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FARMACOLOGIA 
APLICADA À 
NUTRIÇÃO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, Alyne Almeida de.
 Farmacologia aplicada à nutrição e interpretação de exames laboratoriais / Alyne 
Almeida de Lima; Kelly Aparecida da Cunha Pereira. – São Paulo: Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581706
 1. Farmácia 2. Farmacologia aplicada à nutrição 3. Farmacologia 4. Pereira, Kelly 
Aparecida da Cunha. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Alyne Almeida de Lima
Graduada em Farmácia, especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica e mestra em Ciências 
Farmacêuticas. Atualmente professora de Farmacologia nos cursos de Graduação em Farmácia, 
Odontologia e Psicologia e também ministra a disciplina de Cosméticos e Saneantes na Faculdade 
Maurício de Nassau. Professora de Pós-graduação na área de Clínica Farmacêutica, Farmacologia, 
Toxicologia e Fitoterapia.
Kelly Aparecida da Cunha Pereira
A autora possui graduação em Nutrição (2009) e mestrado em Ciência da Nutrição (2015), com ênfase 
em Saúde Coletiva. Tem experiência profissional na área de produção de refeições como Responsável 
Técnica em Restaurante; na área de Saúde Pública e Segurança Alimentar, como nutricionista da 
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Lavras-MG; e como docente em Universidades 
Públicas nas disciplinas de Avaliação Nutricional, Nutrição da Criança e do Adolescente, Análises 
Clínicas, Epidemiologia e Saúde Pública e Estágio em Nutrição Social.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Fundamentos básicos em farmacologia .....................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Fundamentos em farmacologia ......................................................................................................... 11
2 Farmacocinética ................................................................................................................................. 15
3 Farmacodinâmica ............................................................................................................................... 17
4 Sistema nervoso autônomo ............................................................................................................... 19
5 Vias de administração ........................................................................................................................ 22
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................27
UNIDADE 2 - Interações nutricionais e medicamentosas ................................................................29
Introdução.............................................................................................................................................30
1 Nutrição e interferência de fármacos ................................................................................................ 31
2 Efeito dos nutrientes na cinética dos alimentos ................................................................................ 34
3 Alimentos promotores e inibidores da absorção de ferro .................................................................37
4 Fatores antinutricionais ..................................................................................................................... 39
5 Interações medicamentosas .............................................................................................................. 41
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................45
UNIDADE 3 -Interações drogas x nutrientes: importância clínica ...................................................47
Introdução.............................................................................................................................................48
1 Interações drogas e nutrientes .......................................................................................................... 49
2 Características gerais da interação fármaco x nutriente ....................................................................50
3 Terapia nutricional enteral x fármacos ............................................................................................... 53
4 Interações provocadas por agentes usados nas alterações gastroenterológicas ...............................55
5 Interações provocadas por agentes que atuam na inflamação e nos processos infecciosos .............56
6 Fármacos anti-hipertensivos e suas interações com os alimentos.....................................................58
7 Fármacos utilizados no tratamento da obesidade ............................................................................. 59
8 Farmacologia do sistema endócrino: hipoglicemiantes I ...................................................................61
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................66
UNIDADE 4 - Suplementos alimentares, fitoterapia e exames laboratoriais....................................67
Introdução.............................................................................................................................................68
1 Atualidade da farmacologia aplicada à nutrição ................................................................................69
2 Introdução aos fitoterápicos .............................................................................................................. 72
3 Fitoterápico x Fármaco ....................................................................................................................... 73
4 Exames laboratoriais aplicados à nutrição ......................................................................................... 75
5 Avaliação hematológica do sangue .................................................................................................... 78
6 Avaliação bioquímica do sangue ........................................................................................................ 81
7 Avaliação laboratorial da urina .......................................................................................................... 84
8 Avaliação laboratorial das fezes ......................................................................................................... 84
9 Avaliação laboratorial hormonal ........................................................................................................ 86
10 Marcadores laboratoriais da inflamação.......................................................................................... 86
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................89
O livro Farmacologia aplicada à nutrição e interpretação de exames laboratoriais 
traz ao leitor, além de informações básicas da área, o conteúdo parcialmente descrito 
a seguir em suas quatro unidades.
Dando início, a primeira unidade, Fundamentos básicos em farmacologia, 
apresenta o conceito do termo farmacologia, explica os mecanismos pelos quais os 
medicamentos passam ao entrar no organismo humano, assim como as alterações 
provocadas pela ação de suas substâncias. O caminho percorrido pelo medicamento, 
desde sua administração até sua ativação e eliminação, será descrito nesta unidade. 
A segunda unidade, Interações nutricionais e medicamentosas, explica o conceito 
de biodisponibilidade, sua importância, e de que maneira alguns fármacos podem 
interferir no estado nutricional e na ingestão de alimentos. O leitor conhecerá os 
fatores antinutricionais que podem afetar a biodisponibilidade de nutrientes e qual 
processamento de alimentos pode reduzi-los. 
Na sequência, a terceira unidade, Interações drogas x nutrientes: importância 
clínica, indica os principais fatores relacionados às interações entre drogas/fármacos 
e nutrientes, seus benefícios e malefícios. O texto explica como essas interações 
ocorrem, quais são benéficas e como realizá-las para melhora do paciente, e quais são 
as principais interações entre medicamento e alimento que devem ser evitadas a fim 
de reduzir ou anular prejuízos nas terapias farmacológica e nutricional.
Concluindo a obra, a quarta e última unidade, Suplementos alimentares, fitoterapia 
e exames laboratoriais, indica como a união entre nutrição e farmácia atende quem 
procura qualidade no tratamento de doenças e promoção à saúde. O leitor conhecerá 
alguns compostos como os nutracêuticos, suplementos dietéticos e fitoterápicos, além 
da legislação e de cuidados a serem considerados em sua prescrição.
A leitura na íntegra deste livro faz que o leitor compreenda de forma simples os 
principais fundamentos da farmacologia aplicada à nutrição e da interpretação de 
exames laboratoriais.
Agora é com você! Sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Fundamentos básicos em farmacologia
Olá,
Você está na unidade Fundamentos básicos em farmacologia. Conheça aqui o que é 
a farmacologia, os mecanismos pelos quais os medicamentos passam ao entrar no 
organismo humano e também as alterações provocadas pela ação das substâncias.
Veremos todo o caminho percorrido pelo medicamento desde o momento em que ele é 
administrado ao paciente, através das diferentes vias de administração, até o momento 
em que ele é ativado e se liga aos receptores para iniciar a ação desejada, bem como sua 
transformação para ser eliminado.
Bons estudos!
Introdução
11
1 FUNDAMENTOS EM FARMACOLOGIA
A farmacologia é uma ciência antiga que estuda os fármacos, sua aplicação, atividade, 
reações adversas, posologias, dose, concentração, forma farmacêutica, toxicidade, via de 
administração, absorção, excreção enfim, tudo aquilo que está relacionado aos medicamentos. E 
todos estes estudos, ainda evoluindo de forma intensa, iniciaram a partir dos usos baseados em 
conhecimento popular.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Termos e definições
Para conhecer a farmacologia é preciso compreender algumas definições, como a 
diferenciação entre remédio, droga, fármaco e medicamento. Remédio pode ser definido como 
tudo aquilo que pode ser utilizado com o intuito de trazer a cura ou alívio de uma enfermidade, 
ou até mesmo a melhoria da qualidade de vida do paciente, e pode ser um chá, medicamento, 
acupuntura, fisioterapia, atividade física, massagem, entre outros.
Já a droga é qualquer substância que quando em contato com organismo possui a capacidade 
de causar alteração em alguma função fisiológica. Esta alteração pode ser benéfica ou não, e ter 
ou não uma estrutura química definida. Exemplo: cigarro, maconha, dipirona, álcool etc.
O fármaco, ou também conhecido como princípio ativo (PA), também é uma substância 
que tem capacidade de causar alteração da função fisiológica, mas com uma diferença: o PA 
possui uma estrutura química definida, uma atividade farmacológica conhecida e com aplicação 
terapêutica. Neste caso, podemos citar como exemplo o paracetamol, a dipirona, o diclofenaco, 
entre outros.
Chama-se de medicamento somente o produto farmacêutico, quando elaborado e 
12
tecnicamente obtido, que tenha finalidade terapêutica, paliativa, curativa e/ou para fins 
diagnósticos. Ou seja, aquele produto vendido nas farmácias de manipulação e drogarias 
(também conhecidas por farmácias comerciais ou farmácias comunitárias).
Outra definição importante é referente à substância tóxica e placebo. Define-se como tóxica 
toda substância que, quando absorvida pelo organismo, poderá colocar a vida do ser em risco e 
até mesmo levar a óbito. E o placebo é um tipo de produto inativo, ou seja, não provoca nenhuma 
alteração fisiológica importante, agindo no estado psicológico e suprindo a necessidade de tomar/
consumir um medicamento. Popularmente, o placebo é conhecido como “pílula de farinha”.
Portanto, costuma-se dizer que todo medicamento é uma droga, mas nem toda droga é um 
medicamento. Por exemplo:
• Álcool é uma droga, mas não é medicamento.
• Paracetamol é uma droga e também um medicamento.
Posologia é outro termo importante a ser entendido. Na prescrição está a orientação de como 
e quantas vezes ao dia o medicamento deve ser tomado, a descrição da dose e por qual período 
de tempo. Isto se denomina posologia.
