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1 Introdução aos Processos de Fabricação Unidade 5: Soldagem Cursos de Graduação em Engenharia de Produção e Engenharia Mecânica Introdução � Definição: conjunto de processos de manufatura pelos quais duas partes metálicas são unidas permanentemente pela coalescência da interface em contato (superfície de atrito), que é induzida pela combinação adequada de calor e/ou pressão. Em alguns processos, um material de adição é adicionado para facilitar a coalescência. � Aplicações: construções, tubulações, vasos de pressão, caldeiras e tanques de armazenagem, construção naval, aviões, indústria aeroespacial e indústria automotiva e ferroviária. A soldagem é executada em uma variedade de localizações e variedade de indústrias. 2 Introdução: Vantagens do processo de soldagem � Possibilita uma junção permanente (as peças soldadas se tornam uma só unidade); � A junta soldada pode ter resistência mecânica superior às partes que foram unidas (dependendo do processo e do metal de adição); � Geralmente é um processo de união economicamente viável. As alternativas de união mecânica envolvem, em geral, furos, parafusos e rebites, que levam, muitas vezes, o sistema de união a ser mais pesado do que os próprios componentes que estão sendo unidos; � Não é limitado ao ambiente de fábrica, podendo ser realizada no campo, nos locais de uso dos componentes (processo versátil). � Além de ser utilizada na produção de peças e equipamentos, também é usada como manutenção e reparo, prolongando a vida útil de peças e equipamentos. � É aplicável para união de todos os metais comerciais. Introdução: Limitações e desvantagens da soldagem � A maioria dos processos de soldagem é realizada manualmente, sendo necessário treinamento do operador, aumentando o custo com mão de obra; � A maioria dos processos envolve alta energia e é inerentemente perigosa; precauções rigorosas de segurança devem ser praticadas por aqueles que realizam estas operações. � Nos casos em que é necessária a desmontagem do sistema para reparo ou manutenção, a soldagem não é indicada, por ser permanente; � As juntas soldadas podem ter defeitos de qualidade difíceis de serem detectados. Os defeitos podem reduzir a resistência da junta. 3 Introdução: Segurança na soldagem � Soldagem a gás: os combustíveis são um risco de incêndio. � Soldagem com fonte de energia elétrica: perigo de choque elétrico para o trabalhador. � Soldagem a arco: emite radiação ultravioleta, que é prejudicial à visão humana. � Presença de faíscas, respingos de metal fundido e fumaça deve ser considerada. � Unidades de ventilação devem ser usadas para eliminar os gases perigosos gerados por alguns fluxos e metais fundidos usados na soldagem, principalmente em ambientes confinados. Introdução: Automatização na soldagem � Soldagem mecânica: processo mecanizado com equipamento que realiza a operação, sob supervisão de um operador, que deve observar de forma contínua e interagir com o equipamento para controlar a operação. � Soldagem automática: o equipamento é capaz de realizar a operação sem o controle do operador. Um operador está normalmente presente para observar o processo e detectar alterações das condições normais. Adequada para produções em larga escala. � Soldagem robótica: um robô industrial ou manipulador programável é usado para controlar de forma automática o movimento da cabeça de soldagem em relação à peça. 4 Fundamentos: junta soldada � Definição: é a junção de arestas ou superfícies que são unidas pela soldagem. Fundamentos: Aspectos de uma junta soldada por fusão Zona de fusão Zona termicamente afetada (ZTA) Meta de base Uma típica junta soldada por fusão consiste naquela em que o metal de adição é adicionado e constituída de várias zonas: 5 Fundamentos: Aspectos de uma junta soldada por fusão � Zona de fusão: consiste em uma mistura de metal de adição e metal base, que é completamente fundido. Esta região é caracterizada por elevado grau de homogeneidade entre os componentes que tenham sido fundidos durante a soldagem (convecção na poça de solda fundida). � Interface da solda: contorno estreito que separa a zona de fusão da ZTA. Consiste em uma fina faixa do metal de base que foi fundida ou parcialmente fundida durante