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Empréstimo, Comodato, Mútuo, Depósito, Mandato e Fiança

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DO EMPRÉSTIMO
CONCEITO = é o contrato pelo qual uma das partes entrega à coisa fungível ou infungível, com obrigação de restituí-la.
O empréstimo, em qualquer das suas modalidades, pertence à categoria dos contratos que têm por objeto a entrega de uma coisa. Como se perfaz pela tradição, é contrato de natureza real.
ESPÉCIES = o comodato e o mútuo.
DO COMODATO
CONCEITO = é o empréstimo de coisa não fungível, eminentemente gratuito, no qual o comodatário recebe a coisa emprestada para uso, devendo devolver a mesma coisa ao tempo do negócio (art. 579).
CARACTERÍSTICAS
 a) GRATUIDADE = se fosse oneroso seria confundido com a locação. Admite-se a coexistência de empréstimo de uso e de encargo imposto ao comodatário. 
 b) INFUNGIBILIDADE DO OBJETO = implica a restituição da mesma coisa recebida em empréstimo. 
 c) TRADIÇÃO = trata-se de contrato real. Somente com a entrega do bem e não antes, fica perfeito o contrato.
NATUREZA JURÍDICA = o comodato é contrato:
UNILATERAL = gera obrigações apenas para o comodatário.
TEMPORÁRIO = se for perpétuo, transforma-se em doação. O contrato pode ser por prazo determinado ou indeterminado. Neste último caso, existe a presunção de ser necessário ao comodatário servir-se da coisa para o fim a que se destina (art.581). Deve-se o comodante abster-se de pedi a restituição da coisa emprestada, antes de expirado o prazo convencionado ou presumido pelo uso, salvo se demonstrar em juízo a sua necessidade, urgente e imprevista, sendo esta reconhecida pelo juiz.
NÃO SOLENE = a lei não exige forma especial para a validade do contrato, podendo ser utilizada até a verbal, e ser provado por testemunhas.
REQUISITOS LEGAIS
necessidade de autorização especial para os administradores de bens alheios (art.580). 
 capacidade geral para contratar. Não se exige que o comodante seja o proprietário; basta que tenha a posse ou o uso.
SUBCOMODATO = admitido apenas com expressa autorização do comodante.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO
DIREITOS = relativos ao uso e gozo da coisa emprestada, que são sujeitos às normas disciplinadoras.
OBRIGAÇÕES =
CONSERVAR A COISA (art.582): o comodatário deve conservar, como se sua própria fosse, a coisa emprestada, evitando desgastá-la. Não pode alugá-la nem emprestá-la sem autorização. Responde pelas despesas de conservação ou necessárias (art.584). As despesas extraordinárias devem ser comunicadas ao comodante, para que as faça ou autorize a fazê-las. O art.583 dispõe que, em caso de perigo, preferindo o comodatário salvar os seus bens, abandonando o do comodante, responderá pelo ocorrido, mesmo que se possa atribuir o evento a caso fortuito ou força maior. Em regra, responde pelo que a ela ocorrer, mesmo por culpa levíssima, mas não responde pelo que a ela ocorrer em razão do uso normal ou pela ação do tempo, nem por caso fortuito ou força maior.
USAR A COISA DE FORMA ADEQUADA (art.582) = o comodatário não poderá usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos.
RESTITUIR A COISA = no prazo convencionado ou findo o necessário ao uso concedido. O comodatário que se recusar a restituir a coisa praticará esbulho e estará sujeito à ação de reintegração de posse, além de incidir em dupla sanção: responderá pelos riscos da mora e terá de pagar aluguel arbitrado pelo comodante durante o tempo do atraso. Em regra, o comodatário não responde pelos riscos da coisa.Mas, se estiver em mora, responde por sua perda ou deterioração,ainda que decorrentes de caso fortuito ou força maior (art.399).
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODANTE
OBRIGAÇÕES = em regra, não existem, mas podem surgir eventualmente:
O comodante tem a obrigação de reembolsar o comodatário pelas despesas extraordinárias e urgentes que este fizer na coisa, que importem em gastos que excedam da dua conservação normal e não possam esperar que, avisado, o primeiro as efetua tempestivamente.
