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Direito Arcaico e Direito Grego

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História do Direito
Primeira Unidade
Aula 01: A formação do Direito nas sociedades primitivas.
Introdução
A história do direito é estudada por um cronograma, uma linha do tempo, que vai caracterizar inclusive como poderia haver direito antes da escrita. Como visão geral podemos falar sobre o marco que foi o Direito Romano, que até hoje influencia o Direito Positivo da maioria dos países.
Para recordar. 
O que é o direito positivo?
Direito positivo consiste no conjunto de todas as regras e leis que regem a vida social e as instituições de determinado local e durante certo período de tempo. A Constituição Federal é um exemplo de direito positivo, pois assim como as outras leis e códigos escritos, serve como disciplina para o ordenamento de uma sociedade.
Também conhecido por juspositivismo, o direito positivo é mutável, uma vez que as leis que regem o funcionamento de determinada nação podem ser alteradas ao longo do tempo, levando em consideração fatores que condizem com a realidade vivida por esta sociedade específica. 
Direito Arcaico
Há uma certa dúvida quanto à existência ou não de direito antes da escrita, porém vamos sanar tal dúvida neste presente momento. Pensemos que muito antes da escrita já haviam sociedades, e como dizem a maioria dos filósofos e sociólogos, o direito nasce da sociedade, bem como a sociedade nasce do direito.
O parentesco como base
Na pré-história temos a fundamentação no parentesco, daí, a base geradora do jurídico encontra-se principalmente nos laços de consanguinidade. Logo, ao pensarmos em direito de propriedade, e direito de sucessões, pensaremos na família e nas crenças dela.
Posteriormente, com o aumento das crenças e ainda sim a falta da escrita, as leis serão transmitidas oralmente, marcadas por revelações divinas e sagradas. O direito religioso arcaico ou primitivo possui sanções religiosas que são rigorosas e repressoras, permitindo aos sacerdotes-legisladores a imposição e execução da lei divina, pois o desrespeito de algum homem para com os ditames religiosos implicaria na vingança dos deuses. 
Logo, os sacerdotes teriam recebido a lei do Deus da cidade, o ilícito se confundia com a quebra da tradição e com a infração ao que a divindade havia proclamado.
Assim, as sanções legais estão associadas aos rituais. Era formal e ritual, se repetia.
O direito arcaico passará por três fases: 
Direito que provém dos deuses, como sua imposição feita por legisladores-administradores que tinham um privilégio graças à classe sacerdotal. O poder real começa a declinar e o poder dos monarcas hereditários é enfraquecido, o que favorecerá a emergência de aristocracias depositárias da produção legislativa, capazes de resolver conflitos.
Surgirá então o direito consuetudinário, que é o direito baseado nos costumes. Nesse período, uma casta ou uma aristocracia investida de poder judicial conservava de certa forma os costumes da raça ou da tribo. 
O costume é, nessa época, uma expressão da legalidade, é lento, espontâneo e repetitivo. O homem era assegurado por sanções sobrenanturais e não questionava sua validade ou aplicabilidade.
A invenção e a difusão da técnica da escrita, somada à compilação de costumes tradicionais, originaram os primeiros códigos, como o CÓDIGO DE HAMURÁBI, CÓDIGO DE MANNU, CÓDIGO DE SÓLON e a LEI DAS XII TÁBUAS. Esses textos eram a melhor forma de conservar a memória das pessoas e eram mais eficazes. 
Ocorre que tais códigos não diferenciavam a mescla de prescrições civis, religiosas e morais. Somente após um avanço na civilização começa-se a distinguir o direito da moral e religião do direito. Longa e progressiva evolução das obrigações e dos deveres em relação ao status.
Característica principais
Não era legislado, as populações não conheciam seu aspecto formal e se conservava pela tradição.
Cada organização social possuía um direito único, cada comunidade tinha suas próprias regras, tendo autonomia e pouco contato com outros povos.
Grande diversidade dos direitos não escritos, especificidade dos costumes jurídicos.
Profunda influência religiosa.
 
Uso das famosas ordálias: submete a sorte de alguém ao juízo divino. A inocência era atribuída a alguém caso a pessoa passasse por forte provação.
Uso da Lei de Talião ou Lex Tallionis, na qual temos a proporcionalidade entre os crimes.
Vingança privada: lei do mais forte ou auto-tutela, na qual as pessoas resolvem suas diferenças fisicamente.
Direito Grego
Não tem um conjunto de leis escritas. Fragmentado e difuso. Traz a transição entre o homem e o mito. O direito deixa de ser divino e passa a ser feito pelo homem 
> Homem protagonista do direito.
Nas cidades gregas, nas Pólis, tinhamos a ágora, praça pública para o debate. A ágora originariam o fórum, pois é lá em que ocorre a discussão política, é o esboço da democracia, com a exposição da opinião. 
Havia também o Logógrafo, que era o redator, o escrevente. Ele tomava nota da reclamação e fazia a defesa, mas não tinha poder para conciliar.
 
Ad/vocatus: aquele que chama para si o problema, faz o mandado e age pela procuração.
Uma Ágora
Organização judiciária
A preocupação principal dos homens gregos era o debate.
-Areópago: senado. Conselho de anciãos, formado por nove pessoas.
-Boulé: poder executivo. Cidadãos com mais de trinta anos, composto por até 800 pessoas.. Desenvolvia assuntos diplomáticos, limites marítimos.
-Eclésia: assembleia, poder legislativo. Devia-se ter no mínimo 18 anos para participar e contava com até seis mil pessoas. Era a confederação das cidades-estado.
O júri era o helieu. Era passional, só julgava quatro crimes: infanticídio, auxílio ao suicídio, homicídio e aborto. 
No Direito Grego a retórica e a oratória tinham grandissíssima importância.
A mitologia explicava a imagem da justiça. Era a deusa Themis, filha de Zeus. Themis teve a filha Diké, a deusa da justiça que juntava equilíbrio e força.
Deusa Diké
O direito era dito, o poder judiciário dizia o direito, fazia o uso e aplicava a lei.
A leis de Drácon eram severas, injustas e fortes. Era extremamente rígido.
Já as leis de Sólon deram humanidade às penas. Foi um avanço, pois proibiu a escravidão por dívidas e os castigos corporais.
Próxima aula
Direito Romano

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