Buscar

MANUAL_PRÁTICO_-_CARACTERIZAÇÃO_DO_AMÁLGAMA_DENTÁRIO(1)

Prévia do material em texto

FACULDADE UNINOVAFAPI 
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
ARIEL DAS NEVES BRAGA 
CRISTIANO DA SILVA 
FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES DE OLIVEIRA 
SIMÃO PEDRO DE CARVALHO E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL TÉCNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina 
2015 
ARIEL DAS NEVES BRAGA 
CRISTIANO DA SILVA 
FRANCISCO DAS CHAGAS ALVES DE OLIVEIRA 
SIMÃO PEDRO DE CARVALHO E SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DO AMÁLGAMA DENTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório Técnico apresentado ao Curso de 
Bacharelado em Engenharia de Produção, como 
requisito parcial para obtenção de nota na disciplina 
de Ciência e Tecnologia de Materiais, da Faculdade 
Uninovafapi. 
 
 
Orientador: Profº Msc: Francílio de Carvalho Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina 
2015 
RESUMO 
 
Manual Técnico de Caracterização do Amálgama Dentário usada no processo de 
restauração por profissionais da odontologia. Este trabalho visa inicialmente realizar 
uma breve descrição do produto fazendo com que o aluno possa facilmente 
identificar determinadas propriedades características e realizar um estudo sobre a 
liga metálica que origina o amálgama dentário, se observando para isso as 
vantagens do ponto de vista técnico-comercial bem como possíveis desvantagens 
em face de outros produtos com igual função e utilização, e também do seu uso na 
parte da saúde bucal, estes resultado irá se sustentar em comparações das suas 
propriedades químicas ou físicas quando submetida a determinados métodos de 
análise da sua qualidade, assim como das próprias propriedades dos elementos que 
compõe essa liga tão importante para a medicina odontológica. 
 
Palavra-chave: Manual, Liga Metálica, Métodos, Propriedades, Amálgama. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO ........................................................................... 5 
2. AMÁLGAMA: COMPONENTES E FUNÇÕES ........................................................ 6 
 2.1. Prata .................................................................................................................. 6 
 2.2. Estanho ............................................................................................................. 6 
 2.3. Cobre ................................................................................................................. 6 
 2.4. Zinco.................................................................................................................. 7 
 2.5. Mercúrio ............................................................................................................ 7 
3. CUIDADOS NO MANUSEIO DO MERCÚRIO ........................................................ 8 
4. IMPORTÂNCIA NA MEDICINA BUCAL .................................................................. 9 
5. VANTAGEM TÉCNICA E ECONÔMICA ............................................................... 10 
6. MÉTODOS DE ANÁLISE ...................................................................................... 11 
 6.1. Ensaio de Escultura e Endurecimento Inicial .................................................. 11 
 6.2. Ensaio de Resistência à Compressão ............................................................. 12 
 6.2. Ensaio de Microdureza .................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO 
O Amálgama Dentário é um produto utilizado na odontologia para restauração 
de dentes que sofreram algum desgaste em virtude da presença de cáries ou 
outros fatores que ocasionam sua deterioração. 
Este produto é obtido a partir da junção de cinco elementos metálicos que são 
unidos a fim de que produzam uma mesma característica. Existem ao menos três 
tipos deste produto, entretanto, o mais usado no Brasil e no mundo é o 
amalgama de alto teor de cobre e prata, por apresentar à maior resistência a 
corrosão entre todos os outros. 
Vale ressaltar que este produto por conter Mercúrio em sua composição é 
erroneamente evitado por algumas pessoas, preferindo muitas vezes o uso de 
resinas compostas que embora não tenha o elemento Mercúrio não apresentam 
boa fixação e demais vantagens frente o amálgama descrito neste manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. AMÁLGAMA: COMPONENTES E FUNÇÕES 
Vamos observar agora de modo objetivo os elementos que compõe o 
amálgama dentário de alto teor de cobre e prata e algumas de suas funções. 
 
