Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
15/09/2014 1 Lipídios Recomendações para saúde Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Colesterol e ácidos graxos saturados • Os conteúdos alimentares de gorduras saturadas e de colesterol influenciam diferentemente os níveis lipídicos plasmáticos, em especial a colesterolemia. • A maioria da população absorve aproximadamente metade do colesterol presente no luz intestino, enquanto uma parte é hiper responsiva, ou seja, absorve maior quantidade. SBC, 2013 Colesterol e ácidos graxos saturados • A absorção de gordura saturada, no entanto, não é limitada e, por isso, sua ingestão promove efeito mais intenso sobre a colesterolemia. Ácido graxo Fontes mirístico Gordura do leite Leite e derivados palmítico Mais rico na dieta Corresponde a 60% do AGS de origem animal, mas também presente no óleo de dendê. LIPÍDEOS RECOMENDAÇÕES Lipídeos totais 15 a 30%do VET Poli-insaturados 6 a 10% do VET Saturados < 10% do VET Monoinsaturados Completar até a gordura total Tipo trans < 1 do VET MS, 2006 15/09/2014 2 SBC, 2013 O consumo exagerado de alimentos contendo ácidos graxos saturados Contribui para o aumento das taxas de colesterol no sangue. Aumento do LDL-c Favorece a formação da placa de ateroma Risco: CARDIOPATIAS 1- O colesterol forma um complexo com os lipídeos e proteínas, chamado lipoproteína. A forma que realmente apresenta malefício, quando em excesso, é a LDL. 2- Nesta interação, a LDL pode acabar sendo oxidada por radicais livres presentes na célula. 3- Esta oxidação aciona o mecanismo de defesa, desencadeando um processo inflamatório com infiltração de leucócitos. Moléculas inflamatórias acabam por promover a formação de uma capa de coágulos sobre o núcleo lipídico. 4- Após algum tempo cria-se uma placa (ateroma) no vaso sanguíneo; sobre esta placa, pode ocorrer uma lenta deposição de cálcio, numa tentativa de isolar a área afetada. placa de ateroma 15/09/2014 3 SBC, 2013 Alimentos de risco? Escolha? Quanto? Recomendações promoveram a mensagem de diminuição do consumo de ácidos graxos saturados e controle da ingestão de colesterol. I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Ovo •Baixo custo •Nutritivo (folato, riboflavina, selênio e vitaminas A, D, E, K e B12, além de sais minerais) •Proteína de alta qualidade e lipídeo (tornam biodisponíveis importantes nutrientes, como luteína e zeaxantina) •OBS: lipídeos, minerais e vitaminas estão presentes quase que totalmente na gema, sendo a clara constituída especialmente pelas proteínas. •Contém de 50 a 250 mg de colesterol. •Até então... As recomendações restringem o consumo de ovo e limitam o consumo de colesterol ao dia. Ovo • Novas pesquisas indicam que a ingestão de um ovo ao dia pode ser aceitável, se outros alimentos ricos em colesterol forem limitados na dieta. Justificativas: • A grande quantidade de nutrientes do ovo pode contribuir para controlar a colesterolemia. • Diferentes respostas do ovo à colesterolemia. • Alto consumo de gordura saturada e colesterol por certas populações, e o ovo pouco acrescentará como risco para doença cardiovascular. Ovo • Se um indivíduo responsivo ingerir dois ovos por dia, pode exceder as recomendações do American Heart Association (AHA). • Atenção: diabéticos • Forma de preparo do ovo Chocolate A gordura do chocolate (derivada do cacau) AG saturados: palmítico e o esteárico + AG monoinsaturado: oleico + outros ácidos graxos (pouco) O consumo regular de chocolate rico em cacau não se relaciona ao aumento de colesterol. As quantidades de ácido graxo esteárico são responsáveis pelo efeito neutro sobre o metabolismo do colesterol. Atenção: chocolate confeccionado com leite (ácidos graxos mirístico e láurico -> hipercolesterolêmicos 15/09/2014 4 I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Manteiga A gordura da manteiga (derivada do leite) AG saturados: mirístico, palmítico, esteárico + AG monoinsaturado: oleico + Colesterol (10%) Estudos com indivíduos hipercolesterolêmicos e com síndrome metabólica que compararam diferentes tipos de margarina e manteiga, o valor de LDL-c manteve-se inalterado ou pouco aumentado após consumo de manteiga. No entanto, os estudos oferecem variadas quantidades e tempo de seguimento -> controvérsia sobre a ação da manteiga. I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Carnes Fonte de proteínas de alto valor biológico, vit do complexo B, zinco e ferro. AG saturados: palmítico ( + ) esteárico O valor do colesterol não varia significativamente. O problema maior está no teor de gordura saturada. Remover a gordura aparente e a pele (aves) -> gordura penetra no interior da carne durante o preparo. Preferência ao grelhado. Altos teores de colesterol -> vísceras (no bucho e no fígado), no coração de frango e no camarão. 