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por deficiência de eritroblastos POR DEFICIÊNCIA DE ERITROBLASTOS: • 1. Número de eritroblastos reduzido; • 2. Quantidade normal de eritroblastos na MO, mas sem diferenciação medular. POR DEFICIÊNCIA DE ERITROBLASTOS: 2.1 – Anemia aplástica 2.2 – Anemias refratárias 2.3 – Eritroblastopenias 2.4 – Hereditárias (constitucionais) Outras Anemias • Anemia Aplástica – Transtorno quantitativo de células precursoras caracterizada por comprometimento de todas as linhagens celulares: anemia, leucopenia e trombocitopenia. – Aplasia ou hipoplasia da medula óssea. Medula normal Medula na anemia aplástica grave 2.1 – Anemia Aplástica Deficiente formação de precursores eritroblásticos medulares a partir da stem-cell. • Alterações do elemento primordial – as células pluripotentes (CD34+); • Das células que dele se originam; • Dos fatores reguladores da hematopoese; • Alterações do microambiente medular. 2.1 – Anemia Aplástica ETIOPATOGENIA: • Qualquer das alterações citadas podem permitir detecção de alteração nas três linhagens de células – eritrócitos, granulócitos e plaquetas. • Verifica-se: oligocitemia, granulocitopenia e plaquetopenia global = PANCITOPENIA OU seletiva = CITOPENIA SELETIVA. 2.1 – Anemia Aplástica ETIOPATOGENIA: as citopenias levam à sintomatologia: - Síndrome de anemia (mais frequente) - Síndrome hemorrágica; - Síndrome infecciosa. 2.1 – Anemia Aplástica AGENTES ETIOLÓGICOS: - Medicamentos: antiinflamatórios, antibióticos, anticonvulsivantes; - Tóxicos: benzeno, inseticidas, solventes; - Radiações ionizantes; - Infecções bacterianas, virais (ex: hepatite); - Metabólicas e imunológicas; - Tumores; - Idiopáticas adquiridas. Classificação das Aplasias Medulares Adquiridas I - Aplasia medular adquirida 1. Idiopática 2. Secundária: a) Medicamentosa; b) Tóxica; c) Infecciosa; d) Imunológica e metabólica; e) Hemoglobinúria paroxística noturna; f) Neoplásica (timona) Classificação das Aplasias Medulares Adquiridas II – Aplasia medular constitucional 1. Anemia de Fanconi 2. Anemia Aplástica Familial 3. Púrpura Trombocitopênica Amegacariocitária 4. Disqueratose congênita Classificação das Aplasias Medulares Adquiridas III – Aplasia de linhagem medular única 1. Aplasia pura de células eritrocitárias 2. Doença de Diamond-Blackfan 3. Neutropenias puras 4. Plaquetopenias puras * Tais aplasias de linhagem medular única podem constituir ou não o prelúdio de uma aplasia medular global. Mecanismo imunológico responsável pela depressão ou supressão da hemopoese: • Imunossupressores (como ciclofosfamida, globulina antilinfocitária) facilitam a hemopoese após transplantes de MO, promovendo melhora do quadro de aplasia medular. • Pacientes em uso de Interferon como tratamento antineoplásico têm redução de hemopoese; enquanto o uso de Ac anti-interferon aumenta o nº de UFC na MO (in vitro). * Daí a indicação de imunossupressores para o tratamento de alguns casos de An. Aplástica. Mecanismo imunológico responsável pela depressão ou supressão da hemopoese: • Pacientes com aplasia podem ter aumento de linfócitos T supresssores ativados na circulação, além de: 1) Aumento de interferon no soro (ocorre também em certas viroses); 2) Aumento da produção de IL-2; 3) Diminuição da produção de IL-1; 4) Diminuição da atividade de linfócitos NK. • Nas infecções por vírus pode haver aumento da produção de IFN pelos linfócitos T, bem como ativação do linfócito T supressores (CD8+). • Certas viroses levam a alterações hematológicas, como granulocitopenia e plaquetopenia , sugerindo diminuição da hemopoese (Ex: hepatites A, B e C; CMV; parvovírus; Epstein Baar; HIV) I - Etiopatogenia da An. Aplástica Adquirida 1) Defeito de proliferação das stem-cells (células CD 34+): geralmente persistente após terapêutica imunossupressora, pode ocorrer evolução para uma