BOTÂNICA: CRIPTOGRAMAS - INTRODUÇÃO A SISTEMÁTICA

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BOTÂNICA: CRIPTÓGAMAS
INTRODUÇÃO À SISTEMÁTICA
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SISTEMÁTICA OU TAXONOMIA
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS E REINOS ATUALMENTE RECONHECIDOS
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O ESCOPO DE AÇÃO DA SISTEMÁTICA ENTRE AS CIÊNCIAS
Descrever a diversidade biológica.
Encontrar que tipo de ordem existe na diversidade.
Compreender os processos que são responsáveis pela geração dessa diversidade.
Apresentar um sistema geral de referência sobre a diversidade biológica.
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Classificação Aristotélica
Um sistema de classificação tem por objetivo separar objetos em grupos, seguindo um parâmetro arbitrariamente estabelecido.
Um sistema de classificação não tem como objetivo desvendar a história evolutiva de um grupo de organismos, uma vez que nem precisa reconhecer que houve evolução.
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OBJETIVO
separar os organismos em grupos distintos para facilitar seu estudo.
se dá em geral a partir de parâmetros um tanto quanto arbitrários. 
durante a história da biologia, ocorreram diversas mudanças em relação à classificação dos organismos.
conforme nova informação é descoberta, novos parâmetros são utilizados para a classificação.
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A primeira fase da história da
classificação:o mundo macroscópico.
A primeira fase da classificação dos seres vivos começou na Antiguidade, com o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), autor dos registros escritos mais antigos conhecidos sobre esse assunto, datam do século 4 a.C.
Reconheceu a dicotomia entre dois grandes grupos: das plantas, seres que não se movem, e dos animais, que se movem.
Dedicou atenção especial ao estudo dos animais, publicando o Historia animalium (História dos animais), e descreveu cerca de 500 tipos diferentes de animais que ele chamava de espécie.
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A primeira fase da história da
classificação:o mundo macroscópico.
Estudos mais detalhados das plantas na época foram feitos por um discípulo de Aristóteles, o filósofo Teofrasto (371 - 287 a.C.).
Publicou dois importantes tratados em Botânica: Historia plantarum (História das plantas) e De causis plantarum (Sobre as causas das plantas).
Teofrasto classificava os cerca de 500 tipos de plantas conhecidas com base no modo de crescimento (árvores, arbustos, subarbustos e ervas), presença ou não de espinhos e cultivo ou não pelo ser humano. 
Estudou as ervas medicinais, os tipos de madeira e seus usos.
Autor dos registros escritos mais antigos conhecidos sobre esse assunto datam do século 4 a.C.
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Aristóteles e Teofrasto
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A segunda fase da história da
classificação: do microscópio de luz até as ideias de evolução.
Essa fase começou por volta de 1665 e estendeu-se até cerca de 1940.
Grande avanço no estudo dos seres vivos.
Em 1665, o cientista inglês Robert Hooke (1632-1723) descreveu a célula a partir de cortes finos de cortiça observados ao microscópio de luz.
Antonie von Leeuwenhoek: avanço nos estudos com microrganismos.
Leeuwenhoek fazia observações com amostras do dia a dia, como raspas de placa dos seus próprios dentes, gotas d’água de chuva, vinagre, etc. 
O mundo microscópico que encontrou era desconhecido da comunidade científica.
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Ilustração de modelo de microscópio
desenvolvido por Leeuwenhoek.
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Robert Hooke
Leeuwenhoek
Lineu
Otto Friedrich Muller
Darwin & Wallace
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A segunda fase da história da
classificação: do microscópio de luz até as ideias de evolução.
O naturalista que trouxe as maiores contribuições nesse período, na sistematização do conhecimento sobre as espécies, foi o botânico, zoólogo e médico sueco Carolus Linnaeus (1707 - 1778).
Systema Naturae (Sistema Natural), publicada pela primeira vez em 1735, com apenas 10 pág., refletindo o conhecimento da época e substituindo as desajeitadas descrições usadas anteriormente por descrições concisas, simples e ordenadas.
Lineu agrupou todos os seres vivos em três reinos: o Reino Animal, o Reino Vegetal e o Reino Mineral.
