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Brasagem, Física do Arco Elétrico e Fontes de Energia Prof. Pedro H. C. P. daCunha (pedro.cunha@furg.br) Curso: Engenharia Mecânica Disciplina: Processos de Usinagem (04274) Turma: C 1 1. Soldabrasagem A soldabrasagem ou soldabrasada utiliza um metal de adição com temperatura acima de 450°C, mas abaixo do ponto de fusão do metal de base; o metal de adição não se distribui por capilaridade, mas é adicionado na junta por meio de vareta ou por arco elétrico; o metal de base não se funde somente o metal de adição. O projeto de juntas e o equipamento para a soldabrasagem são os mesmos utilizados na soldagem oxicombustível. 1.1 Aplicação A soldabrasagem foi inicialmente desenvolvida para reparar peças trincadas ou quebradas. A soldagem por fusão do ferro fundido requer alto pré-aquecimento e baixa velocidade de resfriamento para minimizar o aparecimento de trincas e a formação de cementita. Os metais de base que mais utilizam a soldabrasada são aço, ferro fundido e cobre. A soldabrasagem é, na maioria das vezes, feita pelo processo de soldagem oxicombustível, com liga de cobre em forma de vareta e fluxo adequado; também pode ser feita utilizando os processos TIG ou plasma, sem a necessidade da utilização de fluxos e sem fundir o metal de base. Soldabrasagem 1.2 Vantagens A soldabrasagem tem algumas vantagens em relação aos processos de soldagem por fusão. Menor calor é necessário para realizar a união, o que permite rapidez no processo e redução de pequenas distorções. O metal de adição apresenta baixa tensão residual e é geralmente dúctil, o que permite ser usinado. As soldas têm resistência adequada a muitas aplicações. O equipamento utilizado é simples e de fácil utilização. Metais frágeis como ferro fundido cinzento podem ser unidos sem pré- aquecimento alto. 1.2 Desvantagens Algumas desvantagens da soldabrasagem são: a resistência da solda é limitada à resistência do metal de adição; a temperatura de serviço é limitada ao ponto de fusão do metal de adição, como por exemplo, as ligas de cobre, que são limitadas à temperatura de serviço de 260°C; a soldabrasada pode provocar corrosão galvânica na junta. Soldabrasagem Arco Elétrico É a fonte de calor mais comum utilizada na soldagem por fusão de materiais metálicos Ótima combinação de características: • Concentração adequada de energia para a fusão localizada do metal de base • Facilidade de controle • Baixo custo relativo do equipamento • Nível aceitável de riscos à saúde dos seus operadores Arco Elétrico Um arco elétrico pode ser definido como um feixe de descargas elétricas formadas entre dois eletrodos e mantidas pela formação de um meio condutor gasoso chamado plasma. Há neste fenômeno a geração de energia térmica suficiente para ser usado em soldagem, através da fusão localizada das peças a serem unidas. Arco Elétrico A expressão soldagem a arco elétrico se aplica a um grande número de processos de soldagem que utilizam o arco elétrico como fonte de calor; nestes processos a junção dos materiais sendo soldados pode requerer ou não o uso de pressão ou de material de adição. Arco Elétrico Arco Elétrico Arco Elétrico Arco Elétrico Arco Elétrico 1801 Sir Humphey Davis descobre o fenômeno do arco elétrico 1836 Edmund Davy descobre o Acetileno 1885 N. Bernardos e S. Olsewski depositam patente do processo de soldagem por arco elétrico 1889 N.G. Slavianoff e C. Coffin substituem o eletrodo de grafite por arame metálico 1901 Fouché e Picard desenvolvem o primeiro maçarico industrial para soldagem oxiacetilênica 1903 Goldschmidt descobre a solda aluminotérmica 1907 O. Kjellberg deposita a patente do primeiro eletrodo revestido 1919 C. J. Halsag introduz a corrente alternada nos processos de soldagem 1926 H.M. Hobart e P.K. Denver utilizam gás inerte como proteção do arco elétrico 1930 Primeiras normas para eletrodo revestido nos EUA 1935 Desenvolvimento dos processos de soldagem TIG e Arco Submerso 1948 H.F. Kennedy desenvolve o processo de soldagem MIG 1950 França e Alemanha desenvolvem o processo de soldagem por feixe de elétrons 1953 Surgimento do processo MAG 1957 Desenvolvimento do