proliferação clonal, seguida a esta fase mielodepressiva (instalação de uma Hb Paroxística Noturna, mielodisplasia ou leucemia aguda); Outros fatores envolvidos na Etiopatogenia da An. Aplástica 2) Reação imune contra o parênquima hemopoético, representado pela atuação dos linfócitos CD8+; pelo efeito inibidor dos monócitos e macrófagos sobre as UFC na MO, pela ação inibidora das citocinas (IFN-γ) e o TNF- α, ou por disfunção das células NK. Outros fatores envolvidos na Etiopatogenia da An. Aplástica 3) Alteração do estroma medular, algumas pertencentes ao sistema imune (linfócitos T, B e monócitos); 4) Fatores genéticos (maior susceptibilidade de alguns indivíduos – Ex: antígenos HLA classe II, tipos DR2 e DPW3; familiares de pacientes com aplasia medular, “medulas frágeis”; indução da apoptose pelo Ag. Fas) Quadro clínico • Fraqueza, desânimo, cansaço • Pode haver queixas hemorrágicas (epistaxe, menometrorragia, escarros hemoptoicos, hemorragia cerebral em casos de plaquetopenia acentuada) • Exame físico: palidez cutaneoneomucosa, púrpuras, petéquias, ausência de adeno e hepato ou esplenomegalia * Podem estar relacionados: Hepatite em passado próximo; urina escura (cor de coca-cola) sugere Hb paroxística noturna; em crianças pode-se suspeitar de anemia constitucional. Diagnóstico Laboratorial • Hemograma: anemia normocítica e normocrômica, leucopenia (neutropenia, linfocitose) e plaquetopenia; • Contagem de Reticulócitos: normal ou diminuída; • Mielograma: hipocelularidade global, aumento dos depósitos de gordura, aumento de histiócitos e macrófagos, aumento de grãos de hemossiderina nesses últimos; • Biópsia medular (em caso de dificuldade de obtenção de material por punção): coloração com HE mostra diminuição do parênquima medular, aumento do tecido adiposo ou das fibras colágenas e reticulares do estroma medular. Diagnóstico Laboratorial • Aumento do ferro sérico (não incorporado às células hematopoéticas) e da saturação da transferrina; • Aumento da EPO sérica; • Testes de coagulação podem estar alterados devido à plaquetopenia (TS, retração do coágulo). Diagnóstico Laboratorial * Quando a anemia aplástica é secundária a outras patologias, outros testes laboratoriais são necessários para confirmar tais patologias: - Aplasia medular secundária à HPN : Fe sérico é baixo, devido à perda urinária de Fe, em forma de hemossiderinúria; reticulócitos podem estar aumentados, pois a MO ainda tem certa capacidade funcional. * Deve-se fazer TESTE DE HAM – pesquisa de hemólise em eritrócitos em soro acidificado. Palavras chaves: Teste do soro acidificado; Teste para Hemoglobinúria Paroxística Noturna Condições: Soro desfibrinado (colhido no mesmo dia) + sangue total (citrato/EDTA/oxalato/heparina). Tempo de jejum: - Jejum obrigatório de 8 horas - Intervalo entre mamadas para lactentes Conservação: Até 24 horas refrigerado entre 2 e 8 ºC Comentários A Hemoglobinúria Paroxística Noturna é uma doença adquirida na qual as hemácias do paciente são anormalmente sensíveis a constituintes normais do soro. O diagnóstico é feito pela realização do Teste de Ham. Resultados falso-negativos podem ocorrer após hemotransfusão ou uso de anticoagulantes, enquanto falso-positivos podem ocorrer na anemia megaloblástica ou anemia auto-imune. Formato de resultado METODO: HEMOLISE EM PH ACIDO RESULTADO: VALOR DEREFERENCIA: NEGATIVO Help de Exames : Lab. Hermes Pardini (http://www.labhpardini.com.br/scripts/mgwms32.dll?MGWLPN=HPHOSTBS&App=HELPE&EXA ME=S%7C%7CHAM Diagnóstico Laboratorial - Dosagem de Hb Fetal – aumentada na An. de Fanconi (também podem estar presentes altarações cromossômicas) - Cariograma e cultivo de células medulares * Pode ocorrer macrocitose e vacuolização e eritroblastos e precursores granulocíticos secundária a alguns medicamentos (ex. cloranfenicol), após cessar o tratamento, ocorre retorno