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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO RECURSO ORDINÁRIO Livro Eletrônico 2 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Sumário Apresentação ................................................................................................................................... 3 Recurso Ordinário ........................................................................................................................... 4 1. Recurso Ordinário no Processo do Trabalho: como fazer? O Passo a Passo ................. 4 2. Recurso Ordinário: como já Foi Cobrado na Prova da OAB? .............................................. 8 3. Recurso Ordinário: Resolução da Prova Passada da OAB .................................................. 9 4. Recurso Ordinário: Peça Inédita e Dicas de Resolução .....................................................15 5. Direito Material: Equiparação Salarial para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas .....................................................................................................................21 6. Direito Material: Horas Extras para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas.......................................................................................................................... 22 7. Resolução de Questões de Provas Subjetivas Anteriores do Exame da Ordem sobre Horas Extras e Remuneração, para Melhor Fixação e Sucesso nas Próximas Provas .............................................................................................................................................. 32 8. Resolução de Questões de Provas Subjetivas Anteriores do Exame da Ordem sobre Rescisão do Contrato de Trabalho para Melhor Fixação e Sucesso nas Próximas Provas ........................................................................................................................... 36 Resumo ............................................................................................................................................40 Questões de Concurso .................................................................................................................42 Referências ..................................................................................................................................... 45 Anexo ..............................................................................................................................................46 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ApresentAção Olá, futuro (a) advogado (a)! Tudo bem contigo? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Tra- balho no TRT 4 Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto em Portugal, professora de preparatórios e faculdades aqui no Ceará, “a Terra do Sol”, e faço parte do time do Gran Cursos. Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha, pois a advocacia é uma belíssima carreira para os fortes. O mais importante da minha apresentação é te dizer que eu entendo sua dor e pressa para ser aprovado na OAB. Também entendo que você quer o máximo de informações de forma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances da legislação. Veio ao lugar certo. Isso porque a maioria não tem muito tempo para estudar, seja porque trabalha, faz estágio, tem aulas na faculdade, aquela preocupação com o TCC etc. Eu te parabenizo por você estar lendo este material, pois isso significa que você foi apro- vado na primeira fase da OAB. Então, você já está com 50% da vitória. Vamos nos dedicar mais um pouco com a leitura dos nossos materiais, pois vai dar certo se houver compromisso e empenho. Eu e toda a equipe do Gran estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercícios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você surpre- enda a Banca examinadora, e não o contrário. Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar ao êxito final e já estou feliz e motivada em elaborar isso para você. Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato diferente. E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para as provas sem ler esse material. Então, aproveite! Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca- -texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e fique ligado no curso Gran. Por gentileza, se você curtiu essa aula, dê um feedback positivo lá no Fórum do Aluno. Se tiver críticas construtivas, também use o fórum para melhorarmos o material, ok? Vamos começar? Maria Rafaela de Castro @mrafaela_castro @juizamariarafaela O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RECURSO ORDINÁRIO 1. recurso ordinário no processo do trAbAlho: como fAzer? o pAsso A pAsso É cabível o Recurso Ordinário diante de sentenças definitivas ou terminativas e das deci- sões do TRT definitivas ou terminativas quando esteja atuando em sua competência originária. Isto é, cabe recurso da sentença do Juiz de primeiro grau e de decisão em ação rescisória, por exemplo, julgada e processada pelo TRT, pois é sua competência originária. Esse recurso tem efeito DEVOLUTIVO AMPLO, razão pela qual o recorrente pode devolver ao tribunal toda a matéria novamente, tanto fática como jurídica. Faz as vezes da apelação no processo civil comum e, por isso, muitas regras são aplicadas subsidiariamente. Possui o prazo de oito dias a contar da ciência da sentença. Quando não há concessão de gratuidade judicial, deve-se pagar o preparo, nos termos da súmula 245 do TST, com o recolhi- mento das custas fixadas e na realização de depósito recursal. A finalidade do Recurso Ordinário é demonstrar a insatisfação de quem recorre e, para tal desiderato, pode ocorrer pedido recursal em dois formatos: (a) o recorrente requer a modificação do teor da decisão recorrida, com a explanação da tese que deveria ser a vencedora (reforma da decisão). Por exemplo: o juiz acolheu o pedido de horas extras, mas o recorrente que é a empresa sustenta que é o caso de aplicar as hipóteses do artigo 62 da CLT; (b) o recorrente requer a cassação da decisão recorrida, aduzindo que existe vícios/nuli- dades na decisão recorrida. Exemplo: o juiz não cumpriu o devido processo legal, não opor- tunizando o contraditório ou aceitando para valorar sue convencimento a utilização de pro- vas ilícitas. A legitimidade para recorrer é daquele que detém o interesse recursal, como no caso da- quele que teve contra si uma decisão judicial ou no caso de terceiro interessado, como o Mi- nistério Público. Como na Justiça do Trabalho não se admite recurso das decisões interlocutórias, quando do manejo do RO, o recorrente pode suscitar toda a sua insatisfação com as decisões inter- locutórias. O procedimento deve ser feito no seguinte formato: uma primeirapetição escrita dirigida ao juiz a quo (aquele que prolatou a decisão) para que ele faça um juízo prévio de admissibili- dade e, num segundo momento, as razões recursais que, conforme o mapa mental abaixo deve conter os seguintes dados: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Razões recursais Nomes e qualificação das partes. Exposição do fato e do direito , com as razões do pedido de reforma ou de decretação da nulidade. Pedido de nova decisão. Reforma: modificação da decisão recorrida. Anulação da decisão recorrida que resulta na sua cassação. O PULO DO GATO Pode aqui no RO o recorrente utilizar fatos ou provas novas, aplicando-se subsidiariamente o artigo 1014 do CPC, desde que o motivo da não apresentação anteriormente seja por motivo de força maior. Mas, essa tese não se aplica ao terceiro interessado, como o Ministério Público. No passo a passo, o (a) candidato (a) deve utilizar o seguinte passo para ajudar a elabora- ção da peça: (a) uma peça de rosto que deve ser dirigida ao juízo a quo; (perde ponto na OAB se esque- cer essa primeira peça) (b) uma outra peça com as razões recursais que deve ser dirigida ao Tribunal ou juízo ad quem em que vai apontar as insurgências contra a decisão recorrida. Nesse momento, devem ser arguidas todas as matérias de fato e de direito, e, no caso do recorrente ser o demanda- do, devem ser reiteradas todas as preliminares que não foram arguidas. (no exame da OAB, pela restrição de linhas, essa peça pode ser escrita logo após a primeira peça de rosto na mesma folha). A folha de rosto pode ser feita no seguinte modelo: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da 8a Vara do Trabalho de Fortaleza – CE (exemplo de direcionamento) N. do processo: HOSPITAL SÓ MÉDICOS, já qualificada nos autos do processo acima descrito, inconformada com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pelo empregado RUI DA SILVA, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor: RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no art. 895, inciso I, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam recebidas e remetidas ao Tribunal Regional da 7a Região.( CE pertente ao TRT da 7a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638801/artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638692/inciso-i-do-artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 6 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Região) Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal. 2. REQUERIMENTOS FINAIS Por todo o exposto, REQUER: 1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso. Nestes termos, pede deferimento, Localidade ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO) A folha das razões recursais que deve ocorrer após a primeira petição acima, podem ser redigidas observando a seguir: Exmos. Desembargadores da Turma do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 7a Região (aqui estamos seguindo acima o exemplo dado – era o juízo de Fortaleza- CE, logo, o TRT correspondente é o da 7a Região) RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO PROCESSO N.. RECORRENTE: RECORRIDO: Doutos Julgadores, Merece reforma a respeitável sentença de origem, pelos argumentos de fato e de direito, a seguir: RESUMO DOS FATOS Consta aqui o básico da Ação Trabalhista, do pedido, da defesa e da decisão. PRELIMINARES NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL (desenvolve a violação do inciso IX do art. 93 da CR/88) NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1699445/inciso-ix-do-artigo-93-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10626510/artigo-93-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 7 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela (desenvolve o inciso LV do art. 5 º da CR/88). DO MÉRITO Não merece prosperar a respeitável sentença, pelas razões a seguir expostas. ABRIR UM TÓPICO POR ASSUNTO Rebater todos os argumentos descritos na sentença, apontando as razões da reforma da sentença FECHAMENTO Pelo exposto, requer seja acolhida a preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem para que seja apreciada a omissão suscitada nos embargos de declaração, bem como requer seja acolhida a preliminar de cerceamento do direito de defesa e, em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Por fim, requer que o presente recurso ordinário seja conhecido e provido. Nestes termos, pede deferimento, Localização Advogado OAB/ ____________(não assine a peça) Não se esqueça que deve encerrar com os requerimentos finais: admissibilidade do recur- so, renovação das preliminares e, no mérito, pelo provimento do recurso. Vamos continuar com os mapas mentais para fixar melhor o conteúdo: Cabimento de RO Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de oito dias. Das decisões definitivas ou terminativas dos tribunais regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de oito dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 8 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RO no sumaríssimo Será imediatamente distribuído uma vez recebido no tribunal. Devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 dias. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. Com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão.A Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor. 2. recurso ordinário: como já foi cobrAdo nA provA dA oAb? Posicionei abaixo as peças que foram cobradas nos últimos sete certames da OAB para que você perceba a repetitividade das cobranças: EXAME PEÇA 2021 CONTESTAÇÃO 2020 RECURSO ORDINÁRIO 2019 PETIÇÃO INICIAL 2019 CONTESTAÇÃO 2019 PETIÇÃO INICIAL 2018 RECURSO ORDINÁRIO 2018 CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO (PEÇA UNIFICADA) Assim, passo a analisar duas provas já cobradas pela OAB, mas a resolução veremos no próximo capítulo da prova no ano de 2020 (XXXII exame). Perceba que no ano de 2018 foi co- brada também. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O examinador, na peça processual, narra fatos e quer que o candidato, primeiramente, aponte qual a peça processual cabe na situação e, após, desenvolva a redação sobre a temáti- ca, abordando os temas importantes. No XXXI Exame Unificado, o examinando deveria formular o seguinte: apresentar um recur- so ordinário por parte da sociedade RÉ, elaborando a petição de interposição ao juízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI e as razões recursais, ao TRT. Deverá indicar as partes (recor- rente e recorrido), citar o Art. 895, inciso I, da CLT. Também deveria indicar o recolhimento das custas e do depósito recursal (tal como no exemplo modelo que colocamos acima, principalmente, quando se recorre em favor da em- presa). Deverá ser apresentada preliminar de cerceamento de defesa pelo indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa, com a consequente anulação do processo e retorno à Vara de origem para oitiva delas e prolação de nova sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da CRFB/88. Deveria ser renovada a preliminar de inépcia em relação aos feriados, porque indicados de forma genérica, aplicando-se o Art. 330, inciso I, ou o Art. 330, § 1º, inciso II, do CPC, ou o Art. 840, § 1º, da CLT. (devem ser novamente suscitadas todas as preliminares da empresa que não foram acolhidas na sentença. A matéria aqui não precluiu). Em relação à pausa alimentar, deve ser sustentado ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido, e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem re- percussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, deve ser sustentado que doença degenera- tiva não é considerada doença do trabalho, conforme previsto no Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei n. 8.213/91, não gerando responsabilidade do empregador. Quanto à devolução dos descontos em dobro, o candidato deverá se insurgir contra a determinação da dobra porque não existe previsão legal na CLT para tanto, sendo então de se observar o princípio da legalidade previsto no Art. 5º, inciso II, da CRFB/88. Em relação à cesta básica, deve ser sustentado que a norma coletiva não tem ultratividade, na forma do Art. 614, § 3º, da CLT, daí porque ser indevida para a autora, pois ela foi admitida após o término da convenção coletiva anterior. Em relação aos honorários advocatícios, deve ser sustentado que o percentual deferido em favor do advogado da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o Art. 791-A, da CLT, pelo que deve ser reduzido. E, por derradeiro, os requerimentos finais pela admissibilidade do recurso, renovação das preliminares e, no mérito, pelo provimento do recurso. No capítulo seguinte, vamos desenvolver a redação para ajudar a visibilidade do que deve ser elaborado. 3. recurso ordinário: resolução dA provA pAssAdA dA oAb Como já passamos no capítulo acima, estamos tratando do Exame XXXI, do ano de 2020. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Enunciado da questão prática: Débora Pimenta trabalhou como auxiliar de coveiro na sociedade empresária Morada Eter- na Ltda., de 30/03/2018 a 07/01/2019, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo, por último, o salário de R$ 1.250,00 mensais, conforme anotado na CTPS. Em razão disso, ela ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao ju- ízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: o juízo declarou a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interroga- tório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; não foi reconhecido o salário oficioso de mais R$ 2.000,00 alegado na petição inicial, já que o julgador entendeu não haver prova de qualquer pagamento “por fora”; foi deferido o pagamento de horas extras pelos feria- dos, conforme requerido pela trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qual- quer feriado brasileiro”, sendo rejeitada a preliminar suscitada na defesa contra a forma desse pedido; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados aos autos; foi indeferido o pagamento de adicional noturno, já que a autora não com- provou que houvesse enterro, ou preparação para tal fim, no período compreendido entre 22 e 5 horas; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, sendo que, na instrução, o magistrado indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas pela sociedade empresária, que seriam ouvidas para provar que ela entregava o valor da passagem em espé- cie diariamente à trabalhadora; foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham CID (Classi- ficação Internacional de Doenças); foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, porque sua entrega era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2017 a janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve es- tipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, prorrogada no tempo; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. Diante disso, na condição de advogado da ré, redija a peça prático-profissional para a defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprometesse sua integridade. (Valor: 5,00) Pontos a serem observados: 1) redigir a petição dirigida ao juiz a quo, qual seja, juízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI. 2) indicar o recolhimento das custas e do depósito recursal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução,cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 3) após, redigir a petição dirigida ao Tribunal, aduzindo, num primeiro aspecto, as duas prelimi- nares: cerceamento de defesa pelo indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa, com a consequente anulação do processo e retorno à Vara de origem para oitiva delas e prolação de nova sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da CRFB/88. Deverá ser renovada a preliminar de inépcia em relação aos feriados, porque indicados de forma genérica, aplicando-se o Art. 330, inciso I, ou o Art. 330, § 1º, inciso II, do CPC, ou o Art. 840, § 1º, da CLT. 4) atacar os fundamentos da decisão do juiz de primeiro grau em tópicos ou no caso de restri- ção de linhas, deixe em caixa alta o pedido que você está analisando. 5) Em relação à pausa alimentar, deve ser sustentado ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido, e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem re- percussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, deve ser sustentado que doença degenerativa não é considerada doença do trabalho, conforme previsto no Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei n. 8.213/91, não gerando respon- sabilidade do empregador. Quanto à devolução dos descontos em dobro, o candidato deverá se insurgir contra a determinação da dobra porque não existe previsão legal na CLT para tanto, sendo então de se observar o princípio da legalidade previsto no Art. 5º, inciso II, da CRFB/88. Em relação à cesta básica, deve ser sustentado que a norma coletiva não tem ultratividade, na forma do Art. 614, § 3º, da CLT, daí porque ser indevida para a autora, pois ela foi admitida após o término da convenção coletiva anterior. 6) Em relação aos honorários advocatícios, deve ser sustentado que o percentual deferido em favor do advogado da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o Art. 791-A, da CLT, pelo que deve ser reduzido. 7)Requerimentos finais: admissibilidade do recurso, renovação das preliminares e, no mérito, pelo provimento do recurso. 8) Pedir que o presente apelo deve ser reconhecido vez que é adequado e foi interposto pela parte legítima, processualmente interessada e regularmente apresentada. O recurso é tempes- tivo pois foi interposto no no prazo legalmente previsto do art. 895 a CLT. 9) Localidade e colocar ADVOGADO, não assinando a peça. Deve constar isso nas duas petições. Vamos ensaiar como seria na elaboração da prova. Estou colocando aqui de forma sucinta, mas deixo consignado aquilo que deve ser aprimorado: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI N. do processo: 0050000-80.2019.5.22.0090 sociedade empresária Morada Eterna Ltda, já qualificada nos autos do processo acima des- crito, inconformada com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pela obreira Débora Pimenta, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no art. 895, inciso I, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam recebidas e remetidas ao Tribunal Regional da 22a Região.( PI pertente ao TRT da 22a Região) Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal. 2. REQUERIMENTOS FINAIS Por todo o exposto, REQUER: 1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso. Nestes termos, pede deferimento, Localidade ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO) Exmos. Desembargadores da Turma do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 22a Região (aqui estamos seguindo acima o exemplo dado – era o juízo de PI, logo, o TRT correspondente é o da 22a Região) RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO PROCESSO N.. 0050000-80.2019.5.22.0090 RECORRENTE: sociedade empresária Morada Eterna Ltda RECORRIDO: Débora Pimenta Doutos Julgadores, Merece reforma a respeitável sentença de origem, pelos argumentos de fato e de direito, a seguir: RESUMO DOS FATOS A recorrida trabalhou como auxiliar de coveiro na sociedade empresária Morada Eterna Ltda., de 30/03/2018 a 07/01/2019, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo, por último, o salário de R$ 1.250,00 mensais, conforme anotado na CTPS. Em razão disso, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI, recebendo o número 0050000- 80.2019.5.22.0090 e formulou vários pedidos, que assim foram julgados: o juízo declarou a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638801/artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638692/inciso-i-do-artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 13 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; não foi reconhecido o salário oficioso de mais R$ 2.000,00 alegado na petição inicial, já que o julgador entendeu não haver prova de qualquer pagamento “por fora”; foi deferido o pagamento de horas extras pelos feriados, conforme requerido pela trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”, sendo rejeitada a preliminar suscitada na defesa contra a forma desse pedido; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados aos autos; foi indeferido o pagamento de adicional noturno, já que a autora não comprovou que houvesse enterro, ou preparação para tal fim, no período compreendido entre 22 e 5 horas; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, sendo que, na instrução, o magistrado indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas pela sociedade empresária, que seriam ouvidas para provar que ela entregava o valor da passa- gem em espécie diariamente à trabalhadora; foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não conti- nham CID (Classificação Internacional de Doenças); foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, porque sua entrega era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior(de janeiro de 2017 a janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve estipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, pror- rogada no tempo; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. PRELIMINARES NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - Nesse ponto, padece de nulidade o julgamento do 1º grau por ofensa direta ao inciso LV do art. 5 º da CR/88.O juiz de primeiro grau se negou a ouvir as testemunhas do réu, de forma arbitrária, não garantindo o livre desempenho do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Conforme se observa na última ata de audiência, o juiz indeferiu a oitiva das duas testemunhas da defesa, o que a prejudicou notadamente, em ofensa ao texto constitucional. Diante disso, requer a nulidade da sentença nesse tocante, com a devolução dos autos para a instância de origem, no sentido de existir a devida produção regular da prova e garantindo o direito constitucional do contraditório. PRELIMINAR DE INÉPCIA DA INICIAL REITERADA A recorrida, em sua peça inicial, pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”. No entanto, não descreveu quais feriados efetivamente foram laborados, sendo um pedido gené- rico. Logo, não poderia ser acolhido. Sendo assim, apesar da alegação do recorrente em sua contestação, o juízo a quo afrontou a legislação, julgando procedente um pedido genérico sem qualquer discriminação de feriados e que tipo de feriado, impossibilitando até mesmo a defesa da recorrente na ocasião. Com base nisso, requer a reanálise pelo TRT para fins de acolher essa preliminar no tocante ao pedido de condenação em pagamento dos feriados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 14 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela DO MÉRITO Não merece prosperar a respeitável sentença, pelas razões a seguir expostas. PAUSA ALIMENTAR/INTERVALO INTRAJORNADA/CONDENAÇÃO INDEVIDA O juiz de piso condenou a recorrente, indevidamente, ao pagamento de intervalo intrajornada na sua integralidade, muito embora confessado que existia gozo de períodos pela recorrida, e, tal fato foi desconsiderado pelo juízo quando da sentença. No entanto, não merece pros- perar, tendo em vista ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido (a diferença do tempo), e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Logo, não