o processo de soldagem, mas que solidifica de imediato antes de ser misturada com o metal da região de fusão. Fundamentos: Aspectos de uma junta soldada por fusão � Zona termicamente afetada (ZTA): o metal nessa região apresenta temperaturas abaixo do ponto de fusão, mas suficientes para causar alterações microestruturais no metal sólido. O efeito sobre as propriedades mecânicas na ZTA é geralmente negativo e é nesta região da junta soldada que ocorrem com frequência as falhas na soldagem. � Zona do metal de base: zona na qual não ocorrem mudanças microestruturais. Contudo, o metal de base em torno da ZTA é suscetível a estado de tensão elevado, resultando na contração da zona de fusão. 6 Processos de soldagem Processos de soldagem � Os processos de soldagem podem ser classificados em quatro classes: 1 – Soldagem por fusão: processos que utilizam a fusão parcial dos materiais das peças envolvidas na união. Em muitas operações, o metal de adição é adicionado na poça fundida para facilitar o processo e prover o volume e resistência para a junta soldada. Quando o metal de adição não é utilizado, a operação é denominada como solda autógena. Inclui os processos mais usados. 2 – Soldagem no estado sólido: são processos nos quais não ocorre a fusão dos materiais envolvidos. Nenhum metal de adição é utilizado. O coalescimento resulta apenas da aplicação de pressão ou da combinação de calor e pressão. 3 – Brasagem: processos nos quais ocorre a fusão somente dos materiais de adição (Tf>450ºC). 4 – Solda branda: mesmo princípio da brasagem, porém Tf<450ºC. 7 Processos de soldagem Soldagem por fusão Soldagem no estado sólido Brasagem Solda branda Soldagem a arco Soldagem por resistência Soldagem a gás oxicombustível Outros Soldagem por difusão Soldagem por fricção Soldagem por ultrassom Processos de soldagem � Fatores envolvidos na escolha do processo de soldagem: - Aplicação; - Projeto da solda; - Materiais envolvidos; - Forma dos componentes que serão soldados, além de seu tamanho e sua espessura. 8 Soldagem a arco Fundamentos: Arco elétrico � Definição: o arco elétrico é resultado da descarga de corrente elétrica entre um eletrodo (-) e a peça a ser soldada (+). Ele é mantido pela presença de uma coluna de gás ionizada termicamente (plasma), por meio da qual a corrente flui. � Os elétrons emitidos na região catódica passam pela coluna do arco na forma de íons e elétrons livres e alcançam o anodo, para o qual transferem sua energia cinética em forma de calor. � O interior do arco pode atingir altas temperaturas (6000-30000ºC), dependendo do processo. Isto ocorre devido às colisões múltiplas entre os elétrons livres e os íons. 9 � A abertura do arco pode ser feita pelo contato entre a peça e o eletrodo (curto circuito) ou pelo uso de um dispositivo que imponha uma corrente alternada de alta frequência, suficiente para ionizar os gases entre as duas partes. � A poça de metal fundido se forma perto da ponta do eletrodo e, à medida que o eletrodo é movido ao longo da junta, esta se solidifica. Fundamentos: Arco elétrico � O movimento do eletrodo em relação à peça é realizado por um soldador ou por meio mecânico (soldagem mecânica, automática ou robótica). � A produtividade é geralmente medida como duração do arco (proporção de horas em que o arco está aberto durante a soldagem): Duração do arco = (Duração do arco aberto em horas)/(horas totais empregadas na soldagem) 10Soldagem a arco: Eletrodos � Consumíveis: fornecem a fonte de metal de adição em soldagem a arco, sendo consumidos pelo arco durante o processo. - Varetas (eletrodos): apresentam no máximo 450 mm de comprimento. Precisam ser trocados periodicamente, reduzindo a duração do arco de um soldador. - Arame: tem a vantagem de poder ser de forma contínua alimentado à poça de fusão por meio de carretéis com comprimentos extensos, evitando interrupções frequentes. � Não consumíveis: são feitos de tungstênio (ou carbono, raramente), que resistem à fusão do arco. É gradualmente desgastado durante o processo de soldagem. Quando um metal de adição é necessário, este deve ser fornecido por meio de um arame separado, que é introduzido na poça de fusão. Soldagem a arco: Proteção do arco � Gases de proteção: os mais comuns incluem Ar e He, ambos inertes. Na