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Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica

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Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10
306
Araújo RQ et al.
Unitermos: 
Absorção. Alimentos. Conduta do tratamento medi-
camentoso. Idoso.
Keywords: 
Absorption. Food. Medication therapy management. 
Aged.
Endereço para correspondência: 
Raquel Queiroz de Araújo
Av. Dr. Altino Arantes, 835 – apto. 44 – Vila Clemen-
tino – São Paulo, SP, Brasil – CEP: 04042-034
E-mail: raquelq@uol.com.br
Submissão:
5 de março de 2013
Aceito para publicação:
22 de maio de 2013
RESUMO
Introdução: Os idosos são mais suscetíveis a quadros de interações fármaco x alimentos/
nutrientes, pois as alterações fisiológicas do processo de envelhecimento podem alterar os 
aspectos farmacodinâmicos e farmacocinéticos. Diante da dificuldade apresentada pela equipe 
interdisciplinar do serviço de geriatria na identificação dessas interações, o presente estudo visa 
à identificação de interações entre fármacos e alimentos/nutrientes dentre os medicamentos 
de apresentação via oral mais prescritos e elaborar uma planilha para a orientação da equipe. 
Método: Foi realizado o levantamento dos medicamentos mais prescritos por via oral durante 
o período de agosto a setembro de 2012. Após o levantamento, foram analisadas as possíveis 
interações entre fármacos e nutrientes. Posteriormente, esses dados foram compilados em 
uma planilha, para facilitar a consulta e visualização das informações coletadas. Resultados: 
Foram avaliadas prescrições de 72 pacientes internados na enfermaria Geriátrica do HSPE-
FMO, divididos igualmente entre homens e mulheres, com idade média de 84,5 anos. Os 
medicamentos com maior frequência de prescrição foram: anlodipino, furosemida, omeprazol 
e quetiapina; sendo o omeprazol com 281 citações. Dentre o total, 52,73% (n=55) possuíam 
alguma interação com alimentos, sendo que 24,14% dessas se davam com alimentos de modo 
geral. Conclusão: Foi possível identificar as principais interações entre fármacos e alimentos/
nutrientes passiveis de ocorrerem nos pacientes, acarretando maior tempo de hospitalização 
ou agravamento do estado patológico. A escolha da farmacoterapia apropriada para idosos 
tem se tornado um desafio à saúde pública e bases de dados com informações a respeito 
de interações fármaco-alimento têm sido propostas, assim como estratégias de detecção, 
manutenção e prevenção das mesmas.
ABSTRACT
Background: The elderly are more susceptible to interactions drugs and foods/nutrients 
because the physiological changes of aging may alter the pharmacodynamic and pharmacoki-
netic aspects. Due to the fact that the interdisciplinary team of geriatric service presented a 
difficulty in identifying these interactions, this study aims to identify the interactions between 
drugs and foods/nutrients. Among the drugs most commonly prescribed oral presentation 
and prepare a worksheet to guide the team. Methods: We conducted a survey of the most 
prescribed medications orally during the period August to September 2012. After the survey 
were analyzed for their possible interactions between drugs and nutrients. Subsequently, 
these data were compiled into a worksheet for easy reference and viewing of the information 
collected. Results: Prescriptions were evaluated 72 patients hospitalized in the HSPE-FMO’s 
geriatric ward, divided equally between men and women with an average age of 84.5 years. 
The drugs most frequently prescribed were: amlodipine, furosemide, omeprazole and quetia-
pine; being omeprazole with 281 citations. Among the total, 52.73% (n = 55) had some 
interaction with food, and 24.14% of those got along with food in general. Conclusions: It 
was possible to identify key interactions between drugs and foods/nutrients liable to occur 
in patients, resulting in longer hospital stays or worsening of the condition. The selection 
of appropriate pharmacotherapy for the elderly has become a public health challenge and 
databases with information about drug-food interactions have been proposed, as well as 
strategies for detection, maintenance and prevention.
