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Industria Textil no Braril

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O setor têxtil no Brasil
A indústria têxtil brasileira nasce no período colonial, desenvolvendo-se vagarosamente com a chegada dos imigrantes alemães e italianos. O seu auge ocorreu por volta de 1940, durante o conflito mundial que inflamou a Europa e que viu o Brasil colocar-se no 2° lugar do ranking mundial como produtor e exportador têxtil. 
Todavia durante a segunda metade do século passado, graças ao boom econômico dos Países que da guerra haviam participado e o fechamento das fronteiras do Brasil pela ditadura militar, o setor têxtil ficou relegado a trabalhar somente no mercado interno.
Porém pouco a pouco o mercado têxtil voltou a ser reaberto, com ajuda de Collor de Mello e com o final da ditadura.
Hoje em dia, O Brasil possui uma das últimas cadeias têxteis completas do ocidente. Aqui produzimos desde as fibras até às confecções. O setor reúne mais de 32 mil empresas, das quais mais de 80% são confecções de pequeno e médio porte, em todo o território nacional, empregando cerca de 1,7 milhão de brasileiros, sendo que 75% são funcionários do segmento de confecção, mulheres em sua maior parte. Em 2012, o setor têxtil e de confecção faturou US$ 56,7 bilhões, contra US$ 67 bilhões em 2011. Sinal de que vem perdendo competitividade. O setor representa cerca de 6% do valor total da produção da indústria de transformação
As zonas
Cidade e Zona Metropolitana
É certamente, o centro de produção de maior importância além de ser também aquele mais diversificado.  A partir da zona urbana, coração econômico do Brasil, indo para o interior a 130/140 km encontra-se Americana, distrito de produção organizado, onde estão presentes as grandes  fiações algodoeiras, a tecelagem e a tinturaria/fixagem.
Ali se podem encontrar sejam as indústrias a ciclo completo que as pequenas-médias empresas terceirizadas.
Toda esta produção é destinada às roupas, aos calçados e também ao setor automobilístico.
É neste distrito que a tradicional manufatura do algodão, uniu-se o ciclo de produção ao completo (desde a preparação dos filamentos até a confecção dos modelos) no setor das fibras artificiais/sintéticas.
Na verdade, Americana é justamente a sede da divisão brasileira da SNIA Viscosa, mais tarde em 1982 comprada pelo grupo brasileiro Vicunha.
Outro importante aspecto; quando se fala de produção têxtil neste distrito, estamos falando também do têxtil não convencional, ou seja, são produtos que se aplicam aos setores tecnológicos como a segurança e a mecânica/hidráulica.
No final, é um pólo de grande relevância, seja por volume de produtos seja pela tecnologia empregada.
No que se refere a São Paulo capital, é bom ter em mente que além de ser a capital de consumo do luxo, é também sede de todas aquelas atividades antigas (showroom, centros empresariais, logísticos e de desenvolvimento do produto) em muitas empresas do setor têxtil, daquelas do vestuário, sem falar nos dois maiores centros de venda em atacado do Brasil, situados nos bairros do Brás e do Bom Retiro.
Pólo industrial de Nova Friburgo
Tirando as poucas empresas da área metropolitana (dentre as quais vale mencionar o “Linifício Leslie”, brasileiro e especializado na produção de tecidos de puro linho, seja para a moda, que para a decoração), a grande parte das atividades se concentra na região serrana, precisamente em duas cidades: Petrópolis com sua atividade de produção têxtil em ciclo semi-verticalizado (da tecelagem à fixação) e nas roupas de frio. E depois Nova Friburgo, polo príncipe na produção de lingerie (com 25% da produção nacional) bem como naquela de roupas de praia e esportivas.
Este polo, que se estende também a algumas zonas limítrofes, caracteriza-se na maioria dos casos por empresas de pequeno porte, em torno a 900, com uma bacia de força-trabalho de mais ou menos 20.000 pessoas com um lucro anual de aproximadamente 350.000 de USD.  A produção é destinada em grande parte ao mercado interno.
A importância de Nova Friburgo neste setor deve-se à presença do colosso alemão Triumph desde 1968 e que por si só gera emprego a 1.300 funcionários.
