Aula_2_-_Requerimentos_de_energia

Prévia do material em texto

Energia
Universidade Estácio de Sá
Faculdade Estácio do Amazonas
Curso de Nutrição
Disciplina de Nutrição e Dietética
Profª Me Camila Godoy Fabricio
“Energia é definida como a capacidade de realizar trabalho”
Como podemos determinar a quantidade de energia diária que o nosso corpo precisa para realizar trabalho?
Planejamento dietético
Quais os passos para chegarmos nessa etapa do Planejamento dietético??
Estimar o valor energético total (VET ou VCT), ou seja, é a quantidade de energia que o indivíduo necessita para realizar suas atividades cotidianas
Qual é o primeiro passo para o planejamento dietético?
Passo 1
Avaliação Nutricional 
Passo 2
Determinação do estado nutricional
Passo 3
Planejamento dietético
...
Componentes do gasto energético
Gasto energético total (GET)
Gasto Energético Basal (GEB) = necessário para realização das funções vitais ao organismo
Gasto Energético de Atividade Física (GEAT) = engloba as atividades físicas cotidianas e a prática de exercícios físicos
Efeito Térmico dos Alimentos (ETA) = gasto de energia para digestão + absorção + metabolização dos alimentos ingeridos
Gasto energético para formação de tecido e/ou produção do leite materno (gestação e lactação)
GET é referente a 24h do dia
Componentes do gasto energético
Gasto energético basal (GEb)
Quantidade mínima de energia gasta compatível com a vida
Taxa Metabólica Basal (TMB) é a medida do GEB
Pela manhã, antes de iniciar as atividades diárias;
Ambiente termo neuro
Jejum de 10 – 12h de alimentos, bebidas e nicotina
Representa 60 – 70% do GET
Taxa Metabólica de Repouso (TMR) é a medida do GEB se alguma das condições acima não for atingida
Mais utilizada por praticidade
O resultado da TMR é 10 – 20% maior que a TMB
Componentes do gasto energético
Gasto energético basal (GEb) ou Gasto energético de repouso (GER)
Tamanho corporal
Pessoas maiores tem maior TMR que pessoas menores
Área de superfície corporal
Composição corporal
Massa Livre de Gordura tem maior gasto energético que a Massa Gorda
Idade
Bebês (1º e 2º anos de vida) gastam mais energia que as crianças e adolescentes e estes gastam mais que os adultos
Sexo 
Homens tem TMR 5 – 10% maior que mulheres devido ao tamanho e composição corporal
Componentes do gasto energético
Gasto energético basal (GEb) ou Gasto energético de repouso (GER)
Estado hormonal
Distúrbios endocrinológicos – hipo e hipertireoidismo
Estresse e excitação emocional - liberação de epinefrina
Flutuações no ciclo menstrual – aumenta durante o fim da ovulação e início da menstruação
Gravidez
Fatores externos que aumentam o GER
Cafeína
Nicotina
Álcool
Febre
Temperatura elevadas
Componentes do gasto energético
Gasto Energético de Atividade Física (GEAT)
Energia gasta durante exercícios e esportes ou atividades do dia a dia
É o componente mais variável do GET
100 kcal/dia em sedentários a 3.000 kcal/dia em pessoas muito ativas (atletas)
Sofre influência do tipo de atividade física, da intensidade e duração, da composição corporal (massa livre de gordura – sexo e idade)
Componentes do gasto energético
Efeito Térmico dos Alimentos (ETA)
É o aumento no gasto energético associado ao consumo de alimento.
Responsável por ≈ 10% do GET
Termogênese obrigatória: energia necessária para digestão + absorção + metabolização (síntese e armazenamento de proteínas, carboidratos e lipídeos)
Termogênese facultativa: é o excesso de energia gasta, além da termogênese obrigatória, seria uma ineficiência metabólica
Maior
Após o consumo de carboidrato, quando comparado a gordura
Alimentos condimentados (pimentas)
Unidades de medida de energia
Caloria (kcal)
É a quantidade de energia, na forma de calor, necessária para elevar em 1°C a temperatura de 1mL de água, em temperatura de 15°C
Popularmente, chamamos kcal como calorias
Joule (KJ)
É a quantidade de energia necessária para acelerar a força de 1 newton (N) por uma distância de 1m
Equivalência: 1kcal = 4.184kJ
Métodos de avaliação do GE
Calorimetria direta
Câmara que permite a medida do calor liberado pelo organismo para o ambiente, além do vapor de água liberado pela respiração e transpiração
Grande o suficiente para permitir o indivíduo de realizar atividades moderadas
É necessário que o indivíduo permaneça 24h ou mais para avaliação do GET
Limitações:
Não é representativa das atividades habituais;
Alto custo;
Engenharia complexa
Métodos de avaliação do GE
Calorimetria indireta
É análise do O2 consumido (VO2), CO2 produzido (VCO2) e do coeficiente respiratório 
(QR = VCO2/ VO2), ou seja, é o volume de CO2 produzido pelo volume de O2 consumido
É a quantidade de energia necessária para realização dos processos metabólicos
Vantagens:
Não invasiva;
Custo razoável;
Grande reprodutibilidade.