Alguns medicamentos, quando tomados por um determinado tempo (variável de uma pessoa 
para outra), podem levar o paciente a desenvolver uma tolerância àquela substância, ou seja, 
ocorre uma redução na sensibilidade em relação ao fármaco. Quando a tolerância acontece, o 
paciente relata que ”o medicamento não está fazendo mais efeito”.
Portanto, ao prescrever um medicamento, além de observar a posologia e verificar se existe 
algum caso de tolerância ou alergia, o prescritor também determina a forma farmacêutica a ser 
utilizada. Ou seja, define se será em comprimidos, cápsulas, drágeas, comprimidos revestidos, 
comprimidos efervescentes, cápsulas gelatinosas (formas sólidas), soluções, xaropes, tinturas, 
suspensões, elixir, emulsões (formas líquidas), géis, cremes, pomadas, unguentos (formas 
semissólidas) ou aerossóis (forma gasosa). Essas diferentes formas farmacêuticas encontradas no 
mercado têm diversasfunções, e entre elas está a de facilitar a administração do fármaco e fazer 
com que a dose seja o mais correta possível.
1.2 Principais classes de medicamentos e suas aplicações
Uma das formas de classificar os medicamentos é através do seu efeito principal. São 
inúmeras as classes farmacológicas. Abaixo, conheceremos grande parte delas e suas principais 
aplicações terapêuticas.
,
13
Figura 1 - Terapia farmacológica com formas farmacêuticas diferentes 
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem traz cápsulas na cor amarela com vermelho, uma seringa agulhada 
e preenchida com líquido transparente e uma ampola de vidro âmbar com rótulo. A baixo desses 
medicamentos está escrito em um papel “Doenças crônicas”.
Começaremos pelas classes de medicamentos que atuam no sistema nervoso central (SNC), 
muitos deles conhecidos como “medicamentos controlados”, pois a venda está restrita a retenção 
de receita no estabelecimento.
Medicamentos controlados
Antidepressivos - Indicados para depressão e transtornos de humor (Exemplo: amitriptilina, 
fluoxetina, paroxetina, sertralina e duloxetina); Estabilizadores de humor - indicados para o 
tratamento de transtorno de bipolaridade de humor. (Exemplo: carbonato de lítio); Ansiolíticos, 
hipnóticos e sedativos - indicados para transtornos de ansiedade como transtornos por estresse 
pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada (TAG) além de indicação como indutores 
do sono. (Exemplo: bromazepam, diazepam, clonazepam, midazolan, zolpidem e trazodona); 
Anticonvulsivantes – indicados para casos de epilepsias e convulsões. (Exemplo: carbamazepina 
e topiramato); Antiparkinsonianos – indicados para tratamento do Mal de Parkinson. (Exemplo: 
biperideno e carbidopa + levodopa).
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular
Antiarrítmicos – indicados para tratamento de arritmias cardíacas. (Exemplo: adenosina 
e sotalol); Antihipertensivo – indicados para tratamento da hipertensão arterial. (Exemplo: 
propranolol, captopril, lLosartana e atenolol); Anticoagulantes – prevenir formação de 
14
coágulos de sangue. (Exemplo: clopidogrel, heparina, rivaroxabana, e ácido acetilsalicílico); 
Diuréticos – indicado para tratamentos de hipertensão arterial, retenção hídrica entre outras 
doenças que necessitem de um maior volume de eliminação de líquidos. (Exemplo: furosemida, 
hidroclorotiazida e espironolactona).
Fármacos que tem resposta no sistema respiratório
Antitussígeno - utilizados para inibir o reflexo da tosse. (Exemplo: dropropizina, 
levodropropizina e cloperastina); Expectorantes e mucolíticos – auxiliam na expectoração e 
eliminação do muco. (Exemplo: ambroxol, carbocisteína e acelticisteína); Broncodilatadores 
– alívio de espasmos brônquicos, bronquites, falta de ar. (Exemplo: Hedera helix, salbutamol, 
fenoterol e ipratrópio); Antigripais – indicados para alívio dos sintomas do resfriado comum. 
(Exemplo: fenilefrina e nafazolina). Podendo ser utilizado também o paracetamol e dipirona para 
alívio de sintomas como dor e febre; Antiasmáticos – utilizados para tratamento e prevenção 
de crises asmáticas e/ou para alívio de broncoespasmos. (Exemplo: salbutamol, salmeterol, 
fenoterol, ipratrópio, zafirlucaste e montelucaste). 
Fármacos que atuam no trato gastrintestinal (TGI)
Antiácidos – aumentam o PH gástrico neutralizando o ácido clorídrico, o famoso “suco 
gástrico”. (De ação sistêmica: bicarbonato de sódio. De ação local: hidróxido de magnésio, 
hidróxido de alumínio, carbonato de cálcio e trissilicato de magnésio); Antiflatulento – indicado 
para alívios de gases no tubo digestivo, sensações de estufamento. (Exemplo: dimeticona e 
simeticona); Antiespasmódicos - utilizado para aliviar as dores abdominais causadas pelo 
aumento da frequência e força da contração da musculatura lisa de forma involuntária, chamados 
de espasmos. (Exemplo: escopolamina); Antidiarreicos – indicados para diarreias e disenterias. 
(Exemplo: loperamida e bismuto). Também podem ser utilizados os repositores de microbiota 
intestinal como os Lactobacillus casei, Lactobacillus acidophilus, Saccharomyces boulardii e 
Saccharomyces cerevisiae. Além destes, os fluidos ou soros de reidratação oral; Antiulcerosos – 
tratamento e prevenção de problemas estomacais como úlceras e refluxo. (Exemplo: omeprazol, 
pantoprazol e lansoprazol); Antieméticos – alívio de sintomas como enjoo, êmese (vômitos) e 
náuseas. (Exemplo: dimenidrinato, meclizina, ondasertrona, bromoprida e metoclorpramida); 
Estimulantes de apetite – Exemplo: buclizina e ciproeptadina. Laxantes e purgativos – utilizados 
para facilitar a eliminação das fezes. (Exemplo: óleo mineral, sorbitol, lactulose e sais de magnésio).
Outras classes importantes
Analgésicos e antitérmicos – indicados para alivio de dor e febre respectivamente. 
(Exemplo: opioides: morfina, metadona e tramadol. Não opioides: dipirona, paracetamol e ácido 
acetilsalicílico); Anestésicos – utilizados para redução dos estímulos, reflexos e dor. (Exemplo: 
xilocaína, lidocaína e bupivacaína); Antiinflamatórios – utilizados para amenizar sintomas como 
15
febre, dor e edemas decorrentes de alguma agressão ao organismo. (Exemplo: não-esteroidais: 
Ibuprofeno, diclofenaco sódico e potássico, naproxeno, cetoprofeno, ácido mefenâmico e 
piroxican. Esteroidais ou também chamados de corticoides: dexametasona, prednisona e 
hidrocortisona); Antivertiginosos – indicado para vertigens, zumbido, alteração na audição 
e tonturas. (Exemplo: betadine, cinarizina e betaistina); Antialérgicos ou anti-histamínicos – 
indicados para alívio de alergias em geral. (Exemplo: dexclorfeniramina, loratadina e hidroxizina); 
Antivirais – indicados para tratamento de infecções virais. (Exemplo: aciclovir, tamiflu, ganciclovir 
e entecavir); Antilipêmicos – utilizados no tratamento de níveis elevados de colesterol. (Exemplo: 
atorvastatina e sinvastatina); Anticoncepcionais – prevenção de gravidez, tratamentos de cistos 
e acnes. (Exemplo: etinilestradiol, gestodeno e ciproterona); Manutenção das articulações 
– tratamento de artrose primária, secundária, osteoartrite, osteoartrose, espondiloses e 
condropatias. (Exemplo: glicosamina + condroitina)
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2 FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética inclui os processos de absorção, distribuição, metabolismo e a excreção 
dos fármacos. Os quando bem seguidos podem ampliar a probabilidade de sucesso terapêutico e 
reduzir, por exemplo, a ocorrência de efeitos adversos.
A farmacocinética lida com a absorção, distribuição, biotransformação e excreção das drogas. 
Esses fatores, associados à dosagem, determinam a concentração da droga em seus sítios de ação, e, 
por consequência, a intensidade de seus efeitos em função do tempo (BRUNTON et al , 2012).
2.1 Absorção e distribuição
A absorção é a transferência do fármaco do seu local de administração para o compartimento 
central e a amplitude com isso ocorre. No caso das preparações sólidas, a absorção depende 
16
inicialmente da dissolução do comprimido (ou da cápsula), que então libera o fármaco (ou 
liquido biológico).
Primeiro essa absorção se dá pelo trato GI (gastrointestinal), quando administrado por via 
oral. Porém, a quantidade de absorção final pode ser limitada pelas características da preparação 
do fármaco, por suas propriedades físico-químicas, pelo metabolismo intestinal (características 
intrínsecas ao paciente) e/ou pela transferência do fármaco de volta ao lúmen intestinal por ação 
dos transportadores.
