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Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 1 Conteúdo 1) Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes .................................................................... 2 1.1) Exercício não exclusivo: funções típicas e atípicas ..................................................................... 2 1.2) Sistema de freios e contrapesos ............................................................................................... 3 2) Poder Legislativo ............................................................................................................................... 3 2.1) Congresso Nacional.................................................................................................................. 4 2.2) Câmara dos Deputados ............................................................................................................ 4 2.3) Senado Federal ........................................................................................................................ 5 2.4) Comissões Parlamentares de Inquérito ..................................................................................... 8 2.5) Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária .................................................................... 12 2.5.1) Organização do TCU .........................................................................................................................16 2.5.2) Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios ......................................................................17 2.6) Estatuto dos Congressistas ..................................................................................................... 18 2.6.1) Imunidade material ..........................................................................................................................19 2.6.2) Imunidades formais: quanto à prisão e quanto ao processo ...........................................................20 2.6.3) Prerrogativa de foro .........................................................................................................................21 2.6.4) Afastamento do parlamentar para ocupar o cargo de ministro de Estado .....................................22 2.6.5) Outras prerrogativas ........................................................................................................................23 2.6.6) Incompatibilidades e Impedimentos ................................................................................................23 2.6.7) Hipóteses de perda do mandato ......................................................................................................24 2.6.8) Imunidades dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores ...............................................25 3) Exercícios de Concursos Pretéritos ................................................................................................... 26 4) Lista das Questões (sem os comentários).......................................................................................... 67 5) Gabarito .......................................................................................................................................... 79 Pois é, a Aula pretérita (Intervenção) foi breve que só! Agora, a de hoje, prepare-se! Sério, é humanamente impossível tratar de todo o Poder Legislativo em breves páginas! Tentaremos resumir ao máximo, deixando aqueles aspectos menos relevantes, ou mais tranquilos, para os comentários às respectivas questões de concursos. Mas, mesmo assim, é conteúdo que (quase) não acaba mais! Aula 08 – Poder Legislativo Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 1) Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes A Constituição da República consagra o princípio da separação dos poderes como um dos princípios fundamentais do Estado brasileiro, dando a ele um caráter de imutabilidade, ao gravá-lo como cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, III e art. 2°). A concepção da separação dos poderes nasce – desde Aristóteles, e depois com Montesquieu - da necessidade de limitação do poder estatal e evita que todo o poder político esteja concentrado nas mãos de um único governante. Modernamente, pouco se fala em separação ou divisão do poder, preferindo os doutrinadores falar em “distinção funcional do poder do Estado”. É que, a rigor, o poder não é divisível (fala-se em poder uno, indivisível e indelegável); há, sim, uma tripartição das funções estatais para que o Estado possa exercer sua vontade, seu poder. Na nossa Constituição, o princípio da separação dos poderes assenta-se na independência e harmonia entre os órgãos do Poder Político (CF, art. 2°). A harmonia entre os poderes consiste nas regras de convivência e respeito de um poder às prerrogativas e faculdades de outro e funciona como uma relativização da rigidez do princípio da separação dos poderes. Já a independência dos poderes assegura que a investidura e a permanência das pessoas num órgão não dependam da vontade de outro órgão. Além disso, significa que cada poder é livre para organizar os seus serviços e para exercer suas funções (sem precisar consultar os demais poderes). 1.1) Exercício não exclusivo: funções típicas e atípicas Modernamente, a especialização das funções estatais não implica exclusividade no seu exercício. Ou seja, a antiga rigidez da separação dos poderes evoluiu para uma nova forma de relacionamento mais flexível entre os órgãos do Estado, em que todos os Poderes exercem suas funções típicas, bem como funções atípicas, acessórias. Vejamos alguns exemplos. O chefe do Poder Executivo exerce a função legislativa de forma atípica ao editar uma medida provisória (CF, art. 84, XXVI). Por sua vez, o Poder Legislativo exerce função jurisdicional quando, por meio do Senado Federal, julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I). De igual modo, o Poder Judiciário desempenha de modo atípico a função legislativa quando, por exemplo, elabora os regimentos de seus tribunais (CF, art. 96, I, “a”). Por fim, a função executiva é exercida não só pelo Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 3 Poder Executivo, mas também pelos poderes Legislativo e Judiciário (quando estes administram seus servidores, bens e serviços, por exemplo). 1.2) Sistema de freios e contrapesos Nos dias atuais, a independência entre os Poderes não pode mais ser considerada absoluta. Há várias interferências previstas na Constituição Federal - mecanismos de controle recíproco entre os poderes com a finalidade de evitar excessos e distorções, configurando o denominado mecanismo de freios e contrapesos. Diante da mencionada necessidade de controles sobre o exercício do poder, formulou-se o chamado sistema de freios e contrapesos (checks and balances) – trata-se da existência de controles (limites) recíprocos entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Temos diversos exemplos de reflexos da adoção do sistema de freios e contrapesos na nossa ordem constitucional. Afinal, é ou não é o controle de um Poder sobre o outro a fiscalização de uma CPI sobre os atos da Administração Pública? Ou a possibilidade de que um juiz possa declarar inconstitucional uma lei aprovada pelo Poder Legislativo?Ou a nomeação de Ministros de Tribunal do Poder Judiciário pelo chefe do Poder Executivo? 