama- da em 15.03.96, exercendo as funções de ................., trabalhando sempre das ...... às ....... horas, de ............ a .................. Percebe atualmente a importância de R$ ..........., por ............... DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO Conquanto sempre tenha laborado com pessoalidade, habituali- dade, subordinação e onerosidade, cumprindo, assim, todas as exigências do art. 3o da CLT, jamais obteve o autor o registro em sua CTPS, descumprindo assim, o reclamado, a exigência trazida pelo art. 29 do Diploma Legal Consolidado. Desta forma, requer o reconhecimento do vínculo de emprego do obreiro, com o conseqüente pagamento dos depósitos fundiários e previden- ciários, na forma da lei. DA RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO O peticionário sempre cumpriu com todas as exigências e deve- res de sua relação de emprego. Mesmo assim, não vem recebendo seus salários há três meses. Tal fato é extremamente grave, pois esta é a principal obrigação do empregador para com o empregado no contrato de trabalho, visto o caráter eminentemente social do direito do trabalho. O Professor André Luiz Paes de Almeida, em sua obra Direito do Trabalho, 2a ed. Rideel, p. 154, destaca sobre o tema: “A maior obrigação do empregador durante o contrato de trabalho é o pagamento de salários. O empregado, em regra, não trabalha ex- clusivamente porque gosta, mas, sobretudo, porque o seu emprego é a natural forma de sua subsistência e de sua família.” Por isso, com base no art. 483, “d”, da CLT, bem como do Decreto- Lei no 368/68, requer a rescisão do contrato de trabalho, com o conseqüente paga- 28 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II mento das verbas rescisórias, dentre as quais destacamos: aviso prévio indenizado, saldo de salário, incluindo os três meses de salários em atraso, 13o proporcional, férias proporcionais + 1/3 e multa de 40% sobre o FGTS. DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT Em razão de tratar-se claramente de verbas incontroversas, re- quer também seu pagamento na audiência inaugural, sob pena de ser acrescida de 50% nos termos do dispositivo legal citado. DO PEDIDO Pelo exposto, pleiteia: a) reconhecimento do vínculo empregatício -----------------------------inestimável b) rescisão indireta do contrato de trabalho ------------------------------inestimável c) verbas rescisórias já descritas -----------------------------------------------a apurar d) multa do art. 467 da CLT --------------------------------------------------- a apurar e) entrega de guias SD e TRCT ---------------------------------------------inestimável DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admiti- dos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fi m, a notifi cação da reclamada para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros (Súmula no 74 TST), o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decretação da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, nos termos expostos. 29 DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ ____________________ Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Nome e assinatura do advogado OAB no 30 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 2 HERBRARIUM, brasileiro, casado, balconista, portador da CTPS no 54621, série 00020-SC, residente na cidade de Camboriú, à Rua Zero, no 1, Centro, compareceu em seu escritório na cidade de Balneário Camboriú no dia 10 de setembro de 2007 e informou o seguinte: Laborou para Cricri Comércio Ltda. com endereço à Rua 2, no 2, Centro, na cidade de Itajaí, sendo admito em 1o de dezembro de 2000, tendo a sua CTPS anotada em data de 1o de março de 2001, exercendo sempre a função de balconista, percebendo como último salário o valor de R$ 500,00 por mês. Foi despedido por justa causa em 6 de agosto de 2007. A partir de janeiro de 2004 o autor passou a receber comissões de 3% sobre suas vendas. Estas comissões correspondiam à metade de seu salário, ou seja, estava percebendo no último mês R$ 250,00 de comissões, valor este que jamais foi pago em sua folha de pagamento, ou seja, sempre foi pago de modo informal através de depósito em sua conta-corrente. A partir de janeiro de 2005, a empresa construiu um re- feitório e fornecia diariamente almoço aos seus empregados, valor que jamais integrou a folha de pagamento do autor. A empresa até hoje não efetuou sua inscrição no PAT. Durante todo o contrato seu horário era das 8 até 12 horas e das 12:30 até as 19 horas, sem trabalhar aos sábados. O horário sempre foi registrado no cartão de ponto, jamais assinado qualquer acordo de prorrogação. Jamais recebeu qualquer hora extra. Em 6 de agosto de 2007, após uma festa na empresa que ocorreu no dia 4 de agosto, o autor foi demitido por justa causa em razão de ter ingerido grande quantidade de álcool. No dia 17 de agosto de 2007, recebeu suas verbas rescisórias apenas com saldo salarial. Após receber as verbas rescisórias o obreiro foi até a Caixa Econômica Federal e pegou um extrato, no qual não constavam os depósitos do FGTS do ano de 2001. QUESTÃO: Com base nos dados acima, você, como advogado do sindicato da categoria do empregado, deve apresentar a peça processual competente pelo rito ordinário em favor do ex-empregado, pleiteando todas as verbas não quitadas, com indicação da legislação, súmulas e/ ou orientações jurispruden- ciais da SDI do TST. No presente caso não existe Comissão de Conciliação Prévia. Cada pedido deverá ter a respectiva fundamentação legal. 