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Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC Curso de: ________________________________________ Disciplina de Empreendedorismo Professor: João B. da Silva, Msc Módulo II: Empreendedorismo Corporativo e Comportamento Empreendedor nas Organizações Objetivo: o módulo tem como objetivo estudar o empreendedorismo dentro das organizações, a importância da organização empreendedora e do colaborador empreendedor e como fazer para tornar a organização e seus colaboradores empreendedores. Tema 01: Empreendedorismo Corporativo Empreendedorismo Corporativo: do que se trata Quando falamos de empreendedorismo logo pensamos em pessoas que criam novas empresas, iniciam uma atividade, já o tema empreendedorismo corporativo, intra-empreendedor ou empreendedorismo interno, é a aplicação dos conceitos e características do empreendedor de start-up dentro da organização. Vamos entender melhor: Você é colaborador de uma organização, não tem interesse em iniciar um negócio próprio, portanto, não quer ser empreender de start-up. Logo, você deve ser um colaborador empreendedor, alguém que seja responsável pelo bom andamento de sua organização. O fato de ser responsável pelo bom andamento de sua organização já o torna um empreendedor corporativo. Dica: vamos lembrar o que estudamos no módulo 01, características do empreendedor. Empreendedor de START-UP é quem inicia uma atividade nova, cria um negócio novo. Desafio: relacione abaixo as características do empreendedor. Ótimo, então você se considera um empreendedor, porque é: Persistente: não desiste, procura resolver os problemas; Flexibilidade: aceita a opinião, sugestão de outras pessoas, trabalha em equipe; Conhecimento: procura estar atualizado. Preocupa-se em buscar informações sobre sua empresa, produto, matéria prima, processos de produção, seu cliente. Esta sempre estudando; Criatividade: procura melhorar o processo de produção, o produto; Comprometimento: esta sempre envolvido com a empresa, procura ajudar os colegas, Você, a partir desse momento já sabe o que é ser um empreendedor corporativo. Desafio: Relaciona as características que você possui que o tornam um empreendedor corporativo. Vamos ler alguns conceitos sobre empreendedor. “Empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma incessante, novas oportunidade de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor” (DORNELAS 2003, p. 35). “[...] fazer diferente, empregar os recursos disponíveis de forma criativa, assumir riscos calculados, buscar oportunidades e inovar”. (DORNELAS, 2003, p. 35). “Empreendedorismo é o processo de criação de valor, através da utilização dos recursos de forma diferente, buscando explorar uma oportunidade”. (STEVENSON apud DORNELAS (2003, p. 35) “Empreendedor é aquele que busca novos negócios e oportunidades, criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados ao mesmo tempo em que se preocupa em melhorar antigos métodos menos eficientes e mais caros de produção.” (PALETTA, 2001, p. 13). Observe na definição acima. O autor destaca a importância do empregado como empreendedor corporativo: Busca novos métodos de produção; Busca novos mercados (para o seu produto); Busca melhorar antigos métodos menos eficientes e mais caros de produção. Essa definição atende as premissas necessárias a empresa empreendedora, ao empreendedorismo corporativo. Seja um colaborador pró-ativo, mostre-se, apareça, procure resolver os problemas, faça. Para Dornelas (2003, p. 35), “trata-se de ampliar a definição de empreendedorismo e aplicá-la a outras áreas, sem perda conceitual.” Tema 02: Papel do empreendedor corporativo No item anterior trabalhamos a definição do que é ser um colaborador corporativo. Agora vamos trabalhar o papel do empreendedor corporativo, seu papel que pode ir além de por em prática as características empreendedoras, vamos estudar que este pode ser também, um empreendedor de start-up. Para Dornelas (2003, p. 59) empreendedor corporativo: “são pessoas ou equipes de pessoas com características especiais, que são visionárias, que questionam, que ousam, que querem algo diferente, que fazem acontecer, ou seja, que empreendem”. Dornelas (2003), caracteriza os empreendedores como pessoas diferentes, motivadas, que gostam do fazem, querem ser diferentes da multidão. São pessoas que procuram inovar, procurando fazer as coisas de forma diferente, sempre buscando e colaborando para o bom andamento da organização. O papel do colaborador