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EXAME FÍSICO DO TÓRAX: RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR Profa Esp. : Michelle Gomes de Lima CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS O sistema respiratório humano é constituído: Fossas nasais, boca, faringe, laringe, traquéia, par de pulmões (brônquios, bronquíolos e alvéolos). Inspiração: contração do diafragma e músculos intercostais. ■ Expiração: relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais. AVALIAÇÃO TORÁCICA Conhecer os marcos anatômicos e suas referências estruturais são imprescindíveis. Avaliar: posterior, anterior e lateral (D e E). O paciente deve estar com o tórax despido e o ambiente deve está bem iluminado. Iniciar o exame com o cliente sentado (posterior e lateral). Inicialmente localizar o ângulo de Louis (junção manúbrio-esternal) . Ponto em que a 2ª costela se articula com o esterno. Iniciar a contagem dos espaços intercostais a partir deste ponto. Localizar posteriormente a borda inferior da escápula Após localizar a 7ª costela, o examinador conta para cima em ordem decrescente para localizar a 3ª vértebra torácica (lobos posteriores). Durante a coleta de informações (histórico de enfermagem) é importante avaliar fatores de risco para doenças pulmonares como: o uso de tabaco, história familiar (DPOC, TB, neoplasia...), ocupação, perda de peso inexplicável, fadiga, tosse persistente, hemoptise, febre etc. Sétima Costela MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX MANÚBRIO-ESTERNAL (ÂNGULO DE LOUIS) BORDA INFERIOR DA ESCÁPULA Tórax Posterior ■ Inspeção: simetria e formato do tórax (postura). ■ Forma: há 3 formas limites do tórax normal conforme o biótipo. O tórax tem o diâmetro ântero-posterior (DAP) menor que o diâmetro transverso (DT). O DT deve ter até o dobro do DAP, podendo variar conforme a idade. ■ Durante a avaliação do tórax posterior o examinador deve avaliar a expansividade torácica (excursão) através da palpação. ■ Palpação: nodosidades, massas, pulsações, movimentos incomuns, sensibilidade. Frêmito tátil: palpação bilateral do tórax em busca da vibração causada pelo som das cordas vocais e repercutido na parede torácica. Percussão: objetivo: investiga a presença de ar ou líquido. Não detecta lesões profundas. A técnica de percussão deve ser a indireta. A percussão torácica deve obedecer a seguinte ordem: tórax posterior, lateral (D e E) e anterior. O padrão sistemático auxilia o examinador a comparar o sons em ambos os lobos pulmonares. O som criado pelos pulmões cheios de ar é normalmente ouvida na parte posterior do tórax. EXCURSÃO TORÁCICA TÉCNICA DA PERCURSÃO TORÁCICA TÉCNICA DA PERCUSSÃO TORÁCICA INSPEÇÃO DINÂMICA Ritmo Respiratório: frequência normal no adulto 16 a 20 respirações por minutos. Eupnéia: é a respiração normal. Taquipnéia: é a respiração rápida e superficial. Bradipnéia: é a respiração lenta e superficial. Apneia: é a ausência de movimentos respiratória. Respiração de Kussmaul: compõem-se de quatro fases: inspirações ruidosas, apneia em inspiração, expiração ruidosa e apneia em expiração. Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, para depois vir decrescendo até nova pausa. Respiração de Biot: Caracteriza-se por ser irregular. As incursões respiratórias podem ser algumas vezes lentas ou rápidas, superficiais ou profundas. Achados normais: escápulas simétricas, coluna vertebral ereta sem desvios, posteriormente as costelas são inclinadas lateralmente e para baixo. Durante os movimentos respiratórios não devem existir nenhum abaulamento. Tipos patológicos de tórax: pode haver variações na aparência do tórax em conseqüência de anomalias musculoesqueléticas, doenças cardíacas ou respiratórias e trauma. Ausculta: Objetivo:avaliar o movimento de ar através da árvore traqueobrônquica, detectando muco ou obstrução. Achados normais: o ar flui sem sinais de obstrução. O examinador deve seguir o mesmo padrão sistemático da percussão para auscultar os pulmões. Os sons ouvidos na parte posterior do tórax são conhecidos como sons broncovesiculares ou vesiculares (normais). Os sons anormais (adventícios) resultam da passagem do ar através de vias umedecidas, com muco ou estreitadas. Sons adventícios: estertores, roncos, sibilos e atrito pleural. LATERAL DO TÓRAX O exame da região lateral do tórax deve ser realizada como extensão da avaliação posterior. O paciente deve manter-se sentado, se possível, com os braços erguidos. A excursão não pode ser avaliada no plano lateral. Tórax Anterior ■ Inspeção: simetria e formato do tórax (postura). ■ Observar os músculos acessórios durante a inspiração e expiração. ■ Normalmente os músculos acessórios pouco se movem e a respiração é tranqüila. ■ Avaliação da freqüência e do ritmo respiratório. ■ A respiração nos homens é mais diafragmática e nas mulheres mais costal. Palpação: na palpação o examinador deverá buscar nodosidades, massas, hipersensibilidade e movimentos incomuns. Para a avaliação da excursão torácica anterior emprega-se a mesma técnica para o tórax posterior . Frêmito tátil: melhor