Buscar

revista otorrinolaringologia farmaco e prega vocal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1Efeitos dos Medicamentos na Qualidade Vocal e na Laringe
Páginas 13 a 18
Artigo de RevisãoArtigo de Revisão
I Encontro Ibero-Latino-Americano
de Laringologia e Fonocirurgia
I Encontro Ibero-Latino-Americano
de Laringologia e Fonocirurgia
Manaus 2005Manaus 2005
2
PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO
SIGMA PHARMA
3
Editorial
Caros Colegas,
Em nome da Academia BrasileiraAcademia BrasileiraAcademia BrasileiraAcademia BrasileiraAcademia Brasileira
de Laringologde Laringologde Laringologde Laringologde Laringologia e Via e Via e Via e Via e Voooooz,z,z,z,z, veiculamos a
quinta versão da Revista Vox brasilis
durante nossa gestão.
Aproveitamos a oportunidade para
agradecer ao apoio recebido durante os
eventos de nossa diretoria ao longo
deste ano. Especial agradecimento à
participação de todos na Campanha daCampanha daCampanha daCampanha daCampanha da
VVVVVooooozzzzz, ocorrida entre 11 e 16 de abril. Mais
uma vez, os temas rouquidão e os dis-
túrbios da voz ganharam as mídias na-
cional e internacional, levando a ques-
tão ao conhecimento do público em
geral, além do atendimento a milhares
de brasileiros. Lembramos a todos que,
durante o Congresso Triológico, serão
sorteados os prêmios para aqueles que
enviaram seus relatórios de atendimen-
tos da Campanha da Voz. Se você ain-
da não enviou seu relatório, corra, pois
novembro está logo aí.
Outro grande acontecimento que
merece destaque foi o Encontro Ibero-Encontro Ibero-Encontro Ibero-Encontro Ibero-Encontro Ibero-
Latino-Americano de Laringologia eLatino-Americano de Laringologia eLatino-Americano de Laringologia eLatino-Americano de Laringologia eLatino-Americano de Laringologia e
Fonocirurgia,Fonocirurgia,Fonocirurgia,Fonocirurgia,Fonocirurgia, ocorrido em Manaus, no
período de 26 a 28 de maio, juntamen-
te com o Congresso Norte-NordesteCongresso Norte-NordesteCongresso Norte-NordesteCongresso Norte-NordesteCongresso Norte-Nordeste
de Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologia. O evento trans-
correu de maneira organizada e contou
com a estrutura ideal, o que propiciou a
troca de experiências e conhecimentos
entre participantes nacionais e colegas
do Panamá, Paraguai, Colômbia, Argen-
tina, Costa Rica, México, Uruguai e Esta-
dos Unidos. O evento foi selado com a
criação da Sociedade Latino-Americana
de Laringologia e Voz, e com a certeza
de ter sido um grande passo para a
história da Laringologia e Voz. Momento
de grande emoção durante o evento
foi a homenagem ao Dr. José Antônio
Pinto, por todos os seus anos de dedi-
cação e feitos pela nossa especialidade.
Neste número, o leitor também vai
encontrar o artigo de revisãoartigo de revisãoartigo de revisãoartigo de revisãoartigo de revisão: “Efeitos
dos Medicamentos na Qualidade Vocal
e na Laringe”, escrito pela Dra. Natasha
Braga. Uma revisão de literatura com
enfoque prático, que vale a pena ter em
mente para atuar de maneira segura no
dia a dia.
Em novem-
bro, esperamos
todos vocês em
São Paulo para
mais um encon-
tro da nossa es-
pecialidade, du-
rante a progra-
mação do IV CongIV CongIV CongIV CongIV Congresso Tresso Tresso Tresso Tresso Triológriológriológriológriológico deico deico deico deico de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cér-Otorrinolaringologia e Cirurgia Cér-Otorrinolaringologia e Cirurgia Cér-Otorrinolaringologia e Cirurgia Cér-Otorrinolaringologia e Cirurgia Cér-
v ico-Facialv ico-Facialv ico-Facialv ico-Facialv ico-Facial. A programação de La-
ringologia e Voz ocorrerá nos dias
12 e 13 de novembro e promete di-
namismo e praticidade. Contaremos
com a participação internacional de
Dr. André Perouse (França), Dr. Gui-
llermo Campos (Colômbia) e Dr. Ri-
cardo Serrano (Argentina) para abri-
lhantar nossas atividades. Com o
objetivo de incentivar a pesquisa ci-
entífica, programamos uma grande
sessão de temas livres, com a partici-
pação dos convidados internacionais
para enriquecer as discussões e co-
mentários. As mesas redondas abor-
darão de forma objetiva as contro-
vérsias da especialidade. Os painéis
foram montados em formato de cur-
sos de imersão, o que permitirá o
aprofundamento em temas específi-
cos para aqueles que estiverem inte-
ressados. Esperamos todos os cole-
gas para mais este momento de
aprendizado, troca de experiências e
confraternização.
Um abraço
Domingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos Tsuji
(Presidente da ABLV)
Diretoria ABLV
Domingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos Tsuji
(Presidente)
Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’AnnaAnnaAnnaAnnaAnna
(Vice-presidente)
Paulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo Perazzo
(Secretário Geral)
Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’AAAAAvilavilavilavilavila
(Tesoureiro)
Rui ImamuraRui ImamuraRui ImamuraRui ImamuraRui Imamura
(Secretário Adjunto)
José Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo Pedroso
(Tesoureiro Adjunto)
Patrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia Santoro
(Diretora de publicações)
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente:
Domingos Hiroshi Tsuji
São Paulo – SP
Vice Presidente:
Geraldo Druck Sant’anna
 Porto Alegre - RS
Secretário
Paulo Perazzo
 Salvador - BA
Secretário Adjunto
Rui Imamura
São Paulo - SP
Tesoureiro
Jéferson Sampaio D’avila
Aracaju – SE
Tesoureiro Adjunto
José Eduardo Pedroso
 São Paulo – SP
REPRESENTANTES REGIONAIS
Regional I – Acre, Amapá, Amazonas,
Rondônia, Roraima e Tocantins
Eduardo A. Kauffman (Manaus)
Regional II – Maranhão, Piauí, Ceará,
Paraíba, e Rio Grande do Norte
José Wilson Meireles (Fortaleza)
Regional III – Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Bahia
Fabio Coelho A. Siqueira (Recife)
Regional IV – Espírito Santo e Rio de Janeiro
Guido Herbert F. Heisler (Rio de Janeiro)
Regional V – Distrito Federal, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Minas Gerais
Edson Luiz Costa Monteiro (Goiânia)
Regional VI – Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul
Marcos Antônio Nemetz (Sta. Catarina)
Regional VII – São Paulo (interior)
Mario Luiz A. da S. Freitas (Sorocaba)
CONSELHO FISCAL
Osíris de Oliveira Camponês do Brasil
São Paulo - SP
Gabriel Kuhl - Porto Alegre - RS
Antônio Maciel da Silva - Andradina - SP
Carlos Takahiro Chone - Campinas - SP
Frederico José Jucá Pimentel - Recife - PE
Vox Brasilis
Ano 11 • Nº 12 • Junho de 2005
Realização
Sintonia Comunicação
Coordenação Editorial
Patrícia Paula Santoro
Jornalista Responsável
Claudio Barreto - MTB: 24.018
Projeto Gráfico
Alisson Alonso Nunes
Diretoria de Publicações
voxbrasilis@ablv.com.br
Vox Brasilis é o boletim informativo da
Academia Brasileira de Laringologia e Voz.
Fale conosco
Av. Indianópolis, 740 • Moema •
04062-001 • São Paulo • SP
Telefax: (11) 5052-2370 / 5052-9515
E-mail: voxbrasilis@ablv.com.br
4
NOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRO
••••• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO
de Otorr inolar ingologia e Ci rurg iade Otorr inolar ingologia e Ci rurg iade Otorr inolar ingologia e Ci rurg iade Otorr inolar ingologia e Ci rurg iade Otorr inolar ingologia e Ci rurg ia
Cérvico-FacialCérvico-FacialCérvico-FacialCérvico-FacialCérvico-Facial
Local: ITM-Expo - Cidade: São Paulo - SP -
telefone: (11) 5052-9515 Ramal 5 -
e-mail: eventos@aborlccf.org.br - site:
www.aborlccf.org.br
DEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRO
••••• 08 e 09 - I Curso T 08 e 09 - I Curso T 08 e 09 - I Curso T 08 e 09 - I Curso T 08 e 09 - I Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de
Disfagia da Santa Casade São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São Paulo
Coordenadores: Dr. Alessandro Murano,
Dr. André Duprat, Dr. Leonardo da Silva
- Local: Departamento de Otorrinola-
ringologia da Santa Casa de São Paulo -
Cidade: São Paulo – SP - Telefone: (11)
3222-8405
Agenda
SETEMBROSETEMBROSETEMBROSETEMBROSETEMBRO
• • • • • 02 e 03 - I Curso T02 e 03 - I Curso T02 e 03 - I Curso T02 e 03 - I Curso T02 e 03 - I Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de
Disfunções da Deglutição e RefluxoDisfunções da Deglutição e RefluxoDisfunções da Deglutição e RefluxoDisfunções da Deglutição e RefluxoDisfunções da Deglutição e Refluxo
LaringofaríngeoLaringofaríngeoLaringofaríngeoLaringofaríngeoLaringofaríngeo
Coordenadores: Luis Ubirajara Sennes,
Domingos H. Tsuji, Patrícia P. Santoro, Ra-
quel A.Tavares, Rui Imamura - local: Anfite-
atro de ORL do Hospital das Clínicas
e-mail: www.forl.org.br
• • • • • 25 a 28 - 2005 Annual Meeting &25 a 28 - 2005 Annual Meeting &25 a 28 - 2005 Annual Meeting &25 a 28 - 2005 Annual Meeting &25 a 28 - 2005 Annual Meeting &
OOOOOTTTTTO EXPO Amer ican Academy ofO EXPO Amer ican Academy ofO EXPO Amer ican Academy ofO EXPO Amer ican Academy ofO EXPO Amer ican Academy of
Oto la ryngo logy—Head and NeckOto la ryngo logy—Head and NeckOto la ryngo logy—Head and NeckOto la ryngo logy—Head and NeckOto la ryngo logy—Head and Neck
SurgerySurgerySurgerySurgerySurgery
California, September 25-28, 2005 - site:
h t tp ://www.ent l ink .net/meet ings/
meetings/Annual-Prep.cfm
OUTUBROOUTUBROOUTUBROOUTUBROOUTUBRO
• • • • • 03 a 05 - Curso T03 a 05 - Curso T03 a 05 - Curso T03 a 05 - Curso T03 a 05 - Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de
Endoscopia Di r ig ida ao Otor r ino-Endoscopia Di r ig ida ao Otor r ino-Endoscopia Di r ig ida ao Otor r ino-Endoscopia Di r ig ida ao Otor r ino-Endoscopia Di r ig ida ao Otor r ino-
laringologistalaringologistalaringologistalaringologistalaringologista
Coordenação Científica: Drs. Domingos H.
