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Poder Legislativo na Constituição

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Direito Constitucional – Brevíssima Teoria e Exercícios 
Aula 08 – Poder Legislativo 
Profs. Vicente Paulo & Frederico Dias 
 
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Conteúdo 
1) Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes .................................................................... 2 
1.1) Exercício não exclusivo: funções típicas e atípicas ..................................................................... 2 
1.2) Sistema de freios e contrapesos ............................................................................................... 3 
2) Poder Legislativo ............................................................................................................................... 3 
2.1) Congresso Nacional.................................................................................................................. 4 
2.2) Câmara dos Deputados ............................................................................................................ 4 
2.3) Senado Federal ........................................................................................................................ 5 
2.4) Comissões Parlamentares de Inquérito ..................................................................................... 8 
2.5) Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária .................................................................... 12 
2.5.1) Organização do TCU .........................................................................................................................16 
2.5.2) Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios ......................................................................17 
2.6) Estatuto dos Congressistas ..................................................................................................... 18 
2.6.1) Imunidade material ..........................................................................................................................19 
2.6.2) Imunidades formais: quanto à prisão e quanto ao processo ...........................................................20 
2.6.3) Prerrogativa de foro .........................................................................................................................21 
2.6.4) Afastamento do parlamentar para ocupar o cargo de ministro de Estado .....................................22 
2.6.5) Outras prerrogativas ........................................................................................................................23 
2.6.6) Incompatibilidades e Impedimentos ................................................................................................23 
2.6.7) Hipóteses de perda do mandato ......................................................................................................24 
2.6.8) Imunidades dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores ...............................................25 
3) Exercícios de Concursos Pretéritos ................................................................................................... 26 
4) Lista das Questões (sem os comentários).......................................................................................... 67 
5) Gabarito .......................................................................................................................................... 79 
 
Pois é, a Aula pretérita (Intervenção) foi breve que só! Agora, a de hoje, 
prepare-se! Sério, é humanamente impossível tratar de todo o Poder Legislativo 
em breves páginas! Tentaremos resumir ao máximo, deixando aqueles aspectos 
menos relevantes, ou mais tranquilos, para os comentários às respectivas 
questões de concursos. Mas, mesmo assim, é conteúdo que (quase) não acaba 
mais! 
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1) Separação, Independência e Harmonia entre os Poderes 
A Constituição da República consagra o princípio da separação dos poderes 
como um dos princípios fundamentais do Estado brasileiro, dando a ele um 
caráter de imutabilidade, ao gravá-lo como cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, 
III e art. 2°). 
A concepção da separação dos poderes nasce – desde Aristóteles, e depois com 
Montesquieu - da necessidade de limitação do poder estatal e evita que todo 
o poder político esteja concentrado nas mãos de um único governante. 
Modernamente, pouco se fala em separação ou divisão do poder, preferindo os 
doutrinadores falar em “distinção funcional do poder do Estado”. É que, a rigor, 
o poder não é divisível (fala-se em poder uno, indivisível e indelegável); há, 
sim, uma tripartição das funções estatais para que o Estado possa exercer 
sua vontade, seu poder. 
Na nossa Constituição, o princípio da separação dos poderes assenta-se na 
independência e harmonia entre os órgãos do Poder Político (CF, art. 2°). 
A harmonia entre os poderes consiste nas regras de convivência e respeito de 
um poder às prerrogativas e faculdades de outro e funciona como uma 
relativização da rigidez do princípio da separação dos poderes. 
Já a independência dos poderes assegura que a investidura e a permanência 
das pessoas num órgão não dependam da vontade de outro órgão. Além disso, 
significa que cada poder é livre para organizar os seus serviços e para exercer 
suas funções (sem precisar consultar os demais poderes). 
 
1.1) Exercício não exclusivo: funções típicas e atípicas 
Modernamente, a especialização das funções estatais não implica 
exclusividade no seu exercício. Ou seja, a antiga rigidez da separação dos 
poderes evoluiu para uma nova forma de relacionamento mais flexível entre os 
órgãos do Estado, em que todos os Poderes exercem suas funções típicas, 
bem como funções atípicas, acessórias. 
Vejamos alguns exemplos. O chefe do Poder Executivo exerce a função 
legislativa de forma atípica ao editar uma medida provisória (CF, art. 84, XXVI). 
Por sua vez, o Poder Legislativo exerce função jurisdicional quando, por meio do 
Senado Federal, julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade 
(CF, art. 52, I). De igual modo, o Poder Judiciário desempenha de modo atípico 
a função legislativa quando, por exemplo, elabora os regimentos de seus 
tribunais (CF, art. 96, I, “a”). Por fim, a função executiva é exercida não só pelo 
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Poder Executivo, mas também pelos poderes Legislativo e Judiciário (quando 
estes administram seus servidores, bens e serviços, por exemplo). 
 
1.2) Sistema de freios e contrapesos 
Nos dias atuais, a independência entre os Poderes não pode mais ser 
considerada absoluta. Há várias interferências previstas na Constituição 
Federal - mecanismos de controle recíproco entre os poderes com a finalidade 
de evitar excessos e distorções, configurando o denominado mecanismo de 
freios e contrapesos. 
Diante da mencionada necessidade de controles sobre o exercício do poder, 
formulou-se o chamado sistema de freios e contrapesos (checks and 
balances) – trata-se da existência de controles (limites) recíprocos entre os 
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Temos diversos exemplos de reflexos da adoção do sistema de freios e 
contrapesos na nossa ordem constitucional. 
Afinal, é ou não é o controle de um Poder sobre o outro a fiscalização de uma 
CPI sobre os atos da Administração Pública? Ou a possibilidade de que um juiz 
possa declarar inconstitucional uma lei aprovada pelo Poder Legislativo?Ou a 
nomeação de Ministros de Tribunal do Poder Judiciário pelo chefe do Poder 
Executivo? 
 
2) Poder Legislativo 
Responda rápido: que função/funções o Poder Legislativo exerce de forma 
típica? 
Se você respondeu “a Função Legislativa” acertou, parcialmente... É que as 
funções precípuas (típicas) do Poder Legislativo são duas: legislação 
(elaboração de normas gerais e abstratas) e fiscalização. Ou seja, a função de 
fiscalização também consubstancia função típica do Poder Legislativo. São 
exemplos as atividades desempenhadas pelas CPIs e o controle externo 
realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da 
União (como estudaremos a seguir). 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44). Assim, nosso Poder 
Legislativo, no âmbito federal, é bicameral (composto por duas câmaras). 
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O Senado Federal é a Casa Legislativa que representa os estados e o 
Distrito Federal de forma paritária (três senadores por unidade da 
Federação), assegurando equilíbrio para a Federação. Os senadores são eleitos 
pelo princípio majoritário (como ocorre com os chefes do Poder Executivo) 
para mandato de oito anos (CF, art. 46), sendo a representação renovada de 
quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços (isto é, numa 
eleição elege-se um senador; na seguinte, dois; na próxima, um – e assim por 
diante). 
A Constituição dispõe, ainda, que cada Senador será eleito com dois suplentes 
(CF, art. 46, § 3º). 
Por sua vez, a Câmara dos Deputados é composta por representantes do 
povo, de forma proporcional à população de cada unidade da federação, como 
decorrência do princípio republicano-democrático (CF, art. 45). 
O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à 
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às 
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 
oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, § 1°). Os deputados são 
eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de quatro anos. 
 