Compete ao comodante indenizar o comodatário dos prejuízos causados por vício oculto na coisa, dos quais tinha conhecimento e, dolosamente, não preveniu em tempo o comodatário.
Tem a obrigação de receber a coisa em restituição findo o prazo do comodato. Recusando-se a isso, pode ser constituído em mora, sujeitando-se à ação de consignação em pagamento e arcando com todas as despesas da mora.
DIREITOS = correspondem as obrigações do comodatário:
Exigir do comodatário que conserve a coisa como se sua, usando a apenas de acordo com sua finalidade de destinação e natureza.
Exigir que o comodatário efetue os gastos ordinários para conservação uso e gozo da coisa emprestada, restituindo a findo o prazo.
Arbitrar e cobrar aluguel como penalidade e para a satisfação das penas e danos.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
Pelo advento do termo convencionado de uso da coisa de acordo com a finalidade do empréstimo;
Por resolução por iniciativa do comodante em caso de descumprimento pelo comodatário de suas obrigações;
Por sentença, a pedido do comodante, provada a necessidade imprevista eurgente;
Pela morte do comodatário, se o contrato foi celebrado institute personae;
Sua resilição unilateral, nos contratos de duração indeterminada, sem destinação ou finalidade específica. O comodante deve notificar o comodatário para que efetue a devolução no prazo que lhe foi estabelecido. Se a iniciativa for do comodatário, dever;a efetuar a restituição da coisa ou consigna-la judicialmente, se houver recusa sem justa causa em recebê-la (art.335,II)
Pelo perecimento do objeto do contrato, o comodatário responde por perdas e danos se a perda ocorrer por culpa sua, ou, se ocorrida por caso fortuito ou força maior, ele preferiu salvar os seus bens abandonando o do comodane, ou se o comodante estiver em mora de receber.
DO MÚTUO
COMENTÁRIO = empresto uma dúzia de ovos para minha vizinha, e ela me devolve.
CONCEITO = é o empréstimo de coisas fungíveis, pelo qual o mutuário obriga-se a restituir ao mutuante o que dele recebeu, em coisa do mesmo gênero, qualidade ou quantidade (art.586). Por ele, o mutuante transfere o domínio da coisa empresta ao mutuário por conta deste, que se torna proprietário, correm todos os riscos (art.587).
Constitui empréstimo de consumo, pois o mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem, do qual se torna dono, mas sim, coisa da mesma espécie.
NATUREZA JURÍDICA = o mútuo é contrato:
REAL = porque se aperfeiçoa com a entrega da coisa emprestada;
GRATUITO = tradicionalmente considerado, embora o empréstimo de dinheiro seja em regra, oneroso, com estipulação de juros (mútuo fenerrátio: art.591).
UNILATERAL = uma vez entregue a coisa emprestada, nada mais cabe ao mutuante, recaindo as obrigações sobre o mutuário.
NÃO SOLENE = por não ser exigida nenhuma formalidade especialmente para sua celebração.
TEMPORÁRIO = se for perpétuo configura doação (art.592).
REQUISITOS SUBJETIVOS
Como o mútuo transfere o domínio, o mutuante deve ser proprietário daquilo que empresta;
O mutuante deve ter capacidade para dispor da coisa;
O mutuário deve ser capaz
OBJETO DO MÚTUO = é empréstimo de consumo e tem por objeto coisas fungível. Mercadorias e títulos podem ser objeto do contrato, mas na maioria das vezes, o mútuo tem por objeto o dinheiro. 
MÚTUO ONEROSO = rege-se pelo CDC (súmula 297, STJ).