hoje, é procurar agir de forma empreendedora, identificando oportunidades de negócios para sua organização, ser criativo e saber trabalhar em equipe. (DORNELASS, 2003, p. 61). Desafio: qual o papel do empreendedor corporativo. Tema 03: O processo do empreendedor corporativo Vamos trabalhar nesse tópico o processo necessário a prática empreendedora, a implementação do empreendedorismo corporativo. Para Dornelas (2003), três são as etapas no processo, necessárias a prática empreendedora: Oportunidade (identificação, avaliação e exploração); Recursos alocados para exploração da oportunidade; Pessoas, equipe que colocará em prática (são os empreendedores corporativos). A prática adotada pelas organizações para implementação do empreendedorismo corporativo é Planejamento, através do Plano de Negócio (Business Plan). Nota: no módulo V, estudaremos detalhadamente a elaboração do Plano de Negócio. O Plano de Negócio permite a equipe avaliar a oportunidade, a viabilidade do futuro empreendimento. A figura a seguir mostra a forma equivocada como a organização tradicional vê o empreendedorismo. É um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas principais características e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação. É uma espécie de plano de viabilização de uma idéia, um pequeno check list para não deixar passar nada despercebido. (CHIAVENATO, 2005, p. 128). Figura 01: forma equivocada de se ver o empreendedorismo corporativo Fonte: Timmons apud Dornelas (2003, 43). A figura a seguir mostra a forma como a organização empreendedora trata o empreendedorismo. Figura 02: processo do empreendedorismo corporativo Fonte: Timmons apud Dornelas (2003, 42). Oportunidade Orçamento Subordinados Acabar identificando uma oportunidade? Mesmos componentes, atitudes diferente! Identificar riscos Iniciar com um orçamento Estabelece uma base operacional Oportunidade Recursos Equipe Forças Externas business plan Liderança CriatividadeComunicação Mercado de Capitais Ambigüidades Incertezas Na figura 01, podemos observar que a empresa ainda não despertou para o empreendedorismo, a oportunidade surge, defini-se um orçamento e alocam-se subordinados. Na figura 02, a oportunidade surge da necessidade de melhorar, inovar, forças externas a organização produzem a necessidade de inovação. Internamente a organização esta preparada, a cultura empreendedora age para o processo de melhoria e quando necessário para a elaboração do Plano de Negócio para um novo empreendimento. A empresa esta preparada para atuar diante das forças externas, a incerteza, sabe buscar capital para um novo empreendimento. Na figura a seguir, Dornelas (2003, p. 44) mostra de forma seqüencial o processo do empreendedor. Figura 03: forma seqüencial de se analisar o processo empreendedor Fonte: Dornelas (2003, p. 44) Para Dornelas (2003), uma série de fatores podem influenciar o processo empreendedor nas organizações, dentre eles, a influência do ambiente, o perfil empreendedor dos empregados e recursos disponíveis. Identificar e avalia a oportunidade Criação a abrangência da oportunidade Valores percebidos e reais da oportunidade Riscos e retorno da oportunidade Oportunidade versus habilidade e metas pessoais / corporativas Situação dos competidores Desenvolve o Plano de Negócios 1. Sumário Executivo 2. O conceito do negócio 3. Equipe de Gestão 4. Mercado e competidores 5. Marketing e vendas 6. Estrutura e operação 7.Análise estratégica 8.Plano financeiro Anexos Determinar e captar os recursos necessários Recursos da área Recursos Extras Recursos específicos para projetos de inovação Recursos externos Gerenciar o negócio Estilo de Gestão Fatores críticos de sucesso Identificar problemas atuais e potenciais Implementar um sistema de controle Entrar em novos mercados Avaliação de resultados Colheita Influência do ambiente: a organização esta inserida em um ambiente e como tal sofre influencia desse ambiente. É importante analisar e gerenciar o grau de influencia sofrido pela organização. Perfil empreendedor: outro fator importante é o grau de empreendedorismo da organização, o empreendedorismo já faz parte da cultura da organização. O empreendedorismo deve ser visto de forma integrada em toda a organização e não apenas como uma ação isolada que acontece esporadicamente (DORNELAS, 2003). Recursos disponíveis: o empreendedorismo deve ser encarado como um processo que envolve investimentos. Investir na melhoria dos produtos / serviços, em novos produtos, na melhoria do processo. Para