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Direitos Humanos - O caso Gilson Nogueira

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Direitos Humanos são princípios, normas, valores universalmente reconhecidos como fundamentais para a existência e a coexistência humanas. Sua aceitação advém da compreensão de que Direitos Humanos baseiam-se na igualdade de todos os seres humanos e na dignidade do ser humano. 
Se não houvesse tanta crueldade, violência, indignidade e dores, o direito não seria necessário. 
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1789
Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão
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1945
Fundação da Organização das Nações Unidas
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1948
Declaração Universal dos Direitos Humanos
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Leviathan
Thomas Hobbes
O Contrato Social
Jean Jacques Rosseau
Estado: Protetor da Ordem Social
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"O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém'" 
Jean Jacques Rosseau
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Quando Ignoramos o Outro...
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...deixamos de ser humanos.
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Justiça:
 Guardiã dos Direitos Fundamentais?
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GILSON NOGUEIRA DE CARVALHO
“Foi assim mesmo. Estas palavras calaram fundo em seu coração, correram como adrenalina por minha mente e depois, transformaram-se em uma reflexão sobre os direitos humanos no Brasil de 1996. Gilson Nogueira, muito antes de ser advogado, já era aquele personagem camarada que sabia ouvir os presidiários e detentos, os pobres e anônimos que quase sempre terminam sendo espancados pela violência policial. Ele era aquele advogado dos bandidos. E dos infelizes e dos lazarentos, diria eu. E era alcunhado como defensor de bandidos porque, lamentavelmente, vemos a mídia aliar quase sempre o conceito de direitos humanos como sendo os direitos dos delinqüentes, salafrários, arrombadores, estupradores, seqüestradores. Nada mais injusta e míope uma visão que antes de considerar a dimensão humana a todos nós inerente, prefere ver o ser humano reduzido em seu coeficiente de humanidade e teima e desconsiderar os fatores que levaram à delinqüência, à estrada dos delitos e dos crimes: a ausência de educação, a perpetuação das injustiças sociais, a fome.” Washington Araújo, escritor e amigo de Gilson
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A CHACINA DE MÃE LUIZA
Jorge Abafador
Policial-Bandido
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O ASSASSINATO DE GILSON
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O JULGAMENTO DOS ASSASSINOS DE GILSON NOGUEIRA
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VÍCIO DE NULIDADE ABSOLUTA
Reguladas pelos artigos 563 até 573 do Código de Processo Penal, as nulidades são defeitos jurídicos que tornam inválidos ou destituem o valor de um ato, de forma total ou parcial.
Determinação do Tribunal de Justiça do Estado para transferir da Sede do Julgamento da cidade de Macaíba para Natal, a pedido da defesa do réu, sem que fossem ouvidos o Ministério Público e a assistência da acusação.
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DESCARACTERIZAÇÃO INCONSISTENTE DAS PROVAS DA PROMOTORIA.
O exame de balística comprovara que a arma usada para matar Gilson era de propriedade do réu. A defesa porém, contesta o exame valendo-se de um laudo de técnico contratado pelo réu, laudo este o qual a acusação não teve acesso.
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PRINCIPAL SUSPEITO NÃO É INDICIADO POR SUPOSTAMENTE ESTAR PRESO.
O principal suspeito do crime, Jorge “Abafador”, não foi sequer indiciado por estar cumprindo há época do crime, prisão preventiva. Porém o policial tinha autorização judicial para, duas vezes por semana, ir para casa “manter relações sexuais com sua esposa”. Em uma destas datas, Gilson foi assassinado. O tribunal ignorou tal fato.
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ACUSAÇÃO TEVE NEGADOS PEDIDOS DE PRODUÇÃO DE PROVAS
O Juiz Célio Maia agiu visivelmente de forma favorável ao réu, apressando procedimentos, deixando de analisar pedidos de nulidade do julgamento e negando os pedidos de produção de provas feitos pela Promotoria, ferindo frontalmente o princípio do Contraditório e da igualdade de tratamento.