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DAS PARTES
OBRIGAÇÕES DO MUTUANTE = sendo contrato unilateral e real, com a entrega da coisa, nada mais cabe ao mutuante. Contudo, admite-se a sua responsabilidade pelos prejuízos decorrentes de vícios ou defeitos da coisa, de que tinha conhecimento, e a respeito dos quais não informou o mutuário.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MUTUÁRIO = tem a obrigação de restituir, no prazo convencionado, a mesma quantidade e qualidade de coisas recebidas e, na sua falta, pagar o seu valor, segundo o tempo e o lugar em que, segundo a estipulação, devia-se fazer a restituição, quando o contrato não tiver dinheiro por objeto. Se a coisa, ao tempo do pagamento, estiver desvalorizada, deve ser restituído o valor que tinha na data do empréstimo.Art.590: o mutuante tem o direito de exigir garantia da restituição se, antes do vencimento, o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
COMENTÁRIO = penhor e hipoteca é um acessório do contrato
DO DEPÓSITO
 COMENTÁRIO = (entrega de alguma coisa com a finalidade de guardar, não tem direito de usar, só se estiver expresso no contrato). Não solene.
CONCEITO = é o contrato em que uma das partes, nomeada depositário, recebe da outra (depositante), uma coisa móvel, para guardá-la com a obrigação de restituí-la na ocasião ajustada ou quando lhe for reclamada (art.627).
CARACTERÍSTICAS
TEM POR FINALIDADE A GUARDA DE COISA ALHEIA = o depositário não pode servir-se da coisa, sem licença expressa do depositante (art.640).
EXIGE A ENTREGA DA COISA = natureza real do contrato. Comentário: Se não entregar a coisa não tem contrato de depósito.
TEM POR OBJETO COISA MÓVEL = mas a doutrina e a jurisprudência admitem a possibilidade de se depositar imóvel (depósito forense). Comentário: depósito judicial.
IMPÕE AO DEPOSITÁRIO A OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR = define a temporariedade do contrato.
É GRATUITO = salvo se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o pratica por profissão. 
ESPÉCIES
VOLUNTÁRIO
NECESSÁRIO = legal – imposto pela lei
 miserável – extrema necessidade
 dos hospedeiros – pertences em hotéis por exemplo.
SIMPLES = (entre particulares sem finalidade econômica)
EMPRESARIAL
REGULAR
IRREGULAR
CONTRATUAL = (vontade das partes, estipulado no contrato)
JUDICIAL = (mandado judicial, tem a mera detenção sobre a coisa nenhum vinculo, pois ele detém a coisa em nome do estado, ou seja, não tem posse)
DEPÓSITO SIMPLES E EMPRESARIAL = é empresarial o que é feito por causa econômica, em poder ou por conta de empresário. Os demais são simples.
DEPÓSITO CONTRATUAL E JUDICIAL = o contratual confunde-se com o voluntário. O judicial é determinado por mandado do juiz, entregando a alguém a coisa objeto de um processo, com finalidade de preservá-la até que se decida o seu destino.
ESPÉCIES = arts. 647 e 649.
DEPÓSITO LEGAL = é o que decorre do desempenho de obrigação imposta pela lei, nos casos: 
Aquele que é obrigado a fazer o inventor da coisa perdida (art.1.233, parágrafo único);
O de dívida vencida, pendente a lide, quando vários credores lhe disputarem o montante, uns excluindo outros (art.345);
O que deve ser feito pelo administrador dos bens do depositário que se tenha tornado incapaz (art.641);
O de lote compromissado, no caso de recusa de recebimento da escritura definitiva (Decreto-Lei n. 58/1937, art. 17, parágrafo único; e Decreto n. 3.079/1938).
DEPÓSITO MISERÁVEL = aquele que se realiza em ocasiões de calamidade (art.647,II): incêndio, inundação, saque, terremoto, guerra, furação, etc. A premente necessidade que tem o depositante de evitar o perecimento de seus bens, nessas situações de emergência, impele-o a deixá-los com a primeira pessoa que aceite guarda-los. Não se presume gratuito e pode ser provado por qualquer meio de prova.
DEPÓSITO DO HOSPEDEIRO = também denominado necessário por assimilação, e tem por objeto as bagagens dos viajantes ou hóspedes (art.649).
Os hospedeiros respondem pelas bagagens como depositários, cumprindo-lhes assegurar a incolumidade pessoal do hóspede no local, bem como a de seus bens que se achem em poder dele
A responsabilidade decorre tanto de atos de terceiros como de empregados ou pessoas admitidas nas hospedarias. Fica restrita, porém, aos bens que habitualmente os hóspedes costumam levar consigo, não alcançando quantias vultosas ou jóias, exceto se proceder culposamente ou se o hóspede fizer depósito voluntário com a administração do local.
