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Mecanismos de defesa
SUBLIMAÇÃO:
Foi um termo introduzido por Sigmund Freud que designa um mecanismo de defesa do "eu" em que determinamos impulsos inconscientes são empregados na personalidade e culminam em atitudes com valor social positivo.
A sublimação é um processo em que a energia ou impulso sexual, ou seja, a energia da libido, é direcionada para atividades aceitáveis. Por isso é muito importante na adaptação de um indivíduo no seu meio envolvente, por que possibilita o seu enquadramento social, sem comprometer o seu desenvolvimento pessoal.
Exemplos de sublimação como mecanismo de defesa:
Estou com raiva, eu saio e vou cortar madeira. Eu acabo com uma pilha de lenha útil, eu desconto minha raiva e mais ninguém sai prejudicado.
Uma pessoa que tem uma necessidade obsessiva de controle e ordem torna-se um empreendedor de negócios bem-sucedido.
Uma pessoa com fortes impulsos sexuais torna-se um artista.
Um homem que tem desejos extraconjugais ocupa-se com reparações domésticas quando sua esposa está fora da cidade.
Um cirurgião transforma energias agressivas e desejos profundos de cortar as pessoas nos atos que salvam vidas.
A sublimação é provavelmente o mais útil e construtivo dos mecanismos de defesa que leva energia de algo que é potencialmente prejudicial e transforma em algo bom e útil.
Freud acreditava que as maiores conquistas da civilização foram feitas devido a sublimação eficaz de nossos impulsos sexuais e agressivos que são originados no ID, e depois canalizados pelo EGO, conforme indicado pelo SUPEREGO.
É possível ajudar outras pessoas que estão causando problemas, por exemplo, por seus avanços sexuais ou explosões de agressividade a voltar a canalizar suas energias em atividades construtivas. Tomar cuidado com atividades "no limite" (incluindo nas próprias) onde a energia sublimada pode voltar às atividades indesejadas, antissociais entre outras, menos construtivas, como mecanismos de enfrentamento.
FORMAÇÃO REATIVA 
É um mecanismo de defesa que ocorre quando uma pessoa sente um desejo de fazer ou dizer algo, mas diz o oposto. Formação reativa aparece como uma defesa contra uma punição social temida. Se eu temo que serei criticado por alguma coisa eu muito visivelmente ajo de uma forma que mostra que eu estou pessoalmente longe do caminho da posição temida.
Um padrão comum na formação reativa é o lugar onde a pessoa usa "comportamento excessivo" por exemplo, utilizamos simpatia exagerada quando a pessoa está realmente se sentindo hostil.
Exemplos de formação reativa como mecanismo de defesa:
uma pessoa que está brava com um colega na verdade acaba sendo particularmente simpática e cortês com ele.
um homem que é gay tem uma série de assuntos heterossexuais compulsivos e abertamente crítica os gays.
uma mãe que tem um filho que ela não quer se torna muito protetora da criança.
um alcoólatra exalta as virtudes da abstinência.
A causa da formação reativa é quando uma pessoa procura encobrir algo inaceitável através da adoção de uma posição oposta. Por exemplo, a pessoa gay que age como heterossexual possivelmente pode estar escondendo sua realidade de homossexual. Esta pode ser uma ocultação consciente, mas também pode ocorrer no nível subconsciente de tal forma que ele não percebe a verdadeira causa do seu comportamento. Formação reativa pode transformar tendências homossexuais em homofobia.
Freud chamou a compensação exagerada que pode aparecer na formação reativa de "transbordamento", já que a pessoa percorre o mar em direção para desviar a atenção e encobrir algo indesejado na outra direção, como uma pessoa que teme a guerra torna-se um pacifista, convencendo-se de que a guerra é errada (ao invés da posição "covarde" de que a guerra é assustadora).
Padrões extremos de formação reativa são encontradas na paranoia e transtorno obsessivo (TOC) compulsivo quando a pessoa fica presa em um ciclo de repetição de um comportamento que eles sabem que é de alguma forma errado. Em uma situação terapêutica, é possível ajudar uma pessoa que está disfuncionalmente formando reações contrárias, primeiramente criando um ambiente favorável onde eles podem admitir e aceitar o que está acontecendo com eles mesmos, em seguida, apoiar a sua mudança de posição para um lugar que é mais aceitável e apropriado para eles.
IDENTIFICAÇÃO 
Para a psicanálise é o processo psicológico pelo qual o sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente.
É muito comum cansarmos de ouvir que fulano agora está de amizade com tal pessoa e deseja ficar igual, faz até os mesmos gestos. Em Freud encontramos duas acepções quanto a ação de identificar (reconhecer como idêntico) e o ato de se tornar idêntico. Foi com Freud que a identificação assumiu o valor central que faz dela, mais que um mecanismo psicológico entre tantos outros, mas a operação pela qual o sujeito humano se constrói.
