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1 RESUMO NUTRIÇÃO E DIETÉTICA 2019.01 ENERGIA Energia é requerida para a manutenção de diversas funções orgânicas, incluindo respiração, circulação, atividade física e manutenção da temperatura corporal. A energia dos alimentos é liberada no organismo pela oxidação, produzindo a energia química necessária para manter o metabolismo, transmissão dos impulsos nervosos, respiração, circulação e atividade física. O calor que é gerado durante esse processo é usado para a manutenção da temperatura corporal. O balanço energético de um indivíduo depende do seu consumo e do seu gasto energético. O desbalanço entre eles resulta no ganho ou perda de componentes corporais, principalmente na forma de gordura, o que determina as alterações no peso corporal. O requerimento ou necessidade estimada de energia (EER) é definido como o consumo de energia que é previsto para manter o balanço energético de um adulto saudável de uma determinada idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física, compatível com um bom estado de saúde. Para se calcular o EER, equações foram desenvolvidas para indivíduos de peso normal (IMC de 18,5 a 25 kg/m2), de 0 a 100 anos de idade, baseando-se em dados de gasto energético medidos pela técnica da água duplamente marcada. Para crianças e mulheres grávidas ou lactantes, o EER inclui as necessidades de deposição de tecido ou de secreção de leite a uma taxa consistente com um bom estado de saúde. Embora seja esperada variabilidade interindividual quanto ao EER, não há RDA (margem de segurança) para energia, uma vez que o consumo de energia acima do EER resulta em ganho de peso. Para a maioria dos nutrientes, o requerimento corresponde a quantidade média suficiente para atingir os critérios específicos mais dois desvios-padrão a fim de atingir as necessidades de quase todos os indivíduos saudáveis. Entretanto, isso não se aplica para energia, visto que o excesso de energia não pode ser eliminado e se deposita na forma de gordura. Essa reserva provê o organismo durante períodos de limitado consumo energético, porém, pode resultar em obesidade. O conceito de UL (limite máximo tolerável) também não se aplica para energia, visto que qualquer consumo acima do EER pode resultar em ganho de peso indesejável ou mesmo prejudicial ao indivíduo. Componentes do Gasto Energético 1- Metabolismo Basal e de Repouso A taxa de metabolismo basal (TMB) corresponde à taxa do gasto energético que ocorre em estado pós-absortivo, definido como a condição do organismo após uma noite de jejum de 12 a 14 h, repousando confortavelmente em posição 2 supina, acordado, porém sem movimentos, num ambiente termoneutro. Essa condição padronizada de estado metabólico corresponde a uma situação em que os alimentos e a atividade física exercem uma influência mínima no metabolismo. A TMB, portanto, reflete a energia necessária para manter as atividades das células e dos tecidos, mais a energia necessária pra manter a circulação sanguínea, respiração, as funções gastrointestinais e renais. A TMB corresponde a cerca de 5 a 10% menos do que a taxa metabólica durante o sono. A TMB é geralmente extrapolada para as 24 horas do dia e, dessa forma, é referida como o gasto energético basal (GEB). A taxa de metabolismo de repouso (TMR), que corresponde à energia gasta em condições de repouso, tende a ser de 10 a 20% maior que a TMB, devido ao efeito térmico dos alimentos ou termogênese induzida pela dieta (TID) ou pelo efeito residual da atividade física praticada recentemente. Os gastos energéticos basal, de repouso e do sono estão relacionados com a massa corporal, mais especificamente com a massa livre de gordura, que corresponde ao peso corporal menos o peso da massa gorda. A massa livre de gordura geralmente responde por 70 a 80% do percentual de variação da TMR. Outros fatores como sexo, idade, composição corporal, estado nutricional, alterações endócrinas, especialmente hipo e hipertireoidismo também afetam a TMR. 2- Efeito Térmico dos Alimentos O efeito térmico dos alimentos ou termogênese induzida pela dieta (TID) representa o aumento do gasto energético durante a digestão dividido pelo conteúdo energético do alimento consumido. A TID varia de 5 a 10% para carboidratos, de 0 a 5% para lipídios e de 20 a 30% para proteínas. O consumo de uma dieta mista geralmente implica num aumento equivalente a 10% do conteúdo energético da dieta. A TID pode resultar em um aumento considerável no gasto energético de repouso (GER) durante as horas que sucedem a ingestão de uma refeição. 3- Atividade Física A energia gasta com atividade física varia grandemente entre os indivíduos, bem como no dia a dia de um mesmo indivíduo. Em indivíduos sedentários, é dissipada menos da metade da energia gasta para as sua atividades basais nas 24 horas do dia (GEB). Em indivíduos muito ativos, a energia gasta em 24 horas pode chegar a duas vezes a energia de repouso. O nível de atividade física é normalmente expresso como a taxa do gasto energético total pelo basal. Essa relação é também conhecida com fator de atividade física (FAF). 