2) Poder Legislativo Responda rápido: que função/funções o Poder Legislativo exerce de forma típica? Se você respondeu “a Função Legislativa” acertou, parcialmente... É que as funções precípuas (típicas) do Poder Legislativo são duas: legislação (elaboração de normas gerais e abstratas) e fiscalização. Ou seja, a função de fiscalização também consubstancia função típica do Poder Legislativo. São exemplos as atividades desempenhadas pelas CPIs e o controle externo realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União (como estudaremos a seguir). O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44). Assim, nosso Poder Legislativo, no âmbito federal, é bicameral (composto por duas câmaras). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 4 O Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os estados e o Distrito Federal de forma paritária (três senadores por unidade da Federação), assegurando equilíbrio para a Federação. Os senadores são eleitos pelo princípio majoritário (como ocorre com os chefes do Poder Executivo) para mandato de oito anos (CF, art. 46), sendo a representação renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços (isto é, numa eleição elege-se um senador; na seguinte, dois; na próxima, um – e assim por diante). A Constituição dispõe, ainda, que cada Senador será eleito com dois suplentes (CF, art. 46, § 3º). Por sua vez, a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, de forma proporcional à população de cada unidade da federação, como decorrência do princípio republicano-democrático (CF, art. 45). O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, § 1°). Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de quatro anos. 2.1) Congresso Nacional O Congresso Nacional é o órgão legislativo federal, cabendo a ele dispor sobre todas as matérias de competência da União. As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, exercidas mediante lei ordinária ou complementar, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas mediante a edição de decreto legislativo, sem sanção presidencial). 2.2) Câmara dos Deputados O art. 51 da Constituição estabelece as competências privativas da Câmara dos Deputados, que serão tratadas por meio de resolução, sem sanção do Presidente da República ou qualquer participação do Senado Federal. Cuidado! Conforme dito no parágrafo anterior, as matérias da competência privativa da Câmara dos Deputados, indicadas no art. 51 da Constituição, são disciplinadas por resolução dessa Casa Legislativa, sem sanção do Presidente da República. Certo? Certíssimo, certíssimo. Entretanto, há, no inciso IV do art. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 5 51, uma importante exceção a essa regra. Qual seria essa exceção? Bem, a exceção é a remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados, que deverá ser fixada por lei (com sanção do Presidente da República, portanto), a partir de projeto da iniciativa da Câmara dos Deputados. Portanto, guarde essa importante exceção: a remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é fixada por lei, com sanção do Presidente da República, a partir de projeto da iniciativa privativa da Câmara dos Deputados. Essa mesma regra vale para a remuneração dos servidores do Senado Federal, conforme indicado no inciso XIII do art. 52 da Constituição Federal. Ou seja: a remuneração dos servidores do Senado Federal é fixada por lei (com sanção do Presidente da República, portanto), a partir de projeto da iniciativa privativa do Senado Federal. Atenção! Não confunda fixação da remuneração dos servidores da Câmara e do Senado (técnicos, analistas etc.) com fixação do subsídio dos deputados e senadores! Por quê? Ora, porque a primeira é fixada por lei, com sanção do Presidente da República (CF, arts. 51, IV, e 52, XIII), enquanto o subsídio dos congressistas é fixado por decreto legislativo, sem sanção do Presidente da República (CF, art. 49, VII). Muito detalhe, não? Sabemos! Mas, valorize-os, pois eles têm sido cobrados em importantes concursos... 2.3) Senado Federal As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem mais numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas por resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial e nem participação da Câmara dos Deputados). As bancas vão tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando haver a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da CF/88. Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) e a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e IV). No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas competências expressas no art. 51. Portanto, é importante você memorizar estas duas: autorizar a instauração de processo contra o Presidente, o Vice- Presidente e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 6 Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Vejamos, agora, alguns aspectos de relevo: a) Decisões do STF sobre infidelidade partidária e suplência de deputado Vale a pena mencionar duas decisões recentes do STF: uma referente à infidelidade partidária e outra referente à suplência da vaga de deputado em caso de licenciamento. Ao decidir sobre os efeitos da infidelidade partidária, o STF entendeu que a desfiliação sem justa causa do deputado eleito acarreta a perda do direito de continuar a exercer o mandato eletivo, uma vez que o destinatário do voto é o partido político viabilizador da candidatura por ele oferecida. Em suma, na hipótese de desfiliação partidária sem justa causa, o cargo fica com o partido e não com o deputado (que, no caso, perde o mandato). No que se refere à suplência, mencionamos anteriormente que o senador é eleito com dois suplentes, o que não ocorre com os deputados, eleitos pelo sistema proporcional. Então, a questão enfrentada pelo STF foi a seguinte: licenciado um deputado para ocupar cargo de ministro do Poder Executivo, quem deve assumir a vaga - o próximo da lista do partido ou da lista da coligação partidária? Pois bem, entendeu o Supremo Tribunal Federal que a vaga decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar deve ser ocupada pelos suplentes das coligações, e não dos partidos. b) Distinção entre sessão legislativa e legislatura Não confunda o conceito de sessão legislativa com o de legislatura. Cada legislatura abrange operíodo de quatro anos, que corresponde ao período de renovação na composição das casas legislativas e compreende quatro sessões legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos. Por sua vez, a sessão legislativa ocorre anualmente. De acordo com o art. 57 da CF/88, as reuniões do Congresso Nacional ocorrem, anualmente, na Capital Federal, no período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Mas a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). Cada sessão é composta de dois períodos legislativos, sendo um em cada semestre. Os intervalos entre os períodos legislativos, tanto no meio do ano quanto no final, são denominados de recesso parlamentar. Durante o recesso, funciona a Comissão Representativa do Congresso (CF, art. 58, § 4º). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 7 c) Sessão conjunta e sessão unicameral Cabe ressaltar que, em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam em separado (bicameralmente). Todavia, há situações nas quais a Constituição exige o trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). Nesse tipo de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e votações ocorrem no mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de forma separada. Assim, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). Atenção! A sessão conjunta não se confunde com a sessão unicameral. Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos votos ocorrem de maneira conjunta, como se fosse apenas uma Casa legislativa. Na Constituição só houve uma situação de sessão unicameral: processo simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 3°). d) Mesa do Congresso Nacional Segundo a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 5°). Então, observe que os cargos da Mesa do Congresso serão exercidos pelos ocupantes dos cargos equivalentes do Senado e da Câmara alternadamente. Isso significa que o Presidente do Congresso é o Presidente do Senado; em suas ausências ele será substituído pelo 1º Vice-Presidente do Congresso, cargo ocupado pelo 1º Vice-Presidente da Câmara. Descendo a hierarquia, temos o 2º Vice-Presidente do Congresso, cargo ocupado pelo 2º Vice do Senado; e o 1º Secretário do Congresso, cargo ocupado pelo 1º Secretário da Câmara; e por aí vai... Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa (CF, art. 58, § 1°). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 8 O § 4º do art. 57 prevê a realização de sessões preparatórias para a posse de parlamentares e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. Fique atento a três detalhes: I) não pode haver reeleição para o mesmo cargo (seria admitido apenas que o vice-presidente virasse o presidente); II) a vedação à recondução só vale para eleições dentro da mesma legislatura (quando houver troca de legislatura – a cada 4 anos – não há mais essa vedação à recondução); e III) segundo o STF, a regra de vedação da recondução não é de observância obrigatória por parte dos estados-membros. e) Convocação extraordinária do Congresso Além da sessão legislativa ordinária, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente-Presidente da República; II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação (CF, art. 57, § 8°). Exceto essas medidas provisórias, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). 2.4) Comissões Parlamentares de Inquérito O art. 58 da CF/88 dispõe acerca das comissões permanentes e temporárias, que integram o Congresso Nacional e cada uma das Casas; essas comissões Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 9 serão constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. As competências das Comissões estão previstas no art. 58, § 2º, da CF/88, incluindo a realização de audiências públicas, convocação de ministros de Estado e solicitação de depoimento de qualquer autoridade ou cidadão e apreciação de programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento. Ademais, como veremos no estudo do processo legislativo, compete às comissões discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa (CF, art. 58, § 2º, I); ou seja, trata-se de competência para a aprovação de projetos de lei diretamente nas comissões, sem necessidade de discussão e votação no Plenário das Casas Legislativas. Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum (CF, art. 58, § 4°). Mas, para concursos, o que mais importa, mesmo, são as tão famosas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). As CPIs são um perfeito exemplo de mecanismo do sistema de freios e contrapesos. Ou seja, formas de controle dos demais poderes por parte do Legislativo. Nesse sentido, as CPIs representam o desempenho de função típica do Poder Legislativo: fiscalização. Na Constituição, apenas um dispositivo trata dessas comissões. O § 3º do art. 58 estabelece que as comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MinistérioPúblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Se você ficar atento a essa parte final, já acerta algumas questões sobre CPI. É que as bancas gostam de perguntar se a CPI promove a responsabilidade civil e criminal dos infratores. Não, não. Ela apenas encaminha suas conclusões ao MP, e esse órgão é quem promoverá as ações cabíveis. Enfim: CPI não julga, não apura responsabilidade, não condena, não impõe penalidade, não anula ato, não oferece denúncia ao Poder Judiciário; CPI apenas realiza a investigação parlamentar e, no caso de apuração de infrações, encaminha suas conclusões ao Ministério Público. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 10 Portanto, veja bem: CPIs são criadas por prazo certo para a investigação de fato determinado por requerimento de, pelo menos, um terço dos membros da Casa Legislativa. No que se refere ao prazo certo para a conclusão dos trabalhos, isso não impede sucessivas prorrogações no prazo inicial, desde que dentro da mesma legislatura. Já a indicação de fato determinado: (i) impede a criação de uma CPI para investigações genéricas; (ii) não impede que sejam investigados outros fatos de surjam durante as investigações, desde que pertinentes ao seu objeto inicialmente indicado; e (iii) impede que o depoente seja obrigado a responder perguntas referentes a fatos estranhos. Importantíssimo que você saiba que os poderes da CPI não são exatamente os mesmos de um juiz, embora a leitura do dispositivo constitucional possa dar a entender algo diferente. Portanto, CPIs não podem ofender o princípio da reserva de jurisdição (determinadas medidas reservadas exclusivamente ao Poder Judiciário). Passamos a listar agora diversos entendimentos do STF sobre as CPIs, temas reiteradamente cobrados em concursos públicos: a) é admitido que o regimento das Casas crie limites ao número de CPIs que podem ser criadas simultaneamente (na Câmara dos Deputados, por exemplo, o regimento interno limita em cinco o número de CPIs que podem ser criadas simultaneamente); b) as CPIs têm competência para investigar fatos que já estejam sendo objeto de investigação policial ou do Ministério Público; c) as CPIs não têm competência para investigar atos jurisdicionais (decisões judiciais – sentenças e acórdãos), mas podem intimar magistrados para dar explicações relativas à prática de atos administrativos (exercício de função atípica). Podem, entretanto, convocar membro do Ministério Público e Ministros de Estado para depor; d) desde que haja interesse público envolvido, CPI pode investigar negócios privados; e) CPI de um ente federado (do Congresso Nacional, por exemplo) não pode investigar irregularidade no campo material de outro ente (irregularidades no âmbito municipal, por exemplo); f) as manifestações de congressista em CPIs estão protegidas pela imunidade material (afinal, trata-se de exercício da atividade parlamentar); Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 11 g) os atos que impliquem restrição de direito (por exemplo, quebra de sigilo bancário) devem ser fundamentados (motivados) e decididos por maioria absoluta dos membros da comissão (princípio da colegialidade); h) as CPIs não têm competência para ter acesso a processo judicial em trâmite sob segredo de justiça (isto é, não podem determinar a quebra do sigilo judicial); i) as CPIs têm competência para convocar integrantes da população indígena para depor, desde que o depoimento seja: (i) realizado no âmbito da área indígena, em dia e hora previamente acordados com a comunidade; e (ii) assistido por um representante da FUNAI e por antropólogo conhecedor da comunidade. De se destacar que as convocações por CPIs devem ser formais (regras do Código de Processo Penal): realizadas pessoalmente, não se admitindo outros meios (não se admite convocação por telefone, fax ou emails, por exemplo). Os depoentes em CPIs têm direito: (i) ao silêncio (não autoincriminação); (ii) ao sigilo profissional; e (iii) a ser assistido por advogado e comunicar-se com ele durante as sessões. Nos casos de ilegalidade ou abuso de poder, os atos de uma CPIs sujeitam-se a controle por mandado de segurança. Todavia, admite-se também a impetração de habeas corpus quando houver ofensa, direta ou indireta, ao direito de locomoção. Por fim, veja um esquema (utilizado no nosso