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RELATÓRIO SOLDAGEM ARIELA SABRINA BARCARO / UNOESC JOAÇABA 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos a soldagem vem sendo empregada largamente na indústria, com o desenvolvimento dos processos e da tecnologia avançada. A solda pode ser definida como uma união de peças metálicas, cujas superfícies se tornaram plásticas, por ação de calor ou de pressão, ou mesmo de ambos. Poderá ou não ser empregado metal de adição para se executar efetivamente a união. Com o desenvolvimento tecnológico da soldagem mais soluções são apresentadas, e assim, cooperando para que em uma mesma atividade existam outros processos. Ao invés de um processo excluir o outro, todos continuam sendo utilizados, direcionando a melhor aplicabilidade de cada operação, e dependendo das necessidades ou dificuldades específicas. Hoje, são utilizados na indústria: eletrodo revestido, MIG/MAG e TIG. Porém para definir qual processo você deve utilizar, é importante conhecer quais as características de cada um, para encontrar vantagens e desvantagens entre eles. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A história da soldagem mostra que desde as mais remotas épocas, muitos artefatos já eram confeccionados utilizando recursos de brasagem, tendo sido descobertos alguns com mais de 4000 anos; a soldagem por forjamento também tem sido utilizada há mais de 3000 anos. A técnica da moderna soldagem começou a ser moldada a partir da descoberta do arco elétrico, bem como também a sintetização do gás Acetileno no século passado, o que permitiu que se iniciassem alguns processos de fabricação de peças, utilizando estes novos recursos. Um grande número de diferentes processos utilizados na fabricação e recuperação de peças e estruturas é abrangido pelo termo soldagem. A soldagem é considerada como um método de união de peças, porém muitos processos de soldagem ou variações destes são usados para a deposição de material de adição sobre a superfície a ser recuperada ou unida. Os processos de soldagem se dividem em dois grupos: soldagem por fusão ou soldagem por deformação. 2.1 SOLDAGEM POR FUSÃO A soldagem por fusão consiste na aplicação localizada de calor na região de união até a sua fusão e a do metal de adição, destruindo as superfícies de contato e produzindo a união pela solidificação do metal fundido. Como podemos observar a soldagem por fusão se divide em: 2.2.1 PROCESSOS DE SOLDAGEM POR FUSÃO 2.2.1.1 SOLDAGEM POR ELETRODO REVESTIDO O processo de soldagem por arco elétrico com um eletrodo revestido, consiste basicamente na abertura e manutenção de um arco elétrico entre o eletrodo e a peça a ser soldada. O eletrodo é formado por um núcleo metálico (alma), revestido por uma camada de minerais (argila, fluoretos, carbonatos) e outros materiais (celulose, ferro e etc) com diametros em torno de 2mm a 8mm. O arco funde simultaneamente o eletrodo e a peça. A alma do eletrodo conduz a corrente elétrica e serve como material de adição. O revestimentos gera escória formada pela queima de alguns componentes do revestimento e gases que protegem da atmosfera a região sendo soldada e estabilizam o arco. Figura 1- Ilustração eletrodo revestido A intensidade de corrente necessária para a fusão do eletrodo varia conforme uma série de fatores. Correntes que ultrapassam as faixas recomendadas pelo fabricante podem danificar o revestimento e ocasionara perda de resistência mecânica da junta, além de permitir a formação de respingos; no entanto, eletrodos com revestimentos espessos sem substâncias orgânicas podem suportar valores maiores de corrente. O melhor modo de saber qual a corrente adequada a um dado eletrodo é consultar as instruções do fabricante. O equipamento para solda com eletrodo revestido consiste em: uma fonte de energia (máquina de solda), porta eletrodo, cabos, e equipamentos de segurança como máscara, luvas e avental. Para iniciar a solda, a parte não revestida do eletrodo é fixada no porta eletrodo e o arco inicia-se quando se toca ligeiramente o eletrodo sob a peça a ser soldada, na sequencia o soldador segue manualmente a linha da junta de solda. Figura 2- Soldagem por eletrodo revestido O calor produzido pelo arco elétrico é suficiente para fundir o metal de base, a alma do eletrodo e o revestimento. Quando as gotas de metal fundido são transferidas através do arco para a poça de fusão, são protegidas da atmosfera pelos gases produzidos durante a decomposição do revestimento. A escória líquida flutua em direção à superfície da