Tsuji, Luiz Ubirajara Sennes e Richard Louis
Voegels - local: Anfiteatro de ORL do Hos-
pital das Clínicas - Cidade: São Paulo - SP
telefone: (11) 30689855 - Fatima - e-mail:
fatima@forl.org.br - site: www.forl.org.br
••••• 06 a 08 - Curso T06 a 08 - Curso T06 a 08 - Curso T06 a 08 - Curso T06 a 08 - Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de
Microcirurgia de Laringe com Dissec-Microcirurgia de Laringe com Dissec-Microcirurgia de Laringe com Dissec-Microcirurgia de Laringe com Dissec-Microcirurgia de Laringe com Dissec-
ção de Peçasção de Peçasção de Peçasção de Peçasção de Peças
Coordenadores: Dr. Domingos H. Tsuji,
Dr. Luiz Ubirajara Sennes e Dr. Richard L.
Voegels - local: Anfiteatro de ORL do Hos-
pital das Clínicas - e-mail: www.forl.org.br
• • • • • 13 e 14 - Simpósio Internacional:13 e 14 - Simpósio Internacional:13 e 14 - Simpósio Internacional:13 e 14 - Simpósio Internacional:13 e 14 - Simpósio Internacional:
Câncer de Cabeça e PescoçoCâncer de Cabeça e PescoçoCâncer de Cabeça e PescoçoCâncer de Cabeça e PescoçoCâncer de Cabeça e Pescoço
Coordenação Cient í f ica: Drs . José
Victor Maniglia, Márcio Coimbra Pe-
reira, João Armando Padovani Jr, Atílio
Maximino Fernandes, Denise Abrita,
Luiz Sérgio Raposo, Fernando Drimel
Molina, Alexandre Rofaldini Coraçari -
local: Deptº de Otorrinolaringologia e
Ci rurg ia de Cabeça e Pescoço da
FAMERP - Cidade: São José do Rio
Preto - SP - telefone: (17) 235-7017 -
e-mail: cenacon@cenacon.com.br
site: www.cenacon.com.br
••••• 222220 e 20 e 20 e 20 e 20 e 21 - Curso T1 - Curso T1 - Curso T1 - Curso T1 - Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de
Ronco e Apnéia do SonoRonco e Apnéia do SonoRonco e Apnéia do SonoRonco e Apnéia do SonoRonco e Apnéia do Sono
Coordenadores: Dr. Gilberto Formigoni
e Dr. Luiz Ubirajara Sennes - local: Anfitea-
tro de ORL do Hospital das Clínicas -
e-mail: www.forl.org.br
A ACADEMIA BRASILEIRA DE LARINACADEMIA BRASILEIRA DE LARINACADEMIA BRASILEIRA DE LARINACADEMIA BRASILEIRA DE LARINACADEMIA BRASILEIRA DE LARIN-----
GGGGGOLOLOLOLOLOGIA E VOGIA E VOGIA E VOGIA E VOGIA E VOOOOOZ - ABZ - ABZ - ABZ - ABZ - ABLLLLLVVVVV, pessoa jurídica
de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º
06.103.662/0001-73, com sede à Av.
Indianópolis, n.º 740, Bairro Moema, na cida-
de de São Paulo/SP, neste ato representa-
da por seu Presidente - Dr. Domingos
Hiroshi Tsuji, brasileiro, casado, médico, ins-
crito no CPF sob o nº 012.903.708/77 e no
RG sob o nº 11.974.077, vem, através do
presente, COMUNICARCOMUNICARCOMUNICARCOMUNICARCOMUNICAR aos seus associa-
dos, de acordo com o Estatuto Social e do
Regimento Interno em vigor, que PROMO-PROMO-PROMO-PROMO-PROMO-
VERÁVERÁVERÁVERÁVERÁ, no dia 12 de novembro de 200512 de novembro de 200512 de novembro de 200512 de novembro de 200512 de novembro de 2005,
durante a realização do IV CongressoIV CongressoIV CongressoIV CongressoIV Congresso
TTTTTriológriológriológriológriológico de Otorrrinolaringologico de Otorrrinolaringologico de Otorrrinolaringologico de Otorrrinolaringologico de Otorrrinolaringologiaiaiaiaia, as-
sembléia geral ordinária de eleição para a
Diretoria Executiva e Conselho Fiscal,Diretoria Executiva e Conselho Fiscal,Diretoria Executiva e Conselho Fiscal,Diretoria Executiva e Conselho Fiscal,Diretoria Executiva e Conselho Fiscal,
observando o que segue:
1 –1 –1 –1 –1 – O registro de chapas para a Direto-
ria Executiva poderá ser realizado junto à
Comissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão Eleitoral, na sede da ABABABABABLLLLLVVVVV, sito à
Av. Indianópolis, n.º 740, Bairro Moema, na
cidade de São Paulo/SP, até às 17:00 horas
do dia 12 de outubro12 de outubro12 de outubro12 de outubro12 de outubro de 2005de 2005de 2005de 2005de 2005, sendo o
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA
ELEIÇÕES GERELEIÇÕES GERELEIÇÕES GERELEIÇÕES GERELEIÇÕES GERAIAIAIAIAIS – ABS – ABS – ABS – ABS – ABLLLLLV – Academia Brasileira de LaringologV – Academia Brasileira de LaringologV – Academia Brasileira de LaringologV – Academia Brasileira de LaringologV – Academia Brasileira de Laringologia e Via e Via e Via e Via e Vooooozzzzz
nome de seus integrantes divulgado por
circular distribuída a todos os associados ou
por meio da Revista Brasileira de ORL, Jornal
de ORL, Revista Vox Brasilis ou mídia digital.
2-2-2-2-2- As eleições serão administradas por
uma Comissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão Eleitoral de 03 (três)
membros, nomeados pela Diretoria Execu-
tiva para tal fim e que elegerá entre si, seu
Coordenador.
3-3-3-3-3- A Comissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão EleitoralComissão Eleitoral será forma-
da, no mínimo com 60 (sessenta) dias de
antecedência das eleições, extinguindo-se
assim que os resultados da eleição forem
proclamados e os eleitos empossados, na
própria AGO que os eleger.
4- 4- 4- 4- 4- As chapas inscritas receberão,
mediante solicitaçãomediante solicitaçãomediante solicitaçãomediante solicitaçãomediante solicitação, a lista do nome de
todos os associados inscritos na ABABABABABLLLLLVVVVV, con-
tendo seu endereço de correspondência,
telefone e e-mail de contato, assim como
sua situação de quitação com a mesma.
5 –5 –5 –5 –5 – As chapas deverão conter candi-
datos a todos cargos devendo estes aten-
derem às especificações contidas no Es-Es-Es-Es-Es-
tatuto Socialtatuto Socialtatuto Socialtatuto Socialtatuto Social vigente disponível aos inte-
ressados na sede da ABLV e publicado no
site www.ablv.com.br/i_aablv.cfm
6 -6 -6 -6 -6 - Os candidatos à Diretoria Exe-Diretoria Exe-Diretoria Exe-Diretoria Exe-Diretoria Exe-
cutivacutivacutivacutivacutivadevem ser sócios Titulares, Titu-Titulares, Titu-Titulares, Titu-Titulares, Titu-Titulares, Titu-
lares Colaboradores ou Remidoslares Colaboradores ou Remidoslares Colaboradores ou Remidoslares Colaboradores ou Remidoslares Colaboradores ou Remidos, ins-
critos há pelo menos 6 (seis) meses nos
quadros da ACADEMIA BRASILEIRA DEACADEMIA BRASILEIRA DEACADEMIA BRASILEIRA DEACADEMIA BRASILEIRA DEACADEMIA BRASILEIRA DE
LLLLLARARARARARIIIIINGNGNGNGNGOLOLOLOLOLOGIA E VOGIA E VOGIA E VOGIA E VOGIA E VOOOOOZ – ABZ – ABZ – ABZ – ABZ – ABLLLLLV / ABORV / ABORV / ABORV / ABORV / ABORLLLLL-----
CCCCCCFCFCFCFCF, quites com suas obrigações para com
a entidade e em pleno exercício de seus
direitos sociais, conforme estabelecido no
Estatuto e no Regimento Interno.
7- 7- 7- 7- 7- Havendo chapa única, ela poderá
ser eleita por aclamação da maioria abso-
luta dos presentes ao local de realização
da Assembléia Geral.
8-8-8-8-8- Informações mais detalhadas po-
derão ser obtidas junto à Secretaria da
ABORABORABORABORABORLLLLL-----CCCCCCFCFCFCFCF, que orientará os interessa-
dos quanto aos procedimentos de inscri-
ção e aos cargos a serem preenchidos.
São Paulo, 18 de julho de 2005.
Domingos H. TsujiDomingos H. TsujiDomingos H. TsujiDomingos H. TsujiDomingos H. Tsuji
(Diretor Presidente da ABLV)
55
Capa
Manaus, a cidade cosmopolita
em plena selva, foi palco de um
grande evento da Otorrinolarin-
gologia. Nos dias 26 a 28 de maio,
a capital amazonense foi sede do I
Encontro Ibero-Latino-Americano de
Laringologia e Fonocirurgia, junta-
mente com o VIII Congresso Nor-
te-Nordeste de Otorrinolaringologia.
O evento ocorreu no Hotel Tropi-
cal, às margens do belo e imponente
Rio Negro.
Graças aos esforços do Dr. Do-
mingos Tsuji, presidente da Acade-
mia Brasileira de Laringologia e Voz
(ABLV), e dos doutores Renato
Telles de Souza e Eduardo Kauff-
man, respectivamente, presidente e
coordenador-geral do congresso,
e com apoio da Associação Brasi-
leira de Otorrinolaringologia e Ci-
rurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF),
o evento transcorreu de maneira
organizada, com a estrutura ideal
para propiciar a troca de experiên-
cias e conhecimentos.
O dia pré-congresso foi de gran-
de confraternização com os colegas
latino-americanos que conseguiram
chegar com antecedência à Manaus.
E nada como um passeio de barco
temático, com destino ao Encontro
das Águas, para brindar este encon-
tro com colegas do Panamá, Pa-
raguai, Colômbia, Argentina, Costa
Rica, México, Uruguai e Estados Uni-
dos. O passeio foi perfeito, dia lin-
do de muito sol e calor, encontro
do Rio Negro com o Rio Solimões,
costela de Tambaqui, tribo indígena
e muita descontração.
Estiveram presentes no evento
os seguintes convidados estrangei-
ros: Araceli de La Guardia (Pana-
má), César Franco Peña (Paraguai),
Guillermo Campos (Colômbia), Íris
Rodriguez (Argentina), José Alfon-
so Chacón (Costa Rica), Masao
Kume (México), Pedro Hounie
(Uruguai), Ricardo Carrau (Estados
Unidos) e Ricardo Serrano (Argen-
tina), além de ilustres personalida-
des da Laringologia nacional.
A palestra inaugural foi proferida
pelo Dr. Domingos Tsuji, com o tema
“Compreendendo os Parâmetros da
Videoestroboscopia”. Após as boas-
vindas a todos os palestrantes inter-
nacionais, nacionais e congressistas de
todo o país, o presidente oficialmente
dispensou as formalidades do terno
e gravata, deixando os participantes
climatizados ao calor de Manaus.