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Por todos os erros verificados no processo,
Organizações de vários países peticionaram como amicus curiae na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA no processo contra o Brasil pelo assassinato de Gilson Nogueira de Carvalho
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Justiça Foi Feita?
SENTENÇA:
A CORTE DECLARA,
Por unanimidade, que
1. Desconsidera as duas exceções preliminares interpostas pelo Estado, em conformidade com os parágrafos 40 a 46 e 50 a 54 da presente Sentença.
2. Em virtude do limitado suporte fático de que dispõe a Corte, não ficou demonstrado que o Estado tenha violado no presente caso os direitos às Garantias Judiciais e à Proteção  Judicial consagrados nos artigos 8 e 25 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, pelas razões expostas nos parágrafos 74 a 81 da presente Sentença.
E DECIDE,
Por unanimidade,
3. Arquivar o expediente.
 
O Brasil só passou a aceitar a competência contenciosa em 1998, ano posterior ao crime e, portanto foi inocentado.
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ROBERTO NASCIMENTO FERREIRA 
LUCIMAR ALVES DA SILVA SOUZA 
JÚLIO ANGELO DOS SANTOS 
FLÁVIO HENRIQUE CAVALCANTE 
MAURÍLIO FERREIRA DA SILVA 
JURANDIR DO NASCIMENTO TEIXEIRA 
LUIZ CARLOS DE LIMA NASCIMENTO 
MAURÍCIO FERREIRA DA SILVA 
MÁRIO CÉSAR SILVA DE LIMA 
FLÁVIO ROBERTO DE ASSIS 
JEANE SOUZA DE LIMA 
CARLOS LINDON JOHNSON SOARES DA SILVA 
JOSÉ RICARDO CARDOSO HERMIDA 
WALDERLEY DANTAS MARQUES 
JEFERSON DO NASCIMENTO 
WANGERLY FELIX DA SILVA 
EMANOEL PEDRO DO NASCIMENTO 
VALDEMIR TAVARES DE SOUZA 
MAGNUS KELLY SOUZA DA SILVA 
RIVELINO FAUSTINO DE OLIVEIRA 
RIVELINO FAUSTINO DE OLIVEIRA 
ARIVONE GONÇALVES DA SILVA 
BELCHIOR DA SILVA ANACLETO 
AS VÍTIMAS DA POLÍCIA DO RIO GRANDE DO NORTE:
SUAS MORTES NÃO PODEM TER SIDO EM VÃO!
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Nossa sede de vingança é saciada
 com o sangue daqueles
 que marginalizamos
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Direitos Humanos não são Direitos de bandidos. Ao vilanizar os que comentem um crime, como se fosse um ato estritamente voluntário, dissociado de fatores sociais, como desigualdade, fragilidade das agências de aplicação da lei, desemprego ou falta de estrutura urbana, jogam a população vítima da violência apenas contra o criminoso, ficando as elites isentas de responsabilidades, pela exclusão social ou pela omissão do Estado, que impulsiona a criminalidade. Nesse contexto, associar a luta pelos direitos humanos à defesa de bandidos foi uma forma de buscar manter os padrões de violência perpetrados pelo Estado contra os negros e os pobres, criminosos ou não.. 
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A gramática dos direitos humanos está fundada no pressuposto moral de que todas as pessoas merecem igual respeito umas das outras. Somente a partir do momento em que formos capazes de agir em relação ao outro da mesma forma que gostaríamos de que agissem em relação a nós é que estaremos conjugando essa gramática corretamente. Os argumentos de que direitos humanos são direitos de bandidos, de que atrapalham a atuação das polícias ou de que minam a soberania do Estado buscam destruir essa lógica. Aderir a qualquer desses argumentos significa assumir a proposição de que algumas pessoas tem mais valor, outras menos, e de que ao Estado e seus funcionários cabe fazer a escolha de quais deverão ser respeitadas e quais poderão ser submetidas à exclusão, à tortura, à violência e à discriminação.
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