A responsabilidade cessa quando ficar provado que os fatos prejudiciais aos hóspedes não podiam ser evitados (art.650). Permanece, todavia, em se tratando de furtos, com emprego de chave falsa, com ou sem violência.
A obrigação de ressarcir o prejuízo não pode ser excluída nem mediante cláusula de não indenizar pactuada com o hóspede (art.593, CC e art. 51, I e IV do CDC.
DEPÓSITO IRREGULAR E REGULAR
IRREGULAR = aquele em que o depositário pode devolver ao depositante coisas da mesma espécie, quantidade e qualidade, e não exatamente a que lhe foi confiada. A lei equipara o depósito de coisas fungíveis ao mútuo, por cujas regras é regido. Uma vez realizado, o depositário se torna dono da coisa depositada, assumindo os riscos por sua deterioração ou perda.
REGULAR OU ORDINÁRIO = caracterizado pela infungibilidade da coisa depositada, que deve ser restituída.
PRISÃO DO DEPOSITÁRIO INFIEL = admitida pela Constituição (art. 5º LXVII e pelo Código Civil (art.652), foi proibida pelo STF, em 3 de dezembro de 2008, com a revogação da Súmula 619.
DO MANDATO
CONCEITO = é o contrato onde alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses (art. 653).
A pessoa que confere poderes chama-se mandante e é o representado; a que os aceita chama-se mandatário e é representante daquela. A principal característica do mandato é a ideia de representação. Os atos do mandatário vinculam o mandante, desde que dentro dos poderes outorgados (art. 679). Os praticados além dos poderes conferidos no mandato só o vinculam se forem por ele ratificados (art. 665).
ESPÉCIES DE REPRESENTANTES:
LEGAIS = quando a lei lhes confere mandato para administrar bens e interesses alheios;
JUDICIAIS = quando nomeados pelo juiz;
CONVENCIONAIS = quando recebem procuração para agir em nome do mandante.
ATOS QUE PODEM SER REALIZADOS POR MEIO DE PROCURADOR: em regra, todos, desde que lícitos e conforme à moral e aos bons costumes. Alguns atos não podem ser praticados por representante.
NATUREZA JURÍDICA = o mandato é contrato, porque resulta de uma acordo de vontades. A aceitação pode ser expressa ou tácita. É contrato:
PERSONALÍSSIMO OU INTUITU PERSONAE = porque baseia-se na confiança, na presunção de lealdade e probidade do mandatário, podendo ser revogado ou renunciado quando aquela cessar e extinguindo-se pela morte de qualquer das partes. O contrato é celebrado em consideração à pessoa do mandatário.
CONSENSUAL = porque se aperfeiçoa com o consenso das partes.
NÃO SOLENE = por serem admitidos o mandato tácito e o verbal (art. 656).
EM REGRA, GRATUITO = o art. 658 diz presumir-se a gratuidade, quando não houver estipulação de retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário faça por ofício ou profissão lucrativa. O mandato confiado a advogado, corretor ou despachante presume-se oneroso. Nestes casos, não existindo acordo sobre a remuneração a ser paga, ela será determinada pelos usos do lugar ou, na falta destes, por arbitramento pelo juiz (art. 658, parágrafo único, segunda parte).
EM REGRA, UNILATERAL = porque gera obrigações apenas para o mandatário. Se convencionada a remuneração, o mandato passa a ser bilateral e oneroso. 
PESSOAS QUE PODEM OUTORGAR A PROCURAÇÃO: toda pessoa capaz é apta a dar procuração por instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante (art. 654).
OS ABSOLUTA E RELATIVAMENTE INCAPAZES = os menores de 16 anos não podem assinar procuração, que é outorgada pelo seu representante legal (podendo ser por instrumento particular). Os menores entre 16 e 18 anos são assistidos e firmam a procuração junto com estes, devendo ser por instrumento público (art. 654).
PROCURAÇÃO JUDICIAL = a procuração ad judicia pode ser outorgada por instrumento particular pelo menor púbere, assistido por seu representante legal (art. 692, CC).