Raquel Queiroz de Araújo1
Fernanda Carolina Cruz Evangelista2
Aline Paiva Loureiro3
Lígia Martins3
Mariana Castagna Dall’Acqua3
1. Farmacêutica, Mestre em Farmacoepidemiologia, Especialista em Farmácia Hospitalar, Preceptora do curso de aprimoramento em Farmácia 
Hospitalar e Clínica do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil.
2. Farmacêutica e Preceptora do curso de aprimoramento profissional em Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica do IAMSPE, São Paulo, SP, Brasil.
3. Farmacêutica Aprimoranda de Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica do IAMSPE, São Paulo, SP, Brasil.
Análise das interações fármacos x nutrientes dentre 
os medicamentos mais prescritos em uma clínica 
geriátrica
Analysis of drug interactions x nutrients among the most prescribed drugs in a geriatric clinic
AArtigo Original
Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica
Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10
307
INTRODUÇÃO
No ano 2000, os indivíduos com mais de 65 anos de 
idade já representavam 5% da população brasileira, sendo 
que quase dois milhões possuíam mais de 80 anos de idade. 
Estima-se que, nos próximos 43 anos, os idosos representarão 
um quarto da população mundial1.
Com a senescência, algumas alterações fisiológicas 
significativas no processo de alimentação e tratamento 
farmacológico podem ser detectadas, como aumento da 
gordura corporal, diminuição do volume hídrico, alterações 
no trato gastrintestinal, alterações no sistema endócrino e 
alterações no sistema renal2. Os idosos são mais suscetíveis 
a interações fármaco x alimentos/nutrientes, ainda que não 
possuam nenhuma comorbidade, pois essas alterações 
fisiológicas podem alterar os aspectos farmacodinâmicos e 
farmacocinéticos3.
Substâncias ou misturas que forneçam a um organismo os 
elementos necessários à sua manutenção e desenvolvimento 
são consideradas alimentos4. Com isso, os nutrientes podem 
ser entendidos como seus componentes, sendo classificados 
em macronutrientes e micronutrientes5,6.
A desnutrição é um fator essencial, visto que pode alterar 
o metabolismo e prejudicar o sistema imunológico desses 
indivíduos, o que levaria à ineficácia da farmacoterapia no 
controle de certas doenças. Além disso, a grande prevalência 
de doenças crônicas em geriatria resulta na utilização de 
polifarmácia, aumentando o risco de potenciais interações7. 
Essas interações podem ser físico-químicas, fisiológicas e 
patofisiológicas. 
As interações físico-químicas são aquelas que ocorrem 
mesmo fora do ambiente biológico e impedem ou diminuem 
a absorção de fármacos e/ou de nutrientes7. Uma substância 
presente em alguns alimentos, o ácido tânico, pode precipitar 
fármacos como a clorpromazina e a prometazina8. 
As interações fisiológicas ocorrem quando o fármaco 
interfere no processo de absorção, metabolização e excreção 
dos nutrientes, bem como na modulação do apetite do 
paciente, sem levar a um quadro patológico3, como as 
proteínas que dificultam a absorção da levodopa no trato 
gastrintestinal, competindo pelo mesmo sítio de absorção9. 
Interações patofisiológicas ocorrem quando um fármaco 
prejudica a absorção e/ou inibe o processo metabólico dos 
nutrientes, causando um quadro patológico no indivíduo. 
As interações de ordem primária são uma consequência 
dos efeitos dos agentes farmacológicos sobre a mucosa ou 
sobre o processo intraluminal. Um exemplo é o metotre-
xato e a ciclosporina, que danificam a mucosa intestinal, 
diminuindo a absorção de cálcio no organismo. Já as de 
ordem secundária ocorrem pelo mau estado fisiológico ou, 
ainda, pela interferência do fármaco sobre o metabolismo do 
nutriente, contribuindo para a alteração do estado nutricional 
do paciente, sendo fundamental o controledo uso desses 
fármacos3. Esse tipo de interação é menos diagnosticada 
pela dificuldade de detecção. Deficiências nutricionais podem 
demorar meses ou anos para se desenvolver, e os sintomas 
podem ser confundidos com o estado de saúde do paciente10.