percebido no segundo espaço intercostal, próximo ao esterno, ao nível da bifurcação brônquica. FORMATO DO TÓRAX INSPEÇÃO: Observar a forma do tórax, conforme idade. sexo e biotipo. Tórax em tonel Tórax em funil Peito de pombo Cifoescoliose torácica PECTUS CARINATUM (PEITO DE POMBO) PECTUS ESCAVATUM TORÁX DE BARRI / TONEL CIFÓTICO CIFOESCOLIÓTICO Percussão: pode ser realizada com o paciente sentado ou deitado. Utiliza-se a percussão dígito-digital. Iniciar a nível de clavículas, lateralmente e em seguida para baixo. Distinguir os seguintes sons: timpânico (estômago), maciez (coração), submaciez (músculos) e ressonância (pulmão). Ausculta: deve seguir o mesmo padrão sistemático visto para o frêmito tátil. Paciente em posição sentado com tórax descoberto. Solicita-se ao paciente que realize um ciclo inspiratório com a boca entreaberta. O trânsito de ar pelo trato respiratório na inspiração é capaz de produzir três tipos de sons normais da respiração: Traqueal, brônquico ou tubular - audível sobre a traquéia, é um ruído intenso (como se assoprasse dentro de um tubo). Vesicular ou murmúrio vesicular - é produzido pela turbulência do ar ao entrar nos bronquíolos e alvéolos. É um som de tom baixo e mais intenso. Bronquiovesicular - é uma combinação de som traqueal e murmúrio vesicular. Audível na área de projeção da traquéia e brônquios maiores, nas regiões infra-claviculares, interescapular (regiões apicais dos pulmões, especialmente à direita). RUÍDOS ADVENTÍCIOS São classificados em estertores secos e estertores úmidos. Estertores Secos: Roncos- são secreções espessas nos grandes brônquios. São sons não tão altos, contínuos, escutados nas vias aéreas maiores. Sibilos- são secreções espessas nos brônquios secundários e bronquíolos, mais intenso na expiração. Ex.: bronquite, crises asmáticas, bronco- espasmo. Crepitantes- são ruídos finos, homogêneos, mesma altura, timbre e intensidade. Auscultado na fase inspiratória, modifica-se com a tosse. Ex.: pneumonia, edema agudo (fase inicial). Subcrepitantes ou bolhosos- são ruídos mais grossos e de tonalidade mais grave. Auscultado no final da inspiração e início da expiração, não se modifica pela tosse.Ex.: bronquites, pneumonia, broncopneumonias. Atritos pleurais- são sons do tipo fricção ou grosseiros, causados por duas superfícies pleurais ressecadas que se movimentam uma sobre a outra. EXAME FÍSICO DO CORAÇÃO Posição anatômica do coração: localiza-se no centro do tórax (pericárdio), atrás e à esquerda do esterno, com pequena parcela do átrio direito estendendo-se para a direita do esterno. Limites: Anterior - complexo esterno condrocostal (osso esterno cartilagens costais e costelas); Posterior - coluna vertebral torácica; Inferior - diafragma tóraco-abdominal; Superior - plano fictício que passa ao nível de T4; Lateral - os dois pulmões. Realiza-se a inspeção e palpação simultaneamente. O cliente deve estar em decúbito dorsal elevado a 30º e o examinador do lado direito ou esquerdo. Investigar abaulamentos, depressões ou achatamentos pré-cordiais (observação tangencial ou frontal). Localização do impulso apical ou ponto de impulso máximo (PIM) – 4º ou 5º espaços intercostais, medial à linha hemiclavicular. Em pessoas magras, o coração exibe posição mais vertical e central. Nas pessoas mais baixas e largas , o coração tende a se situar mais à esquerda e horizontal. CICLO CARDÍACO Existem duas fases para o ciclo cardíaco: sístole e diástole. Sístole: contração ventricular esquerda, com ejeção do sangue para a aorta, e do ventrículo direito para a artéria pulmonar. Diástole: relaxamento ventricular e contração atrial, deslocando o sangue para os ventrículos. Lado esquerdo do coração: sons mais audíveis e prolongados. B1 (tum): fechamento da válvula atrioventricular esquerda (mitral). B2 (tá): fechamento da válvula aórtica. Inspeção e Palpação: cliente relaxado e confortável. Observar pulsações visíveis e elevações exageradas e localizar o impulso apical. A palpação dos espaços intercostais a fim de encontrar o 5º espaço (à esquerda do esterno) e localizar a área apical cardíaca. A área epigástrica também é palpada visando encontrar abaulamento aórtico. Ausculta: 1) Concentração. 2) Explicar o procedimento. 3) Iniciar a ausculta do 2º espaço intercostal D, deslocando o estetoscópio para os sítios anatômicos. 4) Ouvir atentamente os batimentos cardíacos em cada localização. 5) Em mulheres elevar a mama esquerda para melhor auculta. 6) Identificar B1 e B2 por 1 minuto. Obs. B1: melhor ausculta no ápice. Ocorre antes da pulsação . B2: melhor ausculta na base aórtica. 7) Atentar para a freqüência e ritmo. 8) A seqüência “tum-tá” deve ser contada como sendo um batimento cardíaco, durante 1 min. 9) Deve ser ouvido em ritmo regular. Obs.: Quando for percebido irregularidade rítmica, o examinador deve comparar as freqüência apical e radial. Ocorre déficit de pulso, quando o pulso radial é mais lento que o apical. 10) Avaliação dos sopros cardíacos. Obs.: Sopros: sons de zunido , ouvidos no início, meio ou final da fase sistólica oi diastólica. VAMOS ESCUTAR OS SONS?