31 PEÇA 2 – MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ VARA DO TRABALHO DE ITAJAÍ/SC Herbrarium, brasileiro, casado, balconista, número do RG, nú- mero do CPF, no do PIS, CTPS no 54621, série 00020-SC, residente na cidade de Camboriú, na Rua Zero, no 1, Centro, CEP, por seu advogado que esta subscre- ve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 840 da CLT e 282 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito ordinário, em face de Cricri Comércio Ltda, número do CNPJ, situada na rua 2, no 2, Centro, Itajaí, CEP, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa para a qual o re- clamante prestava serviços, bem como no seu sindicato de classe, não foi institu- ída a Comissão de Conciliação Prévia, razão pela qual acessa o autor diretamente a via judiciária, nos termos do art. 625-D,§ 3o, da CLT. 32 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades laborativas na reclamada em 1o.12.2000 exercendo sempre as funções de balconista, trabalhando das 08 às 12 horas e das 12:30 às 19:00 horas, de segunda a sexta. Foi despedido por justa causa em 06.08.07, quando então percebia o salário de R$500,00, juntamente com R$ 250,00 pertinente a comissões. DO VÍNCULO DE EMPREGO INICIAL Como mencionado, o reclamante foi contratado em 1o.12.2000, trabalhando sempre com pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosida- de, cumprindo, assim, com todos os requisitos exigidos pelo art. 3o da CLT. Ainda assim, somente foi registrado no dia 1o.03.2001, o que dei- xa clara a fraude inicial ocorrida no primeiro período do contrato de trabalho. Desta forma, faz jus o autor ao reconhecimento do vínculo de emprego e conseqüente anotação na carteira de trabalho do período acima descri- to, devendo igualmente a reclamada recolher o FGTS e INSS pertinentes. DAS COMISSÕES A partir de janeiro de 2004 o reclamante passou a receber comis- sões pelas vendas efetuadas no importe de 3%. Todavia, ainda que referidas comissões correspondessem exata- mente à metade de seu salário, jamais integrou sua folha de pagamento, como determina o § 2o do art. 457 da CLT. O Saudoso Mestre Valentin Carrion, em sua CLT Comentada, 32a ed., Saraiva, p. 310, ensina: “integram o salário: aderem à remuneração contratual para todos os efeitos (percentuais, adicionais indenizatórios, etc.).” Desta forma, requer o peticionário a integração de suas comis- sões em seu salário, com os devidos refl exos nas verbas contratuais (DSR, 13o salá- rio, férias + 1/3 e FGTS), bem como nas rescisórias que abaixo serão requeridas. 33 DAS HORAS EXTRAS Como descrito no item pertinente ao contrato de trabalho, o re- clamante sempre laborou das 08 às 12 horas e das 12:30 às 19:00 horas, de segun- da a sexta-feira, horário este sempre anotado no cartão de ponto. Referida carga horária é excessiva por vários pontos: Primeiro porque o intervalo intrajornada de uma hora no míni- mo, estabelecido no art. 71 da CLT para os empregados que trabalham acima de seis horas, nunca foi observado, já que o obreiro somente usufruía 30 minutos. Por isso, não há como negar ao autor o direito a uma hora extra decorrente da não concessão do intervalo nos termos do art. 71, § 4o, da CLT, bem como da OJ no 307 da SDI – I do TST que, por serem habituais, devem integrar as verbas contratuais já descritas e as rescisórias abaixo destacadas. Segundo, em razão de que sua jornada de trabalho ultrapassava o limite de oito horas diárias estabelecido no art. 7o, XIII, da CF, pelo que preten- de, nos termos do art. 59 da CLT, o pagamento de mais duas horas extras diárias com os devidos refl exos nas verbas contratuais e rescisórias abaixo descritas. DA JUSTA CAUSA No dia 04.08.2007 o reclamante, ao participar de uma festa da empresa, ingeriu grande quantidade de álcool e, por isso, no dia 06 de agosto deste ano foi demitido por justa causa. Tal demissão, porém, não merece prosperar, já que não há como confi gurar um ato como sendo faltoso havendo anuência do empregador que, repita-se, organizou a festa em que ocorreu a suposta falta grave. O Saudoso Mestre já citado, em obra igualmente declinada, p. 383, destaca: “Para decidir se um ato isolado permite o despedimento, devem examinar-se, como é princípio geral, as demais circunstâncias ge- rais (...)” Portanto, requer a reversão da demissão por justa causa, com o con- seqüente pagamento das verbas rescisórias (saldo de salário, aviso prévio, 13o propor- 34 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II cional, férias proporcionais + 1/3 e multa de 40% sobre o FGTS), juntamente com a entrega de guias para levantamento dos depósitos fundiários e previdenciários. DA MULTA DO ART. 477 DA CLT O autor, como já alertado, foi demitido em 06 de agosto de 2007, tendo recebido suas verbas rescisórias somente no dia 17 de agosto, ou seja, após o prazo de 10 dias estabelecido no § 6o do art. 477 da CLT, pelo que pleiteia a penalidade prevista no § 8o do dispositivo legal citado. DO FGTS Após diligenciar à Caixa Econômica Federal, constatou o peticio- nário, através de extrato, que os depósitos fundiários pertinentes ao ano de 2001 não ocorreram, razão pela qual postula sua regularização, lembrando que não há que se falar em prescrição em razão do que dispõe a Súmula no 362 do TST. DA JUSTIÇA GRATUITA Instruída com a pertinente declaração de pobreza em anexo, claro se confi gura a impossibilidade de o reclamante arcar com as despesas judiciárias, pelo que requer os benefícios da justiça gratuita nos termos da Lei no 7.115/83. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Estando o reclamante assistido por advogado de sindicato de classe e comprovando perceber salário inferior ao dobro do mínimo legal, requer, por fi m, honorários advocatícios no importe de 15%, nos termos da Súmula no 219 do TST e Lei no 5.584/70. DO PEDIDO Pelo exposto pleiteia: a) reconhecimento do vínculo inicial ------------------------------------ inestimável b) integração das comissões --------------------------------------------------- a apurar 35 c) horas extras (3 horas diárias)----------------------------------------------- a apurar d) refl exo das horas extras nas verbas contratuais já descritas ------------ a apurar e) refl exo das horas extras nas verbas rescisórias já descritas ------------- a apurar f) reversão da justa causa e pagamento das verbas rescisórias já descritas ---------- ---------------------------------------------------------------------------------- a apurar g) entrega das guias TRCT e SD ------------------------------------------- inestimável h) multa do art. 477 da CLT --------------------------------------------------- a apurar i) depósitos do FGTS ---------------------------------------------------------- a apurar j) justiça gratuita ---------------------------------------------------------------- a apurar k) honorários advocatícios ----------------------------------------------------- a apurar DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em di- reito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal da reclamada, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fi