há como manter condenação sobre os reflexos em todas as verbas rescisórias, como feito na sentença. CONDENAÇÃO EM DANO EXTRAPATRIMONIAL INDEVIDA – MERECE REFORMA Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, a sentença considerou a doença da recorrida como doença do trabalho, o que não merece prosperar. Não se considerou o laudo pericial que confirmou se tratar de doença degenerativa. Com isso, a sentença não analisou ou valorou cor- retamente todos os meios de prova produzidos que se encontram nos autos. Destaque-se que a doença degenerativa não é considerada doença do trabalho, conforme pre- visto no Art. 20, § 1º, alínea a, da Lei n. 8.213/91, não gerando responsabilidade do emprega- dor. Nesse caso, qualquer condenação é indevida, na medida em que não há previsão legal e não se constatou qualquer exercício de abuso do poder diretivo. A doença da recorrida não se encaixa como doença do trabalho e, por isso, sequer se configuram os pressupostos. A titulo de princípio da eventualidade, caso mantida a condenação pelo TRT, requer a diminuição con- siderável do quantum indenizatório, diante das difíceis condições econômicas da recorrente e pelo exíguo período trabalhado (é possível formular pedidos sucessivos para fins de diminuir o quantum indenizatório, por exemplo). DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS EM DOBRO – INDEVIDOS. Quanto à devolução dos descontos em dobro formulados na sentença, devem ser modifica- dos, para fins de ser mantido somente a devolução de descontos simples. Isso porque não há como prosperar a tese de dobra de valores, como já argumentado na peça contestatória, pois não existe previsão legal na CLT para tanto, sendo então de se observar o princípio da legali- dade previsto no Art. 5º, inciso II, da CRFB/88. CESTA BÁSICA - INDEVIDA O juiz a quo aplicou indevidamente o princípio da ultratividade da negociação coletiva, em des- compasso com o atual entendimento do STF que suspendeu os alcances da súmula do TST sobre ultratividade e, ainda, nos termos da Reforma Trabalhista. A norma coletiva, usada pelo juiz para fundamentar a condenação da ora recorrente, não tem ultratividade, na forma do Art. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 614, § 3º, da CLT, daí porque ser indevida para a autora, pois ela foi admitida após o término da convenção coletiva anterior. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS INDEVIDOS NO PERCENTUAL DA SENTENÇA Em relação aos honorários advocatícios, na sentença houve condenação no importe de 20%, o que não deve ser mantido, urgindo por modificação, pois o percentual deferido em favor do advogado da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o Art. 791-A, da CLT, pelo que deve ser reduzido. Pela complexidade da causa, verifica-se ser um processo com poucos atos processuais, sugerindo-se o importe mínimo de 5%. REQUERIMENTOS FINAIS Pelo exposto, requer seja acolhida a preliminar de nulidade por cerceamento de defesa, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, e, em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Também requer que seja acolhida a preliminar da inépcia da inicial quanto ao pedido de feriados. Em relação aos demais pleitos, requer a modificação do julgado de 1º grau, com a reforma da sentença do juízo de piso para que sejam julgados improcedentes os pedidos de horas extras, danos morais, Por fim, requer que o presente recurso ordinário seja conhecido e provido. Nestes termos, pede deferimento, Localização Advogado OAB/ ____________(não assine a peça 4. recurso ordinário: peçA inéditA e dicAs de resolução Neste capítulo, trago uma questão inédita para resolvermos mais uma vez no passo a pas- so a peça de Recurso Ordinário. Vamos lá: 001. RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da socie- dade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abandono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção doHospital de ressarcimento O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interroga- tório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, diante de compar- tilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem demais provas apresentadas; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. Diante disso, na condição de advogado do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça prático-profissional para a defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprome- tesse sua integridade. Pontos a serem ventilados 1) redigir a petição dirigida ao juiz a quo, qual seja, juízo da Vara UNICA do Trabalho de Barreirinhas/MA. 2) indicar o recolhimento das custas e do depósito recursal. 3) após, redigir a petição dirigida ao Tribunal, aduzindo, num primeiro aspecto, a preliminar: cerceamento de defesa pelo indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa, com a consequente anulação do processo e retorno à Vara de origem para oitiva delas e prolação de nova sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da CRFB/88. 4) atacar os fundamentos da decisão do juiz de primeiro grau em tópicos ou no caso de restrição de linhas, deixe em caixa alta o pedido que você está analisando. 5) Deve sustentar que o reclamante não provou o descumprimento de obrigações e, com isso, persiste a ideia de abandono aos postos de trabalho. E, ainda, deve ser revista a sentença do juiz que não acolheu o pedido objeto da reconvenção, apesar dos danos causados pelo trabalhador ao hospital em plena situação de pandemia. Em relação à pausa alimentar, deve ser sustentado ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido, e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT, além de enfatizar que havia quarto de descanso para o reclamante fazer as pausas. Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, deve ser sustentado que a pandemia é uma situação de força maior, não gerando responsabilidade do empregador que não pode ser punido pela necessidade de maiores horas de plantão do trabalhador, pois não deu causa ao evento. A concessão de vale transporte não prospera, pois o reclamante não ia laborar diariamente mediante o uso de transporte público coletivo. Inclusive, o juiz julgou contra as provas, o que urge por reforma. 6) Em relação aos honorários advocatícios, deve ser sustentado que o percentual deferido em favor do advogado da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o Art. 791-A, da CLT, pelo que deve ser reduzido. 7)Requerimentos finais: admissibilidade do recurso, renovação das preliminares e, no mérito, pelo provimento do recurso. 8) Pedir que o presente apelo deve ser reconhecido vez que é adequado e foi interposto pela parte legítima, processualmente interessada e regularmente apresentada. O recurso é tempestivo pois foi interposto no no prazo legalmente previsto do art. 895 a CLT. 9) Localidade e colocar ADVOGADO, não assinando a peça. Deve constar isso nas duas petições. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Vamos ensaiar como seria na elaboração da prova. Estou colocando aqui de forma sucinta, mas deixo consignado aquilo que deve ser aprimorado: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da Vara Única do Trabalho de Barreirinhas/MA N. do processo: 0050000-80.2019.5.22.0090 HOSPITAL SÓ MÉDICOS, já qualificada nos autos do processo acima descrito, inconformada com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pelo obreiro rui da silva, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor: RECURSO ORDINÁRIO, com fundamento no art. 895, inciso I, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam recebidas e remetidas ao Tribunal Regional da 16a Região.( MA pertente ao TRT da 16a Região) Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal. 2. REQUERIMENTOS FINAIS Por todo o exposto, REQUER: 1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso. Nestes termos, pede deferimento, Localidade ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO) Exmos. Desembargadores da Turma do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 16a Região (aqui estamos seguindo acima o exemplo dado – era o juízo de MA, logo, o TRT correspondente é o da 16a Região) RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO PROCESSO N.. 0050000-80.2019.5.22.0090 RECORRENTE: hospital só médicos RECORRIDO: rui da silva Doutos Julgadores, Merece reforma a respeitável sentença de origem, pelos argumentos de fato e de direito, a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638801/artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638692/inciso-i-do-artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 18 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela seguir: RESUMO DOS FATOS RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abandono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de ressarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido quea jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem demais provas apresentadas. PRELIMINARES NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA - Nesse ponto, padece de nulidade o julgamento do 1º grau por ofensa direta ao inciso LV do art. 5 º da CR/88.O juiz de primeiro grau se negou a ouvir as testemunhas do réu, de forma arbitrária, não garantindo o livre desempenho do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Conforme se observa na última ata de audiência, o juiz indeferiu a oitiva de uma essencial testemunha da defesa, o que a prejudicou notadamente, em ofensa ao texto constitucional. O juiz a quo, pela simples alegação do recorrido, sem ouvir a própria testemunha ou demais pessoas, concluiu que havia inimizade com o recorrido, não fundamentando em que meios de prova se valeu para fins de indeferir a oitiva de testemunha idônea para provar os fatos elencados na peça de defesa. Diante disso, requer a nulidade da sentença nesse tocante, com a devolução dos autos para a instância de origem, no sentido de existir a devida produção regular da prova e garantindo o direito constitucional do contraditório. DO MÉRITO Não merece prosperar a respeitável sentença, pelas razões a seguir expostas. PAUSA ALIMENTAR/INTERVALO INTRAJORNADA/CONDENAÇÃO INDEVIDA O juiz de piso condenou a recorrente, indevidamente, ao pagamento de intervalo intrajornada na sua integralidade, muito embora confessado que existia gozo de períodos pela recorrida, e, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 19 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela tal fato foi desconsiderado pelo juízo quando da sentença. No entanto, não merece prosperar, tendo em vista ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido (a diferença do tempo), e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Logo, não há como manter condenação sobre os reflexos em todas as verbas rescisórias, como feito na sentença. Além disso, o juiz não considerou que o intervalo concedido era superior ao alegado na peça Inicial, na medida em que o hospital dispunha de quarto de descanso para os profissionais de saúde, incluindo, o reclamante, que tinha à sua disposição. SOBRE A RUPTURA CONTRATULA ENTRE AS PARTES – MERECE REFORMA O reclamante falta com a verdade na sua narrativa, na medida em que desempenhava atividade compatível pela qual foi contratado, sendo que a ré cumpriu todas as obrigações trabalhistas, tendo o demandante abandonado o serviço, sem qualquer justificativa, apesar de telefonemas do hospital para do seu retorno. Destaque-se que o motivo da ruptura contratual foi abandono de emprego, ocasião em que o obreiro deve ser penalizado por tal conduta, principalmente, porque, quando das suas verbas rescisórias, não incide multa de 40% do FGTS ou pagamento de aviso prévio, por exemplo. Assim, não há como prosperar os pedidos, haja vista inexistência de prova de qualquer vício de consentimento. Além disso, o recorrido deixou de forma injustificada de comparecer ao serviço, sem dar qualquer satisfação ao seu superior. Houve demonstração de que a recorrente entregava EPI aos seus funcionários e, sobretudo, que houve, em alguns dias, problemas na aquisição de novos equipamentos, mas isso em decorrência de uma crise em escala global, como sabido. Tratou-se de uma situação pontual que não tem o condão suficiente para uma rescisão indireta, por ser esta uma medida extrema. Acerca da ruptura do contrato de trabalho, não há como prosperar pleitos de verbas na modalidade de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta, pois está demonstrado documentalmente que o reclamante abandonou o serviço numa situação crítica da saúde no Brasil com a pandemia da COVID 19. Não houve irregularidade contrato de trabalho que justificasse o abandono de emprego por parte do autor. Com base nisso, não há direito à indenização de 40% sobre o FGTS porque a autora pediu demissão, o que impede a pretensão, porque essa hipótese não é prevista na norma cogente, na forma do Art. 18, § 1º, da Lei n. 8.036/90 e Art. 9º, § 1º, do Decreto 99.684/90. CONDENAÇÃO EM DANO EXTRAPATRIMONIAL INDEVIDA – MERECE REFORMA Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, a