2.1) Congresso Nacional 
O Congresso Nacional é o órgão legislativo federal, cabendo a ele dispor sobre 
todas as matérias de competência da União. 
As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, exercidas 
mediante lei ordinária ou complementar, com sanção presidencial) e no art. 
49 (exercidas mediante a edição de decreto legislativo, sem sanção 
presidencial). 
 
2.2) Câmara dos Deputados 
O art. 51 da Constituição estabelece as competências privativas da Câmara dos 
Deputados, que serão tratadas por meio de resolução, sem sanção do 
Presidente da República ou qualquer participação do Senado Federal. 
Cuidado! Conforme dito no parágrafo anterior, as matérias da competência 
privativa da Câmara dos Deputados, indicadas no art. 51 da Constituição, são 
disciplinadas por resolução dessa Casa Legislativa, sem sanção do Presidente 
da República. Certo? Certíssimo, certíssimo. Entretanto, há, no inciso IV do art. 
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51, uma importante exceção a essa regra. Qual seria essa exceção? Bem, a 
exceção é a remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados, que 
deverá ser fixada por lei (com sanção do Presidente da República, portanto), a 
partir de projeto da iniciativa da Câmara dos Deputados. Portanto, guarde essa 
importante exceção: a remuneração dos servidores da Câmara dos 
Deputados é fixada por lei, com sanção do Presidente da República, a 
partir de projeto da iniciativa privativa da Câmara dos Deputados. 
Essa mesma regra vale para a remuneração dos servidores do Senado Federal, 
conforme indicado no inciso XIII do art. 52 da Constituição Federal. Ou seja: a 
remuneração dos servidores do Senado Federal é fixada por lei (com sanção 
do Presidente da República, portanto), a partir de projeto da iniciativa 
privativa do Senado Federal. 
Atenção! Não confunda fixação da remuneração dos servidores da Câmara e 
do Senado (técnicos, analistas etc.) com fixação do subsídio dos deputados e 
senadores! Por quê? Ora, porque a primeira é fixada por lei, com sanção do 
Presidente da República (CF, arts. 51, IV, e 52, XIII), enquanto o subsídio 
dos congressistas é fixado por decreto legislativo, sem sanção do 
Presidente da República (CF, art. 49, VII). 
Muito detalhe, não? Sabemos! Mas, valorize-os, pois eles têm sido cobrados em 
importantes concursos... 
 
2.3) Senado Federal 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem mais 
numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas por 
resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial e 
nem participação da Câmara dos Deputados). 
As bancas vão tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma 
competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando haver 
a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da CF/88. 
Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de 
julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) e 
a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e IV). 
No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas 
competências expressas no art. 51. Portanto, é importante você memorizar 
estas duas: autorizar a instauração de processo contra o Presidente, o Vice-
Presidente e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de 
contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso 
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Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 
51, II). 
Vejamos, agora, alguns aspectos de relevo: 
a) Decisões do STF sobre infidelidade partidária e suplência de deputado 
Vale a pena mencionar duas decisões recentes do STF: uma referente à 
infidelidade partidária e outra referente à suplência da vaga de deputado 
em caso de licenciamento. 
Ao decidir sobre os efeitos da infidelidade partidária, o STF entendeu que a 
desfiliação sem justa causa do deputado eleito acarreta a perda do direito de 
continuar a exercer o mandato eletivo, uma vez que o destinatário do voto é o 
partido político viabilizador da candidatura por ele oferecida. Em suma, na 
hipótese de desfiliação partidária sem justa causa, o cargo fica com o 
partido e não com o deputado (que, no caso, perde o mandato). 
No que se refere à suplência, mencionamos anteriormente que o senador é 
eleito com dois suplentes, o que não ocorre com os deputados, eleitos pelo 
sistema proporcional. 
Então, a questão enfrentada pelo STF foi a seguinte: licenciado um deputado 
para ocupar cargo de ministro do Poder Executivo, quem deve assumir a vaga - 
o próximo da lista do partido ou da lista da coligação partidária? Pois bem, 
entendeu o Supremo Tribunal Federal que a vaga decorrente do licenciamento 
de titulares de mandato parlamentar deve ser ocupada pelos suplentes das 
coligações, e não dos partidos. 
b) Distinção entre sessão legislativa e legislatura 
Não confunda o conceito de sessão legislativa com o de legislatura. Cada 
legislatura abrange operíodo de quatro anos, que corresponde ao período de 
renovação na composição das casas legislativas e compreende quatro sessões 
legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos. 
Por sua vez, a sessão legislativa ocorre anualmente. De acordo com o art. 57 
da CF/88, as reuniões do Congresso Nacional ocorrem, anualmente, na Capital 
Federal, no período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de 
dezembro. Mas a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO). 
Cada sessão é composta de dois períodos legislativos, sendo um em cada 
semestre. Os intervalos entre os períodos legislativos, tanto no meio do ano 
quanto no final, são denominados de recesso parlamentar. 
Durante o recesso, funciona a Comissão Representativa do Congresso (CF, art. 
58, § 4º). 
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c) Sessão conjunta e sessão unicameral 
Cabe ressaltar que, em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam 
em separado (bicameralmente). Todavia, há situações nas quais a Constituição 
exige o trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). 
Nesse tipo de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e votações 
ocorrem no mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de 
forma separada. 
Assim, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às 
duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e 
V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). 
Atenção! A sessão conjunta não se confunde com a sessão unicameral. 
Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos votos ocorrem de 
maneira conjunta, como se fosse apenas uma Casa legislativa. Na Constituição 
só houve uma situação de sessão unicameral: processo simplificado de revisão 
constitucional (ADCT, art. 3°). 
d) Mesa do Congresso Nacional 
Segundo a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo 
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 5°). 
Então, observe que os cargos da Mesa do Congresso serão exercidos pelos 
ocupantes dos cargos equivalentes do Senado e da Câmara alternadamente. 
Isso significa que o Presidente do Congresso é o Presidente do Senado; em 
suas ausências ele será substituído pelo 1º Vice-Presidente do Congresso, cargo 
ocupado pelo 1º Vice-Presidente da Câmara. Descendo a hierarquia, temos o 
2º Vice-Presidente do Congresso, cargo ocupado pelo 2º Vice do Senado; e o 
1º Secretário do Congresso, cargo ocupado pelo 1º Secretário da Câmara; e 
por aí vai... 
Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto 
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos 
parlamentares que participam da respectiva Casa (CF, art. 58, § 1°). 
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O § 4º do art. 57 prevê a realização de sessões preparatórias para a posse de 
parlamentares e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, 
vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subseqüente. 
Fique atento a três detalhes: 
I) não pode haver reeleição para o mesmo cargo (seria admitido apenas que o 
vice-presidente virasse o presidente); 
II) a vedação à recondução só vale para eleições dentro da mesma 
legislatura (quando houver troca de legislatura – a cada 4 anos – não há mais 
essa vedação à recondução); e 
III) segundo o STF, a regra de vedação da recondução não é de observância 
obrigatória por parte dos estados-membros. 
e) Convocação extraordinária do Congresso 
Além da sessão legislativa ordinária, a Constituição prevê a possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): 
I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente-Presidente da República; 
II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as 
Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as 
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma 
das Casas do Congresso Nacional. 
Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da 
convocação (CF, art. 57, § 8°). 
Exceto essas medidas provisórias, na sessão legislativa extraordinária, o 
Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi 
convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da 
convocação (CF, art. 57, § 7°). 
 
