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PSICOLOGIA COMUNITÁRIA Depois de ter acompanhado na disciplina Temas de Psicologia Social as discussões sobre o campo de estudos da psicologia social crítica no Brasil e na América Latina, agora você irá adentrar o campo específico da Psicologia Social Comunitária na fronteira com as Políticas Públicas de Assistência Social. Neste sentido, através da disciplina será possível conhecer histórica e criticamente a instalação do campo de pesquisa e intervenção da Psicologia Comunitária no Brasil e na América Latina e suas relações com a Política Nacional de Assistência Social, através da discussão da literatura recente e da avaliação de projetos sociais na perspectiva da PNAS. Mais do que detentor de um saber técno- científico, neste cenário você verá como a ação profissional do psicólogo e pesquisador o qualifica como propositor de soluções para problemas sociais. Os textos, exercícios e informações apresentados aqui poderão ser utilizados como orientação para seu estudo e como complemento das atividades realizadas nas aulas presenciais. O programa da disciplina está distribuído em 8 módulos, que devem ser estudados ao longo do semestre letivo. Os primeiros tópicos serão objeto de avaliação na NP1 (Módulos 1 a 4) e os outros serão avaliados na NP2 (Módulos 5 a 8). No planejamento dos seus estudos considere seguir a ordem dos tópicos apresentada abaixo, uma vez que os temas mantém entre si um encadeamento lógico que facilitará a compreensão destes conteúdos. EMENTA Estabelecer histórica e criticamente o campo de pesquisa e intervenção da Psicologia Comunitária no Brasil e na América Latina. Discussão da literatura recente e da avaliação de projetos sociais, e sua interface com as PNAS. OBJETIVOS GERAIS Identificação e discriminação dos fundamentos e das práticas de investigação e intervenção social psicológica no campo da Psicologia Comunitária. Avaliação das práticas de intervenção realizadas no campo das Políticas Públicas de Assistência Social de acordo com os pressupostos epistemológicos, metodológicos e políticos das tradições brasileira e latino-americana de Psicologia Comunitária. Reconhecimento da função técnica e política da ação do psicólogo no âmbito das Políticas Públicas de Assistência Social. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Tais competências serão desenvolvidas a partir das seguintes habilidades: • Apreender circunstâncias e dinâmicas grupais e institucionais através de práticas de observação. • Trabalhar em grupo, destacando os elementos de divisão de funções, organização, responsabilidade, tolerância e integração, na perspectiva de uma prática participativa e colaborativa. • Localizar informações bibliográficas em bancos de dados, livros, periódicos e manuais técnicos através dos meios convencionais e de sítios na Internet. • Discriminar a qualidade e a seriedade científicas destas fontes de informação. • Interpretar informações científicas na tradição da psicologia comunitária do Brasil e latino americana, explicitando e justificando os critérios utilizados para estas tarefas. • Elaborar relatórios de observação. • Expressar o pensamento de forma clara, coerente e concisa. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MODULO 1 Psicologia Comunitária no Brasil e na América Latina 1. Histórico 2. Psicologia Social Comunitária 3. Conceito de comunidade 4. Experiências brasileiras e latino-americanas MODULO 2 A prática no campo: conhecendo e se fazendo conhecer 1. A entrada na instituição e na comunidade MODULO 3 1. Entrevista como instrumento para conhecer 2. Conhecer pela observação MODULO 4 Fundamentos teóricos e políticos da ação transformadora 1. Práticas libertadoras 2. Conscientização 3. Fortalecimento 4. Práticas psicossociais MODULO 5 1. Retomando: Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS) 2. Proteção Social Básica MODULO 6 1. Proteção Social Especial MODULO 7 1. Psicologia e os desafios do desenvolvimento social 2. O psicólogo (comunitário) na Assistência Social MODULO 8 1. Visitas Técnicas V. ESTRATÉGIA DE TRABALHO • Para as visitas