livro) que organiza, para você, o que pode e o que não pode fazer uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 12 2.5) Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária Vimos que o Poder Legislativo tem como função típica não só a produção de leis, mas também a função fiscalizadora. Nesse sentido, a titularidade do Controle Externo é do Congresso Nacional (e não do TCU, cuidado!). Assim, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder (CF, art. 70). Para o desempenho dessa função de Controle Externo, o Congresso Nacional será auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que funciona como um instrumento técnico na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e demais entidades da administração direta e indireta. Mas não se engane! Isso não significa que exista uma relação de subordinação e dependência entre eles. Não, não. Na verdade, o TCU detém e exerce algumas funções de controle, as quais lhe são próprias e privativas. Fique atento, pois a banca conhece certas confusões feitas pelos candidatos; e vai formular assertivas afirmando que o TCU estaria subordinado ao Congresso Nacional, ou que das decisões do TCU caberia recurso ao Parlamento... Tudo isso está errado, ok? É importante você observar que, além do controle externo, responsável pela fiscalização dos demais poderes, há o controle interno. Significa que adicionalmente ao controle externo exercido pelo Poder Legislativo, cada Poder terá sua própria estrutura de controle interno. Nessa linha, o art. 74 da CF/88 dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno, e seus responsáveis, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Pois bem, você encontra as competências constitucionais do TCU listadas no art. 71 da CF/88. Assim, a Corte de Contas realiza inspeções e auditorias (CF, art. 71, IV); fiscaliza a aplicação de recursos repassados pela União mediante convênios (CF, art. 71, VI); e pode, inclusive, aplicar sanções previstas em lei em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas (CF, art. 71, VIII). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 13 As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (CF,art. 71, § 3º). Esse título executivo será executado pelo representante judicial da União, qual seja, a Advocacia-Geral da União. Passamos a seguir a comentar as competências mais relevantes para fins de concursos. a) Julgamento das contas do Presidente da República Entre as competências do TCU está, por exemplo, a de elaboração de parecer prévio sobre contas prestadas anualmente pelo Presidente da República (CF, art. 71, I), documento que vai subsidiar o julgamento das contas do Presidente pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, IX). Observe ainda que, segundo o art. 71, II, compete ao TCU julgar as contas dos administradores e demais responsáveis, em geral. Em suma, as contas do Presidente da República são julgadas pelo Congresso Nacional com base em parecer prévio do TCU. Já as contas dos demais administradores são julgadas pelo próprio TCU. b) Apreciação de atos sujeitos a registro Outra atribuição relevante diz respeito aos chamados “atos sujeitos a registro” do TCU, competência prevista no art. 71, III, da CF/88: “apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório”. Trata-se de tema importante, pois se relaciona com a súmula vinculante 3 do STF. “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão” (Súmula Vinculante 3). Ou seja, na apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, o TCU não está obrigado a assegurar contraditório e ampla defesa ao interessado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 14 Assim, asseguram-se como regra o contraditório e a ampla defesa. Como exceção, não é necessário que se observe esses princípios na apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (CF, art. 71, III). Todavia, começaram a chegar ao STF diversos casos em que, sete anos depois de serem editados os atos de concessão inicial de aposentadoria, o TCU não os registrava por encontrar alguma ilegalidade. E nem era obrigado a conceder contraditório e ampla defesa! Ou seja, depois de sete anos recebendo sua aposentadoria (a essa altura, com um monte de netos pra sustentar), a Dona Maria era comunicada de que seus proventos seriam sumariamente interrompidos, agora imagine você... Diante disso, considerando o princípio da segurança jurídica, o STF passou a entender que o TCU está sim obrigado a assegurar o contraditório e a ampla defesa ao interessado mesmo nesse caso (apreciação da legalidade do ato de concessão inicial) se a análise da Corte de Contas ocorrer após o prazo de cinco anos, contados da data de sua concessão. Afinal, a inércia do TCU, por mais de cinco anos, consolidou de forma positiva a expectativa do beneficiado, no tocante ao recebimento daquela verba de caráter alimentar. Portanto, não se esqueça: transcorrido o prazo de cinco anos sem a análise do TCU, é obrigatória a convocação do beneficiário para participar do processo de seu interesse, a fim de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla defesa. c) Distinção entre as competências para sustar atos e contratos Segundo a Constituição, verificada irregularidade em um ato administrativo, compete ao TCU fixar um prazo para que o órgão ou entidade que o praticou adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. Não atendida essa determinação, dispõe o TCU de competência para sustar diretamente a execução do ato administrativo, comunicando ulteriormente a sua decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X). Por outro lado, caso se trate de um contrato administrativo, o Tribunal não terá competência para sustar diretamente esse contrato, devendo a sustação ser adotada pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis (CF, art. 71, § 1º). Neste caso, o TCU só poderá decidir a respeito do contrato após o esgotamento do prazo de noventa dias sem a adoção das providências cabíveis pelos Poderes Legislativo e Executivo (CF, art. 71, § 2º). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 15 Pois bem, essa é a regra constitucional. Entretanto, a jurisprudência do STF evoluiu nesse assunto. Apesar de o Tribunal de Contas da União não dispor de poder para sustar contratos administrativos, tem competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulaçãodo contrato e, se for o caso, da licitação que dele se originou, sob pena de imediata comunicação ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de sustação. Em suma, o TCU tem competência para sustar atos administrativos; já no que se refere a contratos, o TCU não pode sustá-los diretamente, mas pode determinar à autoridade administrativa que os anule. d) Controle de Constitucionalidade O STF reconhece a competência dos tribunais de contas para realizar o controle de constitucionalidade. Com efeito, segundo a Súmula 347 do STF, “o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”. Essa competência será exercida apenas no controle incidental, diante de casos concretos que estejam sob julgamento da Corte de Contas. e) Competência para quebra de sigilo bancário Uma questão recorrente em concursos recentes diz respeito à ausência de competência do TCU para quebra de sigilo bancário de seus administrados. Portanto, guarde isto: o TCU não dispõe de competência para quebrar sigilo bancário. f) Competência para determinar medidas cautelares Questionado sobre a ausência de competência do TCU para a realização de determinações cautelares, o STF entendeu que o TCU pode sim expedir medidas cautelares a fim de garantir a efetividade de suas decisões. Segundo o Supremo Tribunal Federal, pela teoria dos poderes implícitos, se a Constituição pretende determinado fim, ela assegura implicitamente os meios necessários à sua efetivação. Nessa linha, cabe reconhecer ao TCU legitimidade para expedição de medidas cautelares, a fim de garantir a efetividade de suas decisões e, assim, prevenir a ocorrência de lesão ao erário. g) Sigilo sobre autoria de denúncias Por fim, cabe comentar que o TCU não pode manter em sigilo a autoria de denúncia a ele apresentada contra administrador público. Segundo entendimento do STF, a manutenção do sigilo do denunciante desrespeitaria a Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 16 Constituição Federal. Ficou assente que o poder público não pode deixar de fornecer ao denunciado o nome do denunciante, tendo em vista a possibilidade de prejuízo à imagem do denunciado, bem como a não admissão do anonimato por parte da nossa Constituição (CF, art. 5°, IV). 