2.4) Comissões Parlamentares de Inquérito 
O art. 58 da CF/88 dispõe acerca das comissões permanentes e temporárias, 
que integram o Congresso Nacional e cada uma das Casas; essas comissões 
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serão constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo 
regimento ou no ato de que resultar sua criação. 
As competências das Comissões estão previstas no art. 58, § 2º, da CF/88, 
incluindo a realização de audiências públicas, convocação de ministros de 
Estado e solicitação de depoimento de qualquer autoridade ou cidadão e 
apreciação de programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento. 
Ademais, como veremos no estudo do processo legislativo, compete às 
comissões discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, 
a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros 
da Casa (CF, art. 58, § 2º, I); ou seja, trata-se de competência para a 
aprovação de projetos de lei diretamente nas comissões, sem necessidade de 
discussão e votação no Plenário das Casas Legislativas. 
Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso 
Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período 
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum (CF, art. 58, § 4°). 
Mas, para concursos, o que mais importa, mesmo, são as tão famosas 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). 
As CPIs são um perfeito exemplo de mecanismo do sistema de freios e 
contrapesos. Ou seja, formas de controle dos demais poderes por parte do 
Legislativo. Nesse sentido, as CPIs representam o desempenho de função 
típica do Poder Legislativo: fiscalização. 
Na Constituição, apenas um dispositivo trata dessas comissões. O § 3º do art. 
58 estabelece que as comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes 
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e 
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento 
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por 
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao MinistérioPúblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
Se você ficar atento a essa parte final, já acerta algumas questões sobre CPI. É 
que as bancas gostam de perguntar se a CPI promove a responsabilidade civil e 
criminal dos infratores. Não, não. Ela apenas encaminha suas conclusões ao MP, 
e esse órgão é quem promoverá as ações cabíveis. Enfim: CPI não julga, não 
apura responsabilidade, não condena, não impõe penalidade, não anula 
ato, não oferece denúncia ao Poder Judiciário; CPI apenas realiza a 
investigação parlamentar e, no caso de apuração de infrações, encaminha suas 
conclusões ao Ministério Público. 
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Portanto, veja bem: CPIs são criadas por prazo certo para a investigação de 
fato determinado por requerimento de, pelo menos, um terço dos membros 
da Casa Legislativa. 
No que se refere ao prazo certo para a conclusão dos trabalhos, isso não 
impede sucessivas prorrogações no prazo inicial, desde que dentro da mesma 
legislatura. 
Já a indicação de fato determinado: (i) impede a criação de uma CPI para 
investigações genéricas; (ii) não impede que sejam investigados outros fatos de 
surjam durante as investigações, desde que pertinentes ao seu objeto 
inicialmente indicado; e (iii) impede que o depoente seja obrigado a responder 
perguntas referentes a fatos estranhos. 
Importantíssimo que você saiba que os poderes da CPI não são exatamente 
os mesmos de um juiz, embora a leitura do dispositivo constitucional possa 
dar a entender algo diferente. Portanto, CPIs não podem ofender o princípio 
da reserva de jurisdição (determinadas medidas reservadas 
exclusivamente ao Poder Judiciário). 
Passamos a listar agora diversos entendimentos do STF sobre as CPIs, temas 
reiteradamente cobrados em concursos públicos: 
a) é admitido que o regimento das Casas crie limites ao número de CPIs que 
podem ser criadas simultaneamente (na Câmara dos Deputados, por exemplo, 
o regimento interno limita em cinco o número de CPIs que podem ser criadas 
simultaneamente); 
b) as CPIs têm competência para investigar fatos que já estejam sendo objeto 
de investigação policial ou do Ministério Público; 
c) as CPIs não têm competência para investigar atos jurisdicionais (decisões 
judiciais – sentenças e acórdãos), mas podem intimar magistrados para dar 
explicações relativas à prática de atos administrativos (exercício de função 
atípica). Podem, entretanto, convocar membro do Ministério Público e Ministros 
de Estado para depor; 
d) desde que haja interesse público envolvido, CPI pode investigar negócios 
privados; 
e) CPI de um ente federado (do Congresso Nacional, por exemplo) não pode 
investigar irregularidade no campo material de outro ente (irregularidades no 
âmbito municipal, por exemplo); 
f) as manifestações de congressista em CPIs estão protegidas pela imunidade 
material (afinal, trata-se de exercício da atividade parlamentar); 
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g) os atos que impliquem restrição de direito (por exemplo, quebra de sigilo 
bancário) devem ser fundamentados (motivados) e decididos por maioria 
absoluta dos membros da comissão (princípio da colegialidade); 
h) as CPIs não têm competência para ter acesso a processo judicial em trâmite 
sob segredo de justiça (isto é, não podem determinar a quebra do sigilo 
judicial); 
i) as CPIs têm competência para convocar integrantes da população indígena 
para depor, desde que o depoimento seja: (i) realizado no âmbito da área 
indígena, em dia e hora previamente acordados com a comunidade; e (ii) 
assistido por um representante da FUNAI e por antropólogo conhecedor da 
comunidade. 
De se destacar que as convocações por CPIs devem ser formais (regras do 
Código de Processo Penal): realizadas pessoalmente, não se admitindo outros 
meios (não se admite convocação por telefone, fax ou emails, por exemplo). 
Os depoentes em CPIs têm direito: (i) ao silêncio (não autoincriminação); (ii) 
ao sigilo profissional; e (iii) a ser assistido por advogado e comunicar-se com 
ele durante as sessões. 
Nos casos de ilegalidade ou abuso de poder, os atos de uma CPIs sujeitam-se a 
controle por mandado de segurança. Todavia, admite-se também a 
impetração de habeas corpus quando houver ofensa, direta ou indireta, ao 
direito de locomoção. 
Por fim, veja um esquema (utilizado no nosso livro) que organiza, para você, o 
que pode e o que não pode fazer uma Comissão Parlamentar de Inquérito. 
 
