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Resenha do Livro A luta pelo direito

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Resenha do Livro: A luta 
pelo direito 
Autor: Rudolf Von Ihering
O livro aborda sobre a 
necessidade dos esforços 
individuais para o alcance da 
paz que o direito tanto visa. 
Sendo composto por três 
capítulos, o livro desenvolve 
de forma abrangente dos a 
realidade da justiça, não 
somente no âmbito teórico 
esforços, mas também faz 
uso da prática quando 
expõe diversas 
exemplificações de 
situações habituais da 
esfera jurídica para 
fundamentar a tese 
defendida.
Para o autor o direito é uma 
constante luta. Sabendo que 
o direito é entendido em 
dois sentidos, o objetivo: 
preceitos jurídicos 
ordenados e aplicados pelo 
Estado e o subjetivo: que é o 
direito de caráter individual. 
Este último configura o 
objeto de estudo escolhido 
por ele. 
Na introdução Von Ihering 
compara a teoria de Savigny 
e de Puchta sobre a origem 
do direito. Estes acreditam 
na formação de um direito 
sem grandes esforços e 
lutas. Para eles o direito se 
forma de maneira natural e 
imperceptível na sociedade. 
Porém o autor discorda no 
fato de que grande parte, 
senão a maioria dos direitos 
conquistados, terem sido 
produto de grandes lutas e 
batalhas ardentes, muitas 
vezes até sangrentas. 
Ihering afirma inclusive, que 
não se deve lamentar a 
necessidade da luta para a 
formação do direito. Pois 
este quando adquirido sem 
esforço não possui valor e 
que o sacrifício estabelece 
entre o possuidor e o seu 
direito uma sólida relação.
O segundo capítulo se inicia 
abordando a temática da 
moral, para o autor todo ser 
vivente tem o instinto de 
conservação da sua 
existência. Mas os humanos, 
além disso, possuem 
também a necessidade de 
defender a existência da 
moral. Logo, o direito se 
encarrega dessas duas 
partes, tanto de proteger a 
integridade física dos 
indivíduos como a moral. Ele 
exemplifica isso com a 
experiência dos romanos 
que rebaixavam os escravos 
ao nível de animais por eles 
não possuírem direitos. 
Atribui também à defesa do 
direito um dever de 
conservação da própria 
moral. Para ele, aceitar uma 
injustiça pacificamente é 
abandonar a moral. A única 
hipótese que o autor 
considera justificável o 
abandono do direito é 
quando lutar por ele põe em 
risco a sua própria 
existência.
Na dinâmica da sociedade o 
sentimento jurídico dos 
Estados e dos indivíduos se 
torna mais forte na medida 
em que a violação dos 
direitos ameaça suas 
condições existenciais.
Para Ihering só se conhece 
verdadeiramente o direito 
quando se experimenta a 
dor da injustiça e mais ainda, 
para ele o valor ideal que o 
direito possui vai muito além 
das questões de interesse, 
configura uma conexão 
íntima entre o direito e 
aquele que o reclama. 
Idealista portanto, seria o 
impulso de ordem moral que 
não se atem a um puro 
materialismo simplista, mas 
que engloba a personalidade 
individual de cada um, 
defendendo o seu 
organismo moral, a sua 
honra e o seu próprio ser.
O último capítulo inicia com 
um exame mais 
aprofundado da relação 
existente entre os direitos, 
objetivo ou abstrato e 
subjetivo ou concreto. Para 
o autor essa relação 
consiste numa dependência 
mútua entre esses dois 
ramos do direito, pois um só 
existe em conciliação com o 
outro.
Ihering atribui a essência do 
direito como sendo a 
realização prática. O que de 
fato é verdadeiro, pois uma 
norma inerte não faz 
diferença alguma no 
ordenamento jurídico. Aos 
olhos do autor seria essa a 
causa do desaparecimento 
dos direitos concretos, a 
simples decadência.
A luta pelo direito é 
concluída com a reafirmação 
de que o direito é uma 
constante luta. Para ele a 
luta não é imediatamente 
contrária ao belo, pois até 
mesmo na arte e na 
literatura ela influência, 
sendo muitas vezes uma 
matéria atrativa na qual os 
artistas se debruçam e 
desenvolvem seus 
trabalhos. A arte e a 
literatura constituem sempre 
a defesa de uma ideia e para 
Ihering toda defesa é 
sempre uma luta. O autor 
finalmente atribui como um 
dever ético a luta pelo 
direito, tanto para os 
indivíduos como para as 
nações.

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