Essa absorção pode ocorrer por difusão passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou 
endocitose. E outros diversos fatores podem influenciar na absorção, tais como o pH, fluxo de 
sangue no local de absorção, características da área ou superfície disponível para absorção e o 
tempo de contato com a superfície de absorção. Portanto, a absorção é o processo pelo qual os 
medicamentos administrados, principalmente por via oral, intramuscular ou retal, chegam ao 
meio tissular, iniciandoo a segunda fase, a distribuição.
A distribuição é a fase em que o fármaco penetra na circulação. Esta fase passa a ser a primeira 
quando se trata de administração venosa do medicamento, visto que neste caso o fármaco já está 
em sua forma ativa ao ser colocado diretamente na circulação sistêmica. O volume é o segundo 
parâmetro fundamental útil, quando se consideram os processos de distribuição dos fármacos. 
O volume de distribuição relaciona a quantidade do fármaco administrada no organismo a sua 
concentração no sangue ou plasma, dependendo do líquido dosado. Esse volume não se refere 
necessariamente a um volume fisiológico determinável, mas simplesmente ao volume de líquido 
que seria necessário para conter todo o fármaco presente no corpo na mesma concentração 
dosada no sangue ou plasma.
O volume de distribuição é altamente variável, dependendo dos graus relativos de ligações aos 
receptores de alta afinidade, dos níveis das proteínas plasmáticas e teciduais, do coeficiente de 
distribuição do fármaco no tecido adiposo e de sua acumulação nos tecidos poucos irrigados. Este 
volume de distribuição de cada fármaco pode variar de acordo com idade, o sexo, a composição 
corporal do paciente e com a existência de doenças.
FIQUE DE OLHO
Alguns livros e artigos científicos chamam a farmacocinética de Sistema Ladme. Essa sigla 
corresponde a: L- Liberação; A-Absorção; D-Distribuição e E-Excreção! Memorize essa sigla e 
vocês rapidamente conseguirá se lembrar de todas as fases da farmacocinética.
17
A distribuição é dependente além do volume de distribuição, de fatores como a taxa de 
fluxo sanguíneo, a permeabilidade capilar, a ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas e dos 
tecidos, e a lipofilicidade.
2.2 Metabolismo e excreção
Diversos fatores alteram o metabolismo: elementos genéticos, idade, diferenças individuais, 
fatores ambientais como o fumo, propriedades químicas dos fármacos, sexo, via de administração, 
dosagem, entre outros.
A primeira reação denomina-se Reação de Fase I. E essa biotransformação pode aumentar ou 
diminuir a atividade farmacológica, ou não ter efeito sobre esta.
A Reação de Fase II consiste na fase de conjugação, como a glicorunidação, deixando o 
fármaco altamente polar e assim consegue ser excretado pelos rins ou bile e eliminado nas fezes.
O fígado é o principal local onde ocorre a biotransformação, mas existem outros tecidos que 
contém as enzimas metabolizadoras que contribuem para a biotransformação de alguns fármacos 
e, consequentemente, para a sua eliminação. As enzimas responsáveis por esse processo estão 
localizadas nos microssomos hepáticos chamados de enzimas microssomais do sistema CYP- 450.
Estas enzimas podem reduzir oxidar, hidrolisar ou conjugar compostos. Nenhum teste de 
função hepática fornece informação totalmente específica sobre a habilidade metabólica do 
fígado e, consequentemente, é difícil prever o efeito de problemas de funções hepáticas no 
metabolismo de diferentes fármacos.
Os rins são importantes para a excreção dos fármacos e de seus metabolitos. As estimativas 
da depuração da creatinina do sangue fornecem informações importantes sobre o grau de 
funcionamento renal e sua habilidade de eliminar os medicamentos. Além destas vias, o fármaco 
pode ser eliminado pelo leite materno, suor e saliva.
3 FARMACODINÂMICA
A farmacodinâmica proporciona o conhecimento dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos 
fármacos e seus mecanismos de ação para o uso terapêutico racional, além do suporte para o 
desenvolvimento de outros agentes terapêuticos mais novos e eficazes. Desse modo, as e sua 
farmacocinética contribuem para a segurança e o êxito do tratamento.
3.1 Conceitos em farmacodinâmica
Conforme relatam Brunton et al (2012), a farmacodinâmica compreende
18
O estudo das ações das drogas no organismo vivo [...] é uma das mais novas ciências médicas 
experimentais, e data somente do final da segunda metade do século XIX... é uma ciência limítrofe. 
Ela toma emprestada livremente temas e técnicas da fisiologia, química fisiológica, patologia e 
bacteriologia. Porém, é a única [dessas ciências] que tem sua atenção focada na ação das drogas. Como 
implica seu nome, seu assunto é de caráter dinâmico (BRUNTON et al , 2012).
A interação dos fármacos com os componentes macromoleculares altera a função e inicia as 
alterações bioquímicas e fisiológicas que caracterizam a resposta do fármaco. O termo receptor 
ou alvo farmacológico refere-se à macromolécula (ou ao complexo macromolecular) com o qual 
o fármaco interage para produzir uma resposta celular.
Alguns fármacos interagem com aceptores (por exemplo, albumina sérica) existentes no 
organismo. Os aceptores são componentes que não causam diretamente qualquer alteração na 
resposta bioquímica ou fisiológica. Entretanto, a interação dos fármacos com os aceptores pode 
alterar a farmacocinética das suas ações.
As proteínas constituem o grupo mais importante de receptores farmacológicos. Como 
exemplo, podemos citar os receptores dos hormônios, dos fatores de crescimento e de 
transcrição, os neurotransmissores, as enzimas das vias metabólicas (por exemplo, diidrofolato 
redutase, acetilcolinesterase e fosfodiesterases dos nucleotídeos cíclicos), as proteínas envolvidas 
nos processos de transporte (por exemplo, Na+, K+-ATPase) e as glicoproteínas secretadas e as 
proteínas estruturais (por exemplo, tubulina).
A ligação específica dos fármacos aos outros componentes celulares (como o DNA) também 
é explorada com finalidades terapêuticas. Por exemplo, os ácidos nucleicos são receptores 
farmacológicos particularmente importantes para determinados agentes quimioterápicos usados 
no tratamento do câncer e fármacos antivirais.
3.2 Receptores fisiológicos
Muitos fármacos atuam em receptores fisiológicos e são particularmente seletivos porque os 
receptores fisiológicos reconhecem e respondem com alta seletividade às moléculas sinalizadoras 
específicas. Os fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e imitam os efeitos reguladores 
dos compostos endógenos são conhecidos como agonistas.
Se o fármaco se ligar ao mesmo local de reconhecimento que o agonista endógeno 
(substância própria do organismo responsável pela função em questão), diz-se que o fármaco 
é um agonista primário. Os fármacos que bloqueiam ou reduzem a ação de um agonista são 
conhecidos como antagonistas. Na maioria dos casos, o antagonismo resulta de uma competição 
com um agonista pelo mesmo (ou sobreposto) sítio de ligação do receptor, mas também pode 
ocorrer por interação com outros sítios do receptor por combinação com o agonista, chamamos 
então de antagonismo químico, ou por antagonismo funcional com inibição indireta dos efeitos 
19
celulares ou fisiológicos do agonista. Os compostos que mostram apenas eficácia parcial como os 
agonistas, independentemente da concentração utilizada, são descritos como agonistas parciais.
3.3 Especificidade do fármaco
A afinidade de um fármaco por seu receptor e sua atividade intrínseca são determinadas 
pela estrutura química da substância. A estrutura química do fármaco também contribui para 
sua especificidade farmacológica. Um fármaco que interage com apenas um tipo de receptor, 
presente em apenas algumas células diferenciadas, é altamente específico.
Muitos fármacos importantes na prática clínica apresentam especificidade ampla porque 
conseguem interagir com vários receptores em diversos tecidos. Essa especificidade ampla 
poderia aumentar a utilidade clínica de um fármaco, mas também contribui para a ocorrência de 
vários efeitos adversos, já que acontecem diversas interações entre o medicamento e diferentes 
receptores.
As propriedades farmacológicas de muitos fármacos diferem dependendo se o fármaco é 
utilizado por períodos curtos ou longos. Em alguns casos, a administração prolongada de um 
fármaco produz hiper-regulação ou dessensibilização dos receptores e isto pode exigir ajustes 
da dose para manter a eficácia do tratamento. Os medicamentospara tratar infecções, como os 
antibióticos, os antivirais e antiparasitários, têm como alvo receptores ou processos celulares 
fundamentais à proliferação ou à sobrevivência do agente infeccioso, mas que não são essenciais 
ou não existem no organismo do receptor.
Desse modo, o objetivo terapêutico dos agentes anti-infecciosos depende da liberação 
dos fármacos aos microrganismos patogênicos em concentrações suficientes para destruir ou 
suprimir a proliferação do patógeno, sem causar efeitos indesejáveis ao paciente. Por exemplo, os 
antibióticos como a penicilina inibem uma enzima fundamental necessária à síntese das paredes 
celulares das bactérias, e esta enzima não existe nos seres humanos ou nos animais. Um problema 
significativo encontrado com muitos agentes anti-infecciosos é o desenvolvimento rápido de 
resistência aos fármacos. A resistência aos antibióticos, aos antivirais e outros fármacos pode 
ser causada por vários mecanismos, inclusive mutação do receptor-alvo, ampliação da expressão 
das enzimas que decompõem ou aumentam, a expulsão do fármaco pelo agente infeccioso e 
desenvolvimento de reações bioquímicas alternativas, que evitam os efeitos dos fármacos no 
agente infeccioso.