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2.5) Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária 
Vimos que o Poder Legislativo tem como função típica não só a produção de 
leis, mas também a função fiscalizadora. Nesse sentido, a titularidade do 
Controle Externo é do Congresso Nacional (e não do TCU, cuidado!). 
Assim, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto 
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia 
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder (CF, art. 70). 
Para o desempenho dessa função de Controle Externo, o Congresso Nacional 
será auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que funciona como um 
instrumento técnico na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e demais entidades da administração direta 
e indireta. 
Mas não se engane! Isso não significa que exista uma relação de 
subordinação e dependência entre eles. Não, não. Na verdade, o TCU detém e 
exerce algumas funções de controle, as quais lhe são próprias e privativas. 
Fique atento, pois a banca conhece certas confusões feitas pelos candidatos; e 
vai formular assertivas afirmando que o TCU estaria subordinado ao Congresso 
Nacional, ou que das decisões do TCU caberia recurso ao Parlamento... Tudo 
isso está errado, ok? 
É importante você observar que, além do controle externo, responsável pela 
fiscalização dos demais poderes, há o controle interno. Significa que 
adicionalmente ao controle externo exercido pelo Poder Legislativo, cada Poder 
terá sua própria estrutura de controle interno. 
Nessa linha, o art. 74 da CF/88 dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno, e seus 
responsáveis, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou 
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária. 
Pois bem, você encontra as competências constitucionais do TCU listadas no 
art. 71 da CF/88. 
Assim, a Corte de Contas realiza inspeções e auditorias (CF, art. 71, IV); 
fiscaliza a aplicação de recursos repassados pela União mediante convênios (CF, 
art. 71, VI); e pode, inclusive, aplicar sanções previstas em lei em caso de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas (CF, art. 71, VIII). 
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As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão 
eficácia de título executivo (CF,art. 71, § 3º). Esse título executivo será 
executado pelo representante judicial da União, qual seja, a Advocacia-Geral da 
União. 
Passamos a seguir a comentar as competências mais relevantes para fins de 
concursos. 
a) Julgamento das contas do Presidente da República 
Entre as competências do TCU está, por exemplo, a de elaboração de parecer 
prévio sobre contas prestadas anualmente pelo Presidente da República (CF, 
art. 71, I), documento que vai subsidiar o julgamento das contas do Presidente 
pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, IX). 
Observe ainda que, segundo o art. 71, II, compete ao TCU julgar as contas dos 
administradores e demais responsáveis, em geral. 
Em suma, as contas do Presidente da República são julgadas pelo Congresso 
Nacional com base em parecer prévio do TCU. Já as contas dos demais 
administradores são julgadas pelo próprio TCU. 
b) Apreciação de atos sujeitos a registro 
Outra atribuição relevante diz respeito aos chamados “atos sujeitos a registro” 
do TCU, competência prevista no art. 71, III, da CF/88: 
“apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo 
de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, 
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório”. 
Trata-se de tema importante, pois se relaciona com a súmula vinculante 3 do 
STF. 
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou 
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a 
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma 
e pensão” (Súmula Vinculante 3). 
Ou seja, na apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma e pensão, o TCU não está obrigado a assegurar 
contraditório e ampla defesa ao interessado. 
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Assim, asseguram-se como regra o contraditório e a ampla defesa. Como 
exceção, não é necessário que se observe esses princípios na apreciação da 
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e 
pensão (CF, art. 71, III). 
Todavia, começaram a chegar ao STF diversos casos em que, sete anos depois 
de serem editados os atos de concessão inicial de aposentadoria, o TCU não os 
registrava por encontrar alguma ilegalidade. E nem era obrigado a conceder 
contraditório e ampla defesa! Ou seja, depois de sete anos recebendo sua 
aposentadoria (a essa altura, com um monte de netos pra sustentar), a Dona 
Maria era comunicada de que seus proventos seriam sumariamente 
interrompidos, agora imagine você... 
Diante disso, considerando o princípio da segurança jurídica, o STF passou a 
entender que o TCU está sim obrigado a assegurar o contraditório e a ampla 
defesa ao interessado mesmo nesse caso (apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial) se a análise da Corte de Contas ocorrer após o prazo de 
cinco anos, contados da data de sua concessão. Afinal, a inércia do TCU, por 
mais de cinco anos, consolidou de forma positiva a expectativa do beneficiado, 
no tocante ao recebimento daquela verba de caráter alimentar. 
Portanto, não se esqueça: transcorrido o prazo de cinco anos sem a análise do 
TCU, é obrigatória a convocação do beneficiário para participar do processo de 
seu interesse, a fim de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla 
defesa. 
c) Distinção entre as competências para sustar atos e contratos 
Segundo a Constituição, verificada irregularidade em um ato administrativo, 
compete ao TCU fixar um prazo para que o órgão ou entidade que o praticou 
adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. 
Não atendida essa determinação, dispõe o TCU de competência para sustar 
diretamente a execução do ato administrativo, comunicando ulteriormente a 
sua decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X). 
Por outro lado, caso se trate de um contrato administrativo, o Tribunal não 
terá competência para sustar diretamente esse contrato, devendo a sustação 
ser adotada pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder 
Executivo as medidas cabíveis (CF, art. 71, § 1º). 
Neste caso, o TCU só poderá decidir a respeito do contrato após o esgotamento 
do prazo de noventa dias sem a adoção das providências cabíveis pelos 
Poderes Legislativo e Executivo (CF, art. 71, § 2º). 
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Pois bem, essa é a regra constitucional. Entretanto, a jurisprudência do STF 
evoluiu nesse assunto. Apesar de o Tribunal de Contas da União não dispor de 
poder para sustar contratos administrativos, tem competência para 
determinar à autoridade administrativa que promova a anulaçãodo 
contrato e, se for o caso, da licitação que dele se originou, sob pena de 
imediata comunicação ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de 
sustação. 
Em suma, o TCU tem competência para sustar atos administrativos; já no que 
se refere a contratos, o TCU não pode sustá-los diretamente, mas pode 
determinar à autoridade administrativa que os anule. 
d) Controle de Constitucionalidade 
O STF reconhece a competência dos tribunais de contas para realizar o controle 
de constitucionalidade. 
Com efeito, segundo a Súmula 347 do STF, “o Tribunal de Contas, no exercício 
de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos 
atos do poder público”. 
Essa competência será exercida apenas no controle incidental, diante de 
casos concretos que estejam sob julgamento da Corte de Contas. 
e) Competência para quebra de sigilo bancário 
Uma questão recorrente em concursos recentes diz respeito à ausência de 
competência do TCU para quebra de sigilo bancário de seus administrados. 
Portanto, guarde isto: o TCU não dispõe de competência para quebrar 
sigilo bancário. 
f) Competência para determinar medidas cautelares 
Questionado sobre a ausência de competência do TCU para a realização de 
determinações cautelares, o STF entendeu que o TCU pode sim expedir medidas 
cautelares a fim de garantir a efetividade de suas decisões. 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, pela teoria dos poderes implícitos, se a 
Constituição pretende determinado fim, ela assegura implicitamente os meios 
necessários à sua efetivação. Nessa linha, cabe reconhecer ao TCU 
legitimidade para expedição de medidas cautelares, a fim de garantir a 
efetividade de suas decisões e, assim, prevenir a ocorrência de lesão ao erário. 
g) Sigilo sobre autoria de denúncias 
Por fim, cabe comentar que o TCU não pode manter em sigilo a autoria de 
denúncia a ele apresentada contra administrador público. Segundo 
entendimento do STF, a manutenção do sigilo do denunciante desrespeitaria a 
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Constituição Federal. Ficou assente que o poder público não pode deixar de 
fornecer ao denunciado o nome do denunciante, tendo em vista a possibilidade 
de prejuízo à imagem do denunciado, bem como a não admissão do anonimato 
por parte da nossa Constituição (CF, art. 5°, IV). 
 