técnicas, os alunos, divididos em grupos de 5 participantes, deverão fazer ao menos 2 (duas) visitas às Instituições/Projetos Sociais entre os diferentes equipamentos que atuam neste setor de acordo com as especificidades regionais e caracterísiticas das demandas de proteção social básica ou especial (CRAS, CREAS, SASF, Abrigos, Albergues, Centros de Acolhimento, Centros de Crianças e Adolescentes, Centros de Convivência para Idosos, serviços de atenção à crianças, adolescentes, homens e mulheres, jovens em medida sócio-educativa, ações realizadas junto a comunidades por ONGs, etc.) A tarefa dos alunos consiste em: conhecer a instituição e sua prática em loco através de observação direta (sem intervenção) e entrevistar gestores e/ou psicólogos sobre a presença da psicologia nesta prática. A partir desta tarefa os alunos deverão gerar relatórios para avaliação da tarefa em grupo do 1º bimestre. • No 2º bimestre, cada um dos grupos ficará responável por um seminário para apresentação e discussão das visitas técnicas e das entrevistas. Sugestão: as apresentações devem ser objetivas (powerpoint) e resumir o que foi apreendido pelos grupos, permitindo um tempo maior para a discussão VI. AVALIAÇÃO Primeiro Bimestre: NP1: (A1): uma prova escrita individual. As provas terão no mínimo dez questões, incluindo questões objetivas (40%) com ou sem justificativa e questões discursivas (60%). (A2): avaliação de atividades em grupo, através de um protocolo de avaliação que considere: (1) o trabalho escrito: (a) apresentação de levantamento bibliográfico através de resenhas individuais dos textos sobre o tema das visitas técnicas; (b) relatórios de observação e transcrição da entrevista com gestor/psicólogo), (2) frequência e participação dos grupos às orientações; (3) a organização e dinâmica do grupo de alunos (distribuição de tarefas, pontualidade). A nota final de aproveitamento do aluno no primeiro bimestre será a média ponderada das notas provenientes de A1 (peso 7) e A2 (peso 3): NOTA FINAL= (A1 X 0,7) + (A2 X 0,3) Segundo Bimestre: NP2 (A1): uma prova escrita individual. As provas terão no mínimo dez questões, incluindo questões objetivas (40%) com ou sem justificativa e questões discursivas (60%). (A2): avaliação de atividades em grupo, através de um protocolo de avaliação que avalie: (1) a apresentação do seminário (powerpoint), (2) a organização e dinâmica do grupo de alunos (distribuição de tarefas, pontualidade); (3) a condução da discussão pelo grupo A nota final de aproveitamento do aluno no segundo bimestre será a média ponderada das notas provenientes de A1 (peso 7) e A2 (peso 3): NOTA FINAL= (A1 X 0,7) + (A2 X 0,3) A média do semestre será calculada de acordo com o Regimento da UNIP. VII. BIBLIOGRAFIA BÁSICA CAMPOS, R.H.F. (Org.) Psicologia Social Comunitária: da solidariedade à autonomia. 16ª ed. Petrópolis: Vozes, 2010. CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) O psicólogo e as políticas públicas de assistência social. Petrópolis: Vozes, 2012. SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. (Orgs.) Introdução à psicologia comunitária: bases teóricas e metodológicas. Porto Alegre: Sulina, 2010. COMPLEMENTAR CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) Políticas públicas e assistência social: diálogo com as práticas psicológicas. Petrópolis: Vozes, 2009. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. LACERDA JR., F.; GUZZO, R.S.L. (Orgs.) Psicologia & Sociedade: interfaces no debate sobre a questão social. Campinas: Alínea, 2010. MINAYO, M.C.S. (Org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012. ARTIGOSBOCK, A.M.B.; FERREIRA, M.R.; GONÇALVES, M.G.M.; FURTADO, O. Sílvia Lane e o Projeto do ‘Compromisso Social da Psicologia’. Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 2: 46-56, 2007. . Disponível em: www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe2/a1819ns2.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. FREITAS, M.F.Q. Inserção na comunidade e análise de necessidades: reflexões sobre a prática do psicólogo. Psicol. Reflex. Crit., v.11, n.1, 1998. Disponível em http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721998000100011 Acesso em 01 fev. 2014. MARTINS, S.T.F. Psicologia Social e Processo Grupal: a coerência entre fazer, pensar e sentir em Sílvia Lane. Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 2: 76-80, 2007. Disponível em www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe2/a2219ns2.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. MENEZES, M.P.R.; SARRIERA, J.C. Redes sociais na investigação psicossocial. Aletheia 21(1): 53-67, 2005. Disponível em http://www.ulbra.br/psicologia/files/ aletheia21.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. SENRA, C. M. G., GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade; 24 (2), 293-299, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/05.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. VIEIRA, E. M.; XIMENES, V. M. Conscientização: em que interessa este conceito à psicologia. Psicologia e Argumento, v. 26, n. 52, 2008. Disponível em: <http:// www2.pucpr.br/reol/index.php/PA?dd1=1981&dd99=pdf>. Acesso em 01 fev. 2015. XIMENES, V.M.; DE PAULA, L.R.C.; BARROS, J.P.P. Psicologia Comunitária e Política de Assistência Social: Diálogos Sobre Atuações em Comunidades. Psicologia: ciência e profissão. 29 (4):686-699, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v29n4/ v29n4a04.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. YAMAMOTO, O H; OLIVEIRA, I F. Política Social e Psicologia: uma trajetória de 25 anos. Psic.: Teor. e Pesq., 2010, vol.26, p.9-24. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ptp/ v26nspe/a02v26ns.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. YAMAMOTO, O. H. Políticas sociais, "terceiro setor" e "compromisso social": perspectivas e limites do trabalho do(a) psicólogo(a). Psicologia e Sociedade, 2007, 19, 30-37. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n1/a05v19n1.pdf . Acesso em 01 fev. 2015. Documentos disponíveis na Internet BACELAR, T. As Políticas Públicas no Brasil: heranças, tendências e desafios. In: SANTOS JUNIOR, O. A. [et al.]. (orgs). Políticas Públicas e Gestão Local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro: FASE, 2003. Disponível em http://franciscoqueiroz.com.br/portal/phocadownload/gestao/taniabacelar.pdf . Acesso em 01 fev. 2015. BEHRING, E.R. Fundamentos de Política Social. Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional, 2000. Disponível em: http://www.fnepas.org.br/pdf/ servico_social_saude/texto1-1.pdf . Acesso em 01 fev. 2015. BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, 2004. Disponível em: http://www.mds.gov.br/ a s s i s t e n c i a s o c i a l / a r q u i v o / Politica%20Nacional%20de%20Assistencia%20Social%202013%20PNAS%202004%20e %202013%20NOBSUAS-sem%20marca.pdf Acesso em 01 fev. 2015 CREPOP - Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS / Conselho Federal de Psicologia. Brasília: CFP, 2007. Disponível em: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/ publicacoes/cartilhas/cartilhas_070827_0177.html. Acesso em 01 fev 2015. DIMENSTEIN, M. A prática dos psicólogos no Sistema Único de Saúde/SUS. In Brasil. Conselho Federal de Psicologia. Cartilha do I Fórum Nacional de Psicologia e Saúde Pública. Brasília: CFP, 2006, p. 8-16. Disponível em: http://www.pol.org.br/publicacoes/ materia.cfm?id=120&materia=924. Acesso em 01 fev. 2015. REVISTA DIÁLOGOS. Política de Assistência Social. Ano 7, número 7. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2010. . Disponível em: http://www.pol.org.br/pol/export/ sites/default/pol/publicacoes/publicacoesDocumentos/OK_-_Dixlogos_ed_7_FINAL_- _BAIXA.pdf. Acesso em 01 fev. 2015. Bases Digitais de Dados BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES (USP) http://www.teses.usp.br/ EBSCO RESEARCH DATABASE (disponibilizado para a comunidade da UNIP) http://www3.unip.br/servicos/biblioteca/base_dados.aspx PORTAL DA PESQUISA – PERIÓDICOS CAPES (disponibilizado para a comunidade da UNIP) http://www.portaldapesquisa.com.br PEPSIC – PERIÓDICOS ELETRÔNICOS EM PSICOLOGIA http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php PROJETO