O distrito paulistano-mineiro
Representa o grande circuito da malharia brasileira.  Esta região se caracteriza, com raras exceções de grandes empresas a ciclo verticalizado, por   estruturas industriais de pequeno/médio porte aonde se vai desde a produção de tecido em malha até a venda in loco.
As cidades de Jaguatinga e Divinópolis estão entre os dois maiores centros atacadistas da zona.
A estimativa é de que hajam 20.000 micro-empresas envolvidas neste setor (falar em estimativa é imprescindível, visto que se fala de um distrito com alta percentual de trabalho informal).
O volume de produção em malharia nesta área, equivale a 40% do total da produção nacional no setor.
Muitas destas empresas são terceirizadas, também pelas grandes marcas das capitais da moda brasileira como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.  Em Minas Gerais vale a pena citar a cidade de Cataguases, no Norte e próxima à fronteira com o Estado do Rio.
É um mini distrito têxtil, exclusivamente do algodão, no qual se destaca a homônima Cia. Têxtil de Cataguases, empresa com ciclo totalmente verticalizado (entra a bola de algodão e sai o tecido acabado) que representa a quase totalidade das fontes de trabalho da cidadezinha.
Os arredores sobressaem-se por suas empresas de pequeno porte, sobretudo fiação, que têm o trabalho quase completamente terceirizado por empresas do distrito paulistano-mineiro.
Vale do Itajaí
Segundo pólo têxtil do País, com a quase totalidade da produção industrial da região concentrada na diretriz que vai de Jaraguá do Sul até Brusque, passando por Blumenau, a capital industrial do Estado.
Neste distrito (nascido sob a colonização alemã de fins do séc. XIX), encontra-se a cadeia de produção completa no setor algodoeiro, com uma produção endereçada a diversos setores de mercadorias.
Alguns números: em torno a 900 empresas do setor têxtil entre fiação, tecelagem (80% em malha) e fixagem as quais significam 19% do total nacional.
Mais de 3.800 empresas de confecção, representando 14% do total do País, grande parte no setor moda, mas também na decoração e em outros produtos.
No total as empresas catarinenses representam 21,5% da mão-de-obra no setor têxtil a nível nacional (17% se considerarmos têxtil e confecção).
Especificamente na zona de Blumenau, estão sediadas a maiores indústrias nacionais do setor cama/mesa/banho como, por exemplo, a Karsten e a Altemburg.
São indústrias completamente verticalizadas onde o ciclo de produção começa com a fiação e termina com a confecção/distribuição final ao consumidor.
Existem algumas manufatureiras de grande porte, prevalentemente de algodão com uma produção voltada para a camisaria, ternos e capotes leves, que se concentram na zona de Brusque.
No setor da confecção, o panorama é muito variado.
Há também várias grandes indústrias com uma rede própria de distribuição por todo o País (com lojas e redes em franchising) como a Hering, a Malwee e a Marisol, única criada por italianos, com sedes produtivas locais e deslocalizadas no Nordeste.  Além das confecções de pequeno/médio porte, muitas das quais especializadas no setor do “private labelling” (também de alta qualidade).
Vale a pena citar o grupo AMC Têxtil, que através dos seus dois centros empresariais entre Brusque e Jaraguá, representam exemplo do conglomerado têxtil/vestuário.  Nasce com a tecelagem de malharia terceirizada (fundada pela família Menegotti), Expandindo-se ao longo dos anos até transformar-se numa das mais importantes produtoras de tecidos em malha de excelente qualidade, a Mengotti Malhas.
A grande virada deu-se no início dos anos 2000 com o ingresso no setor da moda com a aquisição do grupo Colcci, na época em situação de quase falência (hoje é uma empresa internacional com pontos de distribuição em 31 Países, dentre outros a Itália).
Entre 2004 e 2008 teve sua presença a nível internacional reforçada com a compra da marca Fórum (marca histórica da moda brasileira),Tufi Duek (fundador de Forum e considerado o mais eclético do estilista nacional), Carmelitas, Triton e a licença de produção e distribuição da Coca-Cola Clothing.
O Vale da Seda
Do ponto de vista histórico e econômico põe-se em relevo com grande interesse a região paranaense  denominada Vale da Seda.
A cultura têxtil da seda foi introduzida no Brasil pelos japoneses no final dos anos 30.  Na realidade, tudo teve origem no Estado de São Paulo, onde ainda hoje existe a maior colônia de japoneses fora do Japão.