processo de soldagem com arame tubular e proteção gasosa 1958 Desenvolvimento do processo de soldagem por eletro-escória , na Rússia 1960 Desenvolvimento de processo de soldagem a laser, nos EUA 1970 Aplicados os primeiros robôs nos processos de soldagem Contexto Histórico Um arco elétrico é resultante de uma ruptura dielétrica de um gás a qual produz uma descarga de plasma, similar a uma fagulha instantânea, resultante de um fluxo de corrente em meio normalmente isolante tal como o ar. Arco Elétrico Arco Elétrico Na soldagem a arco: correntes acima de 1000 A são utilizadas no processo ao arco submerso mais comuns valores da ordem de 101 a 102 A Para valores mais baixos de corrente, descargas elétricas associadas a valores de tensão muito superiores àqueles comuns com o arco podem ocorrer Embora estas formas de descarga elétrica não tenham aplicação atual na soldagem a arco (a descarga luminescente é utilizada, por exemplo em processos de nitretação iônica) CARACTERISTICAS TÉRMICAS DO ARCO ELÉTRICO O arco elétrico de soldagem tem uma alta eficiência na transformação de energia elétrica em energia térmica. Pode ser estimado a partir de seus parâmetros elétricos pela equação: Perfil térmico (isotermas) de um arco de soldagem, aberto com um eletrodo não consumível de Tungstênio e uma peça de Cobre refrigerada a água e separados entre si por 5 mm, em atmosfera de gás inerte. Sopro magnético Desvio do arco da sua posição normal de operação (tende a acorrer de forma intermitente) - Similar a uma chama sendo soprada Causa: A distribuição assimétrica do campo magnético por variações bruscas na direção da corrente elétrica ou arranjo assimétrico do material ferromagnético em torno do arco (junta). • Prejudica a penetração e a uniformidade do cordão • causa a instabilidade do arco • dificultam a operação Podem ser minimizados adotando algumas medidas: • Inclinar o eletrodo para lado para qual se dirige o arco; • Soldar com arco mais curto; • Usar uma corrente de soldagem mais baixa quando possível e; • Usar corrente alternada pois o efeito do sopro é menor. Sopro magnético Fontes de Energia • Aplicação energia concentrada na junta para obter fusão localizada (e menor ZTA possível). • A fonte transfere energia à junta através da área de contato (A0). • Elevada condutividade térmica (k) dos metais e do grande gradiente térmico na região adjacente, o calor tende a se difundir rapidamente para restante da peça • Consequência: dificulta a fusão da região e afeta termicamente regiões mais afastadas desta. Fontes de Energia A fonte deve fornecer energia a uma taxa suficientemente elevada e em uma área suficientemente pequena para garantir a fusão na região da junta, antes que o calor se difunda. Define-se a potência específica (Pesp) de uma fonte de energia como: E é a quantidade de energia gerada pela fonte η é o rendimento térmico da fonte, isto é, a fração da energia que é transferida para a peça t é o tempo de operação Fontes de Energia A energia gerada pela fonte depende fundamentalmente de sua natureza. No caso de fontes elétricas como o arco elétrico, a energia gerada por unidade de tempo é dada pelo produto da tensão (V) e a corrente (I). Para processos de soldagem a arco: Fontes de Energia Fontes de Energia Fontes de Energia De uma forma geral, para ser útil na soldagem por fusão, uma fonte precisa ter uma potência específica entre cerca de 106 e 1013 W/m2.condições mais favoráveis ao corte do que à soldagem maçarico de aquecimento ou uma manta térmica que A soldagem a arco exige um equipamento capaz de fornecer tensões e corrente cujos valores se situam, em geral, entre 10 e 40V e entre 10 e 1200 A. Requisitos básicos: • produzir saídas de corrente e tensão nos valores desejados e com características adequadas para o processo de soldagem; • permitir o ajuste destes valores de corrente e/ou tensão para aplicações específicas; • variar a corrente e tensão durante a operação de acordo com os requerimentos do processo de soldagem e aplicação. Fontes de Energia Fontes de Energia http://demet.eng.ufmg.br/wp-content/uploads/2012/10/fontes.pdf
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