m, a notifi cação do reclamado para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros, nos termos da Súmula no 74 do TST, o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decretação da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à presente causa o valor de R$ _____________ (acima de 40 salários mínimos). Nesses termos, Pede deferimento Local e data. Advogado – assinatura OAB no 36 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 3 Ana foi admitida na empresa Delta, no dia 1o de julho de 2004, para exer- cer as funções de assistente administrativo, recebendo um salário mensal de R$ 1.200.00. Apesar de todo o zelo profi ssional que Ana emprega ao desen- volver suas funções, a proprietária da empresa Delta, senhora Maria, em di- versas situações acusa-a de ser incapaz, chamando-a de burra e incompetente. Tais acusações são feitas em alta voz e na presença de outros empregados e de clientes da empresa. Inicialmente Ana, com receio de perder o emprego, desconsiderou as ofensas, mas elas se intensifi caram. Ana já não suporta, mas não quer simplesmente pedir demissão e ceder às pressões feitas por Maria. Ana gozou férias nos meses de agosto de 2005 e agosto de 2006. QUESTÃO: Elabore uma reclamação trabalhista abordando os direitos cabí- veis a Ana e a melhor forma de rescindir o contrato de trabalho dela. 37 PEÇA 3 – MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE ___________. Ana ________, nacionalidade, estado civil, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento,número do RG, número do PIS, número do CPF, número e série da CTPS, endereço completo com CEP, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 840 da CLT e 282 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito __________, em face de Delta, número do CNPJ, endereço completo com CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa em que a recla- mante presta serviços, bem como em seu sindicato de classe, não foi instituída a Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa a autora diretamente a via judiciária, nos termos do art. 625-B, § 3o, da CLT. 38 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II DO CONTRATO DE TRABALHO A reclamante iniciou suas atividades laborativas na reclamada em 1o de julho de 2004, exercendo as funções de assistente administrativo, tra- balhando sempre das __ às __ horas, de _________ a _____________. Percebe atualmente a remuneração de R$ 1.200,00 por mês. DA RESCISÃO INDIRETA A peticionária vem sofrendo, por longo período de tempo, agres- sões verbais que têm ultrapassado qualquer limite de tolerância. Isso por que a proprietária da reclamada vem proferindo, por reiteradas vezes, xingamentos com o claro intuito de humilhar a obreira. Em diversas oportunidades, a senhora Maria, que, como dito, é proprietária da reclamada, adverte a autora de maneira desproporcional, chaman- do-a de burra, incapaz e incompetente. O art. 483, “b”, da CLT autoriza a rescisão indireta do con- trato de trabalho quando o empregado for tratado com rigor excessivo, como bem ressalva o Saudoso Mestre Valentin Carrion, em sua CLT Comentada, 32a ed., Saraiva, p. 387: “... repreensões ou medidas disciplinares que por falta de fundamento, repetição injustifi cada ou desproporção com o ato do empregado evi- denciem perseguição ou intolerância; implicância ao dar ordens ou a exigência anormal em sua execução.” Num primeiro momento a reclamante relevou as ofensas, procu- rando preservar sua subsistência, que decorre do seu labor. Ocorre que as ofensas se intensifi caram, tornando insuportável a convivência. A questão também evidencia, e ainda de maneira mais clara, a falta grave contida na alínea “e” do art. 483 da CLT, pois as ofensas descri- tas configuram o ato lesivo à honra e à boa fama descrito no dispositivo de Lei citado. Dessa forma, requer-se a rescisão indireta do contrato de trabalho da reclamante, com o pagamento de todas as verbas rescisórias (saldo de salário, 39 aviso prévio, 13o proporcional, férias proporcionais + 1/3 e multa de 40% sobre o FGTS), juntamente com as guias para levantamento dos depósitos fundiários e seguro desemprego. DO DANO MORAL As ofensas fartamente explicitadas ainda caracterizam dano moral, agora de competência pacífi ca da Justiça do Trabalho, ante o que dispõe o art. 114, VI, da CF. O dano em tela caracteriza-se pelo constrangimento público, fato este que ocorria e ainda ocorre no presente caso, pois todas as ofensas aplicadas à reclamante eram realizadas na frente de diversos empregados, o que confi gura o ato humilhante. O Saudoso Mestre já citado, em obra igualmente declinada, p. 371, destaca com a habitual clareza: “Dano moral é o que atinge os direitos da personalidade (...) e se ca- racteriza pelos abusos cometidos pelos sujeitos da relação de emprego (...) no desenvolvimento da relação e no despedimento por tratamento humilhante.” Assim, por qualquer lado que se analise a questão, fi ca claro o constrangimento público ocorrido reiteradas vezes, legitimando assim o presente pleito, cuja indenização decorrente fi cará a cargo de Vossa Excelência. DO PEDIDO Pelo exposto pleiteia: a) rescisão indireta ---------------------------------------------------------- inestimável b) verbas rescisórias já descritas ----------------------------------------------- a apurar c) entrega das guias TRCT e SD ------------------------------------------- inestimável d) dano moral ------------------------------------------------------------------- a apurar 40 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em di- reito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal da reclamada, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas que se fi zerem necessárias. DA NOTIFICAÇÃO Requer por fi m a notifi cação do reclamado para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros, o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decretação da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à presente causa o valor de R$ __________________ Nesses termos, Pede deferimento Local – data Advogado – assinatura OAB no 41 PEÇA 4 “A” trabalhou na empresa “B” (metalúrgica) em São Paulo – Capital, no período de 12 de janeiro de 1990 a 25 de abril de 1999, quando foi demitido sem justa causa. Desenvolvia a função de motorista, no horário compreendido entre 06:00 e 14:00 horas, sempre com intervalo de 30 minutos para refeição e descanso, de segunda-feira a sexta-feira, e aos sábados, das 6:00 às 10:00 horas. Percebia como último salário a quantia de R$ 5,00 (cinco reais) por hora (Piso da Categoria dos Metalúrgicos), enquanto o Piso da Categoria de Motorista, fi rmado em acordo coletivo feito entre o Sindicato desta Categoria e a Federação das Indústrias de São Paulo, era de R$ 7,00 (sete reais) por hora. Quando dispensado, percebeu as verbas rescisórias, e homologada foi a quitação pela DRT. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a medida judicial pertinente, pleiteando os direitos do empregado que entender devidos em razão do horá- rio cumprido e da função exercida (fundamentar o pedido). 42 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 5 “A” trabalhou na empresa “B”, no período de 10 de janeiro de 1991 a 30 de abril de 2001, quando foi demitido sem justa causa. Trabalhava nos horários compreendidos entre 06:00 e 14:00 horas, 14:00 e 22:00 horas e ainda entre 22:00 e 06:00 horas, revezando semanalmente, sempre com intervalo de 30 minutos para refeição e descanso. Percebia como último salário a quantia de R$ 5,00 (cinco reais) por hora. Trabalhava na função de caldeireiro, sem nunca ter recebido qualquer equipamento de proteção individual (EPI). Quando dispensado, percebeu as verbas rescisórias, e sua quitação foi homologada na DRT. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a ação adequada à tutela dos direitos do cliente. 43 PEÇA 6 Tomi Lee Gando, brasileiro, casado, técnico eletricista, portador da CTPS no 01010, série 010, inscrito no PIS sob o no 010.010.010-10 e no CPF no 111.111.111-11, residente e domiciliado na Rua das Luzes, no 20, Curitiba, Paraná, CEP 80.111-111, procura-o em seu escritório de advocacia, preten- dendo ingressar com Ação Judicial para receber direitos que entende sone- gados por seu empregador L&VE Choque Ltda., pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o no 001.001.001/0001-01, com sede na Av. das Araucárias, no 222, Curitiba, Paraná, CEP 80.222-222, narrando ter sido contratado em 1o.02.2001, para trabalhar como técnico eletricista na sede da empresa empregadora, entregando-lhe neste momento o contrato de trabalho assinado. Recebe salário mensal atual de R$ 800,00, constante dos recibos salariais que lhe são entregues neste momento. Além do salário constante dos contracheques, Tomi recebia ainda R$ 200,00 mensais, pagos extrafolha, os quais nunca foram considerados no cômputo dos demais direitos trabalhistas. Esclarece que cumpria jornada de trabalho variada, trabalhando seis dias da semana e usufruindo uma folga semanal, conforme escala. Os horários de tra- balho eram semanalmente alternados, de forma que em uma semana trabalha- va das 7h20 às 15h20, na outra das 15h20 às 23:10, e em outra das 23h10 às 6h20, sempre com40 minutos de intervalo intrajornada. Sabe que nos últimos dois anos havia um acordo coletivo que autorizava a redução do intervalo para refeição. Além destes horários, durante os cinco últimos dias de cada mês, sr. Tomi realizava duas horas suplementares por dia, para dar conta do excesso de serviço havido nesta época. Permanecia ainda, uma vez por semana, em plantão de doze horas em sua residência, aguardando ser chamado para traba- lhar caso ocorresse alguma espécie de pane elétrica na empresa. Apesar destes horários de trabalho, nunca recebeu horas extras ou quaisquer outros valores que não fossem o salário fi xo de R$ 800,00 e o valor extrafolha de R$ 200,00. Como técnico eletricista, sr. Tomi efetuava a instalação, conservação e reparos em fusíveis e condutores, armava e desarmava chaves no quadro de força elé- trica da empresa, realizando manutenção no interior da cabine de distribuição de alta voltagem com rede energizada. Por fi m, sr. Tomi conta que desde o mês 44 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II de maio/2005 não recebe salários, bem como que o FGTS não tem sido de- positado, apresentando-lhe o extrato de sua conta vinculada, cujo último de- pósito foi registrado no mês de abril/2005. Em razão dos atrasos nos salários, sr. Tomi tornou-se inadimplente no pagamento das mensalidades escolares, vendo-se obrigado a retirar seu único fi lho do colégio particular em que estu- dava, sendo que esta situação está lhe causando profunda humilhação perante seus familiares e colegas, pretendendo, por isto, ser indenizado em valor a ser fi xado pelo juiz. Sr. Tomi informa-lhe que seu contrato de trabalho ainda está em vigor, mas não possui mais condições de continuar trabalhando. Contudo, sr. Tomi não quer pedir demissão, pois entende injusta a situação. Ante as difi culdades fi nanceiras em que se encontra, sr. Tomi esclarece que não possui condições de arcar com quaisquer despesas da demanda sem prejuízo do seu próprio sustento. Para não identifi car a prova, utilize os dados profi ssionais: Fazendo Justiça, OAB/PR 100.000, com escritório profi ssional na Rua da Paz, n. 11.111, Centro, Curitiba, Paraná, CEP 80.000-000. QUESTÃO: Considere-se como advogado credenciado pelo sindicato pro- fi ssional da categoria do reclamante, anexando à peça a cópia do termo de credenciamento. 45 PEÇA 7 “A” trabalhou na empresa “B” (metalúrgica) em São Paulo – Capital, no período de 17 de janeiro de 1990 a 25 de abril de 2001, quando foi demitido sem justa causa. Trabalhava na função de vendedor, no horário compreendido entre 08:00 e 18:00 horas, sempre com intervalo de uma hora para refeição e descanso, de segunda-feira a sábado. Percebia remuneração por comissão sobre vendas, no percentual de 2%, além de um prêmio, por meta atingida, de mais 5% sobre todas as vendas cujo valor era dividido pela equipe de 15 pessoas, perfazendo uma média salarial de R$ 1.450,00. Quando dispensado, nada lhe foi pago, bem como nunca recebeu as horas extras trabalhadas, além do que nas férias e 13o salário não foram considerados os 5% das metas que sempre foram atingidas nos últimos seis anos. QUESTÃO: Como patrono de “A”, afore a peça pertinente em prol do patrocinado. 