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Sociologia prova unisanta p1

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA 
FACULDADE DE DIREITO 
SOCIOLOGIA JURÍDICA 
 
INSTRUÇÕES P1: Escolha duas das três questões para responder. Não se intimide pelo tamanho 
das perguntas, elas contém os elementos para a resposta no cabeçalho e nas citações. As respostas 
serão dissertativas e devem formar um texto que RELACIONE as citações com a questão. NÃO É 
PERMITIDA NENHUMA CONSULTA A QUALQUER TIPO DE MATERIAL OU MEIO 
ELETRÔNICO DURANTE O TEMPO DE DURAÇÃO DA PROVA. O trabalho de pesquisa e 
análise dos textos deve ter lugar em casa, na biblioteca, em grupo de discussão, tomando o cuidado 
para não reproduzir respostas iguais ou que não sejam autênticas. NÃO DECORE AS 
RESPOSTAS. Evite o impulso de buscar antes as respostas na internet e no google. As questões 
não fogem daquilo discutido em sala, inclusive, estão apreciadas nos textos obrigatórios e 
complementares conforme o roteiro de leitura disponível no portal e nas citações de base das 
questões apontados nesta prova. Verifique sempre a credibilidade das fontes de pesquisa. Cada 
questão vale cinco pontos. O aluno que for flagrado COLANDO terá a prova marcada e esta 
passará a valer no máximo cinco pontos (esta penalização é mais fácil de ser aplicada do que o 
zero, então não tente coloca-la à prova). 
 
Bons estudos, e boa prova! 
 
Questão 1. A sociologia aponta no sentido de nos desfazermos de nossas visões de mundo. Para 
Anthony Giddens, ela nos ensina que “o que consideramos natural, inevitável, bom ou verdadeiro 
pode não o ser, e o que tomamos como ‘dado’ nas nossas vidas é fortemente influenciado por 
forças históricas e sociais” (GIDDENS, 2004, p.2). O pensamento sociológico é um saber 
genuinamente vocacionado para a análise do mundo social. Se constrói, enquanto teoria, 
justamente em meio às forças sociais e históricas que pretende analisar. Poderíamos até dizer que a 
sociologia é uma resposta intelectual aos acontecimentos ocorridos na Europa do séc. XVIII. Tendo 
em vista o momento de desenvolvimento da Sociologia enquanto saber, pergunta-se: Qual o 
contexto no qual as forças históricas e sociais em jogo possibilitaram o surgimento da Sociologia? 
RELACIONE esse contexto histórico com as duas passagens a baixo, atentando-se para as 
transformações sociais em curso. Tente DEMONSTRAR o interesse da sociologia por essas novas 
situações sociais. O que está no plano de análise da sociologia? O direito poderia ser foco dessa 
análise? 
 
Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. 
Deste esgoto imundo jorra ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo 
desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem 
civilizado torna-se quase um selvagem. A. de Tocqueville a respeito de Manchester em 
1835 (HOBSBAWM, 2014, p.57). 
 
O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir 
radicalmente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, seus 
costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na 
economia, na política, na vida cultural (MARTINS, 1994, p.24). 
 
 
Questão 2. Para Raymond Aron, Karl Marx foi, antes de mais nada “o sociólogo e o economista do 
regime capitalista. Marx tinha uma teoria sobre esse regime, sobre a influência que exerce sobre os 
homens e sobre o devenir pelo qual passará. Sociólogo e economista do que chamava de 
capitalismo, não tinha uma ideia precisa do que seria o regime socialista, e não se cansava de 
repetir que o homem não podia conhecer o futuro antecipadamente” (ARON, 2000, p.125). Para 
nós, e para o nosso curso, Marx é marcado pela crítica que faz sobre as estruturas sociais e forças 
históricas de sua época. Quais eram, ou para onde estavam direcionadas as críticas de Marx? 
Analisando as citações a baixo, RELACIONE a crítica dirigida por Marx ao direito com a noção de 
base e superestrutura. Qual a importância da economia nessa crítica? Por que a Democracia 
Burguesa para Marx não era verdadeiramente uma democracia? 
 