2.5.1) Organização do TCU 
O Tribunal de Contasda União, integrado por nove Ministros, tem sede no 
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território 
nacional, exercendo, no que couber, as atribuições outorgadas pela Constituição 
aos tribunais do Judiciário (previstas no art. 96). 
Apesar do termo “jurisdição”, vale comentar que as decisões do TCU não têm 
natureza jurisdicional. São decisões administrativas, contra as quais sempre 
caberá recurso ao Poder Judiciário (lembre-se do princípio da inafastabilidade 
da jurisdição, previsto no art. 5°, XXXV, da CF/88). 
Segundo o art. 73, § 1º, os Ministros do TCU serão nomeados dentre brasileiros 
que satisfaçam os seguintes requisitos: 
I) mais de 35 e menos de 65 anos de idade; 
II) idoneidade moral e reputação ilibada; 
III) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de 
administração pública; 
IV) mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional 
que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. 
Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, 
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ 
(CF, art. 73, § 3°). 
De se destacar que a escolha dos Ministros do TCU se dará da seguinte forma: 
(i) um terço pelo Presidente da República; e (ii) dois terços pelo Congresso 
Nacional. 
A escolha do Presidente não é totalmente livre. Em primeiro lugar, se dará com 
aprovação do Senado Federal (CF, art. 52, III, “b”). Ademais, duas dessas três 
vagas serão ocupadas por auditores e membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal, indicados em lista tríplice pelo TCU, segundo os critérios de 
antigüidade e merecimento (CF, art. 73, § 2°). 
Interessante observar que as funções de Ministério Público junto ao TCU (ou 
Ministério Público Especial) serão exercidas por instituição que não integra o 
Ministério Público comum. Assim, é firme a jurisprudência do STF no sentido 
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de considerar inconstitucional a atribuição das funções do MP junto ao TCU a 
membros do MP comum. 
 
2.5.2) Tribunais de contas estaduais, distrital e municípios 
Segundo o art. 75 da CF/88, as normas estabelecidas para o âmbito federal 
aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais 
e Conselhos de Contas dos Municípios. 
Ademais, assevera que as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais 
de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros. 
Um parêntese: considerando que não é possível se estabelecer uma perfeita 
simetria de proporcionalidade com o modelo federal, uma vez que a divisão de 
sete conselheiros por um e dois terços não é exata, restou ao STF decidir 
quantos conselheiros seriam indicados pelo Governador e quantos o seriam pelo 
Poder Legislativo. Assim, o STF firmou entendimento de que: 
“No Tribunal de Contas estadual, composto por sete Conselheiros, quatro 
devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder 
Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre 
membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.” (Súmula 
653) 
Já no âmbito municipal, a fiscalização do Município será exercida pelo Poder 
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle 
interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. Para o exercício do 
controle externo, a Câmara Municipal será auxiliada pelos Tribunais de Contas 
dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios, onde houver (CF, art. 31). 
Em suma, havendo um Tribunal de Contas do Município ou dos Municípios, esse 
órgão auxiliará o Poder Legislativo no controle das contas públicas. Se não 
houver esse órgão, a função caberá ao TCE do respectivo estado-membro. 
Veja que há municípios no Brasil que dispõem de Tribunais de Contas do 
Município (é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro). Você pode perguntar: e nos 
municípios em que esse órgão não existe? Observe o que diz o art. 31, § 4°, da 
CF/88: 
“É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.” 
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Mas não faça confusão: é vedada a criação pelo município de uma Corte de 
Contas, um órgão próprio. Os TCMs de São Paulo e Rio de Janeiro continuam a 
existir, pois são anteriores à CF/88. 
É diferente o caso de criação pelo estado-membro de um Tribunal de Contas 
dos Municípios. Ou seja, órgão estadual responsável por auxiliar todas as 
Câmaras Municipais situadas naquele estado, no desempenho da função de 
controle externo. 
Em suma, é vedada a criação de Tribunal de Contas do Município (órgão 
municipal), mas é permitida a criação de um Tribunal de Contas dos 
Municípios (órgão estadual). 
Não havendo Tribunal de Contas Municipal e nem Tribunal de Contas dos 
Municípios, a Câmara Municipal será auxiliada pelo respectivo Tribunal de 
Contas estadual, no exercício do controle externo. 
Ainda quanto ao controle municipal, há uma regra específica segundo a qual o 
parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito 
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços 
dos membros da Câmara Municipal (CF, art. 31, § 2°). 
Essa regra não se aplica em âmbito estadual ou federal. Nesses casos o parecer 
da Corte de Contas é meramente opinativo. 
Por fim, ressalte-se que as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta 
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e 
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (CF, 
art. 31, § 3º). 
Mais dois detalhes: 
I) o controle externo do DF é feito pela Câmara Legislativa (Câmara Distrital), 
com o auxílio do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal); 
II) as contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, 
com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º). 
 
2.6) Estatuto dos Congressistas 
Esse assunto abrange as regras referentes aos parlamentares: imunidades, 
vedações, prerrogativas etc. 
O art. 53 da CF/88 apresenta imunidades materiais, formais e a prerrogativa de 
foro dos parlamentares. 
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No art. 54, a Constituição apresenta as incompatibilidades e impedimentos dos 
parlamentares. 
Por sua vez, o art. 55 da CF/88 lista as hipóteses de perda do cargo pelo 
parlamentar. 
Por fim, o art. 56 menciona hipóteses de licença do parlamentar que 
possibilitam a manutenção do mandato. 
Em primeiro lugar, vamos estudar as regras do art. 53 da CF/88, referentes às 
imunidades de deputados e senadores. 
E o que são imunidades? Trata-se de prerrogativas de ordem pública, 
irrenunciáveis, portanto, decorrentes do princípio da separação dos 
Poderes. 
A diplomação (e não a posse) é o ato que marca o momento do início das 
imunidades (a diplomação é ato anterior à posse, realizado pela Justiça Eleitoral 
e que proclama eleito o candidato). 
Podemos classificar as imunidades parlamentares em materiais (relacionadas 
às manifestações, aos pronunciamentos) e formais (relacionadas às regras 
processuais) 
 
2.6.1) Imunidade material 
Nos termos do art. 53, os deputadose senadores são invioláveis civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos (imunidade 
material). 
É interessante observar que, nesse caso, não ocorre o crime. As 
manifestações exaradas durante o mandato não gerarão responsabilização – 
civil ou penal - nem depois que eles deixarem a cadeira de parlamentar. 
Importante você saber que a imunidade material abrange manifestações 
exaradas dentro da Casa, ou fora dela se a manifestação tiver conexão com 
a atividade parlamentar. Em outras palavras, podemos dizer que manifestações 
exaradas fora do recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem 
conexão com a atividade parlamentar. De outro lado, manifestações 
expendidas no recinto do Congresso estão sempre protegidas pela 
imunidade material, pois, neste caso, há uma presunção absoluta de 
pertinência entre a manifestação do parlamentar (seja ela qual for!) e o 
exercício da atividade congressual. 
Essa imunidade protege ainda os jornalistas que venham a reproduzir as 
manifestações dos parlamentares. 
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As imunidades não alcançam os suplentes, enquanto nessa condição. Com 
efeito, os suplentes só passarão a ser protegidos por imunidade se algum dia 
deixarem essa condição (de suplentes) e vierem a se tornar titulares do 
mandato. 
Vale destacar que a imunidade não alcança discursos com finalidade político-
eleitoral (manifestações de um congressista em campanha pela reeleição, por 
exemplo). 
 