Perante essa problemática, o presente estudo possui 
o objetivo de identificar as interações entre fármacos e 
alimentos/nutrientes dentre os medicamentos de apre-
sentação via oral mais prescritos em uma clínica geriá-
trica e elaborar uma planilha para orientação da equipe 
multiprofissional.
MÉTODO
Realizou-se um levantamento dos medicamentos mais 
prescritos com via de administração oral na clínica geriátrica 
do Hospital do Servidor Público Estadual – Francisco Morato 
de Oliveira (HSPE-FMO), por meio das prescrições anexadas 
em prontuário, durante o período de agosto a setembro 
de 2012. A amostra consistiu em pacientes internados. Os 
dados foram analisados quanto às possíveis interações entre 
fármacos e nutrientes e, posteriormente, foram compilados 
em uma planilha (Tabela 1). 
Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa 
do HSPE-FMO, sob o número de parecer 130.025.
RESULTADOS
Durante o período, foram avaliadas as prescrições de 72 
pacientes internados na enfermaria Geriátrica do HSPE-FMO, 
divididos igualmente entre homens e mulheres, com idade 
média de 84,5 anos. 
Os medicamentos com maior frequência de pres-
crição foram ácido acetilsalicílico, anlodipino, furosemida, 
omeprazol, quetiapina e sinvastatina; sendo o omeprazol o 
mais prescrito, com 281 ocorrências. 
Foram considerados para a elaboração tabela (Apêndice 
1) somente os medicamentos prescritos por via de admi-
nistração oral, com frequência maior que 4. Dentre estes 
(n=55), 52,73% possuíam alguma interação com alimentos, 
sendo que 24,14% se davam com alimentos de modo geral. 
Para evitar esse tipo de interação é necessário que haja 
uma seleção adequada dos medicamentos e da posologia 
necessários ao idoso.
Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10
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Araújo RQ et al.
Tabela 1 – Tabela de interações entre fármacos e alimentos/nutrientes.
Interações entre fármacos e alimentos/nutrientes
Medicamentos
Possui interação 
com algum 
nutriente? 
Alimentos/ nutrientes da interação Consequências da interação
Aciclovir Não x x
Alopurinol Não x x
Amiodarona Sim Suco de grapefruit Aumento da absorção da amiodarona
Anlodipino Sim Suco de grapefruit Bloqueio do metabolismo do anlodipino pelo fígado
Atorvastatina Sim Suco de grapefruit Elevação dos níveis séricos de atorvastatina, aumen-
tando os riscos de miopatias e rabdomiólise
Bisacodil Sim Leite e outros que diminuam a acidez gástrica Risco de desenvolvimento de irritação gástrica e 
duodenal
Captopril Sim Alimentos de modo geral A presença de alimentos reduz a sua absorção em 
cerca de 30 a 40%, portanto, deve ser ingerido em 
jejum, com intervalo de no mínimo 1 hora antes das 
refeições
Carbonato de cálcio Sim Alimentos que contenham ácido fítico (cereais, cas-
cas de castanhas, sementes e grãos), ácido oxálico 
(espinafre, ruibarbo, nabo, amendoim, cacau, feijão) 
e ferro
O ácido fítico e o ácido oxálico diminuem a absorção 
do carbonato de cálcio e o carbonato de cálcio pode 
prejudicar a absorção do ferro
Carvedilol Não x x
Citalopram Não x x
Claritromicina Não x x
Clomipramina Sim Suco de grapefruit Elevação da concentração sérica de clomipramina
Clonazepam Sim Suco de toranja e cafeína O suco de toranja pode contribuir para o aumento 
das concentrações plasmáticas do fármaco. A cafeí-
na pode resultar na diminuição dos efeitos sedativos 
e ansiolíticos do Clonazepam
Codeína Não x x
Diltiazem Sim Alimentos de modo geral e suco de grapefruit Suco de grapefruit pode aumentar a biodisponibili-
dade do diltiazem
Doxazosina Não x x
Enalapril Não x x
Espironolactona Sim Alimentos de modo geral Aumento da biodisponibilidade da espironolactona
Fenitoína Sim Açúcares e folatos Relatou-se hiperglicemia resultante do efeito inibitó-
rio da fenitoína na liberação da insulina. A fenitoína 
possui o potencial de diminuir os níveis plasmáticos 
de folato
Finasterida Não x x
Fluoxetina Não x x
Furosemida Sim Alimentos de modo geral Alimentos diminuem a absorção da furosemida
Gabapentina Não x x
Glibenclamida Não x x
Haloperidol Não x x
Hidralazina Sim Alho, gengibre e ginseng. Alimentos de modo geral. 
