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ECA revisão dpe sp

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Indicação bibliográfica 
 
ZAPATA, Fabiana Botelho; FRASSETO, Flávio Américo; GOMES, Marcos Vinícius Manso Lopes. “Direitos da 
Criança e do Adolescente”, Coleção Defensoria Pública Ponto a Ponto. São Paulo: Saraiva. 
ROSSATO, Luciano Alves; LEPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. “Estatuto da Criança do 
Adolescente Comentado Artigo por Artigo”. São Paulo, Saraiva. 
SPOSATO, Karyna Batista. “Direito Penal de Adolescentes: elementos para uma teoria garantista”. São Paulo: 
Saraiva. 
SHECAIRA, Sérgio Salomão. “Sistema de Garantias e o Direito Penal Juvenil”. São Paulo, RT. 
 
1. Princípios 
 
Sujeitos de direitos, autonomia progressiva e capacidade civil 
 Art. 6º, parte final, e art. 100, p. único, inciso I e XII, ECA; art. 12 CDC 
 Regime de incapacidades pela condição etária 
 Súmula 593/STJ: nos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o consentimento da vítima, sua eventual 
experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a 
ocorrência do crime (Lei nº 13.718/18) 
 
2. Titularidade 
 
 Obs. Súmula 605/STJ: “a superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem 
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a 
idade de 21 anos”. Para o STJ, portanto, deve ser considerada a idade do adolescente na data do fato (art. 104, 
parágrafo único, ECA). 
 
3. Mães em cárcere 
 
 STF, HC Coletivo n. 143.641/SP: regra geral – é direito subjetivo da mulher gestante ou mãe de criança de até 
12 anos de idade ou de pessoa com deficiência a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos 
do art. 318, CPP (Lei n. 13.257/16) 
 A ordem se estende para adolescentes em cumprimento de medida privativa de liberdade 
 Exceções (STF, HC Coletivo n. 143.641/SP): 
a) Crime praticado com violência ou grave ameaça 
b) Crime praticado contra seus descendentes 
c) Outras situações excepcionalíssimas, devidamente fundamentadas 
 
 Lei nº 13.769/18 (art 318-A, CPP): A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável 
por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 
a) Não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa 
b) Não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente 
 Obs. O simples fato de a mulher ser reincidente não afasta o direito de substituição 
 
4. Direito à saúde e Tribunais Superiores 
 
 Súmulas do TJSP: 
a) Súmula 37: A ação para o fornecimento de medicamento e afins pode ser proposta em face de qualquer pessoa 
jurídica de Direito Público Interno. 
b) Súmula 66: A responsabilidade para proporcionar meios visando garantir o direito à saúde da criança ou do 
adolescente é solidária entre Estado e Município. 
c) Súmula 65: Não violam os princípios constitucionais da separação e independência dos poderes, da isonomia, 
da discricionariedade administrativa e da anualidade orçamentária as decisões judiciais que determinam às 
 
 
 
 
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pessoas jurídicas da administração direta a disponibilização de vagas em unidades educacionais ou o forneci-
mento de medicamentos, insumos, suplementos e transporte a crianças ou adolescentes 
d) Súmula 68: Compete ao Juízo da Infância e da Juventude julgar as causas em que se discutem direitos 
fundamentais de crianças ou adolescentes, ainda que pessoa jurídica de direito público figure no pólo passivo da 
demanda. 
 
 Requisitos para fornecimento de medicamentos fora da lista do SUS (STJ, Primeira Seção – tese n. 106 – Resp 
1.657.156). 
a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o 
paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da 
moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; 
b) Incapacidade financeira do paciente de arcar com o custo do medicamento prescrito 
c) Existência de registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), observados os usos 
autorizados pela agência 
Obs. Critérios exigidos para processos distribuídos após a conclusão do julgamento. 
 
5. Atenção em saúde mental (Lei n. 10.216/01) 
 
 Regra geral: utilização de equipamentos comunitários de saúde mental (CAPS) – tratamento ambulatorial em 
modelos não segregatórios 
 Exceção: internação nas modalidades voluntária, involuntária e compulsória 
 Requisitos para a internação psiquiátrica: demonstração da insuficiência dos recursos extra-hospitalares + laudo 
médico circunstanciado que indique os motivos da medida e o tratamento necessário (ato médico). Comunicação 
ao MP em 72h. 
 Exame periódicodo de avaliação do tratamento (art. 25, CSDC). 
 Medida de proteção não equivale à internação compulsória (art. 101, V, ECA – STJ, HC 40.593/SP). Cabimento 
de Habeas Corpus (STJ, HC 35.301/RJ e EHC 19.688/AP) 
 
6. Direitos de Liberdade 
 
 Apreensão de crianças e adolescentes em situação de rua (Res. Conj. 01/16 e 01/17 CONANDA/CNAS) + ADI 
3446 (PSL) 
Espaços públicos característicos das sociedades de consumo 
Direito à cidade 
Direito ao lazer 
Agravamento das exclusões sociais (violação dos objetivos da República) 
Obs. TJSP. Ap. 1001737-51.2014.8.26.0577 e HC Coletivo nº 320.938/SP 
 