46 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 8 Monteiro Lobato de Almeida trabalhou para a empresa MMM Ltda., na função de ajudante geral, no período de 1o.04.2001 a 28.12.2002, perceben- do o último salário mensal de R$ 351,00. Laborava das 8:00 às 17:00 horas de segunda a sábado, com uma hora de intervalo para refeição e descanso. No lo- cal onde o empregado desenvolvia suas funções, os ruídos atingiam 90 dB. Em 10 de fevereiro de 2002, sofreu acidente típico do trabalho, permanecendo afastado de suas funções por 18 dias, recebendo auxílio-doença acidentário. Retornando ao trabalho no dia 1o de março de 2002, foi dispensado sem justa causa, sem o recebimento de seus haveres rescisórios até a presente data. QUESTÃO: Como advogado do empregado, atue na defesa de seus interesses. 47 PEÇA 9 “A” foi admitido por “B” em 1981 como não optante pelo Fundo de Ga- rantia do Tempo de Serviço. Após completar 13 anos de trabalho foi demitido sem justa causa. QUESTÃO: Como advogado de “A” apresentar reclamação trabalhista. 48 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 10 “A” foi contratada pela empresa “B” em 1o.03.1985, exercendo as funções de telefonista, trabalhando sempre na jornada de 8 horas diárias, inclusive aos sábados. Percebia como último salário a quantia de R$ 450,00 por mês. Nunca recebeu qualquer hora extraordinária. Em 1o.10.1998 a empresa “B” foi vendida para a empresa “C”, e esta dispensou a empregada “A” sem justa causa, junto com outros 60 empregados. Até a presente data nada foi pago à empregada. QUESTÃO: Como advogado de “A”, acione o meio judicial cabível 49 PEÇA 11 O empregado “A”, metalúrgico, residente em São Paulo, trabalha na empre- sa “B”, com sede em Osasco. Admitido no dia 11.08.1995, foi registrado ape- nas no dia 1o de dezembro do mesmo ano; trabalha de segunda a sábado, das 8 às 18 horas, com 1 hora de intervalo. Está com 4 meses de salários atrasados. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a medida judicial cabível pe- rante o Foro competente, pleiteando o que de direito para o seu cliente. 50 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 12 “A” trabalhou na empresa “B”, no período de 10 de janeiro de 1991 a 30 de abril de 2001, quando foi demitido sem justa causa. Trabalhava nos horários compreendidos entre 06:00 e 14:00 horas, 14:00 e 22:00 horas e ainda entre 22:00 e 06:00 horas, revezando semanalmente, sempre com intervalo de 30 minutos para refeição e descanso. Percebia como último salário a quantia de R$ 5,00 (cinco reais) por hora. Trabalhava na função de caldeireiro, sem nunca ter recebido qualquer equipamento de proteção individual (EPI). Quando dispen- sado, percebeu as verbas rescisórias, e sua quitação foi homologada na DRT. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a ação adequada à tutela dos direitos do cliente. 51 PEÇA 13 Manuel da Silva, torneiro-mecânico, embora prestasse serviços exclusiva- mente internos e estivesse em atividade, em média, durante dez horas diárias, no período de segunda-feira a sexta-feira, além de quatro horas aos sábados, foi despedido sem justa causa, após cinco anos de labor, tendo recebido todas as verbas rescisórias a que fazia jus. Manuel pleiteou junto ao ex-empregador, a empresa XY Ltda., já no ato da homologação da rescisão de contrato de trabalho, pagamento de horas extras trabalhadas, que, segundo ele, jamais lhe foram pagas. A empresa alegou ser indevida tal verba sob o fundamento de que, pela liderança que Manuel exercia junto aos seus colegas de trabalho, as horas extras eram indevidas, ante o que dispõe o art. 62 da CLT. QUESTÃO: Considerando a situação hipotética acima, redija, na condição de advogado de Manuel da Silva, a medida judicial cabível, com a devida justifi cativa quanto à improcedência da excludente apresentada. 52 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 14 Alfa Beta, empregada da empresa Enetê Ltda. como telefonista, desde 1o de fevereiro de 1998, cumpria carga horária das 9:00 às 17:00 horas, de segunda a sexta-feira, com 30 minutos de intervalo para descanso e refeição. Em 30 de abril de 2002, sob alegação de indisciplina por ter causado danos irreparáveis no equipamento de telefonia ao tentar consertá-lo, contrariando determinação superior, foi demitida sem nada receber, nem mesmo o salário do mês de abril de 2002. QUESTÃO: Como advogado, buscar em juízo os direitos de ALFA BETA. 53 PEÇA 15 O empregado Teofrasto, professor, vinha prestando serviços à empregadora Schola Vitae, entidade com curso de segundo grau. A despedida sem justa causa operou-se no curso das férias escolares, ciente a empregadora de que o assalariado era diretor do sindicato de classe, com mandato vencido exatamente no diada dispensa. Teofrasto cumprira 8 (oito) meses de contrato de trabalho e recusou-se a receber da empresa o aviso prévio, férias e 13o salário, proporcionais e FGTS, com acréscimo legal. Schola Vitae não lhe pagou o salário do período dos exames escolares, apesar de admitir o débito. QUESTÃO: Como advogado de Teofrasto, busque a tutela de todos os seus direitos. 54 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 16 Monteiro Lobato de Almeida trabalhou para a empresa MMM Ltda., na função de carpinteiro, iniciando seu trabalho em 1o.04.2007. No ato de sua contratação a empresa não fi xou seu salário, sob o argumento de que um dos sócios estava viajando e a fi xação de seu recebimento só poderia se dar na presença dele. Contudo, após quatro meses de trabalho, Monteiro não sabe sequer seu salário. QUESTÃO: Como advogado do empregado, proponha a medida cabível com o intuito da fi xação do salário do obreiro. 55 PEÇA 17 José, inscrito em eleição para o cargo de diretor do sindicato, é dispensado sem justa causa tão logo comunicada a sua empregadora do fato, recebendo todos os pagamentos previstos em lei, sem exceção de nenhum. QUESTÃO: Apresentar a medida processual adequada para a defesa dos interesses de José. 56 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Considerações sobre a peça A Lei no 9.957/00 aditou dispositivos ao art. 852 da CLT, que, a partir de então, passou a contar com letras, dispondo sobre o procedimento Sumaríssi- mo na Justiça do Trabalho. Desta forma, com o intuito de acelerar as demandas trabalhistas, referido procedimento foi instituído e a petição inicial precisa observar os seguintes requisitos: a) demanda até 40 salários-mínimos; b) pedido líquido; c) estão excluídas as administrações públicas, bem como a citação por edital. Do Procedimento Sumaríssimo Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta ve- zes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação fi cam submetidos ao procedimento sumaríssimo. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor corresponden- te; (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 1o O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II des- te artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pa- 57 gamento de custas sobre o valor da causa. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 2o As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se efi cazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e jul- gadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afi rmações fundamentais das partes e as informações úteis à so- lução da causa trazidas pela prova testemunhal. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que pos- sam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais ques- tões serão decididas na sentença. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 1o Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se- á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) 58 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II § 2o As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, compa- recerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 3o Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente con- vidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 4o Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fi xar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 5o (VETADO) (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 6o As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo co- mum de cinco dias. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 7o Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justifi cado nos autos pelo juiz da causa. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 1o O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equâni- me, atendendo aos fi ns sociais da lei e as exigências do bem comum. (Incluí- do pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei no 9.957, de 12.1.2000) § 3o As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. 59 PEÇA 18 “A”, assistente contábil, residente em Osasco, foi contratado pela empresa “B”, para trabalhar na fi lial localizada no município de Barueri, em 04.02.1999. A contratação se deu em Guarulhos, local onde está situada a matriz da em- presa. Foi dispensado no dia 26.02.2000, sob alegação de justa causa, ocasião em que recebia o salário mensal de R$ 600,00. Nada lhe foi pago a título de verbas rescisórias. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a ação cabível observando o procedimento devido e o Juízo competente. 60 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II TUTELA ANTECIPADA Considerações sobre a peça A tutela antecipada é prevista no art. 273 do CPC, pelo que aplicamos subsidiariamente no processo do trabalho diante do que dispõe o art. 769 da CLT. Seus requisitos básicos são a prova inequívoca e verossimilhança do pleito, bem como o perigo da demora – periculun in mora. Sua grande distinção para com a cautelar, que veremos adiante, é justa- mente o fato da prova inequívoca, pois, sobre isso, deve-se entender a prova latente, que salta aos olhos, enquantoa cautelar, ainda que tenha igualmente o periculum in mora, não tem esta prova inequívoca, e sim o fumus boni iuris, ou seja, aquilo que aparenta ser verdadeiro. Para a elaboração da petição, não existem requisitos extraordinários, de- vendo o peticionário se ater aos requisitos da petição inicial já descritos, res- salvando, num tópico específi co, o requerimento da liminar com os requisitos descritos neste capítulo. Atualmente a tutela antecipada pode também ser requerida na ação resci- sória, pelo que se extrai do art. 489 do CPC e Súmula no 405 do TST, como veremos no capítulo próprio. No processo do trabalho é o meio mais adequado para se obter liminar para reintegrar empregado estável. 61 PEÇA 19 O Sindicato dos Motoristas de Goiânia/GO pactuou acordo coletivo com a empresa Invicta Ltda., cuja matriz está situada nesta cidade, no qual consta, na cláusula 9a, um reajuste salarial no importe de 8% para todos os motoristas da empresa. Ocorre que o empregado Tiburcio Torres, que trabalha na matriz da empresa, não recebeu este reajuste em nenhum momento, como demonstram os recibos de pagamento do empregado que, de fato, não registram o repasse pertinente. QUESTÃO: Como advogado de Tiburcio proponha a medida cabível, levando- se em conta que, além de o fato ser incontroverso, você tem a informação de que a empresa está vendendo todos os seus bens para evitar futura execução. 62 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 19 – MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA. Tiburcio Torres, nacionalidade, estado civil, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento, no do RG, no do CPF, no e série da CTPS, no do PIS, endereço completo com CEP, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 840 da CLT e 273 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA pelo rito ______________, em face de Invicta Ltda., no do CNPJ, endereço comple- to com CEP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA Cumpre ressaltar inicialmente que na empresa para a qual o re- clamante presta serviço, bem como em seu sindicato de classe, não foi instituída a Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa o autor diretamente a via judiciária, nos termos do art. 625-D, § 3o, da CLT. 63 DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades laborativas na reclamada em ___/___/___, exercendo as funções de motorista, trabalhando sempre das _____ às ______ horas, de _____________ a _____________. Percebe atualmen- te o salário de R$ ____________, por __________. DA TUTELA ANTECIPADA O Sindicato dos Motoristas de Goiânia pactuou um acordo cole- tivo com a reclamada onde fi cou ajustado um reajuste salarial no importe de 8%, como descreve a cláusula 9a deste instrumento, anexado à presente. Ocorre que, mesmo exercendo o reclamante as funções de moto- rista da empresa, jamais obteve o referido reajuste, como facilmente se comprova diante dos recibos de pagamentos do