4 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
A farmacologia do SNA (Sistema Nervoso Autônomo) referente à divisão simpática é modulada 
pelos neurotransmissores endógenos: adrenalina, noradrenalina (NA) e dopamina (DA). Estes atuam 
20
regulando funções importantes realizadas pela musculatura lisa no sistema respiratório (brônquios), 
cardiovascular (força e frequência cardíaca), endócrino (liberação de insulina), entre outros.
4.1 Catecolaminas
As catecolaminas podem ser endógenas ou exógenas. Entre elas estão a epinefrina, também 
chamada de adrenalina, norepinefrina (noradrenalina), dopamina, acetilcolina.
A adrenalina é uma substância de ação direta e não seletiva estimulando os receptores α 
e β. Tem uma alta atividade vasopressora, estimulante cardíaca e no controle da asma. Esta 
catecolamina não tem eficácia quando administrada por via oral sendo rapidamente absorvida 
quando administrada via intramuscular, portanto, essa substância deve ser administrada 
lentamente para reduzir a possibilidade da ocorrência de vasoespasmos e outros problemas 
cardiovasculares.
A NA (noradrenalina ou norepinefrina) tem ação vasoconstritora promovendo o aumento da 
pressão arterial. É considerada um potente agonista dos receptores α e tem pouca atividade em 
β2. Sua absorção por via oral também não é eficaz e seus efeitos colaterais são semelhantes aos 
da adrenalina, mas a elevação da pressão arterial é mais intensa e, por este motivo, seu uso deve 
ser monitorado devido ao risco de causar hipertensão grave.
A dopamina (DA) é indicada para tratamentos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em 
pacientes com diminuição da produção de urina (oligúria) e com resistência vascular periférica 
(RVP) baixa ou normal. Esta catecolamina produz uma melhora nas funções cardíacas e renais de 
forma aguda em pacientes hospitalizados por problemas cardíacos ou insuficiência renal.
4.2 Fármacos adrenérgicos e anti-adrenérgicos
Os receptores adrenérgicos são do tipo metabotrópicos, ou seja, acoplados à proteína G e 
estão designados em duas famílias: Alfa (α) e Beta (β). Além disso, receptores α são divididos em 
α1 e α2, bem como os β são divididos em β1, β2 e β3. A noradrenalina excita principalmente os 
receptores α, com menor intensidade os β e nenhuma em β2, enquanto a adrenalina excita α e 
β com intensidade similar.
Entre os fármacos que atuam como agonistas dos receptores β-adrenérgicos podemos citar 
o isoproterenol que é um medicamento utilizado em casos de emergência para aumentar a 
frequência cardíaca em pacientes com bradicardia ou bloqueio cardíaco. É um potente agonista 
não seletivo de β e pode ser administrado pela via endovenosa ou respiratória. Os principais 
efeitos adversos são palpitações, cefaleias, taquicardia sinusal e arritmias graves. Já a dobutamina 
é um agonista seletivo de β1 que exerce efeitos ionotrópicos, aumentando a força de contração 
do coração por aumento dos níveis de cálcio. É indicada para descompensação cardíaca em 
21
pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou infartoagudo do miocárdio.
Os receptores β2-adrenérgicos têm ação no relaxamento da musculatura lisa, como os 
brônquios por exemplo. Os fármacos que pertencem a esta classe têm ação curta e longa. Entre os 
agonistas seletivos de receptores β2-adrenérgicos: salbutamol (Aerolin ®) é um dos medicamentos 
mais conhecidos, junto ao fenoterol (Berotec®). O salbutamol age como broncodilatador e é usado 
no controle e prevenção das crises asmáticas, bronquite crônicas, enfisemas pulmonares, entre 
outros. Pode ser administrado por via inalatória e em 15 minutos já são observados seus efeitos, 
estes são mantidos por 3 até 5 horas. O fenoterol também é administrado por via inalatória na 
maioria dos casos e tem efeito perceptível de imediato, durando de 4 a 6 horas.
Dentre os de ação longa, podemos citar dois bem conhecidos: Salmeterol e formoterol. O 
salmeterol possui uma seletividade ainda maior que o salbutamol e também está indicado para 
asmáticos (mas não de forma aguda) e pacientes do DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica). 
Sua administração é também por via inalatória, mas não pode ser realizada mais de 2 vezes ao 
dia. O principal efeito colateral associado a esta substância é taquicardia.
E o formoterol também tem as mesmas indicações acima, mas possui uma específica, para 
condições de asma noturna. Seus efeitos ocorrem em minutos após ser administrado.
Entre os fármacos agonistas α1-seletivos, podemos citar a fenilefrina, substância comumente 
presente nos medicamentos antigripais como o Naldecon®, Cimegripe®, entre outros. A 
fenilefrina tem ação para descongestionamento nasal, mas também possui efeitos cardiotônicos, 
midriáticos e, se administrada via endovenosa, causa uma intensa vasoconstrição das artérias. 
Como agonistas α2-seletivos temos a clonidina, metildopa, guanfacina e apraclonidina.
4.3 Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos
Os fármacos chamados de colinérgicos atuam em receptores do SNA que são ativados/
estimulados pela acetilcolina (Ach). Estes receptores estão divididos em duas famílias: 
muscarínicos (M) e nicotínicos (N).
Os muscarínicos são receptores do tipo metabotrópicos, ou seja, acoplados à proteína G. 
Esse nome se dá pelo fato de que esses receptores, além de se ligar a Ach, também reconhecem 
a muscarina, uma substância que está presente em cogumelos venenosos. São divididos em 5 
subclasses: M1, M2, M3, M4 e M5.
Como exemplo de fármacos agonistas muscarínicos podemos citar a pilocarpina utilizada no 
tratamento de glaucoma e de xerostomia (boca seca), betanecol (para estímulo de bexiga atônica) 
e carbacol. Outros agonistas de M1 são estudados para tratamento de Alzheimer e antagonistas 
de M3 para DPOC (doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
22
O edrofônio é um agonista colinérgico com ação indireta, também chamado de 
anticolinesterásico, utilizado para diagnóstico de miastenia gravis. Ele age bloqueando a 
atividade da enzima acetilcolinesterase, impedindo sua ação na degradação da Ach e aumento da 
concentração da mesma na fenda sináptica. Nesta mesma classe está a rivastigmina e donepezila, 
fármacos utilizados no tratamento do Alzheimer.
Todos estes anticolinesterásicos acima citados são de ação reversível, mas existem os de 
ação irreversível, entre eles os chamados organofosforados que são compostos usados como 
inseticidas agrotóxicos sendo altamente tóxicos, podendo causar paralisia e até óbito.
Na classe dos antagonistas colinérgicos, ou antimuscarínicos, estão substâncias bastante 
conhecidas, a escopolamina e o ipratrópio. A escopolamina é o princípio ativo do medicamento 
Buscopam® e o ipratrópio o princípio ativo do Atrovent®.
Os receptores nicotínicos, além de se ligar a Ach, reconhecem a nicotina e por isto a sua 
denominação. São receptoresdo tipo ionotrópico, ou seja, funcionam como um canal iônico 
operado por ligantes e são de dois tipos: Nn e Nm. A nicotina quando em baixa concentração 
estimula o receptor e em alta concentração o bloqueia. Estes receptores estão no SNC, nos gânglios 
autonômicos, nas suprarrenais e na junção neuromuscular (JNM) nos músculos esqueléticos.
A nicotina é um componente do cigarro e tem efeitos maléficos no organismo podendo levar 
a aumento da frequência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial (Hipertensão).
5 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Em geral, existem algumas opções de vias (locais) pelas quais uma substância pode ser 
administrada e, por esta razão, o conhecimento das vantagens e desvantagens das diferentes vias 
de administração é fundamental.
Para que a via de administração de um fármaco seja definida, consideram-se fatores como as 
propriedades químicas (hidrossolubilidade, lipossolubilidade, ionização), o objetivo da terapia, a 
necessidade de um início rápido de ação, uma manutenção de concentração por maior período 
de tempo, restrição de fármaco a um local específico, entre outros.
Silva (2010) destaca as seguintes vias:
• Oral
• Sublingual ou bucal
• Parenteral
23
• Tópica
• Transdérmica
• Intraocular
• Intrarrespiratória
• Retal
• Intravaginal
• Intrauterina
• Uretral e peniana
• Novos sistemas de administração de drogas
5.1 Vias de administração oral, sublingual e retal
A ingestão oral é o método mais utilizado para administrar os medicamentos por sua 
segurança, conveniência e por ser o mais econômico. Entre suas desvantagens estão: a absorção 
limitada de alguns fármacos, em função das suas características como hidrossolubilidade 
reduzida ou uma baixa permeabilidade nas membranas; vômitos causados pela a irritação da 
mucosa gastrintestinal; destruição de alguns fármacos pelas enzimas digestivas ou pelo pH baixo 
do estomago; irregularidades na absorção ou propulsão na presença de alimentos ou outros 
fármacos, além da necessidade de contar com a colaboração do paciente.
Os fármacos que possam atingir as secreções gástricas e, portanto, serem alterados pelo pH 
ácido, ou que o seu princípio ativo tenha característica de irritar o estômago, podem ser fabricados 
em preparações com revestimento entérico. Este revestimento impede a dissolução do fármaco 
no conteúdo ácido do estômago. Os revestimentos entéricos são úteis para os fármacos como o 
ácido acetilsalicílico, que pode causar irritação gástrica significativa em muitos pacientes.