PESSOAS CASADAS = o mandato conferido por um cônjuge ao outro, para alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis devem observar a forma pública (arts. 220 e 657).
O ANALFABETO = por não possuir firma, deve valer-se de forma pública para outorgar mandato.
AFERIÇÃO DA CAPACIDADE = é feita na data da celebração do contrato.
PESSOAS QUE PODEM RECEBERMANDATO:
O MENOR RELATIVAMENTE INCAPAZ = art. 666. O risco é do mandante, não podendo arguir a incapacidade do mandatário para anular o ato. O mandatário não responde por perdas e danos em razão da má execução do mandato.
O PRÓDIGO E O FALIDO = não são impedidos de exercer mandato, uma vez que a restrição que os atinge se limita à disposição de bens do seu patrimônio. 
A PROCURAÇÃO COMO INSTRUMENTO DO MANDATO: REQUISITOS:
Os requisitos da procuração encontram-se no § 1º do art. 654: indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
Deve obedecer a forma pública no caso de compra e venda de imóvel de superior à taxa legal (art. 657) – art. 108
O reconhecimento da firma no instrumento particular ad negotia poderá ser exigido pelo terceiro com quem o mandatário tratar (art. 654, § 2º).
Procuração apud acta = a verbalmente outorgada, no momento da realização do ato (em geral na audiência), perante o juiz e constante do termo lavrado pelo escrivão.
O SUBSTABELECIMENTO DOS PODERES OUTORGADOS NO MANDATO: pode o mandatário substabelecer a outrem os poderes recebidos do mandante. A este ato de transferência se dá o nome de substabelecimento (subcontrato ou contrato derivado).
Pode ser feito por instrumento particular, ainda que a procuração tenha sido feita por documento público, com (o substabelecente pode continuar a usar dos poderes) ou sem reserva (verdadeira renúncia do mandato) de poderes. Pode ser total (outorga de todos os poderes recebidos) ou parcial (o substabelecido fica inibido de praticar certos atos).
ESPÉCIES DE SUBSTABELECIMENTO: mediante instrumento público ou particular; com ou sem reserva de poderes; total ou parcial.
ESPÉCIES DE MANDATO
QUANTO AO MODO DE DECLARAÇÃO DA VONTADE:
Expresso = a manifestação de vontade revela-se de modo inequívoco, como nos casos que exigem procuração com poderes especiais;
Tácito = só admissível nos casos em que a lei não exija mandato expresso (arts. 891, 1.643 e incisos I, e II; 1.324, e 1.652, II).
QUANTO À FORMA:
Verbal = manifestado por via oral e pode ser comprovado por todos os meios de prova admitidos;
Escrito = por instrumento particular (art. 654) ou por instrumento público, nos casos expressos em lei (art. 657).
QUANTO ÀS RELAÇÕES ENTRE MANDANTE E MANDATÁRIO:
Gratuito;
Remunerado, conforme seja estipulada ou não retribuição ao mandatário.
QUANTO À FINALIDADE PARA QUAL O MANDATÁRIO ASSUME O CARGO:
Judicial = habilita o advogado a agir em juízo e é regido por normas especiais (art. 692);
Extrajudicial = não se destina à atividade postulatória. A procuração será ad negotia = destinada à prática e administração de negócios em geral.
QUANTO AO CONTEÚDO:
Simples = todos os mandatos são civis;
Empresário = os restritos aos negócios mercantis entre empresários (art. 966).
QUANTO À APARÊNCIA:
Real = o que realmente ocorre, com ou sem a procuração;
Aparente = quando terceiro de boa-fé contrata com alguém que tem toda a aparência de ser representante de outrem, mas na verdade não o é (arts. 686 e 689).
QUANTO À EXTENSÃO DOS PODERES CONFERIDOS:
Especial = a um ou mais negócios determinadamente, não podendo ser estendido a outros;
Geral = a todos os negócios do mandante (art. 660).
TAIS MODALIDADES NÃO SE CONFUNDEM COM OS MANDATOS:
- EM TERMOS GERAIS = o mandatário pode praticar todos os atos necessários à defesa dos interesses do mandante. Sofre uma limitação legal: só confere poderes de administração (art. 661). Para atribuir os que ultrapassam a administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos (art. 661, § 1º);
- COM PODERES ESPECIAIS = só autoriza a prática de uma ou mais negócios jurídicos especificados no instrumento. 