MAXWELL - TESES E DISSERTAÇÕES ON-LINE http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-bin/db2www/PRG_0490.D2W/INPUT? CdLinPrg=pt REVISTAS ELETRONICAS DE ACESSO GRATUITO - TEXTO COMPLETO (UNIFESP) http://www.unifesp.br/dis/bibliotecas SCIENTIFIC ELETRONIC LIBRARY ONLINE - SCIELO Brasil www.scielo.br TEXTOS COMPLETOS – TESES ENSP-FIOCRUZ http://portalteses.cict.fiocruz.br/index.php MODULO 1 A Psicologia Comunitária no Brasil e na América Latina (1) Psicologia Comunitária: Histórico e Experiências Textos básicos: (a) LANE, S.T.M. Histórico e fundamentos da psicologia comunitária no Brasil. In CAMPOS, R. H. F. Psicologia social comunitária, p. 17-34. (b) CRUZ,FREITAS e AMORETTI. Breve história e alguns desafios da psicologia social comunitária. In SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. (Orgs.). Introdução à Psicologia Social Comunitária, p 76-96. Para saber mais: LACERDA JR., F. Notas sobre o desenvolvimento da Psicologia Social Comunitária. In GUZZO, R.S.L.; LACERDA JR., F. (Orgs.) Psicologia e Sociedade, p.19-41. (2) Psicologia Comunitária: Conceito de Comunidade Texto básico: GUARESCHI, P. A. Relações comunitárias - Relações de dominação. In CAMPOS, R. H. F. (Org.) Psicologia social comunitária, p. 81-99. Para saber mais: SAWAIA, B.B. Comunidade: a apropriação científica de um conceito tão antigo quanto a humanidade. In In CAMPOS, R. H. F. (Org.) Psicologia social comunitária, p. 35-53. MODULO 2 A entrada no campo e na instituição: a questão das diferenças Texto básico: FREITAS, M.F.Q. Tensões na relação comunidade- profissional. In GUZZO, R.S.L.; LACERDA JR., F. (Orgs.) Psicologia e Sociedade, p.83-98. Para saber mais: CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade, p. 51-66. FREITAS, M.F.Q. Inserção na comunidade e análise de necessidades: reflexões sobre a prática do psicólogo. Psicol. Reflex. Crit. vol. 11, n.1,1998 GONZÁLEZ REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson, 2005. MINAYO, M.C.S. Fase de trabalho de campo. In O desafio do conhecimento. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 2006. NASCIUTTI, J.C.R. A instituição como via de acesso à comunidade. In CAMPOS, R.H.F. (Org.) Psicologia Social Comunitária, p.100-126. Ao entrar no campo o pesquisador/trabalhador irá se deparar com seus próprios saberes e limitações, ele(a) que será inevitavelmente parte do campo no qual se desenrolará a pesquisa. Estar atento às próprias singularidades e aos efeitos que o enfrentamento da situação concreta da pesquisa/intervenção acarreta sobre si é também parte desta prática, especialmente sensível quando falamos de trabalhos que tratam de situações sociais de exclusão e de sofrimento, típicas das ações realizadas na perspectiva da Psicologia Social Comunitária. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores em defesa de suas teses. 2) Considere uma situação na qual esteja envolvida a realização deentrevistas com gestores de uma instituição que atende adolescentes em Medida Sócio- Educativa em Meio Aberto. Quais cuidados você tomaria para o início da atividade em campo? Como esta temática poderia influir sobre a sua ação como pesquisador? 3) Acompanhe o seguinte exercício de fixação: Tendo por referência uma perspectiva crítica sob uma epistemologia qualitativa, quando o pesquisador realiza trabalho de campo, é correto afirmar que: (a) A investigação em campo é ineficaz quando comparada com as investigações realizadas em laboratório. (b) O campo de pesquisa representa um recorte simbólico que o pesquisador, em função do objeto a ser estudado e das crenças teóricas que baseiam a investigação. (c) O trabalho de campo dispensa a pesquisa bibliográfica por constituir uma etapa distinta do processo de investigação. (d) O prévio contato com a realidade a ser estudada não é uma condição necessária para a realização de um trabalho de campo. (e) As definições teóricas que baseiam o estudo devem ser abandonadas no momento da realização do trabalho de campo, a fim de não comprometerem a coleta de dados. Resposta correta: (b) O vínculo com a instituição e os participantes Indicação de leituras CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 51-66. Leituras para aprofundamento: GONZÁLEZ REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson, 2005. MINAYO, M.C.S. Fase de trabalho de campo. In O desafio do conhecimento. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 2006. Quando se inicia o trabalho de campo uma série mais ou menos extensa de situações imprevistas devem se oferecer aos pesquisadores/trabalhadores, exigindo adaptações e disposição para o enfrentamento das novidades. Mas nenhuma destas circunstâncias imprevistas se compara com o que haverá de necessariamente novo durante a ação: as relações que se darão entre profissional, participantes e instituição. A identidade entre profissional e participante, característica do objeto da prática social como a entendemos aqui, vai agora se realizar de fato e será impossível para o profissional se mostrar alheio às aspirações e expectativas dos participantes. No nosso caso, como psicólogos, provocamos demandas de atendimento psicoterápico, de ouvinte para os problemas alheios e, quando não, podemos ser reconhecidos como autoridades sobre o que é certo e errado e, assim, sobre o que pode ser falado pelos participantes. Isto vai exigir do profissional bastante cuidado sobre o manejo de seu lugar, o que vai ser apoiado na instituição e manutenção do “contrato” que balizará o trabalho: seu tema, duração, finalidade. Estas relações entre profissional e participantes têm efeitos na condução do trabalho de campo e, assim, na elaboração dos entendimentos produzidos durante uma investigação. A preocupação com a sua incidência é determinada pela maneira como, desde já, são elaborados os significados presentes no conjunto dos resultados conseguidos. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores. 2) Acompanhe o seguinte exercício de fixação: Escolha a alternativa CORRETA. Em relação à pesquisa de campo, pode-se dizer que: (a) O "campo", quando se fala em pesquisa de campo, diz respeito especialmente ao ambiente físico no qual vive o sujeito (ou sujeitos) alvo da investigação e no qual a pesquisa vai ser efetivamente realizada. (b) A escolha dos instrumentos para a coleta e análise de dados deve ser feita a partir de uma série de condições que incluem o paradigma científico ao qual o pesquisador está associado, o tipo de problema que está sendo investigado e as condições institucionais concretas nas quais se dá esta investigação. (c) No relatório final da investigação devem-se privilegiar aqueles resultados provenientes do trabalho de campo que confirmam as hipóteses dos pesquisadores, desde que um dos princípios fundamentais de uma atividade profissional é confirmar as expectativas daqueles que a realizaram. (d) Observação participante, entrevistas ou história de vida, são recursos metodológicos utilizados pelo pesquisador na preparação que antecipa sua ida ao campo. (e) O pesquisador, tendo em vista o paradigma não positivista ou interpretativo na pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, vai a campo com a preocupação exclusiva de observar e relatar todas as informações que possam servir para elucidar os objetivos de sua investigação. Resposta correta: (b) Responsabilidade profissional Leituras indicadas: CRUZ NETO, O. O trabalho de campo como descoberta e criação. In MINAYO, M. C. S., Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 51-66. Leituras para aprofundamento: GONZÁLEZ REY, F. Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo: Thomson, 2005. MINAYO, M.C.S. Fase de trabalho de campo. In O desafio do conhecimento. 