soldagem de metais ferrosos com certos processos a arco, oxigênio e CO2 são usados geralmente em combinação com Ar e/ou He para produzir atmosfera oxidante ou controlar a forma da solda. � Fluxo: material usado para prevenir a formação de óxidos e outros contaminantes indesejáveis, ou para dissolvê-los e facilitar a sua remoção. Durante a soldagem o fluxo funde e torna-se uma poça líquida, cobrindo a operação e protegendo o metal de solda fundido. A escória endurece após o resfriamento e deve ser removida depois. Além disso, o fluxo usualmente é formulado para proporcionar atmosfera protetora para a soldagem, estabilizar o arco e reduzir os respingos. 11 1 - Soldagem a arco com eletrodos revestidos (shielded metal arc welding - SMAW) � Definição: processo no qual a fusão do metal é produzida pelo aquecimento a partir de um arco elétrico mantido entre a ponta de um eletrodo revestido consumível e a superfície do metal de base na junta que está sendo soldada. Em geral, este processo é realizado manualmente. Corrente: 50-300 A (AC ou DC) Potência: <10 kW 1 - Soldagem a arco com eletrodos revestidos (shielded metal arc welding - SMAW) Características dos eletrodos: � Comprimento: 150-460 mm � Espessura: 1,5-8 mm � Alma (metal de adição): deve ser compatível com o metal a ser soldado e a composição normalmente é muito próxima do metal base. � Revestimento: mistura de argila, ligantes à base de silicatos, óxidos, carbonatos, fluoretos, elementos de liga e celulose (em pó). � Classificação: oxidantes, ácidos, rutílicos, básicos e celulósicos. 12 1 - Soldagem a arco com eletrodos revestidos (shielded metal arc welding - SMAW) Funções dos revestimentos: � Isolante elétrico: isola a alma, evitando a abertura de arcos laterais e orientando o calor para o local de interesse. � Ionizante: contém silicatos de Na e K que ionizam a atmosfera do arco, o que facilita a passagem de corrente e o mantém estável. � Com a combustão, fornece gases protetores às gotas do metal fundido contra a ação do hidrogênio e do oxigênio. � Contém componentes escorificantes, formando uma camada de escória sobre o metal de solda, impedindo a oxidação pela atmosfera e reduzindo a taxa de resfriamento. � Pode contribuir com a introdução de elementos de liga para melhorar as propriedades mecânicas da junta soldada. 1 - Soldagem a arco com eletrodos revestidos (shielded metal arc welding - SMAW) � Adequado para soldar aços (ao carbono, baixa liga, resistentes à corrosão e altamente ligados), ferros fundidos, alumínio, cobre, níquel e suas ligas. � Aplicações: edificações, tubulações, estruturas de máquinas, construção naval, processos de fabricação em oficina e trabalhos de reparos. � Não é adequado para ligas com baixo ponto de fusão (ligas à base de Zn, Sn ou Pb), devido à intensa energia gerada pelo arco elétrico e para ligas extremamente reativas (Zr, Ti e ligas desses metais), por não oferecer proteção suficiente à contaminação e/ou reação do metal fundido com os gases da atmosfera. 13 1 - Soldagem a arco com eletrodos revestidos (shielded metal arc welding - SMAW) Os processos de multipasses requerem boa retirada e limpeza da escória após cada passe de solda. Isso faz com que este processo aumente os custos de mão de obra e material. Requer uma pequena variedade de eletrodos. Nível de corrente que pode ser usado: devido ao comprimento do eletrodo variar durante a operação, e este comprimento afetar a resistência do eletrodo ao calor, níveis de corrente precisam ser mantidos em uma faixa segura ou o revestimento irá aquecer e fundir prematuramente quando começar a nova soldagem. O equipamento é portátil e de baixo custo, tornando o processo muito versátil e provavelmente o processo de soldagem a arco mais utilizado. Uso do eletrodo consumível: a medida que são utilizados, os eletrodos devem ser periodicamente trocados. Isto reduz a duração do arco. Processo simples e versátil; DesvantagensVantagens 2 - Soldagem a arco com proteção gasosa (gas metal arc welding - GMAW) � Definição: processo que usa um arco entre um eletrodo consumível e a poça de fusão, usando uma atmosfera gasosa controlada. O eletrodo é um arame metálico alimentado de maneira contínua e automática na poça por meio de uma pistola de soldagem. Diâmetro: 0,8-6,5 mm Comprimento: depende da espessura das peças que serão unidas e da taxa de deposição desejada. 