2.5.1) Organização do TCU O Tribunal de Contasda União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições outorgadas pela Constituição aos tribunais do Judiciário (previstas no art. 96). Apesar do termo “jurisdição”, vale comentar que as decisões do TCU não têm natureza jurisdicional. São decisões administrativas, contra as quais sempre caberá recurso ao Poder Judiciário (lembre-se do princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no art. 5°, XXXV, da CF/88). Segundo o art. 73, § 1º, os Ministros do TCU serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I) mais de 35 e menos de 65 anos de idade; II) idoneidade moral e reputação ilibada; III) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV) mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ (CF, art. 73, § 3°). De se destacar que a escolha dos Ministros do TCU se dará da seguinte forma: (i) um terço pelo Presidente da República; e (ii) dois terços pelo Congresso Nacional. A escolha do Presidente não é totalmente livre. Em primeiro lugar, se dará com aprovação do Senado Federal (CF, art. 52, III, “b”). Ademais, duas dessas três vagas serão ocupadas por auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo TCU, segundo os critérios de antigüidade e merecimento (CF, art. 73, § 2°). Interessante observar que as funções de Ministério Público junto ao TCU (ou Ministério Público Especial) serão exercidas por instituição que não integra o Ministério Público comum. Assim, é firme a jurisprudência do STF no sentido Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 17 de considerar inconstitucional a atribuição das funções do MP junto ao TCU a membros do MP comum. 2.5.2) Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios Segundo o art. 75 da CF/88, as normas estabelecidas para o âmbito federal aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Ademais, assevera que as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros. Um parêntese: considerando que não é possível se estabelecer uma perfeita simetria de proporcionalidade com o modelo federal, uma vez que a divisão de sete conselheiros por um e dois terços não é exata, restou ao STF decidir quantos conselheiros seriam indicados pelo Governador e quantos o seriam pelo Poder Legislativo. Assim, o STF firmou entendimento de que: “No Tribunal de Contas estadual, composto por sete Conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.” (Súmula 653) Já no âmbito municipal, a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. Para o exercício do controle externo, a Câmara Municipal será auxiliada pelos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver (CF, art. 31). Em suma, havendo um Tribunal de Contas do Município ou dos Municípios, esse órgão auxiliará o Poder Legislativo no controle das contas públicas. Se não houver esse órgão, a função caberá ao TCE do respectivo estado-membro. Veja que há municípios no Brasil que dispõem de Tribunais de Contas do Município (é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro). Você pode perguntar: e nos municípios em que esse órgão não existe? Observe o que diz o art. 31, § 4°, da CF/88: “É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.” Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 18 Mas não faça confusão: é vedada a criação pelo município de uma Corte de Contas, um órgão próprio. Os TCMs de São Paulo e Rio de Janeiro continuam a existir, pois são anteriores à CF/88. É diferente o caso de criação pelo estado-membro de um Tribunal de Contas dos Municípios. Ou seja, órgão estadual responsável por auxiliar todas as Câmaras Municipais situadas naquele estado, no desempenho da função de controle externo. Em suma, é vedada a criação de Tribunal de Contas do Município (órgão municipal), mas é permitida a criação de um Tribunal de Contas dos Municípios (órgão estadual). Não havendo Tribunal de Contas Municipal e nem Tribunal de Contas dos Municípios, a Câmara Municipal será auxiliada pelo respectivo Tribunal de Contas estadual, no exercício do controle externo. Ainda quanto ao controle municipal, há uma regra específica segundo a qual o parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, § 2°). Essa regra não se aplica em âmbito estadual ou federal. Nesses casos o parecer da Corte de Contas é meramente opinativo. Por fim, ressalte-se que as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (CF, art. 31, § 3º). Mais dois detalhes: I) o controle externo do DF é feito pela Câmara Legislativa (Câmara Distrital), com o auxílio do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal); II) as contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º). 2.6) Estatuto dos Congressistas Esse assunto abrange as regras referentes aos parlamentares: imunidades, vedações, prerrogativas etc. O art. 53 da CF/88 apresenta imunidades materiais, formais e a prerrogativa de foro dos parlamentares. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 19 No art. 54, a Constituição apresenta as incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares. Por sua vez, o art. 55 da CF/88 lista as hipóteses de perda do cargo pelo parlamentar. Por fim, o art. 56 menciona hipóteses de licença do parlamentar que possibilitam a manutenção do mandato. Em primeiro lugar, vamos estudar as regras do art. 53 da CF/88, referentes às imunidades de deputados e senadores. E o que são imunidades? Trata-se de prerrogativas de ordem pública, irrenunciáveis, portanto, decorrentes do princípio da separação dos Poderes. A diplomação (e não a posse) é o ato que marca o momento do início das imunidades (a diplomação é ato anterior à posse, realizado pela Justiça Eleitoral e que proclama eleito o candidato). Podemos classificar as imunidades parlamentares em materiais (relacionadas às manifestações, aos pronunciamentos) e formais (relacionadas às regras processuais) 2.6.1) Imunidade material Nos termos do art. 53, os deputadose senadores são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos (imunidade material). É interessante observar que, nesse caso, não ocorre o crime. As manifestações exaradas durante o mandato não gerarão responsabilização – civil ou penal - nem depois que eles deixarem a cadeira de parlamentar. Importante você saber que a imunidade material abrange manifestações exaradas dentro da Casa, ou fora dela se a manifestação tiver conexão com a atividade parlamentar. Em outras palavras, podemos dizer que manifestações exaradas fora do recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão com a atividade parlamentar. De outro lado, manifestações expendidas no recinto do Congresso estão sempre protegidas pela imunidade material, pois, neste caso, há uma presunção absoluta de pertinência entre a manifestação do parlamentar (seja ela qual for!) e o exercício da atividade congressual. Essa imunidade protege ainda os jornalistas que venham a reproduzir as manifestações dos parlamentares. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 20 As imunidades não alcançam os suplentes, enquanto nessa condição. Com efeito, os suplentes só passarão a ser protegidos por imunidade se algum dia deixarem essa condição (de suplentes) e vierem a se tornar titulares do mandato. Vale destacar que a imunidade não alcança discursos com finalidade político- eleitoral (manifestações de um congressista em campanha pela reeleição, por exemplo). 2.6.2) Imunidades formais: quanto à prisão e quanto ao processo Já a imunidade formal ou processual diz respeito às condicionantes de prisão e ao processo. Diferentemente das imunidades materiais, nas imunidades formais, os atos praticados pelos parlamentares não perdem o caráter de ilícitos e os autores responderão por esses atos. Entretanto, eles disporão de prerrogativas quanto à prisão e à possibilidade de sustação do andamento do processo. Quanto à prisão, o art. 53, § 2º, estabelece que desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva (Câmara ou Senado), para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Segundo a jurisprudência do STF, essa vedação à prisão alcança inclusive as prisões civis, (ou seja, inclui o devedor de alimentos - se for parlamentar, não será preso). Essa imunidade inclui, ainda, a vedação à condução coercitiva do parlamentar. Quanto ao processo, a imunidade consiste na possibilidade de sustação do processo, com as regras previstas nos parágrafos 3° a 5° do art. 53 da CF/88. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva. Ou seja, o STF já iniciará o processo de julgamento sem qualquer necessidade de autorização da Casa Legislativa. Entretanto, iniciado o processo perante o STF, a Casa Legislativa (Câmara ou o Senado), a partir de iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação já iniciada unilateralmente pelo STF. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora e, caso Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 21 aprovado, suspenderá o prazo de prescrição do crime ou delito, enquanto durar o mandato. Atenção! Atualmente, não é mais necessária a autorização da Casa respectiva para a instauração do processo. Agora, o STF inicia o processo e dá ciência para que a respectiva Casa Legislativa possa, se for o caso, sustar o seu andamento. Atenção de novo! As regras estudadas são aplicáveis também aos deputados estaduais e distritais. Por outro lado, os vereadores só dispõem de imunidade material, e mesmo assim, apenas na circunscrição do município (CF, art. 29, VIII). 2.6.3) Prerrogativa de foro Vistas as regras referentes às imunidades, você precisa conhecer, agora, as regras relativas ao foro por prerrogativa de função dos parlamentares. O foro especial dos parlamentares significa que, após a diplomação, eles passam a ter a prerrogativa de serem julgados apenas perante o STF no que se refere às infrações penais. É importante destacar que o foro especial não abrange as ações de natureza civil (ação popular, por exemplo). Desse modo, embora os Congressistas possuam foro especial perante o STF (para ações penais), eventuais ações de natureza civil contra eles deverão ser propostas perante a Justiça ordinária competente (Justiça Federal de primeiro grau). Ou seja, diplomado, o parlamentar passa a responder perante o STF, inclusive no que se refere às infrações cometidas antes da diplomação. Imagine a hipótese de um crime cometido antes da diplomação, ao qual o incriminado esteja respondendo na Justiça Comum. Após a sua diplomação, os autos do processo serão transferidos para o STF (foro especial). Mas não haverá imunidade parlamentar (afinal, o crime foi cometido antes da diplomação); somente haverá foro especial, pois o processo continuará correndo normalmente, considerando-se válidos os atos já praticados pela Justiça Comum. Vale destacar isto: o foro especial só tem aplicação durante o mandato, mas alcança crimes cometidos anteriormente. Expirado o mandato, os processos serão remetidos para a justiça comum competente. Outro aspecto importante: no caso de haver cidadãos comuns envolvidos no mesmo processo de um parlamentar, em regra, eles também serão julgados Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 22 pelo STF. Ou seja, como o processo é um só, ele vai todo para o STF. Todavia, caso haja a sustação do processo do parlamentar, os autos serão separados e a documentação referente aos outros cidadãos (sem direito ao foro especial) será encaminhada para a justiça comum, onde o processo correrá normalmente. Há súmula do STF sobre o assunto: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” (Súmula 704 do STF) 2.6.4) Afastamento do parlamentar para ocupar o cargo de ministro de Estado Sabemos que muitos parlamentares, logo depois de serem eleitos, pedem licença do cargo eletivo para ocupar um cargo de Ministro de Estado. Isso é permitido pela Constituição (art. 56, I) ao prever que os congressistas não perderão o mandato se forem investidos no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Nesse caso, poderá optar pela remuneração do mandato. Já vimos, inclusive, que, nessa hipótese, quem tem direito a indicar o suplente é a coligação. Sobre o assunto, vale apresentarmos outra jurisprudência do STF. Segundo a Corte, o parlamentar afastado de suas funções para exercer cargo no Poder Executivo (ministro de Estado, por exemplo) tem a sua imunidade suspensa durante o período do afastamento. Mas, cuidado: o afastamento do congressista para ocupar cargo no Executivo não suspendeo seu direito ao foro especial por prerrogativa de função, isto é, mesmo afastado do Legislativo ele mantém o direito de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal nas infrações penais que eventualmente cometer (ou que já tenha cometido). Ademais, o afastamento do parlamentar para exercer cargo de Ministro de Estado não impede a instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra de decoro parlamentar em decorrência de atos que tenham ligação com o exercício da função parlamentar (CF, art. 55, § 1º). Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 23 2.6.5) Outras prerrogativas Durante o estado de sítio, devido à excepcionalidade da situação, as imunidades de Deputados e Senadores poderão ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da Casa respectiva. Essa suspensão se dará exclusivamente para os atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional que sejam incompatíveis com a execução do estado de sítio (CF, art. 53, § 8°). Nos termos do art. 53, § 6°, da CF/88, os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Trata-se de uma faculdade do congressista e não um impositivo, já que se entender conveniente, poderá sim tornar públicas as informações de que disponha. A incorporação às forças armadas de deputados e senadores, ainda que militares, e mesmo em tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa respectiva (CF, art. 53, § 7°). 2.6.6) Incompatibilidades e Impedimentos O artigo 54 trata das incompatibilidades dos congressistas. Algumas delas ocorrem já desde a expedição do diploma. Outras se iniciarão a partir da posse. Lembrando que a diplomação consiste em ato da Justiça Eleitoral, certificando a regular eleição do candidato. Já a posse é ato posterior, por meio do qual o parlamentar investe-se efetivamente no mandato. Segundo o art. 54, os parlamentares não poderão: Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 24 I - Desde a expedição do diploma II - Desde a posse a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; b)aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. 