Graças às condições climáticas do Paraná, essenciais para a cultivação do gelso, elemento fundamental para a criação de bacos da seda, esta atividade encontrou favor naquelas terras.
Nesta área, tradicionalmente pobre, a cultura da seda é muito importante na ocupação local, servindo também de contenção ao exôdo rural.
Contam-se mais ou menos 220 Municípios envolvidos nesta atividade, equivalente a uma superfície de cultivo de cerca 11.500 héctares, algo como 450 famílias empenhadas com um total de 20.000 empregos.
A produção média em 2009 esteve em torno de 4.600 toneladas de casulos.
A lavoura dos casulos realiza-se em estabelecimentos na zona de Londrina: 10% da produção vai para o mercado interno e o restante para o exporto principalmente ao Japão.
Digno de nota o fato que o Paraná representa, hoje em dia, 92% da produção brasileira em série e na escala mundial o Brasil se apresenta como o único País ocidental produtor de seda e 4° no mundo (em volume) atrás da China, da Índia e do Uzbequistão.
A empresa líder do setor é a japonesa BRATAC, que introduziu a cultivação da seda nos anos 30, sendo hoje de capital inteiramente brasileiro com quase 2.000 funcionários nas unidades de produção de Londrina (PR) e Bastos (SP).
O Estado do Rio Grande do Sul
Eis aí o reino dos calçados.  A Vale dos Sinos, cujo centro mais importante é Novo Hamburgo, a capital brasileira dos calçados, tendo as maiores fábricas do setor no País.
Portanto, a atividade têxtil nesta região é previamente ligada à produção de tecidos (principalmente sintéticos) usados nos calçados e nas atividades de fixagem (tinturaria, impressão) necessárias ao processo de melhoria destes.
São raras as exceções de indústrias que se ocupam do setor vestuário, destas algumas de lã e outras de decoração.
Pernambuco
Esta zona geográfica do Brasil é destinada a tornar-se o centro mais importante na produção do poliéster, graças ao estabelecimento de Suape, polo petroquímico em que a Petrobrás (indústria petrolífera brasileira) direcionou os próprios investimentos.
Em regime pleno, a estrutura deveria estar apta a produzir não somente para o mercado interno, mas estando ao que declarou a empresa, deveria também exportar no setor das fiações lisas (atualmente o Brasil importa quase totalmente a fiação lisa).
Em termos de números, a estima é de que a produção anual seja de cerca 700.000 toneladas de PTA (matéria-prima), das quais cerca 240.000 serão usadas para a produção de fiação têxtil.
Ceará
É o terceiro pólo têxtil do Brasil e como já mencionado anteriormente, isto se deve ao fato da deslocação que levou grandes estruturas de produção têxtil, do vestuário e dos calçados àquela zona geográfica.
A estima é de que 2.000 empresas dão trabalho a cerca de 80.000 trabalhadores (entre diretos e indiretos).
A parte mais significativa é representada pelo setor da moda íntima, que cobre 20% da produção nacional.
Poderia ser definido como um circuito integrado, que parte da produção e beneficiamento dos tecidos até a confecção dos mesmos.  Com estes unem-se as linhas de produção de vestuário, sobretudo em fibras naturais (portanto algodão em grande parte).
Nesta zona está presente a TBM, fiação penteada com talvez a estrutura tecnologicamente mais avançada do Brasil e com um mostruário de fios caracterizado por misturas muito particulares e de alta titulação, tecelagem (previamente malharia), beneficiamento e confecção.
A Indústria 
A indústria têxtil e de confecção é bastante ampla e é composta por várias etapas produtivas inter-relacionadas. Basicamente, podem ser destacadas quatro etapas: 1) fiação: produção de fios ou filamentos que serão preparados para a etapa da tecelagem; 2) tecelagem: fabricação de tecidos planos ou tecidos de malha (malharia) e de tecnologia de não-tecidos; 3) acabamento: operações que conferem ao produto conforto, durabilidade e propriedades específicas; 4) confecção: desenho, confecção de moldes, gradeamento, encaixe, corte e costura. Na etapa final, os produtos podem tomar a forma de vestuário, de artigos para o lar (cama, mesa, banho, decoração e limpeza), ou para a indústria (filtros de algodão, componentes para o interior de automóveis, embalagens etc.). O produto final de cada uma dessas fases é a matéria-prima da fase seguinte, o que denota a cadeia têxtil e de confecção um caráter bastante diversificado, sendo cada setor composto por grande número de segmentos diferenciados, com dinâmicas, estruturas físicas e players próprios. Segundo IEL (2000), a definição da cadeia produtiva têxtil tem seus contornos básicos definidos na figura abaixo:
A cadeia produtiva têxtil, conforme a figura ao lado, integra a produção de fibras (sintéticas, artificiais e naturais), fiação, tecelagem e malharia, estamparia, acabamento/beneficiamento abastecendo as indústrias do setor de confecções.