sentença de primeiro grau compreendeu que o recorrido sofreu desgaste emocional diante da carga de trabalho a que foi submetido durante a pandemia.Sobre alegação de pedidos de danos morais, não prospera, na medida em que o trabalhador assim como todos os profissionais de saúde tiveram carga aumentada com excesso de trabalho em razão da pandemia da COVID 19, razão pela qual tal fato não pode ser imputado ao empregador, pois não se pode imputar a ele uma situação de força maior. Nesse âmbito, destaca-se que se tratou de força maior e, com isso, configura-se uma excludente de responsabilidade civil do empregador, não podendo imputá-lo, pois não houve, em qualquer momento, abuso do poder diretivo. Além disso, a pandemia é uma situação de força maior, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela razão pela qual exclui a responsabilidade do empregador, que, por sua vez, não gerou, direta ou indiretamente, a situação pandêmica. A titulo de princípio da eventualidade, caso mantida a condenação pelo TRT, requer a diminuição considerável do quantum indenizatório, diante das difíceis condições econômicas da recorrente e pelo exíguo período trabalhado (é possível formular pedidos sucessivos para fins de diminuir o quantum indenizatório, por exemplo). PEDIDO RECONVENCIONAL – URGE PELA MODIFICAÇÃO NO TRIBUNAL O abandono ao serviço de forma injustificada gerou graves prejuízos ao empregador, pois teve que contratar às pressas terceiras pessoas, gerando um prejuízo a mais na sua folha de pagamento de cinco mil reais. Com a situação da pandemia, e com o número de pacientes internados em um contexto de condições adversas para toda a sociedade, o reclamante/ reconvindo simplesmente abandonou, sem qualquer justificativa, o seu plantão. Para manter a qualidade dos serviços e as boas condições de atendimento, pois superior é o direito à saúde, o reclamado/reconvinte teve que fazer contratações emergenciais para manter a equipe, gerandoum prejuízo ao hospital, conforme a prova documental em anexo, de cinco mil reais, o que deve ser ressarcido pelo dano causado pelo trabalhador à recorrente. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS INDEVIDOS NO PERCENTUAL DA SENTENÇA Em relação aos honorários advocatícios, na sentença houve condenação no importe de 20%, o que não deve ser mantido, urgindo por modificação, pois o percentual deferido em favor do advogado da autora suplanta o limite legal, que é de 15%, conforme o Art. 791-A, da CLT, pelo que deve ser reduzido. Pela complexidade da causa, verifica-se ser um processo com poucos atos processuais, sugerindo-se o importe mínimo de 5%. REQUERIMENTOS FINAIS Pelo exposto, requer seja acolhida a preliminar de nulidade por cerceamento de defesa, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, e, em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Também requer que seja acolhida a preliminar da inépcia da inicial quanto ao pedido de feriados. Em relação aos demais pleitos, requer a modificação do julgado de 1º grau, com a reforma da sentença do juízo de piso para que sejam julgados improcedentes os pedidos de horas extras, danos morais, Por fim, requer que o presente recurso ordinário seja conhecido e provido. Nestes termos, pede deferimento, Localização Advogado OAB/ ____________(não assine a peça) Sugere-se, ainda: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) não use palavras ou expressões agressivas por mais grave e “revoltante” a situação fática trazida pelo examinador. Mante- nha-se numa linha ZEN, embora sua obrigação seja pedir tudo. b) faça pedidos sucessivos ou subsidiários diante do princípio da eventualidade c) faça tópicos para cada pedido de reforma d) saiba trabalhar bem com a ideia seja do que REFORMAR ou ANULAR. Pois isso já é um ponto diferencial no seu recurso. e) em grau de recurso, são duas peças f) leia atentamente os fatos para filtrar aquilo que interessa ao seu cliente quando da elaboração do recurso. 5. direito mAteriAl: equipArAção sAlAriAl pArA revisão e pArA AuxiliAr nA resolução de provAs subjetivAs Lembremos, também, da situação tratada pela Reforma Trabalhista da EQUIPARAÇÃO SA- LARIAL, quando o obreiro sustenta que desempenhava a mesma função que um outro traba- lhador (paradigma), mas era remunerado de forma inferior. A equiparação salarial é a situação jurídica em que o trabalhador busca almeja receber sa- lário igual àquele recebido por um colega que realize o mesmo serviço, alegando, portanto, que desempenham as mesmas funções e que nada justificaria a diferença de salário. O referido instituto busca garantir que o trabalhador não venha a sofrer qualquer tipo de discriminação, além disso, tem como pilar central o princípio da isonomia salarial. Vamos relembrar aqui os requisitos trazidos pela Reforma Trabalhista para fins de equipa- ração, que, na prática, tornou mais difícil ao trabalhador provar: Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. § 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. § 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão pú- blico. § 3º No caso do § 2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antigui- dade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. § 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria § 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Denomina-se paragonado aquele obreiro que pretende a equiparação salarial e o paradig- ma é aquele “modelo”, ou seja, o colega de trabalho que se pretender utilizar o salário para fins de pleitear a diferença. Logo, no momento de enfrentar as questões subjetivas e a peça prática, fique atento se preenchem as seguintes condições: I - O paragonado não poderá ter tempo superior à 2 (dois) anos na mesma função em relação ao paradigma; II - O paragonado não poderá ter tempo su- perior à 4 (quatro) anos trabalhando para o mesmo empregador; III - O paragonado deverá obri- gatoriamente trabalhar no mesmo estabelecimento comercial do paradigma; IV - O paradigma deverá ser obrigatoriamente contemporâneo do paragonado, ficando expressamente vedado a indicação de paradigma remoto. 6. direito mAteriAl: horAs extrAs pArA revisão e pArA AuxiliAr nA re- solução de provAs subjetivAs Abordamos aqui a ideia de JORNADA que, por sua vez, é o lapso de tempo por dia que o obreiro disponibiliza sua mão de obra ao empregador. O empregado precisa disponibilizar sua mão de obra e o poder diretivo do empregado estipula a jornada do obreiro a cada dia, respei- tando-se os limites de tempo gasto na execução do serviço, com os de, em regra, oito horas diárias e 44 horas semanais, sob pena de ter que pagar horas extras. Por isso, é importante compreender a jornada. Com isso, o trabalhador cumpre sua prin- cipal obrigação perante o empregador, ao mesmo tempo, que isso serve de parâmetro para a fixação do seu salário. Ora, a depender do tempo gasto pelo empregado na execução de suas atividades é fixado o salário do obreiro. Existe aqui a ideia de preço atribuído ao tempo de disponibilidade do trabalhador na sua jornada. Sendo assim, existe a venda da mão de obra e o tempo “vale” para fins de fixação do valor, com os limites do artigo 7, incisos XIII e XIV da CF/88. Então, pode ser dizer que existe uma intrínseca relação da jornada com o salário, a saúde do próprio obreiro e sua relação de emprego. Mas não só. É preciso observar a sua direta rela- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 23 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ção com a saúde do trabalhador. Isso porque é norma de segurança da saúde e integridade do trabalhador fixar o limite da jornada. O limite imposto pela CF/88 acerca das 8h diárias e 44 horas semanais está relacionado com a ideia de manter a saúde do obreiro, pois todos precisam de pausa e descanso. Daí por- que é imperioso atribuir um valor mais oneroso ao empregador quando se extrapola a jornada fixada na CF/88. Sabe-se que existe relação direta com a jornada habitualmente extenuante com o número de acidentes de trabalho no âmbito empresarial. Ora, nesse prisma, tem-se a jornada como assunto prioritário para a saúde do obreiro. É O CUSTO TRABALHISTA. Isso ainda se torna mais oneroso quando o trabalhador se submete às situações de insa- lubridade, periculosidade e noturno, com impactos biológicos no organismo do trabalhador. Além disso, é preciso analisar a temática sob o viés das novas tecnologias que trazem for- mas novas de controle também. Destaca-se, ainda, que isso se torna conflituoso com a alega- ção de que o empregador não deveria pagar horas extras por não ter como controlar a jornada do trabalhador como nos casos de teletrabalho e os que são de labor externo. Nesse contexto, há inegável impacto financeiro da jornada tanto na saúde do obreiro, nos gastos da empresa e também na linha infortunística (com a responsabilização do empregador pelos acidentes do trabalho. Um aspecto importante: qual o percentual das horas extras que deve ser pago pelo empre- gador? Isso é muito cobrado em provas: o percentual é de 50% sobre a hora normal. A CCT ou ACT podem estipular percentual maior que 50%, o que é aplicado em primazia da norma mais benéfica. Sendo assim, ainda se observe que com o conflito de um percentual pela CCT ou ACT, nos termos da Reforma Trabalhista, prevalece o que dispõe o ACT, apesar de ser uma norma menos benéfica. Logo, o percentual mínimo de horas extras é de 50%. Veja bem: no mínimo! O PULO DO GATO Importante ter em mente os incisos do artigo 7 da CF/88: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acor- do ou convenção coletiva de trabalho; XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela No ano de 2020, diante da PANDEMIA DA COVID 19, houve a edição da MP 936/2020 con- vertida em lei. Nessas edições normativas, tornou-se possível a redução da jornada proporcio- nal ao salário, como medida de preservação do emprego. Com isso, a legislação buscou uma solução intermediária no que se entende como Direito do Trabalho de Emergência, para fins de possibilitar os postos de trabalho e a sobrevida das empresas. Para tal, houve a tentativa de diminuir os encargos trabalhistas e com as regras de isolamento social e a “diminuição” do “horário comercial”, buscou-se diminuir a jornada e pro- porcionalmente os salários. Foi autorizada a redução da jornada e do salário, com as seguintes condições pela Lei n. 14.020/2020 que converteu a medida provisória mencionada. Tanto a MP como a Lei insti- tuíram o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, cujos artigos mais relevantes são: Art. 6º O valor do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda terá como base de cálculo o valor mensal do seguro-desemprego a que o empregado teria direito, nos termos do art. 5º da Lei n. 7.998, de 11 de janeiro de 1990, observadas as seguintes disposições: I – na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário, será calculado aplicando-se sobre a base de cálculo o percentual da redução; e Art. 7º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º desta Lei, o empregador poderá acordar a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário de seus empregados, de forma setorial, departamental, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho, por até 90 (noventa) dias, prorrogáveis por prazo determinado em ato do Poder Executivo, observados os seguintes re- quisitos: I – preservação do valor do salário-hora de trabalho; II – pactuação, conforme o disposto nos arts. 11 e 12 desta Lei, por convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou acordo individual escrito entre empregador e empregado; e III – na hipótese de pactuação por acordo individual escrito, encaminhamento da proposta de acor- do ao empregado com antecedência de, no mínimo, 2 (dois) dias corridos, e redução da jornada de trabalho e do salário exclusivamente nos seguintes percentuais: a) 25% (vinte e cinco por cento); b) 50% (cinquenta por cento); c) 70% (setenta por cento). § 1º A jornada de trabalho e o salário pago anteriormente serão restabelecidos no prazo de 2 (dois) dias corridos, contado da: I – cessação do estado de calamidade pública; II – data estabelecida como termo de encerramento do período de redução pactuado; ou III – data de comunicação do empregador que informe ao empregado sua decisão de antecipar o fim do período de redução pactuado. § 2º Durante o período de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário, a contribuição de que tratam o art. 20 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e o art. 28 da Emenda Constitucional n. 103, de 12 de novembro de 2019, poderá ser complementada na forma do art. 20 desta Lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7998.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7998.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7998.