Nutrição enteral
O alho potencializa os efeitos da hidralazina e os 
demais alimentos/nutrientes diminuem os efeitos do 
fármaco
Hidroclorotiazida Sim Alimentos de modo geral Ocorre um aumento na absorção da hidroclorotiazida
Hidroxizina Não x x
Lactulona Não x x
Levodopa + bense-
razida
Sim Proteínas Reduzem a absorção do fármaco
Levodopa + carbidopa Sim Ferro (sulfato ou gliconato) Diminuem a biodisponibilidade do fármaco
Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica
Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10
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DISCUSSÃO
As falhas terapêuticas e/ou quadros de intoxicação são 
as principais consequências de interações entre fármacos e 
nutrientes, como, por exemplo, o captopril que apresenta 
sua biodisponibilidade reduzida na presença de alimentos, 
podendo levar a um quadro hipertensivo, que requer 
atendimento hospitalar. Já dos quadros de intoxicação 
decorrentes das interações, citam-se os alimentos de modo 
geral com o lítio, podendo aumentar a biodisponibili-
dade do fármaco e gerar quadros graves de intoxicação 
medicamentosa14.
As informações sobre interações com os alimentos 
se mostram extremamente importantes para a eficácia 
da farmacoterapia. Por isso, existe a necessidade de se 
Medicamentos
Possui interação 
com algum 
nutriente? 
Alimentos/ nutrientes da interação Consequências da interação
Levofloxacino Sim Multivitamínicos Impedem a absorção do fármaco devido à formação 
de quelatos
Levotiroxina Sim Alimentos de modo geral, nutrição enteral e suco de 
grapefruit
Interferem na absorção da levotiroxina
Lítio Sim Alimentos de modo geral Aumentam a biodisponibilidade do lítio
Loratadina Não x x
Losartana Sim Suco de grapefruit Aumento da meia vida da losartana
Metoclopramida Não x x
Micofenolato sódico Não x x
Mirtazapina Não x x
Morfina Não x x
Nortriptilina Não x x
Omeprazol Sim x Não há relato de interações fármaco x nutriente, po-
rém os alimentos de modo geral causam alterações 
no pH gástrico, o que pode levar a não absorção do 
omeprazol
Paracetamol Sim Fibras Diminuem a absorção do paracetamol 
Paroxetina Não x x
Prednisona Não x x
Quetiapina Sim Açúcares e lipídeos Têm sido observados nos estudos clínicos que a 
quetiapina pode aumentar as taxas de glicemia, de 
triglicérides e colesterol
Ranitidina Sim x Não há relato de interações fármaco x nutriente, 
porém o mesmo causa alterações no pH gástrico
Risperidona Não x x
Rivastigmina Não x x
Selegilina Sim Aminoácido tiramina Podem causar crises hipertensivas súbitas e graves
Sertralina Sim Suco de grapefruit Aumento de concentrações plasmáticas do fármaco 
com maior risco de efeitos colaterais
Sinvastatina Sim Suco de grapefruit O consumo de 1 litro ou mais do suco por dia pode 
aumentar a biodisponibilidade da sinvastatina
Sulfato ferroso Sim Derivados de leite, sais de cálcio e magnésio, ácido 
ascórbico e ácido fítico
Derivados do leite, assim como de sais de cálcio 
e de magnésio, diminuem a biodisponibilidade do 
ferro. Ácido ascórbico aumenta a absorção de ferro. 