15/09/2014 5 I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Queijos • A crença popular de que queijos de cor branca são adequados à saúde cardiovascular merece ser revista. • O leite integral apresenta elevado teor de gorduras saturadas, especialmente ácido palmítico e mirístico. • Dessa forma, qualquer queijo cujo principal ingrediente seja o leite integral será semelhante fonte de gorduras saturadas. • Mais amarelos -> grandes quantidades de GS saturada. Quantidade de ácidos graxos saturados por tipo de queijo. Fonte: Inmetro, 2011 I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 15/09/2014 6 Dendezeiro - palmeira Óleo de dendê (azeite) - extraído do da parte externa do fruto (polpa). Quando refinado, desodorizado e branqueado, o óleo do dendê, mais conhecido como óleo de palma, é matéria-prima para a indústria (maioneses, margarinas, massas de sorvetes, produtos lácteos, fritura industrial, gordura para panificação e confeitaria, entre outros. Suporta altas temperaturas Textura cremosa e macia Ausência de odor Possui um efeito conservante natural Palma NO ENTANTO... elevado teor de ácidos graxos saturados, especialmente de ácido palmítico (40%). Estudos demonstram aumento significativo: LDL e do colesterol total I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 • Para reduzir a ingestão de colesterol, deve-se diminuir o consumo de alimentos de origem animal, em especial as vísceras, leite integral e seus derivados, embutidos, frios, pele de aves e frutos do mar (camarão, ostra, marisco, polvo, lagosta). • Para diminuir o consumo de ácidos graxos saturados, aconselha-se a redução da ingestão de gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados). Resumindo.... Redução da gordura da dieta 248 kcal 12g de LIP 180 kcal 7,5g de LIP 142 kcal 6,3g de LIP 277 kcal 16g de LIP 105 kcal 9g de LIP 80 kcal 5,5g de LIP 58 kcal 6g de LIP 27 kcal 3g de LIP 15/09/2014 7 163 kcal 10g de LIP 80 kcal 1,5g de LIP 60 kcal 3g de LIP 35 kcal 0,1g de LIP 80 kcal 6g de LIP 40 kcal 1,5g de LIP 50 kcal 2,5g de LIP 50 kcal 4g de LIP 54 kcal 2g de LIP Discussões atuais questionam essas recomendações, pois, com a indicação de diminuição de gordura saturada (AGS) , houve um aumentode consumo de outros nutrientes, tais como carboidratos refinados. Evidências recentes mostram que a substituição de gordura saturada por carboidratos simples -> o risco de doença cardiovascular e diabetes. Principais efeitos da troca de AGS por carboidratos simples: aumento TG, aumento da incidência de obesidade, diabetes, doença cardíaca e risco para síndrome metabólica. NO ENTANTO... Uma metanálise mostrou que a substituição SFA por CH aumenta o risco de eventos coronarianos.. NO ENTANTO... Estudo Women’s Health Initiative não mostrou associação entre substituição de SFA por carboidratos e risco de doença cardiovascular. • Após a absorção intestinal são transportados ligados à albumina diretamente para o fígado onde são metabolizados, não sendo responsáveis pelo aumento do colesterol sérico. Ácidos graxos saturados de cadeia média AG LÁURICO • O coco e o óleo de coco são importantes fontes naturais de gorduras saturadas, especialmente de ácido láurico (C12:0). • Em relação aos demais tipos de gorduras saturadas, o ácido láurico apresenta maior poder em elevar LDL-C, bem como HDL-C. I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 • Entretanto, esse efeito parece não ser a causa do aumento da prevalência de DCV de acordo com estudos realizados na Ásia, onde o óleo de coco representa até 80% da gordura consumida em algumas regiões. • No Brasil, um ensaio clínico mostrou redução da relação LDL:HDL, aumento do HDL-C e redução da circunferência abdominal no grupo que utilizou óleo de coco. • Apesar dos potenciais benefícios do óleo de coco no HDL, os estudos experimentais comprovam o efeito hipercolesterolêmico do coco e seus subprodutos, como o recente estudo com cobaias que comparou óleo de coco com azeite de oliva e óleo de girassol. O grupo tratado com óleo de coco apresentou aumento significativo da fração não HDL e triglicérides. I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 15/09/2014 8 I DIRETRIZ SOBRE O CONSUMO DE GORDURAS E SAÚDE CARDIOVASCULAR. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 Ácido graxo Fontes e características mirístico Gordura do leite Leite e derivados palmítico Mais rico na dieta Corresponde a 60% do AGS de origem animal, mas também presente no óleo de dendê. esteárico Não tem efeito sobre os lipídeos sanguíneos Considerado: neutro cáprico Não aumentam o colesterol sérico (côco) láurico Único AGS de cadeia média Fontes: óleo de côco aterogênico aterogênico ? ? ômega 9 Colesterol LDL Controle glicemia Controle PA Risco cardiovascular Ácidos graxos monoinsaturados LIPÍDEOS RECOMENDAÇÕES Lipídeos totais 15 a 30%do VET Polinsaturados 6 a 10% do VET Saturados < 10% do VET Monoinsaturados Completar até a gordura total Tipo trans < 1 do VET MS, 2006 SBC, 2013 ômega 3 Benefícios à saúde: redução da pressão arterial melhora da função endotelial estabilização da placa de ateroma controle dos triglicérides ADA – consumo semanal 180g de alimento rico em ômega 3 Ácidos graxos poli-insaturados essencial colesterol LDL triglicerídeos 15/09/2014 9 (DHA) (EPA) Suplementar? Embora seja consensual que o consumo regular de peixes ricos em ácido graxo Ômega-3 faça parte de uma dieta saudável, a recomendação de suplementar a dieta com cápsulas de óleo de peixe cerca-se por controvérsias, fomentadas por resultados conflitantes de estudos clínicos. SBC, 2013 SBC, 2013 Ômega 3 DRI (ingestão dietética de referência) Ácido Linolênico 0,6 a 1,2% VET OMS 1 a 2 % VET Arenque, Atum, Sardinhas, Salmão, Cavala e outros mamíferos marinho. Fontes de n - 3 Nos peixes Arenque, Salmão e Anchova contém de: 2055 a 1840mg de EPA+DHA em 100g. Nos peixes Cavala, Sardinha e Truta contém de: 1203 a 936mg/100g. ômega 6 LDL Ácidos graxos poli-insaturados colesterol total essencial Estudos: efeitos benéficos no metabolismo glicídico (diabetes) Óleos vegetais (possuem em torno de 50% de AG linoléico). Presentes em óleo de soja, cártamo, milho e canola. Como esses óleos fazem parte da dieta, são facilmente adquiridos com a alimentação. 15/09/2014 10 Após a ingestão, o AL (Ômega-6) pode sofrer alterações e formarem outros ácidos graxos poli- insaturados Ômega-6: -> relacionados à formação de algumas moléculas pró-inflamatórias. Em excesso – aumenta a oxidação do LDL Ômega 6 DRI (ingestão dietética de referência) Ácido Linolêico 5 a 10% VET OMS 7% VET A troca de AGS por MUFA -> diminuição no LDL-c, mas também pode acarretar em diminuição do HDL-c A substituição por PUFA -> diminuição do LDL-c Substituição por PUFA NO ENTANTO... Pode levar a MAIOR diminuição no HDL-c. DIVERGENCIAS? A concentração de LDL-c basal do indivíduo, condições preexistentes (obesidade, diabetes, resistência insulínica, hipertrigliceridemia e outras), além de fatores genéticos, podem influenciar na resposta ao AGS. Além disso, a composição de outros nutrientes do alimento também pode alterar a intensidade da resposta à ingesta de AGS. RECENTEMENTE... Estudos -> substituição de AGS por PUFA -> redução de risco cardiovascular. MUFA X PUFA • MUFA E PUFA: Efeitos similares sobre redução do LDL-c. • PUFA proporcionaram um discreto efeito redutor sobre os triglicerídeos.. Ação anti-trombótica Relação Ômega-6/Ômega-3 • Controvérsia: Relação Ômega-6/Ômega-3 na dieta sobre a doenças cardiovasculares, inflamatórias e autoimunes. • Intensa discussão -> o aumento da ingestão de Ômega-6 poderia elevar a geração de mediadores inflamatórios implicados com diversas processos patológicos, • A maior parte dos estudos conclui que: para a relação Ômega-6/Ômega-3 deveria ser mais baixa do que a atualmente encontrada na população geral ocidental. • Priorizar: ácido linolênico e oleico Ômega-6 X Ômega-3 5 X 1 15/09/2014 11 Concluindo... insaturados CT LDL TG Os ácidos graxos insaturados exercem efeitos protetores, podendo reduzir os níveis sanguíneos de LDL e de triglicérides. Ácidos graxos insaturados- trans Em excesso, os ácidos graxos trans são tão ou mais prejudiciais que os ácidos graxos saturados: Elevação dos níveis de colesterol sangüíneos. -LDL aumenta- -reduzem: HDL- Gordura “trans” 1% das gorduras totais (Guia Alimentar da população brasileira) Manteiga ou margarina? Tipo de lipídeos manteiga margarina AG SATURADOS 62% 20% AG TRANS 7% 17 a 25% COLESTEROL 11 a 15mg NÃO Lipídios Estrutura, classificação e funções escolha & saúde
Compartilhar