Com mesas redondas, palestras
e painéis, os temas mais polêmicos
e controversos da Laringologia e
Fonocirurgia foram abordados de
forma objetiva, prática e transparen-
te. O rendimento foi muito grande,
sendo que todos elogiaram o con-
teúdo das apresentações e o nível
das discussões.
O painel “Princípios Básicos da
Fonomicrocirurgia”, o primeiro do
encontro, abriu com elegância o
evento, com aulas objetivas, e ma-
terial didático excepcional. A mesa
redonda sobre “Lesões Benignas de
pregas vocais (inflamatórias e AEM)”
mostrou que o assunto ainda é
controverso para todos, necessitan-
do de muitos momentos de discus-
são de conceitos e estabelecimento
de condutas.
Momento interessante foi a pa-
lestra sobre a “Experiência Brasilei-
ra na Campanha da Voz”, com as
palavras do Dr. Nédio Steffen, o
idealizador da campanha; Dr. Do-
mingos Tsuji, atual presidente da
ABLV; e Dr. José Antônio Pinto,
como o criador do Dia Mundial da
Voz, levando a idéia brasileira para
muito além de nossas fronteiras. Dr.
Domingos comentou sobre as
melhorias na logística da campanha,
e todos os esforços realizados du-
rante a sua gestão para torná-la
mais profissionalizada e formatada,
com aulas padronizadas e respos-
ta às questões mais freqüentes, uni-
I Encontro Ibero-Latino-Americano
de Laringologia e Fonocirurgia
supera expectativas e consagra
a formação da Sociedade Latino-
Americana de Laringologia e Voz
5
Mesas redondas aprofundaram temas de LaringologiaMesas redondas aprofundaram temas de LaringologiaMesas redondas aprofundaram temas de LaringologiaMesas redondas aprofundaram temas de LaringologiaMesas redondas aprofundaram temas de Laringologia
e Fonocirurgia em Manause Fonocirurgia em Manause Fonocirurgia em Manause Fonocirurgia em Manause Fonocirurgia em Manaus
66
Capa (continuação)
ficando os conceitos veiculados com
o selo da ABLV e da ABORL-CCF.
Também foram expostos os resul-
tados da campanha na Argentina,
pela Dra. Íris Rodriguez e no Méxi-
co, pelo Dr. Masao Kume.
Ao final do primeiro dia do En-
contro, ocorreu a Reunião da Soci-
edade Latino-Americana de Laringo-
logia e Voz, liderada por: Dr. Do-
mingos Tsuji, Dra. Íris Rodriguez, Dr.
Massao Kume e Dr. Guillermo Cam-
pos. De forma democrática e tran-
qüila, contando com a participação
de todos os presentes, foram dis-
cutidos os pontos principais do es-
tatuto da sociedade, que promete
organizar reuniões científicas e o de-
senvolvimento de atividades acadê-
micas entre os países envolvidos.
A sessão solene de abertura do
I Encontro Ibero-Latino Americano
de Laringologia e Fonocirurgia e VIII
Congresso Norte-Nordeste de
Otorrinolaringologia, fechando a
programação do primeiro dia, con-
tou com a palestra de Dr. Edson de
Oliveira Andrade, presidente do
Conselho Federal de Medicina, so-
bre os “Desafios Médicos Atuais”.
Ocorreu ainda um momento de
grande emoção para a Laringologia
nacional, com uma merecida home-
nagem ao Dr. José Antônio Pinto
(ver página 7), por todos os seus
anos de dedicação e feitos pela
nossa especialidade. O segundo dia
do Encontro teve início logo cedo,
com sala lotada, todos interessados
na palestra do Dr. Ricardo Carrau
sobre “Avaliação Clínica e Tratamen-
to dos Distúrbios da Deglutição”,
mostrando seu maravilhoso traba-
lho desde os métodos de avaliação,
até procedimentos para o manejo
do paciente disfágico. O painel
“Como eu Faço/Trato” contou com
ricas discussões, com destaque para
a questão da leucoplasia X carcino-
ma in situ. Ponto alto do dia foi a
mesa “Disfonias em Profissionais da
Voz”, moderada pelo Dr. Marcos
Sarvat, com a apresentação de ca-
Participantes do congresso confraternizam-se no passeioParticipantes do congresso confraternizam-se no passeioParticipantes do congresso confraternizam-se no passeioParticipantes do congresso confraternizam-se no passeioParticipantes do congresso confraternizam-se no passeio
do encontro do Rio Negro com o Rio Solimõesdo encontro do Rio Negro com o Rio Solimõesdo encontro do Rio Negro com o Rio Solimõesdo encontro do Rio Negro com o Rio Solimõesdo encontro do Rio Negro com o Rio Solimões
Reunião da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e VozReunião da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e VozReunião da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e VozReunião da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e VozReunião da Sociedade Latino-Americana de Laringologia e Voz
sosclínicos que promoveram uma
acirrada e empolgante discussão de
todos os componentes da mesa com
a participação da platéia.
Inovação do Congresso foi a
sessão “Happy Hour com os Pro-
fessores”, realizada no Mirante do
Hotel Tropical. Ocorreu em clima de
grande descontração, apreciando o
pôr do sol no Rio Negro, com direi-
to a drinques e aperitivos, na com-
panhia de expoentes professores da
Laringologia nacional e internacio-
nal. Foram discutidos temas de
grande importância, como: Lesões
pré-neoplásicas/Tumores iniciais/
Estenose laríngea, Fonocirurgia (in-
dicações e técnicas), Tratamento
não-cirúrgico das laringopatias,
Papilomatose laríngea e disfonia na
infância. Todos adoraram o forma-
to vanguardista de aprendizado,
permitindo o contato próximo e in-
formal dos participantes.
As atividades do Encontro se en-
cerraram em grande estilo na ho-
ra do almoço do sábado (28 de
maio), com a sensação de missão
cumprida. Foi unânime entre os par-
ticipantes o elogio à organização, à
programação, ao nível das apresen-
tações e discussões. E, o mais im-
portante, a oportunidade de uma
efetiva troca de conhecimentos e ex-
periências, num clima de respeito e
consideração entre todos.
6
77
Dr. José Antonio Pinto é homenageado no
Congresso Norte-Nordeste e faz discurso emocionante
“Ilustres autoridades,
Meus queridos colegas e amigos, ainda
conservo a mesma surpresa e emoção ao
receber a notícia desta homenagem.
Como quem recebe um prêmio de alcan-
ce remoto, oferta da sobrestima de amigos,
a surpresa encheu-me de profunda alegria
que quero compartilhar com todos neste
momento festivo. Vivendo há mais de 40
anos toda a evolução e a revolução da
Otorrinolaringologia, sinto-me à vontade para
sobre ela divagar... Eu nasci dentro de uma
outra Medicina, sem os arroubos da
tecnologia atual, mas na qual a dignidade
médica, a ética e a relação médico-paciente
fundamentavam nossa formação.
Durante todos esses anos de trabalho
fecundo, testemunhei e vivi os grandes
avanços e os infortúnios que cercaram
nossa profissão. Acompanhei os conflitos
e disparates da heterogeneidade profissio-
nal, o aviltamento salarial, a perda da auto-
nomia da atividade médica pelo cada vez
maior domínio de empresas interessadas
na saúde como mercadoria, a deterioração
da relação médico-paciente, a intromissão
em atividades médicas de profissionais de
outras áreas de saúde, enfim todo um pro-
cesso de desgaste visando diminuir o pres-
tígio e o respeito a nossa milenar profissão.
As mudanças são hoje a nossa única cons-
tante dentro de um mundo, fortemente mar-
cado pela velocidade das revoluções
(tecnológicas e humanas). Todas estas mu-
danças se refletiram sobre a Medicina em
vários aspectos e nós, médicos, precisamos
estar alertas e preparados para enfrentá-las.
Para isto precisamos nos inserir na realida-
de e não simplesmente nos adaptarmos a
um sistema considerado injusto. Inserir sig-
nifica mais que sobreviver, significa construir
novos caminhos, novos protocolos, novas
maneiras de fazer mais e melhor...
Paulo Freire dizia que temos duas formas
de agir: Adaptar ou Inserir ... Qual é a nossa???
Há necessidade de desenvolvermos uma
visão sistêmica do processo que acontece
ao nosso redor e atuarmos com maior cons-
ciência nas funções, finalidades, dificulda-
des e necessidades de nossa profissão e
não apenas reagirmos às ações de outros
setores ou ficarmos presos, individualizados,
nos nossos consultórios e atividades par-
ticulares, assistindo a “banda passar”... Te-
mos que estar despertos para entender o
momento e nos perguntarmos: Você sabe
o que esta acontecendo com a tua profis-
são? Você é capaz de prever com detalhes
qual é a visão da Medicina para daqui 5 ou
10 anos? É fundamental enxergar o “todo” e
não apenas o nosso próprio umbigo...
É perceber que nossas ações refletem-
se na continuidade do trabalho dos ou-
tros... como um efeito dominó.
E temos de nos perguntar de tempos em
tempos: Este é o caminho que desejamos
construir? Se a resposta for não, inevitavelmente
estaremos entrando em conflito com o sis-
tema, mas este conflito poderá se tornar cons-
trutivo e não seremos levados pela corren-
teza, ao sabor da maré, sem comida e sem
água. Como diz nosso colega Spencer Johnson
em seu best-seller - Quem mexeu no meu
queijo? : “Se você não mudar, morrerá”.
Quero dizer a vocês, prezados amigos e, em
especial aos mais jovens, que apesar de todas
essas vicissitudes, a Medicina e nossa amada
Otorrinolaringologia mantém sua magia...
Uma magia respaldada no sentimento
humano do trato da dor e do sofrimento,
da gratidão e da perda, da vida e da morte...
As contradições que nos afetam devem
ser superadas pelo retorno dos princípios
básicos da medicina holística, humanista
e na autonomia do trabalho médico.
Dentro de um mercado médico caótico,
precisamos voltar atrás e recolocar o mé-
dico em seu verdadeiro lugar, indepen-
dente, não submisso e absolutamente li-
vre em seu exercício profissional. Somen-
te com um trabalho coeso, não só de nos-
sas sociedades de classe, mas de cada
um nós, contra as pressões corporativas,
as ações predatórias de empresas ditas
da área da saúde, o absurdo aumento de
escolas médicas, aliado a finalmente defi-
nirmos o ato médico, poderemos resgatar
algo que seja de nossa vilipendiada pro-
fissão. É neste momento, nesta festa da
amizade, em que eu me coloco como
exemplo, que eu gostaria de renovar a
minha fé em nossa profissão, como ciên-
cia e arte, e lhes dizer com a grandeza
espiritual de Chico Xavier que...
• não percamos o romantismo, mesmo
sabendo que as rosas não falam...
• que não percamos o otimismo, mes-
mo sabendo que o futuro que nos espe-
ra não é assim tão alegre...
• que não percamos a vontade de viver,
mesmo sabendo que a vida é, em muitos
momentos, dolorosa...
• que não percamos a vontade de ter
grandes amigos, mesmo sabendo que,
com as voltas do mundo, eles acabem
indo embora de nossas vidas...
• que não percamos a luz e o brilho no olhar,
mesmo sabendo que muitas coisas que vere-
mos no mundo, escurecerão nossos olhos...
• que não percamos a garra, mesmo
sabendo que a derrota e a perda são dois
adversários extremamente perigosos...