2.6.2) Imunidades formais: quanto à prisão e quanto ao processo 
Já a imunidade formal ou processual diz respeito às condicionantes de prisão e 
ao processo. 
Diferentemente das imunidades materiais, nas imunidades formais, os atos 
praticados pelos parlamentares não perdem o caráter de ilícitos e os autores 
responderão por esses atos. Entretanto, eles disporão de prerrogativas quanto 
à prisão e à possibilidade de sustação do andamento do processo. 
Quanto à prisão, o art. 53, § 2º, estabelece que desde a expedição do diploma, 
os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante 
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e 
quatro horas à Casa respectiva (Câmara ou Senado), para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
Segundo a jurisprudência do STF, essa vedação à prisão alcança inclusive as 
prisões civis, (ou seja, inclui o devedor de alimentos - se for parlamentar, não 
será preso). 
Essa imunidade inclui, ainda, a vedação à condução coercitiva do parlamentar. 
Quanto ao processo, a imunidade consiste na possibilidade de sustação do 
processo, com as regras previstas nos parágrafos 3° a 5° do art. 53 da CF/88. 
Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva. 
Ou seja, o STF já iniciará o processo de julgamento sem qualquer necessidade 
de autorização da Casa Legislativa. Entretanto, iniciado o processo perante o 
STF, a Casa Legislativa (Câmara ou o Senado), a partir de iniciativa de partido 
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até 
a decisão final, sustar o andamento da ação já iniciada unilateralmente pelo 
STF. 
O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de 45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora e, caso 
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aprovado, suspenderá o prazo de prescrição do crime ou delito, enquanto durar 
o mandato. 
Atenção! Atualmente, não é mais necessária a autorização da Casa respectiva 
para a instauração do processo. Agora, o STF inicia o processo e dá ciência para 
que a respectiva Casa Legislativa possa, se for o caso, sustar o seu andamento. 
Atenção de novo! As regras estudadas são aplicáveis também aos deputados 
estaduais e distritais. Por outro lado, os vereadores só dispõem de 
imunidade material, e mesmo assim, apenas na circunscrição do 
município (CF, art. 29, VIII). 
 
2.6.3) Prerrogativa de foro 
Vistas as regras referentes às imunidades, você precisa conhecer, agora, as 
regras relativas ao foro por prerrogativa de função dos parlamentares. 
O foro especial dos parlamentares significa que, após a diplomação, eles 
passam a ter a prerrogativa de serem julgados apenas perante o STF no que se 
refere às infrações penais. 
É importante destacar que o foro especial não abrange as ações de natureza 
civil (ação popular, por exemplo). Desse modo, embora os Congressistas 
possuam foro especial perante o STF (para ações penais), eventuais ações de 
natureza civil contra eles deverão ser propostas perante a Justiça ordinária 
competente (Justiça Federal de primeiro grau). 
Ou seja, diplomado, o parlamentar passa a responder perante o STF, inclusive 
no que se refere às infrações cometidas antes da diplomação. 
Imagine a hipótese de um crime cometido antes da diplomação, ao qual o 
incriminado esteja respondendo na Justiça Comum. Após a sua diplomação, os 
autos do processo serão transferidos para o STF (foro especial). Mas não haverá 
imunidade parlamentar (afinal, o crime foi cometido antes da diplomação); 
somente haverá foro especial, pois o processo continuará correndo 
normalmente, considerando-se válidos os atos já praticados pela Justiça 
Comum. 
Vale destacar isto: o foro especial só tem aplicação durante o mandato, 
mas alcança crimes cometidos anteriormente. 
Expirado o mandato, os processos serão remetidos para a justiça comum 
competente. 
Outro aspecto importante: no caso de haver cidadãos comuns envolvidos no 
mesmo processo de um parlamentar, em regra, eles também serão julgados 
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pelo STF. Ou seja, como o processo é um só, ele vai todo para o STF. Todavia, 
caso haja a sustação do processo do parlamentar, os autos serão separados e a 
documentação referente aos outros cidadãos (sem direito ao foro especial) será 
encaminhada para a justiça comum, onde o processo correrá normalmente. 
Há súmula do STF sobre o assunto: 
“Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados.” (Súmula 704 do STF) 
 
2.6.4) Afastamento do parlamentar para ocupar o cargo de ministro de 
Estado 
Sabemos que muitos parlamentares, logo depois de serem eleitos, pedem 
licença do cargo eletivo para ocupar um cargo de Ministro de Estado. 
Isso é permitido pela Constituição (art. 56, I) ao prever que os congressistas 
não perderão o mandato se forem investidos no cargo de Ministro de Estado, 
Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de 
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. 
Nesse caso, poderá optar pela remuneração do mandato. 
Já vimos, inclusive, que, nessa hipótese, quem tem direito a indicar o suplente 
é a coligação. 
Sobre o assunto, vale apresentarmos outra jurisprudência do STF. Segundo a 
Corte, o parlamentar afastado de suas funções para exercer cargo no Poder 
Executivo (ministro de Estado, por exemplo) tem a sua imunidade suspensa 
durante o período do afastamento. 
Mas, cuidado: o afastamento do congressista para ocupar cargo no Executivo 
não suspendeo seu direito ao foro especial por prerrogativa de função, 
isto é, mesmo afastado do Legislativo ele mantém o direito de ser julgado pelo 
Supremo Tribunal Federal nas infrações penais que eventualmente cometer (ou 
que já tenha cometido). 
Ademais, o afastamento do parlamentar para exercer cargo de Ministro de 
Estado não impede a instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra 
de decoro parlamentar em decorrência de atos que tenham ligação com o 
exercício da função parlamentar (CF, art. 55, § 1º). 
 
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2.6.5) Outras prerrogativas 
Durante o estado de sítio, devido à excepcionalidade da situação, as imunidades 
de Deputados e Senadores poderão ser suspensas mediante voto de dois 
terços dos membros da Casa respectiva. Essa suspensão se dará 
exclusivamente para os atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional 
que sejam incompatíveis com a execução do estado de sítio (CF, art. 53, § 8°). 
Nos termos do art. 53, § 6°, da CF/88, os deputados e senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em 
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou 
deles receberam informações. Trata-se de uma faculdade do congressista e não 
um impositivo, já que se entender conveniente, poderá sim tornar públicas as 
informações de que disponha. 
A incorporação às forças armadas de deputados e senadores, ainda que 
militares, e mesmo em tempo de guerra, depende de prévia licença da Casa 
respectiva (CF, art. 53, § 7°). 
 
2.6.6) Incompatibilidades e Impedimentos 
O artigo 54 trata das incompatibilidades dos congressistas. Algumas delas 
ocorrem já desde a expedição do diploma. Outras se iniciarão a partir da posse. 
Lembrando que a diplomação consiste em ato da Justiça Eleitoral, certificando 
a regular eleição do candidato. Já a posse é ato posterior, por meio do qual o 
parlamentar investe-se efetivamente no mandato. 
Segundo o art. 54, os parlamentares não poderão: 
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I - Desde a expedição do diploma II - Desde a posse 
a) firmar ou manter contrato com 
pessoa jurídica de direito público, 
autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou 
empresa concessionária de serviço 
público, salvo quando o contrato 
obedecer a cláusulas uniformes; 
a) ser proprietários, controladores 
ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com 
pessoa jurídica de direito público, ou 
nela exercer função remunerada; 
b) ocupar cargo ou função de que 
sejam demissíveis "ad nutum", nas 
entidades referidas no inciso I, "a"; 
b)aceitar ou exercer cargo, função 
ou emprego remunerado, inclusive os 
de que sejam demissíveis "ad 
nutum", nas entidades constantes da 
alínea anterior; 
c) patrocinar causa em que seja 
interessada qualquer das entidades a 
que se refere o inciso I, "a"; 
d) ser titulares de mais de um cargo 
ou mandato público eletivo. 
 