O Processo 
Preparação da matéria prima – produção de fibras sintéticas, penteado e cardado;
Fiação – produção de fio;
Tecelagem ou tricotagem – produção de fio;
Preparação para o tingimento – produção de rama, penteado, fio, tecido ou malha ou produto pronto a tingir;
Tingimento – produção de rama, penteado, fio, tecido, malha ou produto acabado tingido;
Estamparia – produção de tecido ou malha estampado;
Acabamentos químicos – produção de tecido ou malhas com características específicas;
Acabamentos mecânicos – produção de tecido com características específicas;
Confecção – produção de têxteis, têxteis técnicos, vestuários.
No armazém
No armazém de entrada é efetuado o controlo e registo de todas as matérias-primas registando-se, igualmente, os resultados dos testes nesta fase do processo produtivo.
Na Concepção
A Concepção consiste na definição da forma das peças de cada coleção, das linhas da coleção e seleção das matérias-primas e dos acessórios.
Na modelação
A Modelação compreende a elaboração dos moldes dos modelos a confeccionar. Em primeiro lugar faz-se o molde do modelo na tamanha base e, posteriormente, a graduação de cada um dos moldes constituintes do modelo (adaptar os moldes para os vários tamanhos).
Na preparação para o corte
A preparação para o corte, durante o processo produtivo, consiste na elaboração dos planos de corte. Estes são esquemas com a largura útil da matéria-prima a cortar, onde são dispostos os moldes que compõem as peças de vestuário que se deseja cortar – tão próximos quanto o possível para minimizar o desperdício de matéria-prima. Com o plano de corte, definem-se as características do colchão que será determinado pelo tamanho da mesa de estender e pelo comprimento do melhor encaixe possível dos moldes: número de folhas e comprimento.
No corte
A operação de Corte, nesta fase do processo produtivo, compreende a fase de entendimento, onde se procede à sobreposição de folhas da matéria-prima sobre uma mesa, formando um colchão, com o comprimento e número de folhas de acordo com o estudo prévio realizado na preparação ao corte. Esta operação pode ser realizada manualmente ou utilizando carros de estender que apresentam diferentes graus de automatismo. Posteriormente, cortam-se na matéria-prima os elementos que constituem a peça de vestuário, com o auxílio de equipamento adequado.
Na preparação à costura
Nesta fase do processo produtivo a Preparação à Costura, é efetuada com a separação dos diversos componentes que constituem a peça nas várias cores ou nos diferentes materiais que constituem o colchão, sua identificação através de etiquetas e posterior agrupamentoem lotes (com um número pré-determinado de peças) – o loteamento.
Na termocolagem
Em seguida, o processo produtivo compreende a Termocolagem: trata-se de colar uma entretela/ termocolante no avesso de determinados componentes da peça com a finalidade de dar consistência ao material, o que irá melhorar o aspecto final da peça. É o caso, por exemplo, dos punhos, carcelas, colarinhos, frentes de casacos, bolsos, etc.
Na costura
A costura consiste na montagem da peça de vestuário pela junção dos vários componentes através de costuras. Com esta operação transformam-se os componentes bidimensionais numa peça tridimensional. Durante esta etapa do processo produtivo, para efetuar cada tipo de costura, utiliza-se a máquina adequada e corretamente afinada e com os acessórios próprios.
No acabamento e embalagem
Na fase de Acabamento e Embalagem, efetua-se o remate: o corte das linhas excedentes existentes nas peças costuradas. Esta operação é, geralmente, efetuada manualmente com a ajuda de uma tesoura manual. No entanto, tem vindo a ser consideravelmente reduzida devido à introdução de mecanismos de corte nas máquinas de costura durante o processo produtivo.