• que não percamos a razão, mesmo
sabendo que as tentações da vida são
inúmeras e deliciosas...
• que não percamos nosso forte abraço,
mesmo sabendo que um dia nossos abra-
ços estarão fracos...
• que não percamos a beleza e a alegria
de ver, mesmo sabendo que muitas lágri-
mas brotarão dos nossos olhos e escorre-
rão por nossas almas...
• que não percamos o amor por nossas
famílias, mesmo sabendo que elas mui-
tas vezes nos exigirão esforços incríveis
para manter sua harmonia...
• quero aqui deixar o meu beijo de amor
e gratidão a minha amada esposa Leila e
meus filhos, aqui representado pela mi-
nha filha Luciana e meu neto Felipe, ra-
zões de meu viver...
• que não percamos a vontade de doar
este enorme amor que existe em nossos
corações, mesmo sabendo que muitas
vezes ele será submetido e até rejeitado...
• E acima de tudo...
• Não nos esqueçamos que Deus nos
ama infinitamente,
• Que um pequeno grão de alegria e
esperança dentro de cada um é capaz de
mudar e transformar qualquer coisa, pois...
• A vida é construída nos sonhos
• E concretizada no amor
E, para encerrar, compartilho com todos vocês,
queridos amigos, agradecendo à Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial, a Academia Brasileira de Larin-
gologia e Voz , a Sociedade Norte-Nordeste de
Otorrinolaringologia e ao Comitê Executivo des-
te Congresso, em especial meus queridos ami-
gos Renato Telles e Eduardo Kauffman, pela
alegria e emoção que me proporcionaram.
Meu desejo a todos é:
Trabaja como si no necesitaras dinero,
Ama como si nunca te hubieran herido,
Y baila como si nadie teestuviera viendo...
Meu muito obrigado a todos e até muito mais”.
José Antonio PintoJosé Antonio PintoJosé Antonio PintoJosé Antonio PintoJosé Antonio Pinto
Ex-presidente da ABLV
Kauffman e José Antonio Pinto:Kauffman e José Antonio Pinto:Kauffman e José Antonio Pinto:Kauffman e José Antonio Pinto:Kauffman e José Antonio Pinto:
homenagemhomenagemhomenagemhomenagemhomenagem
Capa (continuação)
São Paulo vai sediar o IV Con-
gresso Triológico de Otorrinolarin-
gologia, de 10 a 14 de novembro de
2005. A programação de Laringologia
e Voz ocorrerá ao longo de todo o
dia 12 (sábado) e no período da
manhã do dia 13 de
novembro (domingo). A
programação promete
dinamismo e pratici-
dade. Com mesas re-
dondas, palestras e pa-
inéis, os temas mais po-
lêmicos e controver-
sos da Laringologia e
Fonocirurgia serão abor-
dados de forma objeti-
va, prática e transparente.
Contaremos com a
participação internacio-
nal dos colegas Dr.
André Perouse (França),
Dr. Guillermo Campos
(Colômbia) e Dr. Ricardo Serrano
(Argentina) para abrilhantar nossas
atividades. Além das tradicionais con-
ferências internacionais, uma das ino-
vações da programação da científica
do Congresso Triológico é a partici-
pação dos convidados estrangeiros
na sessão de temas livres. Com o ob-
jetivo de incentivar a pesquisa cientí-
fica, a ABORL-CCF orientou que to-
das as supra-especialidades organi-
zassem suas respectivas programa-
ções com grandes sessões de temas
livres, com a participação dos convi-
dados internacionais para enrique-
cer as discussões e comentários. Os
melhores trabalhos serão apresen-
tados e as discussões, sugestões e
comentários ficarão a cargo dos
ilustres convidados internacionais,
além dos grandes nomes nacionais
da Laringologia e Voz.
A manhã do dia 12 começa
logo cedo, às 7h, com a atividade
denominada Cyber Café. Está pro-
gramada uma palestra inovadora e
extremamente útil na era
digital e das teleconfe-
rências, que abordará os
recursos de captura de
imagem digital.
 As mesas redondas
e sessões de discussão de
casos abordarão de forma
objetiva as controvérsias da
especialidade. Estão previs-
tos os seguintes temas:
“Estenose / Paralisia bila-
teral de pregas vocais em
adultos”, “Adequando o
tratamento para o cantor
disfônico”, “Incompetência
glótica: medialização X in-
jeção”, “Sulco e Cicatriz” e “Up to date
em Papiloma: como eu trato”.
 Os painéis foram montados em
formato de cursos de imersão, o que
permitirá o aprofundamento em te-
mas específicos para aqueles que
estiverem interessados.
8
Triológico
São Paulo vai sediar o I
de ORL e Cirurgi
9
IV Congresso Triológico
ia Cérvico-Facial
O IV Congresso Triológico de
Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial será realizado nas
instalações do ITM Expo, em São
Paulo. Um dos maiores centros
de convenções e exposições da
capital paulista, o local possui 4
pavilhões com cerca de 9 mil
metros quadrados cada, além do
centro de convenções, composto
por 9 salas. Sede de importantes
congressos e eventos em várias
áreas, o ITM tem uma vocação
especial para os congressos mé-
dicos, de acordo com o gerente
de eventos, Paulo Passos.
Recentemente o ITM foi sede
do Congresso Brasileiro de Ra-
diologia. Também já foi organi-
zado no seu espaço o Con-
gresso Brasileiro de Patologia Clí-
nica e Medicina Laboratorial e o
Congresso Internacional de Clí-
nica Médica.
A infra-estrutura do ITM pro-
picia eventos de grande magni-
tude. Entre os diferenciais estão a
facilidade de acesso para defici-
entes físicos, estacionamento co-
berto para 2 mil veículos, ar con-
dicionado em todos os ambien-
tes, escadas rolantes e elevador
de carga, enfermaria, linhas tele-
fônicas com discagem direta e
internet banda larga. O ITM Expo
vai oferecer para o associado que
comparecer ao Triológico, se-
gurança, conforto e tecnologia. Ele
apresenta um design moderno
e instalações sofisticadas.
ITM tem vocação para
congressos médicos
Para o dia 12 de novembro, es-
tão previstos os painéis: “Abordagem
terapêutica das lesões pré-malignas
e tumores precoces da laringe”,
“Afecções laríngeas da infância:
como eu investigo e trato” e “Inter-
pretação diagnóstica em Laringologia”.
No dia 13 estão programados: “Ci-
rurgia de Cabeça e Pescoço para o
ORL”, “Refluxo Laringo-faríngeo e
Distúrbios da Deglutição” e “Microci-
rurgia de Laringe: do básico ao avan-
çado”. Os painéis terão duração pro-
longada. Os tópicos das aulas foram
escolhidos visando abordar cada
grande tema de uma forma mais
completa, passando pela fisiopato-
logia, diagnóstico e conduta. A ino-
vação visa um maior aprofunda-
mento em cada tema abordado.
A programação do dia 12 será
encerrada com a Assembléia da Aca-
demia Brasileira de Laringologia e Voz,
que discutirá a nova composição da
Diretoria da supra-especialidade para
o biênio 2006-2007. A reunião está
prevista para ter início às 18hs.
Esperamos todos os colegas para
mais este momento de aprendizado,
troca de experiências e confraternização.
1010
ABLV
A 7.ª edição da Campanha da Voz,
que ocorreu entre os dias 11 e 16 de
abril, movimentou a Otorrinolaringologia
por todo o país. O evento deste ano
contou com atendimento em diversas
localidades, além de apresentações mu-
sicais, palestras e outros tipos de atra-
ção. O objetivo foi chamar a atenção da
população para a importância de se ter
cuidados com a voz.
Em Belo Horizonte, o Hospital Uni-
versitário (HU) atendeu 439 pessoas,
sendo que 108 foram encaminhadas
para exames mais aprofundados. A exi-
Campanha da Voz consolid
bição de três corais encerrou a semana
em Minas. Em Manaus, palestras, de-
bates, oficinas de canto, além do aten-
dimento à população, foram os desta-
ques. A triagem e orientação à popula-
ção foram realizadas no Amazonas
Shopping. Curitiba contou com o aten-
dimento no Sesc Portão. Com um siste-
ma de senhas, o local atendeu cerca de
500 pessoas durante a semana,
direcionando o foco para os maiores
de 12 anos. Também houve atendimen-
to gratuito no Hospital Santa Casa e no
Hospital das Clínicas.
Otorrinolaringologista examina pacieOtorrinolaringologista examina pacieOtorrinolaringologista examina pacieOtorrinolaringologista examina pacieOtorrinolaringologista examina pacie
Cartaz da Campanha da Voz com Claudia Raia e Edosn CelulariCartaz da Campanha da Voz com Claudia Raia e Edosn CelulariCartaz da Campanha da Voz com Claudia Raia e Edosn CelulariCartaz da Campanha da Voz com Claudia Raia e Edosn CelulariCartaz da Campanha da Voz com Claudia Raia e Edosn Celulari
Em Vitória, a palestra “Cantar com
Consciência” atraiu pessoas interessadas
na importância do uso correto da voz,
utilizada no canto. Em Natal, a avaliação
vocal foi realizada no Natal Shopping.
As expectativas foram superadas em
Campo Grande. Cerca de 400 pessoas
foram examinadas. A intenção inicial era
atender 150 pessoas, mas como a
1111
ida-se e conquista o Brasil
ente na Unifesp. Atendimento foi o ponto alto da Campanha de 2005.ente na Unifesp. Atendimento foi o ponto alto da Campanha de 2005.ente na Unifesp. Atendimento foi o ponto alto da Campanha de 2005.ente na Unifesp. Atendimento foi o ponto alto da Campanha de 2005.ente na Unifesp. Atendimento foi o ponto alto da Campanha de 2005.
procura foi grande, a organização teve
de abrir novas inscrições.
O coral do Instituto de Educação
Artística Gilmar Santiago, em Salvador,
fez exercícios de aquecimento e de-
saquecimento da voz, aberto ao públi-
co. Também houve atendimento nos
hospitais Santa Isabel, das Clínicas, e
Santo Antônio. Em Teresina, houve pa-
lestras de saúde vocal com professores
do Instituto Rio Branco. No Clube dos
Diários, orientação à população e aten-
dimento ao público. Uma sessão espe-
cial na Câmara de Vereadores da capital
do Piauí também homenageou o Dia
Mundialda Voz. Em Cuiabá, as princi-
pais atividades foram realizadas nos
shoppings Goiabeiras e Pantanal, e no
Parque Mãe Bonifácio. Além do atendi-
mento, em Fortaleza, no Hospital das
Clínicas, Santa Casa, Hospital Geral
de Fortaleza e Núcleo de
Atenção Médica Integra-
da, médicos otorrinolarin-
gologistas ministraram pa-
lestras também em esco-
las e na Secretaria Muni-
cipal de Saúde.
No Estado de São Pau-
lo, hospitais de 60 cidades par-
ticiparam da campanha.
Na capital, os atendi-
mentos concentraram-se
na Santa Casa, Unifesp e
Hospital das Clínicas. Tam-
bém houve eventos no
Hospital Beneficência Por-
tuguesa, que atendeu
mais de 200 pessoas,
Hospital São Paulo e Hos-
pital São Camilo.