Fato de imitar, contágio mental já eram conhecidos bem antes de Freud, porém este filósofo vai além e explica a existência de um elemento inconsciente comum as pessoas e é esse elemento comum que permanece no inconsciente, a fantasia.
O termo identificação deve ser diferenciado de termos próximos como incorporação, introjeção é interiorização. A incorporação e introjeção são protótipos da identificação, ou de algumas modalidades em que o processo mental é vivido é simbolizado por uma ação corporal. Já na identificação e interiorização a distinção é mais complexa porque entra como o sujeito se assimila para facilitar a identificação é marcada por seus protótipos primitivos: a incorporação incide em coisas sendo assim o ideal do Ego é constituído por identificação com ideias culturais nem sempre harmonizados entre si.
COMPENSAÇÃO 
É uma estratégia pela qual o indivíduo esconde consciente ou inconscientemente fraquezas, frustrações, desejos, sentimentos de inadequação ou incompetência em uma área da vida através de gratificação ou sucesso noutra área. Compensação pode ser usada para compensar tanto deficiências reais como imaginárias e infelicidades psicológicas ou físicas. Compensações positivas podem ajudar o indivíduo superar suas dificuldades. Por outro lado, compensações negativas não ajudam o indivíduo, o que resulta num sentimento de inferioridade reforçado. Há dois tipos de compensação negativa:
Sobrecompensação:
Caracterizada por um objetivo de superioridade, leva uma luta por poder, dominação, autoestima e autodesvalorização.
Subcompensação:
Inclui uma procura de ajuda, leva à falta de coragem e medo da vida.
Um processo de compensação passa sempre por evitar sentir alguma emoção ou preencher um "buraco" emocional. Perante algum acontecimento, alguma característica pessoal, algum problema ou até alguma situação pontual, tendemos a procurar algo que nos faça sentir melhor ou que alivie o que estamos a sentir. Tentar compensar é natural, pode até ser uma questão de sobrevivência.
	Assim, é necessário identificar processos de compensação, sejam eles adaptativos ou não. Se o processo de compensação adaptativo ajuda a alcançar bem-estar providenciando soluções é melhor mantê-lo. Por outro lado, se não for adaptativo, isto é, ter um componente destrutivo, convém ir ao “porquê” no sentido de resolver o problema ou característica original.
	“Olhando com outros olhos para os nossos comportamentos, pensamentos e emoções, podemos conhecermos melhor, percebendo muitos “porquês” e vivendo melhor, procuremos então descobrir nossas próprias teorias da “compensação””.
FANTASIA
De acordo com Freud, a premissa para os sintomas neuróticos seria a sedução por parte de um adulto, numa época remota da infância. Esta teoria, denominada teoria da sedução, pode ser considerada o primeiro modelo de explicação para etiologia das neuroses. Tal modelo é explicado a partir de duas cenas: na primeira, a criança sofreria algum tipo de investida sexual por parte do adulto, despertando na mesma algum tipo de excitação, não tendo, porém nesta idade condições de elaborarestas representações.
	Na segunda cena, a partir da puberdade, as lembranças evocadas da infância, começariam a ser experimentadas com desprazer, o que provocaria a ativação do recalcamento mantendo assim a lembrança da sedução a mais afastada possível da consciência.
	A partir desta teoria, em 1897, Freud introduz o conceito de fantasia o qual vai chamar de “fachadas psíquicas”, construídas com o principal objetivo de obstruir o caminho às lembranças infantis.
	As fantasias originárias encontram-se ligadas à observação da relação sexual dos pais, na cena primeira dos pais, ou cena originária. Freud atribui o nome cenas originárias aos acontecimentos reais, traumatizantes, cujas recordações por vezes são elaboradas ou disfarçadas por fantasias.
	A fantasia então, pode ser considerada como experiências que deixaram marcas no inconsciente do sujeito, mas que não ocorreram de verdade, podem ser consideradas produtos de busca pelo prazer, que combinam verdade e adulteração, algo que se constrói em um furo do pensamento, cuja atividade se encontra fixado em expressões gestuais, ou seja, na realidade.
	“O trabalho mental vincula-se a uma impressão atual, a alguma ocasião motivadora no presente que foi capaz de despertar um dos desejos principais do sujeito. Dali retrocede a lembrança de uma experiência anterior, na qual esse desejo foi realizado, criando uma situação referente ao futuro que representa a realização do desejo” (FREUD, 1907).
	Isto sugere que a fantasia, pode ser considerada como algo que perpassa o passado, presente e futuro do sujeito sendo entrelaçados pelo desejo uma vez que permite a liberação ilusória da realidade não satisfeita.

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