As preparações de liberação controlada têm liberação prolongadas, controladas, ampliadas 
e continuadas. O que pode auxiliar em manutenção de dose, ou diminuição de tomadas de 
medicamentos durante o dia, facilitando a posologia e consequentemente o uso racional de 
medicamentos.
A administração via sublingual ocorre pela mucosa oral e tem importância especial para 
alguns fármacos. Apesar da superfície disponível para a absorção ser pequena, a vascularização 
local é intensa. A drenagem venosa da boca segue à veia cava superior e isto provoca um desvio 
da circulação e, deste modo, protege o fármaco do metabolismo de primeira passagem, ou 
também chamado de metabolismo de fase 1.
24
Na administração por via retal cerca de 50% do fármaco que é absorvido pelo reto passará 
pelo fígado, o metabolismo hepático de primeira passagem quando comparado à preparação 
oral. Além disso, uma enzima metabólica importante desse fármaco (CYP3A4) está presente nos 
segmentos proximais do intestino, mas não nos segmentos distais. Entretanto, a absorção retal 
pode ser irregular e incompleta e alguns fármacos podem causar irritação da mucosa retal.
5.2 Vias de administração parenteral, transmucosa e tópica
A injeção parenteral dos fármacos tem algumas vantagens em comparação à administração oral. 
Em alguns casos, a administração parenteral é essencial para que o fármaco seja liberado em sua 
forma ativa, como ocorre com os anticorpos monoclonais. A biodisponibilidade é mais rápida, ampla 
e previsível quando o fármaco é administrado por via injetável. Por essa razão, a dose eficaz pode 
ser administrada com maior precisão. No tratamento de emergência e/ou quando o paciente estiver 
inconsciente, impossibilitado de colaborar ou incapaz de reter ou deglutir algo por via oral, o tratamento 
parenteral pode ser necessário. Essa via de administração apresenta algumas desvantagens como a 
necessidade de manutenção da assepsia (muito importante, principalmente quando os fármacos são 
administrados repetidamente), as injeções podem ser dolorosas e os pacientes em sua maioria têm 
dificuldade de realizar a autoaplicação (no caso da insulina, por exemplo).
As principais vias de administração parenteral são a intravenosa, a subcutânea, intradérmica e 
a intramuscular, mas ainda pertencem a este grupo a via intra-arterial, intratecal, intraperitoneal, 
intrapleural, intravesical, intraarticular, intraraquídea, intraóssea e intracardíaca.
Na via intravenosa, por exemplo, os problemas relacionados à fase farmacocinética de 
absorção não existem porque a biodisponibilidade é completa e rápida. Nesta via a liberação do 
fármaco pode ser controlada com precisão e agilidade. Quando se necessita induzir anestesia em 
um paciente, a dose de anestésico administrada não é 100% predeterminada e sim ajustada no 
decorrer do processo anestésico, de acordo com a resposta do paciente. Algumas substâncias 
irritantes podem ser administradas apenas por via intravenosa de forma lenta. Assim, ela se 
distribui de modo amplo na corrente sanguínea.
Quanto a injeção subcutânea, ela só pode ser realizada com as substâncias que não causam 
irritação dos tecidos pois caso contrário, pode desencadear dor intensa, necrose no tecido e 
FIQUE DE OLHO
Mesmo com todas essas vantagens, a via intravenosa também possui desvantagens e só 
deve ser utilizada por profissionais habilitados. Aplicação de maneira errada pode gerar 
hematomas, feridas e atém amputação de membro ou óbito.
25
descamação.
E a via transdérmica? Nem todos os fármacos penetram facilmente pela pele intacta. 
A absorção daqueles que o fazem depende da superfície sobre a qual são aplicados e de sua 
lipossolubilidade, pois a epiderme comporta-se como uma barreira lipídica.
A absorção sistêmica dos fármacos ocorre mais facilmente pela pele que sofreu abrasão, 
queimadura ou desnudamento, inflamação e outros distúrbios que venham a produzir um 
aumento do fluxo sanguíneo cutâneo ampliando a absorção. A absorção através da pele também 
pode ser ampliada pela produção do fármaco com base em substâncias oleosas e pela fricção 
desta preparação na pele. Como a pele hidratada é mais permeável do que a seca, a formulação 
pode ser modificada ou pode-se aplicar um curativo oclusivo para facilitar a absorção.
Outro local de administração são as mucosas da conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, 
colo, uretra e bexiga, principalmente em decorrência de seus efeitos locais. Em alguns casos, 
como na aplicação do hormônio antidiurético sintético na mucosa nasal, o objetivo é a absorção 
sistêmica. Vale ressaltar que a absorção pelas mucosas ocorre rapidamente.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
26
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Conhecer a farmacologia a quais os seus tópicos de estudo.
• Identificar as principais classes de medicamentos disponíveis no mercado.
• Entender sobre o que é e a diferença entre farmacocinética e farmacodinâmica.
• Conhecer as principais vias de administração dos medicamentos.
• Aprender sobre o sistema nervoso autônomo e os neurotransmissores.
• Aprender sobre os sistemas adrenérgicos e colinérgicos.
PARA RESUMIR
BRUNTON, L. L.; LAZO, J. S.; PARKER, K. L. Goodman & Gilman As bases farmacológicas da 
terapêutica. Porto Alegre: ArtMed, 2012.
KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
KOROLKOVAS, A.; FRANÇA, F. F. Dicionário terapêutico Guanabara. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2013.
RANG, H. P; DALE,M. M; RITTER, J. M. Farmacologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
SILVA, P. Farmacologia. 8. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Interações nutricionais e 
medicamentosas
Você está na unidade Interações Nutricionais e Medicamentosas. Conheça aqui como 
alguns fármacos podem interferir no estado nutricional e na ingestão de alimentos, e 
compreenda o conceito de biodisponibilidade e sua importância para o entendimento 
das interações. Veja exemplos de interações positivas e negativas entre os nutrientes e 
compreenda a importância desse conhecimento para o planejamento dietético eficiente. 
Nesta unidade você será capaz de compreender que fatores antinutricionais podem 
afetar a biodisponibilidade de nutrientes e que o processamento de alimentos pode 
reduzi-los. Você também aprenderá que os medicamentos podem interagir entre si, e 
que o planejamento alimentar deve considerar a medicação utilizada pelo paciente para 
prevenir e/ou evitar deficiências alimentares e efeitos colaterais relacionados a ingestão 
de alimentos, absorção e metabolismo dos mesmos.
Bons estudos!
Introdução
31
1 NUTRIÇÃO E INTERFERÊNCIA DE FÁRMACOS
A ingestão de alimentos, para além de sua função de integração social, supre a necessidade 
básica de nutrir o organismo. Logo, o estado nutricional de um indivíduo é altamente dependente 
de sua ingestão alimentar. Contudo, desequilíbrios funcionais, metabólicos ou patológicos podem 
interferir no estado de saúde geral de uma pessoa.
Para reencontrar a homeostasia, a medicina possui o recurso farmacológico para reduzir 
os danos causados por tais desequilíbrios. Mas algumas vezes, tanto um quadro patológico, 
como o uso de medicamentos para seu tratamento, pode afetar toda a cinética de utilização de 
alimentos, desde a nível de ingestão como a nível de absorção, metabolismo e até a excreção 
de seus metabólitos finais. Da mesma forma, o alimento ou nutriente pode interagir com um 
fármaco e alterar seu efeito ou até mesmo induzir uma reação adversa do mesmo.
Como nosso foco aqui é a farmacologia, nesse primeiro momento vamos discutir de maneira 
mais aprofundada a interferência dos fármacos, e não da patologia, na nutrição (ingestão 
alimentar, sintomas gastrointestinais e percepção alimentar). Posteriormente você verá com mais 
detalhe a interação entre fármaco e nutriente.
De maneira geral, podemos dizer que terapia farmacológica interfere afetando a ingestão 
alimentar ou causando a má absorção de nutrientes, seja por interação físico-química direta do 
fármaco com o alimento, seja por causar alterações nas funções fisiológicas ou até lesões no trato 
gastrointestinal (REIS, 2009).
1.1 Interferência do fármaco na ingestão alimentar
A terapia medicamentosa é utilizada a fim de minimizar os sintomas de uma doença e 
restaurar a saúde. Porém, em alguns casos, além da ação positiva frente à doença, o uso de alguns 
medicamentos pode causar efeitos colaterais que interferem no consumo alimentar.
Alguns fármacos, por exemplo, possuem a recomendação de não serem consumidos com 
determinados alimentos, ou em horários distantes das refeições, conforme você pode verificar na 
FIQUE DE OLHO
O profissional nutricionista, que acompanha pacientes em tratamento medicamentoso, deve 
avaliar periodicamente o estado nutricional do mesmo, assim é possível identificar sintomas 
clínicos e possíveis alterações que podem afetar o estado nutricional e consequentemente 
a saúde do paciente.
32
tabela “Exemplos de fármacos que interferem no apetite e na ingestão alimentar de alimentos”. 