Na Santa Casa, a se-
mana contou com aten-
dimento ao público, pales-
tras de conscientização
Dona de casaDona de casaDona de casaDona de casaDona de casa
aprendeaprendeaprendeaprendeaprende
exercíciosexercíciosexercíciosexercíciosexercícios
vocaisvocaisvocaisvocaisvocais
dos problemas vocais e um show que
encerrou o evento com um grupo de
samba. No Hospital das Clínicas, o aten-
dimento foi reservado a funcionários e
pacientes cadastrados. Os casos com-
plexos serão tratados no próprio HC. Na
Unifesp, o atendimento foi aberto ao pú-
blico e contou ainda com o apoio do
Hospital São Paulo. De acordo com a
clipagem, a campanha foi publicada em
95 jornais e revistas do país; as informa-
ções foram ao ar em 52 sites e 37 rádi-
os. Pelo menos 28 emissoras de TV abor-
daram a campanha por todo o país.
12
PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO
13
Artigo
13
A) INTRODUÇÃOA) INTRODUÇÃOA) INTRODUÇÃOA) INTRODUÇÃOA) INTRODUÇÃO
Os efeitos dos medicamentos na
qualidade vocal e na laringe vêm sen-
do estudados na literatura mundial há
algumas décadas, contudo poucos
estudos têm sido realizados neste
âmbito. Os trabalhos científicos que
abordam este tema, lamentavelmen-
te, se caracterizam por sua simplicida-
de na investigação e análise dos re-
sultados, tornando este assunto con-
trovertido e desprovido de dados
objetivos como: análise acústica,
eletroglotografia, videoestroboscopia e
videoquimografia. BAUER e col (1963)
relataram a influência dos hormônios
no desenvolvimento da disfonia, aco-
metendo 15 % das mulheres com
problemas vocais. Durante um longo
período somente os hormônios eram
abordados como causadores de dis-
fonia até que, recentemente, outros
grupos de drogas foram identificadas
como causadoras de distúrbios la-
ríngeos e vocais.
O objetivo do presente estudo é
realizar extensa revisão de literatura
confrontada com os conhecimentos
anatômicos, fisiológicos, farmacólogi-
cos e histopatológicos a respeito deste
tema, visando a identificação dos seus
efeitos maléficos na qualidade vocal
e na laringe.
B) EFB) EFB) EFB) EFB) EFEITEITEITEITEITOS COS COS COS COS COLOLOLOLOLAAAAATERTERTERTERTERAIAIAIAIAIS DOSS DOSS DOSS DOSS DOS
MMMMMEDICEDICEDICEDICEDICAMAMAMAMAMENTENTENTENTENTOSOSOSOSOS
1. Princípios básicos de ação1. Princípios básicos de ação1. Princípios básicos de ação1. Princípios básicos de ação1. Princípios básicos de ação
dos medicamentosdos medicamentosdos medicamentosdos medicamentosdos medicamentos
Os medicamentos atuam no or-
ganismo obedecendo a alguns prin-
cípios básicos:
• A variação biológica é caracterizada
pela diferença genética entre os indivídu-
os, presença de estresse, desnutrição e
doenças, determinando grande variabili-
dade na farmacologia das drogas.
Efeitos dos Medicamentos na Qualidade
Vocal e na Laringe
Natasha Andrade Braga, Domingos Hiroshi Tsuji,
Silvia Rebelo Pinho e Luis Ubirajara Sennes
• A resposta do medicamento geral-
mente é proporcional a dose admi-
nistrada, porém, algumas vezes pode ocor-
rer a idiossincrasia, em que pequenas
doses geram efeitos colaterais intensos.
• Outro conceito importante é que
todo medicamento apresenta o efeito
pelo qual é caracterizado, além dos ou-
tros efeitos denominados colaterais ou
adversos, os quais são indesejáveis.
• Na maioria dos agentes farma-
cológicos os efeitos adversos são di-
retamente proporcionais ao tempo de
exposição à droga (MARTIN, 1988).
Com a finalidade de proporcionar
maior aproveitamento de um medica-
mento, deve-se conhecer minuciosa-
mente sua farmacologia, visando identi-
ficar o surgimento dos efeitos colaterais.
2. Estruturas anatômicas envolvidas2. Estruturas anatômicas envolvidas2. Estruturas anatômicas envolvidas2. Estruturas anatômicas envolvidas2. Estruturas anatômicas envolvidas
• Glândulas do trato respiratório:
Produzem secreção que consti-
tuem o muco. São controladas pelo
Sistema Nervoso Autônomo consti-
tuído do Sistema Nervoso Simpático,
cuja estimulação resulta na liberação
de noradrenalina determinando va-
soconstrição e diminuição da secre-
ção glandular, e Sistema Nervoso
Parassimpático com o neurotrans-
missor denominado acetilcolina, cuja
liberação resulta em vasodilatação e
aumento da secreção glandular. O
muco é a camada de proteção de
toda mucosa do trato respiratório. Ele
é composto por substâncias prote-
toras contra as infecções (IgA,
lisozima), assim como amortece e fa-
cilita o contato e coaptação entre as
pregas vocais, evitando a ocorrência
de um impacto brusco.
• Estrutura de camadas da pre-
ga vocal incluindo o músculo vocal:
A viscoelasticidade do tecido está
relacionada à contração muscular,
aumentando proporcionalmente
quando este mecanismo é desen-
cadeado. A contração do músculo
vocal pode afetar, acentuadamen-
te, as propriedades mecânicas das
pregas vocais, determinando a di-
minuição da rigidez da mucosa e
aumento da viscosidade ou vis-
coelasticidade do tecido. Isto é jus-
tif icado pelo encurtamento das
pregas vocais, resultando na dimi-
nuição da tensão da cobertura.
Assim, o edema na camada
superficial da lâmina própria provoca
aumento da rigidez do tecido por au-
mentar a tensão da cobertura, redu-
zindo a mobilidade da mucosa e au-
mentando a viscosidade do tecido.
O aumento da viscosidade do muco
produz maior gasto de energia pela
fricção das superfícies de contato
(HAJI, MORI, ISSHIKI, 1992). Prova-
velmente, esta correlação justifica o
motivo do aumento do limiar da
pressão fonatória quando o muco
está espesso, pela maior contração
muscular. O ressecamento ocasiona
o aumento da viscosidade do muco,
enquanto a desidratação, por atuar
em todas as camadas das pregas,
provavelmente diminui a viscoelas-
ticidade do tecido.
• Trato vocal :
É responsável pelo fenômeno da
ressonância. A mucosa que o com-
põe pode sofrer desidratação ou res-
secamento, repercutindo na qualida-
de vocal. Sua configuração será de-
terminada por contrações e relaxa-
mentos musculares, resultando em
diferentes tipos de vozes. Exempli-
ficando: quando ocorre um relaxa-
mento no pórtico velofaríngeo, tere-
mos a hipernasalidade.
A tensão da faringe e pilares re-
sultam em qualidade vocal metalizada;
edema dos cornetos, como nos ca-
sos de rinites de origem hormonal,
determina hiponasalidade.
1414
3. Alterações funcionais3. Alterações funcionais3. Alterações funcionais3. Alterações funcionais3. Alterações funcionais
• Eficiência glótica:
É a resultante da força da pres-
são subglótica pela resistência ofere-
cida pelas pregas vocais (BERKE,
GERRAT, NASRI, 1994). Assim, qual-
quer medicamento que interfira na
força muscular laríngea ou torácica,
promovendo seu relaxamento ou re-
percutindo na respiração, acarreta
alterações na voz pela diminuição da
eficiência glótica.
• Coordenação e propriocepção:
Para que ocorra o controle neu-
rofisiológico integrado é essencial que
as pregas vocais estejam aproximadas
na linha média, com perfeito equilí-
brio do tônus muscular adutor e
abdutor, e a exata tensão dos mús-
culos TA e CT.
• Fluxo aéreo:
O qual deve apresentar pressão
adequada e constante. Quando se pro-voca aumento do fluxo ocorre o au-
mento da freqüência fundamental, da
pressão subglótica, e diminuição do co-
eficiente de fechamento (BERKE,
VERNEIL, KREIMAN, 1996). Conseqüen-
temente, o aumento da pressão
subglótica, determina o aumento da
excursão lateral e da tensão das pregas
vocais, demarcando elevação linear do
pitch (HSIAO e col, 1994). Convém sa-
lientar que a mudança do pitch com o
aumento da pressão tende a ser dis-
creta nos profissionais da voz treinados.
• Hidratação:
O estado de hidratação interfere
com o limiar da pressão de fonação
(pressão necessária para iniciar a
fonação) ou esforço fonatório. O es-
tado de hidratação é inversamente
proporcional ao esforço fonatório,
sendo que este último se eleva de
forma acentuada com o aumento do
pitch, provavelmente pelo fato da pre-
ga vocal estar mais fina e mais rígida
pelo seu alongamento (VERDOLINI,
TITZE, FENNELL, 1994). A elasticidade
vocal está relacionada ao estado de
hidratação, estando diminuída na la-
ringe desidratada (PERLMAN, TITZE,
COOPER, 1984). A desidratação au-
menta a rigidez, diminui a
viscoelasticidade do tecido, dificultan-
do a vibração das pregas vocais, além
de promover aumento do pitch (HAJI
e col, 1992). Da mesma forma, re-
quer maior força laríngea, maior
adução, resultando em fadiga vocal
(VERDOLINI e col,1994) e maior sus-
ceptibilidade ao trauma. A qualidade
vocal resultante, provavelmente será
rouca, áspera, pitch agudo, que po-
derá ser comprovada pelo aumento
do jitter, shimmer e proporção har-
mônico/ruído (HNR) na análise acús-
tica. Os autores comprovaram neste
estudo que a hidratação restaurou
totalmente a qualidade vocal inicial.
A desidratação, além de acarretar
diminuição da produção da saliva, deve
interferir em todas as camadas das pre-
gas vocais, talvez com maior intensida-
de na camada superficial da lâmina
própria, pela sua composição. Por ou-
tro lado, o ressecamento (diminuição
da produção do muco), por interferir
apenas na mucosa, deve causar maior
impacto na pressão fonatória que na
qualidade vocal propriamente dita.
• Histologia:
Os diferentes grupos de drogas
atuam de forma heterogênea nas dife-
rentes camadas das pregas vocais.
WEINBERG (1995) comprovou
que a viscoelasticidade depende em
parte da porcentagem da distribui-
ção de água intrafibrilar da elastina.
O estresse mecânico, a pressão os-
mótica atuam diretamente no estado
de hidratação da elastina. Como a
elastina compõe a prega vocal, sua
desidratação, certamente, deve inter-
ferir na qualidade vocal. A própria de-
sidratação ou o aumento da viscosi-
dade da prega vocal pode determi-
nar um maior estresse mecânico, por
demandar maior pressão fonatória,
e, também, ressecar a elastina, geran-
do um ciclo vicioso.
C) FARMACOLOGIA- MECANIS-C) FARMACOLOGIA- MECANIS-C) FARMACOLOGIA- MECANIS-C) FARMACOLOGIA- MECANIS-C) FARMACOLOGIA- MECANIS-
MO DE AÇÃO DOS MMO DE AÇÃO DOS MMO DE AÇÃO DOS MMO DE AÇÃO DOS MMO DE AÇÃO DOS MEDICEDICEDICEDICEDICAMAMAMAMAMENTENTENTENTENTOSOSOSOSOS
1. Anti-Histamínicos1. Anti-Histamínicos1. Anti-Histamínicos1. Anti-Histamínicos1. Anti-Histamínicos
Ex: diclorfeniramina, prometazina
• Clássicos:
Inibem a histamina (substância
cuja liberação provoca vasodilatação,
aumento da permeabilidade vascular,
aumento da secreção gástrica,
broncoconstrição). Funcionam como
anticolinérgicos provocando a dimi-
nuição dos efeitos sialogogos das
glândulas salivares e outras glându-
las exócrinas, reduzindo o muco do
trato respiratório, provocando tam-
bém vasoconstrição. Associados aos
simpaticomiméticos, provavelmente
aumentam o ressecamento da pre-
ga vocal.
Devido à penetração pela barrei-
ra hemato-encefálica no Sistema Ner-
voso Central (SNC), causam sedação
e diminuição da propriocepção, pre-
juízo da performance do profissional
da voz. (ROCHA, 1994).
VERDOLINI et al (1998) afirmam
que o ressecamento causa aumento
do esforço fonatório. Desta forma su-
pomos que estes medicamentos cau-
sem disfonia pelo maior esforço fo-
natório, provavelmente, pelo impacto
sobre o muco, resultando em maior
adução glótica, aspereza e surgimento
de alterações orgânicas secundárias
ao fonotrauma.
• Não-clássicos:
Ex: terfenadina, astemizol e
loratadina.
Os novos anti-histamínicos são se-
letivos para inibição apenas dos recep-
tores H1 (cuja estimulação induz a li-
beração da histamina), não penetra no
SNC, não causando sedação, tendo
discreto efeito sobre acetilcolina (RO-
CHA, 1994), e provavelmente, interfe-
rindo com menor impacto na voz .
2. Simpaticométicos2. Simpaticométicos2. Simpaticométicos2. Simpaticométicos2. Simpaticométicos
• Alfa-adrenérgicos:
Ex: pseudoefedrina, fenilpropano-
lamina, fenilefrina, nafazolina
Promovem vasoconstricção, dimi-
nuição do fluxo sangüíneo, glandu-
lar e diminuição da secreção mucosa.
Tem efeito descongestionante, poden-
do causar desidratação da prega vo-
cal. O componente aquoso se reduz
mais acentuadamente que o mucoso,
levando a uma maior viscosidade do
muco e diminuição do batimento ciliar
(DEITMER & SCHEFFLER,1993). Isto
determina maior pressão e esforço
fonatório, demarcando, provavelmen-
te, elevação do pitch, do jitter, do
shimmer, e do HNR. A amplitude de
ação depende do tempo de utiliza-
ção e fatores associados, como a pre-
sença de abuso vocal.
15
• Beta-2-adrenérgicos(agonistas):
Ex: metaproterenol, fenoterol,
salbutamol
Promovem relaxamento da mus-
culatura lisa do trato respiratório e re-
laxamento da via aérea com melhora
da voz (MARTINS & SILVA, 1994).
Como já foi comentado, o aumento
do fluxo aéreo resulta em elevação da
pressão subglótica, com melhora da
eficiência glótica, quando utilizado em
pacientes com hiperreatividade brôn-
quica. Como o uso de brocodilatado-
res inalatórios podem causar irritação
da mucosa laríngea, deve-se priorizar,
sempre que possível, a administração
oral destas medicações, diante do pro-
fissional da voz (SPIEGEL, HAWKSHAW,
SATALOFF, 2000).
3. Antitussígenos3. Antitussígenos3. Antitussígenos3. Antitussígenos3. Antitussígenos
Ex: ação central: codeína, morfina.
ação periférica: dextrometorfano,
benzomanato, dropropizina
Atuam no SNC, ou perifericamen-
te nos receptores da mucosa
brônquica. Os derivados da codeína
(ação central) apresentam efeito
diurético. Geralmente são combina-
das a um veículo alcóolico que de-
termina vasodilatação com edema
e hiperemia das pregas vocais
(THOMPSON, 1995), provavelmente
resultando em qualidade vocal rou-
ca e discretamente áspera, aumento
do jitter, shimmer, HNR.
4. Diuréticos4. Diuréticos4. Diuréticos4. Diuréticos4. Diuréticos
Ex: acetazolamida, hidrocloro-
tiazida, furosemida, espironolactona.
Aumentam a excreção da água e
eletrólitos, principalmente o sódio, le-
vando a desidratação do organismo
(SETÚBAL, 1994). Pela sua maior
quantidade de líquido, o espaço de
Reinke provavelmente, deve ser o
mais afetado, por possuir maior
quantidade de líquido na sua com-
posição. O uso de diurético aumenta
o limiar de pressão fonatória, e, con-
seqüentemente, o esforço durante a
fonação (VERDOLINI et al,2002).
A desidratação da prega vocal de-
termina aumento do pitch, shimmer,
jitter, HNR, resultando em qualidade
vocal rouca, discretamente áspera, às
vezes acompanhada de soprosidade
nos casos mais graves.
5. Vitamina C5. Vitamina C5. Vitamina C5. Vitamina C5. Vitamina C
Funciona como regulador das rea-
ções de oxirredução celular (SACRA-
MENTO & SILVA, 1994).
Devido ao seu efeito diurético, em
altas doses, promovem a desidrata-
ção da prega vocal cujos prejuízos já
foram citados.
6. Agonistas Alfa-Adrenérgicos6. Agonistas Alfa-Adrenérgicos6. Agonistas Alfa-Adrenérgicos6. Agonistas Alfa-Adrenérgicos6. Agonistas Alfa-Adrenérgicos
Ex: metildopa, clonidina, reserpina.
Agem centralmente diminuindo
a tensão arterial. Devido aos seus efei-tos simpaticomiméticos, resultam na
redução da produção do compo-
nente aquoso do muco com conse-
qüente desidratação da prega vocal
(THOMPSON,1995).
77777. Cor. Cor. Cor. Cor. Corticosteróidesticosteróidesticosteróidesticosteróidesticosteróides
Ex: glicocorticóides- prednisona,
dexametazona, triancinolona. mine-
ralocorticóides-hidrocortizona
Reduzem o edema tecidual (prin-
cipalmente os glicocorticóides como
a prednisona, dexametasona, trianci-
nolona) sendo eficaz quando utiliza-
do por períodos curtos na inflama-
ções laríngeas. Contudo, podem cau-
sar ressecamento da prega vocal por
desidratação, quando utilizado com
outros objetivos, estando a laringe,
inicialmente normal. Sua administra-
ção por longos períodos resulta em
retenção hídrica (principalmente os
mineralocorticóides como a hidro-
cortisona) e edema (OLIVEIRA & RI-
BEIRO,1994), com provável redução
da freqüência fundamental, além de
fraqueza muscular, ambas reversíveis
com a suspensão da droga. Também
irritam o trato digestivo, gerando re-
fluxo gastro-esofágico, podendo pro-
vocar laringite por refluxo. Os cor-
ticosteróides inalatórios também têm
sido associados à disfonia com variá-
vel incidência (WILLIAMSOM et al,
1995), principalmente quando utili-
zado para o tratamento da asma,
sendo visibilizado hiperemia com re-
dução da onda mucosa e amplitude
à estroboscopia (MIRZA et al, 2004)
além de edema, leucoplasia (DEL-
GAUDIO, 2002 ).
Outras causas da perturbação
laríngea são a candidíase oral, desi-
dratação da mucosa, sendo ambas
dose-dependentes. Outros estudos
atribuem um efeito nos músculos
da laringe, determinando miopatia
que resulta no arqueamento das
pregas vocais à fonação. (WILLIAMS
et al, 1983).
Após término do tratamento, as
alterações da laringe e da voz so-
frem remissão, podendo, contudo,
durar meses. Devido à pequena
dose empregada, estes efeitos não
têm sido descritos em crianças
(WILLIAMS et al, 1983).
8. Inibidores da Enzima Conver-8. Inibidores da Enzima Conver-8. Inibidores da Enzima Conver-8. Inibidores da Enzima Conver-8. Inibidores da Enzima Conver-
sora de Angiotensinasora de Angiotensinasora de Angiotensinasora de Angiotensinasora de Angiotensina
Ex: captopril (Capoten), enalapril,
cilazapril.
Causam supressão do sistema
renina-angiotensina-aldosterona.
São utilizadas freqüentemente no
tratamento da hipertensão arterial
sistêmica, podendo provocar tosse
crônica atribuída a liberação de
prostaglandinas, resultando em
abuso vocal e, conseqüentemente,
alterações secundárias na laringe.
(ALMEIDA, 1994).
9. Hormônios Masculinos e9. Hormônios Masculinos e9. Hormônios Masculinos e9. Hormônios Masculinos e9. Hormônios Masculinos e
FemininosFemininosFemininosFemininosFemininos
Ex: testoterona, mesterolona,
fluoximesterona.
• Andrógenos:
A testosterona transforma-se,
nos tecidos, em desidrotestoterona,
agindo sobre os órgãos genitais e
extragenitais. Diminui a excreção
urinária de nitrogênio, potássio e fós-
foro, promovendo o desenvolvimen-
to acelerado da musculatura. Acar-
reta retenção hídrica e edema, esti-
mulando o crescimento e a secre-
ção das glândulas sebáceas, predis-
pondo o desenvolvimento da acne
(NEIVA, 1989). Administrados ao
sexo feminino determinam virilização
com modificação do timbre da voz,
aumento do clitóris, hirsutismo,
hipertrofia e hiperplasia muscular
(DERMAN,1995).
São utilizados nos distúrbios hipo-
gonadais masculinos (AKCAM et al,
2004) e também estão indicados no
tratamento da osteoporose (NEED,
DURBRIDGE, NORDIN, 1993), clima-
tério masculino e subfertilidade.
Podem promover uma hiperplasia
das células basais e glândulas, aumen-
1616
to da mitose, paraceratose das pre-
gas vocais, estratificação e meta-
plasia escamosa da mucosa, hi-
pertrofia e hiperplasia dos múscu-
los tireoaritenóideos, edema no es-
troma e cartilagem (TALAAT, ANGE-
LO, KELADA, 1987), resultando em
redução da freqüência fundamen-
tal, diminuição da tessitura vocal,
perdas das a l tas f reqüênc ias
(GERRITSMA, BROCAR, HAKKES-
TEEGT, 1994), instabilidade vocal e
aspereza, fonastenia (KOPERA,
1993), geralmente irreversíveis
após longos períodos de exposi-
ção. DAMTSE (1967) evidenciou
uma dificuldade nas cantoras em
manter o registro de cabeça du-
rante este tratamento e alterações
de registros e qualidade vocal de
cantores tratados com essa droga
(King et al, 2001). Desta forma al-
guns autores sugerem o acompa-
nhamento destes pacientes a cada
15–28 dias, principalmente em se
tratando de profissionais de voz
(BRODINTZ,1971), devendo ser
suspenso ou reduzido diante des-
ta s intomatologia pelo caráter
irreversível dos seus efeitos maléfi-
cos. Apesar de alguns sintomas na
qualidade vocal apresentarem me-
lhora parcial após alguns meses de
fonoterapia, outros podem perma-
necer mesmo após a suspensão
do hormônio (BAKER, J, 1999).