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art20 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art28 25 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 3º Respeitado o limite temporal do estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º desta Lei, o Poder Executivo poderá prorrogar o prazo máximo de redução proporcional de jornada de tra- balho e de salário previsto no caput deste artigo, na forma do regulamento. Diferença de duração, jornada e horário: Vamos conhecer os conceitos de cada uma das expressões. A duração tem uma conotação mais ampla, significando o lapso temporal du- rante o contrato de trabalho. É o que temos, por exemplo, quando falamos que Chris labora diariamente. Em continuidade, a jornada representa a quantidade de horas laboradas pelo obreiro, ou seja, o tempo em que ele executa suas atividades, como quando se diz que Chris trabalha 8 horas diárias ou 6 horas diárias ou digo que ele trabalha 30 horas semanais. No caso de horário, é interessante destacar que estamos tratando do momento temporal que o Chris, por exemplo, começa e encera seu trabalho. Nesse ponto, eu posso dizer que ele começa a laborar às 8h e encerra às 18h. Com esse contexto, é interessantetrazer à tona o que se considera como TEMPO À DIS- POSIÇÃO. Ou seja, quando o trabalhador laborando ou estando disponível para ser usado pela empresa. Nesse caso, considera-se como jornada do trabalhador. Por fim, destaque que alguns intervalos de trabalhadores SÃO CONSIDERADOS COMO TEMPO À DISPOSIÇÃO DO TRABALHADOR, do qual se destaca o artigo 235 da CLT. Fica muito atento (a) com esse dispositivo para fins de prova. O PULO DO GATO Aqui é importante conhecer os intervalos corretos das câmaras frigoríficas, muito cobrada em provas na CLT e QUE COMPUTA O INTERVALO COMO TRABALHO EFETIVO: Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Parágrafo único. Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministé- rio do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus). Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. O tempo à disposição do empregador se configura dentro da jornada e se compu- ta como tempo laborado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Obs.: � Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestan- do serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. A Reforma Trabalhista trouxe situações em que não se computa como TEMPO À DISPOSI- ÇÃO, como o artigo 4, §2º, da CLT do qual é importante memorizar para as provas: § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como perío- do extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáti- cas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: I – práticas religiosas; II – descanso; III – lazer; IV – estudo; V – alimentação; VI – atividades de relacionamento social; VII – higiene pessoal; VIII – troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Quanto à composição da jornada temos o tempo efetivamente trabalhado que é aquele em que o trabalhador está executando de forma ativa suas atividades compactadas no contrato de trabalho. É o componente mais perceptível. Mas, há também o componente que já vimos anteriormente como tempo à disposição. É aquele que, muito embora o obreiro não esteja ativamente fazendo algo, já está a dispo- sição de fazer algo caso seja a vontade do seu empregador. Ocorre, por exemplo, quando o empregado está no banheiro da empresa, pois é obrigatório vestir o uniforme quando estiver no âmbito empresarial. Isso é muito comum nas empresas do ramo alimentício e hospitalar. A reforma trabalhista fez uma restrição acerca do que seja tempo a disposição e o resulta- do foi enxugar o artigo 4 da CLT. De acordo com o artigo 4º da CLT, considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. Não será considerado tempo à disposição do empregador, nem computado como perío- do extraordinário, se, por escolha própria, o empregado permanecer no local de trabalho para buscar proteção pessoal. Isso em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art58 27 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Também não será considerado como tempo à disposição do empregador o desenvolvi- mento de atividades particulares. Entre elas, práticas religiosas, descanso, lazer, alimenta- ção e estudo. Por fim, o artigo 4º da CLT determina que o tempo gasto na troca de roupa ou uniforme, caso não haja obrigatoriedade de realização da tarefa na empresa, não será considerado como à disposição do empregador. Aqui temos também a situação do deslocamento interno nos termos das súmulas 366 e 429 do TST que transcrevo pela sua importância: Súmula n. 366 do TST CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCE- DEM A JORNADA DE TRABALHO. Não serão descontadas nem computadas como jor- nada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desen- volvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc). Súmula 429 do TST: TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO. Considera-se à disposição do emprega- dor, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. O PULO DO GATO De acordo com a súmula 429 do TST, considera-se à disposição do empregador o tempo ne- cessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de dez minutos diários. Importante assinalar aqui o tempo residual da marcação do cartão de ponto nos termos do artigo 58 da CLT. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. A Reforma Trabalhista também suprimiu as horas in itinere, na medida em que ficou esti- pulado na CLT que o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho,por não ser tempo à disposição do empregador. Não haverá distinção entre empregados e interessados, e a participação em lucros e co- missões, salvo em lucros de caráter social- O salário-hora normal, no caso de empregado men- salista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração. Sendo o número de dias que for inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês. No caso do empregado diarista, o salário-hora normal será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58 da CLT, pelo número de horas de efetivo trabalho. Obs.: � Apesar da exclusão das horas in itinere pela CLT, existe a possibilidade de sua regu- lamentação mediante instrumentos normativos como acordo ou convenção coletiva. Ressalte-se que há certa proteção do trabalhador quando recebe habitualmente horas ex- tras e deixa de receber de repente pelo seu empregador. Lembre-se de que o TST tem súmula a respeito da indenização pela supressão, qual seja, a de número 291: HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses ante- riores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. Sobre a jornada do trabalhador menor, considera-se menor para os efeitos da CLT o traba- lhador de quatorze até dezoito anos. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada. O limite previsto poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à apren- dizagem teórica. Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art58 29 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Obs.: � Aos menores de 18 anos são vedados os trabalhos na condição de doméstico, bem como em locais insalubres, perigosos e noturnos, e em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. Os infratores das disposições ficam sujeitos à multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional, aplicada tantas vezes quantos forem os menores empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o salário-mínimo, salvo no caso de reincidência em que esse total poderá ser elevado ao dobro. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de resci- são do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida. Existem dois critérios importantes para a fixação da jornada que é o tempo de prontidão e o regime de sobreaviso. Ambos se referem à situação dos ferroviários, nos termos dos pará- grafos 1, 2 e 3, do art. 244 da CLT, que assim dispõe: § 1º Considera-se «extranumerário» o empregado não efetivo, candidato efetivação, que se apre- sentar normalmente ao serviço, embora só trabalhe quando for necessário. O extranumerário só receberá os dias de trabalho efetivo. § 2º Considera-se de “sobreaviso” o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguar- dando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de “sobreaviso” será, no máxi- mo, de vinte e quatro horas, As horas de “sobreaviso”, para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal. § 3º Considera-se de “prontidão” o empregado que ficar nas dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal. No tempo de prontidão, o trabalhador FICA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA aguardan- do ordens. Por isso que a sua escala deve ser mais rápida que a do sobreaviso. A escala na prontidão é de 12 HORAS. O trabalhador pode executar tarefas ou não, mas o certo é que está à disposição do empregador e, por isso, seu “tempo” é remunerado na proporção de 2/3 do salário hora normal. Isso acontece muito com a equipe de hospitais, por exemplo, além dos ferroviários. Na jornada de prontidão, a CLT traz informação importante quanto ao intervalo. Quando, no estabelecimento ou dependência em que se achar o empregado, houver facilidade de alimen- tação, as doze horas de prontidão, a que se refere o parágrafo anterior, poderão ser contínuas. Quando não existir essa facilidade, depois de seis horas de prontidão, haverá sempre um in- tervalo de uma hora para cada refeição, que não será, nesse caso, computada como de serviço. No que se refere ao SOBREAVISO, o trabalhador pode estar na sua casa à espera ou aguar- dando um chamado do seu empregador. A sua escala pode ser de 24 HORAS e receberá por O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela isso o importe de 1/3 só salário hora normal. Essas normas já foram estendidas aos eletricitá- rios, por exemplo. Com isso, é importante trazer a distinção do TEMPO DE PRONTIDÃO E DO TEMPO DE SOBREAVISO. Uma pergunta importante na teoria e prática jurisprudencial é saber se podem ser apli- cadas esses critérios para qualquer atividade no Brasil. GODINHO (2020;1058) sustenta que existe entendimento forte nos dois sentidos na jurisprudência brasileira, sem ainda ter uma posição 100% segura. Com isso, GODINHO sustentou que há argumentos fortes de que deveria ser aplicado o ar- tigo 244 da CLT em sua integralidade DE FORMA IRRESTRITA ou se deveria restringir somente para os ferroviários. Então, o que responder na prova? A resposta mais segura é seguir a literalidade da súmula 428 do TST que eu já coloquei para você conhecer, interpretar e memorizar. Não houve fixação na jurisprudência nem para uma corrente nem para a outra. GODINHO (2020;1059), a meu ver, confere a conclusão para ser aplicada na prova objetiva que transcrevo aqui para você ficar atualizado: De todo modo, anote-se que, independentemente de se acatar (ou não) a incidência analógica do preceito enfocado, é importante resguardar-se uma conclusão: após chamado ao serviço por telefo- ne celular, pagers, BIP, o obreiro que atenda à convocação e compareça ao local de trabalho passa, automaticamente, a ficar à disposição do empregador, prestando horas normais de serviço (ou ho- ras extras, se for o caso) – e não mais horas de sobreaviso ou de prontidão (artigo 4, CLT). Conhecendo os principais aspectos dessa jornada e, principalmente, as diferenças con- ceituais e prática de sobreaviso, prontidão, extranumerário, é importante tambémque você conheça as ferramentas conhecidas pela jurisprudência do TST para fins de verificar no caso concreto a existência de um controle do empregador além da sua jornada. Nesse ponto, a jurisprudência enfrenta o uso de “Bips, pagers, telefones celulares e outros instrumentos de comunicação”. É o que nos mostra a súmula 428 do TST: Súmula n. 428 do TST SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plan- tão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Por fim, surge um questionamento: o recebimento contínuo das horas extras se incorpora definitivamente na base salarial? Melhorando a pergunta: Se Camila recebe horas extras de forma habitual durante 2, 3 anos e, de repente, o empregador não precisa que ela con- tinue laborando de forma extraordinária, haverá possibilidade de simplesmente o empre- gador dela suprimir de vez? Ou ela tem direito adquirido diante da habitualidade do valor dessas horas extras? Esses questionamentos serão comuns nesse período de pandemia em que as empresas tiveram necessidade de reduzir jornadas dos funcionários até pela restrição de horários de atendimento/funcionamento. Então, haverá possibilidade de suprimir de imediato? Pela linha do TST, depende do período que o trabalhador habitualmente prestou horas ex- tras ao empregador. Isso é muito cobrado nas provas objetivas. Tudo levando em considera- ção A HABITUALIDADE E A EVENTULIDADE DE SUA INCIDÊNCIA. Lembre-se de que as horas extras também incidem reflexos sobre as demais verbas do tra- balhador. Foi o que já estudamos em livros anteriores acerca da TEORIA DA EXPANSÃO CIRCU- LAR DOS SALÁRIOS, quando existe reflexo das horas extras, por exemplo, nos recolhimentos de FGTS, décimo terceiro salário etc. Para isso, há também entendimento sumulado do TST que responde ao questionamento pela Súmula 291 do TST: Súmula n. 291 do TST HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à inde- nização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcial- mente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últi- mos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 7. resolução de questões de provAs subjetivAs Anteriores do exAme dA ordem sobre horAs extrAs e remunerAção, pArA melhor fixAção e su- cesso nAs próximAs provAs 7.1. Jorge Souza atua como auxiliar de produção em uma indústria alimentícia, recebendo dois salários-mínimos mensais. Ainda com o contrato em vigor, Jorge ajuizou, no ano de 2020, re- clamação trabalhista contra o empregador, requerendo o pagamento de insalubridade em grau mínimo, pois afirmou existir, no seu local de trabalho, um agente agressor à sua saúde. Desig- nada audiência, as partes compareceram, e o juiz verificou que não era possível a conciliação. Então, o magistrado determinou de ofício a realização de prova pericial e que a sociedade em- presária antecipasse os honorários do perito, afirmando que não reconsideraria tal comando. Considerando a situação retratada, os ditames da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. a) Como advogado da sociedade empresária, que medida imediata você adotaria para evitar a antecipação dos honorários periciais? Justifique. (Valor: 0,65) b) Se a perícia confirmasse a insalubridade e, na sentença, o juiz condenasse a reclamada ao pagamento do adicional desejado, na razão de 10% sobre o salário contratual do reclamante, que tese jurídica você adotaria no recurso, em defesa da empresa, para diminuir a condena- ção? Justifique. (Valor: 0,60) a) Não se admite agravo de instrumento ou retido das decisões interlocutórias na Justiça do Trabalho. Portanto, se não há previsão de recursos, e, como a empresa precisa, de forma ime- diata, neutralizar os efeitos da decisão, tem-se a situação de interposição do Mandado de Segurança. Inclusive, esse é o entendimento do TST, principalmente, porque já há precedentes naquela Corte, destacando-se o julgado no RO-518-66.2017.5.11.0000. o TST já consolidou entendimento sobre a ilegalidade da exigência de depósito prévio para o custeio de perícia (Orientação Jurisprudencial 98 da SDI-2). E a Reforma Trabalhista acrescentou o parágrafo 3º ao artigo 790-B da CLT, com a mesma tese contida na OJ 98. Além disso, só para fins de maiores esclarecimentos, a Instrução Normativa 27 do TST faculta ao juiz exigir o depósito prévio, mas ressalva as demandas decorrentes da relação de emprego. Logo, não é possível a exigência de depósito prévio dos honorários periciais. b) A decisão do Magistrado está equivocada, cabendo no Recurso Ordinário sustentar que a base de cálculo não é o salário contratual, mas sim o salário mínimo vigente. No entanto, registre-se entendimento de 2021 do TST que, embora o Supremo Tribunal Federal tenha es- tabelecido que a base de cálculo para o adicional de insalubridade é o salário mínimo, pode haver exceções a essa regra, como, por exemplo, nos casos em que o adicional é desde o início O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/resumoForm.do?consulta=1&numeroInt=81932&anoInt=2018 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm 33 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela da relação trabalhista calculado tendo o salário-base como parâmetro, conforme o TST. De qualquer forma, a tese pode ser encampada no sentido de que o salário contratual não seria o parâmetro, o que diminuiria o quantum da condenação. Mas sim o salário-mínimo, com base na orientação do Supremo Tribunal Federal. 7.2. Ribamar trabalhou como atendente de loja na sociedade empresária Rei do Super Açaí Ltda., de 06/02/2019 a 03/11/2021, quando foi desligado da sociedade. Ribamar não recebeu qualquer indenização e, em razão disso, ele procurou você, como advogado(a), para requerer judicialmente o pagamento das verbas da saída e horas extras. Ajuizada a reclamação traba- lhista, a sociedade empresária apresentou contestação, afirmando que o motivo da extinção do contrato foi força maior, pois ela sofreu muito com a pandemia de Covid-19, de modo que a indenização,se cabível, deveria ser paga pela metade. Para ilustrar a situação, a ré informou que, dos 12 empregados que a sociedade empresária possuía à época dos fatos, atualmente, só restavam 5 funcionários. Para provar a alegação, exibiu as fichas de registro de seus empre- gados, que confirmam o alegado, mas não juntou controles de ponto do reclamante. Conside- rando os fatos narrados, a previsão legal e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir. a) Que argumento você apresentaria, em réplica, para tentar descaracterizar a tese de força maior? Justifique. (Valor: 0,65) b) De quem seria o ônus da prova de comprovar a jornada de trabalho e por qual razão? Justi- fique. (Valor: 0,60) a) Na defesa dos interesses do reclamante, deve-se sustentar que não se aplica a tese de força maior porque não houve extinção do estabelecimento ou da empresa, como exige o Art. 502 da CLT. O dispositivo é claro em relação às hipóteses em que se aplica essa situação excep- cional de rescisão do contrato de trabalho. A força maior só existe quando a empresa tem a inviabilidade da sua atividade econômica e não pode ser usada quando existe mera redução do quadro de funcionários. b) O ônus da prova será do empregado, porque a reclamada contava com menos de 20 em- pregados, sendo, então, desnecessário que ela mantivesse controle escrito dos horários de entrada e saída deles, conforme o Art. 74, § 2º, da CLT. No caso em liça, cabe ao autor fazer uso de qualquer meio de prova para tais fins. Não há situação de inversão do ônus da prova. Perceba-se que antes eram apenas 10 funcionários, mas houve alteração na CLT, para o limite de 20 funcionários por estabelecimento. 7.3. Rezende, contratado em 05/04/2019 como cozinheiro no restaurante Paladar Supremo Ltda, trabalhava de segunda a sexta-feira, das 16h às 00h, sem intervalo. Em 04/09/2019, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Rezende foi dispensado sem justa causa e ajuizou reclamação trabalhista postulando o paga- mento de 1 hora diária com adicional de 50%, em razão do intervalo para refeição não conce- dido, além da integração dessa hora com adicional de 50% ao 13º salário, às férias, ao FGTS e ao repouso semanal remunerado. Considerando a situação apresentada e os termos da CLT, responda aos itens a seguir. a) Caso você fosse contratado pela empresa, que reconhece não ter concedido o intervalo para refeição, que tese jurídica você poderia advogar em defesa dos interesses da reclamada para reduzir eventual condenação? (Valor: 0,65) b) Caso a reclamação trabalhista proposta por Rezende não identificasse nenhum valor, mas apenas a indicação dos direitos que ele postulava, que preliminar você advogaria em favor da empresa? (Valor: 0,60) Seria importante você trazer para o examinador o conceito do intervalo intrajornada e as con- sequências da sua supressão, principalmente as mudanças da Reforma Trabalhista, sobretudo acerca da natureza indenizatória. Na sequência, a tese a ser apresentada é a de que o interva- lo para refeição devido, após o advento da Lei n. 13.467/2017, tem natureza indenizatória e, assim, não gera reflexo em outros direitos, conforme prevê o Art. 71, § 4º, da CLT. No item b, sugiro que você fale que, na defesa dos interesses da empresa, deverá ser suscitada preliminar de inépcia para extinção do processo sem resolução do mérito porque não houve indicação do valor na petição inicial, em desacordo com o que determina o Art. 840, §§ 1º ou 3º, da CLT, Art. 852-B, I ou § 1º, da CLT, Art. 330, I ou § 1º, I ou II, do CPC ou Art. 337, IV, do CPC. O TST tem um entendimento particular sobre isso a partir de 2020, mas você pode usar o argumento supracitado. 7.4. Carlos trabalha abastecendo veículos em um posto de gasolina. A norma coletiva de sua categoria, assim como o regulamento interno da empresa empregadora, prevê que o pagamen- to realizado por clientes por meio de cheques não é recomendável, mas, se isso for inevitável, o funcionário deverá anotar a placa do veículo, o número de telefone e a identidade do cliente. Ocorre que, em determinado dia, com o posto lotado, Carlos não procedeu dessa forma e abas- teceu dois veículos de uma mesma família. Entretanto, o cheque utilizado para pagamento não tinha suficiência de fundos, razão pela qual o empregador descontou os valores, de forma parcelada, do salário de Carlos. Carlos ajuizou ação trabalhista pelo rito ordinário, cobrando os valores descontados. A ação foi julgada improcedente em primeira instância, mas, em grau de recurso, a decisão foi reformada e o pedido julgado procedente. Admitindo-se que a última decisão não tenha qualquer vício formal, responda aos itens a seguir. a) Na tentativa de restabelecer a decisão originária e manter a validade dos descontos, que medida jurídica você deverá adotar? (Valor: 0,65) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela b) Na hipótese, que tese jurídica você, como advogado(a) da empresa, deve sustentar acerca dos descontos salariais? (Valor: 0,60) a) Na elaboração deve responder, primeiramente, acerca dos recursos cabíveis na Justiça do Trabalho, relacionado ao processo do trabalho. Com isso, essa introdução levará o examina- dor a perceber que você conhece o teor dos recursos cabíveis e as situações. Ao fim dessa introdução, deverá responder que, no caso da questão, será interposto recurso de revista, nos termos do Art. 896 da CLT. b) Quando responder, deve posicionar sobre a possibilidade de descontos salariais, enfatizan- do que há situações expressas sobre tal condição nos holerites pelo empregador. Na sequên- cia, você deverá sustentará que o desconto é lícito, nos termos da OJ 251 da SDI I, do TST, e/ ou do Art. 7º, inciso XXVI da CRFB, uma vez que houve culpa do empregado ao não observar os comandos da norma coletiva. 7.5. Roberto trabalhava em uma indústria de cigarros. Além do salário mensal, recebia cerca de 50 pacotes de cigarros variados por mês. Ao ser dispensado, Roberto ajuizou reclamação trabalhista pleiteando a integração do valor dos cigarros à sua remuneração, para todos os efeitos. No dia e na hora designados para a audiência, o reclamante estava presente e assisti- do; já o preposto não compareceu, e apenas o advogado da ré estava presente. É certo que a procuração, a defesa e os documentos já estavam nos autos. O advogado do autor requereu a revelia e a exclusão da contestação e dos documentos do processo. Diante do enunciado, na qualidade de advogado da ré, responda aos itens a seguir. a) O que você deverá alegar acerca do requerimento formulado por seu ex adverso sobre a defesa e os documentos? Fundamente. (Valor: 0,65) b) O que você deverá alegar na defesa da sua cliente quanto ao pedido de integração do valor da utilidade fornecida? Fundamente. (Valor: 0,60) a) Deverá ser alegado que a contestação e os documentos deverão ser aceitos mesmo na au- sência do preposto, nos termos do Art. 844, § 5º, da CLT. Informar que houve alteração desse procedimento com a Reforma Trabalhista. b) Na elaboração da resposta, deve fazer menção sobre o salário utilidade e a tratativa do tema na CLT. Deverá alegar que dada a nocividade à saúde, o cigarro não constitui salário utilidade, nos termosda Súmula n. 367, inciso II, do TST. Então, é importante trazer à baila o teor exato da súmula do TST. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 8. resolução de questões de provAs subjetivAs Anteriores do exAme dA ordem sobre rescisão do contrAto de trAbAlho pArA melhor fixAção e sucesso nAs próximAs provAs 8.1. Clotilde foi contratada, em 10/12/2019, pela sociedade empresária Viação Pontual Ltda., a título de experiência, por 45 dias, recebendo o valor correspondente a 1,5 salário mínimo por mês. Passado o prazo de 45 dias e não tendo Clotilde mostrado um bom desempenho no servi- ço, a empregadora resolveu não dar prosseguimento ao contrato, que foi extinto no seu termo final. Ocorre que o ex-empregador não pagou à Clotilde as verbas relativas ao rompimento con- tratual, o que a levou a ajuizar reclamação trabalhista pedindo justamente essas verbas, que foram liquidadas na inicial e alcançaram o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Na sentença, e seguindo os pedidos formulados, considerando, ainda, que a sociedade empresária reconhe- ceu que não pagou qualquer verba por estar em dificuldades financeiras, o juiz julgou proce- dente o pedido e condenou a sociedade empresária ao pagamento de aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de 1/3, saldo salarial de 15 dias e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da execução, conforme rol de pedidos formulados na de- manda. Diante da narrativa apresentada e dos termos da CLT, responda às indagações a seguir. a) Caso você fosse contratado(a) pela sociedade empresária, que tese de mérito apresentaria no recurso ordinário em relação ao objeto da condenação para tentar reduzi-lo? Justifique. (Valor: 0,65) b) Caso fosse necessário, quantas testemunhas, no máximo, a sociedade empresária poderia conduzir à audiência na reclamação trabalhista de Clotilde? Justifique. (Valor: 0,60) a) Aborde a diferença do conceito e consequências jurídicas do contrato por prazo indetermi- nado e determinado. Dentre este último, trate das espécies e aprofunde na ideia do contrato de experiência, com ênfase na CLT. A tese defensiva é a de que na extinção de contrato a termo, como é o caso do contrato de experiência, não é devido o pagamento do aviso prévio, conforme Art. 487 da CLT, pois o contrato foi encerrado no termo final previsto. Faça menção da exceção da cláusula assecuratória de direito recíproco, que não é o caso da questão, para “conquistar de vez o coração do examinador”. b) Explique, rapidamente para o examinador, a diferença entre o rito sumaríssimo, sumário e ordinário. Por fim, diga que, uma vez que o valor dos pedidos submete a causa ao procedi- mento sumaríssimo, a sociedade empresária poderia conduzir, no máximo, duas testemunhas, conforme o Art. 852-H, § 2º, da CLT. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO Não adianta fazer respostas muito longas para não passar a ideia ao examinador de que você está enrolando para não responder. Mas também não responda muito diretamente, sem pas- sar para ele uma pequena noção do assunto, demonstrando seu conhecimento. A grande dica é o velho clichê do equilíbrio. Passe um pouco de conceitos, mas não se alongue tanto, pois você ser mal interpretado pelo examinador. Então, as dicas nas respostas da prova de 2021 dão um “caminho das pedras” de como deveria ser a redação das questões subjetivas. Espero muito ter ajudado. 8.2. Érica é empregada da sociedade empresária Laticínios Leite Bom Ltda., na qual exerce a função de auxiliar de estoque e recebe a importância correspondente a 1,5 salário-mínimo por mês. Desejando tornar-se microempreendedora individual para realizar venda de bolos e tortas por conta própria, Érica pediu demissão e começou a fazer cursos de confeitaria. Ocorre que, 30 dias após, Érica descobriu que estava grávida e, pelo laudo de ultrassonografia, verificou que já estava grávida antes mesmo de seu desligamento. Então, Érica ajuizou, de imediato, reclamação trabalhista pleiteando sua reintegração ao emprego, em razão da estabilidade, in- clusive com pedido de tutela provisória. Considerando a situação de fato e o que dispõe a CLT, responda às indagações a seguir. a) Caso você fosse contratado pela sociedade empresária, que tese jurídica apresentaria na defesa contra o pedido de reintegração? (Valor: 0,65) b) Caso Érica viesse a ser vencedora na causa e abandonasse o processo na fase de exe- cução por 25 meses, mesmo tendo sido intimada pelo juízo a manifestar-se nos autos, que tese você, como advogado(a) da sociedade empresária, apresentaria em favor do seu cliente? (Valor: 0,60) a) Na elaboração da questão, deve dizer sobre a previsão da garantia provisória no emprego e afirmar que tal garantia não é absoluta, servindo para fins de proteção do nascituro. No entan- to, essa proteção tem limites, podendo haver dispensa da obreira por justa causa, com pedido de demissão (renúncia do direito pela empregadora por diversos motivos, sem configuração de qualquer vício de consentimento) e, ainda, no caso de culpa recíproca. O que não pode ocorrer é situação de dispensa sem justa causa. A tese a ser apresentada é a de que não houve dispen- sa sem justa causa, que é o ato do empregador vedado no caso da gravidez, mas, sim, pedido de demissão, que não encontra óbice no Art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT. b) Na elaboração da resposta, deve fazer uma alusão rápida sobre a prescrição no processo do trabalho e sobre a polêmica que existia antes da Reforma Trabalhista, sendo que o tema passou a ser pacificado com a Reforma, ocasião em que se admite a prescrição intercorrente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Com isso, na defesa dos interesses da empresa, deverá ser suscitada a prescrição intercorren- te, pois o processo ficou paralisado por mais de 2 anos, na forma do Art. 11-A da CLT. 8.3. Reginaldo trabalha como operador de telemarketing atendendo no número de telefone do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) de seu empregador, tendo sido admitido em 22/03/2018. Uma vez que Reginaldo trabalha apenas com recepção de ligação telefônica, o empregador determinou, desde o início do contrato, que Reginaldo trabalhasse em seu próprio domicílio, local onde o empregador instalou uma pequena central para a recepção dos telefo- nemas, bem como um computador para que Reginaldo pudesse registrar, no sistema da em- presa, as reclamações e sugestões dos clientes. Em janeiro de 2020, Reginaldo pediu demis- são. Diante da narrativa apresentada e dos termos da CLT, responda às indagações a seguir. a) Se Reginaldo ajuizasse reclamação trabalhista logo após a ruptura contratual, postulando horas extras, alegando que trabalhava 10 horas diárias sem intervalo, que tese jurídica de mé- rito você, como advogado(a) da empresa,apresentaria em favor da reclamada? Justifique. (Valor: 0,65) b) Caso você fosse contratado como advogado(a) por Reginaldo e o pedido de horas extras tivesse sido julgado totalmente improcedente, com imposição de custas e honorários advoca- tícios, sem que o juiz tivesse apreciado o pedido de gratuidade de justiça formulado na inicial, que medida você adotaria para sanar a omissão? Justifique. (Valor: 0,60) a) Aqui você pode trazer ao examinar um resumo da questão do teletrabalho. A tese a ser apre- sentada é a de que o teletrabalhador está excluído do limite de jornada e, consequentemente, não tem direito ao pagamento de horas extras, conforme previsão contida no Art. 62, inciso III, da CLT. b) Diante da omissão do juiz na apreciação do pedido de gratuidade de justiça, a medida a ser adotada seria a oposição de embargos de declaração para supri-la, na forma do Art. 897-A da CLT. 8.4. A massa falida de Biscoitos da Serra Ltda. teve de romper os contratos de trabalho de todos os seus empregados quando da quebra judicial, porque o juízo estadual determinou o fechamento e lacre do estabelecimento principal e das filiais. Logo após, um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista postulando as verbas da extinção contratual, e, na sentença, o juiz condenou a massa falida ao pagamento de aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias proporcionais acrescidas de 1/3, da entrega das guias para saque do FGTS, dos formu- lários do seguro-desemprego e das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT. Conside- rando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) Há parcela(s) objeto da condenação que possa(m) ser questionada(s) em razão da condi- ção de massa falida da ex-empregadora? (Valor: 0,65) b) Você é contratado(a) pela massa falida para interpor recurso contra a sentença, e este teve o seguimento negado, sob a alegação de deserção. Que medida jurídica você adotaria para tentar reverter essa decisão? (Valor: 0,60) a) O cerne da questão é que a ré é uma massa falida e, portanto, algumas consequências jurí- dicas advêm disso. Um desses efeitos seria sobre a incidência das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT, que não são devidas, em razão da extinção do contrato pela falência, na forma da Súmula n. 388 do TST. b) Para fins de destrancar recursos, deve-se manejar o Agravo de Instrumento, na forma do Art. 897, alínea b, da CLT. A pergunta aqui foi muito objetiva, não precisando de mais delongas do(a) candidato(a). 8.5. Cláudio é motorista de ônibus da Viação Ponto a Ponto Ltda. desde 20/03/2018. Nos úl- timos 3 meses, Cláudio, descumprindo deliberadamente cláusula específica do seu contrato de trabalho, passou a dirigir em alta velocidade, bem como a não respeitar sinais vermelhos, o que acarretou numerosas multas por infrações de trânsito. Cláudio foi notificado pela autori- dade competente de que perdera a habilitação para dirigir veículos. A empresa consultou você, como advogado(a), sobre a medida que deveria adotar em relação ao contrato de Cláudio, considerando que não tem interesse em mantê-lo como empregado. a) Qual a orientação jurídica que você daria? Fundamente. (Valor: 0,60) b) Na hipótese de Cláudio ser dirigente sindical, que medida jurídica processual você deverá adotar para implementar a dispensa do empregado? (Valor: 0,65) a) Cláudio descumpriu as regras do contrato de trabalho, causando prejuízo ao empregador. Este se vale do seu poder diretivo, razão pela qual pode aplicar a penalidade máxima e, portan- to, deverá ser recomendada a dispensa por justa causa, na forma do Art. 482, letra m, da CLT. b) Para fins de regularizar a situação da dispensa por justa causa do dirigente sindical que, por sua vez, é uma garantia provisória no emprego, deve-se ajuizar inquérito judicial para apuração de falta grave, na forma do Art. 494, ou do Art. 543, § 3º, ou do Art. 853, todos da CLT. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RESUMO 1) Importante ter em mente os incisos do artigo 7 da CF/88: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção cole- tiva de trabalho; XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. 2) Considera-se menor para os efeitos da CLT o trabalhador de quatorze até dezoito anos. A duração do trabalho do aprendiz não excederá seis horas diárias, sendo vedadas a prorroga- ção e a compensação de jornada. O limite previsto poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. 3) No tempo de prontidão, o trabalhador FICA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA, aguar- dando ordens. Por isso que a sua escala deve ser mais rápida que a do sobreaviso. A escala na prontidão é de 12 HORAS. O trabalhador pode executar tarefas ou não, mas o certo é que está à disposição do empregador e, por isso, seu “tempo” é remunerado na proporção de 2/3 do salário hora normal. 4) Na jornada de prontidão, a CLT traz informação importante quanto ao intervalo. Quan- do, no estabelecimento ou dependência em que se achar o empregado, houver facilidade de alimentação, as doze horas de prontidão a que se refere o parágrafo anterior poderão ser con- tínuas. Quando não existir essa facilidade, depois de seis horas de prontidão, haverá sempre um intervalo de uma hora para cada refeição, que não será, nesse caso, computada como de serviço. 5) No que se refere ao SOBREAVISO, o trabalhador pode estar na sua casa à espera ou aguardando um chamado do seu empregador. A sua escala pode ser de 24 HORAS e receberá por isso o importe de 1/3 só salário hora normal. Essas normas já foram estendidas aos eletri- citários, por exemplo. 6) Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle pa- tronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. 7) A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestaçãode serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela QUESTÕES DE CONCURSO 001. (EXAME XXVII) Vitor e Vitória trabalham como vigilantes na mesma agência do Banco Ci- frão S.A. Ele é vigilante terceirizado e ela é vigilante contratada diretamente pelo banco. Ambos trabalham em escala de 12 x 36 horas, conforme acertado na convenção coletiva da categoria. De acordo com a situação apresentada e com os termos da CLT, responda aos itens a seguir. a) Os empregados citados integram a categoria dos bancários? Justifique. (Valor: 0,65) b) Em eventual reclamação trabalhista, com pedido de adicional de periculosidade não pago a ambos os empregados durante o contrato, deveria ser realizada prova pericial? Justifique. (Valor: 0,60) a) Nessa resposta, você deve elaborar a peça aduzindo o conceito de categoria profissional diferenciada e, no caso em concreto, estipular que quando se é de categoria diferenciada, exis- tem regras específicas a serem seguidas. No caso em concreto, você tem que responder que nenhum deles é bancário, porque o vigilante integra categoria profissional diferenciada, confor- me o Art. 511, § 3º, da CLT e a Súmula 257 do TST. b) Você já inicia dizendo que não é obrigatória a perícia técnica toda vez que houver pedido de adicional de periculosidade e de insalubridade e, aí, no caso prático, você arremata dizendo ser desnecessária a realização de perícia, porque o vigilante tem direito ao adicional de periculo- sidade em razão de preceito legal, conforme o Art. 193, inciso II, da CLT e Anexo III da NR 16, incluído pela Portaria 1.855/2013. 