14 2 - Soldagem a arco com proteção gasosa (gas metal arc welding - GMAW) Classificação do processo de soldagem a arco com proteção gasosa: � Processo com gás inerte (Ar, He ou uma mistura Ar+He): proteger a solda da contaminação atmosférica. Adequado para soldagem de ligas de Al e aços inoxidáveis. � Processo com gás ativo (CO2, CO2+O2, Ar+CO2, Ar+N2): o gás tem a capacidade de oxidar o metal durante a soldagem. Promove a estabilidade do arco e da transferência do metal. Para eliminar os óxidos, são adicionados elementos desoxidantes, como o Mn. Normalmente usado para soldagem de aços com baixo e médio teor de carbono. 2 - Soldagem a arco com proteção gasosa (gas metal arc welding - GMAW) � Perfil do cordão de solda característico para diversos gases e misturas 15 2 - Soldagem a arco com proteção gasosa (gas metal arc welding - GMAW) Vantagens: � A eliminação da deposição de escória sobre o cordão evita a necessidade de esmerilhamento manual e remoção da escória, tornando o processo ideal para soldagens multipasses na mesma junta. � Comparado ao processo SMAW, é vantajoso em termos de duração do arco, quando realizado manualmente, pelo fato de usar alimentação contínua de arame ao invés de eletrodos de soldagem. � Boa versatilidade. � Maiores taxas de deposição, quando comparado ao processo SMAW. � Pode ser automatizado. 16 3 - Soldagem com arame tubular (flux-cored arc welding - FCAW) � Definição: processo que usa um arco entre um eletrodo contínuo consumível e a poça de fusão. O eletrodo é tubular e contém um fluxo e outros elementos (desoxidantes e elementos de liga) em seu interior. O arame tubular é flexível e pode, portanto, ser fornecido na forma de bobinas alimentadas continuamente por meio de uma pistola de soldagem a arco. 3 - Soldagem com arame tubular (flux-cored arc welding - FCAW) Existem duas variações do processo: � Soldagem com arame tubular autoprotegido: a proteção do arco é decorrente de um núcleo com fluxo. Neste caso, o núcleo contém, além do fluxo, elementos que geram os gases de proteção para o arco. � Soldagem com arame tubular e proteção gasosa: obtém a proteção do arco por meio de gases fornecidos externamente (CO2 ou CO2+Ar), semelhante ao processo GMAW. 17 3 - Soldagem com arame tubular (flux-cored arc welding - FCAW) É facilmente adaptável em sistemas de manufatura flexível e robótica Produz juntas de altíssima qualidade, planas e uniformes Pode ser usado de modo semiautomáticoe automático: é fácil de automatizar Apresenta melhor taxa de deposição entre os processos manuais Sua aplicação é restrita às ligas ferrosasCombina características dos processos SMAW, SAW e GMAW DesvantagensVantagens 4 - Soldagem a arco submerso (submergerd arc welding - SAW) � Definição: processo de soldagem a arco que utiliza um eletrodo de fio contínuo e consumível (não revestido), e a proteção do arco é fornecida por uma camada de fluxo granular. O eletrodo é alimentado de forma automática no processo por meio de uma bobina. O fluxo é introduzido na junta, ligeiramente à frente do arco de solda, por gravidade, a partir de um funil. A operação de soldagem fica por completo submersa em uma camada de fluxo granular, prevenindo faíscas, respingos e radiação. Corrente: 300-2000 A 18 4 - Soldagem a arco submerso (submergerd arc welding - SAW) � A escória e o fluxo granular sobre o topo oferecem boa proteção da atmosfera e bom isolamento térmico para área de solda, resultando em um resfriamento relativamente lento, junta de solda de alta qualidade, notável tenacidade e ductilidade. � Aplicações: fabricação de aços para perfis estruturais, costuras longitudinais e circunferências para tubos de grande diâmetro, tanques, vasos de pressão e componentes soldados para máquinas pesadas. 4 - Soldagem a arco submerso (submergerd arc welding - SAW) � Adequado para soldagem de praticamente todos os metais ferrosos, incluindo aços baixo-carbono e aços inoxidáveis. � Não indicado para soldagem de aços alto-carbono, aços ferramenta e metais não ferrosos, além de metais com muito baixo ponto de fusão e muito reativos. � Limitação: devido à alimentação por gravidade do fluxo granular, as peças precisam estar sempre na posição horizontal; caso contrário, não há sustentação para o fluxo. Muitas vezes, é necessária a utilização de uma placa de apoio abaixo da junta. 