As relações jurídicas – assim como as formas de Estado – não podem ser compreendidas por si 
mesmas [...] inserindo-se pelo contrário nas condições materiais de existência [...] designadas 
como “sociedade civil”; por seu lado, a anatomia da sociedade civil deve ser procurada na 
economia política (MARX, 2003, p.4-5 in: MELLO, 2013, p.22). 
 
Preocupado em esclarecer as condições sociais e políticas a serem preenchidas para a 
realização da emancipação proletária, Marx refuta veementemente todos os elementos presos 
ao vocabulário jurídico-politico burguês que ainda pudessem constar nos programas 
revolucionários. Os ideias de Estado de direito e da democracia constituíram exigências 
políticas que não contêm nada além da “velha e surrada ladainha democrática: sufrágio 
universal, legislação direta, direito popular, milícia do povo etc. Elas são um mero eco dos 
partidos populares burgueses, das coligações pela paz e pela liberdade” (MELLO, 2013, p.29). 
 
 
Questão 3. Nos estudos de Émile Durkheim, os Fatos Sociais constituem maneiras de ser sociais 
como “as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos e sistemas financeiros, o sentido das vias de 
comunicação, a forma das nossas casas, nosso vestuário, nossa linguagem escrita. Elas são leitos 
estabelecidos de circulação de pessoas e de mercadorias, os modos pelos quais muitas gerações se 
acostumam a comunicar-se, a vestir-se, a edificar suas moradias, a negociar, etc” 
(QUINTANEIRO, 2001, p.19). Se esses fatos são criações coletivas, que características podemos 
lhe atribuir? O direito seria um fato social? Analisando as citações a baixo, diferencie a sanção 
proveniente de um fato moral, da sanção advinda do direito. Depois, explique a função da pena 
jurídica para Durkheim, e por que ela teria mais eficácia sobre aqueles que se submetem de 
maneira mais profunda nas formas de solidariedade social, do que em relação com aqueles que 
assumem certo comportamento desviante ou rebelde? Haveria crime “útil” ou “desejável” para 
Durkheim? 
 
Nós acreditamos que esses dois domínios são muito intimamente unidos para que possam ser 
radicalmente separados. Há entre eles trocas contínuas; assim como há regras jurídicas que se 
tornam morais, há regras morais que se tornam jurídicas. Muito frequentemente o direito não 
se desvincula dos costumes que constituem o seu substrato, tão pouco os costumes do direito 
que os realiza e os determina. [...] A diferença que separa esses dois tipos de penas não diz 
respeito a suas características intrínsecas, mas à maneira como são administradas. Uma é 
aplicada por cada um e por todos, a outra por um corpo definido e bem constituído; uma é 
difusa, a outra é moral (DURKHEIM, 1975, p.79-80 in: WEISS, 2013, p.41-42). 
 
A pena não serve, ou serve de maneira muito secundária, para corrigir o culpado ou intimidar 
seus possíveis imitadores; desse duplo ponto de vista, sua eficácia é justamente duvidosa e, em 
todo caso, medíocre. Sua verdadeira função é manter intacta a coesão social, mantendo toda a 
vitalidade da consciência comum. Negada de maneira tão categórica, esta perderia 
necessariamente parte de sua energia, se uma reação emocional da comunidade não viesse 
compensar essa perda, e daí resultaria um relaxamento da solidariedade social. [...] Assim, ao 
mesmo tempo em que é um produto necessário das causas que a geram, essa dor não é uma 
crueldade gratuita. É o sinal a atestar que os sentimentos são sempre coletivos, que a comunhão 
dos espíritos na mesma fé permanece a mesma e, com isso, repara o mal que o crime faz à 
sociedade (DURKHEIM, 1999, p.81-82 in: WEISS, 2013, p.44-45).

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