ao normal. Diagnóstico Diferencial - An. Aplástica x Leucemia Aguda: biópsia de MO – para afastar possíveis alterações do tecido de sustentação medular por fibrose ou esclerose óssea ou para detecção de focos de células anômalas; ausência de adeno, hepato ou esplenomegalias que sugira a doença neoplásica é dado importante no diagnóstico laboratorial; - An. Aplástica x Mielodisplasia: estudo citogenético das células sanguíneas ou da MO, na mielodisplasia são frequentes alterações cromossomais (nº 5, 7 e 8). Diagnóstico Diferencial - Referência de história clínica de contato com agentes tóxicos ou uso de certos medicamentos em passado próximo, concomitância de sintomas ligados a infecções – são relativamente frequentes. - Não há teste laboratorial que possa comprovar com segurança a relação causa/efeito, por isso a maioria dos casos tende a ficar rotulada como anemia aplástica idiopática. Tratamento - Conduta inicial: esclarecimento da origem da desordem hematológica, afastando-o de qualquer agente ou droga que reconhecidamente deprima a hemopoese; - Distinção clínica entre: Anemia Aplástica Severa x Não-severa Tratamento 1) An Aplástica Severa: pacientes que apresentam anemia e plaquetopenia acentuadas, necessitam de transfusão de concentrado de hemácias (Hb < 9,0 g/dL) e plaquetas (<20.000/mm3). 2) An Aplástica Não-severa: pacientes que apresentam anemia e plaquetopenia discretas, não necessitam de transfusão. Tratamento Sintomático Específico Tratamento Sintomático 1) Transfusão de hemácias e/plaquetas 2) Em caso de neutropenia acentuada e risco de infecções, semi-isolamento; 3) Antibioticoterapia apenas em infecções comprovadas, deve-se evitar uso profilático. Tratamento Específico: Medidas que promovam a recuperação da função medular com normalização da hemopoese. 1) Corticosteroides: sem efeito sobre a hemopoese, mas podem diminuir a fragilidade capilar, reduzindo riscos de sangramento; 2) Andrógenos: estimulam a eritropoese através de ação direta sobre as células indiferenciadas da MO e ação indireta de estímulo à produção de EPO (indicado em aplasia de grau moderado) Tratamento Específico: 3) Esplenectomia: reservada para casos em que se demonstra hiperfunção do órgão; como o baço atua como reservatório de plaquetas, pode ser cogitada quando houver plaquetopenia muito severa; 4) Transplante de MO: seria o tratamento de primeira escolha, entretanto há dificuldades como: idosos não respondem bem ao tratamento, por isso é indicado para pacientes em idade inferior a 20 anos, com doador compatível; pacientes politransfundidos não respondem bem a TMO, devido à sensibilização prévia. Classificação das Aplasias Medulares Adquiridas II – Aplasia medular constitucional 1. Anemia de Fanconi 2. Anemia Aplástica Familial 3. Púrpura Trombocitopênica Amegacariocitária 4. Disqueratose congênita II - Anemia Medular Constitucional • Incluem-se as doenças que há certa predisposição para ocorrer a insuficiência medular, pode aparecer quando indivíduos entram em contato com certas drogas ou toxinas, mesmo em doses pequenas • Aplasia medular familiar: acomete mais de um membro da mesma família • Incide em crianças e adolescentes II.1. Anemia de Fanconi • Defeito básico da Anemia de Fanconi: lesão da célula pluripotente medular (CFU-C) – pequena capacidade de formação de colônias. • Manifesta-se nos primeiros anos de vida, com sintomatologia associada ao quadro de anemia (malformações esqueléticas – sindactilia, ausência do rádio ou ossos do carpo, microcefalia, osteoporos, espinha bífida, escoliose, anomalias da face – também retardamento mental, anomalia renal, surdez, hiperpigmentação cutânea, microftalmia, estrabismo, hipogonadismo, dvertículo, ânus imperfurado). II.1. Anemia de Fanconi • Com frequência acomete mais de um membro da família, comum em casamentos consanguíneos (herança autossômica