Dornelas (2003), o empreendedorismo não deve ser visto como ação isolada e de forma esporádica com envolvimento de uma pessoa ou grupo de pessoas. O empreendedorismo deve ser visto e trabalhado de forma integrada em toda a organização. O empreendedorismo deve ter como objetivo influenciar a maneira de trabalhar da organização e isso somente poderá ocorrer com a orientação empreendedora presente na missão e visão da organização, nas estratégias e objetivos. Deve fazer parte da cultura da organização. Dica: missão, visão, objetivos. Você pode estar pensando, o que define se uma organização é ou não empreendedora? Para Dornelas (2003), toda organização pode ter um pouco de empreendedorismo. Para mensurar o grau de empreendedorismo é preciso levar em consideração as três dimensões-chave do empreendedorismo: inovação, propensão para assumir riscos e proatividade. O grau de inovação pretendido pela organização vai depender dos objetivos organizacionais, podendo ser inovação de base tecnológica ou até inovação do modelo de negócios. Missão: é aquilo que você quer que sua empresa seja. Identifica o negócio. Visão: é um sonho de longo prazo. A visão deve retratar um estado futuro desejado. Objetivo: descrição geral do resultado final que se quer atingir. Objetivo é o que você quer. É onde se quer chegar. Dica: inovação. Dica: a inovação pode ser de ordem. Nota: no módulo IV, estaremos trabalhando o conceito de inovação. Assumir riscos calculados, quando trabalhamos essa equação, devemos entendê-la. Você provavelmente esta se perguntando - existem riscos calculados? O empreendedor é a pessoa que assume riscos calculados. Você deve pensar nos possíveis resultados decorrentes da tomada de decisão. Não pense somente que tudo vai dar certo. Pense na possibilidade de não dar certo. Análise friamente a possibilidade de não vir a dar certo o seu negócio. Quais as conseqüências de não obter sucesso? Dessa forma você estará preparado para aceitar as conseqüências positivas e negativas, decorrentes de seu desejo de ser empreendedor. Dica: riscos. Quando pensar em inovação, pense em melhorias: no produto, na realização de sua atividade. Incremental: melhoria no produto. Radical: algo novo As oportunidades sempre trazem consigo uma certa dose de risco. Desafio: relacione abaixo pessoas empreendedoras que você conhece e que não lograram êxito em seu desejo de ser empreendedor. Elas estavam preparadas para a experiência negativa (risco calculados). Em uma organização, o que significa assumir riscos calculados? Para uma organização, risco calculado provém de estudos e análises feitas possibilitando a organização estar ciente do que pode acontecer caso o risco torne-se realidade. Por último, a proatividade, esta orientada para a ação, ter iniciativa. E não permitir que as coisas aconteçam para depois reagir. Deve-se pró-agir. A organização não deve ficar esperando pelo que pode ocorrer em seu ambiente, mas agir antecipando-se as mudanças, superando as expectativas dos clientes. Trata-se de buscar as oportunidades no mercado e se antecipar às mudanças do ambiente o que segundo Dornelas (2003, p. 47) pode ser manifestado de três formas: Buscar novas oportunidades que podem não estar relacionadas com o que a empresa faz no momento presente; Introduzir novos produtos e marcas à frente dos competidores, antecipando-se aos mesmos; Agir de forma estratégica, eliminando operações que estejam nos estágios de maturidade ou declínio do ciclo de vida. Para Dornelas (2003), a pró-atividade esta diretamente relacionada a pré-disposição dos empregados em agirem para influenciar o ambiente no qual estão inseridos, eles buscam mudar seu próprio ambiente. É agir além do que determina seu cargo, é fazer o que deve ser feito para que a atividade seja concretizada, é não desanimar no primeiro obstáculo, é ter iniciativa. Lendo o artigo Você é um gerente/colaborador empreendedor? Berg (2007), considerei oportuno socializar com vocês o que escreve o autor sobre a importância do empreendedorismo dentro das organizações e como devemos agir para nos tornarmos colaboradores empreendedores. São treze as metas das quais destaquei apenasdez para leitura e reflexão. São elas: 1. Estabelecimento de metas: a grande diferença entre realizar e não realizar está no estabelecimento de metas. Pessoas que estabelecem metas realizam seus objetivos; pessoas que não o fazem quase sempre acabam realizando pouco. 