Por outro lado, o uso destas medi-
cações em pacientes com o pitch
muito elevado, como na Síndrome
de Turner, tem se mostrado muito
eficaz (VUORENKOSKI et al, 1978;
ANDERSSON et al, 1994). O exa-
me laringoscópico pode demons-
trar coloração cinza da prega vo-
ca l , fac i l i tando o d iagnóst ico
(BRODNITZ,1971).
• Estrogênios
Ex: eti lbestrol, benzoato de
estradiol, sulfato de estrona.
Interagem com os receptores das
células alvo, propiciando modificações
genitais e extragenitais. Desta forma
promovem concentração e distribui-
ção de gordura no tecido celular sub-
cutâneo periférico (TCSC); contribu-
em para o aumento da espessura
da pele, assim como seu conteúdo
aquoso; diminuem a atividade das
glândulas sebáceas e aumentam o
calibre dos seus ductos excretores.
No tecido ósseo promovem a
proliferação da matriz protéica, toda-
via, retardam o crescimento somático
ao acelerarem a maturação epifisária.
Em relação ao sistema hidroeletrolítico
acumulam sódio, resultando em re-
tenção hídrica e edema por interferi-
rem na polimerização dos mucopo-
lissacarídeos-substância do TCSC. En-
fim, apresentam um efeito anabo-
lizante geral (CRUZ, 1989).
São utilizados no tratamento da
dismenorréia, esterilidade, hemor-
ragia uterina disfuncional, climaté-
rio, hirsutismo, acne e ameaça de
abortamento.
BOOTHROYD & LEPRE (1990)
comprovaram que o danazol utiliza-
do no tratamento da endometriose
e doença fibrocística da mama, de-
termina alterações irreversíveis da voz,
como redução do pitch e virilização
em 7-10% das mulheres (dose 600-
800mg/dia). Os autores também
mostram que a telescopia nestes ca-
sos é normal ou revela discreto
edema, dificultando o diagnóstico
precoce. O risco destes efeitos são
dose-dependentes e aumentam com
a duração do tratamento. Reduzem
a Fo da voz no sexo masculino, con-
tudo poucas alterações têm sido de-
monstradas no tratamento dos
transexuais. KAUFMANN et al (1995)
relatam que os contraceptivos orais
de micro-dosagem não interferem na
voz e deve ser indicado com cautela
nos profissionais da voz. Por outro
lado, AMIR et al (2003) descrevem
que apesar de contraceptivos orais
com altas concentrações de hor-
mônios prejudicarem a qualidade
vocal, os de baixa concentração agem
promovendo maior estabilidade
hormonal, influenciando favoravel-
mente a voz.
• Progestogênios
Ex: acetato de citoproterona ou
de medoxiprogesterona.
Apresenta ação anabolizante que
em ação sinérgica com os estro-
gênios acarretam deposição periféri-
ca de gordura; devido à sua ação
sedativa frequentemente ocasionam
sonolência; apresentam ação antagô-
nica à aldosterona, favorecendo a
diurese, resultando em hipotensão e,
provavelmente, em desidratação
(CRUZ, 1989).
São utilizados no tratamento do
câncer de mama, esterilidade, dis-
função menstrual, endometriose, pu-
berdade precoce e anticoncepção.
Seu efeitos na voz estão, prova-
velmente, relacionados à desidratação
da prega vocal.
10. Neurolépticos10.Neurolépticos10. Neurolépticos10. Neurolépticos10. Neurolépticos
Ex: clorpromazina, haloperidol,
tioridazina.
Bloqueiam os receptores dopami-
nérgicos centrais, tendo ação incisiva
sobre os delírios e alucinações e uma
ação sobre os gânglios da base (sis-
tema nigro estriado), gerando efeitos
extrapiramidais como a distonia, aca-
tisia e parkinsonismo (OLIVEIRA,
1994). As alterações na qualidade
vocal ocorrem devido aos efeitos
neuromusculares destas drogas, cujo
uso prolongado (superior a sete
anos) gera o parkinsonismo secun-
dário em 14 % dos pacientes
(disartrofonia hipocinética: pausas
respiratórias, soprosidade, redução da
modulação, redução do tempo má-
ximo de fonação, alterações articu-
latórias, tremor vocal, resultando em
qualidade vocal rouca, soprosa, mo-
nótona e diplofônica). Concomi-
tantemente, é possível que ocorra a
redução da pressão subglótica, e, com
isso, diminuição da capacidade de
elevar o pitch por estes mecanismos.
11. Neuroestimulantes11. Neuroestimulantes11. Neuroestimulantes11. Neuroestimulantes11. Neuroestimulantes
Ex: anfetamina, cafeína, fenfluramina.
Estimulam o SNC, determinando
tremor associado a tiques vocais, ve-
locidade acelerada de fala, dificultan-
do a compreensão (MARTIN, 1988).
Podem também provocar resseca-
mento da mucosa do trato vocal, pela
diminuição da produção do muco
(efeito anticolinérgico).
12. Antidepressivos12. Antidepressivos12. Antidepressivos12. Antidepressivos12. Antidepressivos
Ex: fluoxetina (Prozac), amitriptilina
(Tryptanol), imipramina (Trofanil).
Atuam impedindo a recaptação
das aminas biogênicas na fenda siná-
ptica no cérebro (OLIVEIRA, 1994).
Devido aos seus efeitos adrenér-
gicos e anticolinérgico, podem produ-
1717
zir ressecamento da mucosa do tra-
to vocal, cujos prejuízos já foram abor-
dados.
Atuam também no SNC poden-
do provocar sedação, irritabilida-
de, agitação, náuseas, lentificação da
fala e tremores.
Por outro lado, atuam favora-
velmente nos distúrbios da fala
provocados pela depressão (STAS-
SEN etal, 1998).
13. Lítio13. Lítio13. Lítio13. Lítio13. Lítio
Aumenta a permeabilidade de
membrana ao potássio, resultando
em saída deste íon para o meio
extracelular, e bloqueio das trans-
missões sinápticas no SNC (princi-
palmente dos gânglios simpáticos).
Doses elevadas resultam em di-
sartria, zumbidos e tremor oro-facial.
(VOGEL & CARTER, 1995).
São utilizados em forma de sais
de lítio (LIMA & OLIVEIRA, 1994).
14. Ansiolíticos14. Ansiolíticos14. Ansiolíticos14. Ansiolíticos14. Ansiolíticos
Ex: diazepam, clonazepan, lorazepan.
Os benzodiazepínicos possuem
propriedades ansiolíticas, miorrela-
xantes, anticonvulsivan- tes e efeitos
amnésicos. Tais ações são devidas ao
reforço gama-aminobutírico (GABA),
o mais importante inibidor da neu-
rotransmissão cerebral (SILVEIRA,
1994). Os ansiolíticos são os medi-
camentos que mais causam distúrbi-
os na voz (MARTIN,1988). Suas alte-
rações descritas por VOGEL et al
(1995) são de origem neuromuscular
(articulação imprecisa da palavra, voz
pastosa, hipernasalidade, redução no
tempo máximo de fonação, dificulda-
des de contrastes surdos-sonoros).
A velocidade da mudança de com-
primento das pregas vocais determi-
na a eficácia na passagem de regis-
tro nos cantores, ou seja na mudan-
ça de predominância do TA para o
CT (passagem do registro de peito
para o de cabeça) e vice-versa.
Como os ansiolíticos promovem
um relaxamento muscular, talvez
esta eficácia fique comprometida, re-
sultando em prejuízo considerável
no canto.
Pela qualidade vocal resultante,
provavelmente ocorre uma peque-
na fenda glótica, ou uma fase aber-
ta maior que fase fechada, que se
traduz por discreta soprosidade
além de discreta nasalidade, relaci-
onada ao relaxamento de toda mus-
culatura, inclusive palatal.
15. Beta-bloqueadores15. Beta-bloqueadores15. Beta-bloqueadores15. Beta-bloqueadores15. Beta-bloqueadores
Ex: propanolol, pindolol, atenolol,
timolol.
Inibem os receptores beta-adre-
nérgicos, sendo antagonistas da
adrenalina. Atuam promovendo di-
minuição da freqüência cardíaca,
tensão arterial, e da excitabilidade
da membrana celular. Em peque-
nas doses auxil iam nas perfor-
mances, combatendo o nervosismo
(GATES et al, 1985).
O efeito benéfico na qualidade
vocal deve estar relacionado à mai-
or estabilidade e harmonia durante
a fonação, com redução do tremor
e instabilidade vocal, proporcionan-
do mais precisão na oratória ou
melhor performance no canto.
16. Anestésicos Locais16. Anestésicos Locais16. Anestésicos Locais16. Anestésicos Locais16. Anestésicos Locais
Ex: tetracaína, lidocaína, dibucaína.
Bloqueam o influxo de sódio
pela membrana celular dos ner-
vos, impedindo o potencial de
ação; interferem na musculatura da
parede vascular, determinando
vasodilatação (GUANAIS & ALVES,
1994). A diminuição do clearance
mucociliar, causada por este gru-
po, reflete na função protetora da
laringe (ARMENGOT et al, 1994).
Devido à perda da propriocepção,
pode determinar alterações arti-
culatórias quando administrados
por via oral.
Existem mecanorreceptores na
região subglótica os quais exercem
controle moderado na atividade
muscular da laringe, em resposta a
variações da pressão nesta região,
durante a fonação.
Nos cantores, a pressão sub-
glótica é adaptada ao loudness e à
freqüência fundamental (Fo).
O uso de xilocaína promoveu
diminuição das respostas destes
receptores às variações da pres-
são subglótica, todavia não alte-
rou a responsividade às alterações
da Fo (SUNDBERG, IWARSSON,
BELLSTORM, 1995).
É possível concluir que os pro-
fissionais da voz que utilizam pasti-
lhas anestésicas podem prejudicar
este reflexo.
1111177777. Metazolamida. Metazolamida. Metazolamida. Metazolamida. Metazolamida
Inibe a anidrase carbônica que
é responsável pela dissociação quí-
mica do ácido carbônico em gás car-
bônico e íon hidrogênio. É utilizada
em tremor vocal como alternativa ao
propanolol (ZESIEWICZ et al, 2002).
Contudo, sua eficácia ainda perma-
nece controvertida (BUSENBARK et
al, 1996).
18. Isotretinoína18. Isotretinoína18. Isotretinoína18. Isotretinoína18. Isotretinoína
Reduz a ceratinização folicu-
lar, diminui a produção das glân-
dulas sebáceas, promovendo o res-
secamento da pele (PAIXÃO &
DALL’IGNA,1994). É constituída por
precursores de vitamina A, vem sen-
do utilizada no tratamento da acne
moderada e severa, contudo de-
termina uma intensa desidratação,
com provável prejuízo da qualida-
de vocal.
D) CONCLUSÃOD) CONCLUSÃOD) CONCLUSÃOD) CONCLUSÃOD) CONCLUSÃO
Este estudo nos fez concluir o
quanto é importante sabermos os
efeitos maléficos dos medicamen-
tos na voz e a necessidade de ques-
tionarmos o uso dos mesmos na ana-
mnese otorrinolaringológica e fono-
audiológica.