poça de fusão, onde protege o metal de solda da atmosfera durante a solidificação. As vantagens de se fazer uma junta soldada com eletrodo são: Processo de soldagem de baixo investimento; Não há necessidade de suprimentos de gases; Flexibilidade de aplicação; Equipamentos podem ser usados também em outros processos. SELEÇÃO DE ELETRODOS REVESTIDOS PARA AÇOS CARBONO Muitos fatores devem ser considerados quando se seleciona o eletrodo adequado para uma determinada aplicação. Alguns itens a serem considerados são: Tipo do metal de base: a soldagem de aços carbono ou aços de baixo carbono (teor de carbono inferior a 0,30%) com eletrodos revestidos de alma de aço doce não apresenta problemas na medida em que a resistência à tração do metal de solda normalmente excede a resistência à tração do metal de base. No entanto, a composição química do metal de base também é importante. Soldas realizadas em aços de usinagem fácil que tenham um teor relativamente alto de enxofre serão porosas a menos que sejam feitas com um eletrodo de baixo hidrogênio como o E7018. Algumas vezes são encontrados aços fora de faixa ou aços carbono de composição química duvidosa. Nesses casos a melhor escolha seria um eletrodo revestido de baixo hidrogênio. Posição de soldagem: a posição de soldagem determinará se será empregado um eletrodo para soldagem em todas as posições ou outro para posições plana e horizontal. Correntes de soldagem mais altas e, portanto, maiores taxas de deposição são possíveis durante a soldagem nas posições plana ou horizontal. Sempre que possível, a peça deve ser posicionada levando-se em consideração a facilidade de soldagem a maior velocidade de soldagem. Equipamento disponível: a escolha do eletrodo dependerá dos equipamentos CA ou CC disponíveis. Se ambos os equipamentos estiverem disponíveis, considere os seguintes fatos gerais: - para uma penetração mais profunda empregue CC+ - para uma penetração menos profunda e maior taxa de deposição empregue CC- - para ficar livre de sopro magnético aplique CA Espessura da chapa: durante a soldagem de chapas finas devem ser empregados eletrodos de baixa penetração. Chapas mais espessas podem necessitar de um eletrodo com penetração profunda. Muitas chapas grossas podem necessitar de eletrodos de penetração profunda para o passe de raiz, e de um eletrodo de mais alta taxa de deposição para os passes subsequentes. Montagem: alguns eletrodos são mais adequados que outros no fechamento de aberturas das peças a serem soldadas. Alguns fabricantes de eletrodos produzem consumíveis especialmente formulados para montagens deficientes. Custos da soldagem: os principais fatores que afetam os custos da soldagem são a mão de obra e indiretos, a taxa de deposição, a eficiência de deposição e o custo dos eletrodos. 2.2 SOLDAGEM MIG/MAG Na soldagem ao arco elétrico com gás de proteção (GMAW - Gas Metal Arc Welding), também conhecida como soldagem MIG/MAG (MIG/Metal Inert Gas e MAG/Metal Active Gas), um arco elétrico é estabelecido entre a peça e um consumível na forma de arame. O arco funde continuamente o arame à medida que este é alimentado à poça de fusão. O metal de solda é protegido da atmosfera pelo fluxo de um gás (ou mistura de gases) inerte ou ativo. Figura 3 - Soldagem MIG/MAG Quando o arame consumível entra em contatocom o metal base, temos o fechamento do circuito e a circulação de corrente elétrica entre o polo positivo e o polo negativo, os metais são aquecidos até a temperatura de fusão e o resultado é a chamada "poça de fusão" que efetua a junção dos metais ali presentes. Parte desta poça de fusão é composta pelo arame consumível ou metal de adição, e parte é composta pelo resultado da fusão entre o arame e o metal de base, o que é chamado de diluição. Após o resfriamento desta poça de fusão temos a união entre estes metais. O processo de soldagem funciona com corrente contínua (CC). Essa configuração é conhecida como polaridade reversa. São comumente empregadas correntes de soldagem de 50A até mais que 600A e tensões de soldagem de 15V até 32 V. Um arco elétrico autocorrigido e estável é obtido com o uso de uma fonte de tensão constante e com um alimentador de arame de velocidade constante. Essa tensão determina o comprimento do arco. Quando ocorre uma variação brusca da velocidade de alimentação do arame, ou uma mudança momentânea da tensão do arco, a fonte aumenta ou diminui abruptamente a corrente (e, portanto, a taxa de fusão do arame) dependendo da mudança no comprimento do arco. A seleção do gás correto para sua