2. Tome a iniciativa: não espere que as coisas aconteçam ao seu redor. Faça-as acontecer. Tome a iniciativa de agir. Sugira novos métodos e processos mais eficazes de trabalho. Nas reuniões, participe ativamente – em vez de entrar mudo e sair calado -, dando idéias, sugerindo ações, colocando-se à disposição para ajudar, participando de projetos. Seja ativo e participativo. 3. Conheça sua organização em detalhes: conheça sua organização tanto interna quanto externamente, ou seja, sua estrutura e o mercado em que atua. No âmbito interno, quanto mais você souber sobre como operam os outros departamentos, melhor poderá trabalhar com eles. Conhecer bem a sua empresa traz enormes compensações. Procure saber quais são as diretorias e os vários departamentos de cada diretoria, quem são as pessoas-chave da organização, quais são os produtos e serviços de sua companhia, em que segmento de mercado atua, quem são os clientes, os fornecedores, os concorrentes. Conhecendo sua organização, você estará mais qualificado e posicionado para aproveitar promoções ou participar de novos projetos. 4. Procure trabalhar em algo que você seja o melhor: então as pessoas realmente passarão a procurá-lo. Da mesma forma como um bom advogado se especializa em direito criminal ou direito tributário, você pode se especializar em gestão de projetos, problemas orçamentários ou de pessoal. Procure a excelência no que faz e estará colocando em evidência a sua carreira. 5. Tenha uma visão generalista: tão bom quanto ser especialista é ter uma visão global do contexto em que atua. Com isso você estará evitando as limitações e os exageros da superespecialização. Em vez de só enxergar a árvore, estará enxergando a floresta toda. Poderá chegar a conclusões mais gerais e abrangentes. 6. Faça mais do que é esperado de você: não cumpra apenas o seu dever; faça mais do que o esperado. Assim estará realizando mais, aprendendo mais, se destacando na empresa e obtendo chances de promoção. Se não proceder dessa forma, estará patinando na vala comum dos cumpridores de ordens, que podem ser bons, mas que nada ou pouco fazem para concretizar suas aspirações de obter melhores posições na vida. 7. Saiba lidar com pessoas: comunique-se, ouça, fale. Promova o seu pessoal, treine-o, faça-o participativo, trabalhe em cima das capacidades e potencialidades de sua equipe. Converse com pessoas e funcionários de outras áreas da companhia. Esteja aberto ao diálogo, motive. Só para lembrar: ninguém que aspire realmente ascender na carreira profissional poderá fazê-lo sem saber lidar e trabalhar com pessoas, por mais que você seja um especialista consagrado. No final, tudo acabará sendo feito por pessoas – seja um projeto, um produto, um serviço – e, se elas não forem bem lideradas, motivadas e treinadas, tudo acabará afundando no pantanal do desinteresse e da incompetência. 8. Invista em sua carreira: se não investir em sua carreira, ninguém o fará por você. Logo, depende só de você. Participe ativamente de treinamentos não só em sua profissão mas em áreas paralelas à sua. Vá regularmente a cursos, seminários, palestras, simpósios, workshops. É nesses treinamentos que você vai obter não apenas conteúdo dos palestrantes, mas também estreitar relacionamentos com outros participantes que lhe poderão fornecer muitas informações sobre suas experiências – como você também – e lhe abrir muitas portas. Assine revistas, periódicos e jornais especializados que lhe tragam informações rápidas e atualizadas. No mínimo uma vez por mês dê um pulo na livraria da esquina e veja as novas literaturas sobre sua profissão. Aprenda um ou dois idiomas estrangeiros. 9. Estabeleça uma rede de contatos: nada pode impulsionar a sua carreira mais rápido e mais longe do que ter uma rede de contatos, isto é, uma retaguarda de amigos e conhecidos em posição de apoiá-lo e ajudá-lo a atingir suas metas. A rede de contatos é uma via de mão dupla: funciona não apenas para que você possa ser ajudado, mas também para que você possa ajudar. Os chamados “golpes de sorte” vêm geralmente por intermédio de um contato pessoal; alguém que, conhecendo sua capacidade, ponha em suas mãos a tão almejada oportunidade. Mantenha-se em circulação e conheça o maior número de pessoas com poder de decisão e influência. Mas quero enfatizar: só os contatos não resolvem. É preciso também que você tenha competência, iniciativa, seriedade e honestidade para dar conta da oportunidade que surgir. 