4- Gasto Energético Total O gasto energético total (GET) é a soma do gasto energético basal (GEB), efeito térmico dos alimentos ou TID, atividade física e a energia gasta para a deposição de novos tecidos ou para a produção de leite. 3 Informações sobre o gasto energético total obtidas pela técnica da água duplamente marcada foram utilizadas para definir o requerimento estimado de energia (EER). O método da água duplamente marcada é uma técnica relativamente nova que permite medir o GET em indivíduos de vida livre, pelo uso de dois isótopos estáveis (H2 18O e 2H2O). EER para lactentes e crianças de 0 a 2 anos de idade A necessidade total de energia para lactentes e crianças de até 2 anos de idade varia com a idade, sexo e modo de alimentação da criança. A necessidade energética aumenta com o crescimento e é maior em meninos do que em meninas. A massa livre de gordura é responsável pelas diferenças entre sexo e idade. A TID em crianças alimentadas com fórmulas infantis é maior do que em crianças amamentadas com leite materno. As equações que definem as necessidades de energia para esse grupo não levam em consideração o sexo e a altura da criança, uma vez que esses fatores interferem no peso e, dessa forma, somente o peso se correlaciona diretamente com o gasto energético total. A atividade física também não foi considerada, em função do pequeno tamanho amostral. Assim, o gasto energético total (GET) é dado pela equação: GET (kcal/dia) = 89 ( DP 3) x peso da criança (kg) – 100 ( DP 36). Uma vez que as crianças nessa faixa etária se encontram em fase de crescimento, uma quota para a deposição energética deve ser considerada na estimativa da necessidade energética total (EER), de forma que EER = GET + Energia de Deposição: 0-3 meses: EER = (89 x peso da criança [kg] – 100) + 175 (kcal para deposição energética) 4-6 meses: EER = (89 x peso da criança [kg] – 100) + 56 (kcal para deposição energética) 7-12 meses: EER = (89 x peso da criança [kg] – 100) + 22 (kcal para deposição energética) 13-35 meses: EER = (89 x peso da criança [kg] – 100) + 20 (kcal para deposição energética) Recomenda-se o leite materno como única fonte de nutrientes, inclusive de energia, para lactentes de até 4 a 6 meses de idade. Considerando um consumo médio de 780 mL de leite materno por dia e uma densidade energética de 650 kcal/L, o consumo energético total dessa criança seria de 500 kcal/dia. O EER calculado pelas equações acima é superior a 500 kcal/dia para muitas crianças de ambos os sexos. 4 EER para crianças de 3 a 8 anos de idade Para essafaixa etária, foram levados em consideração para a estimativa do gasto energético total (GET), o sexo, idade, altura, peso e atividade física das crianças: EER para meninos de 3 a 8 anos EER = GET + Energia de Deposição EER = 88,5 – 61,9 x idade [anos] + atividade física x (26,7 x peso [kg] + 903 x altura [m]) + 20 (kcal de deposição energética). Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,13 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,26 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,42 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) EER para meninas de 3 a 8 anos EER = GET + Energia de Deposição EER = 135,3 – 30,8 x idade [anos] + atividade física x (10,0 x peso [kg] + 934 x altura [m]) + 20 (kcal de deposição energética). Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,16 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,31 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,56 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) EER para adolescentes de 9 a 18 anos de idade Para essa faixa etária as necessidades de energia são definidas para manter a saúde, promover ótimo crescimento e maturação e para garantir um nível desejável de atividade física. O gasto energético basal nessa faixa é altamente influenciado pela massa livre de gordura, de forma que os meninos apresentam uma maior necessidade de energia e de nutrientes do que as meninas. As equações derivadas para a determinação da EER dos adolescentes do sexo masculino e feminino são as mesmas utilizadas para meninos e meninas de 3 a 8 anos de idade, respectivamente, mostradas acima, exceto a energia de deposição, que passa de 20 para 25 para ambos os sexos. 