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A segunda fase da história da
classificação: do microscópio de luz até as ideias de evolução.
Reconheceu apenas um gênero (Volvox) com duas espécies. 
Otto Friedrich Muller, por exemplo, em seu extensivo Animalcula Infusoria Fluviatilia et Marina, descreveu dezenas de gêneros e centenas de espécies, alguns ainda hoje válidos, como por exemplo, o gênero Paramecium.
A partir de 1858, dois pesquisadores ingleses, Charles Darwin (1809 - 1882) e Alfred Russel Wallace (1823 - 1913), divulgaram suas ideias sobre evolução por seleção natural.
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A segunda fase da história da
classificação: do microscópio de luz até as ideias de evolução
John Hogg (1860) introduziu o Reino Protoctista para os organismos que não eram nem plantas nem animais.
Ernst Haeckel (1866) introduziu o Reino Protista.
Incluiu seres unicelulares, inclusive bactérias que nomeou de Monera e organismos multicelulares, como as esponjas. 
Em 1894 e 1904, Haeckel restringiu o termo protista apenas aos organismos unicelulares, incluindo moneras.
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John Hogg 
Ernst Haeckel
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Árvore proposta por Ernst
Haeckel (1866), com os 3 reinos: Planta, Animal e Protista.
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A terceira fase da história da
classificação: do microscópio eletrônico ao sistema de cinco reinos.
1932 surge o microscópio eletrônico.
Herbert Copeland (1936) propôs um sistema de classificação em 4 reinos, retirando Monera dos protistas por serem procariontes, resgatando o termo Protoctista de Hogg para eucariontes unicelulares ou multicelulares sem tecidos verdadeiros. Seus reinos eram:
1. Reino Mychota ou Monera: bactérias e cianobactérias;
2.Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelulares como algas e fungos;
3.Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com tecidos;
4. Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com tecidos.
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Classificação dos seres vivos em 4 reinos proposta por Herbert Copeland (1936).
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Sistema de classificação em 5 reinos proposta por Robert Whittaker em 1959.
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A quarta fase da história da
classificação: biologia molecular e a proposta atual.
A partir de 1970 até os dias de hoje, as propostas de classificação estão mais relacionadas com os avanços da biologia molecular.
Lynn Margulis: teoria da endossimbiose.
Atualmente, há dados que confirmam a origem de mitocôndrias e de cloroplastos por endossimbiose.
A árvore filogenética proposta por Margulis em parceria com Karlene Schwartz foi publicada pela primeira vez em 1982; as autoras resgataram o termo protoctista para agrupar algas eucariontes uni e multicelulares, além de eucariontes unicelulares heterótrofos.
Mantiveram o Reino Monera, subdividindo-o em 2 sub-reinos: Eubacteria e Archaea.
No reino das plantas consideraram apenas as plantas terrestres, e mantiveram o reino dos fungos e dos animais.
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TEORIA DA ENDOSSIMBIOSE
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Sistema de 5 reinos proposto por Margulis & Schwartz (1982). Os processos de endossimbiose estão representados por setas tracejadas.
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Lynn Margulis 
Karlene Schwartz
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A quarta fase da história da
classificação: biologia molecular e a proposta atual.
Ao mesmo tempo em que a proposta de classificação de Margulis & Schwartz foi feita, surgiu outra elaborada por Carl Woese (1990).
Um dos pioneiros nos estudos de filogenia molecular, usando inicialmente comparações entre as moléculas de RNA que formam os ribossomos. 
Seus dados evidenciaram que os eucariontes são muito próximos entre si, mas que os procariontes formam 2 grupos distintos.
Estabeleceu uma categoria taxonômica superior a Reino, o Domínio.
Todos os eucariontes podem ser reunidos em um único domínio que chamou Eucarya.
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A quarta fase da história da
classificação: biologia molecular e a proposta atual.
Nos procariontes, foram estabelecidos 2 domínios: Archaea e Bacteria.
Na proposta de Woese, os Reinos Monera e Protista deixam de existir. 
A representação da filogenia proposta por Woese é feita por meio de diagrama deramos, chamado cladograma. 
No caso dos eucariontes, temos também, a classificação proposta inicialmente por Sandra L. Baldauf (2003), e posteriormente modificada por ela e outros pesquisadores em 2007.