MANDATO OUTORGADO A DUAS OU MAIS PESSOAS: art. 672. Se dois ou mais mandatários forem nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes conferidos, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos.
A presunção é a de que o mandato outorgado a mais de duas pessoas seja solidário. Para que sejam considerados conjuntos, deve constar expressa do instrumento. A cláusula in solidum significa que os procuradores são declarados solidários e autoriza a atuação conjunta ou separadamente, de acordo com as regras da solidariedade passiva.
- mandatos declarados conjuntos = ficarão impedidos de validamente atuar em separado, podendo, no caso de não ter participado do ato, ratifica-lo posteriormente.
- mandatos declarados sucessivos = Os mandatários devem proceder na ordem de sua nomeação, e cada um no impedimento do anteriormente referido. No silêncio do contrato, serão considerados simultâneos e solidários, podendo qualquer deles exercer os poderes outorgados.
- mandato fracionário = quando se concede a um mandatário poder distinto do que foi outorgado ao outro.
ACEITAÇÃO DO MANDATO = deve ser dada, ainda que não seja expressa. Impera a liberdade de forma. A aceitação nunca aparece na procuração (art. 659).
RATIFICAÇÃO DO MANDATO = a regra é a de que o mandatário só pode, validamente, agir nos estritos limites dos poderes que lhe foram conferidos. Havendo excesso, o ato será ineficaz em relação àquele em cujo nome foram praticados. O art. 662 traz a possibilidade ratificação, que pode ser expressa ou tácita (resultante de ato inequívoco que demonstre a vontade do mandante em cumprir o negócio realizado em seu nome pelo mandatário.
OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO
Agir em nome do mandante, dentro dos poderes conferidos na procuração (art. 665);
Aplicar toda a sua diligência habitual na execução do contrato e indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua;
Prestar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato (art. 668);
Apresentar o instrumento do mandato às pessoas com quem tratar em nome do mandante;
Concluir o negócio já começado, embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, se houver perigo na demora (art. 674).
OBRIGAÇÕES DO MANDANTE
Satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário dentro dos poderes conferidos no mandato (art. 675);
Reembolsar as despesas efetuadas pelo mandatário;
Pagar-lhe a remuneração ajustada;
Indenizá-lo dos prejuízos experimentados na execução do mandato (arts. 675 a 677).
EXTINÇÃO DO CONTRATO
Pela revogação ou pela renúncia = O mandato, por se basear na confiança, que pode deixar de existir, admite resilição unilateral. Se esta partir do mandante há revogação: se do mandatário: renúncia. 
A revogação pode ser expressa ou tácita (art. 687). Os efeitos da resilição são ex nunc. Os atos praticados não são atingidos. Para produzir efeitos em relação a terceiros de boa-fé há de ser comunicada a estes (art. 686).
Pode haver revogação total ou parcial. E pode acontecer antes ou durante o mandato, sendo que o mandante não é obrigado a apresentar as razões que o levam a revogar o mandato, nem o mandatário a explicar o motivo da renúncia.
Pela morte ou interdição de uma das partes;
Pela mudança de estado;
Pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
IRREVOGABILIDADE DO MANDATO
Quando houver cláusula de irrevogabilidade;
Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário;
Quando conferido com a cláusula “em causa própria” (art. 685)
Quando contenha poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado (arts. 683 a 686).
MANDATO JUDICIAL = é o outorgado a pessoa habilitada, para a defesa de seus direitos e interesses em juízo. Constitui ao mesmo tempo mandato e prestação de serviços (art. 692).
DA FIANÇA
CONCEITO = é o contrato pelo qual alguém se obriga a pagar ao credor o que a este deve terminada pessoa. Um terceiro, denominado fiador, obriga-se perante o credor, garantindo com o seu patrimônioa satisfação do crédito deste, caso o devedor não pague.
Constitui garantia fidejussória, de natureza pessoal (representada pelo patrimônio geral de terceiro), diferente da caução real, que se caracteriza pela vinculação de determinado bem ao cumprimento da obrigação.