10. Seja positivo, seja positivo: irradie energia. Cerque-se de pessoas positivas, realizadoras, otimistas. Pessoas que irradiam energia são super-realizadoras, não importa o campo em que atuem. Adote um comportamento do tipo “tudo é possível fazer”; verá então como os outros irão se desdobrar e atacar os trabalhos mais difíceis e superar condições desfavoráveis até chegarem ao objetivo. Além disso, se sua atitude for realmente positiva, seu subconsciente se tornará seu aliado, pois será favoravelmente sugestionado. Assim que o consciente e o subconsciente estiverem sintonizados, alinhados na mesma direção, coisas maravilhosas começarão a acontecer. Suas decisões terão maior acerto e atrairão as pessoas certas para o trabalho certo. Dica: leia o artigo na íntegra acessando o site. Você esta preparado para ser um colaborador empreendedor? Desafio: dos pontos acima, quais fazem parte do seu dia-a-dia. http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/recursos- humanos/voce-e-um-gerente-empreendedor?-parte-ii-1601/artigo/ Ótimo. Meus parabéns. Procure melhorar ainda mais. Desafio: você esta preparando para ser um colaborador empreendedor. Dos pontos acima, quais não fazem parte do seu dia a dia Não desanime. Estabeleça um cronograma de treinamento para os pontos que você precisa melhorar e, no dia a dia exercite-se. Procure ler sobre o assunto. Tema 04: Semelhanças e diferenças entre o empreendedor de start-up e o empreendedor corporativo Como já podemos observar, o conceito de empreendedorismo pode ser aplicado às organizações sem perda conceitual. Em ambas as situações a aplicação do conceito esta vinculado a figura do empreendedor, este como iniciador de algo e, na organização como promovedor de melhorias, podendo ocorrer, inclusive, um novo negócio. Na tabela a seguir, Dornelas (2003, p. 51) destaca as semelhanças entre o empreendedorismo corporativo e o empreendedorismo de start-up. Tabela 01: Semelhanças entre o empreendedorismo corporativo e de start-up. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Ambos envolvem o reconhecimento, a avaliação e a exploração de uma oportunidade. 2. Ambos requerem um conceito único, como diferencial, que leve à criação de novos produtos, serviços, processo ou negócios. 3. Ambos dependem de um individuo empreendedor, o líder, quem forma uma equipe que o ajudará a implementar esse conceito. 4. Ambos requerem que o empreendedor esteja apto a balancear visão com habilidades gerenciais, paixão com pragmatismo (consideraçãodas coisas de um ponto de vista prático) e proatividade com paciência. 5. Em ambos os casos, o empreendedor encontrará resistências e obstáculos e necessitará ser perseverante, necessitando ainda da habilidade de encontrar soluções inovadoras para os problemas. 6. Ambos envolvem riscos que requerem estratégias de gerenciamento desses riscos. 7. Ambos requerem do empreendedor estratégias criativas para identificar e buscar recursos. 8. Ambos requerem do empreendedor a definição de estratégias de colheita, ou seja, como e quando o negócio retornará os investimentos realizados. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Fonte: Dornelas (2003, p. 51) Analisando a tabela acima, fica-nos muito claro que o conceito de empreendedorismo pode ser aplicado sem perda conceitual à organização, onde tanto o empreendedor de start-up quando o empreendedor corporativo se utilizam dos mesmos conceitos, a necessidade de identificação de oportunidades, criação de novos produtos, processos ou negócios, a necessidade da figura do empreendedor, a necessidade de correr riscos, a administração de resistência e definição de estratégias. Na tabela a seguir, veremos as diferenças entre o empreendedor corporativo e o empreendedor de start-up. Poderemos observar que as diferenças estão mais na maneira de implementar o empreendedorismo, do que nos conceitos propriamente ditos. Na tabela a seguir, Dornelas (2003, p. 51) destaca as diferenças entre o empreendedorismo corporativo e o empreendedorismo de start-up. Tabela 02: Diferenças entre o empreendedorismo corporativo e o empreendedor de start-up. Empreendedorismo de start-up Empreendedorismo corporativo 1. Criação de riqueza 1. Construir/melhorar a imagem da marca 2. Busca investimento junto a capitalistas de risco, angels (investidores pessoa física) etc. 2. Busca recursos internos ou realoca os existentes 3. Cria estratégias e culturas organizacionais 3. Deve trabalhar dentro de uma cultura existente e a oportunidade deve estar coerente com a estratégia da organização 4. Sem regras 4. Regras claras 5. Horizonte de curto prazo 5. Horizonte de médio/longo