Essas alterações em pessoas
normais, na maioria das vezes, é
quase imperceptível, e de difícil di-
agnóstico, enquanto quando se re-
fere ao profissional da voz, como
os cantores, pequenas alterações
podem provocar desajustes na res-
sonância, pitch, loudness, tessitura
vocal ou articulação interferindo na
projeção vocal e extensão fonatória
prejudicando acentuadamente seu
desempenho.
Assim, diante destes profissio-
nais, devemos procurar otimizar a
relação entre efeito desejado e efei-
to colateral, requerendo, muitas
vezes, individualização da dosagem
de cada uma destas medicações.
1818
Referências Bibliográficas
1. AKCAM, T; BOLU, E; MERATI, A.L;
DURMUS, C; GEREK, M; OZKAPTAN Y. Voice
changes after androgen therapy for hypo-
gonadotrophic hypogonadism. Laryngoscope,
114: 1587-91; 2004
2. ALMEIDA, A.R.P.- Drogas anti-hipertensivas.
In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio de janeiro: Ed.
Guanabara Koogan, 1994.
3. AMIR O, BIRON-SHENTAL T, MUCHNIK C,
KISHON-RABIN L. Do oral contraceptives
improve vocal quality? Limited trial on
low-doseformulations. Obstet Gynecol.
101(4):773-7, 2003.
4. ANDERSSON, G.;WIKLAND, K.A.;- Change
in speaking fundamental frequency in hormone-
treated patients with Turner’s syndrome- a lon-
gitudinal study of four cases. Acta paediatr, 83:
452-455, 1994.
5. ARMENGOT, M.; GARIN, L.; BARONA,
R.;MONTALD, J.- Laryngeal mucociliary
transport: normal values and under the influence
of anesthesics. An experimental study in rabbits.
Acta oto-rhino-laryngologica belg, 48: 41-44,
1994.
6. BAKER, J. A report on alterations to the
speaking and singing voices of four women
following hormonal therapy with virilizing agents.
J Voice;13:496-507,1999.
7. BERKE,G.S.; GERRAT,B.R.; NASRI,S.- A
pressure- regulated model of normal and
pathologic phonation. Otolaryngol Head Neck
Surgery, 116: 807-815, 1994.
8. BERKE, G.S.; VERNEIL,A.; KREIMAN,J. -
Effects of driving pressure and recurrent laryngeal
nerve stimulation on glottic vibration in a
constant pressure model. Otolaryngol Head
Neck Surgery, 115: 15-23, 1996.
9. BOOTHROYD,C.V.; LEPRE,F.- Permanent
voice change resulting from danazol therapy.
Austr. NZ Obstet. Gynaecol, 30: 275-276,
1990.
10. BRODNITZ,F.S.- Hormones and the human
voice. Bull. N.Y. Acad. Med, 47: 183-190, 1971.
11. BUSENBARK, K.; RAMIG, L.; DROMEY,
C.KOOLER, C.- Metazolamide for essential voice
tremor. Neurology,47: 1931-1932, 1996.
12. CARRARA, E.; MOURÃO, L.; ANDRADE,
L.A.; FERRAZ, H.B.- Avaliação fonoaudiológica
das disartrofonias. In: PINHO, S.R. Tópicos em
Fonoaudiologia. São Paulo. Guanabara Koogan,
1996.
13. CRUZ, T.- Estrogênios e Progestogênios. In:
SILVA, P.- Farmacologia. Rio de janeiro: Ed.
Guanabara Koogan, 1989.
14. DAMTSE, P.H.- Voice change in adult women
caused by virilizing agents. Journal of Speech
and Hearing Disorders, 32: 126-131,1967.
15. DEITMER, T.; SCHEFFLER, R.- The effect of
different preparations of nasal descongestants
on ciliary beat frequency in vitro. Rhinology, 31:
151-153, 1993.
16. DELGAUDIO, J. M. Arch Otolaryngol Steroid
inhaler laryngitis: dysphonia caused by inhaled
fluticasone therapy. Head Neck Surg,
128(6):677-81, 2002.
17. DERMAN,R.J.- Effects of sex steroids on
women’s health: implications for practioners.
Am. J. Med., 98: 137-143, 1995.
18. GATES, G.; JOHNSON, L.; SAEGERT,
J.;WILSON, N.- Effect of B Blockade on singing
performance. Ann. Otol. Rhinol. Laryngol., 94:
570-574, 1985.
19. GERRITSMA, E.J.;BROCAAR, M.P.;
HAKKESTEEGT, M.M.- Virilization of the voice
in post-menopausal women due to the anabolic
steroid nandrolone decanoate (Decadurabolin).
The effects of medication for one year. Clin.
Otolaryngol (England),19: 79-84, 1994.
20. GUANAIS,O.; ALVES, T.C.A.- Anestésicos
locais. In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio de janei-
ro: Guanabara Koogan, 1994.
21. HAJI, T.; MORI, K.; OMORI,K.; ISSHIKI,N.-
Experimental studies on the viscoelasticity of
thevocal fold. Acta Otolaryngol (Stockh), 112:
151-159, 1992.
22. HISIAO, T.Y.; SOLOMON, N.; LUSHEI,
E.;TITZE,I.R.;LIU,K.; FU,T.- Effect of subglottic
pressure on fundamental frequency of the
canine larynx with active muscle tensions. Ann
Otol Rhinol Laryngol, 103: 817- 821, 1994.
23. KAUFMANN, J.; WENDLER J.; SCHEL-
HORN, P.;KLINGER,G.- The influence of
Microgynon and Diane-35, two sub-fifty
ovulation inhibitors, on voice function in women.
Contraception, 52: 343-348, 1995.
24. KING, A; ASHBY, J; NELSON, C. Effects of
testosterone replacement on a male pro-
fessional singer. J Voice, 15:553-7,2001.
25. KOPERA, H.- Side effects of anabolic
steroids and contraindications. Themenheft:
Anabol-androgene Steroide, 14/15: 399-
400,1993.
26. LIMA, P.A.S.; OLIVEIRA, I.R.- Lítio e outras
drogas reguladoras do humor.
In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio de janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.
27. MARTIN, F.G.- Drugs and vocal function.
Journal of Voice, 2: 338-344, 1988.
28. MARTINS, A.C.P.; SILVA, G.O.- Farmacote-
rapia da asma brônquica. In: SILVA, P.- Farmaco-
logia. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
29. MIRZA, N; KASPER, S; ANTIN-OZERKIS, D.
Laryngeal findings in users of combination
corticosteroid and bronchodilator therapy.
Laryngoscope, 114:1566-9, 2004.
30. NEED, A.G.; DURBRIDGE, T.C.; NORDIN,
B.E.C.- Anabolic steroids in postmenopausal
osteoporosis. Themenheft: Anabol-androgene
Steroide, 14/15: 392-395,1993.
31. NEIVA, A.- Andrógenos. In: SILVA, P.- Far-
macologia. Rio de janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 1994.
32. OLIVEIRA, I.R.- Neurolépticos. In: SILVA, P.-
Farmacologia. Rio de janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 1994.
33. OLIVEIRA, I.R.; RIBEIRO, M.R.- Corticos-
teróides. In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio de
janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1994.
34. OLIVEIRA, I.R.- Antidepressivos. In: SILVA,
P.- Farmacologia. Rio de janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 1994.
35. PAIXÃO, A.P.; DALL’IGNA, S.H.- Farma-
coterapia dermatológica. In: SILVA, P.- Farma-
cologia. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
1994.
36. PERLMAN, A.; TITZE, I.R.;COOPER, D.S.-
Elasticity of canine vocal fold tissue. Journal of Speech
and Hearing Research, 27: 212-219, 1984.
37. PINHO,S.M.R.- Avaliação e tratamento da
voz. In:___.(ed.)- Fundamentos em
Fonoaudiologia: Tratando os distúrbios da voz.
São Paulo: Guanabara Koogan, 1998.p.6-8.
38. ROCHA, M.A.- Histamina e Anti-
histamínicos. In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio
de janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
39. SACRAMENTO,E.; SILVA, B.- Vitaminas e
minerais. .
In: SILVA, P.- Farmacologia. Rio de janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.
40. SPIEGEL, J. R., HAWKSHAW, M., SATALOFF,
R. T.- Dysphonia related to medical therapy.
Otolarygologic Clinics of North America, 33:
771-784, 2000
41. SETÚBAL, P.S.- Diuréticos. In: SILVA, P.-
Farmacologia. Rio de janeiro: Guanabara
Koogan, 1994.
42. SILVEIRA, A.B.- Ansiolíticos. In: SILVA, P.-
Farmacologia. Rio de janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 1994.
43. STASSEN HH, KUNY S, HELL D. The speech
analysis approach to determining onset of
improvement under antidepressants. Eur
Neuropsychopharmacol 8(4):303-10, 1998
44. SUNDBERG,J.; IWARSSON,J.; BELLSTORM,
A.H.- Significance of mechanoreceptors in the
subglottal mucosa for subgottal pressure control
in singers. J. Voice, 9: 20- 26, 1995.
45. TALAAT, M.; ANGELO,A.; TALAAT, A.M.;
ELWANY,S.; KELADA,I.- Histologic and
histochemical study of effects of anabolic
steroids on the female larynx. Ann. Otol. Rhinol.
Laryngol., 96: 468- 471, 1987.
46. THOMPSON, A.R.- Pharmacological agents
with effects on voice. American Journal of
Otolaryngology, 16: 12-18, 1995.
47. VERDOLINI, K.;TITZE, I.R.; FENNEL, A.-
Dependence of phonatory effort on hydration
level. Journal of Speech and Hearing Research,
37: 1001-1007, 1994.
48. VERDOLINI K, MIN Y, TITZE IR, LEMKE J,
BROWN K, VAN MERSBERGEN M, JIANG J,
FISHER K. Biological mechanisms underlying
voice changes due to dehydration.J Speech Lang
Hear Res.45 :268-81, 2002
49. VOGEL, D.; CARTER, J.- The effects of
drugs on communication disorders.San Diego:
Singular publishing, 1995.
50. VUORENKOSKI, V.; LENKO, H.L.; TJERN-
LUND, P.; VUORENKOSKI, L.- Fundamental
voice frequency during normal and abnormal
growth, and after androgen treatment. Archives
of disease in childhood, 53: 201- 209, 1978.
51. WEINBERG, P.D. The distribuition of water
in arterial elastin effects of mechanical stress,
osmotic pressure, and temperature.
Biopolymers, 35: 161-169, 1995
52. WILLIAMS, A.; BAGHAT, M.S.; STABLEFORTH,
D.; CAYTON, R.M.- Dysphonia caused by inhaled
steroids: recognition of a characteristic laryngeal
abnormality. Thorax, 38: 813-821, 1983.
53. WILLIAMSOM, I.J.; MATSIEWICZ, S.P.;
BROWN, P.H.; GREENING, A.P.- Frequency of
voice problems and cough in patients using
pressurized aerosol inhaled steroid preparations.
Eur. Resp. J., 8: 590-592, 1995.
54. ZESIEWICZ TA, ENCARNACION E, HAUSER
RA. Management of essential tremor. Curr
Neurol Neurosci Rep.4:324-30, 2002
19
PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO
20
Contra Capa
PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO

Outros materiais