19 4 - Soldagem a arco submerso (submergerd arc welding - SAW) Pode ser automático ou semiautomático Processo com alta produtividade: taxa de deposição/hora é 4-10 vezes maior do que no processo SMAW A contaminação do fluxo (óleos, umidade, etc) durante o seu manuseio ou estocagem pode causar defeitos na junta soldada Pode ser empregado para soldagem de chapas com pequena espessura (2-2,5 mm) e também chapas com grande espessura (até 60 mm) em passes múltiplos Limitação de que as soldas estejam na posição plana e horizontal Possibilidade de soldar chapas com até 15 mm de espessura sem precisar preparar as juntas com chanfros Alto investimento inicial no equipamentoBaixo custo para a soldagem com vários passes de chapas espessas DesvantagensVantagens 5 - Soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa (gas tungsten arc welding - GTAW) � Definição: processo de soldagem a arco que utiliza um eletrodo de tungstênio (Tf=3410ºC) não consumível e um gás inerte (Ar, He ou Ar+He) para proteção do arco. O termo soldagem TIG (tungsten inert gas welding) é geralmente utilizado para este processo. Pode ser aplicado com ou sem metal de adição (na forma de vareta ou arame). 20 5 - Soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa (gas tungsten arc welding - GTAW) � Aplicável à maioria dos metais em grande variedade de espessuras. � Pode ser usado para unir várias combinações de metais dissimilares. � Aplicações comuns: alumínio e aço inoxidável. Também pode ser usado para soldagem de aços ao carbono de baixa liga, magnésio, titânio e metais refratários. � Ferros fundidos, forjados e tungstênio são difíceis de serem soldados por este processo. � Pode ser realizado em todos os tipos de juntas, manualmente ou por métodos mecânicos automatizados. 5 - Soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa (gas tungsten arc welding - GTAW) O processo é geralmente manual, mas pode ser automático e semiautomático É possível utilizar a soldagem TIG para realizar pontos fundidos entre peças sobrepostas, nas posições plana e vertical Para aços, o processo é geralmente mais lento e mais caro do que os outros processos de soldagem a arco que utilizam eletrodos consumíveis, exceto quando seções finas são usadas e requeridas soldas de altíssima qualidade Produz soldas de altíssima qualidade, sem respingos (não é transferido metal de adição através do arco) e pouca ou nenhuma limpeza após a soldagem (não utiliza fluxo) A taxa de resfriamento do metal de solda é alta devido à inexistência de escória e do sopro de gás de proteção Eletrodo não consumível e não se faz utilização de fluxo ou revestimento: o arco é estável e preciso, favorecendo a soldagem de chapas finas e em pequenas regiões DesvantagensVantagens 21 6 - Soldagem a arco plasma (plasma arc welding - PAW) � Definição: forma especial de soldagem TIG em que um arco de plasma constrito é direcionado à área de soldagem. A proteção gasosa é geralmente obtida do gás aquecido e ionizado, injetado através da tocha. Pode ser usada uma proteção gasosa suplementar com gás inerte ou uma mistura de gases inertes. 6 - Soldagem a arco plasma (plasma arc welding - PAW) � As temperaturas na soldagem a arco plasma são elevadas devido à constrição do arco. A energia é altamente concentrada para produzir um jato de plasma de pequeno diâmetro e densidade de potência muito elevada. � Aplicações: subconjuntos de automóveis, armários de metal, portas, molduras de janelas e eletrodomésticos. � Adequado para soldar quase todos os metais, incluindo o W. � Não adequado para soldagem de bronze, ferro fundido, chumbo e magnésio. 22 6 - Soldagem a arco plasma (plasma arc welding - PAW) Uma variedade de metais pode ser soldada com pequenas espessuras (< 6mm) Alta velocidade de soldagem: 120-1000 mm/min Custo elevado do equipamentoMelhor estabilidade do arco e menor distorção térmica Tamanhos de tochas maiores do que outros processos de soldagem a arco, que levam a restrição de acesso a algumas configurações de junta. Alta concentração de energia, atingindo temperaturas de até 33000ºC, calor suficiente para fundir qualquer metal conhecido DesvantagensVantagens Soldagem a gás oxicombustível 23 7 - Soldagem a gas oxicombustível (oxyfuel gas welding - OFW) � Definição: processo onde a união entre os metais é conseguida através da aplicação do calor gerado por uma ou mais chamas, resultantes da combustão de um gás, com ou sem auxílio de pressão, podendo ou não haver metal de adição (na forma de arame nu ou revestido com um fluxo). � A chama é direcionada por um maçarico. 