Essas recomendações visam a melhor absorção e consequente ação do medicamento. Contudo, 
dependendo da situação fisiológica do indivíduo (idosos, por exemplo), o uso prolongado desse 
medicamento pode levar a deficiências nutricionais tanto pela constante rejeição de alimentos ou 
até omissão de refeições próximas ao horário de consumo do medicamento.
Dentre os efeitos colaterais de alguns medicamentos que levam a alteração de apetite e ingestão 
alimentar, podemos citar a anorexia e perda de peso ou o aumento do apetite e ganho de peso.
Tabela 1 - Exemplos de fármacos que interferem no apetite e na ingestão alimentar de alimentos 
Fonte: WHITE, 2010 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela com três colunas e duas linhas apresentando 
exemplos de fármacos que interferem no apetite e na ingestão alimentar.
Em quaisquer das situações apresentadas acima o , considerando o estado nutricional 
pregresso e o estado fisiológico atual é de fundamental importância para atenuar os danos 
colaterais ao estado nutricional pelo medicamento, a fim de usufruir apenas da ação terapêutica 
do mesmo.
1.2 Interferência do fármaco no trato gastrointestinal
Os principais causados por medicamentos são náuseas, vômitos e alterações na motilidade 
do trato gastrointestinal (constipação ou diarreia). Alguns medicamentos podem causar alteração 
de pH e da composição da microbiota, fatores que também alteraram a biodisponibilidade dos 
nutrientes em geral.
33
Tabela 2 - Exemplos de Fármacos associados a sintomas gastrointestinais 
Fonte: WHITE, 2010 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela com três colunas e duas linhas apresentando 
exemplos de fármacos associados a sintomas gastrointestinais.
Como visto, podemos inferir que o principal efeito colateral de importância para a nutrição 
associado a esses sintomas é a interferência na absorção de nutrientes. Mas além dos distúrbios 
de absorção de nutrientes que esses sintomas podem provocar, indiretamente pode haver 
também uma redução da ingestão alimentar.
A tabela “Exemplos de fármacos associados a sintomas gastrointestinais” lista alguns 
medicamentos cujos efeitos colaterais podem afetar o trato gastrointestinal.
1.3 Interferência do fármaco na percepção do alimento
A percepção de que um alimento é saboroso é influenciada pela aparência, cheiro, textura 
e sabor do mesmo. Qualquer alteração nesses aspectos pode levar a sua rejeição. Alguns 
medicamentos, conforme descrito na tabela “Exemplos de fármacos que interferem na percepção 
do alimento”, possuem como efeito colateral a interferência no paladar ou no olfato, ou afetam a 
produção de saliva, deixando a sensação de boca seca.
A produção de saliva é importante para o início da digestão dos alimentos e sua falta impede 
a formação do bolo alimentar e a digestão adequada dos alimentos.
A hipogeusia, que é uma diminuição do paladar, e a disgeusia, caracterizada pela percepção 
alterada do paladar, como a presença de um sabor amargo ou metálico, são os distúrbios do 
paladar mais comuns ocasionados por medicamentos.
34
O olfato é primordial para a percepção de sabor, juntamente com o paladar. Portanto, a 
alteração no olfato afeta tanto a percepção do alimento, como o apetite e em consequência a 
ingestão alimentar.
Tabela 3 - Exemplos de fármacos que interferem na percepção do alimento 
Fonte: WHITE, 2010 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela com três colunas e duas linhas apresentando 
exemplos de fármacos que interferem na percepção do alimento.
2 EFEITO DOS NUTRIENTES NA CINÉTICA DOS 
ALIMENTOS
Vamos agora dar uma pausa na temática farmacológica e falar um pouco sobre nutrientes. Em 
breve, você verá que os medicamentos e nutrientes podem interagir e que isso pode ser benéfico 
ou maléfico para ação de um ou ambos desses compostos. Mas antes, você precisa entender que 
nutrientes podem interagir entre si, e essas interações também devem ser consideradas quando 
um medicamento também é consumido simultaneamente.
35
Tendo isso em vista, e sabendo que uma adequada ingestão de alimentos em quantidade 
e qualidade são essenciais para um bom estado nutricional, é importante entendermos os 
mecanismos que os nutrientes ingeridos sofrem até sua efetiva utilização.
Durante a digestão o alimento sofre sucessivas transformações, com rearranjo molecular de 
nutrientes para facilitar a absorção. Após aabsorção, os nutrientes são distribuídos aos tecidos 
para enfim serem utilizados. A quantidade de nutrientes efetivamente utilizado pelo organismo 
reflete o conceito de biodisponibilidade.
A forma química como os nutrientes se apresentam no alimento, livres, ionizados ou 
complexados, por exemplo, a quantidade ingerida e até a presença de outros alimentos/
nutrientes ingeridos ao mesmo tempo pode afetar a utilização de um nutriente específico.
2.1 Tipos de Interações Nutricionais
Vamos pensar um pouco… Você concorda que não consumimos os nutrientes de forma isolada? 
Consumimos alimentos e refeições e inúmeros nutrientes são ingeridos nesse processo. Espera-
se com isso que todos eles sejam absorvidos, principalmente por um indivíduo saudável. Porém, 
muitos nutrientes disputam o mesmo sítio de absorção, ou promovem maior excreção de outros, 
ou de alguma forma interagem entre si. As interações entre nutrientes, principalmente quando se 
tem desequilíbrio na ingestão, podem aumentar ou diminuir a biodisponibilidade de um ou ambos. 
A ingestão em excesso ou em baixa quantidade de um nutriente pode interferir em uma das fases 
do metabolismo de outro (absorção, transporte, excreção, armazenamento, função).
São unidirecionais ou diretas as interações em que um dos nutrientes afeta a biodisponibilidade 
do outro.
São bidirecionais ou indiretas as interações em que ambos nutrientes têm sua 
biodisponibilidade afetada quando coadministrados.
2.2 Classificação das Interações Nutricionais
São as interações em que se tem o aumento da biodisponibilidade do nutriente, ou seja, a 
presença de um nutriente é necessária ao metabolismo de outro. são aquelas interações em que 
a biodisponibilidade de nutriente é diminuída pela presença de outro.
36
Tabela 4 - Exemplos de interações entre micronutrientes, tipo de interação correspondente e 
nível de ocorrência 
Fonte: CHEMIN; MURA, 2010 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela com três colunas e 4 linhas apresentando oito 
exemplos de interações entre micronutrientes, suas respectivas classificações de tipo de interação 
e nível de ocorrência
Para minerais e elementos, os compostos que mais diminuem sua biodisponibilidade são os 
fitatos, fosfatos e taninos, que veremos logo mais. Os compostos que promovem uma melhor 
biodisponibilidade são ácido cítrico e ascórbico.
2.3 Interações entre micronutrientes
Vamos listar abaixo algumas interações entre nutrientes. Algumas acontecem com a presença 
de outros compostos associados. Veja a interação do cálcio com zinco, por exemplo, esses 
minerais, principalmente na presença de fitatos, formam um complexo cálcio-fitato-zinco, que 
afeta a biodisponibilidade de zinco, resultado de uma menor absorção.
O zinco também se relaciona com o cobre. O excesso de zinco diminui a absorção do cobre 
como resultado do aumento de uma proteína com afinidade para o cobre, proteína e mineral se 
ligam o que limita sua absorção.
A proteína ligadora do retinol, responsável pelo transporte da vitamina A do fígado para os 
tecidos alvos é dependente de zinco. O baixo consumo crônico ou a deficiência de zinco pode, 
portanto, levar a uma baixa utilização de vitamina A pelo organismo.
O zinco pode interagir também com metais pesados formando um complexo que pode 
aumentar sua excreção. É o caso do complexo formado pelo cádmio com o zinco. Mercúrio com o 
37
selênio interagem de maneira semelhante. Indivíduos com baixa ingestão desses minerais e que 
vivem em ambientes poluídos correm maior risco de deficiência.
O selênio se relaciona também com o iodo. Ele é importante para o metabolismo do iodo 
pois participa da formação de T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Portanto, um baixo consumo de 
selênio resulta em uma baixa utilização de iodo.
A interação entre o selênio e a vitamina E pode ser explicada pela menor necessidade de uso 
da vitamina E para reparo de dano celular por radicais livres na presença de selênio. Isso por que 
a ação antioxidante desse mineral, diminui a necessidade da vitamina.
Já a vitamina D se relaciona com o cálcio. Para absorção intestinal desse mineral é necessário 
a presença da vitamina D. Osteopenia e osteoporose são riscos quando se tem um quadro de 
deficiência de vitamina D.
Outra vitamina que pode interagir com outros micronutrientes é a vitamina C. O excesso 
de vitamina C pode alterar a forma química do cobre, tornando-o menos biodisponível e 
prejudicando a absorção desse mineral. A vitamina C também interage com o ferro, e vamos 
tratar dessa relação em um tópico à parte.
3 ALIMENTOS PROMOTORES E INIBIDORES DA 
ABSORÇÃO DE FERRO
Vamos falar sobre a interação de nutrientes com o ferro em separado, uma vez que a 
diminuição de sua biodisponibilidade pode levar a deficiência e causar anemia ferropriva.
Esse quadro patológico é considerado um problema de saúde pública que afeta 
principalmente crianças, gestantes e idosos. A dietoterapia relacionada ao tratamento dessa 
condição é realizada fundamentalmente com o aumento do consumo de fontes de ferro. Mas 
também com a combinação da ingestão de alimentos ricos em outros nutrientes para aumentar 
a biodisponibilidade deste mineral, assim como a recomendação de se evitar os alimentos fontes 
de nutrientes ou compostos que diminuem a biodisponibilidade de ferro.