2.1. Prata 
As ligas de amálgama dentária contêm uma quantidade de prata maior do que 
dois terços em sua composição, assegurando uma cristalização em tempo 
adequado e promovendo uma boa resistência na massa. A prata aumenta a 
resistência mecânica retarda a perda de brilho e oxidação do amálgama; 
aumenta sua expansão de presa e diminui o escoamento. O excesso de prata 
pode provocar expansão demasiada, porem, sua falta acompanhada de aumento 
da quantidade de estanho, provoca a contração do amálgama. 
 
2.2. Estanho 
A quantidade de estanho é de aproximadamente 1/4 da liga. A sua presença 
tem a finalidade de facilitar a amalgamação da liga com o mercúrio na 
temperatura ambiente e auxiliar a redução da expansão da prata dentro dos 
limites práticos. O excesso, acima de 29%, produz contração e diminui a 
resistência e a dureza da liga, diminuindo a expansão; prolonga o tempo de 
endurecimento e aumenta também o escoamento. 
 
2.3. Cobre 
Substitui parcialmente a prata tornando a liga menos friável e facilitando, 
durante a fabricação, o corte, no momento da obtenção da limalha, aumenta a 
expansão, a dureza e a resistência mecânica do amálgama, diminuindo seu 
escoamento. Na liga convencional, a adição de cobre, além do limite permitido, 
diminui a resistência e aumenta o escoamento. Em alta porcentagem, aumenta a 
tendência de escurecimento e descoloração. 
 
 
7 
 
2.4. Zinco 
Usado como um desoxidante; atua como agente de limpeza durante a fusão. 
Combina-se com o oxigênio e impurezas, diminuindo a possibilidade de formação 
de outros óxidos. Mesmo em pequena quantidade, na presença de umidade, o 
zinco provoca excessiva expansão do amálgama com baixo teor de cobre, mas 
não é fator relevante nos amálgamas enriquecidos com cobre. Quando 
comparados, o tradicional amálgama convencional de baixo conteúdo de cobre 
tem uma expansão seis vezes maior. 
 
2.5. Mercúrio 
Existem algumas ligas no mercado que são ligeiramente pré-amálgamadas. O 
mercúrio existente na liga induz uma amalgamação mais rápida, mantendo 
algumas características e qualidades de trabalho das ligas convencionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
3. CUIDADOS NO MANUSEIO DO MERCÚRIO 
Sabemos que este produto é caracterizado principalmente pela presença de 
mercúrio em sua composição, um metal tóxico para a saúde quando manuseado 
de forma errada. A equipe odontológica que envolve o cirurgia-dentista, técnico-
auxiliares e o próprio paciente está continuamente expostas ao mercúrio e aos 
riscos de contaminação por meio do contato do metal com a pele ou da inalação 
dos vapores dispersos no ambiente, decorrentes de higiene inadequada do 
ambiente de trabalho, da manipulação incorreta do amálgama, de derramamento 
acidentalde gotas de mercúrio, da remoção do excesso de mercúrio da massa 
de amálgama por meio de lençol de linho ou camurça, do uso de amalgamação 
manual (gral e pistilo), de amalgamadores com vazamento ou sem manutenção, 
do uso de cápsulas defeituosas, de condensadores ultra-sônicos, de falhas na 
refrigeração ou no sistema de sucção quando da remoção de restaurações 
antigas além da armazenagem inadequada de sobras e cápsulas utilizadas em 
recipientes abertos. 
A redução da exposição ao mercúrio no ambiente de trabalho dos 
profissionais e estudantes de saúde bucal, visando proteger também os 
pacientes (principalmente aqueles submetidos a tratamentos demorados ou 
retornos constantes) pode ser conseguida através de medidas razoavelmente 
simples que podem ser aplicadas nos serviços privados e públicos. Estas 
medidas, embora não eliminem completamente os riscos de contaminação, 
podem atenuar de maneira satisfatória os riscos de exposição. Elas incluem: 
cuidado na manipulação do mercúrio, evitando derramamento acidental; pisos de 
fácil limpeza; utilização de refrigeração abundante (principalmente com água 
gelada), brocas novas, isolamento absoluto e bombas de sucção eficazes 
durante as remoções de restaurações; ambientes devidamente ventilados, com 
boa troca de ar fresco e escapes externos; troca periódica dos filtros de ar 
condicionado; limpeza sistemática e periódica dos filtros das unidades 
condensadoras de aparelhos de ar condicionado; armazenagem adequada dos 
resíduos e utilização de outros ambientes para instalação de fontes geradoras de 
calor. 
 