7 - Soldagem a gas oxicombustível (oxyfuel gas welding - OFW) � Quando um metal de adição é utilizado, ele é em geral usado na forma de varetas. Sua composição deve ser similar à do metal base. � O metal de adição é normalmente revestido com um fluxo, que ajuda a limpar as superfícies e prevenir a oxidação, criando uma junta soldada de melhor qualidade. 24 7 - Soldagem a gas oxicombustível (oxyfuel gas welding - OFW) O balanço entre o combustível e o oxigênio é uma variável muito importante, pois determina o tipo de chama: � Chama neutra (mais usada): alcança a temperatura máxima possível com o combustível, pois a eficiência da reação exotérmica é 100%. � Chama oxidante: forma um filme fino protetor de escória, produzido por óxidos sobre o metal fundido. � Chama redutora: atinge a menor temperatura pela combustão incompleta do combustível. 7 - Soldagem a gas oxicombustível (oxyfuel gas welding - OFW) Gás combustível mais utilizado: acetileno (baixo custo e boa temperatura da chama) 25 7 - Soldagem a gas oxicombustível: soldagem a gás oxiacetileno (oxyacetylene welding - OAW) � A combinação de acetilenoe oxigênio é altamente inflamável e, portanto, o ambiente no qual o processo OAW é realizado é perigoso. � O acetileno puro é um gás incolor e inodoro. Por questões de segurança, o acetileno comercial é processado para ter um odor característico de alho. � O gás é instável a pressões muito acima de 1 atm. Desta forma, os cilindros de estocagem de acetileno são embalados com material de enchimento poroso (amianto, madeira de balsa), saturado com acetona (capaz de dissolver o acetileno), proporcionando relativa segurança de estocagem deste gás. � O soldador vete óculos de proteção, luvas e roupas de proteção. � Diferentes roscas são padronizadas para cilindros de oxigênio e acetileno e mangueiras, a fim de evitar uma conexão acidental errada de gases. 7 - Soldagem a gas oxicombustível: soldagem a gás oxiacetileno (oxyacetylene welding - OAW) Raramente é usado para chapas ou placas metálicas com espessura maior do que 6,4 mm, devido às vantagens dos processos a arco em tais aplicações Adequado para produção de baixa quantidade e trabalhos de reparos Em geral, o processo é realizado de forma manual e, portanto, depende da habilidade do soldador para produzir uma solda de qualidade O equipamento é relativamente barato e portátil, resultando em um processo econômico e versátil DesvantagensVantagens 26 Brasagem 8 – Brasagem � Definição: processo de soldagem em que a união ocorre pela adição de um metal fundido (Tf>450ºC) na região interfacial dentre as partes a serem unidas. O material de adição flui por capilaridade à medida em que a distância entre as superfícies a serem unidas é menor do que 0,5 mm. As partes a serem unidas não se fundem. 27 8 – Brasagem � Metais de adição mais usados 8 – Brasagem Também são usados fluxos (ácido bórico, fluoretos, cloretos, iodetos e brometos na forma de pasta, pó ou líquido), com as seguintes funções: � Proteger a superfície do metal de base da oxidação ou evitar contaminação durante a soldagem. � Prevenir perda de elementos com baixa pressão de vaporização. � Aumentar a condutividade térmica da junta. � Permitir que o metal líquido molhe mais facilmente a superfície do metal de base. 28 8 – Brasagem � A fusão do metal de adição pode ser feita por tocha (maçarico) de oxi-gás ou em forno. � Também existem outras possibilidades de aquecimento, como, por exemplo, por indução ou por resistência elétrica da própria peça a ser brasada. Referências Bibliográficas � Groover, M. P. Introdução aos processos de fabricação. Rio de Janeiro: LTC, 2014. � Kiminami, C. S.; Castro, W. B.; Oliveira, M. F. Introdução aos processos de fabricação de produtos metálicos. São Paulo: Blucher, 2013.
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