2.6.7) Hipóteses de perda do mandato No art. 55, são detalhadas as hipóteses de perda do cargo pelo parlamentar. Enquanto em alguns casos a perda será meramente declarada pela Mesa (CF, art. 55, § 3°) em outras hipóteses dependerá de juízo dos demais parlamentares, por voto da maioria absoluta. I) Hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador declarada pela Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: a) quando o congressista deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; b) quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos políticos; e c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos constitucionalmente. II) Hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto nominal (voto aberto) e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: a) quando houver infração a qualquer das proibições estabelecidas no art. 54 (impedimentos a partir da diplomação ou a partir da posse); Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 25 b) quando o procedimento do parlamentar for declarado incompatível com o decoro parlamentar; c) quando o congressista vier a sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. Atenção! Nessa última hipótese – condenação criminal em sentença transitada em julgado -, embora o texto constitucional seja explícito em relação ao procedimento para a perda do mandado, a ser decidido pela Casa Legislativa, o assunto vem sendo amplamente debatido no Supremo Tribunal Federal, mas este Tribunal ainda não possui posição conclusiva (isto é, em decisões recentes, o Tribunal ora decidiu pela perda imediata do cargo por força da decisão judicial, ora pela necessidade de apreciação pela Casa Legislativa). Por essa razão, não acreditamos que esse aspecto possa ser abordado em concursos nos dias atuais, enquanto o STF não firmar a sua posição. Cuidado! Pelo texto originário da Constituição, a votação para a imposição da perda do mandato era secreta. Entretanto, a EC 76/2013 eliminou a votação secreta e, portanto, nos dias atuais, a votação é nominal (voto aberto). 2.6.8) Imunidades dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores Bem, vimos todos os detalhes referentes aos Congressistas (Senadores e Deputados Federais). Fica pendente responder a seguinte questão: e os legisladores estaduais, distritais e municipais, também dispõem das mesmas prerrogativas? Objetivamente, podemos dizer que, no que se refere aos: I) deputados estaduais e distritais: estendem-se a eles as regras constitucionais sobre inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas aplicáveis aos Congressistas (CF, art. 27, § 1°); e II) vereadores: não dispõem das mesmas prerrogativas e imunidades asseguradas aos congressistas; estão protegidos apenas pela imunidade material, por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, e exclusivamente na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII). Vejamos, agora, como o assunto da aula de hoje tem sido cobrado nos mais diferentes concursos. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 26 3) Exercícios de Concursos Pretéritos 1. (CESPE/DEFENSORIA PÚBLICA/ES/2013) O Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, representa o Poder Legislativo no âmbito da União. É certo que o Congresso, composto pela Câmara e pelo Senado, representa o Poder Legislativo no âmbito da União. A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” Observe que, em âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral, composto por duas câmaras, duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal.Atenção! O legislativo estadual, distrital e municipal são unicamerais. Item certo. 2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de julgar e administrar. De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos poderes (em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício dessas funções (pois os poderes exercem funções atípicas). Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). Um detalhe importante, que confunde muita gente, é que a função de fiscalização é função típica do Poder Legislativo. Daí, as funções de controle externo e mesmo a fiscalização exercidas pelas CPIs são exemplos do desempenho dessa função. Item certo. 3. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/TCE – RO/2013) Cada estado-membro e o Distrito Federal possuem três senadores. Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário e gozam de imunidade material e formal. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 27 Somente brasileiro nato poderá ser presidente do Senado Federal. É da competência privativa do Senado Federal escolher dois terços dos membros do TCU. É certo que o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal (cada um deles elegerá três senadores), eleitos segundo o princípio majoritário (CF, art. 46, caput e § 1.º). Os senadores dispõem de imunidade material (relativa aos seus pronunciamentos) e formal (relativa à prisão e ao processo). Também é certo que o cargo de presidente do Senado Federal é privativo de brasileiro nato (CF, art. 12, § 3.º, III). Entretanto, compete ao Congresso Nacional (e não ao Senado Federal) escolher dois terços dos membros do TCU (CF, art. 49, XIII). Item errado. 4. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 5.ª REGIÃO/2013) Os parlamentares integrantes da Câmara dos Deputados são eleitos pelo sistema majoritário. Os deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de 4 anos. Dizer que o sistema é proporcional significa afirmar que o número de deputados eleitos por determinado partido ou coligação depende da quantidade de votos que ele (o partido ou a coligação) recebe como um todo. É por isso que, em todas as eleições, vemos candidatos com muitos votos “carregarem consigo” outros candidatos bem menos votados. Por que isso ocorre? Porque, às vezes, só um candidato como o Tiririca, por exemplo, traz para seu partido uma quantidade de votos capaz de eleger dois ou três candidatos, que acabam tornando-se deputados (independentemente de terem recebido, eles próprios, uma quantidade insuficiente de votos). Item errado. 5. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO-ÁREA XIX/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O Congresso Nacional e os Poderes legislativos estaduais brasileiros são estruturados em sistemas bicamerais. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44). Assim, em âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral (composto de duas Casas: Senado e Câmara dos Deputados). No âmbito dos outros entes federados não existe esse bicameralismo. Só há uma única Casa Legislativa (consagra-se o unicameralismo): Assembleia Legislativa, no caso dos estados; Câmara Legislativa, no caso do Distrito Federal; e Câmara de Vereadores, no caso dos municípios. Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 28 6. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO/MS/2013) A Câmara dos Deputados compõe- se de representantes dos estados e do DF, eleitos segundo o princípio majoritário. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal (CF, art. 45, caput). O Senado Federal, por sua vez, compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário (CF, art. 46, caput). Item errado. 7. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – DF/2013) Na CF, é expressamente estabelecido que cada legislatura tenha a duração de quatro anos. De fato, nos termos do art. 44, parágrafo único, cada legislatura terá a duração de quatro anos. Item certo. 