9ª edição. São Paulo: Hucitec, 2006. Os efeitos da ação em campo sobre os participantes podem ser de diferentes naturezas, mas jamais serão neutros. Se as relações envolvidas numa ação profissional produzem consequências importantes sobre os significados que serão construídos ao seu final, estas relações também são importantes quanto às modulações que elas produzem sobre as compreensões dos próprios participantes que reescrevem estes entendimentos enquanto participam da ação. Desta forma, quando tratamos de uma prática profissional numa perspectiva crítica, o trabalho de campo não poderá ser considerado apenas como oportunidade de coletar informações / produzir efeitos. Se entendermos que esta ação está em última instância a serviço da coletividade que se dispôs a revelar seus entendimentos e perspectivas sobre determinada questão, a ação de “conhecer” é também momento de instalação de novos entendimentos e de uma relação de confiança que se verifica na expectativa sobre os benefícios que aquela investigação pode trazer para seus membros. Nesta perspectiva, o trabalho do profissional ganha outros contornos o situa como potente para uma intervenção junto a determinado grupo. Sua responsabilidade fica assim ampliada e põe à vista a importância de seus compromissos com uma prática social transformadora. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores. 2) Considere a seguinte situação: um psicólogo estuda a identidade social de um grupo de profissionais que atuam junto a mulheres profissionais do sexo. Como uma investigação sobre este tema poderia resultar em benefícios para o grupo participante? MODULO 3 Entrevista e Observação A prática da entrevista psicológica Textos básicos: (a) FRIZZO, K.R. Diário de campo: reflexões epistemológicas e metodológicas. In SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. Introdução à Psicologia Comunitária, p. 169-187. (b) BLEGER, J. A entrevista psicológica. In Temas de Psicologia: entrevista e grupos. Para saber mais: (a) CRUZ NETO, O. O Trabalho de Campo como Descoberta e Criação. In MINAYO, M. C.S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade, p. 51-66. (b) MINAYO, M. C.S. O trabalho de campo. In. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade, capítulo 3. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores em defesa de suas teses. 2) Acompanhe o seguinte exercício de fixação:Para Bleger a entrevista é um instrumento fundamental do método clínico e é, portanto uma técnica de investigação científica em psicologia. A partir desta perspectiva é INCORRETO afirmar que: (a) a entrevista aberta possibilita uma investigação ampla e profunda da personalidade do entrevistado. (b) a entrevista estruturada permite uma melhor comparação sistemática de dados, além de outras vantagens próprias de todo método padronizado. (c) considerando o número de participantes, sejam um ou mais os entrevistadores e/ou os entrevistados, não há nenhuma distinção na condução da entrevista. (d) em relação às condições de contexto, pode-se distinguir a entrevista cujo beneficiário é o entrevistado, a entrevista cujo objetivo é a pesquisa e a entrevista que se realiza para um terceiro. (e) a entrevista psicológica pode objetivar o estudo do que pensa e como se comporta um sujeito em relação a um tema/questão específicos. Resposta correta: (c) O contrato Leitura indicada: BLEGER, J. A entrevista psicológica. In Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Leituras para aprofundamento: MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 2006. MINAYO, M.C.S. e DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 27ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007. Atividade recomendada: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores em defesa de suas teses. Transferência e contratransferência Leitura indicada: BLEGER, J. A entrevista psicológica. In Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Leituras para aprofundamento: MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 2006. MINAYO, M.C.S. e DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 27ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007. Atividades recomendadas: 1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando os argumentos utilizados pelos autores em defesa de suas teses. 