 
9 
 
4. IMPORTÂNCIA NA MEDICINA BUCAL 
A importância desse material reside na área da saúde bucal, sendo 
amplamente usado como restaurador dentário, o que evita a extração e posterior 
uso de próteses dentárias. O homem tem buscado desenvolver outros materiais 
com o intuito de eliminar ou reduzir o uso do amálgama em virtude deste conter 
mercúrio, mesmo que em níveis aceitáveis à saúde humana. 
Outro ponto que o torna importante frente a outros produtos alternativos está 
no fato dos materiais que o compõe serem facilmente encontrados e terem baixo 
valor agregado, enquanto que os demais são provenientes de materiais 
poliméricos ou compósitos que necessitam de muitas pesquisas e equipamentos 
caros para serem postos em funcionamento e uso. Portanto, com profissionais 
bem qualificados e obedecendo aos parâmetros de segurança para o manuseio 
do mercúrio, o amálgama dentário continuará a ser o material mais difundido e 
importante para os processos odontológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
5. VANTAGEM TÉCNICA E ECONÔMICA 
Do ponto de vista técnica o amálgama dentário apresenta uma ampla gama 
de vantagens frente a outros materiais desenvolvidos com o intuito de substituí-
lo. As restaurações com amálgama são de fácil colocação, requerendo pouco 
tempo operatório, com profissionais já treinados para o seu uso, devido às 
experiências e pesquisas acumuladas ao longo de mais de 160 anos de uso do 
produto; o amálgama possui características fisiológicas similares ao esmalte 
dental; o amálgama possui ainda uma vantagem técnica particular frente aos 
seus substitutos que é a rápida adaptação marginal, que com o passar do tempo 
vai melhorando. Ocorre um selamento marginal em virtude do acumulo de 
produtos corrosivos no micro espaço dente/restauração. Portanto, um amálgama 
dentário antigo tem margens mais bem seladas do que um amálgama novo. 
Outra vantagem técnica do amálgama está na grande longevidade clínica 
quando comparado com outros materiais, especialmente quando colocado em 
grandes cavidades sujeitas à força oclusas. Ele também possui menores 
problemas em relação à sensibilidade operatória. Portanto, um isolamento do 
campo operatório é necessário para providenciar uma restauração mais durável. 
Do ponto de vista o amálgama vence os seus substitutos devido ao 
baixíssimo custo de obtenção e manutenção; não requer o uso de equipamentos 
caros que mantenham a sua qualidade intacta; suas pesquisas são antigas e 
atestam a sua segurança o que evita novos gastos com pesquisa e 
desenvolvimento; seus materiais são encontrados facilmente e fáceis de serem 
tratados pela indústria; os profissionais não precisam passar por cursos de 
aperfeiçoamento, pois o próprio conhecimento obtido em sala já os prepara para 
uso deste produto. Todos os demais produtos que estão em fase de 
desenvolvimento além de terem elevado valor agregado de obtenção, também 
tem demandado um custo elevado com máquinas, pesquisa e desenvolvimento, 
e desenvolvimento de novos materiais compósitos que apresentam custo alto 
para a indústria. 
 