8. (CESPE/ANALISTA EXECUTIVO/SEGER – ES/2013) O Poder Legislativo estadual é exercido pelas assembleias legislativas, que devem ser organizadas de forma bicameral. Embora o Poder legislativo federal seja organizado de forma bicameral (Câmara dos Deputados e Senado Federal), tanto o legislativo estadual quanto o municipal são unicamerais (uma única câmara: seja a assembléia seja a câmara legislativa). Item errado. 9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE – MS/2013) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, com legislatura anual. É certo que o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Todavia, a questão está errada, pois cada legislatura terá a duração de quatro anos (CF, art. 44, parágrafo único). Item errado. 10. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE – MS/2013) Os integrantes da Câmara dos Deputados são eleitos pelo sistema majoritário. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional (CF, art. 45, caput). Item errado. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 29 11. (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/PC – AL/2012) O Poder Legislativo Federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A inauguração da sessão legislativa é feita em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44, caput). A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para inaugurar a sessão legislativa (CF, art. 57, §3º, I). Item certo. 12. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/PRF/2012) Cada um dos vinte e seis estados da Federação mais o Distrito Federal elegem três senadores, totalizando oitenta e um senadores com mandato de oito anos, havendo para cada senador dois suplentes. Exato. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores cada, com mandato de oito anos (CF, art. 46, § 1.º) – o que totaliza 81 senadores ao todo se considerados os vinte seis estados da Federação mais o DF. E cada Senador será eleito com dois suplentes (CF, art. 46, § 3.º). Item certo. 13. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) O número de deputados a serem eleitos em cada estado ou território e no Distrito Federal (DF) é estabelecido, proporcionalmente à população de cada ente federado, por lei complementar, não podendo ser inferior a oito nem superior a setenta deputados. O número total de Deputados,bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, § 1.º). Os territórios, por sua vez, seguem regra distinta: cada Território elegerá quatro Deputados (CF, art. 45, § 2.º). Item errado. 14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE – RR/2012) Como regra, as deliberações dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal são tomadas pela maioria absoluta de seus membros; as deliberações de suas comissões, por sua vez, são tomadas por maioria simples, presente a maioria absoluta de seus titulares. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 30 Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). Item errado. 15. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) O número total de deputados federais deve ser estabelecido por lei complementar, enquanto o número de representantes por estado e pelo DF deve ser estabelecido por lei ordinária, proporcionalmente ao número de eleitores. O número total de deputados, bem como a representação por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados (CF, art. 45, § 1.°). Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, para mandatos de quatro anos. Item errado. 16. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – TO/2013) Na CF, a regra que diz respeito à recondução de membros das mesas das casas legislativas constitui norma de preordenação para os estados-membros. Na constituição das Mesas, o § 4.º do art. 57 da Constituição prevê a realização de sessões preparatórias para a posse de parlamentares e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Atenção! É preciso conhecer três aspectos relacionados a esse assunto: a) não pode haver reeleição para o mesmo cargo; b) a vedação à recondução só vale para eleições no âmbito da mesma legislatura (quando há troca de legislatura, não há mais essa vedação à recondução); e c) essa regra que veda a recondução não é de observância obrigatória pelos estados-membros. Em suma, a regra que diz respeito à recondução de membros das mesas das casas legislativas não constitui norma de preordenação para os estados- membros. Item errado. 17. (CESPE/PROCURADOR/TCE/PB/2014) Compete ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões — convocar titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República. A Constituição atribui à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, bem como às suas Comissões, competência para convocar Ministro de Estado ou Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 31 quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada (CF, art. 50, caput). Item errado. 18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ – RO/2012) Como regra, as deliberações de cada casa do Congresso Nacional e de suas comissões devem ser tomadas por maioria de três quintos dos seus membros. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). Item errado. 19. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) A convocação extraordinária do Congresso Nacional, nos casos e hipóteses previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), depende de requerimento da maioria dos membros do Senado e da Câmara e condiciona-se à aprovação da maioria absoluta dos membros de cada uma das casas. A Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso Nacional (sessão legislativa extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 8° do art. 57). A sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional será convocada: I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Ou seja, nem sempre é necessário requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas e nem sempre a convocação depende de aprovação da maioria absoluta. Item errado. 20. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE – RJ/2012) A convocação extraordinária dos congressistas permite o pagamento de parcelas indenizatórias em valor superior ao subsídio mensal. Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios Aula 08 – Poder Legislativo Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 32 Na hipótese de sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). Item errado. 21. (CESPE/JUIZ/TJ – BA/2012) Nas sessões legislativas extraordinárias do Congresso Nacional, os parlamentares só podem deliberar sobre a matéria que motivou a convocação, sendo terminantemente vedado discutir qualquer outra matéria. Segundo os §§ 7º e 8° do art. 57 da CF/88, no caso de convocação extraordinária, ressalvadas as medidas provisórias em vigor na data de convocação, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado. Item errado. 22. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) Qualquer comissão da Câmara dos Deputados pode convidar ministros de Estado e representantes de órgãos públicos para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado. A convocação de ministros de Estado, porém, assim como a dos titulares de órgãos que possuem estatuto de ministério, somente pode ocorrer por decisão do plenário da casa. Entre outras funções, compete às comissões, em razão da matéria de sua competência, convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições (CF, art. 58, § 2.º, III). Ademais, a Constituição prevê expressamente que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada (CF, art. 50, caput). Item errado. 23. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo
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