autor, igualmente anexados na ação. Por isso, claro está a prova inequívoca sobre o repasse do reajus- te, pois, estando a norma coletiva em anexo, e descrevendo em seu bojo o reajus- te, bem como comprovando o reclamante através de seus holerites que o reajuste não foi repassado, não há como refutar o pleito em tela. Mas isso não é tudo, pois o reclamante, assim como o presente subscritor, têm conhecimento de que o reclamado está alienando todos os seus bens para se furtar de uma futura execução, o que denota o perigo da demora, cumprindo, assim, todos os requisitos exigidos pelo art. 273 do CPC. O Professor André Luiz Paes de Almeida, em sua obra Direito do Trabalho, Rideel, 2a ed. p. 278, destaca: “Como requisito pode-se citar o caso em que houver fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Ocorre no processo do trabalho quando, por exemplo, o empregador está se desfazendo de todos os seus bens e o reclamante quer resguardar seus direitos.” É este exatamente o caso em tela, pelo que requer a LIMINAR para a devida concessão da tutela antecipada, nos termos descritos, repassando ao obreiro os reajustes salariais devidos. 64 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II DO PEDIDO Pelo exposto, pleiteia: a) concessão de liminar para o repasse dos reajustes salariais. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admiti- dos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fi m, a notifi cação da reclamada para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros (Súmula no 74 TST), o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decretação da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, com a devida concessão da liminar, nos termos expostos. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ _________________. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Nome e assinatura do advogado OAB no 65 MEDIDAS CAUTELARES Considerações sobre a peça Como sabemos, uma das maiores máculas do poder judiciário diz respeito a sua morosidade. Admitidas pelos arts. 796 e ss. do CPC, busca-se subterfúgios para agilizar os procedimentos. Daí as medidas cautelares, que podem ser: PREPARATÓRIAS Aquelas propostas antes do processo principal. Indispensável, no entanto, a propositura da demanda principal em 30 dias, como destaca o art. 806 do CPC, sob pena de inefi cácia da liminar, nos exatos termos do art. 808, I, do CPC. INCIDENTAIS Conquanto tenha o mesmo efeito das medidas preparatórias, sua diferença é que estas são propostas no curso do processo. As medidas cautelares podem ser nomeadas como: Arresto Medida cabível quando o reclamado estiver vendendo seus bens para se furtar de futura e eventual execução. Neste caso, requer-se o seqüestro de bens indeterminados, para, repita-se, garantir uma possível e futura execução. Seqüestro Muito discutível seu cabimento no processo do trabalho. Porém, a doutri- na moderna vem entendendo pelo seu inequívoco cabimento. Sua grande di- ferença para com o arresto é que, neste caso, os bens não são indeterminados, mas sim certos. Ocorre quando houver discussão acerca de bem determinado, como, por exemplo, ferramentas de trabalho. Produção Antecipada de Provas Como as audiências nos grandes centros urbanos muitas vezes são mar- cadas num grande espaço de tempo da distribuição, não raras vezes uma 66 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II testemunha tem, à guisa de ilustração, uma viagem previamente agendada e não poderá comparecer. Em razão de o Direito Processual do Trabalho ser claramente matéria de fato e a prova testemunhal ser de suma importância, pode-se propor uma medida cautelar de produção antecipada de provas para a testemunha ser ouvida antes da audiência. Cautelar inominada No processo do trabalho é muito utilizada para requerer efeito suspensivo no recurso, fato este que igualmente pode ser obtido através da impetração de um mandado de segurança. 67 PEÇA 20 Após ser condenado no pagamento de valores a certo empregado, o empre- gador, enquanto pendente de julgamento no Tribunal Regional do Trabalho o recurso que apresentou contra a sentença, coloca à venda o imóvel em que se acha estabelecida a empresa, sem reservar outros bens para satisfação da condenação. QUESTÃO: Apresentar, como advogado do empregado, a medida processual adequada. 68 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 20 – MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRI- BUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____REGIÃO.3 Proc. n.__________ Distribuição por dependência “Empregado”, nacionalidade, estado civil, profi ssão, nome da mãe, data de nascimento, no do RG, no do CPF, no e série da CTPS, no do PIS, en- dereço completo com CEP, por seu advogado queesta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 813, III, do CPC, propor a presente MEDIDA CAUTELAR DE ARRESTO em face de “Empregador”, no do CNPJ, endereço completo com CEP, pelos moti- vos de fato e de direito a seguir expostos: 3 O art. 800, parágrafo único, do CPC destaca que a medida cautelar deverá ser proposta no local onde o processo está tramitando. Assim como o processo, no problema em questão, está no Tribunal Regional do Trabalho, a competência e endereçamento deverão ser também ao TRT. 69 HISTÓRICO PROCESSUAL O peticionário propôs reclamação trabalhista em face do recla- mado no processo principal, no qual obteve a procedência dos pedidos, o que originou o recurso ordinário interposto pelo réu, que se encontra pendente de julgamento perante este Egrégio Tribunal. DA LIMINAR Ocorre que o reclamado está alienando seus bens, com a nítida intenção de se furtar de uma futura e possível execução, ainda mais porque o re- clamante já obteve procedência inicial em seu pleito. Tal fato demonstra claramente o dolo do empregador em tentar alienar seus bens para, com isso, não ter como pagar a dívida trabalhista oriunda desta reclamação, se mantida a decisão inicial. O Ilustre Mestre Sérgio Pinto Martins destaca sobre o cabimento da cautelar, em sua obra Direito Processual do Trabalho, Atlas, 27a ed., p. 579: “O caso mais comum que ensejaria arresto no processo do trabalho seria o do empregador que está tentando alienar seus bens para não pagar as dívidas trabalhistas. O empregado ajuizaria o arresto visan- do justamente à garantia da execução.” Este é exatamente o caso em tela, pelo que necessário se faz a concessão da liminar para arrestar tantos bens do reclamado quantos bastem à futura e possível execução. DO PEDIDO Pelo exposto, pleiteia a concessão de liminar para o devido arres- to dos bens do reclamado, nos termos expostos. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admiti- dos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. 70 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fi m, a notifi cação da reclamada para que conteste os itens supra-argüidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros (Súmula no 74 TST), o que, por certo, ao fi nal restará comprovado, com a conseqüente decretação da TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, com a devida concessão da liminar, nos termos expostos. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ _________________________. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Nome e assinatura do advogado OAB no 71 AÇÃO MONITÓRIA Considerações sobre a peça Prevista nos arts. 1.102 a e ss. do CPC, será cabível sempre que houver documento escrito que não tenha natureza de título executivo extrajudicial. Amador Paes de Almeida, com a costumeira didática, expõe o procedimen- to adequado no processo do trabalho: “Atendidos os pressupostos legais, o juiz expedirá o mandado monitório, de- signando dia e hora para a audiência (art. 841 da CLT). Na audiência o reclamado optará pelo cumprimento da obrigação ou, ao revés, apresentará embargos (que não se confundem com os embargos à exe- cução), dispensando-se a garantia do juízo. Apresentados embargos, prosseguir-se-á nos demais atos processuais de um dissídio individual, tais como depoimentos pessoais, oitiva de testemunhas, propostas de conciliação, razões fi nais e sentença. Da decisão em apreço caberá recurso ordinário para o Tribunal Regional do Trabalho.”4 Acerca da elaboração da petição inicial desta ação, os requisitos são os mes- mos, ressalvando a necessidade de se requerer, na notifi cação, a expedição de mandado de pagamento para o devedor. 4 Curso Prático de Processo do Trabalho, 16a ed., Saraiva, 2004. 72 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 21 O empregador “B”, após demitir sem justa causa e quitar todas as verbas rescisórias tempestivamente do empregado “A”, ressalvou expressamente no Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) do obreiro que lhe paga- ria as horas extras realizadas no último ano no total de R$ 18.000,00. Após várias tentativas de cobrança extrajudiciais, o empregado quer promover a medida judicial. QUESTÃO: Como advogado de “A”, promova a medida cabível na Justiça do Trabalho, nos termos do Código de Processo Civil.5 5 Importante ressalvar que a questão atesta a obrigatoriedade de a ação ser regida pelo CPC, pois, se assim não fosse, poderia o examinando optar por simples reclamação trabalhista, pois a Ação Monitória é facultativa. 73 AÇÃO DE CUMPRIMENTO Considerações sobre a peça Prevista no art. 872 da CLT, destina-se ao cumprimento das decisões nor- mativas, proferidas em dissídios coletivos prolatados pelos Tribunais Regio- nais ou Superior. Isso por que essas decisões, em regra, não têm condão executório, pois im- põem uma obrigação futura, quando, por exemplo, destaca-se que o sindicato ou empregador suscitado terá que pagar um reajuste salarial aos obreiros de determinada categoria no importe de 5%. Assim, se os empregadores não cumprirem com o estabelecido, os empre- gados, e até mesmo o próprio sindicato de classe, poderão propor ação de cumprimento para que o sentenciado seja cumprido. A inicial é exatamente idêntica àquela da reclamação trabalhista simples, só se diferenciando na denominação utilizada. Para fi nalizar, é indispensável frisar que, conquanto o art. 872 destaque a indispensabilidade do trânsito em julgado da decisão normativa, a Súmula no 246 do TST despreza tal exigência. 74 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 22 O Sindicato dos Metalúrgicos de Balneário Camboriú/SC propôs dissídio coletivo em face do Sindicato dos empregadores deste ramo, no qual obteve um reajuste salarial de 12% através da sentença normativa proferida pelo Tri- bunal Regional do Trabalho da 12a Região. Não se conformando, o Sindicato dos Empregadores interpôs Recurso Ordinário. QUESTÃO: Como advogado de “A”, empregado metalúrgico que labora na localidade objeto do aumento salarial e que não recebeu referido reajuste em razão de que seu empregador “B” atesta que ainda não houve o trânsito em jul- gado da decisão e que, portanto, não deveria arcar com o reajuste, proponha a medida judicial cabível. 75 AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL Considerações sobre a peça Ação relativamente nova no processo laboral, pois até pouco tempo o pro- cesso do trabalho não tinha nenhum título executivo extrajudicial, somente executando a sentença nos próprios autos do processo de cognição. No entanto, agora temos dois títulos executivos extrajudiciais trabalhistas: o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) fi rmado pelo Ministério Público para empresas que pratiquem atos atentatórios e que contenham gravames à sociedade, bem como o Termo de Conciliação fi rmado pela Comissão de Con- ciliação Prévia, nos termos do art. 625-E da CLT. Os dois títulos estão admitidos pelo art. 876 da CLT. Mais uma vez a petição inicial desta ação será simples, devendo, exclusi- vamente o peticionário, tomar cuidado para não se esquecer de requerer o mandado de citação e penhora. 76 PRÁTICA TRABALHISTA – VOL. II PEÇA 23 “A”, após ser demitido sem justa causa da empresa “B”, fi rmou Termo de Conciliação na Comissão de Conciliação Prévia, no qual seu empregador se obrigou a efetuar um pagamento de R$ 20.000,00 em 10 parcelas de R$ 2.000,00, sendo que no termo fi cou expressamente consignado que em caso de descumprimento do acordo o empregador incorreria em uma multa de 100% sobre o valor inadimplido. Ocorre que após o pagamento da primeira parcela o empregador não mais cumpriu com o avençado. QUESTÃO: Como advogado do empregado, proponha a medida cabível para a mais célere solução da pendência. 77 DISSÍDIO COLETIVO Considerações sobre a peça O § 2o do art. 114 da CF destaca: “Recusando-se
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