 
 
 
11 
 
6. MÉTODOS DE ANÁLISE 
Para se testar a sua confiabilidade, bem como apresentar itens que visem 
caracterizá-lo perante outros produtos, são comumente realizados testes de 
qualidade, e no que tange o amálgama dentário os principais ensaios de 
qualidade são a resistência a compressão, tempo de escultura e endurecimento 
inicial, e ensaio de microdureza. 
 
6.1. Ensaio do Tempo de Escultura e Endurecimento inicial 
Este ensaio assim como todos os demais é muito útil no processo de 
determinação da qualidade do amálgama para uso odontológico. Neste tipo de 
ensaio é normalmente escolhida ao acaso uma quantidade especifica de 
fabricantes do mesmo produto, no caso o amálgama com alto teor de cobre e 
prata, e é coletada certa quantidade igual de cada amostra. 
Após receber as amostras ambas são trituradas, sendo cronometrado o 
tempo necessário para homogeneizar cada uma, para em seguida levá-las para 
uma matriz que lhes aplicará uma força em torno de 14 MPa, a fim de realizar a 
condensação do material. 
Para determinação do tempo de escultura e endurecimento se confecciona 
corpos de prova com cada uma das amostras trituradas. O tempo para 
verificação da escultura e endurecimento é feito normalmente por meio de uma 
guilhotina que fará cortes da secção transversal de cada amostra. Uma vez 
iniciado o processo de corte verificou-se o tempo necessário para a guilhotina 
cortar cada pedaço das amostras até não sobrar mais nenhuma, a soma do 
tempo inicial da operação de corte até o tempo final de corte forma o chamado 
tempo de escultura e endurecimento do amálgama. Para saber se o material é de 
boa qualidade ou não se deve observar o tempo necessário para finalizar a 
trituração (quanto maior melhor) e comparar com o tempo de corte (quanto maior 
melhor). Dada à sua composição química, o amálgama com alto teor de cobre e 
prata é o que apresenta o melhor resultado de endurecimento. 
 
 
 
12 
 
 
6.2. Ensaio de Resistência à Compressão 
Usando as mesmas amostras coletadas para o ensaio anterior de 
endurecimento e usando os mesmos corpos de prova se fará o ensaio de 
resistência à compressão. Neste tipo de ensaio é utilizada normalmente uma 
máquina de ensaios universal. Os valores da força aplicada são anotados e 
conhecendo as dimensões dos corpos de prova, transformam-se os valores de 
Kgf para MPa. 
Os ensaios realizados nesta máquina são auferidos em termos de 
porcentagem (%), e a representação do melhor resultado se deve ao valor mais 
elevado possível da porcentagem registrado. Significando que o material em 
questão, amálgama com alto teor de cobre e prata, apresenta elevada 
capacidade de resistir sem sofrer rompimento quando exposto a pressão do 
processo mastigatório. 
Neste tipo de ensaio o amálgama também é o único que apresenta um melhor 
resultado. 
 
6.3. Ensaio de Microdureza 
Este ensaio permite classificar os vários tipos deligas, pode avaliar a 
qualidade do tratamento superficial e a susceptibilidade do amálgama à corrosão. 
Para a realização deste ensaio é submetido corpos de prova de determinadas 
amostras a uma força dada em gf e pelo tempo de endentação (medida por meio 
de um aparelho chamado endentador na presença de uma solução aquosa). As 
amostras são colocadas imersas no endentador e sofrem a ação de uma solução 
aquosa sendo fixado um determinado tempo igual para todas, após esse tempo 
as amostras sofrem uma pressão de uma força em gf que irá verificar por meio 
do Microscópico Eletrônico de Varredura se elas apresentaram fissuras em sua 
estrutura do ponto de vista microscópico, embora, visivelmente se possa 
perceber se ela sofreu desgaste (corrosão) ou não, entretanto, mesmo aquelas 
que não sofreram ruptura, podem vir a ter micro-rupturas quando expostas a 
determinados produtos (um ácido, uma base, e etc.). O amálgama em virtude da 
presença da prata neutraliza a corrosão dando a este um melhor resultado.

Continue navegando