Na revista
A revista consiste na verificação das especificações técnicas e da qualidade da peça de vestuário de modo a detectar possíveis anomalias. A revista das peças confeccionadas pode realizar-se numa mesa apropriada ou em suportes que permitem a revista de forma tridimensional. A operação de revista pode, em qualquer dos casos, ser realizada sobre a totalidade das peças ou apenas em algumas selecionando-se aleatoriamente (por amostragem) – tudo depende de como está organizado o layout do processo produtivo.
Na limpeza
Na operação de Limpeza, procede-se à eliminação de manchas e nódoas. Esta operação é normalmente realizada no posto de limpeza com água e outros solventes.
Na passagem/prensagem
A operação de Passagem/Prensagem consiste na remoção ou introdução de vincos e “dar forma” às peças de vestuário. As peças depois de rematadas e revistadas são passadas a ferro, operação que se destina a dar ao artigo uma apresentação comercial, modificando-lhe o aspecto e o toque, sendo na sua totalidade efetuada em ferro de passar, prensas, manequins, ou combinação destes processos. Vista agora, a peça não parece ter passado por um processo produtivo tão longo e trabalhoso.
Na dobragem, etiquetagem e embalagem.
As peças confeccionadas são dobradas, de acordo com as especificações do cliente, etiquetadas – com indicação da marca e do tamanho e ainda embaladas/ensacadas de acordo com as especificações do cliente, ficando assim concluído todo o processo produtivo.
Emissões Atmosféricas
 Os diversos produtos químicos utilizados no processo, caracterizados principalmente pelos solventes orgânicos, além das caldeiras para produção de vapor, são responsáveis pelas emissões atmosféricas das indústrias têxteis. Entretanto, comparando esses dois atores, as principais responsáveis pelas emissões atmosféricas das indústrias têxteis são as caldeiras utilizadas para fornecimento do vapor, sendo as emissões geradas dependentes diretamente da natureza do combustível queimado, podendo ser liberados gases e/ou material particulado desse processo. O combustível mais utilizado por empresas do setor têxtil é a lenha, acompanhado do óleo BPF. Ainda assim, ocorrem variações para o abastecimento das caldeiras, como a utilização de biomassa, gás GLP ou óleo xisto.
O material particulado é originado, principalmente, na operação de caldeiras a lenha ou a óleo combustível, sob a forma de cinzas e fuligem. Dentre os gases, inclui-se o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono. O material particulado, popularmente conhecido como “fuligem”, pode causar danos à saúde dos funcionários e aos moradores das proximidades das fábricas, dependendo da concentração no ambiente e do tempo de exposição. Os óxidos de nitrogênio sob a ação de luz solar se transformam em NO2, que tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 também pode causar prejuízos à saúde (CETESB, 2014). Os padrões de lançamento de fontes de emissão atmosféricas devem atender ao estabelecido no Anexo I da Deliberação Normativa COPAM Nº 187/2013, que estabelece as condições e limites máximos de emissão de poluentes para processos de geração de calor a partir de combustão externa de óleo combustível, gás natural, biomassa e derivados de madeira. Para que os parâmetros medidos após o início da operação das caldeiras não ultrapassarem os estabelecidos pela legislação ambiental vigente, é necessária a adoção de medidas de controle para minimizar a geração da poluição, que podem ser estudadas na fase de projeto da caldeira, por meio da seleção de equipamentos e de combustíveis apropriados, além de adotar procedimentos que garantam a operação adequada da fonte de poluição. Em caldeiras que utilizam a lenha como combustível, alguns equipamentos de controle como ciclones e-litros, são eventualmente utilizados para controlar as emissões de fuligem. Outro equipamento de controle bastante utilizado é o catafuligem, principalmente para caldeiras de pequena capacidade. O uso de lenha reduz a taxa de emissão de todos os poluentes associados e, além disso, se utilizada de maneira sustentável (por meio de reposição florestal), é capaz de armazenar, sendo esse o principal gás vinculado ao processo do efeito estufa. No caso da utilização de caldeiras a óleo, por se tratar da utilização de um combustível fóssil, sua combustão resulta na emissão de óxidos de enxofre, principalmente o dióxido de enxofre (SO2), sendo os lavadores de gases os sistemas mais utilizados.