2.6.7) Hipóteses de perda do mandato 
No art. 55, são detalhadas as hipóteses de perda do cargo pelo parlamentar. 
Enquanto em alguns casos a perda será meramente declarada pela Mesa (CF, 
art. 55, § 3°) em outras hipóteses dependerá de juízo dos demais 
parlamentares, por voto da maioria absoluta. 
I) Hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador declarada pela 
Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação de qualquer 
de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, 
assegurada ampla defesa: 
a) quando o congressista deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à 
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou 
missão por esta autorizada; 
b) quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos políticos; e 
c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos 
constitucionalmente. 
II) Hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados ou 
pelo Senado Federal, por voto nominal (voto aberto) e maioria absoluta, 
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
a) quando houver infração a qualquer das proibições estabelecidas no art. 54 
(impedimentos a partir da diplomação ou a partir da posse); 
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b) quando o procedimento do parlamentar for declarado incompatível com o 
decoro parlamentar; 
c) quando o congressista vier a sofrer condenação criminal em sentença 
transitada em julgado. 
Atenção! Nessa última hipótese – condenação criminal em sentença transitada 
em julgado -, embora o texto constitucional seja explícito em relação ao 
procedimento para a perda do mandado, a ser decidido pela Casa Legislativa, o 
assunto vem sendo amplamente debatido no Supremo Tribunal Federal, mas 
este Tribunal ainda não possui posição conclusiva (isto é, em decisões recentes, 
o Tribunal ora decidiu pela perda imediata do cargo por força da decisão 
judicial, ora pela necessidade de apreciação pela Casa Legislativa). Por essa 
razão, não acreditamos que esse aspecto possa ser abordado em concursos nos 
dias atuais, enquanto o STF não firmar a sua posição. 
Cuidado! Pelo texto originário da Constituição, a votação para a imposição da 
perda do mandato era secreta. Entretanto, a EC 76/2013 eliminou a votação 
secreta e, portanto, nos dias atuais, a votação é nominal (voto aberto). 
 
2.6.8) Imunidades dos deputados estaduais e distritais e dos 
vereadores 
Bem, vimos todos os detalhes referentes aos Congressistas (Senadores e 
Deputados Federais). Fica pendente responder a seguinte questão: e os 
legisladores estaduais, distritais e municipais, também dispõem das mesmas 
prerrogativas? 
Objetivamente, podemos dizer que, no que se refere aos: 
I) deputados estaduais e distritais: estendem-se a eles as regras constitucionais 
sobre inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas aplicáveis aos Congressistas 
(CF, art. 27, § 1°); e 
II) vereadores: não dispõem das mesmas prerrogativas e imunidades 
asseguradas aos congressistas; estão protegidos apenas pela imunidade 
material, por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, e 
exclusivamente na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII). 
Vejamos, agora, como o assunto da aula de hoje tem sido cobrado nos mais 
diferentes concursos. 
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3) Exercícios de Concursos Pretéritos 
 