aplicação, é crítico para a qualidade final da solda. O critério de escolha usado, inclui as seguintes características, mas não está restrito a elas: Tipo de metal base a ser soldado Alguma característica especial do material depositado após a soldagem Espessura do material a ser soldado e o design da solda Modo de transferência do material Posição de soldagem Tipo de penetração necessária para a solda Aparência final da solda Custo Para a soldagem de aços em geral, precisamos de um gás de característica inerte, pois precisamos proteger a poça de solda, para que enquanto o material estiver sendo depositado, ele não reaja com nada à sua volta. A opção tradicional neste caso é o gás chamado de mistura, que se compõe normalmente de 75% de CO2 e 25% de argônio. Em situações específicas, pode se utilizar este gás em proporções diferentes. O gás é comercializado por metro cúbico (m3) em cilindros de alta pressão, normalmente com capacidade para 3, 7 ou 10 m3. Já para o processo MAG é necessário um gás ativo, que reage na poça de solda durante a soldagem, e o gás utilizado é o CO2 principalmente por questões de custo. Este gás é vendido por kg em cilindros de alta pressão, sendo que o tamanho padrão para a indústria são cilindros com capacidade de 25 kg. O processo de soldagem MIG/MAG proporciona muitas vantagens na soldagem manual e automática dos metais para aplicações de alta e baixa produção. De um modeo geral pode-se dizer que suas principais vantagens são: Alta taxa de deposição e alto fator de trabalho do soldador; Grande versatilidade, quanto ao tipo de material e espessuras aplicáveis, Não existência de fluxos de soldagem e, consequentemente, ausência de operações de remoção de escória e exigência de menor habilidade do soldador, quando comparada à soldagem com eletrodos revestidos. altas velocidades de soldagem; menos distorção das peças; largas aberturas preenchidas ou amanteigadas facilmente, tornando certos tipos de soldagem de reparo mais eficientes; Não há perda de ponto como no eletrodo revestido. 2.3 SOLDAGEM TIG O processo de soldagem TIG ou Gas Tungsten Arc Welding (GTAW), como é mais conhecido atualmente, é um processo de soldagem a arco elétrico que utiliza um arco entre um eletrodo não consumível de tungstênio e a poça de soldagem. Conforme pode-se notar pela figura abaixo, a poça de soldagem, o eletrodo e parte do cordão são protegidos através do gás de proteção que é soprado pelo bocal da tocha. Figura 4 - Ilustração soldagem TIG No processo, pode-se utilizar adição ou não (solda autógena), e seu grande desenvolvimento deveu-se à necessidade de disponibilidade de processos eficientes de soldagem para materiais difíceis, como o alumínio e magnésio, notadamente na indústria da aviação no começo da Segunda grande guerra mundial. Assim, com o seu aperfeiçoamento, surgiu um processo de alta qualidade e relativo baixo custo. A fonte de soldagem fornece corrente (amperagem) constante podendo ser contínua ou alternada. Com corrente contínua deve-se utilizar a polaridade direta, isto é, o eletrodo conectado no polo negativo e a peça no polo positivo. O valor e tipo da corrente dependem da espessura e tipo de metal base a ser soldado. Na fonte, além do controle do valor da corrente de soldagem, temos o pré fluxo de gás que determina o intervalo de tempo entre o início da vazão e a ignição do arco elétrico (protegendo o eletrodo na abertura do arco elétrico ), o pós fluxo que determina o intervalo de tempo entre a extinção do arco e o fim da vazão de gás (protegendo a poça de fusão e o eletrodo, ainda quentes, da oxidação no final da operação de soldagem) e a intensidade da corrente de alta frequência (utilizada para ignitar o arco elétrico e estabilizar o arco com corrente alternada). Os equipamentos utilizados para a soldagem TIG são: Fonte de energia elétrica; Tocha de soldagem; Fonte de gás protetor; Dispositivo para abertura de arco; Cabos e mangueiras. No processo GTAW os eletrodos não são consumíveis e tem o papel de servir como um dos terminais do arco que irá gerar o calor para o processo. Ao aproximar-se da sua temperatura de fusão (3410), o tungstênio torna-se termoiônico, como uma fonte disponível de elétrons. Ele alcança esta temperatura através de aquecimento por resistência e, caso não houvesse um forte efeito de resfriamento pela saída dos elétrons de sua extremidade, esta ponta poderia fundir-se. Os eletrodos são classificados com base em sua composição química, como na tabela abaixo
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