prazos 6. Passos rápidos (caos controlado) 6. Burocracia Fonte: Dornelas (2003, p. 51). Analisando as diferenças, podemos observar que o empreendedor corporativo, esta acontecendo dentro de uma organização, dentro de uma estrutura estabelecida, não sendo possível a autonomia de que o empreendedor de start-up precisa para fazer acontecer. Esse deve respeitar a estrutura, adequando-se a ela e trabalhando dentro de regras já definidas, diferente do empreendedor de start-up que tem total liberdade de criar suas regras. Existe um controle, uma hierarquia a ser seguida. Tema 05: Passos para se implementar o empreendedorismo nas organizações Em nossos estudos anteriores, aprendemos o que é ser empreendedor, qual sua importância para as organizações. Vamos a partir de agora estudar de que maneira poderemos implementar nas organizações o empreendedorismo, como fazer para que o empreendedorismo faça parte da cultura empreendedora. Falar aos colaboradores que o empreendedorismo é importante, é vital para a organização, que é necessário inovar não basta. Falando dessa maneira, soa como pressão. A organização deve promover o empreendedorismo através do incentivo da motivação, procurando fazer com que os colaboradores consigam despertar para a necessidade de fazer, inovar, melhorar. Dornelas (2003) aponta alguns passos necessários a implementação e prática empreendedora nas organizações. São: 1. Priorizar o empreendedorismo: a organização precisa priorizar o empreendedorismo como sendo uma prática importante para o seu negócio, e essa deve ser liderada pela cúpula da empresa. 2. Eleger o responsável pelo projeto: a organização deverá eleger um executivo de alto posto para ser o responsável pelas ações empreendedoras na organização. 3. Treinamento: em conjunto com a área de recursos humanos, deve-se elaborar um programa de treinamento para se difundir o conceito por toda a organização. Treinamento e programas de capacitação são o passo inicial para o entendimento do conceito e apresentar o empreendedorismo como sendo algo comportamental e que todos poderão desenvolver o espírito empreendedor na organização. 4. Condições necessárias ao empreendedorismo: a organização deve criar condições para que as pessoas, em todos os níveis, tenham atitudes empreendedoras, busquem a inovação e o desenvolvimento de novos projetos. A organização deve incentivar as idéias e a implementação das mesmas. Políticas de incentivos e recompensas devem ser adotadas. Autonomia, tempo e capital para os que apresentem projetos inovadores. A comunicação, troca de informações, reuniões entre os vários setores da organização são importantes para o desenvolvimento de projetos. E, disponibilização de informações. 5. Tempo para as pessoas e tolerância a falhas: os projetos depois de implementados, levam algum tempo para mostrar resultados. A organização deve aceitar falhas (não repetitivas) como aprendizado. Caso a organização use a punição, estará desestimulando a iniciativa de novos projetos. Deve-se adotar políticas de premiação para projetos bem sucedidos, que servirão de exemplo e estimulo a novas iniciativas. Além das políticas de premiação, a organização deve mostrar a possibilidade de crescimento, as promoções serão muito maiores para os que estão envolvidos de em novos projetos. Importante também, a organização criar uma metodologia de análise com critérios de premiação. Tema 06: Ambiente propicio ao empreendedorismo corporativo Como saber se a organização esta preparada à cultura empreendedora? - para Dornelas (2003, p. 117). “o empreendedorismo corporativo só será efetivo em uma organização caso o ambiente corporativo seja propício para que isso ocorra”. Para Dornelas (2003), definir metas, criar programas de treinamento, considerar que o empreendedorismo é a chave para o sucesso da empresa, não resolvera o problema, caso ela não faça parte da cultura organizacional. O empreendedorismo deve estar incorporado ao dia a dia da organização. A organização e seus empregados devem assumir a postura empreendedora como uma atividade diária, necessária a realização de suas atividades. Incorporar o empreendedorismo em sua estratégia de negócios, em seus valores organizacionais. Para que a organização possa aproveitar os benéficos que o empreendedorismo pode trazer tem de implementar programas internos de suporte ao empreendedorismo, focando o desenvolvimento dos colaboradores, a estrutura organizacional e seus processos e o seu direcionamento estratégico. (DORNELAS, 