3.1 Interação de micronutrientes com o ferro
A vitamina A interage com o ferro a nível de utilização por prejudicar o transporte de ferro. 
Tanto que níveis baixos de hemoglobina são associados a deficiência de vitamina A. Nesse sentido, 
a dietoterapia deve prever o aumento de fontes dietéticas de vitamina A e, a depender do caso, 
de suplementação desses nutrientes.
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Vitamina C
É essencial para melhorar a absorção do ferro não heme, presente em vegetais.
Ácido ascórbico
Permite a mudança (redução) da forma química do ferro para uma melhor absorção e também 
é capaz de formar um complexo com o mineral, melhorando sua absorção.
Zinco
Pode interferir na absorção e utilização de ferro, assim como o contrário. Essa interação deve 
ser observada, principalmente nos casos de suplementação em que a ingestão alimentar não 
esteja adequada para o outro nutriente. O consumo exagerado de cálcio também pode interferir 
na absorção de ferro por competir pelo mesmo sítio de absorção.
Essas informações são importantes para o planejamento dietético, que deve se preocupar 
com os alimentos fontes desses nutrientes em uma mesma refeição.
Além das interações com os nutrientes citados, a absorção e utilização de ferro pode ser 
afetada por outros compostos, denominados fatores antinutricionais que veremos a seguir.
3.2 Recomendações para melhorar as reservas de ferro
Como dito, o tratamento dietoterápico para a promoção da absorção de ferro deve levar em 
consideração as interações com outros nutrientes para formulação do plano dietético.
O aumento do consumo de fontes alimentares de ferro em todas as refeições, como 
alimentos de origem animal (carnes, vísceras, peixes, dentre outros) é fundamental para evitar e 
corrigir as deficiências. Aliado a isso, principalmente para vegetarianos, é importante o consumo 
de alimentos ricos em vitamina C em todas as refeições, associado a ingestão de alimentos 
vegetais ricos em ferro. Essa combinação permite uma melhor absorção do ferro de vegetais, que 
naturalmente é menos biodisponível por sua forma química. Aumentando as fontes alimentares 
de ferro e de vitamina C, conseguimos um melhor aporte de ferro absorvível na dieta.
Nesse sentido, é necessário orientar o paciente sobre a necessidade de evitar o consumo de 
alimentos lácteos junto a alimentos ricos em ferro, assim como o consumo exagerado de chás e 
cafés, que podem impedir a absorção adequada de ferro disponível na refeição.
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4 FATORES ANTINUTRICIONAIS
Alguns compostos químicos, além dos já citados, podem reduzir a biodisponibilidade 
e qualidade nutricional de nutrientes, e são os chamados . Esses fatores são encontrados 
naturalmente nos alimentos vegetaise além de interferir na absorção ou utilização de nutrientes, 
o consumo excessivo desses compostos pode ser tóxico.
4.1 Tipos de fatores antinutricionais
Podemos citar, entre outros, os inibidores de proteínas, oxalatos, taninos, nitritos, ácido 
cianídrico.
Alguns desses compostos antinutricionais são termolábeis, ou seja, sofrem alteração com 
a presença de calor. Isso faz com que o processamento térmico seja suficiente para evitar a 
interferência desses fatores com os nutrientes ingeridos, mas veremos logo mais que outros 
processamentos podem auxiliar na redução do consumo desses compostos.
Outros podem ser considerados, quando consumidos em pequenas quantidades, compostos 
antioxidantes e, portanto, serem interessantes para saúde. Esse é o caso dos compostos fenólicos, 
porém os taninos, um exemplo desses compostos, podem interferir na qualidade nutricional de 
proteínas. O complexo entre taninos e proteínas as tornam insolúveis e inativam as enzimas, 
prejudicando a absorção de aminoácidos.
Fitatos podem formar complexos insolúveis com minerais e proteínas. Já oxalatos podem 
formar complexos com o cálcio e diminuir a disponibilidade desse mineral. O nitrato pode 
interferir no metabolismo da vitamina A. Veja na tabela a seguir os principais fatores nutricionais 
que interferem na biodisponibilidade de nutrientes.
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Tabela 5 - Fatores antinutricionais e respectivos efeitos sobre a biodisponibilidade de nutrientes 
Fonte: HIGASHIJIMA et al, 2019 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela com duas colunas e sete linhas apresentando 
exemplos de fatores antinutricionais e seus efeitos sobre a disponibilidade de nutrientes.
4.2 Fatores antinutricionais e processamento de alimentos
Esses compostos químicos, apesar de interferirem na biodisponibilidade de nutrientes, 
podem ser inativados pelo em etapas como remolho, corte, cocção, secagem, fermentação.
Alimentos ricos em oxalato, como a beterraba por exemplo, quando cozidos, ocorre a 
migração desse composto, que é solúvel, para água de cozimento. Com a migração é importante 
não utilizar a água de cozimento, para não ocorra o consumo do oxalato.
FIQUE DE OLHO
O remolho trata-se de deixar os alimentos imersos em água para hidratação. Compostos 
solúveis dos alimentos migram para água, principalmente se houver condições ideais de 
temperatura e pH. Para que seja uma ação efetiva, é necessário que a água seja sempre 
desprezada. É uma etapa muito interessante no preparo de leguminosas em que os 
compostos antinutricionais são eliminados com a água de remolho e não agem sobre a 
absorção de nutrientes, além de prevenir o desconforto gástrico causado por eles.
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O fitato pode formar complexos com cálcio, ferro e outros minerais como vimos acima. Para 
evitar essa complexação é importante que alimentos ricos neste composto, como as leguminosas, 
sejam preparados com remolho, ou passem por processos de fermentação, germinação ou ainda 
tratamento térmico. Dessa forma, ocorre a desfosforilação do composto, perdendo a capacidade 
inicial de se complexar com os minerais. O remolho também é interessante para diminuir o teor 
de inibidores de proteases. A germinação também é útil para eliminação de oligossacarídeos.
5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Como foi dito no início, o uso de medicamentos objetiva a recuperação da saúde. Porém, 
sempre há a descrição de efeitos adversos nas bulas, e muitos deles causados por interações e 
pela doença principal ou outras associadas.
Como você pode perceber até aqui, tudo que é ingerido, pode sofrer algum tipo de interação 
com outros compostos. O mesmo acontece com a ingestão de medicamento, que pode 
interagir com o que for consumido concomitantemente ou com o que já estiver presente no 
trato gastrointestinal. Essa interação pode ser entre fármaco e fármaco, fármaco e fitoterápico, 
fármaco e alimento, fármaco e suplemento.
A interação medicamentosa pode ser definida como a alteração do metabolismo de um 
fármaco por outro. A modificação da ação pode ser independente ou integrada, com aumento ou 
diminuição da ação de um ou ambos medicamentos ou até com risco de toxicidade.
FIQUE DE OLHO
Acabamos de ver acima que as interferências e as interações dos medicamentos com os 
alimentos/nutrientes podem afetar o estado nutricional do paciente. Porém, lembre-se que 
não é uma prerrogativa do profissional nutricionista o diagnóstico clínico e a prescrição de 
medicamentos. Ao nutricionista cabe o diagnóstico nutricional e lhe é permitido a prescrição 
apenas de suplementos nutricionais e fitoterápicos.
Saiba mais em: Resolução CFN n° 525/2013, alterada pela Resolução CFN n° 556/2015 - 
regulamenta a prática da Fitoterapia pelo Nutricionista, atribuindo-lhe competências para, 
nas modalidades que especifica, prescrever plantas e chás medicinais, medicamentos 
fitoterápicos, produtos tradicionais fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos 
como complemento da prescrição dietética. Resolução CFN n° 390/2006 que regulamenta a 
prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo Nutricionista.
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O efeito positivo pode ser visto, por exemplo, na relação entre a prescrição de hipertensivos e 
diuréticos, em que ambos agem sinergicamente no organismo. Um exemplo de interação negativa 
seria o consumo de antiácido e antibiótico, onde o primeiro causa a excreção do antibiótico não 
permitindo que ele complete sua ação.
O uso de anti-inflamatório não esteroide com o anticoagulante varfarina, exemplifica o risco 
de toxicidade na interação de fármacos, por essa relação provocar sangramento.
5.1 Fatores interferentes nas interações medicamentosas
Além do consumo concomitante de dois ou mais medicamentos, outros fatores podem 
interferir na interação medicamentosa relacionados ao paciente ou ao medicamento.
O estado de saúde, a idade, a velocidade do esvaziamento gástrico, as funções renais e 
hepáticas em adequado funcionamento são condições inerentes ao paciente e que podem 
intensificar ou não as interações entre os fármacos.
Em relação à administração dos medicamentos, é necessário se considerar a sequência de 
uso dos fármacos, a dosagem utilizada e o tempo de tratamento.
5.2 Classificação das interações medicamentosas
As interações entre fármacos podem ser do tipo físico-química ou terapêuticas, e podem se 
limitar ao efeito de sintomas clínicos, ou chegar a aumentar o quadro patológico do paciente, 
ou ser extrema, com ameaça a vida e risco de morte. As interações físico-químicas, são 
denominadas também interações farmacêuticas, acontecem antes da absorção e podem indicar 
incompatibilidade.