1. (CESPE/DEFENSORIA PÚBLICA/ES/2013) O Congresso Nacional, composto 
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, representa o Poder 
Legislativo no âmbito da União. 
É certo que o Congresso, composto pela Câmara e pelo Senado, representa o 
Poder Legislativo no âmbito da União. 
A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: 
“O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” 
Observe que, em âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral, composto 
por duas câmaras, duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal.Atenção! O legislativo estadual, distrital e municipal são unicamerais. 
Item certo. 
2. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) 
O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os 
poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da 
função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como 
funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de 
julgar e administrar. 
De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos poderes 
(em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício dessas 
funções (pois os poderes exercem funções atípicas). 
Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder 
Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado 
Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de 
administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). 
Um detalhe importante, que confunde muita gente, é que a função de 
fiscalização é função típica do Poder Legislativo. Daí, as funções de controle 
externo e mesmo a fiscalização exercidas pelas CPIs são exemplos do 
desempenho dessa função. 
Item certo. 
3. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/TCE – RO/2013) Cada estado-membro 
e o Distrito Federal possuem três senadores. Os senadores são eleitos 
pelo sistema majoritário e gozam de imunidade material e formal. 
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Somente brasileiro nato poderá ser presidente do Senado Federal. É da 
competência privativa do Senado Federal escolher dois terços dos 
membros do TCU. 
É certo que o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do 
Distrito Federal (cada um deles elegerá três senadores), eleitos segundo o 
princípio majoritário (CF, art. 46, caput e § 1.º). Os senadores dispõem de 
imunidade material (relativa aos seus pronunciamentos) e formal (relativa à 
prisão e ao processo). Também é certo que o cargo de presidente do Senado 
Federal é privativo de brasileiro nato (CF, art. 12, § 3.º, III). 
Entretanto, compete ao Congresso Nacional (e não ao Senado Federal) 
escolher dois terços dos membros do TCU (CF, art. 49, XIII). 
Item errado. 
4. (CESPE/JUIZ DO TRABALHO/TRT 5.ª REGIÃO/2013) Os parlamentares 
integrantes da Câmara dos Deputados são eleitos pelo sistema 
majoritário. 
Os deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional para 
mandatos de 4 anos. 
Dizer que o sistema é proporcional significa afirmar que o número de deputados 
eleitos por determinado partido ou coligação depende da quantidade de votos 
que ele (o partido ou a coligação) recebe como um todo. É por isso que, em 
todas as eleições, vemos candidatos com muitos votos “carregarem consigo” 
outros candidatos bem menos votados. Por que isso ocorre? Porque, às vezes, 
só um candidato como o Tiririca, por exemplo, traz para seu partido uma 
quantidade de votos capaz de eleger dois ou três candidatos, que acabam 
tornando-se deputados (independentemente de terem recebido, eles próprios, 
uma quantidade insuficiente de votos). 
Item errado. 
5. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR LEGISLATIVO-ÁREA 
XIX/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O Congresso Nacional e os Poderes 
legislativos estaduais brasileiros são estruturados em sistemas 
bicamerais. 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44). Assim, em 
âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral (composto de duas Casas: 
Senado e Câmara dos Deputados). 
No âmbito dos outros entes federados não existe esse bicameralismo. Só há 
uma única Casa Legislativa (consagra-se o unicameralismo): Assembleia 
Legislativa, no caso dos estados; Câmara Legislativa, no caso do Distrito 
Federal; e Câmara de Vereadores, no caso dos municípios. 
Item errado. 
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6. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO/MS/2013) A Câmara dos Deputados compõe-
se de representantes dos estados e do DF, eleitos segundo o princípio 
majoritário. 
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, 
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito 
Federal (CF, art. 45, caput). 
O Senado Federal, por sua vez, compõe-se de representantes dos Estados e 
do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário (CF, art. 46, 
caput). 
Item errado. 
7. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – DF/2013) Na CF, é expressamente 
estabelecido que cada legislatura tenha a duração de quatro anos. 
De fato, nos termos do art. 44, parágrafo único, cada legislatura terá a 
duração de quatro anos. 
Item certo. 
8. (CESPE/ANALISTA EXECUTIVO/SEGER – ES/2013) O Poder Legislativo 
estadual é exercido pelas assembleias legislativas, que devem ser 
organizadas de forma bicameral. 
Embora o Poder legislativo federal seja organizado de forma bicameral 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal), tanto o legislativo estadual quanto 
o municipal são unicamerais (uma única câmara: seja a assembléia seja a 
câmara legislativa). 
Item errado. 
9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE – MS/2013) O Poder Legislativo é 
exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados 
e pelo Senado Federal, com legislatura anual. 
É certo que o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se 
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Todavia, a questão 
está errada, pois cada legislatura terá a duração de quatro anos (CF, art. 
44, parágrafo único). 
Item errado. 
10. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE – MS/2013) Os integrantes da Câmara 
dos Deputados são eleitos pelo sistema majoritário. 
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo 
sistema proporcional (CF, art. 45, caput). 
Item errado. 
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11. (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA/PC – AL/2012) O Poder Legislativo Federal é 
bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela 
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A inauguração da sessão 
legislativa é feita em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 44, caput). A Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para 
inaugurar a sessão legislativa (CF, art. 57, §3º, I). 
Item certo. 
12. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/PRF/2012) Cada um dos vinte e seis 
estados da Federação mais o Distrito Federal elegem três senadores, 
totalizando oitenta e um senadores com mandato de oito anos, havendo 
para cada senador dois suplentes. 
Exato. Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores cada, com 
mandato de oito anos (CF, art. 46, § 1.º) – o que totaliza 81 senadores ao 
todo se considerados os vinte seis estados da Federação mais o DF. E cada 
Senador será eleito com dois suplentes (CF, art. 46, § 3.º). 
Item certo. 
13. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) O 
número de deputados a serem eleitos em cada estado ou território e no 
Distrito Federal (DF) é estabelecido, proporcionalmente à população de 
cada ente federado, por lei complementar, não podendo ser inferior a oito 
nem superior a setenta deputados. 
O número total de Deputados,bem como a representação por Estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente 
à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às 
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 
oito ou mais de setenta Deputados (CF, art. 45, § 1.º). 
Os territórios, por sua vez, seguem regra distinta: cada Território elegerá 
quatro Deputados (CF, art. 45, § 2.º). 
Item errado. 
14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE – RR/2012) Como regra, as 
deliberações dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
são tomadas pela maioria absoluta de seus membros; as deliberações de 
suas comissões, por sua vez, são tomadas por maioria simples, presente 
a maioria absoluta de seus titulares. 
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Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e 
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a 
maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). 
Item errado. 
15. (CESPE/JUIZ/TJ – AC/2012) O número total de deputados federais deve 
ser estabelecido por lei complementar, enquanto o número de 
representantes por estado e pelo DF deve ser estabelecido por lei 
ordinária, proporcionalmente ao número de eleitores. 
O número total de deputados, bem como a representação por estado e pelo 
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, 
proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no 
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação 
tenha menos de oito ou mais de setenta deputados (CF, art. 45, § 1.°). Os 
deputados são eleitos pelo sistema proporcional, para mandatos de quatro 
anos. 
Item errado. 
16. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE – TO/2013) Na CF, a regra que diz 
respeito à recondução de membros das mesas das casas legislativas 
constitui norma de preordenação para os estados-membros. 
Na constituição das Mesas, o § 4.º do art. 57 da Constituição prevê a realização 
de sessões preparatórias para a posse de parlamentares e eleição das 
respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o 
mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
Atenção! É preciso conhecer três aspectos relacionados a esse assunto: 
a) não pode haver reeleição para o mesmo cargo; 
b) a vedação à recondução só vale para eleições no âmbito da mesma 
legislatura (quando há troca de legislatura, não há mais essa vedação à 
recondução); e 
c) essa regra que veda a recondução não é de observância obrigatória 
pelos estados-membros. 
Em suma, a regra que diz respeito à recondução de membros das mesas das 
casas legislativas não constitui norma de preordenação para os estados-
membros. 
Item errado. 
17. (CESPE/PROCURADOR/TCE/PB/2014) Compete ao Senado Federal ou à 
Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões — convocar 
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República. 
A Constituição atribui à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, bem como 
às suas Comissões, competência para convocar Ministro de Estado ou 
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quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência 
da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto 
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência 
sem justificação adequada (CF, art. 50, caput). 
Item errado. 
18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ – RO/2012) Como regra, as 
deliberações de cada casa do Congresso Nacional e de suas comissões 
devem ser tomadas por maioria de três quintos dos seus membros. 
Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de 
suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria 
absoluta de seus membros (CF, art. 47). 
Item errado. 
19. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) A 
convocação extraordinária do Congresso Nacional, nos casos e hipóteses 
previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), depende de requerimento 
da maioria dos membros do Senado e da Câmara e condiciona-se à 
aprovação da maioria absoluta dos membros de cada uma das casas. 
A Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional (sessão legislativa extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 
8° do art. 57). 
A sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional será convocada: 
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente; 
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas 
as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas 
as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada 
uma das Casas do Congresso Nacional. 
Ou seja, nem sempre é necessário requerimento da maioria dos membros de 
ambas as Casas e nem sempre a convocação depende de aprovação da maioria 
absoluta. 
Item errado. 
20. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE – RJ/2012) A convocação 
extraordinária dos congressistas permite o pagamento de parcelas 
indenizatórias em valor superior ao subsídio mensal. 
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Na hipótese de sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional, fica 
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, 
art. 57, § 7°). 
Item errado. 
21. (CESPE/JUIZ/TJ – BA/2012) Nas sessões legislativas extraordinárias do 
Congresso Nacional, os parlamentares só podem deliberar sobre a matéria 
que motivou a convocação, sendo terminantemente vedado discutir 
qualquer outra matéria. 
Segundo os §§ 7º e 8° do art. 57 da CF/88, no caso de convocação 
extraordinária, ressalvadas as medidas provisórias em vigor na data de 
convocação, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a 
qual foi convocado. 
Item errado. 
22. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) 
Qualquer comissão da Câmara dos Deputados pode convidar ministros de 
Estado e representantes de órgãos públicos para prestar, pessoalmente, 
informações sobre assunto previamente determinado. A convocação de 
ministros de Estado, porém, assim como a dos titulares de órgãos que 
possuem estatuto de ministério, somente pode ocorrer por decisão do 
plenário da casa. 
Entre outras funções, compete às comissões, em razão da matéria de sua 
competência, convocar Ministros de Estado para prestar informações 
sobre assuntos inerentes a suas atribuições (CF, art. 58, § 2.º, III). 
Ademais, a Constituição prevê expressamente que a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro 
de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações 
sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade 
a ausência sem justificação adequada (CF, art. 50, caput). 
Item errado. 
23. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado 
Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo

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