recessiva, podendo haver pacientes homozigóticos ou heterozigóticos); • É comum que os familiares apresentem diabetes mellitus, leucemia e tumores em geral. • São encontradas anomalias cromossômicas em linfócitos (quebras, faltas, endoduplicação), pode haver defeitos no sistema de reparo do DNA (levando à evolução para quadros de leucemia). • Pode manifestar-se tardiamente após exposição a algum fator ambiental ou viroses. II.1. Anemia de Fanconi – diagnóstico laboratorial • Hemograma, Mielograma e dados da ferrocinética semelhantes ao da Aplasia Medular Adquirida: anomalias hematológicas mais frequentes são pancitopenia e hipoplasia medular; • Anemia costuma ser macrocítica, com poiquilocitose acentuada, neutropenia e plaquetopenias acentuadas; • Podem ser encontrados aumento de Hb Fetal e de expressão de Ag i em eritrócitos; II.1. Anemia de Fanconi – diagnóstico laboratorial • Incidência de anomalias citogenéticas alta e é frequente achados hematológicos sugestivos de síndrome mielodisplásica (evolução para SMD ou para leucemia mieloide aguda é alta); • Alterações genéticas de base: admite-se que há cinco tipos de genes cujas alterações pode levar à aplasia medular da Anemia de Fanconi – patologia considerada como estado pré-leucêmico. II.1. Anemia de Fanconi – tratamento • Tratamento sintomático, aumento da sobrevida dos pacientes; • Única manobra terapêutica corretiva: transplante de MO compatível ou de stem-cell isolada do sangue periférico. II.2. Outras Anemias Medulares Constitucionais • Doenças de difícil diagnóstico, nº de casos pequeno • Também ocorre pancitopenia periférica associada à aplasia medular: Aplasia familial – mais de um caso na mesma família; Púrpura Amegacariocitária – predominância de quadro hemorrágico devido à plaquetopenia (pode levar a óbito, antes da instalação de aplasia medular total); Disqueratose congênita – caracteriza-se pela predominância de hiperpigmentação da pele e anexos, sinais de insuficiência da função medular. Classificação das Aplasias Medulares Adquiridas III – Aplasia de linhagem medular única 1. Aplasia pura de células eritrocitárias 2. Doença de Diamond-Blackfan 3. Neutropenias puras 4. Plaquetopenias puras * Tais aplasias de linhagem medular única podem constituir ou não o prelúdio de uma aplasia medular global. III.1 – Aplasia Pura da Série Vermelha • Doença em que só os precursores eritrblásticos da MO não são capazes de diferenciar-se. Ocorrem anemia e oligocitemia, mas o número dos leucócitos e e das plaquetas é normal no SP. • Tipos: CONSTITUCIONAL ou ADQUIRIDO. III.2– Aplasia Pura da Série Vermelha: CONSTITUCIONAL • Designada como: Anemia Hipoplástica Congênita ou Anemia de Diamond-Blackfan • Não há malformações, exceto discretas alterações das extremidades ósseas das mãos; • Defeito básico da anemia: BFU-E – célula jovem medular comprometida com a linhagem eritroblástica III.1.1 – Aplasia Purada Série Vermelha: ADQUIRIDA • Secundária a algumas causas: a) presença de timona; b) uso de drogas, como cloranfenicol, fenilidantoína, penicilina, aminopirina, fenilbutazona, isoniazida, azatioprina; c) presença de viroses (mononucleose infecciosa); d) LES, Leucemia Linfática Crônica, Linfoma Não- Hodgkin III.1.1 – Aplasia Pura da Série Vermelha: ADQUIRIDA • É encontrada em adultos e crianças (autolimitada, sendo denominada eritroblastopenia transitória da infância); • Podem ser detectados Ac séricos capazes de inibir a maturação dos precursores eritroblásticos ou Ac inibidores da EPO; • Doença de auto-agressão • Remoção do timona ou o uso de imunossupressores provoca melhora da anemia III.3 – Neutropenias puras • Podem ser classificadas em: CONGÊNITAS ou ADQUIRIDAS a) Neutropenias Congênitas: defeito de naturaza constitucional, geralmente localizado na célula granulocítica jovem – maturação da linhagem é interrompida, gerando redução