As alterações organolépticas, a presença de precipitados, formação de gás ou calor, alteração 
de pH e motilidade intestinal, oxidação e inativação de componentes por adsorção, quelação, 
incompatibilidade, são alguns exemplos de modificações que podem ocorrer com a mistura de 
dois ou mais medicamentos conflitantes. Essas reações comprometem a ligação dos fármacos aos 
seus sítios de absorção.
As interações terapêuticas acontecem após absorção e podem ser divididas por sua ação 
na farmacocinética (o que o corpo pode fazer com o medicamento) ou na farmacodinâmica 
(o que o fármaco pode fazer ao organismo) de um ou mais dos fármacos relacionados. A 
interação farmacodinâmica provoca modificação no efeito bioquímico ou fisiológico de um ou 
mais fármacos, provocando efeitos de sinergismo ou antagonismo de ação entre eles. O efeito 
sinérgico pode ser tanto terapêutico como tóxico, a depender do tipo de interação, que pode ser 
de adição, somação ou potenciação:
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Adição
Quando os fármacos possuem mesmo mecanismo de ação.
Somação
Quando os mecanismos de ação são diferentes.
Potenciação
Quando um fármaco potencializa a ação de outro.
A interação farmacodinâmica antagônica ocorre quando a relação entre os fármacos cria uma 
resposta suprimida ou reduzida de um medicamento na presença de outro. Pode ocorrer a nível 
farmacológico, fisiológico, químico ou físico.
As interaçõesfarmacocinéticas são as mais importantes quando o assunto é interação entre 
medicamentos e podem acontecer a nível de absorção, distribuição, biotransformação/metabolização, 
com efeito de indução ou inibição enzimática, e a nível de excreção, principalmente renal.
Possuem maior efeito clínico as interações farmacocinéticas a nível de absorção, como 
resultado de alterações do trato gastrointestinal de pH, motilidade, flora, função da mucosa e 
complexação com micronutrientes.
A distribuição significa a saída do fármaco da corrente sanguínea em direção aos órgãos por 
meio da ligação com proteínas plasmáticas transportadoras. Essa ligação fármaco-proteína de 
transporte é dependente da afinidade do fármaco com a proteína (risco de competição entre os 
medicamentos) e da hemodiluição dessas proteínas. Portanto, medicamentos que necessitam 
desse transporte proteico de maneira similar a outros, podem não chegar ao local de ação, o que 
interfere na terapêutica esperada por eles.
Como dito, na etapa de metabolização pode ocorrer efeito de indução ou inibição enzimática 
no fígado, relacionada ao citocromo P450. As interações de indução estimulam a biotransformação 
de um ou ambos fármacos, muitas das vezes, disponibilizando mais metabólitos que o desejado. 
Enquanto as interações de inibição, como o próprio nome diz, inibem o metabolismo de um ou 
de todos os fármacos que interagem, aumentando o risco de acumulação.
Essas classificações das interações medicamentosas irão nos ajudar a entender melhor 
posteriormente as diversas formas de interação que podem surgir entre os fármacos e nutrientes/
fitoterápicos/suplementos/outros fármacos.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Aprender que alguns fármacos podem interferir no estado nutricional de um indiví-
duo, afetando a ingestão alimentar, causando sintomas gastrointestinais ou alteran-
do a percepção dos alimentos por modificações das sensações de sabor e cheiro.
• Conhecer o conceito de biodisponibilidade e sua importância para entender os fato-
res que influenciam o metabolismo dos nutrientes.
• Entender que as interações nutricionais podem afetar a biodisponibilidade de nu-
trientes de forma positiva ou negativa.
• Compreender que o conhecimento das interações entre nutrientes é importante 
para o planejamento dietético.
• Entender que os fatores nutricionais também podem afetar a biodisponibilidade de 
nutrientes e que o processamento de alimentos pode diminuir a presença desses 
compostos químicos.
• Aprender que as interações medicamentosas podem ocorrer com o uso de dois ou 
mais medicamentos que podem intensificar a ação de um e/ou outro, prejudicar a 
ação ou até causar toxicidade ao organismo.
PARA RESUMIR
BENEVIDES, C. M.; SOUZA, M. V.; SOUZA, R. D. B.; LOPES, M. V. Fatores antinutricionais 
em alimentos: revisão. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas – SP, v. 18, n. 2, p. 
67-79, 2011.
BOULLATA, J. I.; HUDSON, L. M. Drug–Nutrient Interactions: A Broad View with 
Implications for Practice. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, p. 506–517, 
abr. 2012.
CHEMIN, S. M.; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação nutrição e dietoterapia. 2°ed. São 
Paulo: Roca, 2010.
COSTA, N. M. B.; PELUZIO, M. C. G. Nutrição básica e metabolismo. Editora Viçosa: UFV, 
2008.
COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de Nutrientes. Barueri, SP: Manole, 2016.
HIGASHIJIMA, N. S., LUCCA, A.; REBIZZI, L. R. H.; REBIZZI, L. M. H. Fatores antinutricionais 
na alimentação humana. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas –SP, v. 27, p. 1- 
16, 2020.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e 
Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
REIS, T.R. Nutrição Clínica - Interações. Rio de Janeiro: Rubio, 2009.
SECOLI, S. R. Interações medicamentosas: fundamentos para a prática clínica da 
enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 28-34, mar. 2001.
WHITE, R. (2010). Drugs and nutrition: how side effects can influence nutritional intake. 
Proceedings of the Nutrition Society, v. 69, p. 558–564, ago. 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Interações drogas x nutrientes: 
importância clínica
Introdução
Você está na unidade Interações drogas x nutrientes: importância clínica. Conheça 
aqui as principais informações relacionadas às interações entre drogas/fármacos e 
nutrientes, seus benefícios e malefícios.
Aqui você entenderá como essas interações podem acontecer, quais são benéficas 
e como realizá-las em prol do tratamento do paciente, assim como quais as principais 
interações medicamento x alimento que devem ser evitadas para reduzir ou anular 
prejuízos, tanto para a terapia farmacológica, quanto para a terapia nutricional.
Bons estudos!
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1 INTERAÇÕES DROGAS E NUTRIENTES
Os nutrientes presentes no alimento podem interagir com os fármacos e isso é um fator que 
deve ser avaliado com bastante cautela na prática clínica. Essas alterações podem trazer tanto 
benefícios quanto prejuízos para o paciente em questão.
Antes de prosseguir com nosso estudo, vamos relembrar alguns conceitos importantes:
Droga
Considera-se uma droga, qualquer substância que quando consumida altera a fisiologia do 
organismo. Seja ela o álcool, cigarro, dipirona, maconha, entre outros.
Fármaco
Também chamado de princípio ativo, é a substância “principal” do medicamento, ou seja, 
aquela responsável pelo efeito terapêutico do medicamento.
Medicamento
É um produto farmacêutico que contem um princípio ativo (fármaco) e se apresenta em 
formas variadas como comprimidos, cápsulas, xaropes, soluções, pomadas, géis etc.
Farmacocinética
Corresponde ao que o organismo faz com a droga – compreende a absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção.
Farmacodinâmica
Corresponde ao que a droga faz com o organismo – compreende as interações moleculares, 
o efeito, a ligação no receptor etc.
FIQUE DE OLHO
Para o profissional de saúde é imprescindível reconhecer as interações de forma sistemática, 
como integrante no processo de avaliação e durante o tratamento medicamentoso.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Interações entre drogas e nutrientes
As interações entre drogas e nutrientes acontecem facilmente, pois grande parte dos 
medicamentos é administrada por via oral. São vários os fatores farmacocinéticos que podem ser 
influenciados pelos alimentos, dentre eles temos a absorção, a distribuição, a biotransformação 
e a excreção.
A interação medicamento-nutriente é definida como uma alteração da cinética ou dinâmica de 
um medicamento ou nutriente, ou ainda, o comprometimento do estado nutricional como resultado 
de administração de um medicamento, compreendendo-se a cinética como a descrição quantitativa 
de um medicamento ou sua disposição, o que inclui a absorção, distribuição, metabolismo e excreção 
(Tabela 1); a dinâmica caracteriza-se pelo efeito clínico ou fisiológico do medicamento. Em outras 
palavras, as interações medicamentosas entre alimentos e medicamentos são tipos especiais de 
respostas farmacológicas, em que os efeitos de um ou mais medicamentos são alterados pela 
administração simultânea ou anterior de outros, ou através da administração concorrente com 
alimentos (SCHWEIGERT et al, 2008).
Alguns nutrientes são absorvidos pelo mesmo mecanismo que os fármacos, competindo pelo 
local de absorção no trato gastrintestinal.
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA INTERAÇÃO 
FÁRMACO X NUTRIENTE
A seguir, conheceremos as características das diferentes interações, de acordo com as fases 
distintas.
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2.1 Interação na fase biofarmacêutica e absorção
A grande maioria dos fármacos, quando tomados por via oral, é absorvida por passiva e os 
nutrientes preferenciam o . O primeiro momento após a administração do medicamento chama-
se fase biofarmacêutica.
Compreende todos os processos que ocorrem com o medicamento a partir da sua administração, 
incluindo as etapas de liberação e dissolução do princípio ativo. Esta fase deixa o fármaco

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