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Sistema de classificação proposto por Carl Woese. O Domínio Archaea seria mais próximo evolutivamente do Domínio Eucarya do que do Domínio Bacteria.
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Filogenia dos principais grupos do Domínio Eukarya proposta por Fehling, Stoecker & Baldauf (2007).
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MODELOS DE CLADOGRAMA
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Observemos alguns organismos.
Qual dos animais abaixo é o mais próximo do besouro?
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Qual seria o organismo mais próximo a esta lagarta de borboleta?
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DENDOGRAMA
(ÁRVORE FILOGENÉTICA)
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CONCEITOS
HOMOPLASIA: falsas semelhanças ou coincidências evolutivas.
HOMOLOGIA: parentesco comum.
PLESIOMORFIA: característica antiga.
SINAPOMORFIA: evolução a partir de um mesmo ancestral.
APOMORFIA: características derivadas.
MONOFILÉTICO: possui ascendência comum imediata.
MEROFILÉTICO: não possui ascendência comum imediata podendo ser:
1)Parafilético: grupo do qual foi retirado um ou mais grupos monofiléticos internos.
2)Polifilético: grupo do qual foi retirado um ou mais grupos parafiléticos internos.
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Monofilético ou Holofilético (holofilético é pouquíssimo usado) quer dizer que o grupo tem um ancestral comum imediato a todos.
Por exemplo, você e seu irmão Cauã (supondo que Cauã é seu único irmão) são (numa comparação didática) um grupo monofilético porque vocês possuem um ancestral comum imediato: sua mãe.
 
Você, seu irmão, sua mãe, sua tia Irani (supondo que sua tia Irani é a única irmã da sua mãe) e seus primos Peri e Maiara (únicos filhos da tia Irani) são outro grupo monofilético porque compartilham um ancestral comum imediato: sua avó Açucena.
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ALGAS
Não constituem uma categoria taxonômica definida e sim um agrupamento de organismos com características e históricos evolutivos diferentes, portanto, classificados em reinos distintos.
Em geral, o termo alga é empregado para designar organismos fotossintetizantes, que contém clorofila a como principal pigmento fotossintético, uni ou pluricelulares, procariotos ou eucariotos, predominantemente aquáticos, cujo talo não apresenta diferenciação em raiz, caule ou folhas.
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ALGAS DE ÁGUAS CONTINENTAIS
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ALGAS MARINHAS
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FUNGOS
Fungus = cogumelo (latim); sphongos = esponja (grego).
Organismos eucariotas.
As células dos fungos possuem parede celular contendo quitina.
Possuem hifas que em seu conjunto formam o micélio.
Podem ser sapróvoros, simbiontes ou parasitas.
Vivem em lugares úmidos e sombrios.
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LÍQUENS
Conjunto de 2 organismos através de uma simbiose (mutualismo).
Formado por um fungo e uma alga.
Alguns taxonomistas classificam os líquens em uma divisão chamada Mycophycophyta.
Encontrados nos mais diversos habitats: geleiras, rochas, árvores, folhas, desertos.
Excelentes colonizadores primários. 
No Código Internacional de Nomenclatura Botânica, o termo Liquens ou Líquenes está em desuso, sendo mais adequado o termo Fungos Liquenizados.
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BRIÓFITAS
Briófitas (do grego: bryon: 'musgo'; phyton: 'planta').
Plantas pequenas, geralmente com alguns poucos cm de altura, vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.
Corpo do musgo formado basicamente por 3 partes ou estruturas:
Rizoides: filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;
Cauloide: pequena haste de onde partem os filoides;
Filoides: estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.
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PTERIDÓFITAS
Pteridófita (do grego: pteridon=feto; phyton=planta).
As folhas em brotamento apresentam uma forma que lembra a posição de um feto humano no útero materno.
Primeiros vegetais a apresentar um sistema de vasos condutores de nutrientes.
Isso possibilitou um transporte mais rápido de água pelo corpo vegetal e favoreceu o surgimento de plantas de porte elevado. 
Os vasos condutores representam uma das aquisições que contribuíram para a adaptação dessas plantas a ambientes terrestres.
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FIM