7. Direitos ao Respeito e Proteção contra a Violência 
 
 Proibição do uso de castigo físico ou tratamento cruel/degradante (arts. 18-A e 18-B) 
 Comunicação obrigatória ao Conselho Tutelar (arts. 13 e 245) 
 Combate à Intimidação Sistemática – Bullying (Lei nº 13.185/15): evita o quanto possível a punição dos 
agressores, privilegiando mecanismos alternativos que promovam a responsabilização e a mudança do 
comportamento hostil 
 Resolução n. 169/CONANDA: Art 4º: escuta dos autores da violência e garantia de tratamento especializado que 
os ajudem a romper com o ciclo da violência; art. 8º: nas situações cotidianas de conflito em que a c/a estejam 
envolvidos, deverão ser priorizados o meios alternativos de resolução (JR) 
 
8. Direitos ao Respeito e Proteção contra a Violência 
 
 Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente vítima ou testemunha de violência (Lei nº 
13.431/17): 
 Tipificação exemplificativa de formas de violência (ex. Bullying e Alienação parental; violência institucional) 
 Aplicação facultativa para vítimas ou testemunhas entre 18 e 21 anos 
 
 
 
 
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 Depoimento especial X escuta especializada: objetivo é evitar a revitimização (art. 5º, II, Decreto nº 9.603/18) – 
procedimentos desnecessários, repetitivos e invasivos que levem a c/a a reviver situações de violência ou 
sofrimento, contribuindo negativamente para sua estigmatização 
 Aplicação de medidas protetivas de urgência (arts. 6º, p. único e 21): V - requerer a inclusão da criança ou do 
adolescente em programa de proteção a vítimas ou testemunhas ameaçadas (PPCAAM – art. 109, Decreto nº 
9.579/18) 
 Competência 
 
 
 
9. Publicidade Infantil 
 
 Resolução nº 163 CONANDA + art 37, §2º.,CDC) 
 Vedação de qualquer forma de comunicação mercadológica dirigida a crianças (até 12 anos) para divulgação 
de produtos, serviços, marcas e empresas. Rol exemplificativo de estratégias (art. 2º) 
 Abrange a publicidade e comunicação mercadológica realizada em eventos, espaços públicos, páginas da 
internet, canais de TV (em qualquer horário) 
 É abusiva a publicidade e comunicação mercadológica no interior de creches e instituições escolares de 
educação infantil e fundamental, inclusive em seus uniformes e materiais didáticos (art. 2º, §2º) 
 
10. Direitoà Educação (arts. 205/214, CF; arts. 53/59, ECA; LDB) 
 
 Educação básica gratuita e obrigatória dos 4 aos 17 anos: direito subjetivo, sob pena de responsabilidade 
 Dever dos pai de matricular nas etapas da educação obrigatória (art. 6º, LDB) 
 Ensino à distância? Ensino fundamental (art. 43, §4º, LDB) X Ensino Médio (art. 6, §11º, LDB – BNCC) 
 
 Níveis: educação básica e ensino superior 
 Etapas da Educação básica: 
a) Educação infantil: 0 a 5 anos 
a.1) Creche: 0 a 3 anos 
a.2) Pré-escola: 4 a 5 abis 
b) Ensino fundamental: duração de 9 anos e tem início aos 6 anos de idade 
c) Ensino médio: duração mínima de 3 anos. 
 Notificação ao Conselho Tutelar com a relação dos alunos que faltem 30% acima do permitido (combate à evasão 
escolar) – art. 12, LDB (Lei 13.803/19) – esgotados os recursos escolares (art. 56, II, ECA) 
 
 
 
 
 
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 Jurisprudência do STF: 
a) ADC n. 17 e ADPF n. 292: foi declarada a constitucionalidade das Resoluções do Conselho Nacional de 
Educação (CNE) que fixavam a data limite de 31 de março para que estejam completadas as idades mínimas de 4 
e 6 anos, respectivamente, para ingresso na educação infantil (pré-escola) e no ensino fundamental 
b) RE n. 888.815: o ensino domiciliar (homeschooling) não está previsto na Constituição Federal e depende de lei 
específica para ser permitido no Brasil. “a Constituição protege a educação como dever o Estado, e há ainda o 
Estatuto da Criança e do Adolescente que obriga os pais a matricular seus filhos na educação básica a partir dos 
quatro anos e a lei exige que o ensino seja presencial”. 
 
11. Educação inclusiva 
 
 Educação inclusiva (arts. 58/60, LDB e arts. 27/30, LBI) 
 Preferencialmente na rede regular e excepcionalmente em escola especializada 
 Serviços de apoio especializado (ex. profissionais de apoio escolar) 
 Projeto pedagógico e plano de atendimento educacional especializado 
 Política Nacional dos Direitos da Pessoal com Transtorno do Espectro Autista (Lei nº 12.764/12): Em casos de 
comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino 
regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado (art. 3º, p. único) 
 
12. Convivência Familiar e Comunitária 
 
 Âmbito de proteção: 
 Restrições: art. 98, ECA + art. 1.637/1.638, CC c.c. art. 24, ECA 
 Limites dos limites: art. 23, ECA (pobreza + condenação criminal) + art. 23.4, CDPD (deficiência) 
Obs. Art. 92, II, CP, art. 1.639, p. único, CC e art. 23, §2º, ECA: crime doloso contra descendentes ou contra o outro 
titular do poder familiar (Lei 13.715/18). 
Obs: art. 1.637, p. único, CC: condenação por crime cuja pena exceda a 2 anos de prisão 
 
13. Poder familiar (arts. 39/52) 
 
 O descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar pode gerar: 
 a) ilícito civil (dano moral por abandono afetivo) – STJ, Resp 1.159.242 
 b) ilícito administrativo (art. 249, ECA) – (TJSP: necessidade de comprovação de dolo ou culpa - Apelação nº 
0017402-72.2014.8.26.0562 e STJ: indissociável relação entre a multa do art. 249 e rol de medidas do art. 129, 
tendo caráter coercitivo, preventivo e disciplinador – Resp 1.658.508; precedentes favoráveis e desfavoráveis ao 
afastamento da multa pela hipossuficiência econômica dospais – Resp 1.584.840 e 1.658.508) 
 c) perda/suspensão do poder familiar (art. 24, ECA + art. 1.637/1.638, CC) 
 d) ilícito penal (arts. 133, 134, 136, 244, 245, 246 e 247, CP) 
 
 Destituição do poder familiar 
 Novas hipóteses: 
a) Entrega irregular do filho a terceiros para fins de adoção (Lei nº 13.509/17) 
b) Prática de crime doloso contra a vida, integridade física ou dignidade sexual do outro titular do poder familiar ou 
contra os filhos (Lei n. 13.715/18) 
 Efeitos: não atinge relação de parentesco 
 
 Destituição do poder familiar 
 Determinação, concomitante ao despacho de citação, independentemente de requerimento do interessado, da 
realização de estudo social ou perícia multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão 
ou destituição do poder familiar, exceto se o MP houver pedido estudos complementares antes do ajuizamento da 
ação (art. 101, §10), havendo a possibilidade de utilização da técnica do depoimento especial (Lei n. 13.431/17) 
 Citação (art. 158): deve ser pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização. A citação por edital 
prescinde do envio de ofícios para a localização dos genitores. Pessoa privada de liberdade deve ser citada 
pessoalmente 
 É obrigatória a oitiva dos pais sempre que forem identificados e estiverem em local conhecido, exceto se não 
tiverem comparecido perante à Justiça quando devidamente citados (revelia?) 
 
 
 
 
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 Quando a ADPF foi iniciada pelo MP, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da 
c/a (art. 162, §4º) 
 Quando for inviável a manutenção do poder familiar, o juiz deverá envidar esforços para preparar a c/a com 
vistas à colocação em família substituta (art. 163) 
 
 Destituição do poder familiar 
 Para que haja a decretação da perda do poder familiar da mãe biológica em razão da suposta entrega da filha 
para adoção irregular (“adoção à brasileira”), é indispensável a realização do estudo social e avaliação psico-
lógica das partes litigantes para aferição da presença de causa para a excepcional medida de destituição e 
para constatação de existência de uma situação de risco para a infante, caracterizando cerceamento de defesa o 
seu indeferimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.674.207-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 17/04/2018 
 Tese institucional n. 105 DPESP: É viável a multiparentalidade na adoção, com a manutenção do vínculo 
registral anterior e, consequentemente, sem a destituição do poder familiar. 
 Reconhecimento de paternidade socioafetiva: Provimento n. 63 CNJ (art. 10 e seguintes) 
 
14. Adoção (arts. 39/52) 
 
 Requisitos objetivos: 
a) Adotante maior de 18 anos (não há idade máxima para adotar) 
b) Diferença de 16 anos entre adotante e adotado 
c) Não podem adotar ascendentes nem irmãos do adotando 
d) Prévia concordância dos genitores ou destituição do poder familiar, salvo se desconhecidos 
 Requisitos subjetivos: 
a) Deve apresentar reais vantagens ao adotando (art. 43, primeira parte) 
b) Deve estar fundada em motivos legítimos (art. 43, parte final) 
c) Participação da criança e concordância do adolescente 
 
 Estágio de convivência (art. 46) 
 Prazo (regra): máximo de 90 dias, prorrogável por igual período, observadas a idade da criança/adolescente e 
as peculiaridades do caso 
 Exceção: adoção internacional (prazo mínimo de 30 dias e máximo de 45 dias, prorrogável por até igual período, 
uma vez. 
 Deve ser cumprido em território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança/adolescente 
ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe 
 Pode ser dispensado se (i) o adotando já estiver sob tutela ou guarda legal durante tempo suficiente + (ii) 
existência de vínculos de afeto consolidados 
 A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa 
 
 Habilitação para adoção (art. 197-A e seguintes) 
 Habilitação deve ser renovada trienalmente (§2º). Após 3 recusas injustificadas de c/a dentro do perfil escolhido, 
haverá a reavaliação compulsória da habilitação (§4º) 
 A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou devolução da c/a após o trânsito em 
julgado da sentença importará sua exclusão dos cadastros e vedação de renovação da habilitação, salvo decisão 
em sentido contrário (§5º) 
 Prazo máximo para conclusão da habilitação: 120 dias, prorrogável por igual período (art. 197-F) 
 
15. Entrega protegida (arts. 19-A e 166) 
 
 Incluída pela Lei n. 13.509/17: “A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seufilho para adoção, 
antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude” 
 Antes ou logo após o nascimento (requisito temporal) 
 Elaboração de relatório multidisciplinar pela equipe técnica da VIJ, que deverá considerar, inclusive, os efeitos 
do estado gestacional ou puerperal. 
 Juiz poderá encaminhar a gestante ou mãe, com sua expressa concordância, à rede pública de saúde e 
assistência social para atendimento especializado 
 
 
 
 
 
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 O desejo de entrega só terá validade se for prestado ou confirmado após o nascimento da criança, em conjunto 
com o genitor, se houver, em audiência, garantido o sigilo da entrega 
 Manifestada a retratação em audiência, a criança será mantida na família, que receberá acompanhamento pelo 
prazo de 180 dias. Já o direito de arrependimento poderá ser exercido até 10 dias após a sentença de extinção do 
poder familiar. 
 Em qualquer hipótese é garantido o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o direito da criança de 
acesso aos respectivos processos, nos termos do art. 48, ECA. 
Obs. O ECA não mais exige que sejam esgotados os esforços para manutenção da c/a na família natural ou extensa 
(art. 166, §3º alterado pela Lei n. 13.509/17), embora o novo art. 19-A, §3º, preveja a possibilidade de busca pela 
família extensa, com prazo máximo de 90 dias. 
 
 NÃO havendo genitor indicado ou família extensa: 
a) Juiz decretará a extinção do poder familiar e determinará a colocação da criança sob a guarda provisória de 
pessoa ou casal habilitado no CPA ou entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional 
b) Finalizado o estágio de convivência, o detentor da guarda terá o prazo de 15 dias para propor ação de adoção 
 
 HAVENDO genitor indicado ou família extensa: 
a) Serão convocados para comparecer em audiência 
b) Busca por família extensa: máximo por 90 dias, prorrogável por igual período. 
c) Em audiência, deverão manifestar o desejo de assumir os cuidados da criança. Caso o façam, a criança será 
mantida com a família, que será acompanhada pelo prazo de 180 dias. 
d) Caso não compareçam ou não confirmem esse desejo, o juiz suspenderá o poder familiar da mãe e a criança 
será colocada sob guarda provisória de pessoa ou casal habilitado no CPA, ou em serviço de acolhimento fami-
liar/institucional 
e) O genitor e/ou a família extensa terá(ão) 30 dias para manifestar o desejo de recebê-la sob guarda, findo o qual 
a criança será incluída definitivamente no cadastro de adoção 
 
 Diretrizes da política de atendimento: 
 Municipalização 
 Participação popular (Conselhos de Direitos + Fundo dos Direitos da Criança) 
 Intersetorialidade (integração em rede de vários serviços) 
Obs. Integração operacional: 
Entre TJ, MP, DPE, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas para agilização do 
atendimento de c/a inseridos em acolhimento familiar/institucional, buscando a rápida reintegração à família de 
origem ou, se inviável, colocação em família substituta 
Entre TJ, MP, DPE, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente num mesmo local, para agilização 
do atendimento inicial a adolescente em conflito com a lei 
 
 Fiscalização das entidade (arts. 95 e 191) 
 Legitimidade da DPE (LC 80/94, art. 4º, XVII) – ACP (STJ, RMS nº 52.271/SP; TJSP, CC 0046126-
21.2017.8.26.0000) 
 Recomendação n. 004 do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura 
 Tutela de urgência: afastamento liminar e provisório do dirigente, havendo motivo grave 
 Art. 193, §3º: “antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção 
das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito”. 
 
17. Acolhimento Institucional 
 
 Características: 
a) breve 
b) excepcional 
c) Judicial (exceção: art. 93, ECA) 
 Duração: Até 2017, a medida de acolhimento institucional tinha duração máxima de 2 anos, com reavaliações 
semestrais. Com o advento da Lei nº 13.509/17, a medida passa a ter duração máxima de 18 meses, com reava-
liações trimestrais. Estes prazos podem ser prorrogados, excepcionalmente, por decisão devidamente fundamen-
tada. 
 
 
 
 
 
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 Procedimento ordinário 
 Art. 101, §2º: depende de prévia determinação judicial 
 Art. 153, p. único: procedimento contraditório, garantida a ampla defesa 
 Interesse de agir: demonstração de que todas as demais medidas de proteção foram ineficazes 
 
 Procedimento extraordinário: 
 Art. 93: acolhimento pelas entidades sem prévia determinação judicial 
 Requisitos: excepcionalidade e urgência (“tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de 
violência ou abuso sexual”, “maus-tratos ou opressão”) 
 Comunicação em 24h ao Juízo da infância e juventude, sob pena de responsabilidade (art. 93) e ao MP (art. 
136, p. único) 
 Controle judicial a posteriori (p. único): medidas para promover a imediata reintegração familiar, apenas 
ratificando o acolhimento se nenhuma outra medida foi possível 
 
 Princípios orientativos às entidades que desenvolvam programa de acolhimento familiar/institucional (art. 92): 
a) Preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar (obs. As visitas de pais e parentes 
não dependem de prévia autorização judicial – §4º) 
 Acolhimento de mães adolescentes com seus filhos (art. 19, §§5º e 6º) 
 Regularização do registro civil (art. 102): assento é lavrado à vista dos elementos disponíveis 
 
18. Apadrinhamento afetivo (art. 19-B) 
 
 Consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente com pouca probabilidade de serem adotados 
vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvi-
mento, nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. 
 Os programas ou serviços de apadrinhamento podem ser executados por órgãos públicos ou organizações da 
sociedade civil. São apenas apoiados pela Justiça da Infância e Juventude. 
 A violação das regras do apadrinhamento conduz à imediata notificação dos responsáveis pelo programa e 
pelos serviços à autoridade judiciária competente. 
 
 Modalidades: 
a) Apadrinhamento afetivo: pressupõe o contato direto entre o padrinho e o apadrinhado. Em se tratando de c/a 
com pouca perspectiva de adoção, eventual interesse adotivo não será considerado burla ao cadastro (art. 2º, Prov 
36/2014). 
b) Apadrinhamento financeiro: contribuição econômica para o atendimento das necessidades de c/a acolhidos, 
independentemente da criação de vínculos afetivos. Essa modalidade pode ser assumida também por pessoas 
jurídicas. 
 
 Requisitos: 
a) Ser maior de 18 anos 
b) Não estar inscrito no cadastro de adoção 
c) Cumprimento dos requisitos específicos do programa 
 
 Elegibilidade para participar do programa: o perfil da criança ou do adolescente será definido no âmbito de cada 
programa, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção social ou 
colocação em família adotiva 
 
 
 
 
 
 
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20. Conselhos Tutelares (arts. 131/140 + Res. 170/CONANDA) 
 
 Características gerais: 
a) Permanente: suas atividades não podem ser descontinuadas (obs. Mandato 4 anos + 1 recondução, se reeleito) 
b) Autônomo: independência funcional do colegiado e não-interferência de outros órgãos ou instituições (Obs. MP 
apenas podem emitir recomendações) 
c) Não-jurisdicional 
d) Colegiado (Art. 8º, Resolução n. 75 CONANDA) – obs. Medidas emergenciais 
e) Integrante da Administração Pública local (obs. Ao menos um CT em cada Município/Região Administrativa do 
DF; Resolução 170 CONANDA - mínimo de 1 para cada 100mil habitantes) 
 
 Candidatura (requisitos): art. 133 
a) Maiorde 21 anos 
b) Reconhecida idoneidade moral 
c) Residir no município 
 
 
 
 
 
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Obs. Novos requisitos podem ser criados, desde que: (i) o sejam por meio de lei municipal + (ii) haja relação direta 
com o exercício da função (STJ, Resp 402.155) – ex. prova escrita, experiência anterior, etc) – art. 30, II, CF 
 
 Impedimentos (no mesmo Conselho): art. 140 
a) Marido e Esposa 
b) Ascendentes e descendentes 
c) Sogro/a genro ou nora 
d) Irmãos 
e) Cunhados, durante o cunhadio 
f) Tio/a e sobrinho/a 
g) Padrasto/madrasta e enteado/a 
Obs. Os impedimentos são extensíveis em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público 
com atuação na Justiça da Infância e Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital 
 
 CT executa suas própria decisões, por 2 mecanismos: 
a) Requisição de serviços públicos 
b) Representação à autoridade judiciária em caso de descumprimento injustificado de suas deliberações 
 Obs. O ECA tipifica como infração administrativa o descumprimento, doloso ou culposo, de determinação da 
autoridade judiciária ou do Conselho Tutelar (art. 249) e como crime o impedimento ou embaraço de ação da auto-
ridade judiciária, do MP ou do CT (art. 236). Secretário Municipal, contudo, não responde por esta infração (STJ, 
Resp 822.807/SC) 
 As decisões do colegiado podem ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de legítimo interessado. A revi-
são, contudo, não pode ser feita de ofício (art. 137) 
 
21. Acesso à Justiça 
 
 Prazos contados em dias corridos, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e ao Ministério Público 
(obs. à DPE foi mantido o prazo em dobro). 
 Restrição à publicidade: É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito 
a c/a em conflito com a lei. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a c/a, vedando-se fotografia, 
referência ao nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome (art. 143) - 
Infração administrativa (art. 247), com procedimento próprio (art. 194/197) 
 
 Alvarás e Portarias (art. 149) 
 Não decorrem de um poder normativo, devem se fundamentadas caso a caso, porquanto vedadas determina-
ções de caráter geral e abstrato (§2º) 
 Desafiam recurso de apelação (art. 199) 
 
22. Recursos (art. 198) 
 
 O ECA adota o sistema recursal do CPC, inclusive para as ações socioeducativas e execução de MSE 
 Prazo para todos os recursos: 10 dias, inclusive RE e Resp (STJ, AgInt no AREsp 1.120.686). Exceção: 
embargos de declaração (5 dias) 
 Juízo de retratação na apelação, no prazo de 5 dias (art. 198, VII) 
 Via de regra, as apelações são recebidas no duplo efeito, exceto: 
a) Sentença que defere a adoção 
b) Sentença de destituição do poder familiar 
 
ATENÇÃO: a apelação volta a ter efeito suspensivo na (i) adoção internacional e (ii) se houver perigo de 
dano irreparável ou de difícil reparação (art. 199-A e 215) 
 
23. Ato infracional e medidas socioeducativas 
 
 Requisito temporal (art. 104, p. único): conforme entendimento pacífico do STJ, deve ser considerada a idade 
na data do fato (Súmula 605/STJ) 
 Dupla natureza das MSE (natureza complexa): retributiva + pedagógica (direito penal juvenil – limites à interven-
ção punitiva do Estado) 
 
 
 
 
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 São objetivos das MSE (art. 1º, §2º, LSINASE): 
a) responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, incentivando, sempre que 
possível sua reparação) 
b) a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos fundamentais por meio do cumprimento do PIA 
c) a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo de pri-
vação de liberdade ou restrição de direitos 
 
 Critérios para imposição de MSE (arts 112/113) 
a) Capacidade do adolescente de cumpri-la (respeito à condição de pessoa em desenvolvimento) 
b) Circunstâncias e gravidade do ato 
c) Taxatividade e excepcionalidade das hipóteses autorizadoras da medida de internação 
d) preferência pelas medidas que atendam às necessidades pedagógicas do adolescente e às que visem ao 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários 
 Adolescentes com doença ou deficiência mental deverão receber tratamento individual e especializado, em local 
adequado ás suas condições 
 
24. Medidas socioeducativas em meio aberto 
 
 Liberdade Assistida (arts. 118 e 119) 
 Prazo mínimo de 6 meses, podendo ser prorrogada ou substituída a medida em caso na hipótese de cumpri-
mento inadequado, ou ainda revogada a qualquer tempo, ouvido o orientador, o MP e o Defensor. Não há prazo 
máximo para a LA, embora a doutrina entenda que deve ser aplicado o prazo máximo de 03 anos previstos para a 
internação. 
 Obs. É possível sustentar que a necessidade do cumprimento do prazo mínimo de 6 meses não é absoluta 
(arts. 118, §2º c.c. art. 43, LSINASE) 
 
25. Medidas socioeducativas privativas de liberdade 
 
 Internação (arts. 121 a 125) 
 São princípios que regem a internação: 
a) Brevidade: a medida deve ser aplicada pelo menor tempo possível + entre o ato e a aplicação da medida deve 
transcorrer o menor tempo possível 
b) Excepcionalidade: não poderá ser aplicada a medida de internação se houver outra igualmente cabível (inversão 
do ônus da prova). 
c) Respeito à condição de pessoa em desenvolvimento 
 Obs. Súmula 492/STJ: o ato infracional análogo a tráfico de drogas, por si só, não conduz 
obrigatoriamente à imposição de MSE de internação 
 
 
 
 
 
 
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26. Modalidades de internação 
 
 Hipóteses de cabimento da internação definitiva (art. 122) 
a) Ato praticado com violência ou grave ameaça à pessoa (inciso I) 
b) Reiteração no cometimento de ato infracional grave (inciso II) 
 STF: o regime da medida de internação pressupõe a tipicidade estrita das hipóteses legais que a autorizam (HC 
84.218) 
 Conceito de reiteração (STJ) basta o segundo ato para a caracterização da reiteração delitiva (HC 332.440/SP, 
2016). O mesmo posicionamento é adotado pelo STF. Cabe ao magistrado analisar as peculiaridades do caso e as 
condições específicas do adolescente. 
 
 A reiteração deve ser de ato grave, mas não necessariamente praticado com violência ou grave ameaça (ex. 
tráfico de drogas). A reiteração, também, pressupõe prévia condenação com trânsito em julgado, sendo insufi-
ciente para sua caracterização a mera existência de outros processos por fatos anteriores (STF, HC 88748/SP) 
 STF: não se admite a imposição de MSE privativa de liberdade aos atos infracionais análogos à infração de porte 
de drogas para uso próprio (art. 28, L. 11.343/06), nem mesmo em caso de reiteração ou descumprimento de medida 
anteriormente imposta (STF, HC 119.160 e HC 124.682) 
 Crimes de menor potencial ofensivo (ex. lesão leve, ameaça, constrangimento ilegal) 
 Como o art. 127 prevê que a remissão não prevalece para efeito de antecedente, entende-se que ato infracional 
remido não conta para fins de reiteração (STJ, HC 432.465). 
 
27. Prescrição de medidas socioeducativas 
 
 Prescrição de medidas socioeducativas (STJ) 
 deve-se considerar o prazo máximo das medidas de internação (3 anos), levando qualquer ato prescrever em 4 
anos (STJ). Exceção: se o tipo penal prever pena inferior a 3 anos, usa-se a pena em abstrato como parâmetro (ex. 
lesão corporal leve). Exceção 2: PSC 
 
28. Remissão 
 
 
 
 Obs. A remissão, em qualquer hipótese, não implica o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, 
nem prevalece para efeito de antecedentes (art. 127) 
 Parâmetros: circunstâncias e consequências do fato, contexto social, personalidade do adolescente e sua 
participação no ato. 
 
29. Procedimento de Apuração de Ato Infracional Legitimidade: MP é legitimado exclusivo. 
 Apesar do art. 206, ECA, jurisprudência não admite assistente de acusação, em virtude da finalidade 
preponderantemente pedagógica das MSE (STJ, HC 190.651/SC). 
 Todas as ações são públicas incondicionadas. 
 Não vige o princípio da obrigatoriedade da denúncia, mas o princípio da oportunidade. 
 
 A autoridade policial deve avaliar a possibilidade de imediata liberação, sob pena de incorrer nas penas do art. 
234, ECA 
 
 
 
 
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 Regra geral: comparecendo os pais ou responsável, o adolescente será liberado pela autoridade policial, sob 
termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao Ministério público no mesmo dia ou, não sendo 
possível, no primeiro dia útil imediato (art. 107, p. único, e 174, primeira parte) 
 Exceção: poderá permanecer internado para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem 
pública, em virtude da gravidade do ato ou de sua repercussão social (art. 174). Neste caso, a autoridade policial 
deverá encaminhar o adolescente imediatamente ao MP ou, não sendo possível à entidade de atendimento, que 
fará a apresentação ao MP em 24h. 
 
 Audiência de apresentação (art. 184) 
 adolescente e seus genitores serão notificados a comparecer à audiência. Se o adolescente estiver internado, 
será requisitado. 
 Se os pais não forem localizados, será nomeado curador especial ao adolescente 
 Se o adolescente não for localizado, será expedido mandado de busca e apreensão + sobrestamento do feito 
até a efetiva apresentação 
 Se o adolescente for localizado e notificado, mas não comparecer na audiência injustificadamente, poderá ser 
determinada sua condução coercitiva (art. 187) 
 Art. 186, §2º: a nomeação de defensor ao adolescente é feita em qualquer hipótese e não apenas no caso de 
“fato grave” (art. 207) 
 A falta de entrevista pessoal do adolescente com seu defensor antes da audiência de apresentação configura 
nulidade por violação à ampla defesa (STJ, HC 345.390) 
 
30. Direitos individuais 
 
f) ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação da 
liberdade em seu local de residência, exceto nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou 
violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu local de residência 
(preservação dos vínculos familiares e participação da família na execução da MSE) – art. 49, II, SINASE e art. 124, 
VI, ECA 
 A oferta irregular de programas de atendimento socioeducativo em meio aberto não poderá ser invocada como 
motivo para aplicação ou manutenção de medida de privação da liberdade. 
 O STJ tem entendimento que este não é um direito absoluto (HC 287.618 e 457.094) 
 
31. Direitos individuais 
 
 Direito de visitas (arts. 67/70) 
 Decorre do dever fortalecimento dos vínculos familiares (art. 94, V, ECA) e devem ser autorizadas, ao menos, 
semanalmente (art. 124, VII, ECA). Deve ser garantido também o direito de visitas dos filhos do adolescente, 
independentemente da idade destes. 
 A suspensão das visitas não pode ser imposta como sanção disciplinar (art. 54, §4º, RIFCASA). Todavia, o art. 
124, §2º, ECA diz que a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive dos pais, se 
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade ao adolescente. 
 Deve ser assegurada a visita íntima, comprovado o casamento e a união estável. 
 Não se pode restringir direitos que não foram restringidos pela sentença (art. 1º, §2º, III, LSINASE) 
 
32. Saúde Mental 
 
 Art. 64, LSINASE: O adolescente em cumprimento de medida socioeducativa que apresente indícios de trans-
torno mental, de deficiência mental, ou associadas, deverá ser avaliado por equipe técnica multidisciplinar e multis-
setorial. A avaliação guiará proposta terapêutica (PTS) que será incluída no PIA (§2º) 
 Art. 64, §4º: Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a execução da medida socioeducativa, ouvidos o de-
fensor e o Ministério Público, com vistas a incluir o adolescente em programa de atenção integral à saúde mental 
que melhor atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos para o seu caso específico, observando-se os parâme-
tros da Lei. 10.216/01. A suspensão será reavaliada, no mínimo, a cada 6 meses (§6º) 
 Obs. Art. 46, IV, LSINASE: extinção da medida 
 Art. 20 da Res. 165/12: o adolescente em cumprimento de medida socioeducativa não pode ser transferido 
para hospital de custódia, salvo se responder por infração penal praticada após os 18 (dezoitos) anos e por deci-
são do juízo criminal competente. 
 
 
 
 
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33. Reavaliação do PIA 
 
 Reavaliação obrigatória: LA, SL e Internação devem ser reavaliadas, no máximo, a cada 6 meses, precedida de 
relatório da equipe técnica sobre a evolução no cumprimento do PIA (arts. 42 e 58, L SINASE). Obs. PSC tem prazo 
certo. 
 A contagem do prazo de 6 meses tem início com a data da apreensão do adolescente (detração), considerando-
se, inclusive, o prazo de prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade. Esgotado o prazo sem 
avaliação: possibilidade de HC 
 Para o cômputo do prazo de 6 meses deve ser, inclusive, considerado o período cumprido anteriormente à even-
tual evasão (SINASE não fala que o período deve ser ininterrupto) 
 Art. 42, §2º: “a gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida não são fatores 
que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave” 
 A substituição por medida mais gravosa, inclusive para aplicação de internação-sanção, apenas ocorrerá em 
situações excepcionais, após o devido processo legal, e exige: (i) fundamentação em parecer técnico; (ii) prévia 
audiência para oitiva do adolescente (art. 43, §4º, LSINASE e Súmula 265/STJ + art. 118, §2º, LEP) 
 
34. Unificação de medidas 
 
 Ocorre quando, no curso da execução de uma MSE, sobrevém sentença que aplica nova MSE por ato infracional 
praticado antes do início da execução. 
 A unificação, neste caso, não poderá importar o reinício do cumprimento da MSE ou deixar de considerar os 
prazos máximos e de liberação compulsória, sob pena de repetição indevida da sanção (art. 45, §§1º e 2º + STJ, 
HC 274.565/RJ). 
 A unificação também não poderá gerar nova internação a adolescente que já cumpriu medida desta natureza ou 
que tenha sido transferido para MSE menos rigorosa 
 A medida mais leve será absorvida pela medida de mesma natureza ou mais gravosa. Exceção: medidas em 
meio aberto de natureza diversa (mesmo grau de abrangência pedagógica) 
 A regra não se aplica se o novo ato infracional tiver sido praticado no curso da execução da medida anterior. 
Nesta hipótese, instaura-se a unificação, mas interrompe-se o cálculo do prazo máximo de cumprimento da medida 
(ex. 3 anos da internação) 
 
35. Extinção de medidas 
 
 A medida será declarada extinta (art. 46, LSINASE): 
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaberto, em execução 
provisória ou definitiva (não basta a condenação); 
 Se o jovem maior de 18 anos responder a processo-crime caberá ao juiz decidir sobre eventual extinção da 
execução. 
 O tempo de prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade deve ser descontado do prazo de 
cumprimento da MSE. 
 A liberação compulsória quando completados 21 anos independe de decisão judicial (art. 19 da Res. 165/12 
CNJ). O descumprimento da regra configura o crime do art. 234, ECA 
 
36. Regime Disciplinar 
 
 A apuração da falta disciplinar será feita por comissão composta por, no mínimo, 3 integrantes, sendo 1 obriga-
toriamente oriundo da equipe técnica. Nenhum socioeducando poderá desempenhar função de apuração disciplinar 
ou aplicação de sanção. É vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a adolescente interno, exceto se imprescindível para 
garantia da segurança de outros internos ou do próprio adolescente (confusão com medida de proteção?), sendo 
necessária a comunicação a DP, MP e Juiz, em 24h (art. 48, §2º) 
 São vedadas sanções coletivas sem a individualização das condutas (art. 54, §5º, RIFCASA + art. 45, §3º, LEP 
+ art. 67 Regras de Beijing) 
 Revisão judicial: DPE, MP, adolescente e seus pais poderão postular a revisão judicial de qualquer sanção disciplinar apli-
cada, podendo a autoridade judiciária suspender a execução da sanção até decisão final do incidente (art. 48, LSINASE) 
 Os regimentos internos devem também apresentar estratégias alternativas, consensuais e/ou restaurativas para reso-
lução de conflitos 
 
 
 
 
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