Alimentos que contêm ácido fítico diminuem a ab-
sorção de ferro
Tramadol Não x x
Varfarina Sim Vitamina K, nutrição enteral, extrato de romã e suco 
de cranberry
A vitamina K diminui o efeito da varfarina. O extrato 
de romã e suco de cranberry pode aumentar os 
níveisplasmáticos do fármaco
Fontes: Referências 11 a 13
Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10
310
Araújo RQ et al.
Local de realização do trabalho: Hospital do Servidor Público Estadual – Francisco Morato de Oliveira (HSPE-FMO) pertencente 
ao Instituo de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil.
realizar uma entrevista a respeito dos hábitos alimentares 
do paciente previamente à prescrição do medicamento. 
O profissional farmacêutico pode orientar quanto ao 
modo de utilização do medicamento, assim como horários 
adequados e possíveis interações com alimentos e outros 
medicamentos. 
Além disso, faz-se necessário que a equipe multipro-
fissional de saúde esteja atenta para identificar e avaliar 
precocemente essas interações, evitando uma complicação 
futura ou um diagnóstico errôneo. 
CONCLUSÕES
Por meio do presente estudo, foi possível identificar as 
principais interações entre fármacos e alimentos/nutrientes 
passíveis de ocorrerem em pacientes internados na enfer-
maria geriátrica do HSPE-FMO, podendo gerar maior tempo 
de hospitalização ou, ainda, agravamento do estado pato-
lógico do idoso, o qual já é intrinsecamente mais suscetível 
às interações medicamentosas e com alimentos.
A escolha da farmacoterapia apropriada para idosos tem 
se tornado um desafio à saúde pública. Portanto, bases de 
dados com informações a respeito de interações fármaco-
alimento ou fármaco-fármaco têm sido propostas, assim 
como estratégias de detecção, manutenção e prevenção 
das mesmas; garantindo maior segurança e qualidade ao 
tratamento ofertado ao paciente15.
REFERÊNCIAS
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morbilidade. Rev Port Clin Geral. 2007;23(2):191-5.
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revisão. Rev Nutr. 2002;25(2):223-38.
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Portaria nº 2619, de 6 de dezembro de 2011. Regulamento de 
boas práticas e de controle de condições sanitárias e técnicas 
das atividades relacionadas à importação, exportação, extração, 
produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, 
transporte, armazenamento, distribuição, embalagem e reem-
balagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos – 
incluindo águas minerais, águas de fontes e bebidas -, aditivos e 
embalagens para alimentos. Diário Oficial da Cidade 6/12/2011.
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na assistência a adultos infectados pelo HIV. Brasília: Ministério 
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fármacos-nutrientes [Monografia Licenciatura em Ciências 
farmacêuticas]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2009.
 7. Genser D. Food and drug interaction: consequences for the nutri-
tion/health status. Ann Nutr Metab. 2008;1(52):29-32.
 8. Katsung BG. Farmacologia básica e clínica. 8ª ed. São Paulo: 
Guanabara; 2003.
 9. Azevedo LL, Cardoso F. Ação da levodopa e sua influência na 
voz e na fala de indivíduos com doença de Parkinson. Rev Soc 
Bras Fonaudiol. 2009;1(14):136-41.
10. McCabe BJ. Prevention of food-drug interactions with special 
emphasis on older adults. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 
2004;7(1):21-6.
11. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [homepage na internet]. 
Bulário eletrônico. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/
BularioEletronico. Acesso em: 15/11/2012. 
12 Ministério da Saúde. Formulário terapêutico nacional. Brasília: 
Ministério da Saúde; 2008.
13. Thomson R, Healthcare products. Clinical decision support: 
Micromedex 2.0 interactions module. Acesso em: 12/6/2012.
14. McCabe JB, Frankel HE, Wolfe JJ. Handbook of food-drug inte-
ractions. 1st ed. New York: CRC Press; 2003. 
15. Spinewine A, Schamader KE, Baber N, Hughes C, Lapane KL, 
Swine C, et al. Appropriate prescribing in elderly people: how 
well can it be measured and optimised? Lancet. 2007;370:173-84.

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