FIANÇA E OUTRAS FORMAS DE GARANTIA
Comissão del credere (art. 698) = pela qual o comissária garante, solidariamente, a pontualiadade e a solvabilidade daqueles com quem contrata. Constitui uma garantia solidária de acordo de vontade, autorizada por lei;
Assunção de dívida (art. 299) = pela qual o assuntor assume a dívida de outrem, com modificação subjetiva na relação jurídica. É modo de transmissão de obrigações.
NATUREZA JURÍDICA DA FIANÇA: é contrato:
ACESSÓRIO E SUBSIDIÁRIO = porque depende da existência do contrato principal e tem sua execução subordinada ao não cumprimento deste, pelo devedor. Nula a obrigação principal, a fiança desaparece, exceto se a nulidade decorrer apenas de incapacidade pessoal do devedor (art. 824). Com exceção do mútuo feito a menor (parágrafo único). Por ter caráter acessório, pode ser de menor valor e contraída em condições menos onerosas do que a obrigação principal, nunca maior ou mais onerosa (art. 823).
UNILATERAL = gera obrigações unicamente para o fiador.
SOLENE = depende de forma escrita ad solemnitatem, imposta pela lei (art. 819), por instrumento público ou particular, no próprio corpo do contrato principal ou em separado, mas sempre por escrito. Jamais se presume.
GRATUITO = porque o fiador, em regra, auxilia o afiançado de favor, nada recebendo em troca. Pode, contudo ser oneroso (fianças bancárias e mercantis).
PERSONALÍSSIMO = porque celebrado em função da confiança que o fiador merece.
Não admite interpretação extensiva (arts. 114 e 819) = Súmula 214 do STJ = o fiador não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
ESPÉCIES
1) CONVENCIONAL = resulta de acordo de vontades, necessariamente escrito;
2) LEGAL = imposta pela lei (arts. 260, II; 495; 1.305, parágrafo único e 1400);
3) JUDICIAL = determinada pelo juiz (art. 520,I; 559 CPC).
REQUISITOS SUBJETIVOS
Capacidade para ser fiador: todas as pessoas que tenham a livre disposição de seus bens;
Concedida por mandato, requer poderes especiais;
Um cônjuge não pode, sem o consentimento do outro, exceto no regime da separação absoluta, prestar fiança (art. 1.647, III). A falta de autorização torna o ato anulável (art. 1.649).
REQUISITOS OBJETIVOS
A fiança pode ser dada a toda a espécie de obrigação;
Tendo natureza acessória, sua eficácia depende da validade da obrigação principal;
As dívidas futuras podem ser objeto de fiança (art. 821).
EFEITOS: NAS RELAÇÕES ENTRE CREDOR E FIADOR
Benefício de ordem ou excussão = pode o fiador indicar bens do devedor, que sejam suficientes para saldar o débito (art. 827);
Estipulado o benefício de divisão, fica afastada a solidariedade, tornando divisível a obrigação (art. 829, parágrafo único);
O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor (art. 831);
Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado (art. 830).
NAS RELAÇÕES ENTRE DEVEDOR AFIANÇADO E FIADOR
Pode o fiador, sub-rogando-se nos direitos do credor, exigir do devedor o que pagou, acrescido dos juros pela taxa estipulada na obrigação principal, além das perdas e danos que pagar e pelos que sofrer em razão da fiança (arts. 832 e 833);
Se o credor mostrar-se desidioso, não dando ao feito o regular andamento, poderá fazê-lo o fiador (art. 834);
Quando nem a obrigação, nem a fiança têm prazo certo, pode o fiador exonerar-se quando lhe convier (art. 853).
EXTINÇÃO DA FIANÇA
Além das causas que extinguem os contratos em geral, a fiança extingue-se por atos praticados pelo credor, especificados no art. 838:
Concessão de moratória (dilação do prazo contratual) ao devedor, sem o consentimento do fiador, ainda que solidário;
Frustração da sub-rogação legal do fiador nos direitos e preferência (por abrir mão da hipoteca, p. ex.);
Aceitação, em pagamento da dívida, de dação em pagamento feita pelo devedor.

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