Circuito fechado: a concentração de O2 é conhecida, pois o indivíduo consome ar de cilindro;
Circuito aberto: respira ar ambiente
Métodos de avaliação do GE
Calorimetria indireta
Circuito fechado
Circuito aberto - Ergoespirometria
Circuito aberto
Métodos de avaliação do GE
Água duplamente marcada
Método considerado padrão-ouro
Ingestão de água duplamente marcada com isótopos não radioativos de oxigênio e hidrogênio – oxigênio – 18 (H218O) e óxido de deutério (2H2O)
Oxigênio é eliminado junto com o gás carbônico (C18O2) e água (H218O)
Hidrogênio eliminado apenas como água (2H2O)
As taxas de eliminação são medidas durante 10 a 14 dias por amostras de água corporal (urina, saliva ou plasma)
Diferença entre as 2 taxas de eliminação é a medida de produção de dióxido de carbono  extrapolando para o valor de GET
Desvantagem: alto custo dos isótopos e do espectrômetro.
Métodos de avaliação do GE
Equações preditivas
São cálculos que estimam o gasto de energia do indivíduos
Baseados em validação com estudos de calorimetria e água duplamente marcada
Harris & Benedict
FAO / OMS
IOM / DRI
Métodos de avaliação do GE
Equação preditiva Harris & benedict
Inicialmente, estima-se a TMB, levando em consideração o sexo, peso, altura e idade:
Peso em kg; altura em cm e idade em anos
Em seguida, multiplica-se o valor da TBM pelo fator atividade física (NAF) e fator estresse e térmico, caso exista. 
Métodos de avaliação do GE
Equação preditiva FAO/OMS
FAO/OMS - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
Inicialmente, estima-se a TMB para depois calcular o GET:
Nível de atividade física (NAF):
Sedentário: trabalham sentados, transporte através de veículos, não praticam atividade física regular e tem atividades de lazer são leitura, assistir TV e computador.
Ativo: praticam atividades de moderado a intenso esforço ao menos 1 hora/dia
Vigoroso: a ocupação demanda intenso esforço físico ou praticam atividade física moderada no mínimo 2h/dia.
Métodos de avaliação do GE
Equação preditiva IOM-DRI
IOM – Institute of Medicina; DRI – Dietary Reference Intake
Necessidade de energia estimada (EER – estimated energy requirement) é “o valor da ingestão de energia proveniente da dieta para manutenção do balanço energético em indivíduos saudáveis, de acordo com a idade, peso, altura e atividade física”
TEE (gasto total de energia) – fórmula:
A: constante; B: coeficiente de idade; NAF: nível de atividade física; D: coeficiente de peso; E: coeficiente de estatura
TEE em kcal/dia, idade em anos, peso em kg e estatura em m.
Métodos de avaliação do GE
Equação preditiva IOM-DRI
Níveis de atividade física (NAF):
Sedentário: atividades típicas do dia a dia;
Pouco ativo: 30 a 60 min de atividade moderada diariamente;
Ativo: 60 min de atividade moderada diariamente;
Muito ativo: 60 mim de atividade moderada + 60 min de atividade vigorosa ou 120 min de atividade moderada
Métodos de avaliação do GE
Fórmulas de bolso
Cálculo rápido das necessidades calóricas totais – kcal/kg peso
Métodos de avaliação do GE
Fórmulas de bolso
Atividade final
1) A determinação das necessidades energéticas diárias é o primeiro passo para o planejamento dietético de um indivíduo após a realizaçãoda avaliação nutricional e da determinação do estado nutricional. Na prática clínica, normalmente, se utilizam as equações preditivas para determinação das necessidades energéticas diárias. Nesse sentido, leia as afirmativas a seguir e assinale o item que identifica as afirmativas corretas.
I. A calorimetria direta é um método de alto custo que monitora a quantidade de calor produzida por um indivíduo
II. A calorimetria indireta estima o gasto de energia pela determinação do consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono pelo corpo durante um período
III. O fator atividade é o componente mais variável do gasto energético.
a) Apenas a afirmativa I está correta			d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
b) Apenas a afirmativa II está correta			e) Todas as afirmativas estão corretas
c) Apenas a afirmativa III está correta
Atividade final
2) A necessidade energética diária é definida como a energia necessária para o crescimento e a manutenção de uma pessoa de determinada idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividade física. Fases da vida, assim como enfermidades, podem alterar a necessidade energética diária. Com base na determinação da necessidade energética diária sinalize qual das opções abaixo está INCORRETA:
a) Taxa metabólica basal corresponde a energia necessária para manutenção das funções vitais do organismo
b) O efeito térmico dos alimentos corresponde a energia gasta para que alimentos (e bebidas) possam ser processados e digeridos pelo organismo
c) A prática de atividade física regular tem o potencial de aumentar consideravelmente a necessidade energética diária
d) A calorimetria direta é o melhor e mais acessível método para determinação da taxa metabólica basal
e) A taxa metabólica basal pode ser calculada por equações preditivas de gasto energético
Bibliografia
Philippi, Sonia, T. e Rita de Cássia de Aquino. Dietética: Princípios para o Planejamento de uma Alimentação Saudável. Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Manole, 2015.
CM de Melo; J Tirapegui; SML Ribeiro. Gasto energético corporal: conceitos, formas de avaliação e sua relação com a obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52/3:452-464
Krause, alimentos, nutrição e dietoterapia / L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump. Capítulo 2 – Energia. Rio de Janeiro : Elsevier, 2010