2003). Importantíssimo, ressalta Dornelas (2003, p. 117), é preciso “definir metas de inovação, bem como implementá-las”. O ser empreendedor requer mudanças. Esqueça o que você aprendeu, desaprenda. Aceite mudar, fazer diferente da maneira como se fazia até então. Dornelas (2203, p. 118), destaca como necessário que algumas atividades, políticas e procedimentos sejam adotados pela organização na construção e manutenção de um ambiente propicio ao empreendedorismo: Comprometimento com a busca e o desenvolvimento de novos produtos / serviços e processos, envolvendo a alta cúpula no suporte a essas iniciativas. A inovação deve ser vista como algo abrangente por todos da organização, não restrita ao setor de pesquisa e desenvolvimento ou gerencia de novos produtos. Todas as áreas podem e devem estar envolvidas na busca da inovação. Deve-se estabelecer estratégias para a criação e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Essas estratégias podem ser melhorias ou aperfeiçoamentos da linha de produtos atual da empresa ou também algo novo, diversificado, voltado para outros mercados. Deve-se buscar um entendimento claro do quão agressiva ou defensiva será a inovação em termos de resultados para a empresa, planejando seu desenvolvimento, entendendo seu mercado- alvo e projetando os possíveis ganhos em termos de receita ou redução de custos para a organização. A organização deve possuir uma sistemática com critérios para a busca de novas idéias de produtos e uma política e procedimentos que ajudarão na definição acerca de seu desenvolvimento, que pode ser interno, terceirizado, licenciado etc. Desafio: em sua organização, as políticas descritas acima, são praticadas. Quais? O foco principal do empreendedorismo é a inovação. Inovação do produto / serviço e processo. Considere como requisito necessário ao colaborador a observação no sentido de procurar sempre melhorar o produto, serviço e processo. A curiosidade deve ser aguçada no colaborador. É primordial que a organização desenvolva uma filosofia pró-empreendedorismo na organização, segundo Dornelas (2003, p. 119), integrando o empreendedorismo com a estratégia corporativa. Essa mudança precisa do envolvimento da alta cúpula da organização, seu conselho administrativo, presidência e diretoria. Essa integração refere-se: a forma como se definirá a estratégia ou os meios que serão utilizados para se integrar o empreendedorismo à estratégia corporativa; e a definição da própria estratégia empreendedora na organização. Na tabela a seguir Dornelas (2003, p. 119) apresenta comparações entre as estratégias consideradas tradicionais e estratégias empreendedoras. Tabela 03: Estratégias tradicionais versus estratégias empreendedoras Estratégias tradicionais Estratégias empreendedoras Segura, aversão ao risco, de preservação do emprego Assume riscos calculados, cria empregos Voltada ao aprendizado de uma habilidade especifica Aprendizado é chave para o sucesso e deve ser algo contínuo Focada na estabilidade, tradição, consistência, robustez Focada na velocidade, mudança, a adaptabilidade, agilidade Forte estrutura hierárquica, decisões quase sempre top-down (de cima para baixo) Integração total, estrutura plana, grupos semi- autônomos Capital: recursos e ativos físicos são chaves Capital: know-how e conhecimento das pessoas são chaves Controle Empowerment Status é definido, atribuído Status é atingido, conquistado Relações ganha-perde prevalecem, foco no individualismo Relações ganha-ganha prevalecem, foco nas equipes Fonte: Dornelas (2003, p. 119) Dica: emporwement. Dar poder, responsabilidade e autonomia as pessoas para agirem. Desafio: faça uma análise crítica, comparando as duas estratégias. As estratégias empreendedoras segundo Dornelas (2003), precisam de práticas gerencias para que possam lograr êxito. São práticas administrativas que devem ser gerenciadas: Desenvolvimento de uma visão empreendedora: a alta cúpula da organização deve definir e comunicar a visão de organização empreendedora para toda a organização. Incentivar e aprimorar a percepção de oportunidade: a organização deve dar condições para que todos os colaboradores identifiquem e busquem oportunidades. Essa prática somente será possível com treinamento visando estimular o pensamento criativo. Trabalho em equipe e entre diferentes setores. Desafio: como esta sua percepção de oportunidades enquanto empregado. Institucionalizar a mudança: mudar com propósito de melhoria e da busca do novo, do diferente. Olhar as coisas de