5 EER para adultos acima de 19 anos de idade EER para homens acima de 19 anos de idade: EER = 662 – 9,53 x idade [anos] + atividade física x (15,91 x peso [kg] + 539,6 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,11 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,25 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,48 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) EER para mulheres acima de 19 anos de idade: EER = 354 – 6,91 x idade [anos] + atividade física x (9,36 x peso [kg] + 726 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,12 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,27 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,45 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) Exemplo: Mulher de 30 anos de idade, 1,65 m de altura, atividade física pouco ativa e peso de 50,4 kg (IMC = 18,5). EER = 354 – 6,91 x 30 + 1,12 x (9,36 x 50,4 + 726 x 1,65) EER = 354 – 207,3 + 1,12 x (471,7 + 1197,9) EER = 146,7 + 1,12 x (1669,6) EER = 146,7 + 1869,95 EER = 2016,65 kcal/dia Comparando com a equação da FAO/OMS, 1985, teremos para essa mesma mulher: TMB = (14,7 x P) + 496 TMB = 1236,88 kcal/dia GET = TMB x FAF GET = 1236,88 x 1,7 (atividade leve) GET = 2102,7 kcal/dia 6 EER na Gravidez O aumento no gasto energético basal (GEB) durante a gravidez é devido à contribuição metabólica do útero e do feto, bem como do aumento do trabalho cardíaco e respiratório. O aumento do GEB é o principal responsável pelo aumento da necessidade energética na gravidez. Durante a gestação não há variação no efeito térmico do alimento ou TID e a atividade física aumenta no final da gestação em função do esforço decorrente do aumento de peso. O EER durante a gravidez é derivado da soma do gasto energético total (GET) da mulher antes da gravidez mais a alteração média no GET de 8 kcal/semana mais a energia de deposição durante a gravidez de 180 kcal/dia. Como o GET varia muito pouco durante o primeiro trimestre, o consumo adicional de energia é recomendado apenas nos segundo e terceiro trimestres. EER para gestantes de 14 a 18 anos de idade: EER = EER para adolescentes + Energia de Deposição na Gravidez: 1o trimestre: EER = EER da adolescente + 0 (energia de deposição na gravidez) 2o trimestre: EER = EER da adolescente + 160 kcal (8 kcal/semana x 20 semanas) + 180 kcal 3o trimestre: EER = EER da adolescente + 272 kcal (8 kcal/ semana x 34 semanas) + 180 kcal EER para gestantes de 19 a 50 anos de idade: EER = EER da mulher adulta + Energia de Deposição na Gravidez: 1o trimestre: EER = EER da mulher adulta + 0 (energia de deposição na gravidez) 2o trimestre: EER = EER da mulher adulta + 160 kcal (8 kcal/semana x 20 semanas) + 180 kcal 3o trimestre: EER = EER da mulher adulta + 272 kcal (8 kcal/ semana x 34 semanas) + 180 kcal EER na Lactação Nos primeiros 6 meses após o parto, uma lactante bem nutrida perde cerca de 0,8 kg/mês, o que é equivalente a 170 kcal/dia (6500 kcal/kg) de perda de 7 peso. Assume-se uma estabilidade de peso após os 6 meses que sucedem o parto. A produção de leite varia de 0,78 L/dia do nascimento até 6 meses e de 0,6 L/dia do 7o ao 12o mês. Considerando a densidade de 0,67 kcal/L, a energia gasta diariamente na secreção do leite é de 523 kcal, que pode ser arredondada para 500 kcal/dia no primeiro semestre e 402 kcal/dia, que pode ser arredondada para 400 kcal/dia no segundo semestre de lactação. EER para lactantes de 14 a 18 anos de idade: EER = EER para adolescentes + Energia da secreção do leite – perda de peso: 1o semestre: EER = EER da adolescente + 500 – 170 (Energia da secreção do leite – perda de peso) 2o semestre: EER = EER da adolescente + 400 – 0 (Energia da secreção do leite – perda de peso) EER para lactantes de 19 a 50 anos de idade: EER = EER da mulher adulta + Energia da secreção do leite – perda de peso: 1o semestre: EER = EER da mulher adulta + 500 – 170 (Energia da secreção do leite – perda de peso) 2o semestre: EER = EER da mulher adulta + 400 – 0 (Energia da secreção do leite – perda de peso) Considerações Especiais 1- Sobrepeso e Obesidade em Adultos As EER são definidas para a manutenção da saúde por um longo período de tempo e, portanto, não se aplicam para indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Para esses indivíduos, o gasto energético total (GET) é determinado pelas equações: GET para homens adultos acima de 19 anos de idade com sobrepeso ou obesidade: GET = 1086 – 10,1 x idade [anos] + atividade física x (13,7 x peso [kg] + 416 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) 8 AF = 1,12 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,29 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,59 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) GET para mulheres adultas acima de 19 anos de idade com sobrepeso ou obesidade: GET = 448 – 7,95 x idade [anos] + atividade física x (11,4 x peso [kg] + 619 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,16 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,27 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,44 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) Essas equações específicas para indivíduos com sobrepeso ou obesidade não diferem estatisticamente das derivadas para indivíduos de peso normal.Assim, a fim de aumentar o tamanho amostral e diminuir o erro padrão, as equações combinadas para indivíduos de peso normal e de indivíduos com sobrepeso ou obesidade devem ser usadas: GET para homens adultos acima de 19 anos de idade com peso normal, sobrepeso ou obesidade: GET = 864 – 9,72 x idade [anos] + atividade física x (14,2 x peso [kg] + 503 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,12 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,27 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,54 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) GET para mulheres adultas acima de 19 anos de idade com peso normal sobrepeso ou obesidade: GET = 387 – 7,31 x idade [anos] + atividade física x (10,9 x peso [kg] + 660,7 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,14 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,27 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,45 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) 9 Quando o indivíduo obeso necessita perder peso, um balanço energético negativo pode ser teoricamente alcançado pela redução do consumo alimentar ou pelo aumento do gasto energético com a atividade física. A maioria dos estudos tem mostrado melhor efeito na combinação dos dois. 2- Estimativa do gasto energético de crianças de 3 a 18 anos com sobrepeso: Assim como para os adultos, não há EER para crianças com sobrepeso, cujos pesos estão elevados (IMC acima do percentil 95) ou correm o risco de estarem elevados (IMC acima do percentil 85). No entanto, o GET equivale ao EER quando a manutenção do peso é desejada. É importante notar que o EER para crianças com peso normal inclui também a quantidade de energia necessária para prover uma taxa normal de crescimento. Quando se deseja a manutenção do peso, como na maioria das crianças com IMC entre os percentis 85 e 95, assume- se que um crescimento linear e o aumento do tecido magro possam ocorrer a uma taxa normal, quando o ganho de peso é prevenido, visto que com o tempo, o conteúdo de gordura corporal gradualmente é reduzido, paralelamente ao aumento da massa livre de gordura. Gasto energético de manutenção de peso de meninos de 3 a 18 anos de idade com sobrepeso: GET = - 114 – 50,9 x idade [anos] + atividade física x (19,5 x peso [kg] + 1161,4 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,12 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,24 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,45 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) Gasto energético de manutenção de peso de meninas de 3 a 18 anos de idade com sobrepeso: GET = 389 – 41,2 x idade [anos] + atividade física x (15,0 x peso [kg] + 701,6 x altura [m]) Onde, a atividade física (AF) será: AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de 1,0<1,4 (sedentário) AF = 1,18 se o FAF for estimado como sendo de 1,4<1,6 (pouco ativo) AF = 1,35 se o FAF for estimado como sendo de 1,6<1,9 (ativo) AF = 1,60 se o FAF for estimado como sendo de 1,9<2,5 (muito ativo) 10 3- Atletas Com pequenas exceções, as recomendações dietéticas dos atletas não se diferem da população em geral. A quantidade de energia deve ser ajustada para alcançar ou manter um peso corporal ótimo para atletas de competição e outros com atividades físicas semelhantes. Assim como para a maioria da população, também o atleta de competição deverá fazer uso de refeições em pequenos volumes e maior freqüência. Atletas com hipertrofia muscular poderão alcançar IMC acima de 25 kg/m2. 4- Considerações Finais Alterações no peso invariavelmente ocorrem sob condições de aumento ou diminuição do consumo energético. Alguns trabalhos mostram que a magnitude de redução no gasto energético é maior quando o consumo de energia é reduzido do que o correspondente aumento no gasto energético quando o consumo de energia é aumentado. Quando um indivíduo recebe um excesso de energia na dieta, porém limitado, ele irá inicialmente ganhar peso. Entretanto, após algumas semanas, seu gasto energético irá aumentar, devido ao aumento do seu tamanho corporal, de modo que o seu peso eventualmente irá se estabilizar. Uma redução no consumo alimentar irá produzir um efeito contrário. É provável que para a maioria dos indivíduos, o principal mecanismo de manutenção do peso corporal se dá prioritariamente pelo controle do consumo energético do que pelo aumento da atividade física. Indivíduos, especialmente crianças desnutridas (com déficit energético) apresentam alterações na sua composição corporal, assim como menor desempenho escolar, retardo no crescimento ósseo e maior suscetibilidade para infecções. Em adultos, um baixo IMC está associado a uma menor capacidade de trabalho e menor disposição para a atividade física voluntária. IMC acima de 25 kg/m2, por outro lado, está associado com maior risco de mortalidade prematura devido a diabetes do tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, infarto, osteoartrite e alguns tipos de câncer. Assim, em diversos estudos sugere-se buscar manter o IMC de 22 kg/m2 ao final da adolescência a fim de garantir um possível aumento de peso na idade adulta, sem que o IMC ultrapasse os 25 kg/m2. Referência: Institute of Medicine. Energy. In: Dietary Reference Intakes – Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Cap 5. The National Academy Press, Washington, D.C., 2002. Part 1, p. 5.1 – 5.114.
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