002. (EXAME XXVII) Patrícia foi empregada em uma sociedade empresária de gerenciamento de franquias por 8 anos. Inicialmente trabalhou em Maceió/AL e, pelo bom trabalho realizado ao longo do tempo, foi promovida a um cargo de confiança e transferida para São Paulo/SP, com todas as despesas custeadas pela sociedade empresária. Patrícia mudou-se com a fa- mília, comprou um imóvel, matriculou seus filhos numa boa escola paulista e permaneceu em São Paulo por 5 anos. Ao final desse período, a sociedade empresária, afetada pela crise eco- nômica, encerrou suas atividades em 10/10/2018, o que acarretou a dispensa da funcionária. Após a dispensa, Patrícia mudou-se para o Rio de Janeiro, local onde ingressou com ação tra- balhista requerendo o pagamento do adicional de transferência pelo período em que trabalhou em São Paulo. Considerando o caso narrado, como advogado(a) da sociedade empresária, responda aos itens a seguir. a) Sabendo que a sociedade empresária não possui qualquer unidade no Rio de Janeiro e que nunca manteve atividade nesse local, qual a medida processual que você deverá adotar em re- lação ao ajuizamento da ação trabalhista nessa unidade da Federação? Justifique. (Valor: 0,65) b) Com relação ao pedido da ação, o que você deverá sustentar em defesa? Justifique. (Valor: 0,60) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) No caso em concreto, a reclamante nunca prestou serviços ou foi contratada no Rio de Ja- neiro. A empresa, então, deverá ser apresentada exceção de incompetência territorial, na forma do Art. 800 da CLT. b) No caso em comento, deve-se fazer a distinção conceitual e de consequências jurídicas entre transferência definitiva e provisória. No caso da questão, é definitiva. Deverá ser alegado o não cabimento do adicional de transferência, por esta ser definitiva, conforme o Art. 469, § 3º, da CLT e OJ 113 do TST. 003. (EXAME XXVII) Ronaldo foi acusado de ato de indisciplina no ambiente da empresa em que trabalha. Em razão dessa acusação, foi suspenso por 60 dias. Ronaldo procurou você como advogado(a) para uma consulta, enquanto ainda estava suspenso, aduzindo que não pretendia continuar trabalhando na empresa. A partir dos dados apresentados, responda aos itens a seguir. a) Qual a consequência jurídica contratual prevista em lei para a punição imposta a Ronaldo? Justifique. (Valor: 0,65) B) Em caso de indeferimento dos pedidos formulados por Ronaldo em reclamação trabalhista, qual a medida jurídica a ser adotada? Fundamente. (Valor: 0,60) a) No caso da questão, percebe-se claramente que houve um abuso do poder punitivo pelo prazo da suspensão do trabalhador. A punição de suspensão por mais de 30 dias importa na rescisão injusta do contrato de trabalho, com base no Art. 474 da CLT e, no caso em comento, foi de 60 dias. b) Como se trata de sentença, deverá ser interposto recurso ordinário, com base no Art. 895, inciso I, da CLT. 004. (EXAME XXVII) Em determinada reclamação trabalhista, o autor, um ex-empregado, ques- tionou o desconto mensal, a título de contribuição social, previsto na convenção coletiva de sua categoria, que vigorou no ano de 2018 e que foi juntada com a petição inicial. O reclamante manifestou seu entendimento de que essa cláusula normativa é abusiva e ilegal, devendo ser anulada e, consequentemente, devolvido o valor que lhe foi descontado. Ele requereu, no rol de pedidos, a nulidade da cláusula em comento e a devolução da subtração efetivada sob a rubrica “contribuição social”. Diante da situação retratada e dos ditames da CLT, responda aos itens a seguir. a) Qual o prazo máximo de vigência de uma convenção coletiva de trabalho?(Valor: 0,65) b) Se a ação em questão fosse proposta exclusivamente contra a empresa, que tese processu- al você, contratado(a) pela empresa, deveria apresentar? Justifique.(Valor: 0,60) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) Essa primeira pergunta é a literalidade do texto legal. Uma convenção coletiva de trabalho tem vigência máxima de dois anos, conforme o Art. 614, § 3º, da CLT. b) Explicar o que é litisconsórcio necessário, pois faz da resposta, na medida em que a tese a ser apresentada é a de que a participação dos sindicatos de classe na demanda se faz obriga- tória, como litisconsortes necessários, na forma do Art. 611-A, § 5º, da CLT. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011. Bernardes, Felipe. Manual de processo do trabalho. 3a edição. Salvador: Juspodivm, 2021. BRASIL. Código Civil Brasileiro. Brasília: Senado, 2002. BRASIL. Consolidação das Leisdo Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Brasí- lia: Senado, 1943. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. BRASIL. LEI COMPLEMENTAR N. 150 DE 01.06.2015 (REGULAMENTA O TRABALHADOR DO- MÉSTICO). BRASIL. LEI 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973. ESTATUTO DO ÍNDIO brasil. LEI N. 5.889, DE 8 DE JUNHO DE 1973. lei do trabalhador rural. ______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.stf.jus.br _______Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.tst. jus.br CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2019. DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 16. Ed. São Paulo: LTr, 2018. PEREIRA, Leone. Prática trabalhista. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.001-1973?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.889-1973?OpenDocument http://www.stf.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ 46 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ANEXO Íntegra da prova do exame XXXI da OAB (2020) PEÇA PROCESSUAL Débora Pimenta trabalhou como auxiliar de coveiro na sociedade empresária Morada Eterna Ltda., de 30/03/2018 a 07/01/2019, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo, por último, o salário de R$ 1.250,00 mensais, conforme anotado na CTPS. Em razão disso, ela ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao ju- ízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: o juízo declarou a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interroga- tório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; não foi reconhecido o salário oficioso de mais R$ 2.000,00 alegado na petição inicial, já que o julgador entendeu não haver prova de qualquer pagamento “por fora”; foi deferido o pagamento de horas extras pelos feria- dos, conforme requerido pela trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qual- quer feriado brasileiro”, sendo rejeitada a preliminar suscitada na defesa contra a forma desse pedido; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados aos autos; foi indeferido o pagamento de adicional noturno, já que a autora não com- provou que houvesse enterro, ou preparação para tal fim, no período compreendido entre 22 e 5 horas; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, sendo que, na instrução, o magistrado indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas pela sociedade empresária, que seriam ouvidas para provar que ela entregava o valor da passagem em espé- cie diariamente à trabalhadora; foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham CID (Classi- ficação Internacional de Doenças); foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, porque sua entrega era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2017 a janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve es- tipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, prorrogada no tempo; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. Diante disso, na condição de advogado da ré, redija a peça prático-profissional O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela para a defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprometesse sua integridade. (Valor: 5,00) Carlos trabalha abastecendo veículos em um posto de gasolina. A norma coletiva de sua cate- goria, assim como o regulamento interno da empresa empregadora, preveem que o pagamento realizado por clientes por meio de cheques não é recomendável, mas, se isso for inevitável, o funcionário deverá anotar a placa do veículo, o número de telefone e a identidade do cliente. Ocorre que, em determinado dia, com o posto lotado, Carlos não procedeu dessa forma e abas- teceu dois veículos de uma mesma família. Entretanto, o cheque utilizado para pagamento não tinha suficiência de fundos, razão pela qual o empregador descontou os valores, de forma parcelada, do salário de Carlos. Carlos ajuizou ação trabalhista pelo rito ordinário, cobrando os valores descontados. A ação foi julgada improcedente em primeira instância, mas, em grau de recurso, a decisão foi reformada e o pedido julgado procedente. Admitindo-se que a última decisão não tenha qualquer vício formal, responda aos itens a seguir. a) Na tentativa de restabelecer a decisão originária e manter a validade dos descontos, que medida jurídica você deverá adotar? (Valor: 0,65) b) Na hipótese, que tese jurídica você, como advogado(a) da empresa, deve sustentar acerca dos descontos salariais? (Valor: 0,60) Érica é empregada da sociedade empresária Laticínios Leite Bom Ltda., na qual exerce a fun- ção de auxiliar de estoque e recebe a importância correspondente a 1,5 salário-mínimo por mês. Desejando tornar-se microempreendedora individual para realizar venda de bolos e tortas por conta própria, Érica pediu demissão e começou a fazer cursos de confeitaria. Ocorre que, 30 dias após, Érica descobriu que estava grávida e, pelo laudo de ultrassonografia, verificou que já estava grávida antes mesmo de seu desligamento. Então, Érica ajuizou, de imediato, reclamação trabalhista pleiteando sua reintegração ao emprego, em razão da estabilidade, in- clusive com pedido de tutela provisória. Considerando a situação de fato e o que dispõe a CLT, responda às indagações a seguir. a) Caso você fosse contratado pela sociedade empresária, que tese jurídica apresentaria na defesa contra o pedido de reintegração? (Valor: 0,65) b) Caso Érica viesse a ser vencedora na causa e abandonasse o processo na fase de exe- cução por 25 meses, mesmo tendo sido intimada pelo juízo a manifestar-se nos autos, que tese você, como advogado(a) da sociedade empresária, apresentaria em favor do seu cliente? (Valor: 0,60) Reginaldo trabalha como operador detelemarketing atendendo no número de telefone do Ser- viço de Atendimento ao Cliente (SAC) de seu empregador, tendo sido admitido em 22/03/2018. Uma vez que Reginaldo trabalha apenas com recepção de ligação telefônica, o empregador determinou, desde o início do contrato, que Reginaldo trabalhasse em seu próprio domicílio, local onde o empregador instalou uma pequena central para a recepção dos telefonemas, bem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 49www.grancursosonline.com.br Recurso Ordinário DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela como um computador para que Reginaldo pudesse registrar, no sistema da empresa, as recla- mações e sugestões dos clientes. Em janeiro de 2020, Reginaldo pediu demissão. Diante da narrativa apresentada e dos termos da CLT, responda às indagações a seguir. a) Se Reginaldo ajuizasse reclamação trabalhista logo após a ruptura contratual, postulando horas extras, alegando que trabalhava 10 horas diárias sem intervalo, que tese jurídica de mé- rito você, como advogado(a) da empresa, apresentaria em favor da reclamada? Justifique. (Valor: 0,65) b) Caso você fosse contratado como advogado(a) por Reginaldo e o pedido de horas extras tivesse sido julgado totalmente improcedente, com imposição de custas e honorários advoca- tícios, sem que o juiz tivesse apreciado o pedido de gratuidade de justiça formulado na inicial, que medida você adotaria para sanar a omissão? Justifique. (Valor: 0,60) Roberto trabalhava em uma indústria de cigarros. Além do salário mensal, recebia cerca de 50 pacotes de cigarros variados por mês. Ao ser dispensado, Roberto ajuizou reclamação traba- lhista pleiteando a integração do valor dos cigarros à sua remuneração, para todos os efeitos. No dia e na hora designados para a audiência, o reclamante estava presente e assistido; já o preposto não compareceu, e apenas o advogado da ré estava presente. É certo que a procura- ção, a defesa e os documentos já estavam nos autos. O advogado do autor requereu a revelia e a exclusão da contestação e dos documentos do processo. Diante do enunciado, na qualidade de advogado da ré, responda aos itens a seguir. a) O que você deverá alegar acerca do requerimento formulado por seu ex adverso sobre a defesa e os documentos? Fundamente. (Valor: 0,65) b) O que você deverá alegar na defesa da sua cliente quanto ao pedido de integração do valor da utilidade fornecida? Fundamente. (Valor: 0,60) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br Maria Rafaela Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua- ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Apresentação Recurso Ordinário 1. Recurso Ordinário no Processo do Trabalho: como fazer? O Passo a Passo 2. Recurso Ordinário: como já Foi Cobrado na Prova da OAB? 3. Recurso Ordinário: Resolução da Prova Passada da OAB 4. Recurso Ordinário: Peça Inédita e Dicas de Resolução 5. Direito Material: Equiparação Salarial para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas 6. Direito Material: Horas Extras para Revisão e para Auxiliar na Resolução de Provas Subjetivas 7. Resolução de Questões de Provas Subjetivas Anteriores do Exame da Ordem sobre Horas Extras e Remuneração, para Melhor Fixação e Sucesso nas Próximas Provas 8. Resolução de Questões de Provas Subjetivas Anteriores do Exame da Ordem sobre Rescisão do Contrato de Trabalho para Melhor Fixação e Sucesso nas Próximas Provas Resumo Questões de Concurso Referências Anexo AVALIAR 5: Página 49: