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1 DOR DOR = Nocicepção + Componente Subjetivo Atividade das vias nociceptivas Afetiva e emocional O Grito (1910) - Edvard Munch NOCICEPÇÃO: consciência da estimulação de nociceptores. No cérebro, esses estímulos associados com a lesão real ou potencial podem ser interpretados como dor. POR QUE SENTIMOS DOR? - Fisiologicamente representa um sinal de alerta de lesão real ou potencial; - A dor é um mecanismo essencial de proteção e sobrevivência - Apesar do desconforto é uma modalidade sensorial de grande valor adaptativo. DO PONTO DE VISTA CLÍNICO - Um componente discriminativo sensorial; - Componente afetivo-motivacional. A dor é uma sensação complexa que inclui: 2 RESPOSTA MOTORA Somáticas: reflexo de retirada, vocalização, expressão facial, posição anti-álgica, choro Viscerais: sudorese, vasoconstrição periférica, náuseas, vômitos, etc EXPERIÊNCIA SENSORIAL Dor rápida (percepção objetiva) Dor lenta (percepção subjetiva) EXPERIÊNCIA PSICOLÓGICA Ansiedade, Depressão (dor crônica) Sofrimento Alterações de comportamento A DOR EVOCA EXPERIÊNCIAS E REAÇÕES MÚLTIPLAS DOR (principais causas) morte celular (por estímulos mecânico-térmico-químico); pressão, distensão, contração muscular (entorse-cólica intestinal, biliar ou renal); diminuição de fluxo sanguíneo (isquemia): oferta de nutrientes, promove dor e morte celular (infarto do miocárdio); reação inflamatória: do fluxo de sangue (eritema-calor e dor), da permeabilidade (o edema pressiona os tecidos adjacentes causando dor) e da liberação de mediadores (indutores de dor). RECEPTORES SENSORIAIS Receptores da dor = nociceptores Amplamente espalhados em todos os tecidos, com exceção do tecido nervoso!! Terminações livres Térmicos Mecânicos Químicos VIAS AFERENTES DOR rápida DOR lenta 6 - 30 m/s 0,5 - 2 m/s 3 RECEPTORES DA DOR (NOCICEPTORES): Terminações nervosas livres das fibras A delta e fibras C; •Não se adaptam; •Alto limiar de sensibilidade; •Condições normais – apresentam-se em down-regulation (alto limiar de excitabilidade) •Sua sensibilização – up-regulation CLASSIFICAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA DA DOR 1.DOR NOCICEPTIVA - SOMÁTICA / VISCERAL - DOR REFERIDA - DOR NEUROPÁTICA 2.PSICOSSOMÁTICA 3.QUANTO À INTENSIDADE 4.QUANTO À DURAÇÃO DOR NOCICEPTIVA 1.Lesão libera moduladores que sensibilizam e ativam os nociceptores Exemplo: serotonina; Adenosina; Bradicinina; Prostaglandinas. DOR SOMÁTICA 1.Sensação dolorosa rude, exacerbada ao movimento; 2.É aliviada pelo repouso; 3.É bem localizada e variável, conforme a lesão básica; 4.Ex.: dores ósseas, pós-operatórias, dores músculo- esqueléticas, dores artríticas, etc. DOR VISCERAL 1.É provocada por distensão ou por contrações espasmódicas de uma víscera oca; 2.É mais difusa e mal localizada, profunda, opressiva, constritiva; 3.Frequentemente associa-se a sensações de náuseas, vômitos e sudorese; 4.Muitas vezes dá origem às chamadas dores referidas. 4 DOR REFERIDA DOR NEUROPÁTICA É causada por Alterações periféricas Alterações centrais = parestesias Queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, formigamento ou dormência (sensações chamadas de formigamento) 1.Pode ser: -episódica – temporária ou crônica 1.Causas variadas: 1.1-Compressão ou lesão de vias neuronais -hérnia de disco -síndrome do túnel do carpo Neuropática diabética Neuralgia do trigêmio 1.2-por desaferentação -dor fantasma Após amputação as fibras nervosas do coto começam a brotar e formam um emaranhado de fibras (neuroma) Muito sensíveis Ocorre estimulação espontânea e podem causar intensa dor em pontada DOR POR DESAFERENTAÇÃO 5 DOR PSICOGÊNICA Quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado e há sintomas suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos / psicológicos A REAÇÃO À DOR PODE SER ... 1.SEGMENTAR: *espasmo muscular; *vasoconstrição local. 2.SUPRASEGMENTAR: *insônia; *déficit de atenção; *déficit de concentração; *síndrome hipercinética; *palpitação; *hipertensão; *sudorese. 3.CORTICAL: *reação afetiva motivacional; *aversão; *sofrimento; *medo; *agressividade; *depressão. DOR NOCICEPTIVA – Alterações na sensibilidade dos Nociceptores pode decorrer: HIPERALGESIA Caracteriza uma maior responsividade dos nociceptores pela do limiar de excitabiliade Pode ser: Primária ou secundária ALODINIA -É a dor desencadeada por estímulos (tátil- térmico), que normalmente são inócuos. SENSAÇÕES DOLOROSAS (origem na pele): Dor primária: dor rápida (transmissão), aguda, bem localizada localizada, inicia e termina rapidamente (curta duração), limiar mais baixo, receptores unimodais, liberam glutamato. Transmitida por fibras nervosas A-delta Dor secundária: dor lenta em queimação, dura mais tempo que o estímulo que a causou, difusamente localizada, limiar mais alto, receptores polimodais (vários estímulos), liberam substância P Transmissão por fibras nervosas C 6 K+ 5-HT Histamina Bradicinina Ativação PGE2 Leucotrienos Interleucinas Sensibilização Plaquetas SP (SP) 5-HT CGRP CGRP Reflexo axônico local Substância P Bradicinina Origem: liberado por colaterais de neurônios aferentes. Efeitos: promove a liberação de histamina Origem: produto da degradação do cininogênio encontrado no plasma. Efeitos Ambos VASODILATAÇÃO FLUXO SANGUÍNEO (eritema e calor) Estimulam nociceptores EFEITOS: VASODILATAÇÃO Fluxo (eritema e calor) Permeabilidade = edema Sozinha não produz dor degranulado Histidina descarboxilase HISTAMINA PROSTAGLANDINAS Principais características Os eicosanoides não são encontrados pré-formados nos tecidos. Sua síntese e liberação só acontecem mediante um estímulo Síntese depende da ativação da fosfolipase A2 que leva à formação de ácido araquidônico a partir de fosfolipídeos da membrana celular Apresentam ação de curta duração Exercem ação localizada 7 1.NEURÔNIO DE PRIMEIRA ORDEM -levam informações dos tecidos até a medula espinhal -dois tipos de fibras: A (A delta – dor rápida) e C (dor lenta) 2.NEURÔNIO DE SEGUNDA ORDEM -levam informações da medula espinhal até o tálamo 3.NEURÔNIO DE TERCEIRA ORDEM -do tálamo até o córtex sensorial NEURÔNIOS DE TRANSMISSÃO DA DOR Córtex somatossensorial Córtex pré-frontal Tálamo Sistema límbico Formação reticular Sistema Neoespinotalâmico Sistema Paleoespinotalâmico Medula Espinhal Nociceptores Estímulo doloroso Substâncias químicas Fibras A delta Fibras C ANALGESIA ENCEFALINAS AMPLIFICAÇÃO GLUTAMATO NEUROCININAS SUBSTÂNCIA P Mecanismos endógenos de analgesia É possível regular a sensibilidade dolorosa 8 Teoria do Portão (gate control) Ronald Melzak e Patrick Wall (1960) Mecanismos de analgesia periféricos Táteis Dor lenta - Portão da Dor Impulsos Nociceptivos + - Glu Opiáceos endógenos Glu Impulsos Mecanoceptivos A b Coçar local afetado + + AMPA NMDA METMg2+ G Na+ Despolarização (breve) PPSE de curta duração Excitação a)Transmissão normal GLUT AMPA ativados AMPA – ácido aminometil propiônico NMDA – N-metil-D-aspartato (glicina-co-transmissor) Ca+2i formação de NO e poliaminas Ca+2i (+) proteína cinase – facilitação pré- e pós- sináptica b)Após estímulos repetitivos GLUT NMDA ativados GLUT MET ativados AMPA NMDA MET Mg2+ Na+ Despolarização (sustentada) PPSE de maior duração Excitação Na+ Ca+2 + [Ca+2] PKC + Pi Ip3 DAG + G NOS Arg NO + + Sinalização retrógrada positiva + Fosforilação dos canais de AMPA ODE poliaminas + ODE-ornitina descarboxilase SISTEMA ANALGÉSICO CENTRAL MESENCÉFALO Região Periaquedutal (PAQ) Região Cinzenta Periventricular (PVQ) Bloqueio dos canais de Ca2+ tipo N dos neurônios aferentes Diminuição da liberação de glutamato e co-transmissores Diminuição da frequência de PA no neurônio de transmissão Diminuição da intensidade da dor (ANALGESIA ESPINHAL) PONTE Núcleo da Rafe Mediana BULBO Núcleo Paragiganto Celular MEDULA ESPINHAL Neurônio inibitório Encefalinérgico Neurônio aferente da dor Noradrenalina Serotonina + - 9 Aferência nociceptiva Encefalina GABA (tonicamente estimulado) Substância cinzenta periaquedutal Locus cerúleo (Glutamato) Serotonina Noradrenalina E Fibras A delta Fibras C s Trato espinotalâmico Corno posterior da medula espinhal (+) (-) Núcleo magno da rafe SISTEMA OPIÓIDE Neurônio corno dorsal Interneurônio inibitório Fibra C Enc Hiperpolariza Opióides Glut SP Ativadores do neurônio encefalinérgico: Fibras aferentes nociceptivas, fibras aferentes não-nociceptivas (tato, pressão, temperatura) e vias descendentes do sistema analgésico central superior Consequência: fechamento do portão da dor Vamos sair de mansinho antes que ela invente continuar... F I M
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