forma diferente. Dica: mudança. Alimentar o desejo de ser inovador: incentivar a prática da mudança como sendo algo estratégico. A mudança pode ser incremental o radical. Dica: inovação. Investir nas idéias das pessoas: a organização deve criar mecanismos que incentivem os empregados a sugerirem melhorias. Em contrapartida a organização deve apoiar disponibilizando acesso a pesquisa e informações e deve ter políticas de recompensas. Compartilhar riscos e recompensas com os funcionários: criar políticas de recompensas aos projetos que lograram êxito, com aumento de salário, bônus, promoção, reconhecimento etc. Da mesma forma os riscos devem ser compartilhados com a organização e os colaboradores. Reconhecer que o ato de falhar é critico, mas importante: o erro deve ser visto como aprendizado, não como incompetência. Tolerar falhas é sinal de incentivo a criação. O que a organização precisa fazer é administrar essas falhas. Esqueça o que você aprendeu. Desaprenda. Incremental: melhoria no produto. Radical: algo novo. Tema 07: Superando barreiras organizacionais As organizações cientes da necessidade da mudança, que o empreendedorismo é a chave para o sucesso dos negócios, não conseguem mudar. Para muitos a mudança é algo perigoso, que mudará seu o status quo, terão que sair da zona de conforto. O argumento que sempre se houve é que a organização sempre fez as coisas de uma mesma forma e por isso é bem sucedida. As barreiras organizacionais ao empreendedorismo podem estar relacionadas à forma como a empresa esta estruturada, seus sistemas, políticas e procedimentos, direcionamento estratégico, às pessoas e à cultura organizacional. As mudanças não ocorrem no curto prazo, mas devem ocorre por toda organização em todos os níveis e apoiada pela alta direção e colaboradores. (DORNELAS, 2003). A tabela a seguir mostra as restrições organizacionais ao empreendedorismo corporativo. Tabela 04: Restrições ao empreendedorismo corporativo Sistemas Estruturas Direcionamento estratégico Políticas e procedimentos Pessoas Cultura Sistema de avaliação e recompensas mal dirigidos Muitos níveis hierárquicos Falta de metas e inovação Ciclos de aprovação longos e complexos Medo da falha Valores mal definidos Sistemas de controle opressivos Estrutura de controle estreita Falta de estratégia formal para o empreendedorismo Muita documentação, excesso de burocracia Resistência a mudança Falta de consenso em relação às prioridades Sistemas inflexíveis de definição de orçamentos Responsabilidade sem autoridade Falta de visão da alta direção Excessiva segurança ou fixação às regras atuais Complacência Falta de adequação da oportunidade com os valores atuais Sistemas de planejamento exagerada-mente formais e rígidos Gerenciamento top-down (de cima para baixo) Falta de comprometimento dos executivos sênior Critérios de performance não-realistas Orientação ou foco no curto prazo Valores conflitantes com os requisitos necessários ao empreendedo- rismo Canais de comunicação restritos Falta de referências (pessoas) empreendedoras na direção Talentos e habilidades inapropriadas Fonte: Dornelas (2003, p. 122) Desafio: qual esta sendo a estratégia de sua organização. É direcionada ao empreendedorismo? Tema 08: o futuro da organização empreendedora O futuro da organização empreendedora dependerá de quão preparada estará em termos de políticas e práticas empreendedoras. Para Dornelas (2003), o futuro da organização empreendedora dependerá dos seguintes valores: Foco nas pessoas: dando-lhes autonomia para implementarem seus projetos; Criação de valor: a inovação e a mudança irão favorecer a criação de valor; Práticas: um gerenciamento prática, sem excesso de formalismos; Liberdade: para fazer mesmo estando sujeito a erros; Comprometimento, responsabilidade e ética: com a organização; Ênfase no futuro: ser pro-ativo, antecipar-se, fazer. Desafio: esses valores são praticados em sua organização. Referencias BERG, Ernesto Artur. Você é um gerente empreendedor. Parte II. http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/recursos-humanos/voce-e-um-gerente- empreendedor?-parte-ii-1601/artigo/. Publicado em 01/05/2007. Acessado em 25/11/2009. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. DORNELAS, José Carlos de Assis. Empreendedorismo Corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. PALETTA, Marco Antônio. Vamos abrir uma pequena empresa. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001.
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