dos segmentados neutrófilos (<2000 céls/mm3). Podem ocorrer tipos ligados a anomalias estruturas – ex.: NEU formados apresentando sistema de proteínas contráteis anormal, incapacidade de locomoção (“síndrome de leucócito preguiçoso”) III.3 – Neutropenias puras a) Neutropenias Congênitas: Também podem ocorrer formação de grânulos lisossomais anômalos – Síndrome de Cediak-Higashi – caracterizada pela presença de granulações citoplasmáticas gigantes nos granulócitos e agranulócitos, com ocorrência de neutropenia. Outras: - Síndrome de Schwachman: neutropenia e insuficiência pancreática exócrina, ocorre em crianças; - Síndrome de Kostmann: agranulocitose congênita, alta gravidade, óbito no primeiro anos de vida. III.3 – Neutropenias puras a) Neutropenias Adquiridas – número de NEU circulantes é reduzido por mecanismos diversos: imonológico, intoxicação por drogas ou Síndrome de Felty*. Além das glicoproteínas do HLA I, os NEU possuem Ag específicos: NA1 e NA2, NB1 e NB2, NC1, ND1, NE1, LANa, SARa (outros: 5a, 5b, 9ª, 9b, Marta, Onda, SLa). Alguns paciente neutropênicos produzem auto- anticorpos contra tais Ag. Os NEU alterados por tais Ac são fagocitados pelo sistema fagocitário mononuclear, especialmente no baço (neutropenia esplênica). III.3 – Neutropenias puras a) Neutropenias Adquiridas: Causadas por drogas – mecanismo etiopatogênicos: - A droga se liga a uma proteína sanguínea, formação de complexo antigênico contra qual o organismo elabora um Ac – formação de um imunocomplexo que ataca os NEU (Ex.: aminopirina*); - Outras drogas atuam diretamente sobre os procursores granulocíticos (Ex.: fenotiazidas, hidantoínas, sulffonamidas e tiouracil). III.3 – Neutropenias puras a) Neutropenias Adquiridas: Síndrome de Felty: tríade conjunta de artrite reumatóide, esplenomegalia (hipersequestração esplênica) e neutrofilia (neutropoese diminuída). Neutropenias Idiopáticas: indivíduos portadores de neutropenias, que vivem com um nº de NEU <2000 céls/mm3, sem apresentarem infecção (pode ser indicada antibioticoterapia profilática se forem atingidos níveis inferiores). III.4 – Plaquetopenias puras Podem ser classificadas em: CONGÊNITAS ou ADQUIRIDAS a) Plaquetopenias Congênitas: aparecem nos 1ºs meses de vida, podem anteceder o quadro de aplasia medular global (semelhança com An. De Fanconi – devido às malformações ósseas). Tipos: - Púrpura Amegacariocitária: - Síndrome de Tar; - Síndrome de Bloom; - Síndrome de Poland. III.4 – Plaquetopenias puras Tipos: - Púrpura Amegacariocitária: hemorragias após o nascimento, seguida da instalação da anemia, depois pancitopenia; - Síndrome de Tar (Trombocitopenia com ausência de Rádio): depressão apenas da linhagem megacariocitária, plaquetas funcionalmente normais, quadro hemorrágico não severo, pode ocorrer anemia; III.4 – Plaquetopenias puras Tipos: - Síndrome de Bloom: trombocitopenia, anemia por alteração de eritropoese, anomalias esqueléticas diversas, comprometimento do desenvolvimento, ocorrência de doenças malignas em alta porcentagem. - Síndrome de Poland: assemelha-se à An. de Fanconi, podendo evoluir para quadro leucêmico. Tratamento das Anemias Aplásticas Tratamento sintomático, uso de transfusão de concentrado de hemácias ou de plaquetas, e antibioticoterapia. - Corticoides: apenas em casos com sangramentos abundantes; - Administração de Andrógenos, Eritropoetina e outras leucinas de efeito estimulante sobre a hematopoese têm sido recomendados (CSF-G, CSF-GM, EPO) - Transplante de MO POR DEFICIÊNCIA DE ERITROBLASTOS: 2.1 – Anemia aplástica 2.2 – Anemias refratárias 2.3 – Eritroblastopenias 2.4 – Hereditárias (constitucionais) • Anemias congênitas ou adquiridas decorrentes da dificuldade de amadurecimento normal das células medulares por defeitos na célula totipotente, resultando em dificuldade proliferativa dos precursores eritroblásticos, granulocíticos e plaquetários. • Celularidade se mantém normal ou ocorre discreta hipoplasia, entretanto não existe maturação normal, ocorrendo pancitopenia. 