Para um controle ainda mais rigoroso, que contemplaria desde aerossóis até os gases e partículas emitidas, é sugerida a utilização dos precipitadores eletrostáticos, como equipamento de controle, que se baseiam na carga elétrica das partículas. Trata-se de um coletor de partículas bastante eficiente, conseguindo eficiência na faixa de 80 a 99% e pode ser utilizado para uma grande gama de uxo de gases. É importante ressaltar que os sistemas de controle devem passar sempre por frequentes manutenções para que seu funcionamento ocorra em perfeitas condições e dentro dos padrões impostos pela legislação. Além disso, deve-se monitorar a qualidade da queima através de análises de gases coletados, para medir os teores de oxigênio e monóxido de carbono (CO), uma vez que assim será possível obter também informações a respeito da qualidade do processo de queima. A administração correta da quantidade necessária de ar na queima é importante, uma vez que seu excesso acarretará na diminuição da temperatura da chama e, consequentemente, na perda de calor, o que irá exigir maior quantidade de combustível, ou quando em escassez, acarretará uma combustão incompleta e formação de fuligem e fumaça, além do monóxido de carbono (CO) já citado.
Resíduos Sólidos
 A Lei Estadual Nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, estabelece diretrizes para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos, que contemplam a não geração, prevenção da geração, redução, reutilização e reaproveitamento, reciclagem, tratamento, destinação-final e valorização. É importante ressaltar que o acondicionamento, o armazenamento e o transporte dos resíduos sólidos são sempre de responsabilidade do gerador.
Ao longo do processo produtivo têxtil, existem diversas operações que geram resíduos sólidos, desde o descaroçamento do algodão até restos de tecido, variando quanto à característica e quantidade. O volume de resíduos sólidos produzidos nas indústrias têxteis varia tanto com relação ao tipo, tamanho, natureza eficiência dos equipamentos utilizados, quanto com relação à existência eficácia dos sistemas de tratamento de efluente e de controle de emissões atmosféricas. A disposição final dos resíduos sólidos, apesar de ser a última opção na sequência de priorização do gerenciamentode resíduos sólidos, deverá ser realizada de acordo com a classificação de resíduos estabelecida pela série de normas 10.004 a 10.007, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, sendo incluído nesse grupo desde o lodo gerado nos sistemas de tratamento de efluentes e os resíduos remanescentes, como o material particulado dos equipamentos de controle de emissões atmosféricas, além das cinzas provenientes da queima de combustível nas caldeiras, os resíduos de embalagens, de manutenção de equipamentos (restos de óleo, lâmpadas, sucatas), e os resíduos sanitários e administrativos.
Resíduos de Algodão
 O primeiro caso, que compreende os resíduos sólidos provenientes do processo produtivo, principalmente das etapas de fiação e tecelagem, é constituído basicamente por partes não aproveitáveis da matéria prima, fibrilas, fibras, fitas, fios, pavios, etc. Durante o processo produtivo, a quantidade de geração de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao consumo de matéria-prima, sendo que a etapa de fiação apresenta perdas, em média, de 5%, enquanto a etapa de tecelagem apresenta perdas, em média, de 15%. Durante a etapa de abertura do algodão, dois tipos de resíduos sólidos são gerados: as cascas e piolhos do algodão, que podem ser reaproveitados como adubo orgânico e ração para animais, além da matéria prima não processada, devido ao tamanho das fibras ou qualidade, que pode ser comercializada para a confecção de fios menos nobres (barbantes, malhas para sacaria, colchas, redes e toalhas) ou empresas de recuperação dos mesmos. Já nas etapas de fiação e de tecelagem, os resíduos sólidos mais comuns são as fitas e pavios, que podem ser novamente reincorporados ao processo produtivo, a partir do setor de abertura.
Resíduos Comuns e de Embalagens
Os resíduos comuns e de embalagens devem ser sempre armazenados separadamente dos demais resíduos sólidos gerados, evitando assim a sua contaminação. O empreendedor deve realizar a coleta seletiva interna, armazenando e coletando esses resíduos em lixeiras devidamente identificadas e destinadas para reciclagem. Além disso, os cones e bobinas plásticos utilizados para enrolar os fios, podem ser reaproveitados pelas próprias empresas, retornando ao início do processo produtivo. No caso das embalagens de produtos químicos, a devolução ao fabricante é uma medida considerada adequada, uma vez que segue ao princípio da reutilização.