2) Acompanhe o seguinte exercício de fixação: No que tange à realização de entrevistas, considere as proposições abaixo: I. A entrevista aberta deve possibilitar, em certa medida, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular. II. Ao realizar uma entrevista não se pode permitir que o entrevistador faça parte das variáveis que condicionam os fenômenos observados. III. No decorrer da pesquisa, o entrevistador deve, baseado nas observações realizadas, formular hipóteses que, durante a entrevista, serão verificadas e modificadas e enriquecerão as observações subsequentes. IV. A transferência e a contratransferência são fenômenos que ocorrem durante a entrevista mas que devem ser ignorados a fim de permitir uma observação isenta por parte do entrevistador. Está correto apenas o que se afirma em: (a) I e II (b) I e III (c) I e IV (d) II e III (e) II e IV Resposta correta: (b) A observação Leitura indicada FRIZZO, K.R. Diário de campo: reflexões epistemológicas e metodológicas. In SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. Introdução à Psicologia Comunitária, p. 169-187. Leitura Complementar CRUZ NETO, O. O Trabalho de Campo como Descoberta e Criação. In MINAYO, M. C.S., Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade, p. 51-66. MODULO 4 Fundamentos teóricos e políticos da ação transformadora (1) Psicologia comunitária como prática libertadora Texto básico: XIMENEZ, V.M.; GÓIS, C.W.L. Psicologia comunitária: uma prática libertadora latino-americana. In LACERDA,JR; GUZZO, R.S.L. Psicologia & Sociedade, p. 45-64. Para saber mais: VIEIRA, E. M.; XIMENES, V. M. Conscientização: em que interessa este conceito à psicologia. Psicologia e Argumento, Curitiba, v. 26, n. 52, p. 23-33, 2008. (2) Práticas libertadoras na América Latina Texto básico: PIZZINATO, A. Psicologia da Libertação. In SARRIERA, J.C.; SAFORCADA, E.T. Introdução à Psicologia Comunitária, p. 113-138. Para saber mais: MARTIN-BARÓ, I. O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia, v. 2, n.1, p. 7-27, 1996. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php? script=sci_abstract&pid=S1413-294X1997000100002&ln g=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em 01 dez 2014. (3) Fortalecimento Texto básico: MONTERO, M. A tensão entre o fortalecimento e as influências alienadoras no trabalho psicossocial comunitário e político. In LACERDA, JR; GUZZO, R.S.L. Psicologia & Sociedade, p. 65 - 82. Para saber mais: FREIRE, P. Justificativa da pedagogia do oprimido. In Pedagogia do oprimido. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011, p. 31-64 MODULO 5 Retomando PNAS e SUAS Proteção Social Básica - Equipamentos, serviços e o papel do psicólogo – SASF, CCA, CCI Textos básicos: (a) CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. A constituição da assistência social como política pública. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) Políticas públicas e assistência social, p.13-40. (b) O Sistema Único de Assistência Social – SUAS: na consolidação da Assistência Social como política pública. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) Políticas públicas e assistência social, p.41- 55. Para saber mais: BRASIL. Política Nacional de Assistência Social, 2004. Disponível emhttp://www.mds.gov.br/assistenciasocial/ a r q u i v o / Politica%20Nacional%20de%20Assistencia%20Social% 202013%20PNAS%202004%20e%202013%20NOBSUA S-sem%20marca.pdf Atividades recomendadas: 1. Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando as orientações apresentadas, suas explicações e justificativas. Para saber mais: Políticas Públicas no Brasil (a) BACELAR, T. As Políticas Públicas no Brasil: heranças, tendências e desafios. In: SANTOS JUNIOR, O. A. [et al.]. (orgs). Políticas Públicas e Gestão Local: programa interdisciplinar de capacitação de conselheiros municipais. Rio de Janeiro: FASE, 2003. Disponível e m : h t t p : / / f r a n c i s c o q u e i r o z . c o m . b r / p o r t a l / phocadownload/gestao/taniabacelar.pdf (b) BEHRING, E.R. Fundamentos de Política Social. Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho P r o f i s s i o n a l , 2 0 0 0 . D i s p o n í v e l e m : h t t p : / / www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-1.pdf Psicologia e Políticas Públicas (a) YAMAMOTO, O H; OLIVEIRA, I F. Política Social e Psicologia: uma trajetória de 25 anos. Psic.: Teor. e Pesq., 2010, vol.26, p.9-24. Disponível em http:// www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a02v26ns.pdf (b) YAMAMOTO, O. H. Políticas sociais, "terceiro setor" e "compromisso social": perspectivas e limites do trabalho do(a) psicólogo(a). Psicologia e Sociedade, 2007, 19, 30-37. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ psoc/v19n1/a05v19n1.pdf MODULO 6 Retomando PNAS e SUAS – Proteção Social Especial - Equipamentos, serviços e o papel do psicólogo – SAICA, Centro de Acolhimento, Violência contra a Mulher, LA – Medidas Sócioeducativas. Textos básicos (a) CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. A constituição da assistência social como política pública. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) Políticas públicas e assistência social, p.13-40. (b) O Sistema Único de Assistência Social – SUAS: na consolidação da Assistência Social como política pública. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) Políticas públicas e assistência social, p.41- 55. Para saber mais: BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Disponível em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/ a r q u i v o / Politica%20Nacional%20de%20Assistencia%20Social%202013%20PNAS%202004%20e%202013%20NOBSUA S-sem%20marca.pdf Atividades recomendadas: 1. Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, considerando as orientações apresentadas, suas explicações e justificativas. MODULO 7 O psicólogo na Assistência Social 1.Psicologia e os desafios do desenvolvimento social Textos básicos: (a) CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. Articulações enre a psicologia social e as políticas públicas na assistências social. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) O psicólogo e as políticas públicas de assistência social, p.15-34. (b) OLIVEIRA, I.F. Os desafios e limites para a atuação do psicólogo no SUAS. In CRUZ, L.R.; GUARESCHI, N. (Orgs.) O psicólogo e as políticas públicas de assistência social, p.35-51. 2. O psicólogo na Assistência Social Textos básicos: (a) PORTO, F. Entrevista. Revista Diálogos. Ano 7, número 7, p. 7-11., 2010. (b) XIMENES, V.M.; DE PAULA, L.R.C.; BARROS, J.P.P. Psicologia comunitária e política de Assistência Social: diálogos sobre atuações em comunidades. Psicologia: ciência e profissão, v.29, n.4, p. 686-699, 2009. Para saber mais: (a) SENRA, C. M. G., GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade, v. 24 n.2, p. 293-299, 2012. (b) CREPOP. Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS / Conselho Federal de Psicologia, 2007. MODULO 8 Visitas Técnicas • Visitas técnicas a Projetos Sociais conduzidos por instituições públicas ou privadas que atendem populações em situação de vulnerabilidade social na área de assistência social para conhecer e avaliar a ação institucional do psicólogo nestes cenários, tendo em vista as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social. • Para as visitas técnicas, os alunos, divididos em grupos de 5 participantes, deverão fazer ao menos 2 (duas) visitas às Instituições/Projetos Sociais entre os diferentes equipamentos que atuam neste setor de acordo com as especificidades regionais e caracterísiticas das demandas de proteção social básica ou especial (CRAS, CREAS, SASF, Abrigos, Albergues, Centros de Acolhimento, Centros de Crianças e Adolescentes, Centros de Convivência para Idosos, serviços de atenção à crianças, adolescentes, homens e mulheres, jovens em liberdade assistida, ações realizadas junto a comunidades por ONGs, etc.) A tarefa dos alunos consiste em: conhecer a instituição e sua prática em loco através de observação direta (sem intervenção) e entrevistar gestores e/ou psicólogos sobre a presença da psicologia nesta prática. A partir desta tarefa os alunos deverão gerar relatórios utilizados pelo professor para avaliação da tarefa em grupo do 1º bimestre. • No 2º bimestre, cada um dos grupos ficará responável por um seminário para apresentação e discussão das visitas técnicas e das entrevistas. Sugestão: as apresentações devem ser objetivas (powerpoint) e resumir o que foi apreendido pelos grupos, permitindo um tempo maior para a discussão