2.2 – Anemias refratárias (Síndrome de Mielodisplasia) • Nomenclatura atual: Displasia Mieloide ou Síndrome de Mielodisplasia (termo “refratária” refere-se à não resposta aos tratamentos habituais utilizados nas formas mais frequentes). • Defeitos de maturação – nomenclatura: - Diseritropoese - Disgranulocitopoese - Dismegacariocitopoese 2.2 – Anemias refratárias (Síndrome de Mielodisplasia) • FORMAS CONGÊNITAS : apresentam curso clínico semelhante e se caracterizam por apresentar: eritropoese ineficiente e teste do soro acidificado (teste de Ham) positivo. São raras, afetam exclusivamente as células eritroblásticas medulares. Ocorre hiperplasia eritroblástica e modificação do aspecto morfológico dessa linhagem em grau variável. Tipos I, II e III 2.2 – Anemias refratárias (Síndrome de Mielodisplasia) Anemias Refratárias Congênitas Tipos Quadro Clínico Sangue MO I Palidez discreta, herança autossômica recessiva Anemia macrocítica discreta, poiquilocitose, pontilhado basófilo, anisocitose, Fe sérico alevado Hiperplasia eritroblástica, eritroblastos orto e policromatófilo binucleados, pontes internucleares, etritropoese ineficiente aumentada, eritrofagocitose, megaloblastose II Palidez, icterícia, esplenomegalia, colecistite calculosa, herança autossômica recessiva. Anemia normocítica, poiquilocitose acentuada, Teste de Ham positivo, Fe sérico elevado Hiperplasia eritroblástica, eritroblastos orto e policromatófilo bi e multinucleados, eritrofagocitose, mecrófagos aumentados. III Palidez, icterícia, esplenomegalia, herança autossômica dominante (forma rara) Anemia macrocítica, poiquilocitose, Fe sérico elevado. Hiperplasia eritroblástica, presença de células gigantes (gigantoblastos), ertitroblastos multinucleados (até 12 núcleos). • Tipo II: alteração da membrana dos eritroblastos – anomalia de glicosilação da proteína banda 3. • Localização dos genes envolvidos na patogenia dos tipos I e II: cromossomos 15q 15.1-15.3 e 15q 21-25 • Anomalias ósseas também têm sido relatadas em alguns pacientes 2.2 – Anemias refratárias - Etiopatogenia • Em relação às anemias sideroblásticas, hemoglobinúria paroxística noturna (ocorre distúrbio no metabolismo do Ferro e macrocitose), deficiência de B12 e ácido fólico e casos de talassemia.• TRATAMENTO: transfusão de sangue quando necessário, esplenectomia tentada em alguns casos. 2.2 – Anemias refratárias – Diagnóstico Diferencial Anemia das Doenças Crônicas • Anemias de etiopatogenia complexa, dependente de fatores concomitantes associados a doenças de base. • Exemplos de Doenças Crônicas que evoluem para quadro de anemia: - Artrite reumatoide; - Polimiosite; - Insuficiência renal ou hepatica crônica; - Tuberculose; - Neoplasias (mieloproliferativas, carcinomas, sarcomas) - Intoxicações (ex.: chumbo) Tabela: Condições patológicas associadas à Anemia de Doença Crônica Cançado R.D. et al. Anemia de Doença Crônica. Rev. bras. hematol.hemoter. n.24, v.2, p.127-136. 2002 Anemia das Doenças Crônicas • Interferem no aparecimento dessa anemia: 1) Falha de reutilização do Fe: este fica retido nos macrófagos e não entra na formação da Hb (Fe sérico baixo); 2) Diminuição da sobrevida dos eritrócitos; 3) Insuficiência medular (resposta medular inadequada): geralmente por diminuição da EPO. Anemia das Doenças Crônicas – Diagnóstico laboratorial • Presença de oligocitemia, baixa de hemoglobina e diminuição do Fe plasmático; • Saturação da transferrina baixa (diferindo da anemia ferropriva); • Reação de Pearls mostra presença de ferro nos macrófagos medulares. • TRATAMENTO: tratar a doença de base e tentar eliminar os fatores envolvidos na gênese da anemia.
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