Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 10 – Freios e Embreagens Curso: Engenharia Mecânica Série: 9º/ 10º Semestre PROJETOS MECÂNICOS Aula 10 – Freios e Embreagens Quartas 21:00 às 22:40 24/10/2018 Aula 10 – Freios e Embreagens 2 Embreagens cônicas Na figura abaixo, é apresentada uma embreagem cônica. Ela é similar à embreagem de disco e pode ser tratada como o caso geral na qual as embeagens de discos planos já estudadas são um caso especial com o ângulo a = 90o. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 3 Embreagens cônicas A área de superfície do anel elementar A força normal sobre o elemento é A força axial correspondente é Sendo exatamente a mesma para a embreagem de discos. O torque que é trasmitido pelo anel elementar 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 4 Embreagens cônicas A partir deste ponto, as equações para força axial e capacidade de torque são deduzidas da mesma forma que para embreagens de discos, porém divididas por sen a. Sendo assim, na abordagem de pressão uniforme: E para a abordagem de desgaste uniforme: Quanto menor o ângulo a, menor a força axial necessária. Este ângulo não pode ser inferior a 8o , pois a embreagem tende à travar quando acionada. Além disso, para a < 8o, enbreagens cônicas são difíceis de desacoplar. Um ângulo de 12o é considerado geralmente uma ótima escolha, sendo que valores entre 8o e 12o são comumente usados. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 5 Freios a disco As equações para embreagens de disco também se aplicam a freios de disco. Contudo, estes são raramente fabricados com forração cobrindo a circunferência completa de face, porque eles iriam superaquecer. Use o valor adequado de q para o ângulo incluído de pastilhas de freio para calcular a força e o torque do freio. Observe que N será pelo menos 2 para um disco de freio, pois este tem pastilhas em posições opostas. Enquanto as embreagens são utilizadas com ciclos leves de carga, os freios frequentemente têm que absorver grandes quantidades de energia em aplicações repetidas. Freios de disco com pinça, como aqueles utilizados em automóveis, usam pastilhas de atrito aplicadas contra uma pequena parte da circunferência de disco, deixando o restante exposto ao resfriamento. Algumas vezes, o disco é ventilado com passagens internas de ar que proporcionam resfriamento. A pinça normalmente envolve o disco e contém duas pastilhas, cada uma das quais atritando um lado do disco. Isso cancela a força axial e reduz as cargas axiais nos mancais. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens Freios a tambor forçam o material de atrito sobre a circunferência de um cilindro, seja externamente, internamente ou em ambas as faces. Esses dispositivos são mais utilizados como freios do que como embreagens. A sapata é forçada contra o tambor para criar o torque de atrito. A configuração mais simples de um freio a tambor é o freio de banda, no qual uma sapata flexível é enrolada ao redor da maior parte da circunferência do tambor e apertada contra ele. Alternativamente, uma sapata (ou sapatas) relativamente rígida, com guarnição, pode ser pivotada contra a circunferência externa ou interna (ou ambas) do tambor. Se a sapata contata apenas uma porção angular do tambor, o arranjo é conhecido como freio de sapata curta, caso contrário é um freio de sapata longa. A geometria de contato no caso curto versus longo requer que um tratamento analítico diferente seja aplicado a cada caso. Iremos examinar os casos dos freios de tambor com sapata externa curta e longa para ilustrar suas diferenças e características, especialmente no que tange a freios de disco. Os princípios são os mesmos para freios de sapatas internas. 6 Freios a tambor 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 7 Freio a tambor 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 8 Freio de tambor com sapatas externas curtas Quando o ângulo q é menor que 45o, então podemos considerar a força distribuída entre a sapata e o tambor como uniforme, podendo ser substituída por uma força concentrada Fn, no centro da área de contato. Para qualquer valor de máxima pressão na forração, pmax, a força Fn pode ser estimada como: Onde w é a largura da sapata de freio na direção z e q o ângulo de abertura de contato em radianos. A força de atrito Ff é: Sendo m o coeficiente de atrito do material de forração utilizado no freio. O torque no disco de tambor é então 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 9 Somando os momentos com relação ao ponto 0 no diagrama de corpo livre da figura e substituindo a equação Ff = mFn, resulta: Freio de tambor com sapatas externas curtas As forças de reação no pivô são determinadas a partir da soma de forças Autoenergização. Com o sentido de rotação do tambor indicado na figura, o momento de atrito cFf é aditivo ao movimento atuante aFa. Isso é conhecido como autoenergização. Quando o sentido de rotação do tambor é invertido em relação ao da figura, o sinal do momento de atrito cFf torna-se negativo e o freio é autodesenergizante. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 10 Autotravamento. Observando a equação abaixo, verifica-se que se o freio é autoenergizante e o produto mc >= b, a força Fa requerida para ativar o freio se torna nula ou negativa. Neste caso, o freio é autotravante. Freio de tambor com sapatas externas curtas Assim, se a sapata tocar o tambor, esta irá agarrá-lo e travá-lo. Esta é uma condição não desejada. Com exceção das chamadas aplicações de travamento de retorno. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 11 Exercício 3) Para o arranjo de freio de tambor mostrado na figura ao lado, determine a razão c/r que irá produzir uma relação de autoenergização Fn/Fa de 2. Encontre também a razão c/r que irá causar o autotravamento. Dados: As dimensões são a = b = 6, r = 5. Hipótese: Coeficiente de atrito m = 0,35. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 12 Freios à disco Diferentemente das embreagens, os freios à disco retiram grandes quantidades de energia do sistema e necessitam que a maior parte de área do disco esteja livre para troca de calor. Nos freios à disco não ocorre o efeito de auto-energização, como nos freios à tambor, e deste modo possuem uma relação entre a força de acionamento e momento de frenagem mais linear, considerando-se também a variação do coeficiente de atrito. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 13 Freios à disco Considerando-se a atuação da pastilha sobre o disco de freio, a equação que rege o desgaste da pastilha é: A coordenada r define a altura da linha de aplicação da força F de compressão da pastilha contra o disco, em relação ao eixo x e intercepta o eixo y. Considerando-se p a pressão de contato, então a força de acionamento F e o torque de frenagem T são definidos por: f = coeficiente de atrito f1 = Tipo de movimento, velocidade e intensidade de carga; f2 = Influência do ambiente. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 14 Freios à disco O raio equivalente re pode ser encontrado a partir de f F re = T, ou: A coordenada r é definida calculando-se o momento em torno do eixo x: 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_EmbreagensAula 10 – Freios e Embreagens 15 Pressão uniforme Nesta situação, a qual se aproxima de um freio novo, temos para a força atuante: e para o torque atuante: max max max max 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 16 Pressão uniforme O raio equivalente re: e considerando-se o equilíbrio dos momentos atuantes em torno do eixo x: max max 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 17 Desgaste uniforme Na abordagem do desgaste uniforme, o produto PV precisa ser constante. Deste modo a pressão p pode ser expressa em termos da pressão pmax (a qual ocorre no raio ri) como: max max A força atuante torna-se: e o torque torna-se: max max 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 18 Desgaste uniforme Considerando-se a distribuição de pressão como: max max max e a coordenada r torna-se: o raio equivalente re torna-se: 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 19 Exercício 6) Duas pastilhas anulares, ri = 3,875 in (98,425 mm), ro = 5,50 in (139,7 mm) com ângulo de extensão de 108o, têm um coeficiente de atrito de 0,37 e são forçadas contra o disco por um par de cilindros hidráulicos com diâmetro de 1,5 in (38,1 mm). O torque necessário é de 13000 lbf in (1468729,6 Nmm) ou (1468,7 Nm). a) Encontre a pressão normal máxima; b) Estime a força atuante F; c) Encontre o raio atuante re e a coordenada r de localização da força; d) Estime a pressão hidráulica necessária. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens Aula 10 – Freios e Embreagens 20 Bibliografia [1] JUVINALL, Robert & MARSHEK, Kurt M., Projeto de Componentes de Máquinas, Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008. [2] NORTON, Robert L., Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada, Porto Alegre: Bookmann, 2013. 24/10/2018 2018-PM_Aula10_Freios_Embreagens
Compartilhar