Resíduos da Queima nas Caldeiras
 Outros resíduos sólidos gerados com potencial de impacto ambiental são provenientes da queima dos combustíveis nas caldeiras. O tipo de resíduo sólido (cinzas, fuligem ou escória) depende da temperatura atingida, que pode ou não ser suficiente para fundir a cinza, enquanto a quantidade de resíduo está intimamente relacionada com o tipo de combustível utilizado. A quantidade de cinzas geradas é maior na utilização de lenha como combustível, enquanto a utilização de óleo, apesar de não gerar quantidades apreciáveis de cinzas, pode ocasionar a geração de fuligem. Como comentado no tópico anterior, a utilização de bons sistemas de controle de emissão, aliado a manutenção constante e a operação correta das caldeiras, faz com que as emissões fiquem dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Entretanto, a taxa de geração desses resíduos sólidos tende a aumentar devido a maior captura de material particulado. No caso de utilização de combustíveis fósseis, as cinzas geradas devem ser armazenadas em caçambas ou tonéis metálicos após seu resfriamento, sempre abrigadas da ação do tempo, não devendo ser aplicadas no solo, já que possuem alta concentração de enxofre e ferro. Quando a utilização for de combustíveis provenientes de biomassa, principalmente a lenha, as cinzas geradas podem ser dispostas diretamente sobre o solo, não possuindo especificação de armazenagem. Entretanto, mesmo com a possibilidade de utilização da mesma como corretivo para o solo, recomenda-se também o seu armazenamento em caçambas, já que este procedimento deve ser primeiramente verificado e aprovado pelo órgão ambiental competente.
Lodo proveniente do Tratamento de Efluentes 
O grande volume de efluente líquido industrial faz com que o lodo oriundo das estações de tratamento de efluentes (ETE), se configure como impacto ambiental significativo, uma vez que sua formação também é consideravelmente alta. Apesar de ser classificado como resíduo sólido não perigoso e não inerte (Classe IIA), o lodo originário das ETE não possui características bem definidas, uma vez que os processos que envolvem a geração dos efluentes líquidos apresentam uma grande variedade de matérias-primas e etapas, gerando efluentes líquidos bastante diversificados. Existem diversos estudos do aproveitamento do lodo para adubação (landfarming), aplicação na fabricação de componentes para a construção civil, entre outros, entretanto essas práticas devem ser previamente autorizadas pelo órgão ambiental competente.
Efluentes Líquidos 
Efluente Líquido Industrial 
A indústria têxtil é uma das maiores geradoras de efluentes líquidos, dentre diversas tipologias industriais, com consumo estimado de 150 litros de água para produção de um quilo de tecido, sendo 88% desse volume descartado como efluente líquido e os 12% restantes sendo perdido por evaporação. Além disso, os efluentes líquidos configuram como o principal aspecto ambiental do setor. A natureza de cada um dos efluentes líquidos gerados depende da tecnologia e dos processos industriais empregados, além do tipo de fibra e dos produtos químicos utilizados. O alto consumo de água demandado por essa tipologia industrial advém, principalmente, das operações de lavagem e beneficiamento de fios e tecidos, além da lavagem das plantas e dos equipamentos. Por ser uma tipologia que apresenta diferentes processos produtivos, dependente do artigo que será produzido, os efluentes líquidos gerados acabam possuindo inúmeras substâncias contaminantes, principalmente se oriundos das etapas de beneficiamento têxtil. Na composição desse efluente industrial torna-se comum, portanto, encontrar uma série de produtos químicos que são largamente utilizados, e que acabam não ficando retidos no substrato têxtil, podendo causar danos ao meio ambiente se não forem retidos ou tratados corretamente.
Referências: 
http://www.abdi.com.br/Estudo/textil%20e%20confeccao%20junho%2008.pdf
http://www.abit.org.br/conteudo/links/publicacoes/cartilha_rtcc.pdf
http://www.obiettivobrasil.com.br/pt-BR/news/pesquisas/O%20setor%20t%C3%AAxtil%20no%20Brasil
http://www.feam.br/images/stories/producao_sustentavel/GUIAS_TECNICOS_AMBIENTAIS/guia_textil.pdf

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